O Confronto
Capítulo 03 – O Confronto.
Elise estava se preparando para ir para casa depois de mais um dia de trabalho, quando foi chamada por Tonks:
— Elise! - chamou ela. - Hoje as 19:00, ok? - sussurrou Tonks só para ela ouvir.
— Ok! - respondeu Elise no mesmo tom - Estarei lá.
— Avise a Ravenah também! - pediu Tonks.
— Pode deixar. - respondeu Elise. - Até mais tarde.
— Até! - respondeu Tonks.
Voltou para e encontrou Ravenah saindo do banho.
— A reunião da Ordem, é hoje as 19:00 - avisou Elise.
— Certo! - disse Ravenah.
— Estava ansiosa esperando por essa notícia! - Ravenah completou.
— Vou me arrumar - disse Elise olhando no relógio. - Nossa! Já são 18:00! Tenho que me apressar.
Depois de tomar banho e se arrumar Elise desceu e encontrou Ravenah lendo um de seus livros de artes das trevas.
— Vamos? - perguntou Elise.
— Vamos! - respondeu Ravenah fechando o livro e se pondo de pé.
Aparataram na frente do Largo Grimmauld, memorizaram o local e logo a porta apareceu. Entraram. A sala estava vazia e por isso se dirigiram até a cozinha. No corredor da cozinha encontraram Sirius e Remus.
— Olá rapazes! - cumprimentou Ravenah.
— Oi! - disse Elise.
— Oi! - respondeu Sirius sorrindo. Elise sentiu um arrepio ao ver ele sorrindo
— Oi - cumprimentou Lupin timidamente.
Quando Dumbledore chegou, todos se dirigiram para a cozinha.
— Boa noite! - disse Dumbledore.
Ao entrar na cozinha, a primeira pessoa que Ravenah viu foi ele, Severus Snape, bem acomodado em uma cadeira disposta de frente para a porta de acesso ao corredor pelo qual estava chegando. Ela não pôde evitar sentir o ar faltar em seus pulmões e uma forte vertigem a fez cambalear. Foi prontamente acudida por Remus Lupin, que a segurou antes que caísse.
— Está tudo bem, Ravenah? - perguntou Lupin
— Oh, Merlin! - sussurrou Ravenah. Sua voz estava tão fraca que mal se podia ouvir.
— Venah. - disse Elise. - Controle-se.
— Estou! Foi uma leve vertigem. Não se preocupe! - disse Ravenah.
— Ok! - falou Lupin.
— Para você é fácil dizer! - resmungou Ravenah.
— O que ele faz aqui? – perguntou Ravenah
— Ele deve fazer parte da ordem - respondeu Elise. - Então terá que se acostumar com a presença dele.
— Estou me sentindo como a ovelha prestes a ser devorada pelo lobo! - Ravenah sussurrou.
— Tenha calma! - Disse Elise. - Eu estarei aqui com você!
Snape olhava para a mulher com uma sobrancelha erguida, e o canto do lábio levemente arqueado. Ele parecia estar terrivelmente entediado.
"Espero que ele não me reconheça! Por favor, Merlin, não permita que ele me reconheça!" - pensava Ravenah.
— Bem! Vamos começar a reunião. - disse Dumbledore
Ravenah se acomodou no lugar mais distante de Snape que conseguiu achar. Não queria correr o risco de ser exposta.
— Hoje como vocês podem ver, nós temos duas novas integrantes. - disse Dumbledore.
— Elise Marie Beauregarth - disse Dumbledore apontando para Elise. - E Ravenah Ellora McCormarck . - disse apontando para Ravenah.
Ravenah sentiu o chão sumir de debaixo de seus pés quando Snape lhe lançou o que devia ser o pior de seus olhares. Olhar esse que seria capaz de fulminar um pobre desavisado.
— Oi! - disse Elise timidamente.
— Olá senhores. - cumprimentou Ravenah.
— Olá! Sejam bem vindas. - disseram todos menos Snape que só deu um de seus olhares fulminantes.
— Seja pelo menos educado! - disse Sirius para Snape.
— Cala a boca, Black! - disse Snape. - Vai cuidar da limpeza que é o melhor que você faz.
— Ah claro! Eu tinha me esquecido! - disse Sirius. - Enquanto eu fico preso dentro dessa casa, você fica se divertindo com seus amigos comensais.
— Como ousas, Black! - rosnou Snape.
— Parem! - pediu Dumbledore.
Sirius parou de brigar e fechou a cara, Snape apenas sorriu desdenhosamente.
Assim que a reunião terminou Snape se levantou, ladeou a mesa e foi até Ravenah. Agarrou seu cotovelo com brusquidão e a arrancou da cadeira. O movimento foi tão brusco que a cadeira caiu, o barulho chamou a atenção de todos. Snape começou a arrastá-la para fora da cozinha. Deixando a todos atônitos.
— Agora eu quero ter uma conversa com a senhora! - ele disse com a voz carregada de ira.
— Larga ela! - disse Sirius
— Não vou a lugar algum com você! - Ravenah levantou a voz.
— Meta-se com suas pulgas, Black! - Snape cuspiu as palavras.
— Me solta! Está me machucando! - Gritou Ravenah.
— Seu seboso, eu já disse: Larga ela! - avisou Sirius.
— Já disse Black, meta-se com seus assuntos e deixe os meus para eu mesmo resolver! Ela é assunto meu! MEU! - Snape perdeu o controle.
— Ranhoso! - disse Sirius - Você está machucando ela! Solte-a
Sirius começou a andar em direção dos dois.
— Não se aproxime Black, para o seu próprio bem! - ameaçou Snape.
— Você acha que eu tenho medo de você? - perguntou Sirius.
— Ai! Seu idiota, cretino, estúpido! Vai quebrar meu braço! - Gritou Ravenah tentando se desvencilhar da mão forte de Snape.
Sirius puxou o braço de Ravenah e empurrou Snape no peito.
— O quê que você está pensando? – perguntou Sirius. – Você está louco? Machucar uma mulher assim.
— Eu já disse Black – rosnou Snape. – Não se meta!
Snape avançou para cima de Ravenah empurrando Sirius longe.
— O que você está fazendo aqui? – perguntou ameaçadoramente para Ravenah. - Você quebrou o juramento que havia me feito. Não devia ter voltado.
–- Eu disse que ia me distanciar, não que nunca mais voltaria! - disse Ravenah - Sou humana, tenho sentimentos. Não sou como você, que não se importa com nada. Senti saudades de minha amiga e até mesmo de minha família! - disse ela
— Você não pode me impedir de ficar longe dos meus amigos. – disse Ravenah.
