Não sou seu elfo doméstico

Não sou seu elfo doméstico



Cap. 3 – Não sou seu elfo doméstico.

Draco subia aquele lance de escadas segurando duas caixas pesadas. Estava quase morrendo de cansaço, aquela ruiva maldita tinha escolhido o apartamento no último andar e ainda por cima o elevador estava estragado.

Apostaria todo seu salário que ela tinha estragado o elevador só para faze-lo suar. Detestava aquela invenção trouxa, alias detestava tudo inventado pelos trouxas, mas odiava ainda mais suar e ficar todo vermelho. E aquela invenção era um pouquinho útil, não podia mentir.

Chutou a porta entreaberta e jogou as caixas sem o menor cuidado no chão.

-Hei, cuidado com as minhas coisas, Malfoy. – Draco olhou furioso para ruiva, que estava deitada no sofá recém comprado tomando um suco. –Você quer suco?

Draco apenas consentiu, estava cansado demais para falar. Jogou-se de qualquer jeito no sofá onde a ruiva estava. Sentando por cima das pernas da garota. Esta tirou as pernas e deu um soco no braço esquerdo do loiro. Loiro magricela abusado.

Draco estava tão cansado que nem falou nada.

-Que pena, acabou. – disse com um grande sorriso.- Você terminou de carregar as minhas coisas?

O loiro escorregou no sofá, ficando praticamente deitado. A ruiva considerou com um sim. Observou o loiro se espreguiçar em seu sofá. Não pode deixar de pensar que ele combinava perfeitamente com seu móvel.

Teve vontade de se chutar, daqui a pouco estaria pensado nele em sua cama. Será que ele ficaria bem? Levantou-se rapidamente reprimindo os pensamento impuros com relação ao seu segurança e ficou em frente ao homem. Draco levantou os olhos para encara-la sem sair do lugar.

-Já que você acabou, pode se mandar. Vai pra sua casinha, bem longe de mim.– disse puxando o sonserino pelo braço.

-Você que pensa, Weasley. – disse se deixando empurrar pela ruiva. Assim não precisaria fazer esforço para andar. Sorria marotamente, a vingança viria a firebolt.

-O que você quer dizer?– disse abrindo a porta e empurrando não delicadamente o loiro para fora.

-O problema bebêzinha...- sorriu ainda mais e a ruiva fechou a cara. – É que seu papai arrumou um apartamento pra mim, bem pertinho de você.
Gina abriu e fechou a boca diversas vezes. Seu pai estava completamente louco. Como fora arrumar um apartamento para o Malfoy no mesmo andar que ela, sua vida agora não poderia ficar pior.

Seu pai tinha ido longe demais. Bateu furiosamente a porta de seu novo apartamento e se dirigiu à lareira, precisava falar urgentemente com Arthur Weasley, seu ex-pai. E Draco rindo pra valer se dirigiu ao apartamento ao lado.

Naquele dia não conseguiu falar com seu pai, tinha a ligeira impressão que ele a estava evitando. Mas tudo bem, até agora tinha facilitado tudo para aqueles dois traidores, mas agora ela tomaria as rédeas da situação. Sua independência já estava garantida, agora só faltava se livrar de Malfoy.

E já sabia exatamente o que fazer, tudo que fez até agora era coisa de criança, a partir daquele momento poria seus genes weasleys em ação. Tinha pena de quando acabasse com o loiro aguado. Mas ele merecia, quem mandou aquele loiro infeliz ter aceitado o emprego de seu segurança. Por Merlim, estava se tornando diabólica. E com um sorriso no rosto dormiu tranqüilamente.

---------#---------

A pior parte de ser um segurança pessoal é não ter vida pessoal. Não eram nem oito horas da manhã quando a campainha de seu apartamento tocou insistentemente. Acordou mal humorado como todas as manhãs e apenas de short preto se dirigiu lentamente até a porta.

Olhou pelo olho-mágico e apenas viu um emaranhado rubro, concluiu ser seu recém adquirido carma. Será que Ginevra Weasley não tinha nada melhor para fazer de manhã cedo do que atormenta-lo?

