De Volta a Hogwarts
N:A: Antes de postar o cap, meninas, peço desculpas, mas a recuperação não será ssim tão fácil, não. Mas a Gina não deve sofrer muito não, podem ficar tranquilas.
Este capítulo ficou ainda maior que o anterior, mas acho que vocês não vão achá-lo massante, muito pelo contrário. Até o final do cap, vamos ao capítulo:
Capítulo 05 – De Volta a Hogwarts
O dia dez de Junho era mais um belo dia de verão. Quando o sol raiou, Gina Weasley já estava acordada, mirando o teto de seu quarto. Seu quarto era uma mistura entre a Gina criança, com enfeites cor-de-rosa, cortinas com babado e bonequinhas em estantes e a Gina mulher, Auror, com livros de DCAT, fotos de bruxos procurados, recortes de jornal pregados nas paredes. Sobre uma cômoda, ao lado da cama, uma foto dela com Harry, pouco antes da terrível luta.
Ao ouvir a movimentação no andar de baixo ela se levantou e desceu, para ajudar a mãe. Quando entrou na cozinha, lá já estavam além de sua mãe seu pai, Arthur e seu irmão Gui, que viera com a família no final da noite anterior para a cerimônia. Cumprimentou a todos com um sorriso e um “Bom Dia”, e dirigiu-se para o fogão. Deu um beijo na mãe e botou a mão na massa. Tomou seu café e, depois de arrumar a cozinha, voltou para o quarto, pois precisava se arrumar. Apesar da cerimônia estar marcada apenas para as cinco da tarde, ela ia mais cedo, para poder ficar algum tempo sozinha antes.
Escolheu um vestido longuete preto, na altura dos joelhos, simples, mas elegante. Sapatos também pretos, Scarpin, não muito altos. Não que ela não gostasse de salto alto, na verdade ela ficava muito bem neles. Sua silhueta, delgada, sobre um salto alto se destacava ainda mais. E esse era o problema, ela não queria chamar muito a atenção das pessoas. Gina optara por uma figura mais discreta, o que ela era na essência. Com cuidado penteou os cabelos, prendendo-os com um laço, também preto. Uma pequena franja, virada para o lado. Passou um lápis de contorno em volta de seus lábios carnudos, complementando com batom claro, leve, da mesma tonalidade, para fechar o conjunto. Olhou-se no espelho que havia em seu quarto e gostou do que viu. Estava linda, mas discreta, como era sua intenção. Enquanto passava a mão direita pelos cabelos, ajeitando-os, viu pelo espelho um reflexo em sua mão. Retirou-a e olhou para a aliança que estava em seu dedo. A frase, que aparecera a mais de quatro anos, ainda estava lá: “Te amo do fundo do meu coração”. Estava em élfico, mas ela sabia exatamente o que significava, e nada havia mudado durante todo aquele tempo. Deu um beijo no anel, colocou o apetrecho que faltava (uma bainha na cintura, onde ela guardou sua varinha). Como Auror, e levando em consideração o clima de insegurança que viviam, ela não podia andar desarmada. O cordão que prendia a bainha demarcou sua cintura, dando-lhe um atrativo a mais.
Desceu, despediu-se dos pais que iriam mais tarde, e com um giro gracioso desaparatou. No mesmo instante, estava diante dos portões de Hogwarts. Grope, o vigia do portão e irmão de Hagrid a recebeu com um sorriso (pelo menos era o que parecia) e um cumprimento “Ina”, ao que ela respondeu com um “Olá, Grope!”, enquanto ele abria os portões para que entrasse. Assim que atravessou, parou e olhou em volta. Deu um suspiro melancólico, pensando “Eis-me aqui, de volta a Hogwarts!”.
Era próximo à hora do almoço, as aulas do período da manhã ainda não haviam terminado. Ao lado de Grope estava um aluno do sétimo ano de guarda, que se aproximou e perguntou:
- Srtª Weasley, bom dia. Não esperávamos ninguém tão cedo.
- Eu sei. – Respondeu ela - É que eu gosto de chegar antes dos outros. Qual é o seu nome?
- Menphis, srtª. – Respondeu o rapaz, loiro de olhos verdes – Deseja que eu avise a diretora ou a profª Chang?
