Ódio à segunda vista
Cap. 2 – Ódio à segunda vista.
Fazia uma semana que estava em casa de molho. Após aquela noite desastrosa Quim Shacklebolt, o chefe dos aurores lhe dera o maior sermão e ainda por cima fora dispensado das suas atividades de auror. Até segunda ordem permaneceria em casa para pôr a cabeça no lugar e pensar em agir de forma sensata quando estivesse em uma missão perigosa e importante como aquela da semana passada.
Estava entediado, ficar em casa deitado no sofá olhando para a parede era mais cansativo do que percorrer o país atrás de um fugitivo qualquer. Tinha que ter uma maneira de voltar a ativa.
Estava ficando louco só de pensar que aquele comensal maldito estava solto pela Inglaterra, ou talvez há essa hora já estivesse em outro país. Não, eles tinham contas a acertar e mesmo que Antônio Dolohov não passasse de um miserável não fugiria.
Aceitaria fazer qualquer coisa para limpar seu nome e voltar a trabalhar, precisava tanto daquele trabalho. Não amava aquele emprego, mas também não deixaria que sujassem seu nome. Se fosse despedido nunca ficaria em paz consigo mesmo. Tinha assuntos inacabados e somente sendo um auror do Ministério poderia pôr em pratos limpos tudo que lhe atormentava todas as noites ao deitar.
Já passava das quatro da tarde e nada da coruja do Ministério. Quim lhe dissera na noite em que fora suspendido que ele teria uma semana para descansar e que ele entraria em contato dizendo se ele fora ou não expulso do Departamento de segurança.
Draco estava deitado em sua cama macia apenas com uma toalha enrolada em seu corpo. Pensava na besteira que tinha feito naquela noite. Tinha agido precipitadamente, tinha posto várias vidas em risco por causa de seu orgulho besta. E agora teria que pagar um preço justo pelo deslize. Levantou e se dirigiu para a cozinha, estava morto de fome, ainda não tinha comido nada.
Estava na cozinha preparando um macarrão grudento quando por volta das sete da noite ouviu um barulho de algo batendo insistentemente em sua janela. Desanimadamente foi ver o que era. Abriu a janela dando espaço para que uma coruja marrom entrasse. Amarrou a cara quando aquela coruja imunda pousou em seu sofá novo em folha. Seu pagamento como auror não era o que ele sonhara mais dava para bancar a grande maioria de seus caprichos, já que sua herança tinha sido confiscada pelo Ministério. Uma vez Malfoy, sempre Malfoy.
Pegou rispidamente a carta do bico do animal e a enxotou para fora de seu organizado e limpíssimo apartamento. Jogou-se no sofá, após dar várias batidas para tirar a sujeira invisível que a coruja trouxera. Tinha uma mania de limpeza horrível. Assim que seu salário permitisse providenciaria um elfo doméstico.
Abriu esperançoso a carta, mas suas esperanças foram sumindo aos poucos quando leu as singelas duas linhas escritas. Nelas diziam que seu chefe o aguardava na manhã seguinte bem cedo para lhe dizerem a decisão tomada.
Bom, pelo menos não seria despedido por carta.
Na segunda garfara que dera em seu macarrão grudento, seus lábios ficaram grudados. Definitivamente teria que arranjar uma empregada ou talvez um elfo doméstico, se desse sorte. Não agüentava mais comer macarrão duro e grudento.
Ele era um Malfoy, e Malfoys mereciam comer do bom e do melhor. Deixou de lado o prato e foi para o quarto, tirou toda a roupa e caiu na cama. Teria que descansar o máximo possível; podia sentir que a manhã seguinte seria infernal.
Na manhã seguinte, Draco levantou cedo e vestiu sua melhor veste. Queria estar impecável para aquela reunião. Mesmo que fosse despedido, seria um desempregado elegante e charmoso. Ligou sua moto e arrancou em direção ao prédio do Ministério. Há muito tempo que aposentara a vassoura. Desde que se formara que nunca mais subira em uma vassoura. Achava mais elegante e as mulheres amavam sua moto. Em sua opinião aquela fora a melhor invenção dos trouxas.