-O que você quer a essa hora? – Não teve a mínima vontade de controlar seu mau humor matinal. A ruiva apenas sorriu; aquele sorriso diabólico que fazia o loiro se arrepiar. Ela iria aprontar algo.

-Bom dia para você, Senhor Malfoy. – disse entrando sem ser convidada e se sentando no sofá do loiro. Tentando ignorar o fato de que seu guarda-costas estava apenas de short e se controlando totalmente para que sua mente não viajasse de forma imprópria, continuou. – Se vista rápido, nós vamos sair.

-Você só pode estar louca. Não são nem oito horas... – resmungou batendo com força a porta, respirando fundo e buscando paciência se dirigiu ao banheiro. A ruiva sorriu abertamente. Estava conseguindo tirar o loiro do sério.

Qualquer pessoa que prestasse a mínima atenção ao redor acharia aquela cena um tanto quanto bizarra. Uma ruiva pulava sorridente pelo Beco Diagonal enquanto que um loiro de terno preto e óculos escuros – que escondiam estrategicamente as olheiras - andava menos de um metro de distancia dela de cara amarrada.

Não tem coisa pior para um homem hétero do que acompanhar uma mulher consumista e impulsiva às compras. E aquela ruiva infeliz sabia disso, mas mesmo assim o arrastara para o Beco Diagonal para fazer compras.

Mas tinha que seguir a risca todas as recomendações de seu chefe e não deixar aquela maluca sozinha. E isso incluía fazer compras. A mais de meia hora saia e entrava pela porta de várias lojas de roupas, calçados, e a cada saída ele era mais entupido de sacolas.

Não tinha fim pior e mais humilhante para um Malfoy do que além de ser babá, também ser tratado como um rélis carregador de bolsas.

- E então Malfoy, como estou? – se fosse obrigado a responder aquela pergunta outra vez não se preocuparia em ir direto para Azkaban, mas estrangularia a filha do Ministro lentamente.

Deixando a revista que folheava de lado, levantou os olhos e perdeu a fala. Estava pronto para soltar outro comentário sarcástico quando seus olhos se depararam com um pelo par de pernas bem torneadas paradas a sua frente.
Gina estava parada em frente ao loiro com as mãos na cintura esperando uma resposta. Rezava para que ele falasse algo mais que “razoável” ou “você parece um legume”.

Buscava o vestido perfeito para a reunião de veteranos de Hogwarts e sabia que aquele vestido era “o” vestido. Mas precisava da opinião de mais alguém. Não sabia comprar roupa sem uma segunda opinião. E quem melhor que Draco Malfoy para torturar?

-Horrível, né? Eu sabia! – disse desapontada.

-Não! – disse saindo do transe. Uau, realmente aquele vestido estava perfeito, tinha que admitir. A ruiva o olhava desconfiada. Ele estava começando a suar frio, tinha que se livrar dessa. - Quer dizer...você está legal.

E antes que a ruiva pudesse dizer algo, ele agarrou a revista e abriu-a tampando seu campo de visão e conseqüentemente escondendo seu rosto de Gina. A garota voltou sorridente para o trocador, estava decidido, levaria aquele vestido.

Será que aquela consumidora descontrolada não cansaria nunca de comprar e comprar? Estava ficando de saco cheio de a seguir por todos os cantos daquele lugar ralé. Como odiava andar pelo Beco Diagonal. Aquele lugar trazia lembranças da escola e conseqüentemente de seus pais. E isso, ele queria esquecer de uma vez por todas.

-As lojas ainda estarão por aqui amanha, Weasley. – disse encolhendo a recém sacola adquirida e pondo em seu bolso do sobretudo negro.

-Relaxa Malfoy. Eu já terminei. Só vamos dar um alô para uns amigos e então iremos embora, certo? – Até que fim aquele dia infernal estava para acabar. Seguiu a ruiva até o bar da Madame Rosmerta e entrou silenciosamente.

Gina logo avistou um grupo de amigas sentadas ao canto do bar e foi cumprimentá-las; dentre as garotas estava Luna. Que lançou um olhar solidário à amiga.

Podia imaginar o quanto a ruiva estava sofrendo por ter de agüentar um guarda-costas a seguindo por todos os lados. E para piorar era Draco Malfoy, o mesmo que as chateavam diariamente na época da escola.

