Decisões
Elise acordou e notou que Ravenah não havia voltado para o quarto. Trocou-se e desceu para a cozinha. Quando abriu a porta se deparou com uma cena no mínimo estranha: Sirius estava sentando à mesa pálido e triste. Remus abraçava Ravenah com um semblante aliviado e Ravenah parecia explicar alguma coisa para ele enquanto tentava se soltar do abraço. Elise foi à direção do namorado, que parecia não ter notado a sua presença.
— Sirius. — chamou ela calmamente sentando ao lado dele. — Você está bem? — Como ele não respondeu, ela pegou os ombros dele e deu uma sacudida. Ele pareceu acordar do transe, pois logo olhou para ela.
— Elise? — sussurrou ele.
— Sim. — respondeu ela. — O que aconteceu?
— Quase fui capturado. — respondeu ele com a voz baixa. — Ontem depois que você foi dormir, fui falar com Harry. E durante a conversa a mão da Umbridge apareceu no meio do fogo e quase me capturou. Agora não posso mais falar com Harry.
Elise não encontrou palavras para consolar o namorado, por isso apenas o abraçou.
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Todos tomaram café em silêncio. Elise e Ravenah não se olharam, passaram a refeição inteira olhando para os próprios pratos. Sirius continuava no mesmo estado de torpor e Remus os observava sem entender nada.
— Estou atrasada. – disse Elise pegando a bolsa e se dirigindo a porta da cozinha. – Tchau Remus. – Se despediu e saiu.
Ravenah observou a amiga sair. Pelo visto estava muito aborrecida. Infelizmente Elise era tão cabeça dura quanto ela própria. Sempre foi assim desde que se conheceram. Mas não havia o que dizer e tampouco o que pensar. Com toda a certeza jamais se aliaria a Voldemort, mas tinha que pensar muito, pois não havia dúvidas quanto à reação do Lorde dos comensais. Ficaria furioso. Não tinha medo. Teria que encontrar um local seguro para ficar, pois nem ali, na mansão dos Black, nem Elise e nem ela estariam seguras. Mas antes de tudo teria que se encontrar com o maldito. Anteciparia o encontro, para que Elise não ficasse sabendo.
Ravenah subiu para o quarto e transfigurou o que estava vestindo em um vestido branco que fazia com que se parecesse com uma figura etérea, os cabelos que normalmente ficavam presos, resolveu que ficariam soltos. Estava perfeita. Faltava uma capa. Pediria a de Lupin emprestada. Olhou-se no espelho e percebeu que seu visual estava perfeito, apesar dos pesares, ou da falta de condições. Saiu do quarto e rumou em direção as escadas. Em instantes chegou a cozinha, onde Sirius e Remus conversavam. Pararam assim que ela chegou.
— Vai sair Ravenah? — perguntou Sirius.
— Aonde vai tão linda? — perguntou Remus.
— Vou. — disse ela simplesmente.
— Será que um dos dois pode me emprestar uma capa? — pediu Ravenah. — Do contrário vou me sujar toda com a fuligem da lareira.
— Vai usar pó de Flú? — perguntou Remus entregando a sua capa para ela.
— Vou. Preciso conversar com Dumbledore. — disse ela pegando a capa das mãos de Lupin.
Ravenah se dirigiu para a lareira, pegou um punhado de pó de Flú, e ao jogá-lo contra o chão pronunciou se destino: Hogwarts, sala do diretor.
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Alvo Dumbledore estava sentando em sua cadeira, relendo uns papeis, quando a chama da lareira ficou verde e segundos depois dela surgiu uma mulher loira de olhos muito verdes.
— Sra. Snape, que surpresa! — saudou o diretor — A que devo a honra de sua visita?
— Bom dia diretor. — cumprimentou ela. — Preciso conversar, na realidade vim pedir conselhos, já que não posso contar com um bom pai.
— Oh, sim. Sente-se. — falou ele. — Em que posso ajudá-la?
— Preciso me encontrar com Voldemort, hoje! — disse ela.
Dumbledore ajeitou-se na cadeira e prestou mais atenção no que ela dizia.
— Sei que o Sr me aconselhou a não me envolver, mas é que eu não vou me aliar a ele, portanto prefiro eu mesma dar a notícia a ele do que simplesmente fugir. — disse Ravenah fixando atentamente aqueles límpidos olhos azuis. — Fugir não combina comigo, se é que me entende. Mas estou com medo! — Ravenah confessou. — Não por mim. Mas pela Elise.
— É compreensível que tenha medo, Sra. Snape. — disse Dumbledore.
— Elise é a irmã que eu não tive. Não posso pô-la em perigo. A vida não vai ser fácil daqui em diante. — disse ela. — Preciso protegê-la.