Assim que chegou em seu departamento fora recebido por um sorridente Quim. Um sorriso completamente irônico e maldoso.
- Em ponto, Malfoy. – disse o sorridente Quim. Draco achou estranho o jeito de seu chefe. Quim Shacklebolt não era o tipo de pessoa que se desmanchava em sorrisos. Tinha a certeza que ele estava aprontando algo. Mas resolveu deixar passar, não seria boa idéia bater de frente com o chefe.
- E então? – perguntou tentando deixar o máximo seu sarcasmo de lado.
-Então. – outro sorriso intrigante. – Tenho sua resposta.
-E qual é, posso saber? – disse o loiro cruzando os braços na altura do peito. Se não fosse seu chefe, teria dado um soco no meio da cara do homem. Como ele ousava rir de um Malfoy.
-Bem, o Ministro quer lhe falar. – o sorriso do auror aumentou. – Creio que você irá gostar Malfoy.
Sem dizer uma palavra Draco Malfoy seguiu em direção a sala do Ministro. Daquela conversa não sairia coisa boa. A parte administrativa de segurança era tratado por Quim e não pelo próprio Ministro. Agora sim aquela sensação de algo errado aumentara o triplo.
Esperou friamente ser anunciado pela secretária do Ministro. Assim que fora anunciado, Arthur lhe mandara entrar.
- O senhor queria me falar algo? – disse pomposamente. Segurou-se o máximo para não deixar aquela parte podre Malfoy falar mais alto e insultar um Ministro amador de trouxas. Se o fizesse poderia dizer adeus a qualquer emprego na Inglaterra.
-Sente-se senhor Malfoy. – disse Arthur pondo os óculos sob a mesa e olhando diretamente nos olhos do loiro. – Creio que o senhor está ciente de toda a trapalhada que fizera, não?
Draco apenas confirmou com a cabeça. E o Ministro continuou:
- Também está ciente que seus atos são dignos de expulsão? – mais uma vez Draco apenas concordou com a cabeça. Estava ferrado. Seria despedido pelo próprio Ministro. Naquele momento preferia mil vezes ter sido despedido por carta. Seria menos vergonhoso e deprimente. – Mas... vou levar em conta todos os seus serviços prestados, Senhor Malfoy. E por respeito a isso que lhe proponho uma segunda chance.
Será que ele tinha escutado direito? Teria uma segunda chance e dessa vez não deixaria aquele comensal desgraçado fugir, nem que sua vida dependesse disso.
Deixou escapar um pequeno sorriso e estufou o peito. Definitivamente o Sr. Weasley seria louco de despedir o melhor auror que ele tinha. Nesse momento a modéstia passava a quilômetros do loiro sonserino.
-Tenho certeza que o senhor não irá se arrepender. Já tenho várias idéias de como capturar aquele comensal escorregadio. Eu estava pensando...
- Mas quem disse que o senhor voltará a seu antigo posto? – disse interrompendo os devaneios do auror sentado a sua frente. – O serviço que tenho para o senhor é outro. O senhor será...
Mas Arthur nunca terminaria aquela frase. Fora interrompido por alguém entrando sem ser convidada dentro do escritório. Atrás da pessoa vinha uma senhora já de idade desesperada. Era a secretária do Sr. Weasley. Draco também fora pego de surpresa, não vira quem entrou apenas uma grande cabeleira cor de fogo.
- Desculpe senhor, mas ela foi entrando. – disse a senhora se desculpando. Arthur apenas balançou a cabeça e sorrindo bondosamente para a secretária mandou que voltasse ao trabalho. E assim que a porta se fechou, Draco teve que levar as mãos aos ouvidos.
A garota gritava a plenos pulmões; sua raiva era dirigida exclusivamente para o homem de alguns cabelos brancos que lhe restavam.
-Como o senhor pode... eu confiei... você disse... eu nunca fui tão humilhada... – a ruiva gritava palavras desconexas para o homem sentado tranqüilamente a sua frente. – eu te odeio... prefiro morrer!
