A Profecia



Capítulo 06
“A Profecia”

Aparataram na frente dos portões de Hogwarts. Elise estava apreensiva, não sabia como seria recebida na escola.
— Venah, acho melhor você ir à frente! - falou ela parando de andar. - Não seria bom se nos vissem chegando juntas.
— Concordo. - disse Ravenah se adiantando.
— Entra primeiro, e se puder me espera perto da entrada - falou Elise - E me mostra aonde é a sala da Umbridge.
— Certo. - Ravenah olhou para os lados e caminhou devagar para não chamar a atenção.
Parou quando alcançou a entrada do castelo. Andou pelo saguão de entrada, tentando lembrar-se do caminho até as masmorras. Precisava achar o seu quarto.
Virou no corredor à esquerda, na esperança que ele a levasse até seu quarto. As paredes eram úmidas e frias. Achou que estava no caminho certo.
— O que faz andando pelos corredores à uma hora dessas? - falou uma voz assustando-a. Virou-se rapidamente e deu de cara com Snape.
— Severus! Que susto! - disse Ravenah. - O que faz você andando pelos corredores há essa hora?
— Nada que seja da sua conta. - respondeu ele rispidamente. - Perguntei o que está fazendo aqui. Já está tarde. Amanhã cedo temos aulas.
Ravenah percebeu a amargura dele, então decidiu não aborrecê-lo mais. Não muito é claro.
— Estou meio perdida. Saberia me informar onde fica meu quarto? - Ravenah se arrependeu por perguntar. Sabe-se lá o que ele responderia, ou pior, ele poderia informar a direção errada.
— Não sei informar. E se soubesse não diria. - deu um sorriso irônico. - Sabe em que parte do castelo ele se localiza? Dependendo do lugar eu posso pensar em te ajudar.
— Nossa hoje você está se superando, hein? - disse Ravenah. - Fica nas masmorras. Agora sabe me informar?
— Nas masmorras? – sua expressão passou de irônica para desgostosa.- Deve ser por aqui. Siga-me.
— Puxa, que coisa não? Você podia ser um pouco mais receptivo, não acha? - ela perguntou tendo a certeza que a resposta não seria das melhores.
— Não, eu não acho. Mas isso não importa. Siga-me logo até a essa droga de quarto. - falou ele secamente - Eu tenho mais o que fazer, não vou ficar dando uma de guia turístico.
— Não. Decididamente você não é um guia de turismos. Mas, podia tentar ser um pouquinho mais agradável. Talvez você se sentisse melhor e se tornasse uma pessoa menos ranzinza. - Ravenah o provocou — Até parece um velho de noventa anos. - ela continuou. - Você precisa começar a enxergar as coisas bonitas que te cercam e... Acho que estou falando demais hoje, melhor eu ficar quieta.
— Nunca pensei que chegaria o dia em fosse concordar com você, mas de certo que você se intromete demais. É melhor ficar quieta. É muito irritante, às vezes a vejo como uma grifinória estúpida. Mas tenho que relevar, não é sempre que alguém reage como você à um encontro com o Lorde, isso pode tê-la desorientado.
— Isso é um elogio camuflado? Se não for é uma estranha forma de demonstrar preocupação, Sr. Snape. - Ravenah não conseguiu se conter. Adorava provocá-lo. Gostava de vê-lo no limite. Às vezes era assustador como também reconfortante.
— No dia em que eu quisesse elogiá-la, não perderia tempo com rodeios, visto que me faltariam palavras para descrevê-la em toda sua magnificência... Levando em consideração que esse seu jeito estúpido seja apenas encenação e você tenha entendido o que eu quis dizer.
— O estúpido aqui é você. - disse ela se sentindo uma idiota com aquela discussão.
Masmorras. Que lugar para se morar. Fazer o quê? Não tinha escolha já que era perto da sala de poções. Num vagar seus pensamentos foram levados para sua amiga que ficou a esperar lá no hall de entrada. Elise não conhecia nada ali. Precisava arrumar um jeito de fazer ela entrar sem chamar a atenção. Um sorriso aflorou em seus lábios. Não havia muitas escolhas.
— Severus? - chamou ela a contragosto. - Não gosto de pedir favores a ninguém muito menos à alguém como você. Mas, não vejo alternativa. Elise está esperando no hall de entrada. Achamos de comum acordo que não seria bom sermos vistas juntas. Ela não conhece nada aqui. Será que você poderia acompanhá-la de forma que ela não se perca pelos corredores? Ela precisa se apresentar a Umbridge.
— Não me diga que ela irá morar aqui também? - Severus foi sarcástico. - Ela vai deixar o cachorrinho dela sozinho naquela mansão?
— Sim. Ela vai morar aqui. A contragosto é claro. - Ravenah não gostou muito da forma como Severus se referiu. - Nos tempos em que estamos vivendo. Com essa guerra pronta a eclodir, você não podia ser um pouco maleável com o Sirius? Ele não é todo tão mal assim. Se fosse o monstro que você pinta a Elise não gostaria tanto dele. - Severus lançou-lhe um dos seus famosos olhares mortíferos e começou a andar em direção ao saguão de entrada.
— Severus? Onde vai? - Ravenah desatou a correr atrás dele. O que será que vai na cabeça de um homem como ele? Ela pensava. Deixou-me falando sozinha. Será que ele não podia ser um pouco cavalheiro de vez em quando? Não. Não podia. Isso acabaria com a essência de sonserino dele.
Chegaram ao Saguão e encontraram uma Elise impaciente andando de um lado para o outro.
— Venah! Que demora. - reclamou Elise ao ver a amiga. - Boa noite, Snape.
— Desculpe-me Lis. - disse Ravenah envergonhada. - Não queria ter demorado tanto.
— Severus? Não vai cumprimentar Elise? - perguntou Ravenah. - Não se pode esperar muito de você, não é mesmo?
— Então, vamos?- perguntou Elise, ignorando o olhar que recebeu de Snape
— Vamos. - disse Ravenah lançando um olhar desaprovador para Snape. - Agora é com você Severus. Não sei onde ficam os aposentos de Umbridge.
— Fica no terceiro andar. Espero que aprenda o caminho, como eu já te disse não sou guia turístico - falou ele secamente. - O que estão esperando, eu não tenho a noite toda. - recomeçou a andar, subindo as escadas da direita.
— Desculpe Elise. Sei que ele podia ser mais cordial. - desculpou-se Ravenah.
— Ele é sempre assim, ou só quando está na minha frente? - perguntou Elise aos sussurros
— Não. Acho que ele fica pior quando eu estou por perto. - disse ela sem entusiasmo.
— Acho que é porque ele gosta de você, mas não quer demonstrar. E se finge de indiferente - falou Elise sorrindo
— Nunca mais repita isso na frente dele. É bem capaz de te amaldiçoar ou coisa pior. - sussurrou Ravenah. - Se isso é gostar, imagina como seria odiar.
Elise apenas gargalhou
— Elise! - zangou-se Ravenah. - Não quero chamar a atenção sobre nós, não se esqueça dos quadros e tampouco dos fantasmas.
— O que está acontecendo por aqui? - uma voz medonha perguntou. - Que desordem é essa?
Elise olhou para Ravenah se desculpando. Sabia que tinha chamado atenção.
— Não há desordem nenhuma senhor Filch - respondeu Severus friamente. - Eu apenas estava acompanhando a Senhorita Beauregarth até a sala da professora Umbridge.