— Eu quero que você fique longe de mim, - disse Snape friamente - E não longe dos seus “preciosos” amigos.
— Não se preocupe. Não quero mesmo sua companhia. Quem em sã consciência iria querer ficar do lado de um comensal? Ficar do lado de alguém que só quer torturar, destruir e matar? - perguntou Ravenah.
Ao ouvir isso Snape aproximou-se de Ravenah, segurou seu braço e rosnou entre os dentes só para ela ouvir:
— Nunca mais fale isso, entendeu? – impôs ameaçadoramente. – E só para você saber: Eu não mato, ou torturo há anos. E se você não desaparecer da minha frente, eu poderei abrir uma exceção para você.
— Escuta aqui! Eu tenho que estar onde EU quero estar. Não onde você deseja. Eu não vou a lugar nenhum. Se quiser saia você! Porque eu vou ficar aqui! - Gritou Ravenah, desvencilhando-se de Snape.
Snape deu um sorrisinho cínico, mas se admirou com a coragem daquela mulher.
— Se eu bem me lembro, você tem que estar onde eu quiser. - Snape disse pegando a mão esquerda dela e observando a aliança em seu dedo. - Já que é minha esposa!
— O que? – perguntaram Sirius e Molly juntos.
— Vale lembrar senhor "meu marido", que eu fui obrigada a me casar com você! - Ravenah disse. - E, não o vejo desde o término da cerimônia. Portanto você não manda em mim. Sou sua esposa e não sua escrava. Sou dona do meu nariz e faço o que quiser.
Vendo que aquela era uma conversa entre marido e mulher, Sirius saiu da cozinha e foi seguido por Remus.
— Você vai ficar o resto de sua vida marcada por carregar meu nome. - ele disse. - Está vendo até seus novos amigos já te deixaram de lado. – disse sarcasticamente.
— Eles não me deixaram de lado. Só estão fazendo o certo. Não estão se metendo. - ela rebateu.
— O que tanto de incomoda senhor Snape? - Ravenah perguntou - Eu tenho certeza que não é fato de eu ter voltado. É algo mais. Sabe por que eu voltei não é mesmo?
— Eu não quero ter um herdeiro! – disse Snape furioso. – Muito menos com você! Crianças são seres estúpidos, imbecis e detestáveis.
— Seu sonserino idiota e prepotente! Você me enoja. - os olhos verdes de Ravenah brilhavam de puro ódio. - Como ousa falara assim. Crianças são seres puros e inocentes.
— Podem até ser. - sibilou Snape. - Mas agüentá-las é uma obrigação única e exclusiva de seus pais. Por isso não quero ter que agüentar uma criança detestável.
— Seu egoísta insuportável. Você não vai ter que agüentar nada. Eu é que vou gerar, dar a luz e criar. - Ravenah disse. - Você não precisa nem chegar perto se não quiser.
— Por mim tudo bem! Para mim não vai ser nenhum sacrifício mesmo - diz Snape com um sorriso malicioso.
— Como? Caíram as barreiras? Está concordando com muita facilidade, senhor Snape. - disse Ravenah com um meio sorriso.
— Como eu já disse. - Falou Snape - Não vai ser sacrifício nenhum!
— Não vai? Porque não vai ser nenhum sacrifício? - perguntou Ravenah.
— Claro que não vai ser um sacrifício - disse ele. - Passar a noite com uma mulher é sempre prazeroso
Ravenah sentiu como se algo se quebrasse dentro dela. Foi quando ela se deu conta de que não estavam sozinhos, um rubor violento lhe cobriu o rosto.
— Tenho certeza que nunca lhe faltou mulher alguma. Qual o benefício que você tirou disso tudo além do prazer físico? Que satisfação você sentiu quando no dia seguinte continuou só, como sempre esteve? - Ravenah perguntou com a voz carregada de amargura.
— E desde quando as minhas relações sexuais te dizem respeito? - perguntou Snape
— Não me dizem respeito. Seria muito quere que você tivesse ficado no celibato durante quinze anos me esperando. Espero que sua amante atual não se importe de cedê-lo para mim por algumas noites. - disse Ravenah.
— Ela não se importará! Pode ficar tranqüila! - disse Snape.
— E quando é que ela poderia a começar dispor de sua majestosa presença para mim? - Ravenah arqueou a sobrancelha exatamente como ele havia feito momentos antes.
— Ela está disposta a me deixar livre, quando eu encontrar outra vagabunda para me satisfazer! – respondeu Snape venenosamente.
— Eu não vim aqui para escutar ofensas, vim para uma reunião da ordem. - disse Ravenah. - Que por sinal já acabou, então... Passar bem.
Disse isso, virou as costas e saiu da cozinha deixando todos perplexos, inclusive um certo sonserino.
Depois que Ravenah saiu, todos na cozinha começaram a sair do estado de choque. A primeira a se recuperar foi Elise:
— Já vou para casa! - disse ela. - Tchau para vocês! O jantar fica para a próxima Molly.
— Tchau - responderam todos ainda perplexos.
Elise saiu do Largo Grimmauld e aparatou em casa. O apartamento estava todo escuro e podia - se ouvir uns soluços vindos do quarto.Elise foi até o quarto e encontrou Ravenah jogada na cama chorando e soluçando compulsivamente.
— Venah - chamou Elise.
Quando Ravenah a encarou, ela pode ver seus olhos vermelhos e inchados. Ravenah limpou as lágrimas que rolavam por sua face.
— E-ele não tinha o direito de me ofender daquela f-forma e na frente de todos! Que ódio! Maldito sonserino. - Ravenah soluçou. - Lis, e-eu não merecia isso!
— Eu sei que não! - disse Elise. - Ele é um comensal da morte, um bastardo sonserino. Ele falou aquilo só para te humilhar!
— Ele sente prazer em fazer as outras pessoas sofrerem. - falou Elise. - Por favor, amiga, não se deixe abalar.
— Ele é apenas um bastardo sonserino.-finalizou Elise.
— N-não me deixar abalar. Lis, e-eu preciso dele para t-ter um filho. E isso f-foi exposto na frente de t-todos os membros da ordem. - disse Ravenah. - Oh, Merlin, que vergonha.
— De que f-forma vou encarar todos na p-próxima reunião? - perguntou Ravenah. - Pior, V-vou ter que vê-lo em t-todas as reuniões.
Ravenah estava se sentindo miserável.