-Agora quieta mocinha. – disse educadamente, mas numa firmeza que fez a ruiva a sua frente se calar imediatamente. – Se você não percebeu estou com visita. Mas se quiser pode continuar a dar seu showzinho, eu tenho tempo.
Gina sentiu suas bochechas arderem; não tinha percebido que tinha alguém na sala além de seu pai. Não tinha coragem de se virar e encarar a pessoa. Mas um perfume cítrico lhe invadiu as narinas fazendo suas pernas bambearem. Pelo menos cheiroso a pessoa era.
-Desculpe. – disse sem olhar para a pessoa atrás dela. – Eu volto depois, papai.
-Não, fique. Esse assunto também te interessa. – disse com um aceno da varinha, trazendo outra cadeira para que sua filha se sentasse. Muito relutante a garota se sentou, sem olhar para o lado. – Agora senhor Malfoy. Se minha filha permitir, podemos concluir nossa conversa.
Draco que a pouco revirava os olhos, ficou sério. Que raio de assunto seria esse que dizia respeito a ele e a Weasley esquentadinha.
Gina quase quebrou o pescoço tamanha fora à velocidade que virara o rosto para olhar melhor para o homem. Fora uma surpresa e tanto ao saber que o loiro era Draco Malfoy. Há tantos anos que ela não o via que nem lhe reconhecera.
Estava diferente, mais bonito. Deixara de usar aquele gel excessivo que usava na escola. Estava com um porte de um homem de verdade. Deveria ter aprendido isso na escola de aurores. Pelo menos isso ela soubera quando escutara seu irmão e Harry conversando a algum tempo atrás.
Harry e Draco cursaram a escola de aurores juntos e algumas vezes até trabalhavam juntos. Mas nada de tão grandioso por que às vezes os dois ainda discutiam feito, até o ponto de partirem para a agressão.
Gina voltara a realidade quando seu pai retomou a conversa com o loiro ao lado.
- Como estava lhe dizendo anteriormente, tenho um trabalho para o senhor. Bem, minha filha o senhor já deve conhecer. – Gina cruzou os braços emburrada por estar sendo totalmente ignorada. E Draco apenas concordou com a cabeça educadamente.- Bem, ela tem um pequeno probleminha com autoridade. Ela não gosta muito de receber ordens.
Draco teve que fazer um esforço tremendo para não cair na gargalhada, pois a cara de indignada que Gina fizera era hilariante.
-E como o senhor é um ótimo auror, mas fora suspenso de seus deveres... – foi a vez de Gina sorrir. A garota praticamente caiu na risada da cara de indignado do loiro. – Tenho uma proposta a lhe fazer. Gina não leva a sério os seguranças que tem. Tonks e Lupin não estão dando conta dela, e preciso que alguém enérgico. Então estou lhe oferecendo o cargo de guarda-costas da minha filha. O que acha?
Silencio total. Gina e Draco estavam atônitos; o loiro nunca imaginara na vida que receberia um convite desses. E Gina nunca pensara em toda a vida que teria que agüentar Draco Malfoy a seguindo. O loiro estava sem palavras. Espantado é a palavra certa.
-Bem, senhor...- não sabia o que dizer. Trabalhar na segurança do Ministro até que seria bom para seu currículo, mas ser babá da weasley fêmea já era demais.
-Vamos senhor Malfoy, nós sabemos que o senhor é um dos melhores aurores que nós temos. – Draco estufou o peito orgulhoso. Sim, ele era com certeza o melhor auror de todos os tempos. E Arthur sabia o quanto o loiro era vaidoso e resolvera pegar no ponto fraco do rapaz. - E como o senhor está em suspensão. Creio que não tenha nada para fazer.
-Papai, o Harry é o melhor auror. Por que não ele? – Gina resolveu se prenunciar, por que senão daqui a pouco seu pai estaria acertando os detalhes de seu casamento por correspondência.