- Não Menphis. Não precisa incomodar ninguém, está bem? Estarei no obelisco, caso alguém pergunte.
Dizendo isso, Gina deu um sorriso para o jovem, que estava perplexo com a bela visão da ruiva e se dirigiu em direção ao lago, onde estava sepultado Alvo Dumbledore e onde ficava o busto em homenagem a Harry. Assim que ela sumiu do campo de visão de Carl Menphis, este se dirigiu para o castelo, para avisar Cho Chang da chegada da moça.Esta deixara ordens expressas para comunicar qualquer fato que estivesse fora da rotina e este era, sem dúvida, um fato fora de sua rotina.
Gina caminhou devagar pelos campos da escola, admirando-os. Adorava aquele lugar. Era um dos lugares nos quais se sentia melhor, onde encontrava paz e proteção. Chegou ao obelisco pouco depois, estava como sempre. Lindo. Passou a mão pela inscrição que ela, Rony e Mione haviam inscrito ali no primeiro ano após a morte dele, que dizia “Você continuará sempre vivo em nossas lembranças e em nossos corações! R.H.G.”. Passou a mão delicadamente pelo rosto frio, de mármore, e disse:
- Oi amor! Como é que você está? Desculpe se não tenho vindo muito te ver, mas as coisas estão complicadas. Eles voltaram Harry. Querem vingança... Queria que estivesse aqui conosco, precisamos de você, de sua força e liderança. Eu sinto tanto a sua falta...
Em seguida, sentou-se atrás do obelisco, encostando sua cabeça na pedra fria, onde não era possível vê-la, e conversou com ele, contando os últimos acontecimentos, como estava sua família, Rony, Mione, etc. até que dormiu.
- Hei, dorminhoca! – Disse Cho Chang, tocando no ombro da amiga – Gina acorda!
- O quê? – Gina acordou, assustada – Cho? O que aconteceu?
- O de sempre, não é? Você acabou dormindo aqui de novo, Gina. – Disse a professora, sorrindo.
- Não acredito. De novo? Ai que vergonha, será que alguém me viu? – Perguntou ela, tentando se recompor.
- Não, pode ficar tranqüila. Assim que você chegou fui avisada e pedi para que não deixassem ninguém se aproximar, para que tivesse privacidade. Olha, está com fome? Pedi ao Dobby para preparar um lanche pra gente. Posso me sentar?
- Claro! – Respondeu Gina, sentando-se sobre as suas pernas, indicando a grama verde e macia ao seu lado para que a amiga se sentasse também e olhando o que tinha dentro da cesta – Nossa, o Dobby exagerou, hein!
- Quando eu disse que era pra você ele enfiou tudo o que tinha na cozinha.- Riu Cho, sendo acompanhada pela ruiva.
- Então, você e Remo é que vão falar hoje? – Perguntou Gina, mordendo o primeiro sanduíche.
- Pois é. Minerva nos pediu, e não tivemos como recusar. – Disse ela, também pegando um sanduíche e uma garrafa de suco de abóbora – E aí, como é que está passando?
- Bem, acho que diante das circunstancias estou bem. – Respondeu ela, dando um leve sorriso.
Terminaram de lanchar e quando terminaram, foram para o alojamento de Cho, que precisava se trocar. Gina também queria retocar a maquiagem, e lá ficaram até a hora da cerimônia.
Como todos os anos, as aulas terminaram mais cedo naquele dia. Todos os alunos, separados em suas casas, dirigiam-se para os terrenos da escola. Com o passar do tempo, a casa Sonserina havia voltado a ter um grande número de alunos. À sua frente, vinha o professor Horácio Slughorn, com belas vestes verdes e prata. À frente da casa Corvinal, o pequenino Filio Flitwick, de Azul e Branco. À frente da Grifinória, Remo Lupin. E à frente da Lufa- Lufa, Ninfadora Tonks, que se tornara no início daquele ano letivo a nova professora de transfiguração. Casada com Lupin há dois anos e meio, ela deixara a função de Auror quando se descobriu grávida. Imediatamente fora convidada por Minerva Mcgonagall para assumir a função de professora em Hogwarts, assumindo a matéria que ela mesma ainda lecionava. Agora, com uma barriga que demonstrava uma gravidez já adiantada (estava no sétimo mês), ela encabeçava a fila dos alunos de sua casa, trajada de preto e amarelo.