— Ah, desculpa professor. Não tinha visto o senhor - desculpou-se Filch diante das palavras do professor. - Se o senhor quiser, eu acompanho essa senhorita até a sala da Professora Umbridge.
Ravenah não sabia bem o porquê, mas a aparição de Filch parecia ter sido providencial, dada a expressão de alívio que transpareceu na face de Snape. Será que a presença das duas era assim tão repugnante para ele, ou será o fato de ter que estar diante de Umbridge? Essa pergunta com certeza ficaria no ar caso fosse feita. Com toda a certeza.
Snape apenas assentiu com um movimento de cabeça.”Bem típico dele”. Pensou Ravenah.
— Ah, claro, claro... Fico feliz em saber que ainda há alguém com discernimento o suficiente em saber que um professor possui obrigações demais para ficar perdendo tempo com atividades irrelevantes pelo corredor...
— Vamos, senhorita - disse Filch rudemente.
Elise olhou significativamente para Ravenah, como quem pedindo uma confirmação se deveria acompanhar o zelador.
Ravenah fez um leve movimento com a cabeça a fim de confirmar que Elise poderia seguí-lo tranqüila.
Depois da confirmação da amiga, Elise seguiu o estranho homem por longos corredores até chegar a uma grande porta de carvalho polido.
— A sala da professora Umbridge é aqui. - disse ele apontando para a porta.
— Ah, obrigada por me acompanhar, Senhor...? - perguntou Elise
— Filch - respondeu mal-humorado.
— Obrigado, senhor Filch. - agradeceu ela gentilmente. - A partir de agora eu me viro. - Filch já havia dado as costas e já ia a certa distância resmungando alguma coisa.
Elise respirou fundo duas vezes, antes de finalmente bater na porta. Cerca de 5 minutos depois a mesma foi aberta por uma mulher baixinha e gordinha com um rosto redondo e expressão falsa.
— Em que posso ajudar? - perguntou analisando Elise.
— Boa noite. Meu nome é Elise Marie Beauregarth, e eu vim para Hogwarts a mando do Ministro da Magia. - falou calma e pausadamente.
— Oh, sim! Recebi uma carta do Fudge. - falou Umbridge mais animada. - Você deve ser a auror que vai ajudar na minha segurança. Prazer, Dolores Umbridge.
— Oh, o prazer é meu. - respondeu Elise tentando esconder ao máximo toda a repulsa que sentia pela mulher.
— Srta. Beauregarth, já está tarde. Não gostaria de descansar? - a voz da mulher era falsamente bondosa. - Um elfo domestica a acompanhará até o seu quarto. Tinky!
Elise ouviu um estampido e logo depois, a sua frente surgiu uma elfo doméstico magro vestindo um pano encardido e esfarrapado, que ela imaginou ser Tinky.
— Professora Umbridge, senhora. - disse fazendo uma reverencia. - O que Tinky pode fazer pela senhora?
— Leve essa senhorita até o segundo quarto do lado oeste do 1 andar. - mandou Umbridge. - A senha é Ministério da Magia - disse virando-se para Elise. - Depois você pode mudá-la.
— Obrigada - Elise apenas agradeceu e seguiu o elfo até seu quarto.
Quando o quadro se fechou e o elfo foi embora, voltou suas malas ao tamanho normal, trocou de roupa e foi dormir. Sabia que o dia seguinte seria um dia cheio.
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Elise acordou cedo. Não sentia a mínima vontade de se levantar e servir de cão de guarda para Umbridge. Mas era seu trabalho agora. Não tinha como fugir.
Tomou um banho quente para relaxar e se vestiu de preto. Afinal, queria parecer o mais transparente possível. Penteou os cabelos e os secou com um simples feitiço, deixando-os soltos, caindo pelos ombros. Colocou a capa e desceu para o café da manhã rapidamente. Não poderia se atrasar, tinha que causar uma boa impressão em Umbridge.
O Grande salão estava praticamente vazio. A maioria dos alunos ainda deveria estar se arrumando. Na mesa dos professores, Minerva conversava animadamente com Dumbledore. Enquanto Umbridge e Snape apenas comiam olhando para os próprios pratos.
Elise andou até a mesa dos professores e cumprimentou apenas Umbridge:
— Bom dia, Professora Umbridge! - falou Elise docemente.
Umbridge olhou para Elise e sorriu falsamente:
— Bom dia Srta. Beauregarth! Como passou a noite?
— Muito bem, obrigada. - respondeu sorrindo.
— Sente-se aqui do meu lado e coma alguma coisa. - ofereceu Umbridge. - A manhã será longa.
Elise prontamente sentou-se ao lado da bruxa e pôs-se a comer.
Faltando alguns minutos para o termino do café da manhã, Elise viu as portas do Grande Salão se abrindo e Ravenah entrando sob um olhar de descontentamento de Umbridge e de reprovação por parte de Snape. Escondeu um sorriso. Viu a amiga dirigindo o olhar para ela, mas desviou o olhar para não levantar suspeita.
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Ravenah acordou com a sensação de ter sido pisada por um trasgo. Sua cabeça pesava. Estava tensa. Ainda não acreditava na falta de educação de Snape. Ele nem ao menos cumprimentou Elise. Que tipo de criação aquele homem havia tido? E, para piorar discutiram o tempo todo. Desde que deixaram Elise sob as atenções de Filch, Snape discutiu com ela até a deixar em frente a porta de seu quarto, na fria e insólita masmorra.
E, para piorar teria que "usufruir" da companhia de Snape pelo dia todo, em todas as aulas de poções.
Com um chute ela jogou o cobertor longe e se levantou. Dirigiu-se ao banheiro e abriu as torneiras da banheira, tudo o que precisava no momento era de um banho relaxante.
Após o banho Ravenah prendeu os cabelos num coque elegante e escolheu um vestido marfim esvoaçante. Sempre gostou das cores claras, transmitiam paz a ela, e isso era tudo o que mais precisava naquele momento.
Já estava atrasada para o desjejum, talvez fosse melhor não ir. Mas, se não fosse talvez Dumbledore ficasse desapontado com ela.E isso era algo que não queria. Tinha ao menos de tomar uma xícara de chá.
Ravenah de um salto saiu do quarto e correu pelos corredores em direção ao grande salão.
Seria a última pessoa a entrar, mas tudo bem. O que não esperava era o olhar reprovador de Snape, assim que ultrapassou as grandes portas do imenso salão. Aquele homem era insuportável. Nem um simples atraso para o café da manhã ele perdoava.
Enquanto atravessava o grande salão, Ravenah distinguiu Elise envolta numa veste negra que ressaltava ainda mais a pele alva. Estava muito elegante. Pena não poderem estar juntas, não podiam levantar suspeitas perante Umbridge. Com vagar Ravenah se acomodou na cadeira vaga entre Snape e Minerva.
Não dirigiu palavra a Snape, mas cumprimentou Minerva cheia de alegria, visto que ela sempre a tratara muitíssimo bem. Apesar do semblante áspero, ela era um doce de pessoa, apenas era rígida demais.
Ravenah apenas se deliciou com uma xícara de chá e algumas bolachas.
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Devagar os professores começaram a se levantar e tomar a direção de suas salas. Logo as primeiras aulas teriam início.
Umbridge acabou de comer e levantou-se da mesa, sendo seguida por Elise. Saiu do Grande Salão e se dirigiu até a sua sala.
Assim que Umbridge e Elise saíram, Snape pôs-se de pé e saiu do salão, Ravenah mais que depressa o seguiu. Ela tentou, mas não conseguiu acompanhar os passos largos de Snape, o que era, em suma, desagradável.