-Harry está para viajar. – Draco fechou a cara para a ruiva. A pouco o Ministro tinha dito que ele era O MELHOR. E agora o Potter testa-rachada já era o melhor. Inacreditável. – Tonks e Lupin agora trabalham para mim. Creio que somente o Senhor Malfoy sobrou. Você querendo ou não ele será seu guarda-costas. Agora se me dão licença.
Arthur saiu rapidamente da sala. Sentia que cederia a qualquer momento aos apelos sentimentais da filha. Mas dessa vez teria que ser firme; estavam falando da segurança de sua preciosidade. Não se perdoaria se algo acontecesse a seu anjo. Aquele anjo rebelde precisava de disciplina e quem melhor que Draco Malfoy para isso.
Gina já achava o contrário. Daria tudo para ter Tonks e Lupin de volta. Conseguia dar volta nos dois com facilidade, mas agora Draco Malfoy sendo seu segurança particular não conseguiria nem ir ao banheiro sozinha. Ah se arrependimento matasse, já estaria morta e enterrada!
-Eu te odeio. – murmurou para o loiro ao seu lado; que permanecia sentado tranqüilamente como se nada tivesse acontecido. E saiu tempestuosamente batendo com força a porta.
-Mais uma menos uma. Pra mim tanto faz, Weasley. – disse tranqüilamente levando a mão à têmpora. Estava realmente ferrado. Agora era oficialmente o babá da ruiva sardenta. Só podia estar louco ao ter aceitado o emprego. Louco varrido.
Levantou lentamente e saiu da sala. Seu trabalho tinha começado naquele momento. Teria que colar na Weasley como um feitiço adesivo permanente. E foi pelo mesmo caminho que a Weasley acabara de fazer, se tivesse azar ainda a encontraria pelo caminho.
----------#----------#----------
Estava parado no relento em frente à porta da modesta mansão a dez longos minutos. E ninguém aparecia para abrir a maldita porta. Sua vontade era desaparatar o mais longe possível, mas seguia ordens expressas do Ministro. Fora convidado para jantar na casa dos Weasleys e de acordo com a carta do Ministro era indispensável sua presença.
Se fosse embora talvez até fosse despedido. Não, isso ele não queria de jeito nenhum. Era um inferno ter que agüentar aquela matraca ruiva resmungando o dia inteiro, mas não podia abrir não do emprego. Seu salário faria falta, muita falta.
Após quase socar e dar ponta pés na porta, alguém resolvera finalmente escutar as batidas e vir abrir a porta. Para a infelicidade de Draco uma pessoa em forma de montanha abriu a porta. Draco involuntariamente deu um passo para trás.
- È o Malfoy. – gritou Carlinhos dando passagem para o loiro entrar. – Desculpa, está uma barulheira só. Está há muito tempo ai fora?
-Acabei de chegar. – Achou melhor não irritar aquela montanha de músculos e tatuagens. Sabia que aquele weasley trabalhava com dragões e deveria ser muito forte. Então o melhor era ficar na dele. Carlinhos pegou o casaco de Draco e jogou em um canto e o acompanhou até a sala, onde os outros Weasleys estavam.
Assim que pôs os pés na sala seus olhos encontraram os olhos grandes e castanhos de sua protegida, que estava sentada no chão brincando com uma garotinha loirinha de no máximo dois anos. Pode ver faícas saírem dos olhos da ruiva, sorriu discretamente. Como adorava irritar aquela garota.
Para a felicidade de Draco não demorou muito o jantar já estava servido. Comeria o mais rápido possível e sumiria dali. A sala de jantar estava abarrotada de weasleys, mesmo sendo grande, Draco achava que estava apertado demais. Conversou por poucos minutos com Arthur que lhe passara toda a situação sobre sua filha. Assim que o Sr. Weasley se afastou para dar atenção aos trigêmeos ruivinhos de Gui e Fleur, Gina arrastou Draco para fora do cômodo.
-O que você está fazendo aqui? Já basta ficar o dia inteiro me seguindo, agora vai ficar a noite também? – disse com as mãos na cintura. Estava se tornando a cópia fiel de sua mãe.
