Perdas e Ganhos



Capítulo VII
Perdas e Ganhos


-Virgínia...ó Virgínia...- Draco gritava a plenos pulmões, soando melancólico demais com a sua voz muito alterada.

-Draco, o que você pensa que está fazendo?- Pansy chegou à sala e encontrou Draco segurando uma garrafa de Whisky numa mão e uma vassoura na outra.

A vassoura era de Quadribol, uma dos últimos modelos, e tinha as cerdas e o caba muito vermelhos.

Pansy tentou tirar a vassoura das mãos de Draco, e ele reagiu de uma maneira violenta.

-Não tire a minha Virgíniaaaa de meus braçoooos, Parkinson! E saiaaa... da minhaaa fren...frente!- ele apontou o dedo acusadoramente para Pansy, e logo depois levou a garrafa de Whisky à boca, entornando o que ainda restava ali.

Cho chegou alguns segundos depois, perguntando em alto em bom som o que estava acontecendo ali.

-Provavelmente os elfos deram uma garrafa de Whisky para ele.

-Mas nós não mandamos que eles não dessem nenhuma bebida para o Draquinho?- Cho falou.

-Seja um pouco mais esperta de vez em quando, Chang...- Pansy reclamou- os elfos nos obedecem, mas eles nunca desobedeceriam o dono da casa! Tínhamos era que ter dado um fim em todas essas bebidas. Parece que não demos muita importância ao problema que ele tem com o álcool.

-Parkinson, Draco não tem problemas com álcool. Ele não é alcoólatra, se é isso que você está tendo dizer.

-Ah, não? Então por que será que ele está bêbado agora, no meio da tarde? Isso é alcoolismo para mim.

-As garrafas do Draco são todas enfeitiçadas, encantadas com ervas fortes e têm mais álcool do que bebida comum, ou seja, embebedam mais rápido.

-E VOCÊ SABE O QUANTO ISSO PODE PREJUDICAR A GENTE?- Pansy gritou. Nesse momento, Draco começou a cantarolar uma música deprimente, falando o nome ‘Virgínia’ a cada palavra falada.

-Virgínia...meu amor...Virgínia... volta Virgínia... pra mim, Virgínia... esqueça tudo Virgínia... me perdoa Virgínia...- enquanto beijava as cerdas vermelhas da vassoura- Virgínia, minha querida, seus cabelos estão tão duros... e você está tão magra... mas eu te amo, Virgínia...volta pra mim, Virgínia... esqueça tudo e me perdoa, Virgínia...

-DRACO!- Cho chamou, com uma voz severa. Draco olhou-a, os olhos um tanto fora de foco, evidenciando seu estado de embriaguez, e sorriu-lhe, de um jeito débil.

-Você não é a Virgíniaaaa...- ele disse, apontando o dedo para a mulher. Logo depois ele virou-se para os lados, olhando atentamente- Virgínia? Meu amor? Onde você está?- então ele olhou para a vassoura em suas mãos, deu um enorme e idiota sorriso e beijou as cerdas vermelhas- Aqui está você, meu amor! Nos meus braços!

-DRACO!- dessa vez foi Pansy quem chamou. Ela apontou a varinha para o homem- SONUS!- a garrafa caiu espatifada no chão, em seguida a vassoura e, por último, Draco.

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Peter sentou-se à sombra de uma das árvores nos jardins do Instituto St. Bartleby’s Para Jovens Cavalheiros e Belas Damas. Era um colégio típico da Inglaterra, tradicional e muito rígido.

Ele levou a mão aos cabelos, do jeito como sua mãe falava que seu pai fazia. Viu, pouco distante, uma garota aproximar-se dele. Ela tinha os cabelos louros como os dele, e os olhos muito verdes.

-Oi, Pete.- ela disse, sentando-se ao lado dele.

-Oi, Kathy.- ele sorriu-lhe- Como você está?

-Mais ou menos, eu acho.- ela deu de ombros- Meu pai quer viajar no Natal, e eu disse que não queria ficar longe da minha mãe as férias todas.

