Ultrapassando Feitiços
Capítulo IX
Ultrapassando Feitiços
Primeira Parte
Gina apanhou o medalhão de metal e segurou-o firmemente entre seus dedos. Uma sensação gostosa passou pelo seu corpo ao sentir o objeto gelado em sua mão. Abriu-o e viu a foto de Draco e Peter, com a semelhança entre eles bem acentuada nas duas fotos.
O que significaria aquilo? A primeira vez que Draco lhe dera aquele medalhão fora anos atrás, quando ela ainda fazia o sétimo ano, dizendo que voltaria para buscá-lo. E agora? Aquele presente de Natal significava que ele voltaria?
Ela apoiou a cabeça nos braços, deitando-a na escrivaninha. Não demorou para que ela adormecesse.
“-Virgínia, acalme-se, certo?- Draco disse de uma maneira carinhosa enquanto guiava a namorada pelos corredores sombrios de Hogwarts.
-Mas, Draco...
-Eu sei, eu sei, minha linda, você está nervosa, eu também estou, mas como eu disse, eu quero que esta seja uma noite especial para você, e não para ‘nós’. Já disse que não vou te obrigar a nada, jamais pensei nisso.
-Mas, Draco...- ela tentou de novo.
-Nada de mas, Srta. Malfoy!- ele falou, virando-se para ela e, rapidamente, puxando-a pela cintura para um beijo apaixonado, ao qual ela correspondeu com intensidade.
Logo depois, Draco abriu uma porta ao lado deles e fez com que Gina entrasse atrás dele.
E Gina não soube explicar exatamente a sensação que tivera quando entrou naquela sala. O cheiro, sem dúvidas, era de baunilha. Havia flores de baunilha espalhadas pelo chão, várias delas, formando um tapete grosso, macio e branco de pétalas, uma bela música tocando ao fundo, uma mesa posta para dois, com duas belas velas com chamas vermelhas e românticas... aliás, havia uma ótima atmosfera romântica naquela sala.
-Parabéns pela maioridade bruxa, meu amor.- ele disse num sussurro, ao pé do ouvido dela, fazendo-a estremecer, obrigando-a a segurar-se no pescoço dele- Recomendo que tire os sapatos...- ele aconselhou, referindo-se às flores espalhadas no chão.
-Eu...- ela abriu e fechou a boca algumas vezes, sem saber o que falar.
-Só me diga se você gostou...- ele pediu, olhando a fundo nos olhos dela.
-Eu amei.- ela murmurou, abraçando-se a ele e, em seguida, dando um longo e demorado beijo nele.
Draco segurou Gina pela cintura, apoiando suas mãos ali e mantendo-as imóveis.
Foi ela quem ousou seus toques ao fechar a mão sobre o traseiro dele, apertando-o com desejo. Ele riu junto aos lábios dela, ao que ela acabou rindo também, corando ao perceber seu ato.
-Você me faz perder meu juízo perfeito, Draco...- ela brincou, batendo de leve no ombro dele.
-Essa é a intenção, minha linda...- ele sussurrou ao ouvido dela e, de algum modo, aquilo a excitou como nunca antes, fazendo-a tremer.
-Você acha que devemos?- ela perguntou timidamente.
-Você quer?- ele perguntou de um jeito paciente, segurando as mãos trêmulas dela- Eu quero, minha linda, mas esperarei o tanto que for até você querer. Sabe que não vou te forçar a n...- mas ele foi interrompido por um caloroso beijo dela.
-Você sabe que eu quero, Draco...sabe melhor do que eu que eu não resisto aos seus encantos...- ela falava entre beijos- Sabe que eu me derreto quando você vem com essa história de ‘minha linda pra cá... minha linda pra lá...’, e quando você deixa de atender ao seus desejos para atender às minhas manhas...
-Virgínia, você me conquistou com esse seu jeitinho meigo e, por vezes, ousado. Não sei desde quando, nem como tudo começou, mas sei que hoje eu sou completamente apaixonado por você, e te quero para todo o sempre, ao meu lado. Quero ter uma penca de filhos ruivos contigo, e quero vê-los crescer me chamando de ‘papai’...- os olhos cinzas de Draco brilharam, e Gina parecia maravilhada com as palavras do namorado.
-Você está falando sério, Draco?- ela perguntou, descrente.
-Quanto ao ‘te quero para todo o sempre’ sim... a respeito da ‘penca de filhos ruivos’, bem, eu não creio muito nisso...- ele falou divertido. Gina começou a rir e bateu carinhosamente no ombro dele- Mas podemos nos ater a um ou dois, quem sabe...
-Eu te amo, sabia?- ela disse de repente, agarrando-se ao pescoço dele e fitando seus olhos cinzas- Muito.- completou.