— Vocês poderiam vir morar aqui em Hogwarts. — ofereceu Dumbledore. — Apesar de eu achar que a Senhorita Beauregarth tem mais interesse em morar na sede da Ordem.
— E, é por isso que estou aqui. — Ravenah se recostou melhor na cadeira. - A Elise está encantada por Black, o que não é nenhuma novidade. Quem não se encantaria por ele? Ele é um bom homem, embora se torne irritante às vezes. — pela primeira vez ela sorriu.
— Realmente Sirius é um bom homem. — disse Dumbledore sorrindo ternamente. - Mas a vida o fez ficar um pouco amargo e o confinamento o irrita um pouco.
— Diretor, talvez Snape possa me ajudar. — falou Ravenah
— Creio que Severus é a pessoa mais indicada nesse momento. — respondeu Dumbledore.
— Será que Voldemort me deixaria de lado, se soubesse que sou esposa de Snape? —perguntou ela esperançosa.
— Creio que não Senhora Snape. Acho que ele daria a Severus a missão de te levar para o lado das trevas. — respondeu Dumbledore. — Isso apenas complicaria a posição dele.
— Mas, e se eu fingisse estar do lado das trevas, digo, se Severus prometer a Voldemort que me levará para o lado das trevas. — disse Ravenah. — Sei que não vai ser fácil convencê-lo, mas não custa nada tentar.
— A senhora quer ser uma espiã? — perguntou Dumbledore. — É uma tarefa muito difícil.
— Mas a situação dele se tornaria pior se Voldemort descobrisse que somos casados por intermédio de outra pessoa, não acha? — perguntou Ravenah.
— Severus é ótimo em sair de situações difíceis, vai encontrar um meio quando Voldemort o inquirir a respeito de nunca ter sido informado a respeito desse matrimônio. — disse Ravenah, que continuou. — Aliás, ele pode dizer a verdade, que me mandou embora e que me fez jurar que nunca mais voltaria. O fato de ser esposa de Snape não me obriga necessariamente a me tornar uma comensal. — finalizou ela.
— Mas é claro que não senhora Snape. — disse Dumbledore.
— Escute Dumbledore eu quero fazer algo que ajude a todos. — Ravenah fez um muxoxo, deixando transparecer o quanto estava cansada. — Quero que Elise fique segura, mas também não quero que ninguém mais seja posto em risco por minha causa.
— Senhora Snape, eu entendo a sua posição. Mas a Senhora não pode ficar se arriscando assim por todos. — falou Dumbledore bondosamente. — Imagina como a Senhorita Beauregarth ficaria se algo acontecesse à senhora. Ela se culparia eternamente.
— Como acha que vou me sentir se algo acontecer a Elise? — perguntou Ravenah. — Não quero cometer os mesmos erros do passado.
— Senhora Snape, acho mais sensato a senhora recusar a aliança de Tom e vir morar aqui em Hogwarts. — disse Dumbledore.
— Sabe melhor que ninguém que também estou pondo em risco a vida de Severus, não é mesmo? — perguntou ela.
— Se ele descobrir o seu casamento, Severus poderá contornar a situação. - disse Dumbledore. — A vida de Severus está em risco desde o dia em que ele aceitou ser meu espião no meio dos comensais. — respondeu Dumbledore
— Vou ouvir o senhor dessa ver diretor. — disse Ravenah — Mas se pensa que vou ficar parada feito uma estátua vendo as coisas passarem diante de mim, está muito enganado.
— Eu não pensaria nunca isso da Senhora. — disse Dumbledore sorrindo. — Pode ficar tranqüila. Você não vai ficar parada. A Ordem da Fênix ainda está muito ativa, a senhora vai ter muito o que fazer durante essa guerra. — disse Dumbledore.
Ravenah ficou de pé e os pensamentos fervilhavam em sua mente. Não se lembrava da última vez que ficara tão agitada.
— Bom saber disso Dumbledore. — disse ela. — Como vai explicar minha presença em Hogwarts para a Umbridge? Não só a minha presença, mas a de Elise também? — perguntou Ravenah.
— Acho que as suas presenças podem ser justificadas, senhora Snape. — disse Dumbledore. — Você se importaria de ajudar Severus durante as aulas?
Ravenah olhou para o homem espantada. Mas o espanto desapareceu dando lugar a um ar divertido.
— Quer que eu seja assistente de Snape? — perguntou ela. — Ele não vai gostar nada, nada disso. — Ravenah tentava conter em vão o riso. — Ele vai odiar a idéia.
— Eu me entendo com Severus depois. — disse Dumbledore sorrindo. — E então, aceita?
— Sim. Aceito. — concordou ela.
— Perfeito! — disse Dumbledore. — Vou mandar os elfos prepararem um quarto nas masmorras para você.