-O tio Harry não pode levar você se você não quiser, pode?- ela deu de ombros novamente- Acho que minha mãe nunca iria deixar que meu pai me levasse para longe no Natal.

-Bem, eu não sei realmente. Talvez ele queira irritar a minha mãe ou algo assim.- Peter passou novamente a mão nos cabelos, sentindo um pensamento nada agradável invadir a sua mente, passando como um flash por ela.

Instantes depois, Kathy cutucou o braço do amigo e apontou para um garoto, que vinha até eles acompanhado de mais um garoto e uma garota. Deviam Ter a mesma idade que Kathy e Peter, uns seis anos, mas pareciam realmente muito mal encarados.

-O que será que ele quer dessa vez?- Peter perguntou irritado, levantando-se e ajudando a amiga a se levantar.

-Olhem só... o Malfoy e a Potter...- era uma voz infantil, mas soava cruel e irritadiça.

-Olhem só... o Freak e os Logan...- Peter repetiu, sua voz tornando-se fria como a de um Malfoy, e brava como a de um Weasley- ou eu deveria dizer o Bert e seus fiéis escudeiros?

-Fiquei sabendo que, como os pais da Lovegood, os seus também se separaram, Malfoy.

-Está um pouco atrasado, Bert.- Peter falou, cruzando os braços displicentemente.

Albert Freak era uma criança de seis anos apenas. À primeira vista, parecia um garotinho meigo e doce. Porém, para as outras crianças da escola, ele era o garoto mais chato e irritante. Junto com Jerry e Jackeline Logan formavam o trio barra pesada do Instituto St. Bartleby’s. Para Peter, no entanto, Albert não passava de um garoto ridículo e entediante.

-Não me chame de Bert!- o menino moreno fechou os punhos com força.

-Prefere Bertzinho?- Peter provocou. Sua raiva demonstrada em seus olhos mais cinzas e frios do que nunca, e em sua voz cortante e cruel.

Definitivamente, para quem ouvisse aquela conversa dos dois garotos, acharia-os cruéis e frios demais para serem apenas crianças de seis anos.

-Você não aprendeu mesmo com aquela surra que eu te dei, não é, Pequeno Malfoy?- Albert falou, um tanto nostálgico. Peter soltou uma risada tão fria quanto ele jamais pensara em dar. As quatro crianças perto dele tremeram, Albert inclusive.

-Acredite, Bertzinho, não será do mesmo jeito da próxima vez. Você me atacou por trás, talvez não tenha punho suficiente para me atacar pela frente.

-O Weasley Malfoy está achando que é muito forte... pensa que pode fazer mágicas para me afetar, Malfoy?- ele deu um sorriso fino com o canto dos lábios e estreitou ainda mais os olhos, parecendo malicioso.

-Não duvide disso, Bert.

-Agora o pequeno tolo e idiota Malfoy é um bruxo e pode fazer feitiços?- Albert riu.- Só porque conseguiu ganhar o jogo de críquete desta tarde se acha capaz de invocar feitiços? Bruxos não existem, Malfoy!

Kathy, numa atitude impensada, pegou a mão de Peter e segurou-a entre a sua. Com aquele simples toque, Peter sentiu o quanto a amiga estava assustada.

-Com medo, Lovegood?- Albert olhou com frieza para a garota- Sabe de outra coisa que eu fiquei sabendo, Malfoy? Que o seu pai largou a sua mãezinha por duas vagabundas... ele deve ter feito bem, sabe? Sua mãe faz o que, mesmo? Pinta quadro, é isso? Que tipo de profissão é essa?

Peter soltou a mão de Kathy e afastou-a para trás dele. Ele cerrou os punhos e sentiu seus olhos estreitarem e soltarem faíscas. Sua respiração tornou-se pesada, e a raiva começou a crescer dentro de si.

-Nunca. Mais. Fale. Da. Minha. Mãe. Com. Essa. Sua. Boca. Suja. BERTZINHO!- ele falou pausadamente (e venenosamente), gritando a última palavra.