— Fica calma. - tentou Elise. - A próxima reunião ainda nem foi marcada. E os membros não vão falar nada. Isso só diz respeito a você e a ele.
— E-ele foi um d-desprezível. - continuou Ravenah. - Mas, e-eu ainda preciso d-dele.
— Quanto a presença dele... Eu não posso fazer nada - disse Elise. - Ele é importantíssimo para a ordem.
— Venah, você realmente quer ter um filho dele? - perguntou Elise.
— Q-quero! - ela disse.
— Não é tão simples. M-meu casamento não pode ser desfeito. Se p-pudesse eu já teria dado um jeito. - Ravenah estava desolada. - S-sei que estou sendo e-egoísta, mas não há outra solução.
— Não é por você que eu digo isso. Você merece mais do que ninguém essa herança. - explicou Elise.
— Digo pelo seu filho. A herança genética que ele vai ter... Você quer isso para ele? - perguntou Elise. - Quer que ele tenha um pai ausente. Que detesta e é detestado pela mãe?
— Lis, não é só a herança. - disse Ravenah.
— Meu amor talvez fosse o suficiente e depois quando ele fosse tomando consciência iria perceber que Snape não faria diferença estando ausente ou não. – disse Ravenah
— Eu quero muito ter um filho! – falou Ravenah - A solidão não é boa para ninguém!
— Mas um pai é sempre um pai. - disse Elise. - E se o Snape quiser o conhecer? Depois que ele tiver maior? E se ele quiser conhecer o pai?
— Não vou impedir! Afinal ele vai ser o pai da criança! – respondeu Ravenah
— Eu sei! - disse Elise. - Eu só estou te alertando para o que pode acontecer.
— Queria que tudo fosse mais fácil. Ele precisava ser tão desagradável? - Perguntou Ravenah.
— Tudo bem! Se você quiser ter seu filho, você pode tê-lo. - disse Elise. - Mas como você fará para engravidar? Eu te conheço e sei que para você vai ser quase impossível passar a noite com um homem que você não ama e que não te ama.
— Não sei! Talvez ele seja desagradável por prazer. - disse Elise
— Vou ter que me sujeitar a isso. - Ravenah pensou um pouco e continuou. - Amor entre nós dois é algo praticamente impossível.
— Eu sei amiga. - disse Elise. - Não sei se Snape é capaz de sentir alguma coisa por alguém, fora raiva e ódio.
— Por isso digo que tenho que sujeitar a uma relação sem amor! - Conformou-se Ravenah.
Conversaram até altas horas da madrugada. Só pararam quando Ravenah foi finalmente vencida pelo sono.
Ravenah acordou se sentindo péssima. Sua cabeça latejava. A claridade que vinha da janela incomodava terrivelmente. Não estava com a menor vontade de sair da cama.
Mas, não adiantava ficar na cama. Tinha que tomar atitude, levantar, arrumar alguma coisa para fazer. Ainda era muito cedo. resolveu fazer o café.
Pulou da cama. Foi até a janela e abriu mais as cortinas. A rua estava deserta, e um vento frio soprava, até mesmo o clima contribuía para que se sentisse pior.
Vestiu o roupão e foi para a cozinha. Elise era muito organizada, mantinha tudo em seu devido lugar. Apesar de Ravenah ser uma bruxa, não gostava de usar magia no preparo de alimentos, mas na limpeza tinha que usar magia, ou caso contrário suas mãos virariam uma lixa. Após ter deixado a chaleira no fogo foi em direção ao quarto de Elise. Bateu duas vezes e empurrou a porta, a cama estava vazia. Ouviu o barulho do chuveiro. Ela já havia se levantado.
— Elise? - chamou Ravenah. - Estou preparando o café. Quer algo especial?
— Não! - Respondeu Elise. - Já estou de saída!
— Tudo bem. - disse Ravenah. - Mas, não deixe de tomar ao menos o café!
Ravenah deu meia volta e retornou para a cozinha onde o silêncio do ambiente era cortado pelo insistente apito da chaleira.
Enquanto preparava o café, as imagens da noite anterior começaram a povoar seus pensamentos. Lembrou-se de cada detalhe, de cada olhar e de cada palavra que o maldito sonserino lhe dirigiu.
Sentia-se inútil, devia ter respondido a altura quando foi ofendida, mas cortara o assunto, indo embora.
Não estava satisfeita com o rumo que sua vida estava tomando. Precisava se ocupar. Mas fazer o quê? Precisava de um trabalho.Ravenah teve seus pensamentos interrompidos por Elise:
— Já vou para o Ministério - disse Elise antes de aparatar.
— Tchau! - disse Ravenah, mas Elise já havia desaparecido.
Ravenah encheu sua xícara e se dirigiu para a sala.
— Incêndio! - ela disse quando se aproximou da lareira, sentou-se no sofá em frente e apanhou o livro que estava na mesa de canto, disposta ao lado do sofá. Bebericou o café, e depositou a xícara na mesinha. Olhou a capa escura do livro e pensou: "Elise detesta esse meu tipo de leitura."
"Mas não faria mal algum aprender um pouco mais sobre os feitiços que Voldemort e seus seguidores usavam”.O que Elise não sabia era que estava pesquisando todas as poções usadas nas artes das trevas. Queria descobrir um modo de evitar a dor causada pela Maldição Cruciatus, vinha trabalhando nisso desde que deixara a Itália.
Pousou o livro novamente na mesinha. Não estava para leituras naquele dia. Precisava sair. Talvez um pouco do ar fresco da manhã a fizesse se sentir mais animada.
Saiu vagando pelas ruas de Londres, olhando as lojas sem realmente ver, pensando na sua vida e no rumo que ela havia tomado. Deixou que seus pés a levassem, e quando parou para observar onde estava, se deparou com a grande e imponente Mansão Ellora.
Olhou por toda a extensão da construção, e observou que ela continuava intacta. Seus jardins continuavam arrumados e bem podados, as estátuas bem limpas e a casa impecável. Nem parecia que o dono havia morrido há 13 anos. Seu avô! Ravenah não pode deixar de pensar nele e nas conseqüências dos seus atos. Por causa dele ela estava casada há 14 anos com Severus Snape, e precisa ter um herdeiro com seu odiado marido.
Passou mais uma vez os olhos pelo jardim. "Como gostaria de voltar a seus tempos de infância”.Pensou ela. Os momentos mais felizes de sua vida passou ali.