— Nas masmorras? Vou ser vizinha de Snape? — perguntou Ravenah.
— É o lugar mais perto da sala de aula. — disse Dumbledore. — A menos que a senhora queira ficar perto de umas das salas comunais.
— Não. Está perfeito. — disse ela. — Creio que deva ser o lugar mais sossegado do castelo.
— Sim, com certeza. — respondeu Dumbledore — Vamos almoçar? Creio que o almoço já vai ser servido. — disse Dumbledore. — Os elfos fazem um pastelão de frango que é uma delicia.
— Pastelão de frango? Creio nunca ter provado. — disse Ravenah.
Ravenah que estava de pé esperou que Dumbledore passasse por ela em direção a porta, só então se moveu o seguindo. Desceram as escadas e seguiram pelo corredor. Ela não tinha idéia de quão belo era o lugar. Estava nervosa. Sabia que Snape não ficaria nem um pouco satisfeito em vê-la ali. Afinal de contas, ele nunca estava satisfeito com nada. Achou melhor não se preocupar. Estava ali por um motivo. Elise precisava dela. Não podia decepcioná-la. Nunca havia falhado antes. Não começaria a falhar agora e muito menos com sua melhor amiga.Ravenah começou a ouvir um burburinho ao longe, deviam estar próximos ao Grande Salão.
Logo adiante ela pode visualizar uma porta enorme. Dumbledore se adiantou e entrou no Grande salão e Ravenah tomando fôlego o seguiu. Assim que ambos adentraram o salão, perceberam os olhares curiosos por parte dos alunos, e um silêncio constrangedor os seguiu até a mesa dos professores. Uma cadeira surgiu entre Snape e Minerva. Ravenah revirou os olhos e se dirigiu para perto de Snape. Sabia que estava sendo atentamente observada.
— Estou me sentindo como um animal de zoológico. Sendo observada assim. — murmurou Ravenah.
Ravenah se acomodou e sentiu quando uma mão forte apertou levemente seu pulso, como se quisesse intimidá-la. Ao se virar, se viu refletida em frios olhos negros.
— Precisamos mudar o critério para selecionar quem entra em Hogwarts, hoje em dia qualquer um entra aqui. — Snape foi cortante.
Ravenah ficou surpresa com a reação dele. Ficou por instantes a contemplá-lo.
— Melhor ser bonzinho comigo, Severus. Ou eu juro que te beijo aqui diante de todos. — disse ela sorrindo maliciosamente.
Sustentou o olhar gélido de Snape, até que ele soltou seu pulso, se endireitou na cadeira e comeu em silêncio.
Depois que o almoço acabou, o diretor se levantou. Todos os alunos fizeram silêncio:
— Agora que todos já acabaram de almoçar eu gostaria de dar um pequeno aviso — começou o diretor. — A partir de amanhã a senhorita McCormarck irá auxiliar o professor Snape durante as aulas de Poções. Seja bem vinda Srta McCormarck.
O Grande Salão que até então estava em silêncio, foi tomado por sussurros vindos de todas as mesas. Olhares curiosos estavam direcionados ora para Ravenah, ora para Snape.
Passado alguns minutos os alunos se levantaram começaram a ir para as aulas da tarde, junto com os professores.
Ravenah ficou observando os alunos saírem do grande salão. Não se atreveu a nenhum momento a olhar para o homem ao seu lado. Com certeza ele devia estar furioso. Não que isso a preocupasse, tudo o que queria no momento era paz, precisava pensar, tinha que ter um plano arquitetado, caso as coisas fugissem do controle.
Assim que Dumbledore e os outros se levantaram ela tentou seguí-los, mas uma mão forte e firme a deteve. Ravenah esboçou um protesto, tudo o que não queria naquele momento era uma discussão com Snape.
— O que você pensa que está fazendo? — vociferou ele. — Assistente?
— Eu não fiz nada. — disse ela. — Dumbledore achou que seria uma boa desculpa para explicar minha presença em Hogwarts.
— Sua presença? — perguntou ele bem perto do ouvido dela.
— Sim, minha presença. A partir de amanhã vou estar aqui por tempo indeterminado. — disse Ravenah.
Ele a olhou bem nos olhos. Ravenah sentiu o aperto em seu braço se afrouxar até se sentir totalmente livre. Snape deu um passo para trás, revirou os olhos em sinal de total impaciência, passou por ela e desapareceu pela porta do grande salão.
Ravenah ficou observando a saída apressada de Snape. Nunca conheceu homem mais intrigante que ele. Quando pensava que ele era de uma forma, ele mostrava uma nova faceta. Pensando bem ele não era homem para ser compreendido. E, sim tolerado. Um pigarrear a tirou de seus pensamentos. Dumbledore a aguardava. Mais que depressa ela se dirigiu até onde ele estava. Como teria que aguardar até o anoitecer pediu autorização para ficar na biblioteca, lendo e quem sabe pensando no que a esperava no encontro com Voldemort.