Tinha a certeza que aquele não seria um bom dia. De longe percebeu a forma abrupta e estúpida com a qual a porta foi aberta.
O que não era nenhuma novidade.
— Hoje vocês prepararão a poção revitalizante! As instruções estão no quadro e vocês têm 40 minutos. - disse ele friamente.
— Sr. Weasley! O que está fazendo, que ainda não começou a sua poção? Menos 5 pontos para a Grifinória!
— N-nada, senhor! - respondeu Rony começando a preparar a sua poção rapidamente.
— Quarenta minutos? Mas essa poção é muito complicada. Não vão conseguir. Precisam de tempo hábil para isso. - murmurou Ravenah.
Snape lançou o pior de seus olhares para ela e se acomodou em sua cadeira e pôs-se a escrever enquanto os alunos tentavam por em prática a poção.
Enquanto Snape se mantinha sentado, Ravenah resolveu caminhar entre as carteiras. Ela percebia o quão tensos ficavam quando ela se aproximava. Eles estavam com receio, diria mais, com um pavor absurdo. Os únicos que não tinham reação alguma eram os soberbos sonserinos.
Um garoto de olhos cinzentos e cabelos platinados a olhava com desdém e ar superior. Ravenah não gostou dele.
— Senhor Potter! Que cor está a sua poção? - perguntou Snape rispidamente
— Laranja, senhor. - respondeu ele a contragosto.
— E que cor deveria estar? - perguntou ele sorrindo ironicamente.
— Verde professor - falou o outro.
— Então isso quer dizer... - disse Snape limpando o caldeirão de Harry com um feitiço. - Que ficou sem nota novamente.
Ela viu Harry cerrar os punhos de raiva, os olhos faiscando em fúria, enquanto os sonserinos riam abertamente. Observou quando Hermione tentou em vão acalmá-lo. Sabia o quão cruel Severus poderia ser, mas não entendia o porquê dele estar sendo tão medonho com aquelas crianças.
— Como assim sem nota? – perguntou Ravenah. – Não se passaram nem dez minutos, o que significa que ele ainda tem trinta minutos para concluir a poção. O tempo pode ser nosso inimigo às vezes, mas também pode ser nosso melhor aliado. Concorda comigo senhor Potter?
— Concordo srta. McCormarck. – disse o garoto firmemente.
Aquela primeira experiência ao lado de Snape estava sendo terrível. E, foi com imenso alívio que percebeu que a aula havia terminado.
— Coloquem as suas amostras da poção revitalizante na minha mesa. - falou Snape rispidamente ao ouvir o sinal. - E quero uma redação de 50 centímetros sobre as propriedades dessa poção e seus efeitos para a próxima aula.
Ravenah percebeu que a maioria daquelas crianças odiava o professor, não contando com os Sonserinos. Era triste pensar que ninguém gostava dele. Ele não se preocupava com isso. Mas, Ravenah começou a se sentir profundamente triste. E, foi com imenso pesar que deixou a sala de poções naquela manhã.
Depois de uma manhã cansativa de aulas, Ravenah chegou no Grande Salão para almoçar. Olhou para a mesa dos professores e viu a expressão entediada de Elise. A manhã dela também deveria estar sendo péssima. Sentou-se entre Dumbledore e Minerva.
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Elise mexia a comida no prato, sem vontade alguma de comer. Sua manhã estava sendo pior do que ela imaginara. As aulas da Umbridge eram verdadeiras torturas para ela e com certeza para os alunos também. Precisou se segurar para não tomar uma atitude, quando a professora começou a desmentir a volta de Voldemort e a inferiorizar Lupin. Usou todo o seu autocontrole para controlar a raiva e não enfeitiçar aquela bruxa infernal. Suspirou com pesar. Era apenas a sua primeira manhã de aulas.
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Ravenah não conseguiu comer. Parecia que havia um nó em sua garganta. Aquela manhã tinha sido uma das piores que já vivera. Não tinha certeza do papel que interpretava naquele lugar. Tinha que ter uma séria conversa com Dumbledore. A convivência com Snape seria insuportável. Nunca imaginou que ele fosse tão cruel com os alunos. Estava sentindo um vazio imenso. E a tristeza que sentia só aumentou. Sentia-se estagnada. Como se suas forças tivessem sendo sugadas. De repente se levantou e saiu em disparada do Grande Salão. Precisava sair dali, procurar um canto para pensar, não estava disposta a outra tortura.
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Ouviu o barulho de uma cadeira sendo arrastada bruscamente, levantou a cabeça e viu Ravenah saindo as pressas do Grande Salão com uma expressão transtornada. Segurou-se para não seguir a amiga. Tinha um papel a cumprir. Precisava arranjar um jeito de encontrá-la longe das vistas de Umbridge.
— Professora Umbridge. - chamou Elise calmamente. Quando a mulher a encarou ela continuou. - Será que a senhora poderia me dar licença? Eu gostaria de usar o próximo horário, que é vago, para arrumar os meus aposentos. Ainda não tive tempo para me acomodar devidamente.
Umbridge olhou fixamente para Elise durante algum tempo, tentando captar qualquer vestígio de mentira. Depois de se convencer de que a intenção da outra era somente arrumar o quarto, ela sorriu falsamente e respondeu como se estivesse falando com uma criança:
— Claro que sim. A senhorita poderá usar os tempos vagos para arrumar as suas coisas ou ler alguma coisa na biblioteca. Mas esteja sempre atenta aos horários. Posso precisar da senhorita a qualquer momento.
— Tudo bem, professora Umbridge. Ficarei atenta. - falou ensaiando o maior sorriso. - Licença.
Levantou-se o mais rápido que pode, tomando cuidado para que ninguém notasse a preocupação estampada na sua face. Sentiu um par de olhos a observando, não virou para trás, apenas apertou o passo.
Ao sair do Grande salão, parou. Não sabia aonde a amiga poderia ter ido. Não conhecia nenhum lugar no castelo.
Estava quase se desesperando quando ouviu alguns alunos saindo do Grande Salão. Teria que pedir ajuda. Rezou para que não fossem sonserinos. Sorriu ao lembrar de Sirius. Para a sua sorte quem estava saindo do Grande salão era Harry e seus amigos. Não hesitou:
— Sr. Potter! - chamou ela. Viu o menino virar-se na sua direção. Os olhos verde esmeralda fitando-a tristemente. - O senhor poderia vir aqui um instante?
O menino olhou para os amigos e acenou pedindo para eles seguirem sem ele. Olhou desafiadoramente para Elise e se aproximou.
— Não posso te ajudar, Srta. Beauregarth. - falou se m olha-la - Não conheço nenhum lugar como o que a Srta. descreveu.
Harry a encarou durante alguns minutos, e ela pode ver a confusão em seus olhos. O garoto parecia estar travando uma batalha interna. Desviou os olhos. Esperou alguns minutos até que ele respondeu:
— Não posso te ajudar, Srta. Beauregarth. - falou se m olha-la - Não conheço nenhum lugar como o que a Srta. descreveu.
Elise suspirou tentando manter a calma. Não adiantaria se estressar, precisava encontrar Ravenah.
— Harry... - começou ela quase sussurrando - Por favor, me ajude.
— Porque eu deveria?- perguntou ele quase gritando.
— Fale baixo! - ela sussurrou. - Não podem nos ver conversando. Eu preciso encontrar a Ravenah. É importante. Fale baixo que eu te explico.