Além dos alunos, estavam presentes apenas mais alguns amigos, como os Weasleys, Alastor Moody, Arabela Figg e outros membros da Ordem da Fênix além do ministro da magia, Rufus Scrimgeur e seus assessores. Rony, Gina e Mione estavam sentados na primeira fila, como de costume, junto com Neville Longbotton, Luna e outros ex-alunos, também membros da guarda. Depois que todos se sentaram, a diretora Minerva dirigiu-se ao palco montado, pediu silêncio e deu início à cerimônia.Depois de falar sobre o sacrifício de Harry e de como ele representava os ideais da casa Grifinória, ela chamou o professor Lupin para subir ao palco. Este subiu e, emocionado, falou sobre a sua infância e como era sua amizade com Thiago, pai de Harry e de como o filho era parecido com o pai. Um grande amigo, fiel, honrado e companheiro. Depois foi a vez de Cho subir e falar. Ela contou como o conheceu, durante um jogo de Quadribol e o quanto ele era tímido na época. Sobre a criação da A.D. e de quanto ela lamentava por ele ter partido assim, tão cedo.
- As pessoas costumam comentar sobre o fato da gente ter ficado um tempo. Eu realmente agradeço por ter tido esta oportunidade, pois conviver com Harry foi uma grande honra. Fico feliz também por ele ter encontrado o amor verdadeiro, na forma de Gina Weasley, a quem hoje eu posso chamar de amiga. E lamento por eles não terem tido tempo de aproveitar mais esse grande amor. – Concluiu Cho, olhando para Gina, sentada à sua frente, que lhe retribuiu com um sorriso – Hoje...
Mas Cho não continuou sua frase, pois ao levantar seu olhar viu, partindo da torre de astronomia, luzes vermelhas, lançadas por um feitiço “Periculum”, sinal combinado para anunciar um ataque. Ficou pálida, e disse:
- Não, hoje não... Diretora, Ministro e convidados. Acho que vamos ter visitas indesejáveis.
- Como assim? – Perguntou Quin, que viera participar da cerimônia trazendo com ele um grupo de Aurors, se levantando e virando para onde a moça estava olhando – O que significa aquele sinal?
- Significa que eles ousaram nos atacar justo hoje, Quin. – Respondeu Rony, também se levantando e olhando para o sinal.
- Como ousam? Como têm a audácia de nos atacar justo nesta data? – Perguntou Gina revoltada, sacando sua varinha e começando a sair de onde estava – Eles vão pagar caro por esta falta de respeito, ah se vão.
- Gina minha filha, calma. – Disse seu pai, segurando-a pelo braço – Não se precipite. Precisamos organizar a defesa.
- Arthur tem razão. – Disse a diretora – A prioridade é proteger a escola. E o ministro também, é claro.
- Concordo diretora. – Remo Lupin apontou – Melhor mandar todos entrarem.
- Atenção! – Começou Minerva, com a voz ampliada – Todos os alunos devem se dirigir para suas salas comunais e permanecerem lá até que tenham permissão para sair. Membros da Guarda e professores permaneçam para receber instruções.
Enquanto os alunos debandavam em direção ao castelo, comandados pelos monitores das casas, um grupo se formou em volta da diretora, do ministro, Lupin, Cho, Rony, Mione e Gina, que estavam discutindo o que fazer.
- Minerva, acho que não deve se envolver em uma batalha. – Disse Lupin.
- Como não? Remo, não vou ficar parada enquanto tentam destruir nossa escola. – retorquiu ela.
- Diretora, Remo tem razão. A senhora é tão importante para a continuidade de Hogwarts quanto a própria escola. – Disse Hermione – Já discutimos isso da última vez que fomos atacados, não podemos correr o risco de a perdermos. Por favor, fique no castelo com os alunos menores e o ministro. Nós cuidaremos de tudo.
- Srtª Granger, não posso concordar. Não posso deixar que vocês arrisquem suas vidas e não estar lá ao lado de vocês. – Insistiu a diretora.
- Seria o que Harry gostaria que fizéssemos diretora. – Respondeu Gina – E o professor Dumbledore também. Tenho certeza. Não deixaremos que ninguém entre no castelo.
