Confissão de um Plano

Confissão de um Plano



— Ela... é você? – Draco não conseguia se conformar daquilo, seus olhos arregalados. Tinha se apaixonado pela versão feminina do Lorde? Agora tinha dois Lorde’s!? Era impossível! Ou ele era uma pessoa ou outra! – Isso é impossível!


— Nada é impossível para Lord Voldemort. Nada. – ele riu nesse momento, enquanto segurava Ellen como um troféu. – Vou lhe contar meu plano, Malfoy... afinal, eu tenho tempo... não preciso completá-lo imediatamente... o que são alguns minutos, comparados à 21 anos de espera? – um brilho de júbilo estava em seu olhar, enquanto o encarava. E ele se intensificava, quando ele às vezes o desviava em direção à Ellen.


Draco ficou parado, observando-o. 21 anos... não era a idade exata de Ellen? Então... ele já sabia quando ela havia nascido. E, logo que ele pensou nisso, ele percebeu a relação que havia entre o corpo humano e o mapa astrológico. Ellen sempre e nunca passara de um plano. Mas com que objetivo!? Simplesmente passaria sua sabedoria para ela? Então pq tudo aquilo!?


— Tudo começou antes mesmo dela nascer. Como você bem sabe, eu quero ter o poder de me tornar imortal. Você poderia dizer que seria mais fácil tomar os Elixir’s da Longa Vida, mas eu não quero simplesmente viver mais... o que me adianta viver mais, se meu corpo enfraquece conforme o tempo passa? Não, precisava de um corpo novo e jovem. Poções da Juventude... mas eu perderia toda minha sabedoria. Eu queria ser jovem, mas com meus conhecimentos de agora.


‘Pesquisei incessantemente em meus livros, até achar um livro sobre clonagem mágica. Não é um assunto muito divulgado no mundo mágico. Eu poderia fazer um clone de mim mesmo, mas naquela época, Dumbledore me era um empecilho, não podia fazer o clone exatamente igual à mim. E eu, com a ajuda do seu querido pai, transmutei o sexo de masculino para feminino. Formando minha querida versão feminina... – ele sorriu, passando os dedos lentamente pelas maçãs do rosto de Ellen. Ellen parecia lutar para se libertar do conjunto de feitiços, enquanto o olhava com rancor.


‘Apesar de hoje Dumbledore não mais existir, graças à sua ajuda, impressionantemente, brilhante de arrumar um caminho até Hogwarts, ainda assim esse clone feminino é de extrema utilidade. Mulheres são resistentes à dor e ferimentos e conseguem, se quiserem, ser até mais forte que homens em magia. Acho que você teve o prazer de ver com seus próprios olhos tudo isso. – ele sorriu. Claro que Draco vira tudo o que ele falara. Vira o potencial mágico dela, enquanto duelava com o Lorde no Hall de Entrada da Mansão. E também vira a resistência física dela, quando fora brutalmente castigada, depois de uma fuga que tivera com êxito, e ainda assim conseguira sobreviver e ainda completamente lúcida.


‘Mas sabe, entre possuir um corpo e tomar um corpo há uma grande diferença. Seria realmente uma dor de cabeça ter que tomar um corpo que não contivesse qualquer relação comigo... o corpo iria lutar contra a alma invasora. E isso faria com que eu tivesse que arriscar minha vida. Precisava de algo mais concreto. E você sabe o que tem dentro do corpo da sua querida Ellen? – ele disse sorridente. Ellen parara momentaneamente de lutar. Parecia que ela estava um pouco assustada.


— Não... – Draco começara, não sabendo o que deveria ter em Ellen para que existisse essa relação.


— Uma parte da minha alma. E a tornou igual a mim. Tanto materialmente, quanto essencialmente. Não é mágico ver a si próprio de pequeno?


Draco quase caiu pra trás, quando ele disse aquilo. Ele começara lentamente a perder o chão, com tudo aquilo. Ele pretendia tomar o corpo de Ellen, utilizando aquela parte de alma dentro dela? Mas como ele tirou uma parte da alma dele pra colocar nela?!


— Mas... como tirou só uma PARTE da sua alma? – ele disse, com os olhos arregalados. Ele descobrira ser tão leigo em Magia, que ele se sentiu inferior, muito inferior ao Lorde. Agora ele entendia pq ele não queria tomar Poções da Juventude. Quantos anos se demora para ganhar tanto conhecimento!?


— Ellen saberia explicar perfeitamente isso. Afinal, ela andou roubando livros da minha coleção particular. – Ellen revirou os olhos, com ar de desentendida. – Mas como ela está um pouco incapacitada no momento, terei eu mesmo que explicar. Quando se usa a Maldição da Morte em alguém, sua alma se divide. E existe uma magia para fazer esses fragmentos se armazenarem em objetos. Ou em seres vivos. – ele passou as mãos lentamente pelo cabelo de Ellen. – Eles se chamam Horcrux, Draco. E eu tenho exatamente 7, contando com Ellen. Mas ela deixará de ser um fragmento, quando eu completar o meu plano.


— Como assim, deixará de ser um fragmento? – Draco perguntou, agora um pouco preocupado.


— Vou unir o pedaço que existe nela à minha alma, da onde ela se originou. – ele sorriu, com ar muito calmo – Mas ao invés de trazê-la para este corpo... eu que vou para o corpo dela. – a intensidade dos olhos vermelhos ficou maior. E naquela escuridão, eles ficavam realmente demoníacos.


— Então... então... o seu corpo vai morrer? – Draco perguntou, ainda sem realmente saber se isso aconteceria.


