Finalmente, Ar!



O Beco Diagonal estava lotado e Ellen nunca se sentira tão animada na presença de pessoas e no ato de ver as vitrines. Draco praticamente a arrastara até o Gringotes, já que ela estava entrando em praticamente todas as lojas, para ficar olhando. Realmente, o dinheiro não havia sido confiscado, mas Draco pegou apenas o suficiente para comerem algumas coisas enquanto passariam o dia no Beco Diagonal.

A primeira coisa que Ellen quis fazer fora comprar sorvete na Sorveteria que havia no Beco. Qualquer coisa relacionada à comida ela fazia questão de experimentar. Corria de loja em loja com Draco em seu encalço, mas ela parecia ignorá-lo totalmente de tão animada que estava para ver os artigos estranhos das vitrines.

Finalmente chegaram a Livraria Floreios e Borrões. Ellen, quase que imediatamente, começou a fuçar todos os livros, até chegar em uma seção mais exclusiva com livros de azarações. Ela pegou um para dar uma espiada.

— Não vou comprar livro nenhum. – avisou Draco, quando notou que ela ficara muito interessada em ler alguma coisa em um dos livros.

— Eu sei. Apenas estou memorizando essas azarações para, quando tiver a oportunidade, testá-las em você. – ela disse sem tirar o livro da cara, falando normalmente.

— Quero saber o dia que isso vai acontecer. – ele disse, com ar indiferente.

— O dia que você menos esperar. – ela falou, de um modo estranhamente enigmático e, quando abaixou o livro, sorriu com os olhos brilhantes para ele.

Ela fuçou mais ainda e finalmente achou um livro totalmente esquecido a um canto da loja. Assim que abriu o livro, seus olhos brilharam maníacamente, o que fez com que Draco se preocupasse. Não havia título no livro e ele tinha uma capa negra e era bem grosso. Só Ellen para achar uma coisa dessas ali!

Ele se aproximou discretamente e seus olhos arregalaram-se quando ele viu o conteúdo do livro. Imediatamente, ele fechou a capa e arrancou o livro da mão dela, guardando-o novamente no lugar.

— Vamos embora, já fuçou demais aqui. – ele falou de um modo rápido, fazendo-se notar que estava meio assustado. Não exatamente pelo livro, mas pelo jeito que Ellen estava olhando para ele.

— Está com medo, Draquinho, de que eu vá utilizar aquilo contra você? – ela falou baixinho no ouvido dele, enquanto caminhavam para fora.

— Até parece que você teria coragem... – ele falou, mas pelo olhar dela ela tinha toda a coragem do mundo de utilizar aqueles conhecimentos.

Novamente a exploração incessante de Ellen por todo o Beco Diagonal recomeçou. Quando a noite se aproximava, Draco já estava praticamente falido do dinheiro que havia pegado em Gringotes.

— Como você pode comer TANTO? – ele falava indignado para ela, enquanto voltavam ao Caldeirão furado por volta das seis da tarde.

Os dois estavam exaustos de tanto andar aquele dia. Mas Ellen não parecia satisfeita, pois achava que tinha olhado muito pouco do Beco e no dia seguinte ela iria explorar mais. Ellen olhou para Draco quando entraram no Caldeirão.

— Fique algumas semanas sem comer. Talvez você saiba o porquê. – ela falou simplesmente, voltando a caminhar para o quarto.

Ao chegarem, os dois automaticamente sentaram-se na cama e despencaram de costas. Depois de respirarem fundo algumas vezes é que notaram a presença um do outro na cama.

Levantaram-se quase correndo, enquanto se encaravam enojados por terem se deitado juntos. Os dois se fuzilaram por um momento: O problema “cama” novamente voltava naquele á mente dos dois.

Draco finalmente decidiu fazer alguma coisa. Sua roupa estava toda suada por ter andado debaixo do sol o dia inteiro e ainda por cima ter ficado que nem um camelo, no encalço de Ellen. Ele precisava se trocar. De repente, uma luz se acendeu na cabeça dele. Seria divertido saber como Ellen era sem roupa. Mas infelizmente, Ellen pareceu ler os pensamentos dele, quando ele começou a se olhar, com um sorrisinho maldoso.

— Nem... pense nisso. – ela falou, com uma voz ameaçadora.

— E como você acha que eu vou me trocar? – ele falou cruzando os braços.

— Você não vai querer saber como. – ela disse, com os olhos faiscando. – E vai se arrepender se tentar ficar bisbilhotando meu corpo.

— Ele não é o SEU corpo, ele é MEU corpo transfigurado. – ele respondeu, dando de ombros.

— SEU corpo transfigurado no MEU. Eu tenho direitos autorais sobre a aparência dele. – ela falou, se aproximando.