— Ravenah? Você quer dizer, a Srta. McCormarck? - perguntou ele num tom baixo. - O que você quer com ela? - perguntou ele desconfiado.
— Sim, a Ravenah - respondeu ela impaciente. Controlou-se. Aquela conversa não estava levando a nada. - Eu preciso encontrá-la, preciso vê-la. Por favor... Por Sirius...
Harry assustou-se ao ouvir o nome do padrinho, afastou-se de Elise olhando espantado para a mulher.
— S-sirius? - perguntou ele tentando se manter indiferente - Que Sirius?
Elise não pode deixar de sorrir ao ver a reação do menino.
— Sirius Black, Harry, seu padrinho. - falou ela. - Eu o conheço. Não se preocupe, esse segredo está bem guardado comigo. Agora por favor me ajude!
— Da onde você o conhece? - sussurrou Harry.
— Bem... Eu passei mais de três anos tentando captura-lo. Até o dia em que ele me salvou. - sorriu- Conheço-o da Ordem. - falou as ultimas palavras mexendo somente os lábios sem emitir som algum.
Harry assentiu com a cabeça, confuso demais para falar.
— A torre de astronomia costuma ficar vazia durante o dia. - falou ele finalmente. - É só andar até o final do corredor da esquerda, virar a direita e subir a escada até o final.
— Obrigada, Harry. - agradeceu ela aliviada. - Agora vá para a aula e não conte o que conversamos para ninguém.- sorriu para ele. - Sr. Potter, se eu pegá-lo mais uma vez tentando matar aula eu falarei com a prof. Umbridge.
Viu o garoto segurar uma risada e fingir-se de irritado. Pelo menos havia feito ele sorrir. Quando o corredor ficou vazio saiu quase correndo em direção a torre indicada por Harry.
Subiu as escadas o mais rápido que pode e chegou até a porta da torre. Encontrou-a trancada. Tentou força-la mas não conseguiu. Puxou a varinha e tentou em vão destrancá-la com diversos feitiços.
— Venah? Você está ai? - ela chamou desistindo de arrombar a porta. - Por favor, abra.
— Agora não Lis. Quero e preciso ficar sozinha. - disse Ravenah com voz abafada.
— Me deixa entrar, Venah. - pediu Elise. - Eu menti para a Umbridge, convenci o Harry, corri do Saguão até aqui para te ver, por favor, destranca a porta.
— Está bem! - disse Ravenah. - Entre.
A porta se abriu dando passagem para Elise.
— Venah, o que aconteceu? - perguntou Elise preocupada sentando-se ao lado a amiga. - Porque você saiu daquele jeito do Grande Salão? Você não tinha uma aula agora depois do almoço?
— Não estou me sentindo bem, Elise. - sussurrou Ravenah cheia de tristeza.
— Isso dá para perceber, Venah - falou Elise. - Mas porque você ficou assim?
— Experimenta assistir a uma aula do Snape. Depois você me diz. - Ravenah se sentou no chão e recostou-se na parede fechando os olhos. - Ele é horrível com as pobres crianças.
— Ah, então é isso. O Snape. - Elise conteve um sorriso. - Ele não me parece muito pior do que a Umbridge. A mulher é uma imbecil. Não deixa as crianças usarem varinhas nas aulas. Ilude as pobres dizendo que não existe mal no mundo e que o ministério tem tudo sobre controle.
— Ela ilude as crianças. Severus as destrata, é um abuso o que ele faz. Hoje tive que intervir quando ele disse que Harry mais uma vez ficaria sem nota em poções, ele nem ao menos deu uma oportunidade para o garoto. - Ravenah se levantou e caminhou em direção a uma grande janela de onde podiam ver o lago. - Nunca imaginei que ele fosse assim. Ele é destrutível, digo, ele consegue tirar toda a magia do ensino das poções.
A brisa fria soprou mais forte chicoteando a face de Ravenah.
— Ele é detestável, Venah. Você não deveria se sentir assim por ele. Ele é que deveria se culpar pelo que faz com as crianças, e quanto ao Harry, o ódio que ele sente pelo garoto é por causa das brincadeiras dos marotos na sua época de escola, não que isso justifique, porque não justifica. - Elise suspirou antes de continuar. - Por mais detestável que seja, você não pode intervir. O nosso papel aqui é nos manter invisíveis. Pode ter certeza que eu também tenho vontade de enfeitiçar a Umbridge.
— Sabe como sou, Lis. Não consigo ficar de lado só olhando. Não suporto tratamentos diferenciados. - Ravenah chutou a parede. - Precisa ver como ele trata aqueles sonserinos. Ele consegue sorrir para eles. Dá para acreditar?
— Claro que eu acredito. Eu sei que isso te afeta, Venah. - Elise olhou para a amiga - Mas por favor, não deixe ele acabar com você. Promete que vai fazer o possível para não se deixar afetar? Não vai adiantar eu falar o que acho, você não vai ouvir mesmo. - Elise falou escondendo um sorriso.
—- Os trouxas costumam dizer que quem está de fora enxerga melhor a situação. - disse Ravenah com se estivesse pensando alto. - Então Lis, diga o que acha.
— Eu acho que você gosta do Snape. - Elise fingiu não ver a cara de indignação da amiga. - Gosta tanto ao ponto de ficar perturbada só pelo fato dele ser um cara desprezível.
— Elise!!! – Ravenah estava indignada
— Como você ousa supor que eu sinta algo por aquele... Aquele idiota! - Ravenah estava cuspindo marimbondos.
— Não falei nada demais, Venah - Elise se defendeu. - Só falei que você está gostando do seu marido.
— Ele é detestável. - murmurou Ravenah. - Não... isso não pode acontecer... decididamente, não posso estar apaixonada por ele.
Ravenah fixou um ponto na parede e ficou em silêncio.
— Nos não controlamos nossos sentimentos, Venah. - Elise aproximou-se da amiga. - O destino às vezes nos prega peças.
Ravenah continuou em silêncio observando a parede, parecia estar alheia ao que a amiga dizia.
— Não estou apaixonada por ele. - Ravenah constatou. — Eu o amo. - Confessou ela.
Elise sorriu para a amiga. Não adiantava contestá-la. Sabia que era verdade. Ravenah cobriu o rosto com as mãos tentando esconder as lágrimas.
— Venah, eu posso estar muito enganada, mas ele nutre algum sentimento por você também - falou Elise sabendo que a amiga não acreditaria. - Ele se preocupa com você. Isso já é um começo.
— Snape? - Ravenah era cética quanto a isso. - Duvido muito. O que ele teme é o fato de eu por o disfarce dele em perigo.
Elise não respondeu. Em parte concordava com Ravenah, mas sabia que no fundo Snape tinha um coração.
A porta da Torre abriu-se com um estrondo e Snape entrou furioso. Seus olhos negros faiscavam de raiva e seus punhos cerrados faziam as juntas dos dedos ficarem brancas ao redor da varinha na mão direita.
— O que você tem na cabeça, mulher? - perguntou Snape. - Sair daquele jeito do Grande Salão e faltar as aulas da tarde! Você tem obrigações, sabia?
— Dumbledore me chamou para ser assistente de um mestre de poções e não de um carrasco. Minhas obrigações e responsabilidades são para o mestre de poções e não para o carrasco. - Ravenah sustentou olhar de Snape. - Se o mestre de poções não aparecer, não apareço em nenhuma de suas aulas.
— Boa tarde, Snape - falou Elise cínica. - Não precisa crucificá-la por ter faltado uma aula. Sentiu falta dela por acaso?