Sammuel McCormarck, sempre foi muito zeloso. Ele era mais feliz nos momentos que compartilhava com ele. Sempre se preocupando com ela. Mais que seus pais, que só davam valor ao quanto podiam aumentar sua fortuna.
Quando estava nas férias do quinto ano em Beauxbatons, seu avô veio com a notícia de seu casamento. Aquilo caiu como um balde de água fria. Justo ela que sempre sonhou com um casamento cheio de amor, via-se obrigada a um casamento por obrigação. E com alguém que mais tarde veio saber, ser um Comensal da Morte, como seus pais.
Ela suplicou ao avô que dissesse porque estava sendo submetida à tão terrível castigo. E ele dissera que não era castigo nenhum. E que um dia ela entenderia tudo, e seria a mais feliz das mulheres.
Seu avô nunca estivera tão enganado. Se tivesse visto como seu "marido" a tinha tratado na noite anterior, teria tido a certeza que tinha mandado sua única neta para Azkaban e jogado as chaves fora.
O de melhor que tinha em sua dura vida era a amizade fiel de Elise, que a acompanhava desde o primeiro ano de Beauxbatons e o amor incondicional de seu avô. Um mês depois de sua formatura foi submetida ao maior e pior teste psicológico pelo qual já passara até então, seu casamento com Severus Snape, que até então só o conhecia de nome. Seu olhar duro assustaria até mesmo uma estátua de mármore.
Um ano depois de ter partido, recebeu uma coruja avisando da morte de seu avô. Mas a causa não lhe foi revelada. Juntamente com a carta, veio um envelope envelhecido. Era uma cópia de seu testamento. O qual dizia que ela seria sua herdeira universal, no dia em que desse a luz seu primeiro filho.
Ravenah pensou em dar uma olhada dentro da mansão. Ela caminhou pela rua de pedras que dava acesso a casa. Mal havia chegado na metade do trajeto quando colidiu com algo que não podia ver. Estendeu as mãos e tocou algo que parecia uma cúpula invisível.
"Um feitiço de proteção!" Pensou ela.
Fez mais duas tentativas e percebeu que não adiantaria de nada. Seu avô sempre foi um bruxo muito inteligente. Nunca deixaria que tentassem tomar posse de tudo aquilo, sem seu consentimento. Só poderia herdar a sua fortuna e sua casa quem ele escolheu e nas condições estabelecidas.
Se dando por vencida, Ravenah deu mais uma olhada na "sua" futura mansão e saiu caminhando sem rumo.
Ao sentir seu estomago roncar, olhou no relógio. Eram 13:00 e ela nem tinha visto o tempo passar. Apressou-se e logo estava em casa. Depois de almoçar, voltou a ler seu livro sobre artes das trevas.
Não conseguiu se concentrar por muito tempo. Toda hora imagens da noite anterior apareciam na sua mente, as ofensas e as palavras trocadas com seu “marido”.
Depois de se convencer que não conseguiria ler, subiu e foi tomar um banho relaxante para tirar os pensamentos da cabeça.Encheu a banheira com água quente e ficou lá por muito tempo. E, mesmo ali imersa na banheira não conseguia deixar de pensar no que havia acontecido. Do olhar de escárnio, do sorriso cínico. Das atitudes arrogantes daquele sonserino estúpido.
Nunca poderia imaginar que seu reencontro com Snape fosse ser daquela forma. Triste ilusão.
Estava decidida. Não iria se abalar pelo que aconteceu. Tampouco desistiria de seus intuitos. Não seria Severus Snape que a faria retroceder. Ele não perdia por esperar. Ele ia descobrir que ela não estava para brincadeiras. Ela lhe mostraria que era superior, e sobre isso não havia dúvidas.
Saiu da banheira, trocou de roupa e desceu. Notou que já havia escurecido. Logo Elise estaria em casa. Não deu cinco minutos e ela ouviu um "crack" na cozinha. Foi até o cômodo saudar a sua amiga.
— Olá Lis! - saudou Ravenah. - Como foi seu dia?
— Um saco! - respondeu Elise com um ar cansado. - Nós ficamos o dia todo lendo relatórios, e sendo convencidos que Voldemort não voltou, que Harry Potter é um garoto que quer chamar atenção e que Dumbledore está ficando senil.
— Mas, de quem partiu essa idéia absurda? - perguntou Ravenah.
— Fudge. - respondeu Elise
— Acredito que o único no momento que mereça ser chamado de senil, seria o ministro. - disse Ravenah um tanto quanto aborrecida.
— Eu concordo. - falou Elise. - O ministro está querendo interferir até em Hogwarts.
— Como assim interferir em Hogwarts? - perguntou Ravenah - Como alguém pode querer interferir no ensino de jovens bruxos? - perguntou Ravenah.
— Ele está aprovando decretos, que dão autoridade a Umbridge. Ela está tentando mandar em Hogwarts com a autorização de Fudge. - falou Elise - Me parece que Fudge acha que Dumbledore quer criar um exercito para tomar o conta do ministério e ser ministro.
— Mas, e Dumbledore? – Perguntou Ravenah
— Dumbledore não pode fazer muita coisa, pois são ordens do ministro da magia. – disse Elise
— Que situação! - murmurou Ravenah.
— Pois é! – concordou Elise
— Mas deve haver algo que possamos fazer para ajudá-lo. - disse Ravenah. - Isso não pode ficar assim!
— Acho que não está nas nossas mãos. - disse Elise.
— Talvez tenha razão. – concordou Ravenah
— É... - falou Elise
— Estou exausta e faminta.- falou Elise - Que tal nós jantarmos e depois conversarmos na frente da lareira tomando um chocolate?
— Ótima idéia! - concordou Ravenah. - Vá tomar um banho enquanto eu preparo alguma coisa.
— Ok – respondeu Elise.
Depois de tomar banho e jantar Elise e Ravenah sentaram-se na sala e começaram a conversar:
— Venah, o que você fez hoje? - perguntou Elise. - Não me diga que ficou lendo aqueles livros o dia todo?
— Não. Sai e dei uma volta por aí. - disse Ravenah vagamente.
— Uma volta por ai? - perguntou Elise curiosa
— Saí andando sem rumo e acabei indo parar na antiga mansão Ellora, que pertenceu a meu avô. - explicou Ravenah.
— Aquela mansão que você passava a maior parte das férias? - perguntou Elise.
— Sim. O lugar mais esplêndido que você pode imaginar. O lugar que eu mais fui feliz. - disse Ravenah com um sorriso.