Mas tinha que admitir que ele havia melhorado muito. Quando em sã consciência, ele aceitaria esse emprego; tomar conta de alguém vinte e quatro horas por dia e ainda mais cuidar de uma Weasley pobretona.
Como as pessoas mudam. E principalmente, como o mundo dá voltas!
Gina se juntou as amigas, enquanto que Draco arrumou uma mesinha no canto distante da ruiva. Distante o bastante para não ouvir conversinhas de mulheres, mas perto o bastante para ficar de olho naquela peste.

-Ai Gina, você é tão sortuda. – disse Rose, uma prima distante de Luna. E todas as outras três garotas sentadas na mesa concordaram, exceto Luna e Gina.- Ele é tão lindo...

Suas amigas suspiravam quando o loiro lançava olhares para a mesa delas para conferir se a ruiva continuava no lugar.

-Pode até ser a primeira vista. Mas vocês não sabem o que eu passei na mão dele no tempo da escola. – Luna concordou bravamente com a amiga.
As outras três como não freqüentaram Hogwarts, duvidaram que aquele loiro seria um lobo mal na pele de cordeiro.

-Ai Gina, não exagera...Olha a carinha dele, tão inofensivo. – disse Helizabeth, uma morena filha de um dos amigos de Arthur.

-Inofensivo uma ova! – Luna resolvera se pronunciar e por um fim naquela adoração sem nexo ao loiro.- Um sonserino não é inofensivo nem aqui e nem na China.

-Mas que vocês combinam, combinam. – disse uma das novas amigas de Gina. Gabrielle, era a filha do Ministro da França, que estava passando as férias na Inglaterra.- O par perfeito pra dizer a verdade.
Gina engasgou com o café. Aquela francesa só podia estar louca. Ela e o Malfoy? Nunca, não, impossível. Mas será? Olhou indecisa para o loiro que estava jogando um caminhão de charme para a garçonete que o servia uma xícara de café fumegante.

Só desviou o olhar quando fora pega desprevenida por Draco que a encarou por breves segundos com um sorriso safado característico dele. Como odiava aquele loiro. Completamente vermelha, voltou sua atenção para Luna que narrava uma história sem pé nem cabeça.

Draco tomava seu café tranqüilamente e lia o jornal fornecido pela garçonete sorridente. Se não estivesse trabalhando convidaria a garçonete para um café. Ela era até jeitosinha, dava para curtir uma noite.

Sorrindo marotamente olhou para a mesa das amigas de Gina, elas cochichavam e soltavam risadinhas. Típico de garotas que estavam aprontando algo. Correu os olhos pela mesa e não encontrou o emaranhado de cabelos ruivos.

-Merda...-exclamou jogando o jornal em cima da mesa e levantou rapidamente se dirigindo a mesa das garotas. – Para onde a Weasley foi?

-Esse não é o seu trabalho, Malfoy? Você deve vigiar a gina, não a gente. – disse Luna levando a boca um pedaço de torta de chocolate. Draco teve vontade de estrangular lentamente a loira. Cada dia se tornava mais lunática. Não sabia como Gina, agora filha do Ministro podia se misturar com gente daquele nível.

-Ela foi ao banheiro. – disse Gabrielle com um sotaque francês completamente carregado.

-Obrigado. – disse a contra-gosto e correu para o corredor que dava para o banheiro feminino. No meio do caminho fora parado pela garçonete que o estava paquerando.

-Oi, deseja algo? – disse dando um sorriso enorme e convidativo.

-Agora não. – disse sem dar a menor atenção a morena e se dirigiu ao banheiro feminino, deixando para trás uma morena completamente decepcionada.
Draco avistou de longe a placa que indicava o banheiro e apertou o passo. Se aquela ruiva tiver fugido, estaria perdido. Seria despedido depois de uma semana de trabalho.

Entrou no corredor que dava para o banheiro feminino e parou estático. A ruiva estava sendo agarrada por um homem moreno. Ele percorria o corpo da ruiva com a mão livre, enquanto que a outra segurava seus braços acima da cabeça dela. Seu corpo prensava o corpo da ruiva, impedindo-a de escapar.