Filch a acompanhou até a biblioteca, logicamente ela foi prestando bastante atenção para não perder nenhum detalhe do caminho, alguém desavisado poderia se perder por aqueles corredores. Filch praticamente a abandonou na porta da biblioteca. Nunca tinha conhecido alguém tão mal humorado e desagradável, em sua vida, embora não chegue aos pés do Snape. Pensou ela.
Madame Pince a ficou observando muito desconfiada. Ravenah estava se sentindo uma perfeita intrusa. Mas, ergueu o queixo e caminhou em direção a mulher.
— Olá! Sou Ravenah McCormarck, como já deve saber. Fui apresentada durante o almoço. — informou Ravenah. — Dumbledore me autorizou vir até a biblioteca e ler quais livros eu quiser.
— Tudo bem! — respondeu Madame Pince secamente. — Os livros estão organizados por seções e se quiser ler algum livro da seção proibida me peça a chave. A biblioteca fica aberta das 7 da manhã às 8 da noite.
— Já que é assim, gostaria da chave da seção proibida. — disse Ravenah com um canto dos lábios erguidos. — Estou aqui justamente pelos livros que lá se encontram.
— Não posso dar a chave à senhorita, pois tenho que ter o controle dos alunos que entram. A seção fica sempre trancada. - falou a Bibliotecária.
— Acontece que não sou nenhum aluno, e não preciso ser controlada. — disse Ravenah deixando transparecer uma ponta de impaciência.
— Eu sei senhorita. Mas eu preciso da chave. — falou a Bibliotecária. — Talvez o diretor possa fazer uma cópia e dá-la a você.
— Tudo bem. Enquanto essa cópia não é providenciada, gostaria de abrir a seção para mim? — pediu Ravenah.
— Claro. — respondeu Madame Pince monotonamente.
A Bibliotecária se levantou e Ravenah a seguiu, por entre corredores de estantes abarrotadas de livros. Finalmente depois de percorrer inúmeros corredores elas chegaram a uma porta trancada onde se lia "Seção Proibida". Madame Pince abriu a porta rapidamente e voltou para sua mesa.
Ravenah acompanhou a mulher com os olhos. Como uma mulher tão aborrecida podia ser bibliotecária? Os alunos deviam odiar os períodos que têm que passar dentro da biblioteca sendo seguidos pelo olhar de ave de rapina daquela mulher. Passou os olhos pelos livros, não os tocou, pois sabia que eram perigosos. Após achar o que procurava, murmurou algumas palavras e o retirou da estante e sentou em uma cadeira que estava próxima de uma mesa. O livro estava tão empoeirado, com certeza ninguém o folheava há séculos. Era um livro de feitiços das trevas e suas defesas, e era o que no momento mais estava precisando. No que se referia a Voldemort e seus seguidores, todo cuidado era pouco. O teor do livro era fascinante, com certeza era um livro raro, pois tinha todos os livros que se podia achar sobre Artes das Trevas. Aquele era um livro proscrito, proibido.
“O que ele fazia ali?” Perguntou-se Ravenah.
Com certeza deveria estar trancafiado em algum lugar muito bem protegido. Os assuntos contidos nele eram totalmente voltados para o mal. Ele devia ter pertencido provavelmente a alguém que cultuava aquelas artes.
Ela ficou presa na leitura por horas a fio, memorizando cada palavra, cada feitiço e cada receita de poção, com certeza aquelas informações seriam úteis no futuro. Levantou-se devolveu o livro a estante e saiu da seção proibida. De longe avistou Madame e Pince ralhando com alguns alunos. Três rapazes e duas garotas. Provavelmente deviam estar conversando, enquanto deveriam estar lendo.
Madame Pince se endireitou quando a viu se aproximar
— Algum problema madame Pince? — perguntou olhando dos jovens para a mulher.
— Não, nenhum senhorita McCormarck. — respondeu a bibliotecária.
— Pensei que houvesse, parecem estar todos muito alterados. — disse Ravenah. — Bem, Madame Pince, já terminei. Pode fechar a seção agora.
— Tudo bem! - disse ela. — Vocês cinco me esperem aqui!
Ravenah notou com surpresa que os jovens estavam nervosos com sua presença, pareciam temê-la.
— Olá, garotos! — cumprimentou ela. — Sou Ravenah McCormarck, como já devem saber.
— Olá! — responderam meio hesitantes.
— Qual o problema? — perguntou ela.
— Nenhum! — responderam rapidamente.