— Pensei que o lugar que você tinha sido mais feliz, tinha sido Beauxbatons. - falou Elise
— Também fui feliz lá, já que foi em Beauxbatons que conheci você! - disse Ravenah.
— Tá, sei...-disse Elise
— Só que não consegui entrar na mansão.- disse Ravenah - Havia uma barreira.
— Tipo, um feitiço? - perguntou Elise
— Sim. Acredito que sim. - disse Ravenah pensativa.
— Estranho... - falou Elise. - Mesmo que fosse um feitiço de proteção, você faz parte da família e é a herdeira da casa.
— Não até ter um filho. - disse Ravenah.
— Eu tinha me esquecido disso. - falou Elise. - Talvez seja isso.
— As vezes fico pensando no que teria acontecido se eu tivesse fugido antes do casamento. - Ravenah se recostou no sofá e fechou os olhos.
— Com certeza você estaria morando comigo, sem dinheiro e sem um marido - Disse Elise.
— Vamos mudar de assunto. - pediu Ravenah.
— Ok – concordou Elise
— Sirius Black?
— O que é que tem o Sirius? - perguntou Elise sem olhar para a amiga
— Lis! Olhe para mim. - sorriu Ravenah docemente. - Conheço você melhor que ninguém. Vi como você o olhava. Também percebi os olhares dele para você.
— E-Eu? - perguntou Elise
— Não. Eu. Claro que é você, Elise. - afirmou Ravenah. - Não me diga que ele não mexe com você. Porque se negar, é sinal que você tem algum problema.
— Ele não mexe comigo. - disse Elise tentando manter a voz firme, mas falhando miseravelmente ao olhar nos olhos da amiga. - De onde você tirou isso?
— Esqueceu que eu sinto as coisas no ar. - disse Ravenah olhando Elise nos olhos. - Vocês se atraem mutuamente. Eu poderia até afirmar que foi amor a primeira vista.Ou quem sabe amor ao primeiro salvamento.
— Deixa de brincadeira, Venah. - falou Elise
— Não se envergonhe, eu adoraria estar no seu lugar. Amar e ser amada. – falou Ravenah
— Quem foi que disse que eu o amo? - perguntou Elise.
— Mesmo sendo em silêncio. É uma linda retribuição de sentimentos. – falou Ravenah - Vejo em você. Está diferente desde que o conheceu.
— Ele até que é bonitinho, mas eu não o amo. - falou Elise começando a ceder.
— Ama sim. - afirmou Ravenah.- E não há dúvidas sobre isso.
— Será que dá para você parar, de falar como um guru amoroso? - perguntou Elise
— Eu sempre fui assim. Não vou mudar a essa altura da vida. - riu Ravenah. - E continuo a afirmar, você o ama.
— Se eu amo ele, você ama seu marido! - apelou Elise
— Entre Snape e eu nunca haverá amor! - afirmou ela. - Já o seu caso e Black, é outra história.
— Não existe nada entre eu e o sirius - rebateu Elise
— Venah, você acha que o Sirius mora sozinho naquela casa? – perguntou Elise Mudando de assunto.
— Acho que o Remus Lupin mora lá com ele, mas não tenho certeza. - disse Ravenah.
— Ah... - falou Elise simplesmente. Só de pensar que o Sirius morava naquela casa sozinho seu coração ficou apertado.
— Por que você quer saber, Lis? - perguntou Ravenah. - Ficou preocupada?
— Por nada. - disse Elise. - Porque eu ficaria preocupada?
— Sei. - disse Ravenah com ar de riso. - Vou fingir que acredito.
— Venah, já que você insiste tanto que eu e o Sirius nos amamos. - disse Elise. - Porque ele não tentou nada naquele dia que eu levei comida para ele no quarto?
— Talvez se o Lupin e eu tivéssemos nos atrasado um pouco, teria ajudado um pouco. Você tropeçou no lençol e caiu em cima dele. Seria o momento propício para um beijo. - disse Ravenah com um sorriso malicioso.
— Ravenah, você tem uma imaginação muito fértil - disse Elise. - Alias todos vocês têm. Até a Molly achou que eu e o Sirius estávamos nos agarrando.
— Imaginação fértil? Eu? Ora Lis. Para todo bom entendedor meia palavra basta. - falou Ravenah.
— Não entendi - falou Elise fingindo-se de inocente.
— Não mesmo? - Ravenah foi irônica.
— Não. – afirmou Elise
— Está bem. Vamos parar por aqui senão vamos acabar discutindo. - disse Ravenah.
— Concordo. – concordou Elise rapidamente.
Quando Elise olhou no relógio, tomou um susto.
— Nossa! Já é muito tarde! - disse Elise. - Tenho que ir dormir. Senão amanhã eu não acordo.
— Boa noite, Venah - disse Elise. - E vê se tira essas pensamentos da cabeça.
— Boa noite Lis! - disse Ravenah. - Não tenho que tirar nada da cabeça. Sabe que tenho razão.
Uma semana se passou, sem nenhuma novidade. Fudge continuava negando a volta de Voldemort, Dumbledore perdia cada vez mais o seu prestigio com a população bruxa e Elise continuava a sua busca a Sirius Black. Enquanto isso Ravenah ficava em casa tentando arranjar uma ocupação.
Quando Elise chegou em casa no sábado falou:
— Venah!! - chamou ela. - Se arrume, temos uma reunião da Ordem em 1 hora.
— Estarei pronta em poucos minutos. - disse Ravenah, se levantando do sofá e correndo para o quarto e voltando dentro de vinte minutos.
— Está pronta? - perguntou Elise
— Estou. - respondeu Ravenah.
— Então vamos! - falou Elise.
Elas aparataram na frente do Largo Grimmauld numero 12 e entraram. A sala como de costume estava vazia.
— Pronta para enfrentar todos e a fera? - perguntou Elise, sabendo que sua amiga estava nervosa.
— Pronta. - disse Ravenah com a voz um pouco trêmula.
— Vai dar tudo certo. - falou Elise tentando tranqüilizar a amiga.
— Sim vai. - tentou se convencer Ravenah.
Subiram para a cozinha, todos já estavam lá e quando elas entraram todos fizeram silencio.
— Boa noite - cumprimentou Elise
— Boa noite! - também cumprimentou Ravenah.
— Boa noite - todos cumprimentaram, menos Snape.
Ravenah se dirigiu para o lugar vazio entre Lupin e Moody. Não queria de forma alguma ficar perto de Snape. Ao menos não por enquanto.
— Agora que todos já chegaram, vamos começar a reunião - disse Dumbledore quando Elise se sentou.