Draco sentiu seu sangue ferver. Como aquele homem ousava agarra sua protegida. Não iria permitir isso. E ainda por cima a ruiva não parecia muito contente com a agarração, tentava se soltar em vão dos braços fortes do homem.

Sem pensar duas vezes, o loiro correu e sem aviso meteu um soco muito bem dado na cara do moreno. Gina gritou horrorizada. Mas o homem que a pouco a beijava levantou com elegância e para a surpresa da ruiva partiu para cima do loiro, que era mais alto que ele uns dez centímetros, empurrando-o para fora do corredor. Draco bateu com as costas no chão e antes mesmo de levantar já tinha sacado sua varinha do bolso interno e apontava severamente para o moreno em pé.

Para sua surpresa, Gina se pôs na frente do homem que a pouco lhe agarrava, protegendo-o. Draco se levantou ainda apontando a varinha para o moreno, quando Gina gritou:

-Ele é meu namorado, seu idiota! – gritou furiosa para o loiro a sua frente e se virou para o namorado examinando-o de cima a baixo. – Você está bem Rich? Está doendo?

O moreno apenas balançou a cabeça afirmativamente e a ruiva o abraçou e lançou olhares furiosos para o loiro parado em frente a eles. Draco teve vontade de lançar uma azaração naquele hipócrita, seu soco não fora tão forte assim para ele ficar reclamando de dor. Se a ruiva não estivesse entre ele e sua varinha, ai sim aquele salafrário saberia o que é dor de verdade.
Draco olhou a sua volta e aquela característica rodinha de curiosos já se formara ao redor deles, as pessoas cochichavam e lançavam olhares desaprovadores para os três que ousavam perturbar o ar calmo do bar de Madame Rosmerta, que tinha fama de ser tranqüilo. Não sabia onde enfiar a cara, sentia seu rosto corar levemente. Que mico, tinha acabado de surrar o namoradinho da ruiva. Mas não estava nem um pouco arrependido, o moreno merecia, estava um tanto quanto abusado.

Onde já se viu passar a mão na filha do Ministro, ainda por cima num lugar público. Ela deveria lhe agradecer de joelhos, vai que um fotógrafo flagra os dois naquela situação constrangedora e espalha para todos os jornais. O Ministro a mataria.

Draco se segurou para não vomitar ao presenciar a despedida melosa do casalzinho. Gina e Richter pareciam ser um só. O loiro teve que sair puxando a garota pelo braço para fora do bar. Caso contrário o moreno a engoliria ali mesmo.

-Você já deve saber o quanto você é imbecil, né?- disse andando rápido pelas ruas deixando o loiro para trás. – Socar meu namorado...Deu sorte dele ser calmo e não ter revidado, caso contrário você estaria no hospital.
Draco gargalhou, deixando a ruiva mais irritada.

Aquele fracote não o mandaria para o hospital nem em mil anos. Muito menos conseguiria encostar um só dedo em seu rostinho lindo. Ele era um Auror altamente treinado para dar conta de dez ao mesmo tempo. Logicamente daria conta daquele baixinho magrela.

-E você não devia ficar se agarrando com qualquer sujeitinho em lugares públicos. Devia pensar na imagem do seu pai. – disse se alterando.
Ok, aquela garota estava conseguindo tira-lo do sério. Será que ela não podia simplesmente calar a maldita boca. Estava começando a sentir sua têmpora latejar.

-Eu te odeio, muito, muito, muito. – disse entrando no carro recém comprado do loiro.

Draco tinha deixado de lado sua adorada moto por causa de seu maldito trabalho. Arthur havia lhe pedido, ou melhor, mandado comprar um carro, pois sua garotinha não andaria de moto, nem sob seu cadáver.
Sua vontade era de jogar tudo pro alto, pegar sua moto e se mandar, o resto que se dane. Estava de saco cheio daquela ruiva mimada.

-Me leva pra casa. – disse emburrada, cruzando os braços.

-Como quiser madame. – bateu a porta do carro com violência e sem trocarem palavras ou olhares, foram embora.


Continua...

--------#--------------------#----------------

N/A: desculpa a demora gente!!!!! Se é que tem alguém lendo essa coisa!!!!
Pequenininho, eu sei! Perdão...Prometo que o próximo ficara num tamanho razoável.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.