Antes que qualquer um ali pudesse reagir, o punho de Peter foi de encontro ao rosto de Albert. O garoto foi lançado para trás, tamanho força que Peter usara. Ele caiu no chão e logo sentiu muito sangue escorrer pelo seu rosto. Uma dor excruciante o atingiu e ele sequer conseguia respirar direito.

Peter, agindo muito friamente, apenas limpou a mão usada nas vestes, expressando nojo enquanto o fazia, e depois, com a voz ainda soando cruel, falou:

-Esteja avisado, Bertzinho!- apanhou a mão de Kathy e os dois saíram para longe do trio.

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A campainha tocou. Gina deixou a tela que pintava de lado e foi atender a porta. Viu Harry Potter parado, olhando para ela.

Harry viu a mulher atender a porta e parou para observá-la. Estava um tanto engraçada. Usava um avental branco, todo sujo com tintas coloridas, luvas, que um dia poderiam ter sido brancas, mas no momento estava rosas misturadas a um azul e um verde muito claros. Havia também os óculos, muito grandes e transparentes, cujas lentes estavam sujas com algumas gotas de tinta vermelha.

-Harry?- ela perguntou, sorrindo e retirando os óculos rapidamente- Quanto tempo. Entra.- ela deu espaço para o homem entrar.

-Quase um ano, não é, Gina?- ele sentou-se no sofá e viu-a fazer o mesmo, logo depois de retirar o avental e as luvas e colocá-los próximos à tela que pintava anteriormente.

-É, mais ou menos isso. Acho que desde a sua separação, há uns oito meses... como foi que deixamos isso acontecer? Éramos tão amigos...- ele sorriu, fitando os olhos de Gina.

-Ainda somos, Gin... acredite, eu senti muito a sua falta...- ela sentou-se ao lado dele e, num ato impulsivo, abraçou-o, e sem saber porque, começou a chorar.

-Eu senti a sua falta quando eu me separei do Draco, Harry... quando houve tudo aquilo, e depois eu perdi a guarda do Peter... e eu queria tanto conversar com você, e saber como era essa situação, saber o que fazer e como agir...- ele afagou os cabelos dela, ouvindo-a suspirar a todo instante.

-Me desculpe... eu agi como um idiota mesmo... eu deveria estar ao seu lado quando tudo aconteceu...- ela se afastou do abraço e fitou os olhos verdes de Harry. Havia um brilho de arrependimento neles.

-Duas coisas.- ela falou, soando séria, e limpando as lágrimas de seu rosto- Você está realmente arrependido por causa disso. Quero dizer, você percebeu que eu não merecia ter ouvido aquelas coisas horríveis quando você acusou o meu marido, na época, de estar indo pra cama com a sua mulher.

-Eu deveria saber que Draco te amava demais para estar te traindo com a Luna. Meu ciúmes doentio... isso ainda acaba comigo. E eu deveria saber que a Luna me amava demais também... e isso acabou com o meu casamento. E a Segunda coisa?

-Disse bem.- ela falou com pesar- ele me amava, agora acabou. A Segunda coisa é que você ainda gosta da Luna, melhor, ainda a ama.- ele sorriu, desconcertado.

-Depois desses anos todos você ainda me conhece bem demais, Gina...

-Eu faço o que posso. Harry, nós namoramos durante quase um ano e meio. Eu tenho que te conhecer mesmo. Mas eu acredito que a Luna te conheça melhor do que eu...- Gina fechou os olhos brevemente, levando a mão à barriga ao sentir uma leve pontada.

-Você está bem, Gin?- Harry pareceu preocupado. Ela deu um meio sorriso.

-Não é nada, não se preocupe. eu acho que só estou um pouco cansada.- ela apontou com a cabeça a tela que pintava.

Era uma bela e enorme pintura. Havia uma cascata ao fundo, árvores, morros, o pôr do sol... debaixo da cascata havia duas sombras, dois corpos abraçados, beijando-se.

-Passei a noite e a manhã inteiras pintando.

-É realmente linda.- ele comentou- A cada dia você pinta melhor, Gin... eu passei na sua última exposição, lá no Museu Harry Potter de Arte e História da Magia. Você já está entre um dos grandes nomes de artistas do mundo mágica, sabia?- ela sorriu, timidamente.