-Que que eu posso fazer se seu papai me adora. – disse dando um beijo no rosto da ruiva e a deixou sozinha no corredor. Aquele beijo não passara de provocação para o loiro, mas para a ruiva por instantes sentiu borboletas no estômago ao sentir aquele hálito quente em suas bochechas e aquele perfume maravilhoso.
Balançando a cabeça tentando tirar em vão aquele cheiro da cabeça voltou para a sala de jantar. Controle-se garota, ele é só um homem cheiroso, mas asqueroso.
Ficaram por mais algum tempo conversando, enquanto esperavam Harry Potter, o convidado especial. Já que aquele jantar era para sua despedida; Harry na manhã seguinte viajaria para o Egito com sua noiva, Susie Summers.
Não demorou muito e o convidado de honra chegou sendo recebido carinhosamente por todos, mas quando viu Draco Malfoy seus olhos faiscaram. Mas conseguiu se controlar, não queria estragar o jantar da Sra. Weasley. Draco sorriu mais ainda, adorava irritar o Pottinho na frente das pessoas. Ele era tão pomposo que se segurava aos extremos, mas nada dizia.
Gina quase teve um treco quando seu pai pôs Draco para sentar ao seu lado, para que os dois pudessem se conhecer melhor. Draco sorriu satisfeito, ao ver a cara de poucos amigos da ruiva ao seu lado.
-Melhore a cara bebêzinha do papai. O Senhor Weasley ficará muito triste se te ver assim. – murmurou, para que apenas a ruiva escutasse. Pode ver as bochechas da garota se tornarem vermelhas de raiva. Gina apenas sorriu forçadamente para o loiro e deu um pisão forte no pé dele. Draco fechou as mãos segurando o grito. Ruiva infeliz. Pisara em seu sapato caríssimo.
-Bebêzinha é a mãe. – retrucou em voz baixa.- Desculpa, te machuquei? – disse fazendo uma cara de inocente.
De inocente aquela ruiva não tinha nada. Draco sabia perfeitamente bem. Aquela semana passara poucas e boas na mão da ruiva. A garota sempre aprontava algo para inferniza-lo.
O jantar ocorrera tranqüilamente, mas pela altura da sobremesa Draco teve uma surpresa desagradável. Assim que terminou de comer sua torta notou que todos o olhavam com a cara risonha.
Sem entender nada e completamente sem graça olhou discretamente para a ruiva ao seu lado buscando uma explicação e esta estava se desmanchando de tanto rir. Apenas apontou para o espelho pregado na parede do cômodo e riu mais ainda. Draco esticou o pescoço e pode ver seu reflexo no espelho. Ficou horrorizado.
Levantou ferozmente derrubando a cadeira e correu para frente do espelho. Não podia acreditar, aqueles infelizes. Olhou para os gêmeos que estavam cada um sentados ao lado de suas respectivas noivas, se acabando de rir. Aquilo só poderia ser obra da mente insana daqueles dois pestes. A Sra. Weasley correu de encontro ao loiro e segurou seu braço. O garoto estava pálido.
-Eu quero a cura desse desastre, AGORA! – gritou Molly. Soltando vários resmungos os gêmeos foram ao segundo andar buscar a poção. A Sra. Weasley sentou o loiro na cadeira e ficou do seu lado o consolando. Malfoy parecia uma aberração. Seu corpo continuava intacto, mas seu rosto era mais parecido com a de um furão. Cheio de pêlos brancos, nariz pontiagudo e grandes bigodes. Estava gelado, estava morrendo de medo de ficar para sempre daquele jeito. Se fosse permanente nunca mais pegaria ninguém.
Não demorou muito, os gêmeos chegaram com a poção e deram para o loiro que bebeu tudo de uma vez só, ignorando os protestos dos rapazes. Sua mãe era uma estraga prazeres. Não puderam nem irritar o Malfoy mais um pouco.
-Não era pra beber tudo, Malfoy. – disse Jorge tomando o frasco vazio da mão do loiro.