- Muito bem então. – Concordou a contragosto a diretora – Ficarei dentro dos terrenos da escola, se for necessário ajudarei como puder.
- Eu vou com vocês, Remo. – Disse Tonks, agarrada ao braço do marido.
- De maneira alguma! Você está louca, Ninphadora? – Perguntou este – Você está grávida, não vou permitir que enfrente comensais neste estado.
- Mas você vai, não vai? Eu também posso lutar, estou grávida e não doente. Não vou permitir que o pai de meu filho se arrisque assim sozinho. – Dizia ela, enquanto seus cabelos mudavam de cor incessantemente, mudando do tom preto que estava para verde, azul, roxo e vermelho, numa velocidade incrível, denotando toda sua ansiedade.
- Minha querida, ouça bem. – Começou ele, pacientemente – Se eu já tinha um bom motivo apara lutar antes, agora minha motivação é maior ainda. Luto por você e por nosso filho ou filha que está para nascer. Para que esta criança possa crescer num mundo seguro, sem a sombra de uma guerra sobre sua cabeça. Eu vou voltar. Não será nada fácil matarem esse velho lobo, pode ter certeza. Fique com a diretora, zelando por nossos alunos. – Concluiu ele, beijando a testa da esposa, que deixava rolar uma lágrima neste momento.
Os grupos se dividiram. Foram em direção ao castelo a diretora, Tonks, o ministro, a Srª Weasley e seu marido, Fleur e sua pequena filha, Sophie, que não entendia o que estava acontecendo e insistia em ficar com o pai, Gui, que junto com os outros Weasleys, Natasha, esposa de Carlinhos, Vera, a namorada de Fred, Mione e os outros membros da Guarda, os membros da Ordem da Fênix e os Aurors, comandados por Quin, foram em direção aos portões, onde já estavam Hagrid e Grope, devidamente armados.
- Mais uma boa briga nos aguarda, eh? – Comentou o meio gigante para os amigos.
- Parece que sim, Hagrid. – Respondeu Rony – Está pronto?
- Sempre estamos, Rony. Sempre estivemos, não é Grope? – Respondeu este, dando um tapinha na cintura do irmão, que concordou com a cabeça.
- Muito bem, então vamos. – Disse Mione – Luna, você fica responsável pelos alunos do sexto ano, eles não devem se envolver na luta. Mantenha-os na retaguarda. Neville, os do sétimo ficarão com você. Os outros sabem o que fazer. Hagrid abra os portões.
Assim que os portões foram abertos, Grope saiu na frente, dando cobertura, seguido por Hagrid e os demais, que se espalharam pelo perímetro. Rony, Mione e Gina ficaram próximos uns dos outros. Então eles surgiram, vindo de uma curva que havia no caminho. Andavam tranqüilamente, sem a menor pressa. Havia mais de duzentos bruxos vindo em direção à escola, falando alto e gracejando, como se estivessem num passeio no parque. Mas não eram apenas comensais. Havia vários bruxos mal vestidos, mal encarados. Obviamente, eram pessoas recolhidas no submundo das cidades, péssimos elementos, que só estavam ali em troca de alguma compensação financeira. Os comensais, com suas características túnicas pretas, e outro grupo de homens, aproximadamente trinta, que estavam completamente de vermelho. Suas roupas eram diferentes das demais. Eram extremamente bonitas, de um tecido leve, um tanto folgadas. Não usavam capas, mas tinham um capuz que lhes cobria a cabeça e ocultava o rosto. Na cintura, faixas de diferentes cores. Prata, Preta ou Dourada. Mas o que realmente chamou a atenção dos jovens defensores de Hogwarts foram as criaturas que acompanhavam os recém-chegados.
- Mas que diabos é aquilo? – Perguntou Rony, ao avistar as criaturas brancas como a neve, olhar maligno e garras enormes.
- São Yetis, Ronald. – Respondeu Mione, num fio de voz – Não sei como conseguiram apoio destas criaturas, pelo que eu sei, elas vivem no Himalaia, não são muito sociáveis, entende?
- Ótimo! – Bufou ele – Agora além de lutar contra um bando de bruxos com uma cara péssima, ainda vamos ter que encarar os primos feios dos gigantes. Além deles mesmos, é claro. Fizeram questão de trazer alguns para matar a saudade.