— Responsabilidade é o mínimo que se espera dos funcionários dessa escola, Sra. Snape. - falou Severus ignorando Elise. - E pelo visto você não a tem. Vou ter que comunicar o diretor. Espero que isso não volte a se repetir.
— Sou muito responsável Sr. Snape. - disse Ravenah com um sorriso irônico. - Faça o que bem quiser. Claramente não vai se repetir. Não faço a mínima questão de continuar a ser sua assistente.
Ravenah olhou com desdém para Snape e se dirigindo para Elise disse:
— Elise vou para o meu quarto, como bem sabe, estava aqui por não estar me sentindo bem. - fez uma breve pausa. - Se quiser ficar conversando com Snape, fique a vontade, do contrário é melhor ir ter com aquela bruxa velha, antes que ela sinta sua falta.
— Não, Venah. - falou Elise. - Eu não vou ficar conversando com o Snape. Eu tenho aula agora. A Umbridge já deve estar me esperando.
— Está vendo, Sra. Snape. - A voz de Snape não continha nenhuma emoção. - Até a sua amiga tem alguma responsabilidade. Não foge as obrigações.
— Não estamos discutindo responsabilidades. - disse Ravenah em tom queixoso. - Não posso ficar vendo você destruir aqueles jovens.
— Destruir? - Snape olhou para Ravenah. - Eu não estou destruindo aquele bando de cabeças-ocas. Estou tentando enfiar alguma coisa na cabeça de vento deles. Alguma coisa que sirva para a guerra que está acontecendo lá fora. A guerra sim destrói, Sra. Snape
— Pare de chamar de Sra. Snape. - gritou Ravenah
— E você quer que eu te chame de que? - perguntou ele friamente. - Afinal esse é o seu nome, não?
— Quer que alguém ouça? - disse exasperada. - Algum de seus sonserinos por exemplo, que com certeza vão correndo contar para o Malfoyzinho que vai contar para o papai e por seu disfarce em risco. Idiota.
— Ninguém irá ouvir, a menos que a Sra. continue gritando como fez a pouco. - ele rebateu
— Me desculpe. Sr. meu marido! - disse ela imitando o jeito dele falar. - Então me responda, porque Draco Malfoy vem me seguindo?
— Como eu vou saber o porquê do Sr. Malfoy estar a perseguindo? - falou Snape friamente. - Eu sou professor dele, não babá. Não sei tudo o que ele faz.
— O que é que está acontecendo ai? – veio uma voz da escada. Segundos depois Sibila Trelawney apareceu.- Ah, são vocês professores. Pensei ter ouvido vozes alteradas e achei que alguns alunos estavam brigando aqui encima.
— Como bem vê Sra. não há ninguém brigando. - disse Ravenah. - Há quanto tempo está nos ouvindo?
— Não estava espionando se é isso que a Srta. está insinuando. - falou Sibila. - Acabei de subir as escadas. Estava vindo até aqui para tomar um ar.
— Mas eu já estava de saída. - rebateu Ravenah. - Se me der licença.
Ravenah dá alguns passos quando ouve Trelawney falar meu engasgado como se tivesse sufocando:
— O dia em que o Mal sucumbirá e que o Bem triunfará se aproxima. Quando o 14º ano de separação se completar o destino as unirá. A amizade se fortalecerá quando tempos difíceis elas forem enfrentar. Enquanto o amor prevalecer o mal irá se enfraquecer. Antigas inimizades aflorarão e todos seguirão o coração.O dia em que as trevas sucumbirão chegará quando o 18º ano terminar. - Trelawney acabou de falar e caiu inconsciente no chão.
Elise olhou estática para a bruxa caída no chão, ainda absorvendo as palavras ditas. Ravenah correu para socorrê-la que não parecia nada bem.
— Ao que ela se referia? - perguntou Ravenah
— Sinceramente não tenho a mínima idéia. - respondeu Elise confusa. - Porque ela falou isso?
— O que acha Severus? - perguntou Ravenah
— Sibila acabou de profetizar. - Severus estava olhando para a janela, como se lembrasse de algum acontecimento passado. - Temos que falar com Alvo.
— Não podemos. Temos aula agora à tarde. - Elise falou lembrando-se que estava atrasada. - Depois do jantar nós conversamos com o diretor.
— Elise vá ter com a Umbridge. - Ordenou Ravenah. - Severus também tem dar aulas, eu fico com Trelawney até ela acordar.
— Acho melhor você levá-la para a enfermaria, Venah. - Elise olhou para Ravenah que estava ao lado de Sibila - Eu realmente tenho que ir. - E saiu em direção a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.
— Levá-la para a Enfermaria irá levantar muitas suspeitas sobre nós. - falou Severus. - Deixe-a aí. Daqui a pouco ela irá acordar. Agora vamos, tenho uma aula para dar!
— Não vou deixá-la aqui, sozinha. - disse Ravenah. - Vá você dar sua aula. Vou ficar com ela até que acorde.
— Vamos logo! Quando ela acordar vai encher-lhe de perguntas. - Snape estava irritado - Vai querer saber o que nós três estávamos fazendo aqui. Ninguém pode saber que você e a Srta. Beauregarth se conhecem. Você não entende que isso pode te prejudicar? Prejudicar o diretor? Pelo menos uma vez na vida não seja teimosa e me ouça!
— Oh, está bem! Eu vou. - concordou Ravenah a contragosto.
Elise desceu correndo as escadas que davam acesso à torre de astronomia e andou rapidamente pelos corredores vazios rezando para não estar muito atrasada.
Chegou ao corredor do terceiro andar e viu a turma do quinto ano virando no outro extremo do corredor, rapidamente entrou na sala e pôs ao lado da prof. Umbridge
— Estou atrasada, professora? – perguntou calmamente rezando para que Umbridge não percebesse a sua respiração descompassada.
— Não, Srta. Beauregarth. – respondeu a professora. – A Srta. chegou na hora. Quase atrasada. Preste mais atenção nos horários das aulas. Não tolero atrasos.
— Sim, Sra. – respondeu Elise educadamente.
Os alunos entraram silenciosamente na sala e sentaram em seus lugares. Elise viu Harry junto com Rony e Hermione. Deu uma piscadela quase imperceptível para o garoto.
— Guardem as suas varinhas! - ordenou Umbridge desnecessariamente. os alunos não tinham se dado o trabalho de tirarem as varinhas das mochilas. - Abram o livro na pagina 35 e leiam o capítulo inteiro.
Depois de dez minutos silenciosamente torturantes, ouviu um barulho de livro sendo fechado bruscamente. Elise viu Harry olhando desafiadoramente para a professora
— O que pensa que está fazendo, Sr. Potter? - perguntou ela no seu falso tom doce. - Eu pensei ter mandado você ler o capítulo inteiro.
— Sim, a Senhora mandou. - ele respondeu simplesmente. - Mas eu acho pura perda de tempo.
Umbridge encarou os olhos verdes furiosos de Harry.
— Como disse, Sr. Potter?
— Isso mesmo que a senhora ouviu. – respondeu ele. - Enquanto nós estamos lendo capítulos de livros inúteis, pessoas morrem na guerra que acontece lá fora. Ao invés de nós preparar, essas aulas apenas ocupam nosso tempo com coisas inúteis. Coisas que não nos ajudarão a sobreviver.
— Sobreviver a que? – perguntou ele com uma calma fingida. – Não há uma guerra lá fora Sr. Potter. Isso é apenas reflexo dos traumas sofridos pelo senhor durante a sua infância. Apenas uma ilusão.
