Era Pra Ser um Salvamento

Era Pra Ser um Salvamento



Draco novamente estava encarando o amanhecer, vendo o Sol aparecer no horizonte imponente, mas em nada aquilo havia lhe esquecido que aquele dia, se não conseguisse o que pretendia, seria seu último dia de vida e o de Ellen...

Respirando fundo, se preparou para o Café-da-Manhã esperando qualquer sinal de que Ellen desaparecesse, ou o Lorde... ele precisava tentar ficar espiando os dois durante o dia para que soubesse, já que o Lorde o proibira de ver Ellen. Esperava que descobrisse rapidamente quando Ellen sumisse, ou poderia ser tarde demais. Praticamente nem dormira de noite, tanto de ansiedade, quanto para se preparar para o dia seguinte.

Quando o elfo o chamou ele tinha quase pulado para fora da janela, mas logo se recompôs, respirando fundo. Sua voz saiu um pouco nervosa, mais do que pretendia demonstrar, quando falou:

— Estou indo, Coddy, não se preocupe. – ele precisava se recompor para não ficar dando tanto na cara do seu nervosismo e também para não vacilar em sua Oclumência, nunca antes tão necessária para preservar a pele.

Depois de alguns minutos de meditação forçada e calmaria, ele desceu para o Café-da-Manhã com o mesmo ar indiferente de sempre, mas sempre respirando fundo quando achava que começava a perder a calma, ou o nervosismo aumentava.

Chegando, tudo estava normal, ou quase. Aparentemente todos não sabiam o que ia acontecer. Seu pai tomava Café-da-Manhã como em todas as manhãs, sua mãe continuava a bebericar o café, como em todas as manhãs, e o Lorde continuava a sempre encará-lo logo que entrava, como em todas as manhãs. Tudo... dentro dos conformes.

Começou a tomar seu Café-da-Manhã, tentando parecer calmo, mas ele estava esquecendo de fazer várias coisas, ou fazendo varias coisas erradas. Ao invés de pegar o bule do leite, ele pegara o de café e quando foi colocar o açúcar, havia pego um pote de mel. Quando ele percebeu o que fazia, todos já estavam olhando com ar um pouco estranho, quando ele tentava concertar, colocando leite no seu copo e açúcar, tentou beber. Ficou o amargo do café com o doce do leite e fez uma junção que não ficava tão ruim, mas o deixava ainda mais nervoso.

— Está tudo bem, querido? – perguntava sua mãe, olhando-o.

— Sim. – fora uma resposta um pouco não característica sua.

Silêncio, enquanto todo mundo continuava a observá-lo, o que simplesmente o fazia ficar ainda pior que antes, enquanto passava a manteiga no pão. O problema é que ele não estava vendo onde estava colocando a faca, acabando por começar a colocar a faca no café com leite que havia acabado de fazer e passar no pão. Só depois de um tempo que finalmente ele havia percebido o que estava fazendo. Ou melhor, fora sua mãe que falou e que o fizera perceber o que estava fazendo.

— Meu filho, venha comigo. – Draco ficou ainda mais nervoso, enquanto se levantava da mesa, observando o pão já úmido de café com leite.

Ele foi junto da mãe para um aposento separado, deixando Lúcio e o Lorde ainda à mesa, continuando seu café. Ela virou-se para ele, pegando-o no ombro, observando-o cuidadosamente.

— Está tudo bem, querido? Você está estranho hoje.

“O que eu vou falar? ‘É que hoje eu acho que vou morrer, mamãe’ com certeza isso não era a melhor notícia do planeta! Preciso arranjar uma desculpa rápido!” pensava ele, colocando seu cérebro para funcionar. Ele estava dormindo, como alguma coisa poderia fazê-lo ficar daquele jeito logo de manhã? Dormindo... SONHO! Quer dizer, PESADELO!

— Ah, mamãe, é que eu tive um pesadelo, um pesadelo bem, bem ruim essa noite e não consigo parar de pensar nele.

— Ah, querido, quer contar? – ela perguntava, enquanto o trazia para junto dela, em um abraço.

— Foi muito ruim... eu estava sendo seguido por vários Potters, eles queriam me matar na faca... – ele precisava inventar mais alguma coisa realmente assustadora! Mais alguma coisa... – eu estava com as pernas meio presas, eles estavam se aproximando, então eu vi uma faca ensangüentada e foi quando eu acordei.

— Venha tomar uma água com açúcar, assim vai se acalmar. – ela começou a levá-lo para a cozinha, para mandar um elfo trazer a água com açúcar.

Depois que tomou, realmente se acalmou um pouco. Um pouco para pensar lucidamente sobre a situação e que deveria ficar muito bem de olho... ele precisava também repassar o seu plano de como chegar ao local onde poderiam eliminar Ellen...

Enquanto ele tomava a água açucarada, ele começava a se lembrar. Por suas deduções, se o seu pai sabia que ela seria eliminada naquela noite, então ele provavelmente sabia onde era o lugar da eliminação. Mas o quadro só disse que o Lorde iria eliminar ela amanhã, poderia ser que o local já estivesse marcado a mais tempo, o que obrigaria seu pai a marcar qual era o local em algum lugar do seu escritório sagrado, para que não esquecesse. Assim sendo, ele teria de invadir o escritório e procurar onde que estaria o tal lugar. Aí o plano mudaria para o plano de ação.