Isto era a mais pura verdade. Além dos Yetis, que eram em torno de vinte, havia pelo menos mais dez gigantes, grunhindo e se empurrando, atrás do grupo que chegava. Este parou a aproximadamente dez metros de distância e se espalhou. Rony olhou para Quin, à sua esquerda, que comandava os Aurors, com um olhar significativo. Estavam em desvantagem. Olhou para sua direita, onde estava Olho-Tonto-Moody, à frente da Ordem da Fênix, e recebeu um sorriso enviesado em resposta. Pegou a mão da mulher amada, que tremia um pouco. Olhou-a nos olhos e disse:
- Tome muito cuidado, está bem? Ainda não marcamos a data do nosso casamento.
- Tome cuidado você, rapaz. – Respondeu ela, tentando sorrir confiante – Não vá se meter com esses Yetis só pra me impressionar, está me ouvindo?
- Yetis? Não, não seja boba. Pra quem já enfrentou um gigante, um Yeti é pouco. – Respondeu ele, dando-lhe um breve beijo.
Então um frio sem igual tomou conta do lugar. Uma sensação de medo e desespero, o sol parecia estar sumindo. Uma horda de Dementadores surgiu, vindo na direção deles.
- Bom, agora a festa está completa! – Disse Cho, próxima a Gina – Só faltavam eles mesmo.
- Luna! Neville! Vocês cuidam dos Dementadores. – Gritou Rony, virando-se para os amigos que estavam localizados atrás deles – Gina, convoque o seu também.
- O que? – Assustou-se ela – Rony, não vou lutar contra Dementadores com tantos inimigos à nossa frente.
- Rony está certo Gina. – Disse Mione – Seu patrono pode assustar alguns destes Dementadores. Já que ele mudou de forma, pode ser um trunfo pra gente.
- Droga! Está bem, mas não sei se vou conseguir. – Respondeu ela, fechando os olhos e tentando se concentrar em lembranças boas. Não foi difícil como ela disse, bastou encontrar a lembrança dela com Harry, no baile do dia dos namorados, quando dançaram agarradinhos. Sorriu, abriu os olhos e bradou, com força – “Expecto Patronum!”, e uma Fênix prateada surgiu da ponta de sua varinha, seguindo em direção aos Dementadores. Luna, Neville e os alunos também convocaram seus patronos, assim uma esquadrilha prateada percorreu o céu de Hogwarts em direção aos Dementadores, liderados pela bela ave Fênix. Os Dementadores, que ainda se lembravam dos efeitos do Patrono-Fênix de Harry se dispersaram, sendo perseguidos de perto. A ave fez um giro no ar e voltou em direção a Gina, desaparecendo enquanto chegava.
- Interessante. – Disse uma das figuras trajadas de preto, que reconheceram ser Belatriz Lestrange – Então a Weasleyzinha tem um patrono igual ao do namoradinho Potter. Isto não importa, esses Dementadores idiotas são uns covardes mesmo... Vamos ver como é que vocês se saem contra nós, crianças. Acabou a brincadeira. Vocês vão pagar pelo que fizeram ao nosso amado mestre e à minha querida irmã.
- Não temos medo de você, Bela. – Respondeu Gina – Nem de seus novos amiguinhos.
- Pois deveriam, menina. – Disse ela, dando uma risada – Vocês não sabem com quem estão se metendo. ATAQUEM!
- É isso aí pessoal! – Disse Rony, tomando a frente, erguendo sua varinha – POR HARRY! POR HOGWARTS!
E correu em direção ao inimigo, seguido de perto dos outros. Do outro lado, os comensais e os bruxos mal vestidos se adiantaram, mas os de vermelho não saíram do lugar. As criaturas também atacaram, um gigante sendo alvejado logo de início por uma flecha lançada por Grope de seu enorme arco. Os dois grupos se encontraram na metade do caminho, com feitiços voando por todo lado, até encontrarem oponentes e alvos certos. Belatriz lutava com Lupin ferozmente. Gina lutava contra dois bruxos orientais, Mione contra um comensal que ela não conhecia, Rony contra outros dois. Gui também lutava ferozmente, mostrando toda a perícia e habilidade Weasley enquanto Fred e Jorge lançavam mão de seus artefatos contra seus inimigos, que ficavam aturdidos ante os fogos que explodiam em suas caras. Mas isto durou pouco, pois logo Vera foi estuporada e Fred correu para socorrê-la, então ambos decidiram levar a briga mais a sério. Carlinhos e Natasha lutavam ombro a ombro, em perfeita sincronia. Por alguns momentos, a euforia tomou conta dos defensores, que estavam conseguindo empurrar seus inimigos, ganhando terreno no campo de batalha. Quando percebeu isso, Belatriz gritou para um dos homens de vermelho, que assistia a tudo impassível ainda:
- Chú! Você não vai nos ajudar?