— Muito bem, Draco, muito bem. Vejo que Ellen conseguiu aumentar um pouco seu intelecto. Mas não vou simplesmente deixá-lo... ah, não, ele ainda tem suas utilidades!


— Um corpo morto tem utilidade? – Draco perguntou, incrédulo. Ele conseguia arranjar utilidade em tudo!? Draco realmente estava assustado agora. Ele realmente era mais inteligente do que ele supunha em sua vã filosofia.


— Claro! O que as pessoas pensariam se finalmente visse que Lord Voldemort... morreu?


— Que... estão salvas? – Draco falou com um ar de “Acertei?”.


— Sim! Todos logo abaixariam a guarda novamente, ninguém, nem em sonhos, poderia saber que eu estava ainda vivo, mas em outro corpo. Um corpo de uma jovem, resistente e poderoso, Draco.


— Mas e se alguém perguntar quem o matou? Sabe, sempre existe esses cri-cris. – Draco falou, ele realmente parecia interessado no que ele falava.


— Estou muito velho, morte natural também existe no mundo mágico. E não acharão vestígio de que tenham usado Maldições da Morte, ou qualquer coisa que denuncie que fui assassinado. Apesar de que Bruxos simplesmente não têm paciência, como Trouxas, para isso. E com certeza, poucos se perguntariam sobre isso, se todos estivessem festejando nesse momento, com a grande notícia “Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado finalmente morreu” “Corpo foi encontrado em frente à uma casa abandonada, provável último esconderijo”.


— Você sabe... onde colocar o corpo? – ele perguntou com os olhos arregalados. Ele pensava em cada minucioso detalhe? Será que era por isso que ele se tornara tão grande?


— Detalhes fazem toda a diferença, Draco, e saber onde posicionar um corpo morto é mais que essencial. Os detalhes regem a nossa vida. Você acha que simplesmente eles existem por existir? Sabe como um criminoso trouxa tem que planejar seu crime, para não ser descoberto? Apesar de eu não precisar pensar em tantos detalhes, já que essa sociedade é muito preguiçosa, ainda assim eu tenho problemas com Mestiços e Nascidos-Trouxas.


Draco estava em silêncio, absorvendo tudo o que ele falava. Ele... realmente estava admirado. E ele não conseguia revidar sobre aquilo. Realmente, Puros-Sangues simplesmente aceitam como as notícias vinham, sem questioná-las ou investigá-las. Ele sabia por experiência própria. E ouvir aquilo do próprio Lorde tornava mais contundente essa verdade. Ele tinha até mesmo estudado a sociedade Bruxa à fundo, para tecer com todos os cuidados os próprios planos.


— Talvez o único Puro-Sangue que não se encaixava, que logo iria procurar saber o que realmente aconteceu, seria Dumbledore. Ele me conhecia e não adiantava quantos planos meticulosamente planejados, ele sempre descobria o menor dos erros. Devo reconhecer que ele me ajudou muito, afinal, cada vez mais, tive que ficar mais cuidadoso e cauteloso. E tenho certeza, que quando eu o deixei de ser e meus ataques não eram tão cuidadosos, ele com certeza desconfiou que eu tivesse um plano por trás. Mas você ajudou a eliminá-lo antes, então ele não pôde descobrir qual era e nem mesmo deixar para outros saberem.


Draco nunca tivera o devido respeito à ambos. Mesmo o Lorde sabia reconhecer quando um inimigo o ajudava. Com certeza, se ele encontrasse Dumbledore hoje, o veria com outros olhos, como via ao Lorde. Pela primeira vez na vida, ele não se sentiu o melhor. Ele sentiu que na verdade não era nem uma pulga, comparada a conhecimentos, com o Lorde e Dumbledore.


Lúcio estava apenas ouvindo e já naquele final, ele já estava enfadado. Primeiro se assustara com a vinda dele ali. Não entendia pq o Lorde estava querendo esperar tanto para começar. Quando ele viera e o susto passara, ele percebeu que o Lorde simplesmente o estava esperando. Mas pq não o trouxera junto? Não seria mais fácil? Qual seria a diferença?


Lúcio não prestara atenção em muita coisa da conversa, ele queria que aquilo terminasse rápido. Começara seu pesadelo 28 anos antes, quando precisava cumprir com o plano de fazer a garota. Pensou que fazendo já estava livre. Depois, ela aparece na sua Mansão com 12 anos, acabando com o sossego de toda a casa. Aquela menina intragável que não parava de destruir salas, cômodos, adornos... o próprio rastilho da destruição. Agora que estava para se livrar dela, vem esse pirralho, que nunca sabe o lugar próprio dele! A única coisa boa disso tudo foi que Draco ficou pendurando quadros por toda a casa e parou de encher o saco. Mas entre essa única vantagem e o resto da casa praticamente destruída, com os quadros reclamando sem parar todos os dias, isso não valia a pena!


— Mas agora... eu preciso terminar o que eu comecei a planejar 28 anos atrás. Melhor dar Adeus à sua querida Ellen. – ele sorriu de canto para Draco. – Afinal, vou matá-la, não?


Draco observou que Ellen parecia se enfraquecer estranhamente, sem nenhum motivo aparente. Mas dava para perceber que ela tinha conseguido se livrar do feitiço de corrente. E, repentinamente, era como se ouvisse ela gritando em sua própria mente, já que ela não conseguia fazer isso fisicamente. “UMA HORCRUX NÃO CONSEGUE MANTER UM CORPO HUMANO VIVO SOZINHA!”. Aquela informação simplesmente o deixou ainda mais perdido e ela provavelmente devia ter usado o último de suas forças que se acabavam para aquilo. O que ele faria agora?

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