— NÃO É UMA ILUSÃO! EU VI! VOLDEMORT VOLTOU! – Harry estava totalmente descontrolado.
Elise não sabia o que fazer. Não podia denunciar a sua posição, mas também não podia deixar com que Harry fosse além daquele ponto. Decidiu-se. Era tudo ou nada.
— Sr. Potter! Estamos em uma sala de aula. Lugar onde você deve respeito a Profª. Umbridge. Controle-se. O senhor está atrapalhando a aula. - Voltou para o lado da professora. - Desculpe se me excedi, Profª. Não suportei tamanha falta de respeito.- murmurou Elise.
— Tudo bem Srta. Beauregarth – sussurrou Umbridge sorrindo para ela. – Não precisa se desculpar. O garoto realmente passou dos limites.
— Sr. Potter, detenção na minha sala hoje as 20:00. Não se atrase. – Umbridge voltou ao seu tom falsamente doce. – Para a próxima aula eu quero um resumo sobre esse capítulo que estudamos hoje e uma leitura prévia do próximo. – O sinal tocou indicando o final da aula. - Estão dispensados.
Os alunos saíram da sala como se estivessem fugindo da forca, numa velocidade incrível. Elise segurou-se para não segui-los. A última coisa que ela queria era ficar a sós com a Umbridge. Mas infelizmente Merlin não estava do lado dela.
— Srta. Beauregarth! – chamou Umbridge. Elise virou-se para a professora – Gostei da sua atitude com o Sr. Potter. Garoto impertinente! Mereceu uma lição.
— Não fiz nada além da minha obrigação, professora. – respondeu Elise modestamente. - O garoto não tem o direito de desrespeitá-la.
— Certamente que não. – respondeu a professora sorrindo. – Já pode se recolher Srta. Já fez muito por hoje. Até o jantar.
— Até o jantar professora. – respondeu educadamente e saiu rapidamente da sala de DCAT.
Andou pelos corredores sem rumo. Não sabia o que pensar. Primeiro a confissão de Ravenah, depois uma profecia maluca e para finalizar o showzinho de Harry no meio da aula. Precisava falar com o diretor sem levantar suspeitas.
Chegou à porta dos seus aposentos sem perceber. Entrou. Os elfos já haviam arrumado a cama e limpado o quarto. Foi até o banheiro e ligou a torneira da banheira. Um banho relaxante era tudo o que ela precisava no momento. Entrou na água quente e sentiu os músculos do seu corpo se relaxando aos poucos e toda a tensão se esvaindo através da água.
Acordou sobressaltada. Ainda estava na banheira. Precisava se arrumar para não perder o jantar. Enxugou-se e trocou de roupa rapidamente. Olhou no relógio e constatou que ainda era cedo. Respirou aliviada.
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Ravenah batia a pé esquerdo no chão áspero das masmorras em total sinal de desaprovamento, pelo visto não adiantou de nada tudo o que dissera a Snape.
Os pobres corvinais do terceiro ano estavam pagando caro por ela ter se intrometido com a maneira com a qual o mestre de poções ensinava.
Pobres garotos. Decididamente não adiantava se intrometer. Ele não mudaria. Nunca. Esta era a natureza dele. Mas ele bem que podia ser maleável. Os alunos o encaravam como se fosse um predador prestes a desferir o golpe fatal em sua presa.
Será que aquele dia nunca terminaria? Pensou Ravenah. Já estava cansada. O golpe fatal do dia foi uma linda garota ruiva da lufa-lufa cair em pranto convulsivo quando Snape literalmente berrou com ela, após ter exagerado em um dos ingredientes e a poção começar a exalar o pior odor que Ravenah já sentira.
Finalmente a última aula do dia chegou ao fim e foi com imenso alívio que Ravenah viu o último aluno deixar a sala.
— Você deve se sentir muito bem depois de tudo isso, não é mesmo? - perguntou Ravenah, sabendo que a resposta não seria das melhores.
— Porque eu me sentiria bem? - ele devolveu a pergunta. - É preciso mais do que uma aluna cabeça oca para fazer eu me sentir bem.
— Sua obrigação é ensinar e não massacrar. - disse Ravenah exasperada. - Não vê o que faz?
— Essa conversa de novo? - Severus suspirou irritado. - Eu já disse que eu não destruo ninguém. Não tenho culpa se eles não aprendem nada!
— Se você fosse como o meu professor de poções, eles teriam prazer em aprender, assim como eu tive. - Ravenah permanecia séria. - Para você deve ser estranho que um professor se mostre gentil e solícito e é por isso que amo cada etapa do preparo de uma poção. O incrível é que se você tiver estímulo consegue modificar e tornar essa poção mais precisa.
Ravenah pegou seu pergaminho onde fazia variadas anotações e dirigiu-se até a porta.
— Vou me recolher. - Ela simplesmente informou. - Caso precise de mim sabe onde me encontrar. Digo isso pelo fato de ter dito que precisamos conversar com o diretor.
— Esteja às oito horas na frente do escritório do diretor e não precisarei ir aos seus aposentos, Sra. Snape. - Severus deu um sorriso malicioso. - A menos que você queria, é claro.
—- Não precisa se incomodar Sr. Snape. - disse Ravenah. - Estarei lá as 20:00. – Deu meia volta e abandonou o recinto. x~x~x~x~x~x~x

Andava de um lado para o outro dentro do quarto, esperando dar a hora do jantar. Elise estava ansiosa. Os eventos da tarde ainda martelando a sua cabeça. Nem percebeu quando um elfo doméstico aparatou ao seu lado.
— Srta. Beauregarth, - disse o elfo fazendo uma reverencia e estendendo-lhe um pedaço de papel. – A Srta. McCormarck mandou Dobby trazer para a senhorita.
— Ahh!! – Elise se sobressaltou ao ver o elfo ao seu lado. – Obrigada, Dobby.
— Dobby não quis assustar a senhorita. – falou o elfo baixando as orelhas. – Dobby mal!!! – Ele pegou um sapato de Elise e começou a batê-lo fortemente contra a cabeça.
— Dobby, pare agora! – gritou Elise, mas o elfo não parou. – Isso é uma ordem: Pare!
O elfo doméstico ficou estático. O sapato caiu de sua mão, mas ele nem piscou os olhos. Elise riu. Elfos domésticos eram os seres mais engraçados existentes. Eles sempre levavam tudo ao pé da letra. Lembrou-se do bilhete:
— Dobby, pode se mexer. Não precisa ficar estático. - Elise sorriu para o elfo. - Obrigada pelo bilhete. Agora você já pode ir. Tenho certeza de que você tem muito trabalho lá na cozinha. - O elfo assentiu e desaparatou.
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Depois de pedir que Dobby entregasse um bilhete a Elise, Ravenah resolveu tomar um banho relaxante com seus óleos e aromatizantes. Estava tensa. O dia não tinha sido dos melhores, como também não fora um dos piores. Taxaria aquele dia de estranho.
Pensou que jamais chegaria o dia que fosse confessar que nutria um sentimento latente por Severus Snape. Amor. Justo ela. Amava o homem que a desprezava. Na verdade a única pessoa que Snape parecia ter afeição era Dumbledore.
Não gostava de ouvir as pessoas falarem mal de Snape. Era terrível ter que ouvir e permanecer calada sem poder defendê-lo, embora soubesse que ele não toleraria a intromissão dela. E para tornar o dia mais estranho aquela bruxa com cara de maluca entrara falara coisas estranhas, que ela não entendera bulhufas.