Quando a reunião acabou quase todos foram embora, menos os Weasleys, Lupin, Sirius, Ravenah e Elise que ficaram para o jantar.
— Ah, finalmente vocês duas vão ficar para jantar. - falou Molly alegre.
— Sim, Molly. Não perderia esse jantar por nada. - falou Elise.
— Nem eu. - juntou-se a ela Ravenah.
Todos se sentaram à mesa para jantar
— Sirius, você está bem? - perguntou Elise. - Está tão calado hoje.
— Estou - respondeu ele simplesmente.
— Não seja assim, Sirius - falou Lupin - Isso é falta de educação.
— Não é não - falou Sirius emburrado.
— Porque ele está assim? - perguntou Elise a Lupin.
— Ele está assim porque você é casada com o Snape – disse Lupin apontando para Ravenah
— Cala a boca, Aluado; - falou Sirius.
— Isso é verdade, Sirius? - perguntou Elise.
Ravenah não podia acreditar naquilo, estava sendo taxada por carregar o nome daquele homem odioso.
— E se for? - perguntou Sirius. - Não fui eu que casei com o Ranhoso.
— Não tenho culpa disso, senhor Black. - disse Ravenah. - Fui obrigada a me casar com ele.
— É verdade, Sirius. - disse Elise. - Ela foi obrigada.
— Sei... - falou Sirius.
Ravenah afastou o prato e se levantou. Percebeu que não era bem vinda a estar junto de Sirius Black.
— Me desculpe, senhoras. Ele é meio teimoso. - tentou se desculpar Remus. - Essa inimizade é antiga
— Se você me dão licença já vou indo. - disse Ravenah.
— Por favor Senhora McCormarck, não vá! - falou Lupin
— Sinto muito Molly, mas acho que o jantar vai ficar para outra vez. - disse Ravenah. - Sr. Lupin, percebi que não sou bem vinda, e sinceramente não estou disposta a ser mal tratada só por carregar o nome Snape. Adeus. Ravenah se levantou e encaminhou-se para a saída, mas antes voltou-se para Lis.
— Lis, não vou para casa. – avisou ela. - Vou dar uma volta. Até mais tarde.
Lupin olhou feio para Sirius e ele disse:
— Desculpe! - disse Sirius. - Não vá embora por minha causa.
— Não há o que desculpar sua sinceridade é tocante. – falou Ravenah secamente - Até mais ver.
— As vezes eu passo dos limites. - continuou Sirius - Eu nunca me dei bem com o Snape. Por favor fique!
— Venah, dá um desconto para ele - disse Elise que já estava indo atrás da amiga.
— Tudo bem. Vou ficar, mas, por favor, nunca mais faça isso. Não sou como ele. - disse Ravenah zangada.
— Ok - falou Sirius.
Acabaram de jantar e foram para a sala.
— E então, Sra Mccormarck - perguntou Sirius. - Você foi mesmo obrigada a casa com o Snape?
— Sim fui. - disse Ravenah não gostando da insistência dele.
— Se vocês são casados, porque ele te tratou daquele jeito na reunião passada? - perguntou Sirius.
— Ele é um idiota estúpido. Sabe que minha volta implica em obrigações que ele não está disposto a cumprir. - disse Ravenah mais calma.
— Eu concordo com você. - disse Sirius. - Mas ele não precisava ter tratado você daquele jeito.
— Remus, você está se sentindo bem? - perguntou Elise ao notar a palidez da pele de Lupin.
— Er... Eu estou bem - respondeu Lupin um pouco hesitante.
— Que foi, Aluado? - perguntou Sirius - será que fo... - parou ao ver o olhar que Remus te lançou
— Aluado? - perguntou Elise curiosa. Ela notou a troca de olhares.
— É só um apelido da época dos marotos. - falou Lupin rapidamente.
— Que apelido mais estranho! - disse Ravenah. - Você está muito abatido Lupin. Será que eu posso ajudá-lo?
— Me ajudar? - perguntou Remus. - Creio que você não possa.
— Tem certeza? - Ravenah insistiu.
— Tenho - respondeu Remus, e Elise não deixou de notar a nota de tristeza na sua voz.
— Remus, o que está acontecendo? - perguntou Elise.
— Nada.-respondeu ele.
— Aluado, para de frescura! - disse Sirius - Você pode confiar nelas.
— Não é questão de confiança e você sabe disso - falou Remus um pouco irritado.
Elise olhou confusa para ravenah que lhe devolveu um olhar confuso. Ravenah estava confusa, mas podia sentir claramente a dor que emanava dos olhos de Lupin.
— Alguém pode por favor me contar o que está havendo? - perguntou Elise, vendo a tristeza de Lupin
— É que o nosso amigo Aluado...- Começou Sirius.
— Não é nada - interrompeu Remus.
— Remus você pode confiar na gente. - falou Elise. - Se não quiser contar tudo bem, mas nós sempre estaremos aqui, viu?
Ravenah preferiu não dizer nada, mas ficou observando Lupin, cuidadosamente. Ele parecia estar a ponto de explodir.
— Não é isso... - falou ele - É que...Não... tá bom eu digo. - falou lupin sem olhar para elas. - Eu sou um lobisomem. - essa ultima parte foi dita tão baixo que só o sirius que estava do seu lado ouviu.
— Você é o que? - perguntou Ravenah.
— Posso dizer Aluado? - perguntou Sirius. E quando Remus assentiu ele disse:
— O Remus é um lobisomem. – disse Sirius
Elise ao ouvir essas palavras olhou imediatamente para Remus que estava sentado, com a cabeça baixa, como se tivesse vergonha.
— Por que a vergonha? - perguntou Ravenah.
— É, Remus.- falou Elise. - Porque a vergonha?
— Pela minha andança pelo mundo, conheci vários lobisomens, todos tão boas pessoas quanto você. - disse Ravenah tentando passar companheirismo ao pobre homem.
— Todas as pessoas quando descobrem que eu sou um lobisomem se afastam de mim. Como se tivessem medo. - falou Remus.
— Hei, aluado, com os marotos não foi assim! - falou Sirius. - A gente aceitou numa boa.
— Vocês aceitaram porque eram inconseqüentes. - falou Lupin. - vocês podiam ter se machucado.
— Remus, pode ficar tranqüilo, eu nunca me afastaria de você só porque você é um lobisomem - falou Elise. - E eu não poderia ter medo de uma pessoa doce como você.
Elise não percebeu, mas Sirius se mexeu incomodado na poltrona que estava quando ouviu as palavras de Elise. Esse movimento foi captado por Ravenah.