— Nenhum? — disse Ravenah suavemente. — Me parecem um tanto aborrecidos.
— Nós levamos uma detenção do professor Snape. — disse um menino gordinho.
— Neville! — exclamaram todos juntos.
— Mas, por quê? — perguntou ela.
— Porque nós estávamos passeando nos corredores ao invés de estar na aula — respondeu uma menina de cabelos castanhos envergonhada.
— A aula era tão insuportável assim? — perguntou Ravenah. — É válido lembrá-los que estão aqui para aprender, e não para passearem pelos corredores na hora das aulas.
Ravenah sabia que não estava ajudando muito, mas eles mereciam a detenção.
— Sim, a aula era muito insuportável. — respondeu um garoto de cabelos negros e olhos muito verdes. — Poções.
— E eu, Historia da Magia! — completou uma menina com os cabelos cor de fogo.
— Poções?! Eu amo poções, é uma arte tão fascinante. — disse Ravenah. — Viu o que foram arrumar para vocês mesmos? Agora estão aí odiando seu professor, por culpa de vocês mesmos.
— Culpa de nós mesmos? — perguntou o menino de olhos verdes meio alterado. — Aquele seboso me detesta e a culpa é minha?
— Estranho, conheço alguém se refere a Snape da mesma forma. — disse Ravenah se lembrando de Sirius. — O fato dele odiá-lo não quer dizer que o quer fora de suas aulas. O errado aqui foi você e não o professor Snape. — Ravenah foi obrigada a levantar um pouco a voz para ver se, se impunha a ferocidade que via nos intensos olhos verdes.
Ravenah viu o garoto a sua frente fechar os punhos, tentando controlar a raiva.
— Ao que me parece, você o odeia tanto quanto o professor Snape a você. — afirmou Ravenah. — Esse ódio não vai fazer bem algum a você, garoto.
— Calma, Harry! — falou a menina de cabelos castanhos, tentando acalmar o amigo.
— Harry? — Os olhos verdes de Ravenah se intensificaram. — Você é Harry Potter?
— É, sou.— respondeu ele ainda com raiva.
Ravenah olhou para os lados, para ter a certeza de que ninguém a ouviria. Quando teve certeza que não havia mais ninguém, continuou.
— Sirius fala muito de você. — Ravenah sorriu pela primeira vez, desde que começaram aquela conversa.
Ravenah tocou a face do garoto, passou os dedos pelos vincos que a raiva produzira em sua testa até que sumissem. Ergueu um pouco o cabelo e pode ver a cicatriz, a tão famosa cicatriz.
A raiva de Harry sumiu ao ouvir as palavras de Ravenah, dando lugar ao espanto e confusão.
— S-sirius? — perguntou ele gaguejando. — Você o conhece?
— Sim. Ótima pessoa, tirando uns pequenos defeitos, ele se torna perfeito. — disse ela rindo.
— De onde você o conhece? — perguntou a menina de cabelos castanhos.
— Da Ordem. — Ravenah sussurrou de forma que só eles pudessem ouvir.
— Você faz parte da Ordem? — perguntou o menino ruivo em um tom um pouco elevado
— Shiiii!!!!! — Fizeram Harry, a menina ruiva e a morena.
— Quieto garoto!!! Quer me expor e a Ordem também? — Ravenah se zangou.
— Desculpa. — falou ele envergonhado.
— Tudo bem, mas que não se repita. — disse ela.
Ravenah ficou olhando para os garotos e sorrindo disse.
— Bem, vejamos, se você é o Harry e ele o Neville... — Ravenah disse apontando para os garotos morenos. — ... Então você é Rony, e vocês duas são Hermione e Gina.
— Sim! — responderam eles.
— Bem garotos foi um grande prazer conhecê-los, mas tenho um compromisso inadiável agora. — disse se afastando. — Vamos ter ainda muita oportunidade de conversarmos daqui por diante.
— Tchau! — disseram eles. — Até amanhã!
— Tchau! Amanhã nos vemos! — disse ela saindo da biblioteca.
Ravenah andou apressada pelos corredores se desviando de alguns alunos, tentava lembrar o caminho e foi com grande alívio que viu a estátua da gárgula no fim do corredor.
— Ai, e agora? Como é mesmo a senha? - tentava se lembrar Ravenah. - Ah, sim. Gotas de limão. Então a estátua se moveu deixando-se ver as escadas. Ravenah subiu no primeiro degrau e a escada se moveu sozinha a levando para a sala do diretor.
Ravenah entrou na sala do diretor e pôde ver que Snape já se encontrava lá.
— Boa tarde, sra Snape. — saudou o diretor.
— Boa tarde diretor, Severus. — saudou ela.
— A sra já vai? - perguntou o diretor.