— Tudo é um empecilho pra você! – Draco já estava ficando de mal-humor com a implicância dela.

— Você já é um empecilho natural. – ela falou, indo pegar roupas.

Era a primeira vez que ela tinha roupas para vestir além da que usava no próprio corpo. Mas era tudo duplicado, graças a sua “irmã gêmea” masculina. Ela não desgrudou os olhos de Draco enquanto pegava suas roupas. Afinal, precisava preservar seu corpo, sem que Draco tentasse algo inescrupuloso.

Draco não se conformava com o fato dela ser tão ciumenta com o corpo dela. Oras, agora ele não tinha direito nenhum só por ter a imagem dela e não a dele mesmo? Além disso, se ele estivesse realmente explorando o corpo verdadeiro dela, ele até daria um desconto. Dali a pouco ela cobraria aluguel por estar usando sua imagem. Mas ele iria conseguir ver o corpo dela quando fosse se trocar e ela não ia poder fazer nada. Ou ao menos era o que ele achava...

Ellen pegou as roupas e as dividiu, jogando algumas em direção dele e outras na cama, só que ela também tinha pegado algo a mais. Era uma meia, que ela jogou pra ele, sorrindo de um modo perverso. Ele olhou intrigado para a única meia.

— Por que não pegou um par? – ele perguntou, jogando de volta a meia pra ela.

— Eu vou te vestir e você vai ficar de olhos vendados. E nem pense em tentar mover as mãos. – ela disse de um modo ameaçador, enquanto se aproximava dele, com a meia na mão.

— O QUE? AGORA EU VOU TER QUE CONFIAR QUE VOCÊ VAI ME VESTIR DIREITO? – ele falou com a voz alta e indignada.

— É. – ela disse em um tom de voz ameaçador e estranhamente parecido com o de Voldemort quando este fica furioso por não o obedecerem ou não conseguirem cumprir uma ordem. Seus olhos brilharam furiosos e Draco teve um súbito medo dela.

Ela fez o que disse. Vendou os olhos dele e o trocou, enquanto Draco fazia comentários sarcásticos sobre como ela o trocava.

— Não mexe aí, está me dando cócegas. Você é tão sensível a cócegas assim? – ele falava enquanto ela o vestia.

— VOCÊ tem cócegas. Eu controlo muito bem as minhas. – ela disse de um modo frio e felino, colocando uma camisola nele.

Depois de quase meia hora de insultos entre os dois, ela finalmente terminou de trocá-lo, mas não tirou a venda dos olhos dele, pois ela teria de se trocar. Não demorou mais que cinco minutos e os dois estavam trocados e, novamente, o maldito problema da cama havia retornado.

— Alguma sugestão brilhante, rei da inteligência? – ela falou de braços cruzados, para Draco que olhava para a cama.

— Por que não dá a sua sugestão primeiro? – ele perguntou fuzilando-a pelo jeito que ela falara com ele.

— Oh, Draquinho querido, as damas primeiro. – ela falou sorrindo enquanto observava suas próprias unhas.

— Somos duas. – ele disse com a cabeça fervendo.

— A recém-transformada dama tem mais direito. – ela disse sarcasticamente.

— Podemos dividir a cama... – ele falou enquanto analisava durante alguns minutos – Com alguma coisa.

— E o que a dama de honra sugere que coloquemos como parede no meio da cama?

— Travesseiros. – ele disse, se irritando com o tom manso que ela utilizava para alfinetá-lo.

— Não temos travesseiros suficientes, notou que só temos dois? – ela perguntou, com o mesmo tom de voz.

— Podemos multiplicá-los. – ele disse, pegando a varinha e se aproximando da cama.

Ellen observou, enquanto ele fazia vários travesseiros e começava a arrumá-los no meio da cama. Ao menos era alguma proteção contra a taradisse de Draco. Draco então se sentou no pedaço de cama que ficava mais longe da janela. Ela se dirigiu até onde estava a cama, mas ela fez um furo na “parede” e ficou olhando para ele.

— Algum problema? – ele falou, observando aquele furo também.

— Todos. – ela disse, olhando-o desconfiadamente.

— Vou apagar as luzes que eu ganho mais... – ele disse, revirando os olhos e com a varinha fez as luzes apagarem-se.

— É bom que não tente gracinhas. – ela disse, enquanto continuava a observá-lo entre a reentrância que ela tinha aberto.

Draco bufou e virou-se de costas para ela com ar enfadado e cansado. Ela não lhe daria trégua. Seus pensamentos já previam que aqueles cinco dias fora da mansão seriam seu inferno. “Mais um tempinho com Ellen...” ele pensava conformado enquanto dormia.
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pronto ^^ aqui estão todos os capítulos que falei ;D

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