Durante o resto do dia, ele ficou perambulando pela casa, espionando Ellen e o Lorde. Durante o almoço falou que passava um pouco mal e levaram o almoço em seu quarto. Comeu tudo rápido, voltando ao que fazia pela casa. Passou toda a tarde e Ellen e o Lorde continuavam dentro da Mansão. Na Janta, continuou falando que passava mal à sua mãe e comeu a janta em seu quarto rapidamente, saindo de lá e indo para um aposento que ficava de frente ao portão. Será que eles sairiam por ali ou pelos muros do fundo? Dentro da mansão era impossível aparatar, para manter os aurores afastados...

As horas foram passando, mas finalmente ele viu. Lá embaixo no jardim havia três silhuetas andando. Três? SEU PAI TAMBÉM ESTAVA INDO? PARA QUÊ? Ele saiu correndo dali para o escritório do pai, o mais rápido que os seus pés poderiam sem fazer barulho. Quando entrou, percebeu não haver quadros ali dentro. Seu pai tinha muita coisa bem escondida ali mesmo, para nem os quadros serem bem-vindos ali.

Começou, com a varinha acesa, a procurar alguma coisa que indicasse onde Ellen seria morta. Havia tantos papéis! Ele encontrou um onde havia uns ingredientes de poção escritos em letra bem garranchosa, o que queria dizer que era de outra pessoa. Leu algumas coisas, era uma poção complicada de se fazer. Leu o que dizia na preparação. “Retire o feto, após 40 luas que a poção foi feita.” Pq seu pai iria fazer um corpo humano? Mas não era tempo de ver aquilo! Guardou de volta o papel e procurou e finalmente encontrou, uns papéis após aquele, um outro. Havia alguns cálculos ali e finalmente havia escrito um lugar. Parecia um mapa astrológico aquilo, mas era bem mais recente, mas ele não queria saber. Saiu correndo para fora da Mansão para aparatar onde o papelzinho indicava. O estranho é que parecia ter sido feito pela mesma pessoa que anotara aquela poção para produzir um corpo humano... Quem devia ser essa pessoa tão interessada assim em anatomia humana e astrologia? E pq o Mapa Astrológico tinha o nome de Ellen? E QUEM MAIS SABIA DE ELLEN?

Quando chegou ao portão, tinha tantas perguntas na cabeça que até tinha se esquecido o local onde deveria aparatar. Olhou o papel que trouxera consigo, vendo novamente o local, guardou-o novamente e finalmente aparatou.

Não aparatou onde realmente gostaria de aparatar. Chocado, percebeu que havia aparatado numa clareira e exatamente a sua frente estava Ellen e no ombro dela estava a mão do Lorde que, com os olhos, seguindo o braço, logo encontrou-se tão perto dele quanto gostaria de estar. “Pronto, morri. Nem comecei meu plano de ação e já morri.”

— Achei que poderia ter demorado mais, Draco. – falou o Lorde com um sorriso de lado, um brilho maldoso, enquanto observava Draco bem à sua frente. – Mas você parece que foi bem ligeiro para achar as minhas anotações no escritório de Lúcio. Achei que Lúcio tivesse guardado melhor.

— Suas... anotações? – ele falou, quase sua voz não saiu para dizer aquilo, enquanto dava uns passos para trás e ficar um pouco mais longe.

— Claro... – o Lorde passava lentamente as mãos pelos cabelos lisos e negros de Ellen, os dedos brancos eram tão chamativos assim, que ficava estranho olhar. – Você não vê a ligação que existe entre um mapa astrológico e provavelmente um papel cheio de ingredientes para produzir uma poção... Será que eu vou precisar esclarecer a sua mente?

Draco estava um pouco longe, enquanto observava Ellen nos braços dele. Com o tanto que lera na biblioteca, sabia que ele estava utilizando algum feitiço de corrente para conseguir fazê-la fazer o que ele queria, além de ter deixado-a muda. A Maldição Imperius era totalmente inútil no caso dela, o que ele precisava recorrer a outros tipos de feitiços que pudessem dar o mesmo efeito, ou a um conjunto de feitiços, mesmo que fosse mais complicado.

— Esclarecer o quê? – ele perguntou, estranho.

— Esclarecer todo o meu plano magnífico e perfeito, ou você acha que escolhi essa... – ele pegou uma das mãos de Ellen, fazendo-a virar no mesmo lugar. – garota “trouxa” – ele havia enfatizado o “trouxa” e rido logo em seguida. Havia alguma coisa naquele trouxa que Draco não estava conseguindo saber o que era – para poder me substituir simplesmente achando que era a certa?

— Subs... tituir? – Draco falou chocado, agora olhando de Ellen para ele, dele para Ellen.

— É, Draco... 21 anos para poder finalmente ter uma substituta a minha altura. Mas é claro que não iria escolher qualquer uma para isso. Precisava de alguém que tivesse capacidade. Nada melhor do que eu mesmo para isso.

— Mas então pq ela? – ele perguntou não entendendo aquele comentário.

— Ela... sou eu, Malfoy. – ele falou e seu ar maldoso ficou dez vezes mais radiante no rosto ofídico, o que simplesmente chocou mais Draco.

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