Mas Snape parecia saber do que ela falara. O que teria sido aquilo?O que significara suas palavras? De uma coisa tinha certeza: Só saberia do teor daquelas palavras quando se encontrasse com Dumbledore.
Não estava com um pingo sequer de apetite. Aquele dia a extenuara. Decidiu não comparecer ao jantar. Usaria o tempo disponível para relaxar.
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Já havia terminado de jantar a algum tempo. Não estava com apetite algum. A ansiedade e a curiosidade tomavam conta de Elise. Não tinha idéia do que as palavras de Sibila significavam, mas tinha certeza que o diretor saberia.
Olhou rapidamente para Snape que mexia a comida do prato, fingindo comer. Ele não aparentava estar ansioso ou curioso. Estava impassível como sempre. Olhou para as portas do salão. Ravenah não aparecera para o jantar e ela não pode deixar de se preocupar um pouco, afinal a amiga passara uma tarde com Snape.
Umbridge fez a menção de se levantar e Elise prontamente a imitou. Estava doida para sair daquele salão e ir para o escritório do diretor.
— Professora, a senhora vai aplicar a detenção no Potter? – perguntou Elise fingindo interesse.
— Sim, Srta. Beauregarth – Um brilho maligno passou no olhar de Umbridge. – O Sr. Potter tem que aprender a respeitar os professores e a não mentir.
— Sim, Sra. – Elise controlou o temor que se apossou do seu coração. – Vai precisar da minha ajuda?
— Não, obrigada. Pode ir descansar – respondeu Umbridge se levantando e saindo do salão.
Elise olhou para Snape e saiu do salão. Iria falar com Ravenah antes da reunião.
Andou pelos corredores até chegar na masmorra deserta. Lembrou do elfo que levou o bilhete. Não pensou duas vezes:
— Dobby! - Ouviu um barulho de aparatação. - Me leve por favor até o quarto da Srta. McCormarck
— Sim, Srta. - respondeu ele - É só seguir Dobby.
Andaram por alguns corredores úmidos das masmorras, os passos ecoando no chão frio de pedra. Elise não conseguia imaginar como os sonserinos podiam viver num lugar assim. Pararam em frente a uma parede de pedra onde havia porta escondida.
— Aqui está senhorita. – disse Dobby mostrando a porta. – Dobby precisa voltar à cozinha. Qualquer coisa que precise é só chamar Dobby. – Desaparatou.
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Ravenah estava deitada de bruços com a cabeça apoiada sobre os braços cruzados. Quando se queria as horas não passavam, mas se precisava de tempo elas voavam. Estava no mínimo curiosa para saber qual o significado de tudo aquilo.
Os pensamentos de Ravenah foram interrompidos por suaves batidas na porta.
— Quem é? - Ela inquiriu.
— Ninguém - respondeu Elise. - Abra a porta, Venah.
— Pode entrar! - disse Ravenah sem sair da posição em que se encontrava.
Elise abriu a porta e entrou no quarto bem decorado.
— Já vi que você fez uma arrumação aqui. - comentou ela. - O meu está uma bagunça.
— Elise, você me conhece muito bem. - Ravenah disse sentando-se na cama. - Não suporto ficar no meio de bagunça, só me sinto confortável se tudo estiver em seu devido lugar.
— É, eu sei - respondeu Elise sentando-se na cama. - E você também me conhece, só arrumo o necessário.
— Diga-me, o que a fez se arriscar a vir até aqui? - perguntou Ravenah. - Pensei que nos encontraríamos em frente a sala do diretor?
— Eu não me arrisquei. Ninguém me viu, Venah - Elise estava séria. - Você não pode ficar sem comer. Eu fiquei preocupada com você. Não comeu quase nada hoje!
— Não tenho tido fome ultimamente. - disse Ravenah - Por favor não me venha censurar. Meu dia hoje foi péssimo.
— Eu não estou te censurando. Só acho que deixar de comer não vai resolver os seus problemas. - Elise encarou Ravenah. - Meu dia também foi terrível. Só que ao contrário de você, eu tive que brigar com o Harry.
— Brigar com Harry? - inquiriu Ravenah. - Ora, mas por quê?
— Ele se descontrolou na aula da Umbridge e ela começou a desmenti-lo - Elise falava tristemente - Ele começou a desafiá-la. Sabe-se lá o que ele poderia falar no calor da discussão. Tive que intervir. Há essa hora ele deve estar me odiando. - Elise suspirou. - Espero que ele não conte para o Sirius que eu peguei no pé dele.
— Não se preocupe. - disse Ravenah. - Com o pouco tempo que o conheço, posso dizer que Harry não é mesquinho. Esquentadinho sim, mas mesquinho eu duvido.
— Já são quase oito horas. Temos que ir para a sala do diretor. - disse Ravenah. - Precisamos sair daqui sem sermos vistas juntas e quanto ao problema do Harry não se preocupe, depois eu converso com ele. Tenho certeza que vai entender meus argumentos conciliatórios.
— Ok. Vai indo na frente. Eu saio daqui logo depois de você – falou Elise. – Não se preocupe, eu não serei vista. Boa sorte.
— Certo. Mas tenha cuidado. - disse Ravenah se levantando e caminhando para a porta. - Boa sorte para você também.
Elise sorriu para a amiga que saia pela porta. Ravenah retribuiu o sorriso e desapareceu pelo umbral da grande porta.
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Ravenah caminhava a passos largos em direção a sala do diretor. Não queira de forma alguma se atrasar. Não daria esse gostinho a Severus. Ele estava sempre a espreita de uma oportunidade para repreendê-la.Não tardou muito a chegar onde se encontrava a gárgula.
Snape encontrava-se recostado na parede no final do corredor perto da gárgula. Ele mesmo parecia-se com uma daquelas criaturas de pedra. Imóvel e sombrio.
— Vejo que está criando um pouco de responsabilidade. - Snape falou enquanto se aproximava da gárgula. - Delícias Gasosas. - A gárgula se moveu dando passagem para eles.
Ravenah olhou o relógio de pulso recoberto com finas pedras e constatou com satisfação que não estava atrasada, de certo, ainda faltavam oito minutos para as vinte horas.
— Sou responsável. - Ravenah respondeu. - Temos um problema a Elise ainda não chegou. Como ela vai saber a senha?
— Não tenho a mínima idéia. - respondeu ele subindo as escadas - Se quiser esperá-la fique a vontade, eu vou subir.
— Afinal de contas quem é o responsável mesmo? - desdenhou Ravenah. - Vou esperá-la.
Ravenah viu Seveus subir as escadas e a passagem se fechar. Foi quando no fim do corredor ela distinguiu a figura de Elise.
—- Até que enfim Elise. - disse Ravenah preocupada. - Aconteceu alguma coisa?
— Não. - respondeu Elise. - Mas logo depois que você saiu um grupo de sonserinos passou na porta de seu quarto. Tive que espera-los sumir.
— Os sonserinos. - murmurou Ravenah. - Havia me esquecido que eles fazem isso todas as noites. Acho melhor nos apressarmos senão Snape vai nos lançar uma imperdoável. Do jeito que ele está hoje não se pode esperar nada melhor.- Delícias gasosas. - Novamente a passagem se abriu e mais que depressa as duas desapareceram por ela.
Entraram no escritório do diretor, onde ele e Snape já as aguardavam.
— Boa noite, Dumbledore - cumprimentou Elise - Boa noite, Snape.
— Boa noite, senhores. - os cumprimentou Ravenah. - Nos perdoe pelo atraso.