— Você é apaixonante senhor Lupin, seria difícil não gostar de você, mesmo com esse seu pequeno problema. - sorriu Ravenah.
— Remus, você ainda não me respondeu - perguntou Elise. - Você está se sentindo bem? Você está pálido.
— Estou bem sim. - falou ele dando um sorriso fraco. - Amanhã começa a lua cheia.
— Você já tomou a sua poção? - perguntou Sirius
— Não. O Snape não trouxe. - falou Remus.
—Ora, não seja por isso. Eu faço a poção. - disse Ravenah decidida.
— Sério? - perguntou Lupin
— Sério! - disse Ravenah. - Vou precisar de alguns ingredientes.
— Aqui não tem nenhum. - falou Sirius.
— E alguns ingredientes para a mata-cão só o Snape tem - falou Remus.
— Ai meu bom Merlin. - disse Ravenah. - Eu já volto.
— Aonde você vai , Venah? - perguntou Elise
— Ao único lugar possível para conseguir os ingredientes, ou até mesmo a poção já pronta. - disse Ravenah caminhando em direção a porta.
— Você vai aonde eu penso que vai? - perguntou Sirius
— Hogwarts. - completou Ravenah.
— Sim, você vai aonde eu penso que vai. - respondeu ele.
— Vou. - respondeu ela.
Ravenah deixou o Largo Grimmauld e aparatou. Ela não podia deixar de pensar que era muito abuso de Snape. Ficou responsável pela poção de Lupin, e não cumpriu com suas responsabilidades, deixando o pobre homem naquele martírio.
Ravenah aparatou diante dos portões de acesso a Hogwarts.Ela passou pelos portões e atravessou o extenso gramado quase correndo. Chegou diante das portas de acesso ao interior do castelo. Levantou os grilhões e bateu. Esperou o que pareceu ser uma eternidade, até que ouviu trancas sendo abertas e um homem de aspecto rude surgir pela fresta.
— Quem é você, e o que faz aqui? - o homem perguntou.
— Sou Ravenah, e quero ver Severus Snape. - ela não estava pedindo estava exigindo.
— Professor Snape já se recolheu, e não vai querer vê-la. - disse ele.
— Ah, vai sim. Diga a ele que a sra Snape está aqui. - Ravenah foi o mais arrogante que pode.
— S-sra Snape? - perguntou o homem
— Sra Snape, e eu exijo ver meu marido, agora. - Ravenah foi autoritária.
— Vou chama-lo – disse o homem
— Vai chamá-lo? - perguntou Ravenah. - Se acha que vou ficar aqui fora esperando está muito enganado.
Ravenah abriu caminho diante de um homem bem surpreso, provavelmente ele esperava que a esposa do diretor da sonserina fosse uma mulher mais submissa.
— A senhora não pode entrar. - disse o homem
— Se o senhor ainda não percebeu, já entrei. Agora me leve até onde meu marido está. O que está esperando não tenho a noite toda. - disse Ravenah perdendo a pouca paciência que lhe restara.
— O-ok. - disse o homem. - Mas vou logo avisando. Ele não vai gostar de ser incomodado.
— Sei disso. - ela concordou com ele.
O homem seguiu por entre os corredores escuros até uma parte mais fria. Pararam numa porta:
— Aqui são os aposentos do professor Snape. - disse o homem
— Obrigada. Agora, queira fazer o favor de acordá-lo. - pediu Ravenah.
O homem bateu na porta. Bateu, bateu. Quando ouviu um barulho na parte de dentro, saiu pelo corredor deixando a mulher sozinha na porta.
A porta se abriu com um Severus Snape rosnando. Ravenah não deu tempo a ele de se refazer da surpresa.
— Senhor Snape! O senhor sabe por que estou aqui? - perguntou ela cheia de raiva.
— Não. - disse ele cínico
— Se o senhor fosse uma pessoa responsável, eu não estaria aqui! - disse ela abrindo caminho para dentro do cômodo.
— Quem você pensa que é para vir aqui e me chamar de irresponsável? - rosnou ele entredentes
— Ora, pensei que soubesse? - ela conseguiu ser tão cínica quanto ele. - Sou a sra Snape, lembra-se?
— Sua insolente! - falou ele. - O que veio fazer aqui? Diga logo de uma vez e vá embora.
— Das duas uma. Ou você me dá a poção mata-cão, ou me dá os ingredientes para que eu mesma possa fazê-la. - disse ela, cerrando os dentes.
— Poção mata cão? - a expressão dele mudou de irritação para ódio. - Você ficou amiguinha daquele lobisomem?
— Ele é uma pessoa apaixonante. É praticamente impossível não ser amiga de alguém como ele. - respondeu ela com uma suavidade estudada. Agora, o que me diz: a poção? Ou os ingredientes?
— Para que você quer os ingredientes? Quem vai preparar? - perguntou ele sarcástico - Você?
— Sim. Eu! Qual a surpresa? - perguntou ela.
— A poção mata-cão não pode ser preparada por qualquer um. - falou ele. - Você pode envenenar seu amiguinho lobo.
— Sou tão boa ou melhor em poções quanto você. E quanto ao fato de preparar a poção mata-cão, estou mais que acostumada a prepará-la. - disse ela.
— Serio? - perguntou ele. - Então por que está aqui?
— Estou sem ingredientes. - disse ela. - E se você não tivesse cumprido com sua obrigação, eu não seria obrigada a vir até aqui.
— Quem disse que eu não cumpri com a minha obrigação? - perguntou ele.
— Ah, não? Então por que não levou a poção para Remus, quando na verdade essa era sua obrigação. - Ravenah estava revoltada.
— A minha obrigação era preparar a poção e não entrega-la - falou ele com um sorriso sonserino totalmente sarcástico.
— Do que adianta você preparar e não entregá-la a quem precisa. Você é muito cruel. - Ravenah estava enojada.
— Meus laços com seu amigo lobo não são nada estreitos, então... - falou ele. - Não me importa o que ele sente ou pensa.
— Estou pouco me importando com seus laços estreitos. - os olhos de Ravenah brilhavam como duas esmeraldas. - Estou preocupada em amenizar o sofrimento de alguém. Se você não tem compaixão, eu tenho.
— Para que ter compaixão? - perguntou ele. - Para as pessoas se aproveitarem de você?
— É tão bonito uma pessoa fazer o bem, não se importando a quem. - disse Ravenah. - Mas isso é algo que não se pode esperar de você.