— Sim. Não tem mais como adiar. — disse Ravenah com um tom de pesar. - Gostaria de não ter que encontrá-lo novamente.
— Infelizmente isso não é possível. — disse o diretor. — Como planeja chegar lá?
— Preciso da ajuda de Snape para isso. Não quero ter que contar com as "gentilezas" de Malfoy. — Ravenah olhou diretamente para Snape.
— Minha ajuda? — perguntou Snape.
Snape ficou de pé, parecia não acreditar em seu pedido, quando ele ia dizer algo, Ravenah visualizou um lampejo de dor nos olhos dele. Rapidamente se sentou arquejando de dor.
— Severus? O que foi? — Ravenah estava sinceramente preocupada. — Posso fazer algo para ajudá-lo?
— Nada! — disse ele irritado apertando o braço esquerdo.
Ravenah se aproximou dele, mas foi bruscamente repelida.
— Não se aproxime! — vociferou ele.
Ela olhou para Dumbledore que observava a tudo impassível.
— Desculpe, não me aproximo. — disse ela evidenciando a mágoa. — Só queria ajudar.
— Tom está o chamando Severus? — perguntou o diretor calmamente
Severus lançou um olhar assassino para o diretor e respondeu a contragosto.
— Está.
— E eu suponho que você vá se juntar a ele daqui a pouco? — continuou o diretor.
— Sim, Alvo. — respondeu Severus.
— Então, já que você irá se encontrar com Tom, você poderia fazer a gentileza de levar a Sra Snape junto com você? — disse o diretor calmamente.
— Claro, Alvo. — falou Severus.— Seria um prazer — completou ironicamente.
— Então vamos logo. Quanto antes terminarmos isso, melhor! — disse Ravenah ignorando a ironia de Snape.
Severus se levantou e saiu pela porta sem esperar Ravenah.
Ele caminhava a passos largos, foi difícil para Ravenah acompanhá-lo. Só conseguiu alcança-lo quando eles chegaram na orla da floresta proibida. Ao deixarem os limites de Hogwarts, Snape estacou, estava impaciente. Ravenah estava alguns passos atrás. Ao chegar onde ele estava, foi puxada com brusquidão e se viu presa em um abraço forte.
— Hei! Tenha mais cuidado! — reclamou Ravenah. — Não sou nenhum embrulho para ser sacolejado dessa forma. Seu estúpido!
— Que seja! — disse ele afrouxando um pouco o aperto e aparatando junto com ela
Aparataram em um lugar bem estranho, totalmente tenebroso aos olhos de Ravenah. Em seguida Snape desaparatou e ela se viu sozinha. Estranhamente se sentiu abandonada.
Começou a caminhar sem rumo, estava muito escuro, mal podia distinguir para onde ia. Depois de um bom tempo caminhando ela ouviu vozes, e distinguiu uma dentre elas. Voldemort. Devagar foi se aproximando. As vozes vinham de trás de um denso arbusto.
Bem lentamente para não fazer barulho, afastou um galho e pôde ver vários homens vestidos de negro com capas e sobre o rosto uma máscara. “Comensais” imaginou ela. E, ao centro bem diante deles estava Voldemort tendo a seu lado. Pedro Pettigrew e do outro Nagini.
Ravenah ficou observando o que estava acontecendo, imaginando o que iria acontecer. Foi quando ela viu alguém se aproximar e fazer uma breve reverência, provavelmente era Snape, pensou ela.
— Muito bom. Já estão todos aqui. Todos os que estão fora que Azkaban, é claro - disse Voldemort. - Mas isto está prestes a mudar.
— Hoje era o primeiro dia do prazo que eu dei para ter a resposta de uma nova aliança. - continuou Voldemort. - Lucius, ela te procurou? Ela observou alguém se aproximar, com certeza era Lucius Malfoy.
Um galho sendo quebrado chamou a atenção de Ravenah que se abaixou entre os arbustos agradecendo a Merlin por ser noite. Esperou e não viu ninguém. Com certeza sua imaginação estava a lhe pregar peças.
— Não, mestre. - disse Lucius Malfoy - Ela não fez nenhum contato.
“Claro que não fez nenhum contato seu idiota!” Pensou Ravenah. Gostaria de nunca mais ter que se dirigir a um Malfoy.
Ravenah ficou ereta, mais uma vez ouviu o barulho. Foi então que ao olhar para onde estavam os comensais que ela percebeu algo! Onde está Nagini?
— Odeio cobras.- Murmurou Ravenah. - Onde será que a maldita se meteu?
Mais uma vez o barulho se fez ouvir só que dessa vez, mais perto. Ravenah sentiu um calafrio percorrer todo seu corpo. Isso não era bom.