-Eu também te amo muito, Virgínia.
Draco segurou-a pela cintura e deu-lhe um beijo apaixonado. Gina foi envolvida por uma sensação de plenitude que ela só conhecia através dos beijos daquele rapaz à sua frente.
-INÍCIO DE NC17 LEVE-
Ela levou uma das mãos à blusa dele, passando-a por debaixo do tecido fino, tocando a barriga bem definida dele, com alguns pêlos que subiam-lhe até o peito. Ela mordeu os próprios lábios, entre um beijo e outro, ao notar que aquilo a excitava.
Ele, por sua vez, tentava manter o autocontrole, mas os dedos delicados de Gina passeando pelo seu peito, os lábios dela junto aos seus, o cheiro doce que emanava de seu corpo... aquilo o fazia perder completamente o juízo perfeito. E a situação ficou ainda mais difícil para Draco quando Gina levou sua mão até a calça dele, atrevendo-se a tocá-lo levemente sobre o tecido...
-Você sabe que eu quero tanto ou mais que você, Draco...- ela sussurrou ao ouvido dele, logo depois tornando a beijá-lo.
Ele seguia cauteloso, ainda temendo assustar a namorada. Ela sabia que ele já tinha certa experiência naqueles assuntos, embora, a julgar pelos toques mais ousados da garota, ela apenas queria que ele lhe ensinasse tais assuntos.
Foi Gina quem tirou uma das mãos de Draco de sua cintura e levou-a ao encontro dos seus seios, tocando-os sobre o tecido da blusa. Foi ela quem levou a outra mão dele até o cós de sua saia, pedindo com o olhar que ele a fizesse sua.
Draco, agora, não conseguia e nem queria se controlar. Ele apanhou Gina no colo e deitou-a carinhosamente sobre o macio tapete de pétalas de flores de baunilha. Ficou a olhá-la por alguns instantes, perdendo-se no fogo crescente que eram os olhos dela, percebendo que realmente ela o queria naquele momento.
Gina novamente levou suas mãos ao peito de Draco, por baixo da blusa, atiçando-o a tomar iniciativas. Ele, por sua vez, afastou a blusa dela e subiu sua mão pela barriga da garota, até tocar carinhosamente um dos seios dela. Ela mordeu os lábios, sentindo subitamente sua garganta ficar seca.
Era um misto de sensações que ela nunca tinha sentido. Um arrepio nasceu bem ali, onde Draco a tocava agora, com leves movimentos circulares, e percorreu todo o seu corpo em poucos segundos, deixando-a sem ações, e com a garganta seca.
Num breve momento de clareza, entre uma sensação e outra, Gina conseguiu livrar Draco da blusa, deixando o peito nu, mostrando o peito bem definido, excitando-a ainda mais com aqueles pêlos subindo pelo corpo...
Draco livrou Gina da parte de cima das roupas dela, tendo uma bela e tentadora visão do corpo bem modelado da namorada. Então ele a beijou, primeiro na testa, sussurrando um breve ‘Eu te amo’. Desceu ao nariz e à maçã do rosto, e logo depois beijou ardentemente sua boca. Delicadamente levou os lábios ao pescoço e ao colo dela. E Gina não repreendeu um gemido quando sentiu a boca de Draco envolver o bico rosado de seu seio.
Nervosamente ela levou as mãos ao botão inútil da calça dele, desabotoando-o. Draco ajudou-a, muito sem jeito, a retirar suas calças, logo depois tentou retirar a saia dela, atrapalhando-se um pouco, mas conseguindo livrá-la do tecido incômodo.
Ela o encorajou a ir em frente quando ela mesmo retirou a cueca dele, e levou as mãos dele à sua calcinha, para que ele fizesse o mesmo com ela.
-Não tenha medo, Draco- ela sussurrou- eu não tenho...
Draco olhou carinhosamente para a namorada, dando-lhe um beijo leve nos lábios, postando-se entre as pernas dela.
-FIM DE NC17 LEVE-
Gina adorava olhar fundo nos olhos de Draco. E adorava ainda mais quando ele também a fitava, com amor e paixão. Fazer amor com Virgínia Weasley, para Draco, era penetrar sua alma e saber o que ela estava sentindo, reconhecer suas expressões e unir-se a ela em emoções maravilhosas que, eles sabiam, só seriam capazes de sentir juntos.”
Seu braço doía. Sua perna tremia e formigava. Suas costas pareciam estar quebradas. Sua cabeça latejava. Virgínia levantou-se, e ao primeiro momento não sentiu a mão esquerda, que segurava firmemente uma pena fina entre os dedos.