— Talvez. - disse ele. - Mas quem se importa?
— Eu me importo. - afirmou ela com veemência.
— Como eu já disse NINGUEM se importa – disse ele
— EU ME IMPORTO! E NÃO ME CHAME DE NINGUÉM. SEU IDIOTA. - gritou Ravenah.
— Não precisa dar um ataque histérico, senhora. - disse ele calmamente, pois sabia que isso a irritaria.
— Quem você está chamando de histérica, seu maldito bastardo! - sibilou ela.
— Você. - disse ele.
— Sou tão histérica, quanto você é um santo. - Ravenah ironizou.
— Eu posso não ser santo, mas você continua sendo histérica - disse ele.
— Escute aqui senhor Snape, não quero recorrer a Dumbledore para sair daqui com a poção ou com os ingredientes. O que você me diz? - perguntou Ravenah.
— Por mim, você pode ir chamar o Dumbledore. - falou ele.
— Peça o que quiser, eu faço. Mas me dê a poção. - Ravenah começou a apelar.
— O que eu quiser? - perguntou Snape com um sorriso malicioso.
— Sim, o que você quiser. Mas primeiro a poção! - disse ela não se deixando intimidar.
— Como quiser. - disse ele indicando uma cadeira para ela sentar
Ravenah se sentou e ficou observando o que ele fazia. Ele foi para um outro cômodo e voltou com um pacote na mão.
— Está aqui a sua "preciosa" poção – disse ele.
— Obrigada. – agradeceu ela.
Ele tirou o pacote da mão dela e a puxou para um beijo. Os lábios dele eram quentes, o toque suave, para sua surpresa, mas também apenas por um curto momento. Ela não teve chances contra a força com que ele possuía sua boca. Não que ela tenha pensado em resistir. Era intoxicante o gosto daquela língua explorando sua boca, a pressão do corpo dele contra o dela. Ela acompanhava e respondia cada movimento dele.Snape queria se livrar do autocontrole com que ele aprendera a viver e simplesmente deflorar a boca dela. As mãos suaves dela subiram até seu ombro. Ele estremeceu quando ela começou a acariciar suas costas em movimentos gentis. Ravenah estava gostando da sensação das mãos dele em contato com seu corpo.Ela ainda não podia acreditar. Chegara ali cheia de raiva atrás da poção para Lupin.
Ele começou a afrouxar o aperto e passear com as mãos nas curvas dela. Ravenah sentiu seu coração acelerar como se tivesse corrido por quilômetros.Ela não havia ido ali para isso, tudo tinha seu tempo certo, e agora era tempo de ajudar Remus Lupin. Focando em todo o turbilhão de sentimentos que se apossava dela.
— Lupin. - ela murmurou se desvencilhando dele.
Quando ambos se separaram estavam ofegantes.
— O seu amigo lobo não precisa tomar a poção até amanhã um pouco antes de anoitecer. - falou Snape se recuperando
— Eu preciso ir. Ele precisa da poção. - ela quase sem ar. - De qualquer forma, eu preciso ir. Senão vão vir atrás de mim. - ela tomou o pacote nas mãos e se dirigiu para a porta.
— Você disse que faria qualquer coisa! - disse Snape.
— Sim, disse. - Ravenah confirmou.
— Então... - falou ele
— Tenho que ir, senão Lis, aparece aqui. – falou ela.
Antes que ele pudesse falar alguma coisa ela saiu quase correndo em direção dos portões. Aparatou de volta na frente do Largo Grimmauld e entrou na casa.Estava com a roupa desarrumada e ofegante. Ravenah entrou na casa alisando suas vestes. Estava toda amarrotada. E foi direto para a cozinha de onde vinham vozes.
— Olá, voltei. - disse Ravenah pondo o pacote sobre a mesa. - Aqui está Lupin, sua poção.
Ravenah se sentou em frente a Elise, que não perdia um detalhe sequer.
— O que aconteceu com a suas roupas? - perguntou Elise contendo um sorriso.
— Se eu disse que me atraquei com o Snape você acreditaria? - Ravenah perguntou com um sorriso brincalhão.
— Eu acreditaria - disse Elise sorrindo também
— O que???? -perguntou Sirius indignado.Remus apenas a olhou surpreso.
— Estou brincando. Não teria forças para enfrentar uma briga física com ele. Olha o meu tamanho. - Ravenah disse para Sirius.
— Ufa! - falou ele - Pensei que você tinha realmente brigado com ele.
Ravenah não conteve uma gargalhada.
— Como você conseguiu a poção? - perguntou Remus
— Discutindo muito com ele.- ela falou - Ele é detestável.
— E ele cedeu? - perguntou Remus surpreso
— Ele cedeu aos meus argumentos. - disse ela
— Como você conseguiu isso? - perguntou Remus. - Isso é um feito histórico
— Sempre tem uma primeira vez para tudo. - disse Ravenah.
— Ela conseguiu convencer Severus Snape a fazer o que ela queria! - disse Remus sorrindo sinceramente pela primeira vez aquela noite
Tudo foi válido no final das contas. Remus tinha sua poção. Ele até estava sorrindo.Isso a encheu de contentamento.
— Rapazes, já está tarde e eu estou com sono. - disse Elise. - Vejo vocês na próxima reunião
— Próxima reunião? - perguntou Sirius. - vocês poderiam almoçar com a gente amanhã.
— Ai, que ótimo.- disse Ravenah
— Só não convidamos vocês para o jantar porque o Aluado não vai estar, digamos, apresentável. - disse Sirius sorrindo.
— Então está combinado, amanhã nós viremos almoçar aqui. - disse Elise.
— Com toda a certeza. - reforçou Ravenah.
Elise levantou-se, abraçou Remus demoradamente. Quando foi abraçar o Sirius sentiu um calor ao tocar a pele dele, por isso logo se separou corando furiosamente.
— Até amanhã rapazes. - se despediu Ravenah.
— Tchau! - disse Elise saindo rapidamente do cômodo e indo para a porta.Ravenah a seguiu. Aparataram em casa e dormiram quase que imediatamente
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Aí está mais um capítulo feito com muito carinho espero que apreciem.
Agradecimento especial para Fefa Black, por que sem ela essa fic não estaria tão boa.
Quero agradecer também a todos que comentaram.
Beijos,
Ana Paula Snape
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OIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!! TÁ AI MAIS UM CAPÍTULO!!!
GINNY MALFOY, NINHA SNAPE, AMANHDA OBRIGADA PELOS COMENTS
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