O Homem chamado Chú nada disse, apenas fez um movimento com a cabeça para seus homens, que com muita calma adiantaram-se, uma mão às costas. Um deles vinha em direção a Rony, que acabara de se livrar de seus adversários. Ao ver o novo personagem entrando em cena, não teve dúvidas. Apontou-lhe a varinha e lançou uma azaração:
- “Impedimenta!”
Porém, para seu assombro, o homem sacou uma espada de suas costas e com um movimento circular, refletiu o feitiço lançado por ele. Em seguida, deu um salto que o lançou sobre Rony, desferindo um golpe certeiro contra sua cabeça:
- “Protego!” – Conjurou este, instantes antes de ser atingido, seu escudo absorvendo o forte impacto – Mas que droga é essa? Além de serem bruxos ainda usam espadas também? Mione, você sabe quem são esses caras?
- Não tenho certeza, Rony. – Respondeu ela, ainda lutando contra o comensal – É só uma suspeita, mas não pode ser. Eles são apenas uma lenda...
- Hermione, não me venha com esta história de lenda, esse cara tá querendo arrancar a minha cabeça. – Disse ele, ainda se defendendo com o escudo das diversas investidas do outro, que tentava atingi-lo por todos os lados – Não conheço nenhuma lenda que faça isso.
- Diz uma lenda. – Começou ela, finalmente estuporando seu adversário e virando-se para o noivo – Que os Dragões Brancos, defensores da cidade de Shangri-lá usam espadas.
- Shangri-lá? – Perguntou Rony, distraindo-se um momento ao olhar para a noiva, o que lhe custou caro – AI! – Gritou ele, ao ser atingido na perna direita por seu adversário.
- RONY! - Gritou Mione, correndo em sua direção, lançando em direção ao bruxo, que preparava para dar outro golpe no rapaz, que seria fatal, visto que este perdera a concentração totalmente e seu escudo desaparecera – “Bombarda!”
Assim como fizera com Rony, o bruxo tentou refletir o feitiço de Hermione com a espada, mas assim que este a atingiu, houve uma explosão e o homem foi lançado a metros de distância, caindo inconsciente.
- Rony, você está bem? – Perguntou ela, se jogando no chão ao lado do rapaz.
- Estou, acho que não foi muito grave. – Respondeu ele, fazendo uma careta de dor.
- Não foi grave? Ronald olha o tamanho do rasgo na sua perna. Preciso tratar de você imediatamente, vamos sair daqui.
- Não Mione. Faça parar de sangrar, precisamos ajudar os outros. Olhe só. – Disse ele, apontando o campo de batalha.
A situação invertera-se completamente. Se há alguns minutos eles estavam empurrando o inimigo para trás, agora eles é que estavam sendo encurralados. Os bruxos de vermelho eram muito habilidosos, apenas Hermione havia conseguido atingir um deles. Os outros estavam apenas tentando se defender, nem todos com muito sucesso.
- Rony, precisamos encontrar uma maneira de virar isso logo, senão vamos morrer hoje. – Disse ela.
- Como Mione? Esses caras são melhores do que nós, além de usar magia ainda usam estas espadas, se nos defendemos não temos como contra-atacar. E ainda estamos em menor número, logo seremos encurralados, não vejo como reverter isso. – Rony parecia derrotado, desanimado.
- Não se dê por vencido ainda, meu amor. Veja! – Hermione respondeu, com um sorriso no rosto e apontando para o céu.