Ela olhou para a janela, notando que já era noite. Olhou para o relógio na parede, era de madrugada. Em pouco mais de duas horas o sol nasceria.
-Não posso dormir agora...- ela esfregou os olhos.
Sua escrivaninha estava um tanto bagunçada, com alguns vários papéis idênticos espalhados sobre ela.
Para Draco Malfoy
De Virgínia
Ela pensou um pouco, parando a pena no momento em que ia escrever seu sobrenome. Parou. Posicionou a pena e parou novamente.
Para Draco Malfoy
De Virgínia Malfoy
Ela escreveu com a letra bem caligráfica, cheia de voltas e muito elegante. Aquele era o convite para o seu aniversário de 29 anos.
Logo depois de assinar o convite de Draco, Gina pegou dois formulários e um pergaminho enrolado. Um deles falava sobre ‘aulas de artes plásticas’, chamando-a para lecionar numa Faculdade de Artes, para trouxas. O outro formulário ela teria que assinar e enviar para o Instituto de Medicina Bruxa e Pesquisas onde, em breve, ela estaria estudando para tornar-se uma Médi-Bruxa Curandeira. O pergaminho era a confirmação da exposição de seus quadros no Museu Harry Potter de Arte e História da Magia para dali há dois meses mais ou menos.
Preencheu o formulário de Médi-Bruxaria e despachou-o por uma das corujas da casa. Logo depois afastou todos os papéis da escrivaninha e organizou-os em pilhas de ‘Convites da Gina’, ‘Convites do Peter’, ‘Documentos de Separação’, ‘Relatórios de Pesquisas sobre Comportamentos Humanos – Por Luna e Remo’ e ‘Pilha de Papéis Inúteis’.
Após fazer isso, resolveu ir dormir. Notou, através das cortinas pesadas de veludo vinho da biblioteca, que os primeiros raios de sol já despontavam no horizonte, indicando que em breve amanheceria. Ao longe ela podia ouvir passarinhos cantando, provavelmente eufóricos por mais um dia.
Instintivamente ela abriu as cortinas da biblioteca, esquecendo-se imediatamente da idéia de ‘dormir’ que tivera antes, e parou o olhar nos jardins de casa, que clareavam mais e mais a cada instante. Snuffles, o cachorro de Peter, corria de um lado para outro, brincando com Angie, a cachorra de Gina, que na verdade Draco tinha dado de Natal ao filho, mas o animal, da mesma raça de Snuffles, apegara-se muito mais à dona da casa.
Gina, então, desviou o olhar para o parque de Alderley Edge, à frente de sua casa. Por detrás da pequena floresta que ali se estendia, o sol despontava, tomando os céus e clareando tudo ao redor. Era mesmo uma imagem bela.
Assim que o sol nasceu, Gina fechou novamente as cortinas da biblioteca. Virou-se e dirigiu-se à escrivaninha. Pegou o medalhão prateado, esquecido sobre a mesa, e botou numa gaveta, trancando-a, em seguida, com um feitiço isolante.
Bocejou. Sono, muito sono era o que ela sentia naquele momento. Com muito esforço ela subiu três lances de escada, repudiando-se e xingando-se de seguida quando lembrou-se que ‘aparatar’ era um meio de locomoção ágil e que não exigia esforços. Bem, ela não podia culpar-se. Seu raciocínio estava lerdo e cansado demais para se lembrar que, anos atrás, ela tinha conseguido licença para aparatar.
Sua cama a chamava, e aos seus olhos, àquela altura da manhã, exercia um fascínio sobre ela que ela não podia explicar. Ela ainda sorriu ao ver que Peter estava adormecido num dos lados da cama, parecendo um anjinho. Seus pensamentos se tornaram claros num espasmo de segundo, antes de deitar-se no espaço vazio da cama. Ainda olhou por um segundo apenas para o filho, antes de cair num sono profundo.
“-Virgínia, eu estou falando com você.- Draco pareceu irritado por um momento. Gina baixou o enorme livro de Poções e encarou o namorado.
-Eu estou te ouvindo, Draco.- ela disse pausadamente, como se falasse com uma criança.
-Não parece. Você fica aí, olhando pra esse grotesco livro de Poções, dando mais atenção a uma poção Wiggenweld de fortalecimento do que a mim, que já te dou forças só por estar na sua vida.- ele retrucou, fazendo gestos e expressões engraçadas. Ela riu.
-Você não tem jeito, não é, Draco? Prepotente e narcisista...- comentou.
-Eu falo sério, Vi...- ele falou, cheio de manha, pedindo carinho. Gina sabia que Draco estava carente, apenas em ouvi-lo chamá-la de ‘Vi’.