O único modo de se aproximar sem ser vista seria se arrastando. Ravenah projetou o corpo para a frente e se arrastou por entre os arbustos. A medida que se esgueirava as vozes dos dois bruxos ficavam mais nítidas. Foi com horror que percebeu ao tirar um galho que impedia seu campo de visão, que tocou algo escamoso. Era Nagini. Ravenah não conseguiu conter um grito de puro horror.Tampou a boca com as duas mãos, como se tentasse conter o grito que já tinha sido ouvido por todos no lugar.
O ser asqueroso a observava curiosamente.Nagini rastejou em sua direção, parecia admirada com ela. Depois de observa-la atentamente, Nagini rastejou em direção ao seu dono.
Fez-se um silencio entre os comensais. Ravenah só conseguia ouvir os sibilos de Nagini e Voldemort conversando.
— Mas, que droga! - Ravenah praguejou.
— Parece, meu amigos - sibilou Voldemort aos comensais. - Que não estamos a sós.
“Não havia outro jeito, senão sair do meio dos arbustos.” Pensou Ravenah.
— A minha querida Nagini acaba de me avisar, que aquele grito que ouvimos pertence a nossa mais nova aliada. – disse Voldemort
Devagar ela se ergueu e saiu do meio dos arbustos.
— Quanta confiança. - disse ela.
— Senhorita McCormarck! - saudou Voldemort. - Pensei que não nos daria a honra da sua presença essa noite.
Ela caminhou lentamente em direção a voldemort.
— Apressadinho você, não? - Ravenah foi irônica. - Segundo me lembro eu só lhe daria a honra de minha presença no dia de amanhã. - Agora tudo o que podia esperar, era o pior.
— Ah, Senhorita McCormarck, espirituosa como sempre. - disse Voldemort sorrindo ironicamente - Vejo que a senhorita já se decidiu.Então, aceita a aliança com as trevas?
— Sim. Já me decidi. - disse Ravenah seriamente.- Decidi que não vou fazer parte da sua corja de comensais. - esperou um minuto para continuar. - Sou boa demais para isso.
— Como ousas recusar a minha oferta? - disse Voldemort furioso.
— Eu não tenho medo de você, nem desses idiotas estúpidos que te seguem. - Ravenah devolveu no mesmo tom.
— Pensei que se importasse com a sua amiguinha amante de trouxas – falou Voldemort
— Ela é a única pessoa que tem importância para mim, seu verme! E, é por ela que eu decidi rejeitar sua tão calorosa proposta. - disse ela.
Ravenah percebeu que os comensais se afastaram um pouco. Talvez estivessem com medo de um provável feitiço lançado a esmo.
— Se, se importasse tanto com ela, teria aceitado a minha proposta - ameaçou Voldemort - Ela sofrerá as conseqüências. Pode esperar.
— Você, Voldemort, é um bruxo sem palavra. Nunca poderia confiar a segurança de Elise a você. Você é desprezível. Esses idiotas te seguem como cães adestrados. Por que sabem que, se não fizerem o que manda não vão ter o que querem. - Ravenah disse olhando em volta e concluiu. - Ou melhor, estão a esperar promessas lançadas ao vento. Promessas que nunca vão ser cumpridas. Como poderia confiar em alguém como você?
— Você ainda irá sofrer por essas palavras. Você não perde por esperar. - Voldemort falou antes de aparatar
Ravenah esperava mais de Voldemort. Nunca imaginou que ele fosse debandar. Ela se virou e viu que estava cercada de Comensais. Havia se esquecido deles.
— Olá pessoal. - disse ela, tentando identificar Snape no meio deles, coisa impossível de se fazer é claro. - Tchau nos vemos por aí. - Dizendo isso Ravenah aparatou.
Ravenah se viu diante dos portões de Hogwarts. Assim que os ultrapassou ouviu um estalido. Severus.
— Você não te noção do perigo? - inquiriu ele chegando perto dela. Seu tom era baixo e furioso
— Não sou tola, Snape. Sei muito bem o que faço. Tinha noção de todo o perigo que a Elise corria e ainda corre. - ela disse com um leve sorriso. - Não adianta discutir comigo, está feito.
— Você só pensa na Senhorita Beauregarth? Não pensa em si mesma? No perigo que corre? – perguntou ele indignado
— Eu não tenho importância. Todos os outros sim. - ela disse num sussurro.
— Snape? - ela o chamou percebendo que ele se afastava.
Severus parou de andar mas não se virou.
— Você nunca se importou com ninguém, a ponto de dar sua vida por essa pessoa? - ela perguntou temendo a resposta.
Severus recomeçou a andar em direção ao castelo, deixando a pergunta no ar.