-Você quer pintar comigo? Como daquela última vez, quando ainda namorávamos e eu te ensinei a atirar flechas de tinta...

-De que adianta?- ele retrucou- Você sempre ganhava de mim...

-Essa é a graça de tudo, Harry. Vamos lá...- ela levantou-se e apanhou a varinha.

Apontou-a para uma das paredes vazias da sala e fez aparecer um enorme tela com diversos balões coloridos e de diversas formas e tamanhos grudados nela. Gina apanhou o seu avental, calçou suas luvas e colocou os óculos, e logo entregou outros destes acessórios para Harry.

-Está pronto?- ela perguntou, apontando a varinha para a tela de balões.

-Aposto como você não consegue acertar o amarelinho do canto esquerdo...- ele apontou um mínimo balão amarelo num dos cantos, rodeado por três enormes balões verdes. Ela riu debochada.

-Flecha!- uma fina flecha transparente saiu de sua varinha e acertou em cheio o balão amarelo, liberando, sobre a tela, tinta da mesma cor.- Você está falando com uma profissional, Potter, esqueceu?- ela terminou com um longo suspiro, e levou novamente a mão à barriga, sentindo mais uma vez uma pontada, mais forte do que a primeira- Harry...

Harry virou-se rapidamente para Gina, ao ouvi-la chamar seu nome de um jeito quase que suplicante. Ele olhou-a de cima a baixo rapidamente, parando a vista no avental dela: a cor vermelha intensa cobria as demais cores que antes manchavam o tecido.

-Me leva pro hospital...- ela continuou, sua voz chorosa e desesperada- agora...- antes de cair no chão, sentindo-se dolorida demais para continuar de pé.

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Peter viu o psicólogo da escola sentar-se comodamente na cadeira, recostando-se de uma maneira elegante e reservada. Viu-o analisar atentamente alguns papéis.

-Nos encontramos de novo, Sr. Weasley Malfoy.

-Sim senhor, Sr. Po...- Peter soou frio, o que assustou mais a ele do que ao psicólogo.

-E dessa vez por um motivo muito mais grave do que o anterior.

-Da última vez foi ele quem me acertou, senhor.

-Da última vez vocês se acertaram, Sr. Malfoy. Mas dessa vez o senhor quebrou o nariz do Sr. Freak.- Peter não conseguiu segurar um meio riso- Teremos que contatar os seus pais. Conhecendo seu pai como conheço, não acho prudente falar com ele ainda. Por conta disso falarei com a Sra. Malfoy...- Peter, ao ouvir as palavras do psicólogo, sentiu-se estranhamente enjoado- o senhor estará suspenso da escola por uma semana, Sr. Malfoy.

Peter sentiu sua visão embaçar por um instante, e uma sensação desagradável embrulhar o seu estômago. Um flash rápido passou na frente de seus olhos, mostrando a sua mãe caída no chão, em seguida viu o tio Harry correr até ela e apanhá-la nos braços.

-Sr. Malfoy...- a voz do psicólogo era longínqua- o senhor está me ouvindo?

-Minha mãe...- ele sussurrou fracamente- ela...- ele sentiu uma pontada muito forte em sua barriga e não conteve um gemido de dor- ...ela... perdeu o bebê...

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A voz de Luna chegava como num sussurro aos seus ouvidos. Importava mesmo o que a médica tinha para falar? Ela já sabia a verdade, não precisavam ficar repetindo a toda hora.

-Vocês querem me deixar sozinha?- Gina virou-se de lado na cama do hospital, ficando de costas para Harry e Luna. Ela sentiu as lágrimas quentes escorrerem pelo seu rosto e molharem o travesseiro. Mordeu os lábios, tentando segurar os eventuais suspiros de dor- Não precisam ficar repetindo o que eu já sei, OK?- ela continuou, soando fria.

Instantes depois ela ouviu a porta do quarto fechar-se, indicando que os dois tinham saído.