Neste momento, o céu irrompeu em cores. Dezenas de aves Fênix surgiram, trazendo com elas dezenas de homens vestindo branco, pelo menos cinqüenta. Mas as aves não pousaram, deram vôos rasantes, e conforme elas sobrevoavam o campo de batalha os homens se soltavam, dando giros e piruetas no ar até pousarem, alguns de pé, outros de joelhos. Enfim, da melhor maneira que conseguiam, porém com graça e elegância. Apenas um homem não fez isso. Este pousou gentilmente no chão, levado pela maior e mais bela das aves. Era extremamente velho e trazia um cajado na mão.
A batalha cessou por um momento, ante a chegada dos novos combatentes. Os bruxos de vermelho, que não esperavam a chegada de seus adversários, recuaram instintivamente. Seu líder, Wang Chú, ficou atônito por um momento. Mas só por um momento.
- Caraca! – Disse Rony, olhando para o homem velho, que estava pouco atrás dele – Agora está chovendo bruxo? Não falta acontecer mais nada em Hogwarts, não é? Quem serão esses aí?
- Você não ouviu o que eu disse, Ronald? – Respondeu Mione, lágrimas de alegria caindo pelo seu belo rosto – Estes são os lendários Dragões Brancos. Eles vieram nos ajudar, olhe!
O Homem fez um gesto com seu cajado, e seus homens partiram pra cima dos bruxos de vermelho. Agora as coisas pareciam melhorar, pois os Dragões Brancos eram em maior número que seus adversários, de modo que alguns sobraram e começaram a combater os comensais e as criaturas que ali estavam. Logo, o som das espadas se chocando se espalhou pelo ar, Rony nunca pensou que ia gostar tanto daquele som que há tão pouco tempo lhe trouxera tanta angústia e medo da morte. Assistia as lutas, nunca havia visto nada igual em sua vida, quando ouviu uma voz calma e melodiosa atrás deles.
- Vocês estão bem meus filhos? – Perguntou mestre Caine para os dois.
- Estamos. – Respondeu Rony, com um sorriso sincero – Muito obrigado por nos ajudar senhor...
- Meu nome é Kwai Chang Caine. Vocês já fizeram demais por hoje, descansem e tratem de seus feridos. Meus filhos vão ajudar agora.
- Obrigada sr Caine. – Sorriu-lhe Hermione.
*****
Gina havia se afastado do irmão e da amiga durante a batalha. Perdera também Cho de vista. Ela estava mais próxima de Quin, que comandava um grupo de Aurors a lutar contra os Yetis. Não estavam fazendo muito sucesso, mas pelo menos conseguiam impedir seu avanço. Ela lutara contra vários adversários, vencera a todos e já estava começando a ficar cansada. O inimigo era em número muito maior do que ela previra. Ela havia acabado de derrotar mais um, quando viu os homens de branco chegarem. Assim como os outros, ficou surpresa e rezou para que não fossem mais inimigos. Mas não teve muito tempo para raciocinar, pois outro bruxo, que se parecia mais com um Trasgo, surgiu à sua frente. Ela se defendeu e estava preste a estuporar mais este inimigo quando foi atingida por um feitiço que a derrubou de costas no chão. Antes que conseguisse recuperar sua varinha, caída ao seu lado, um pé pisou sobre sua mão, impedindo. Antes mesmo de levantar os olhos para ver quem era, ela já sabia quem ia encontrar.
- Malfoy! – Sussurrou ela, devido à dor que sentia na mão – Seu covarde, só você mesmo para atacar alguém sem ser cara-a-cara.
- Sentiu saudades Weasley? – Perguntou ele, tirando seu capuz e mostrando um sorriso malicioso.
- Senti tanto a sua falta quanto sentiria de uma dor de dentes daquelas, seu retardado. – Respondeu ela, a raiva aparente em suas palavras.
- Pois eu senti a sua. – Continuou ele, ignorando o que ela havia dito – Na verdade, não via a hora de te reencontrar.
- É mesmo? Pois eu não fazia a mínima questão de te ver de novo. Você me dá nojo.
- Você me deve, Gina. - Continuou ele, mudando totalmente de expressão – Eu estava em Istambul. Vi tudo.
- Draco. – Começou ela, mudando de atitude, devido o remorso – Não foi minha culpa. Sinto muito pelo que aconteceu com sua mãe, não queria que ela morresse. Eu só me defendi, ela caiu e...
- Não me interessa Weasley! – Esbravejou ele, pisando com mais força na mão da moça, que não conteve um grito de dor – Você matou a minha mãe. Agora eu vou matar toda a sua maldita família, começando por você.