— Boa noite Srta. Beauregarth, Boa noite Sra. Snape. - cumprimentou Dumbledore. - Vocês não estão atrasadas.- Sentem-se, por favor - ofereceu o diretor. – Digam, o que os trazem aqui?
— Severus disse que teríamos que vir ter com o senhor pelos acontecimentos de hoje. - se pronunciou Ravenah.
— Acontecimentos de hoje? - perguntou o diretor a Severus.
— Sim, diretor. - Snape respondeu. - Hoje a tarde a Trelawney fez uma profecia.
— Profecia? - o Diretor espantou-se. - Tem certeza Severus?
— Absoluta, diretor. - respondeu ele com certeza. - O que isso pode significar?
Ravenah ficou observando Severus. Não queria perder um só detalhe daquela conversa como também nenhuma reação de Snape.
— Bem... - ponderou o diretor. - Depende do conteúdo da profecia.
— Eu não lembro das palavras exatas, mas creio que elas podem me ajudar. - falou ele Indicando Elise e Ravenah
— O dia em que o Mal sucumbirá e que o Bem triunfará se aproxima. Quando o 14º ano de separação se completar o destino as unirá. A amizade se fortalecerá quando tempos difíceis elas forem enfrentar. - Snape respirou pesadamente. - A partir daí eu não me recordo.
— Enquanto o amor prevalecer o mal irá se enfraquecer. Antigas inimizades aflorarão e todos seguirão o coração.O dia em que as trevas sucumbirão chegará quando o 18º ano terminar. - Ravenah concluiu. Um pesado silêncio tomou conta do ambiente.
— Ao que me parece essa profecia se refere a vocês duas. - falou o diretor depois de alguns minutos. - Vocês ficaram 14 anos separadas?
— Sim, ficamos. - respondeu Ravenah.
— A profecia realmente se encaixa a vida de vocês - continuou o diretor. - Pelo que eu entendi vocês terão um papel importante nessa guerra. Ninguém mais ouviu essa profecia?
— Não sabemos, diretor. - Elise finalmente se pronunciou. - Estávamos na torre de Astronomia. Era horário de aulas, é bem provável que ninguém tenha escutado.
— Mas quem me garante que isso não passa de um embuste. - Disse Ravenah se levantando e andando de um lado para outro como ela sempre fazia quando pensava em algo que a preocupava. - Já ouvi dizer que essa Trelawney é meio maluca.
Ravenah se encaminhou até a janela que tinha uma bela vista do lago. Tinha algo oculto nas palavras de Dumbledore. Tinha certeza que tinha mais. E, ele propositalmente estava omitindo.
— Sibila é uma jovem muito talentosa, Sra. Snape - respondeu Dumbledore. - Percebi isso desde a primeira vez que conversamos.
Voltando-se de súbito para o diretor Ravenah disparou:
— Posso pedir-lhe um favor Sr. Diretor? - perguntou Ravenah.
— Claro que sim, Sra. Snape. - respondeu ele bondosamente.
— Não se dirija a mim como Sra. Snape. Me chame como quiser, Srta. McCormarck, Ravenah, Venah ou Raven. Mas nunca de Sra. Snape, por favor.
— Como quiser, Ravenah - respondeu ele sorrindo.
— Venah ou Raven já está de bom tamanho. - disse ela se sentando.
— Alvo? Posso te chamar assim? - perguntou Ravenah docemente.
— Claro que sim. - o Diretor sorriu para ela.
— O que está nos omitindo em relação a essa profecia? - inquiriu Ravenah séria. - Sei que não é só isso que nos passou. Tem muito mais. Percebi pela reação de Snape na torre de Astronomia. E, agora pude ver um lampejo de preocupação em seus olhos.
— Ravenah, existe uma profecia envolvendo o Harry e Voldemort. Mas você já sabe disso, por causa das reuniões da Ordem. - explicou o diretor. - Essa profecia foi feita por Sibila há 16 anos atrás.
— Qual o conteúdo da profecia, diretor? - perguntou Elise. - O senhor saberia informar?
— Sim, Srta. Beauregarth. A profecia foi feita para mim. - respondeu o diretor. - A profecia fala que um garoto nascido no final de julho, filho de pais que enfrentaram Voldemort três vezes teria o poder de vencê-lo.
— Eu já ouvi falar dessa profecia. - disse Ravenah como se pensasse alto. - Mas há um fator de grande relevância!
— Voldemort descobriu a profecia e tentou matar o garoto? - perguntou Elise.
— Sim, srta. Beauregarth. - respondeu o diretor sério. - A profecia foi entreouvida por um comensal que estava no bar, mas ele foi expulso antes de escutá-la completamente. Voldemort poderia ter escolhido entre dois garotos que se encaixavam na profecia, e como nós sabemos escolheu o Harry.
— Quem era esse comensal? - perguntou Ravenah com medo da resposta. - E, que parte da profecia ele não ouviu?
Dumbledore evitava olhar diretamente para Ravenah. Aquilo a incomodou. O diretor não precisava nem responder. O silêncio deu a ela a certeza que atingiu seu coração. Ela começou a sentir mal com tudo aquilo. Severus Snape fora responsável pela morte dos Potter. Não podia crer que Severus tinha levado Voldemort até os Potter. Toda a fadiga e estresse do dia juntamente com a falta de alimentação a atingiram tornando-a mais pálida que o habitual.
Elise notou a tensão no ar. Entendeu as palavras não ditas. Olhou para Snape que se mantinha inexpressivo. A amiga parecia prestes a desmaiar, sua expressão transtornada preocupando-a.
— Com licença. - pediu Ravenah com a voz estrangulada. - Preciso de ar fresco.
Ravenah se pôs de pé caminhando em direção a porta, mas suas pernas já não a obedeciam e sua visão ficou turva até que não viu mais nada e tudo transformou-se em escuridão.


R&S
E&S

Este capítulo é dedicado as nossas amigas do MSN:

NATÉRCIA ARAÚJO
MIA TEIXEIRA
ROXANE NORRIS
CLAU
FERNANDA
MAYA
SHEY
JUH E MARIANA
ANNINHA
KASSI (NOSSA BETA MARAVILHOSA QUE ALÉM DE CORRIGIR FAZ COMENTÁRIOS SUPER INTERESSANTES E ILÁRIOS) KKK
ANGIE
ANA NINA SNAPE
LARA
GABIZINHA
MARIE
AMANDA DUMBLEDORE
GWYNN
BIA
CARLA (BASTET)
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MAGALUD
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NIKA SOEURS
NINIANE
RENATA_TONKS
SU_SNAPE
MISNAPE
DANAE
MARA
TINA GRANGER
GUDE POTTER, CAROL, UMA DAS RESPONSAVEIS PELA NOSSA MOTIVAÇÃO!. Obrigada pela insistência.
*** OBS. REVIEWS ESTIMULAM MUITO MINHA IMAGINAÇÃO, ME FAZ SENTIR VONTADE DE ESCREVER MAIS E MAIS.***
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OI gente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Amei escrever esse capítulo e espero que vocês também amem lê-lo! Como a Ana já fez acima, eu agradeço a todas as meninas que eu amo muito e que nos inspiram mais a cada dia.
Obrigada por tudo!!!! Dedico esse capítulo a Mari minha “sobrinha” querida! Te amo fofa.
E eu gostaria de fazer um pedido! Por favor comentem!!!!!!!!!!!!!! Nem que seja para reclamar.
Beijos, Fernanda Black

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