Só então ela deixou que as lágrimas escorressem mais livremente pelo seu rosto. E também deixou que os suspiros ecoassem de sua garganta. Instintivamente ela levou a mão à barriga, sentindo que não havia mais vida alguma dentro dela.

-Por que você fez isso, Tom?- sua voz, nesse instante, saiu débil e sonolenta.- Por quê?- segundos depois, em meio a lágrimas e delírios, ela adormeceu, sob o efeito da poção calmante que Luna lhe dera.

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-Eu quero ver a minha mãe!- Peter quase gritou para Harry, que fora buscá-lo no colégio. Kathy segurava na mão do pai, e Peter ia mais à frente, emburrado.

-Peter, sua mãe está no hospital. Eu vim te buscar justamente para você poder vê-la, mas tire esse bico, OK?- Harry falou, um tanto severo.

-Eu sei que ela está no hospital!- ele retrucou- eu senti isso. E eu sei que ela perdeu o meu irmão também, não precisa me dizer. Eu só quero vê-la! Quero estar do lado dela.- ele gritou, não segurando a sua impaciência.

Harry soltou a mão da filha e foi até o afilhado, abaixando-se perante ele e mirando os olhos cinzas de Peter, que agora estavam tristes e não tinham brilho algum.

-Peter, se você continuar desse jeito não poderá ver a sua mãe. Agora ela está dormindo, e deve acordar só de noite. Por enquanto você ficará comigo lá no hospital, certo?- o garotinho assentiu com a cabeça- e quanto ao seu incidente de hoje, eu não vou contar à sua mãe por um tempo, estamos combinado? Mas você terá que se comportar.- Peter abraçou-se ao padrinho.

-Ela sentiu a sua falta, tio.- ele sussurrou ao ouvido dele.

-E eu sinto por isso, Peter. Eu também senti a falta dela, e sua, claro. Não vai acontecer mais, eu prometo.

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Gina acordou tarde da noite, quase de madrugada. Luna e Remo estavam parados à frente da cama dela, observando-a.

-E o Peter?- ela perguntou, sentando-se rapidamente na cama.

-Ele está lá fora, dormindo na sala de espera. Está com o Harry e a Kathy.- Luna respondeu.

-Você já está melhor, Gina?- Remo perguntou, preocupado.

-Acho que sim. Eu me recupero de mais esta...- falou, pesarosa. Remo sorriu-lhe.

-Eu tenho uma boa notícia para você, Gina.- Remo continuou, ao que Gina franziu o cenho, sem entender muita coisa.

-O que é, meu amigo? Eu preciso mesmo de boas notícias, você sabe.

Então Remo estendeu-lhe um jornal. Era a edição mais nova do O Profeta Diário. Gina passou os olhos pela foto da primeira página. Havia alguns bruxos com varinhas, apontando para um corpo no chão. Em baixo a legenda:

“Encontrado morto o juiz John Milton, representante da Ordem Judicial do Ministério da Magia Inglês desde 1869. Peritos em assassinato doloso confirmam que o crime ocorreu há mais de dois meses e meio.”

Luna espichou o pescoço, tentando ler a reportagem. Passou os olhos rapidamente pela foto e o título da matéria.

-Eu não entendo como um assassinato pode ser uma notícia boa.- ela olhou para Remo, que sorria, e logo depois para Gina, que continuava com os olhos no jornal, mexendo-os à medida que lia a matéria.

-John Milton foi o juiz da audiência do Peter.- Gina falou, ainda sem desviar a atenção do exemplar.

-Eu sinto muito, Gina...- Luna começou.

-Não sinta.- Remo interrompeu.

-Aqui diz ‘morto há mais de dois meses e meio’...- Gina falou.

-Mas...

-Mas a audiência de Peter foi há quase dois meses.- Remo explicou, seu sorriso aumentando.

-Então isso quer dizer...- Luna tentou mais uma vez.

-Exatamente isso, Luna.- Gina abaixou o jornal e olhou para Remo. Seus olhos castanhos adquiriram um brilho especial, que não aparecia ali há vários meses- É isso mesmo o que você está pensando.

-Oh, Merlin...

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