-Você terá efeitos colaterais devido a grande quantidade ingerida. – disse Fred ainda meio risonho.
-Que efeitos? – a voz do loiro parecia mais arrastada que o costume. Seus olhos começavam a pesar.
-Um sono incrível. E coceiras também...
-Heim...? – perguntou sonolento e coçando a cabeça. A Sra. Weasley olhava horrorizada para os filhos, enquanto que todos riram abertamente. Até Arthur também ria, mas quando sentiu os olhares furiosos de sua esposa, fingiu estar zangado com os filhos também.
-Deixa que eu cuido dele. – disse Gina parando de rir e indo em direção a Draco que estava quase deitado na cadeira. Harry e sua noiva não se manifestaram, apenas riam bastante. Se Rony que estava viajando de lua de mel com Hermione, estivesse ali estaria rolando no chão de tanto rir da cara do loiro cara de furão.
Gina colocou o braço do loiro em seu ombro e o carregou com dificuldade para o segundo andar. Os outros Weasley trataram de ir embora rapidinho, antes que a fúria da matriarca da família se voltasse contra eles também.
Com muita dificuldade Gina conseguiu subir as escadas com o loiro pendurado em seu pescoço. O carregou para seu quarto e o jogou em sua cama. O loiro parecia ter pego no sono, por que respirava profundamente e tinha um leve sorriso no rosto. Sentada na cama ao lado de Draco, pela primeira vez ela reparou bem no rosto de seu segurança. Tinha uma cara angelical que enganaria qualquer uma, mas ela conhecia muito bem a peça. Que de anjo não tinha nada.
Tirou os sapatos do loiro, tirou a blusa suja de poção e a jogou longe. Puxou as cobertas e cobriu o loiro e silenciosamente fechou a porta. Desceria para ter uma conversinha com seus pais, que estava planejando há décadas. Seu futuro dependia disso.
Desceu silenciosamente a escada e rumou para a sala de jantar, seus pais não estavam lá. Mas pode ouvir uma musica tocar baixinho. A melodia vinha da sala de visitas, chegando lá viu a cena mais fofa de toda sua vida. Seus pais estavam dançando juntinhos e de olhos fechados. Encostou-se na parede e ficou a observa-los. Demonstravam estar mais apaixonados que nunca.
-Não te vimos chegar, querida. – disse Molly se soltando do marido e indo sentar na poltrona perto da lareira. Arthur deu um sorriso para a filha e também se sentou na outra poltrona frente à lareira e começou a folhear o jornal.
-Eu queria pedir uma coisa muito, muito, muito importante. E vocês não podem recusar. – disse se ajoelhando em frente aos pais. Arthur a olhou por cima dos óculos e Molly parou de fazer o tricô. – Eu queria...eu quero ir morar no centro de Londres, em um apartamento.
Molly e Arthur trocaram olhares cúmplices. E Arthur resolveu falar.
-Sabia que você pediria isso, tudo bem. Pode ficar no pequeno apartamento que temos lá. – Gina não acreditou no que acabara de ouvir. Fora mais fácil do que pensava. Mas espera um instante, estava fácil demais. Sinal que vinha bomba. Cerrou os olhos e encarou os pai. – Com uma condição...
-E qual seria? – perguntou cruzando os braços.
-Que Malfoy more no mesmo prédio que você. – disse Molly completando a frase do marido.
-O que? Vocês ficaram malucos? – gritou levantando num pulo. Seus pais só podiam ter virado garrafas e mais garrafas de whisky de fogo.
-É isso, ou nada feito. – Gina bufou e saiu pisando duro da sala. Seus pais eram uns insensíveis e completamente malucos. Ta bom que ela aceitaria viver no mesmo prédio que Malfoy. Nem sob a maldição imperius!
Continua...
--------------#-------------#---------------
N/A: Genteeeeee, lembrando ki essa fic não está betada, ok?
Sejam bonzinhos!!!
Um grande beijo e um enorme “valeu” pras pessoas que me mandaram reviews: ‘srtas. weasel; camilla khyara lupin; miagranger28’
Beijinhux galera!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!