-Me diga, Draco, o que você está fazendo aqui mesmo? Não era pra você estar no Ministério, trabalhando como ‘ajudante do chefe da Sessão de Artefatos Trouxas’?
-Vi, não faz assim comigo.- ele fez um biquinho infantil, o que fez Gina rir e aproximar-se dele, sentando-se no colo de Draco- Você sabe que eu já admiti que ser ajudante do seu pai é interessante, mesmo que não seja efetivamente legal, ainda assim é interessante. Mas eu não estou aqui para isso...
-Então diga-me, Draco- Gina parou um pouco e levou os lábios à orelha dele, mordiscando-a levemente, seguindo com pequenas mordidas pelo pescoço, leves, mas que causavam sensações arrebatadoras no namorado- diga-me a que propósito você veio- e mordiscou os lábios dele enquanto o beijava- e me diz, meu amor, se você vai sempre estar comigo quando eu precisar...
-Bem...- Draco suspirou, contendo seus hormônios, ao sentir as mordidas de Gina. Ele apertou a perna dela quando sentiu uma mordida mais forte em seu pescoço, e sentiu seu corpo tremer involuntariamente- eu estou debaixo de você agora, caso precise de mim...- sua voz saiu trêmula, vacilante- e você descobriu o meu propósito, Virgínia...
-Propósito interessante o seu, não é? Malicioso...- ela parou e mordeu os lábios dele, sentindo-o tremer sob o seu corpo.
-Vi...- ele tentou- por favor, não faça... não faça isso se não quiser entrar em... território...perigoso...
-Território perigoso?- ela falou com a voz confiante- Falando desse jeito você só me excita mais ainda...- ele, com muita dificuldade, afastou-a e fitou os olhos afogueados da namorada.
-Então o que acha de mandar a poção Wiggenweld para o caldeirão para termos mais espaço?- ela olhou de Draco para o livro de poções, abrindo um sorriso fino e de meio lado, e estreitando os olhos de uma maneira sensual.
Empurrou o livro para o chão, que caiu com um barulho seco, e depois empurrou Draco para cima da mesa, ficando por cima dele e logo desatando a gravata do rapaz, tirando-a do pescoço dele e colocando-a em seu próprio, fazendo charme. Draco apanhou a gravata e puxou Gina para que deitasse sobre ele.
-Sabe o que vou fazer com você agora?- ele perguntou, levando suas mãos à cintura dela e apertando-a contra o seu corpo.
-Uhm...- e antes que Gina pudesse responder, Draco apanhou sua boca num beijo apaixonado.
Poderia ser apenas mais um beijo entre Draco e Gina. Mais um daqueles arrebatadores, dados com paixão e malícia, seguidos de toques ousados, provocando-lhes sensações infinitas.
Porém, aquele era um beijo diferente. Parecia não conter a malícia e a ousadia de sempre. Parecia conter mais amor do que jamais Draco teria demonstrado num simples beijo. Havia mais emoção e sensações, e mais mágica.
Draco abriu a boca e deixou que sua língua passasse para a de Gina, explorando-a de uma forma delicada e diferente até então. Parecia explorar mais recantos do que antes, como se fizesse um reconhecimento de território.
Os corações daqueles jovens pararam por um instante, para só depois tornarem a bater a um mesmo ritmo.
As mãos de Draco estavam paradas na cintura de Gina. As mãos delas estavam espalmadas no peito dele. Não eram preciso toques para que eles sentissem, com aquele beijo, a plenitude que os invadia.
E então, a um determinado momento, foi como se uma doce melodia começasse a tocar dentro deles, harpas, misturadas a vozes angelicais. E seus corpos tremeram, tamanha energia que passava entre eles, apenas com aquele beijo...
-Você...- Gina fitou os olhos cinzas de Draco. A garota buscava ar e sentia o peito de Draco subir e descer descompassado sob as suas mãos.
-Sim, Virgínia, eu... eu senti isso...- ele sussurrou, não encontrando forças para falar normalmente.
-É a primeira vez que isso acontece...o que significa?- Draco sorriu e puxou-a para um beijo selinho.
-Que nosso amor é forte demais, Vi.- ele disse, fitando os olhos dela, que agora estavam calmos e cheios de amor- capaz de ultrapassar barreiras inimagináveis...- e, então, dizendo isso, Draco beijou-a mais uma vez.”
Gina suspirou e remexeu-se na cama, trazendo os cobertores mais para junto de seu corpo. Abriu os olhos, sentindo o sono esvair-se aos poucos. O quarto estava mergulhado na escuridão, e não por causa das cortinas fechadas, mas sim porque era noite. Ela levantou-se, um tanto assustada. Quanto tempo teria dormido?
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