Ravenah ficou observando Severus desaparecer na escuridão. Tinha muito que fazer, precisava encontrar Elise, o mais rápido possível. Aparatou.Em questão de segundos estava diante da Mansão Black. Na qual entrou correndo o mais rápido que pôde.
Chegou na cozinha e encontrou Elise e Sirius jantando.
— Elise! - disse Ravenah interrompendo o sossego de ambos. - Você precisa vir comigo, agora!
— E porque deveria? - desafiou Elise
— Por que eu recusei o doce convite de Voldemort, e ele disse que eu iria me arrepender. Só por isso. - disse Ravenah deixando de lado o tom que Elise usou.
— Você se encontrou com ele? - O tom de indiferença de Elise sumiu dando lugar ao de preocupação. - Você está bem? Está ferida?
— Sim, me encontrei. Não se preocupe estou bem. - disse Ravenah.
Elise se levantou e abraçou a amiga.
— Porque você tem que se arriscar tanto? - perguntou Elise abraçada à amiga. - Eu não valho a pena.
— Que estranho. Snape disse a mesma coisa. - Ravenah respondeu com um meio sorriso.
— Snape?? - perguntou Elise sorrindo. - Então ele se preocupa com você.
— Por que diz isso?- perguntou Ravenah.
— Por nada... - Elise deu um sorriso malicioso e voltou a sentar na mesa.
— Oh, Sirius, me perdoe nem te cumprimentei. Mas, é que preciso deixar Elise em segurança. - desculpou-se Ravenah.
— Olá, Ravenah. - respondeu ele. - Não precisa se desculpar
— Já jantou, Venah? - perguntou Elise.
— Não. E, nem quero. Depois de ficar cara a cara com Pedro Pettigrew, Nagini, Voldemort e seus Comensais, perdi o apetite. E você Elise você vai para Hogwarts comigo. - disse notando a sombra de contrariedade que surgiu no rosto de Sirius.
— Mas.. - tentou argumentar Elise
— Não tem mas. Elise, Dumbledore e eu achamos que você só estará segura em Hogwarts. - disse Ravenah. - Por favor, só dessa vez, não seja tão teimosa. Por favor Lis.Eu preciso me sentir tranqüila. Por favor, por favor, por favor. - implorou Ravenah.
— Certo, Venah. - rendeu-se Elise. - Eu vou para Hogwarts com você.
— Sirius - começou ela virando-se para o namorado. - A gente poderá se ver todos os fins de semana e reuniões da Ordem, ok?
— Ok - respondeu ele contrariado.
— Me ajuda arrumar as coisas, Venah? - perguntou Elise.
— Sim, ajudo. - se prontificou Ravenah se levantando.
Não demorou muito para que elas arrumassem tudo
— Venah, como eu vou para Hogwarts? A Umbridge vai desconfiar! - questionou Elise. - Tem que haver um motivo...
— Eu sei. Dumbledore não pensou nisso, tampouco eu. - Ravenah segurou uma mecha de cabelo entre os dedos, coisa comum, quando ela estava perdida em pensamentos.
— Eu tenho um motivo para estar lá. Mas, quanto a você, eu não sei. - disse Ravenah. - Vamos encontrar um meio.
— Talvez eu possa ficar lá como guarda da Umbridge. - Elise pensou alto.
— Guarda da Umbridge? - perguntou Ravenah.
— É, Venah. O Ministério acha que o Dumbledore está criando um exército para exterminar o Ministro e seus funcionários. - disse Elise
— Vou mandar um recado pro Quim. Quem sabe ele consegue alguma coisa com o Scrimgeour! - decidiu Elise
" Quim,
Preciso entrar na escola, convença com o Fudge.
E.M."
— Pronto, Venah! - disse Elise entregando a carta a sua coruja. - Daqui a pouco recebemos a resposta e partimos!
Diminuíram as bagagens e desceram até a sala para esperar a resposta de Quim.
“Agora tudo ficaria na mais perfeita ordem, pelo menos por enquanto.” Pensou Ravenah. Em Hogwarts estariam seguras enquanto estiverem sob os cuidados de Dumbledore. Agora só restava esperar para ver o que o destino reservara para elas.
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N/A: Ufa, finalmente saiu esse capítulo, espero não engasgar de novo e ficar muito tempo escrevendo o sexto capítulo. Estou confiante que logo, logo estaremos postando um novo capítulo. Estou muito feliz com os comentários. Só gostaria de ter mais reviews. Mas, mesmo assim eu quero agradecer a todos que tem nos prestigiado com seus comentários, mil beijos. Espero que gostem. Eu, particularmente adorei.
N/A2: Oi gente!!! Depois de muita demora e alguns contratempos, aqui está o capítulo 5. Eu particularmente adorei escreve-lo, espero que vocês gostem!
Obrigada a todos que comentaram. Beijos
Fernanda Black
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