- ENTÃO MATA LOGO! – Gritou ela em resposta, não só pela dor que sentia, mas também porque estava cansada de lutar – Se quer me matar então mata de uma vez. Eu não tenho medo. Na verdade vai ser um favor, só assim eu vou ver ele de novo.
- Mas será que até na hora de morrer você só pensa naquele desgraçado do Potter? – Enfureceu-se ainda mais Draco, que estava a ponto de perder o controle – Que se dane você e o Santo Potter, vão pro inferno juntos os dois. AVADA...
Mas Malfoy não conseguiu concluir seu feitiço, pois um bruxo de branco apareceu na sua frente, içou-o ao ar e o lançou a metros de distância, onde este caiu desacordado.
Gina, que fechara os olhos esperando a morte, quando percebeu que o feitiço não fora concluído abriu novamente os olhos, lentamente, e se deparou com um par de pernas trajando branco sobre ela. O bruxo havia aparatado, sobre seu tronco, e se livrado de Malfoy. O homem saiu de cima dela, trazia uma espada na mão direita, suja de sangue. Estendeu-lhe a mão esquerda e a ajudou a se levantar. Estava vestido exatamente igual aos inimigos que estavam de vermelho, e só agora de perto ela conseguiu entender porque não era possível enxergar o rosto de nenhum deles. Além do capuz que usavam, uma máscara cobria seus rostos. Ela agradeceu com um sorriso sem graça, ciente de que durante a luta seu vestido se deslocara, deixando suas coxas a mostra. Tentou se recompor enquanto se levantava, murmurando um “Obrigada!”, mas assim que acabou de se levantar uma visão chamou sua atenção.
*****
Assim que Fawkes o soltou, Gafanhoto analisou a situação. Haviam chegado no momento certo, os Dragões Vermelhos estavam vencendo a batalha. Um pouco mais e uma tragédia aconteceria naquele lugar. Ele sorriu por baixo de sua máscara, ao ver a surpresa pela chegada deles. Levou a mão á sua espada e olhou para mestre Caine, aguardando o sinal, que veio em seguida. Ele pousara perto dos Yetis, e percebeu que os bruxos dali estavam tendo dificuldade em lidar com as criaturas, então resolveu ajudá-los. Um homem negro, alto, por quem passou, parecia comandar os outros, então ele lhe disse:
- Eles odeiam fogo!
- O quê? - Perguntou Kingsley Shacklebolt ao estranho, que lhe falara com a voz abafada, devido à máscara que usava.
Em resposta, Gafanhoto sacou sua espada e se virou para dois Yetis que vinham em sua direção. Com um movimento em forma de X de sua espada, fez surgir uma labareda de fogo, no mesmo formato em X que atingiu as duas criaturas em cheio, no peito, estas urraram de dor e caíram ao chão, tentando apagar as chamas que se alastravam sobre seus pelos.
- Usem fogo. – Repetiu ele para o homem negro.
- Vocês ouviram! – Bradou Quin para seus homens, ao ver o resultado das chamas sobre as criaturas. – Taquem fogo nessas monstruosidades. Obrigado, amigo. Cuidado!
Quin vira outro Yeti avançando em direção a Gafanhoto e por um momento pensou que o rapaz ia ser atingido. Mas este se desviou das garras do monstro, se abaixando, e com um movimento preciso cortou-lhe as duas mãos. Enquanto o Yeti gritava de dor, ele passou por baixo de suas pernas e ficando às suas costas, onde cravou fundo sua espada na altura do Rim direito da criatura. O Yeti morreu antes dele puxar a espada de volta. Agora, dois bruxos vinham em sua direção, ambos com espadas nas mãos. Ele os esperou, iam atacar juntos. Quando estavam próximos, Gafanhoto partiu pra cima deles, desviou o golpe de ambos, aplicou um chute no peito do primeiro, lançando-o para trás e desferiu um novo golpe contra o segundo, na base de sua espada, que não agüentou o golpe e se quebrou. Desarmado, o bruxo tentou alcançar a varinha, mas não teve tempo, caiu ao chão trespassado por um golpe no peito. O outro, que vinha em socorro do amigo, tentou trocar golpes de espada com seu adversário, mas não conseguiu chegar no terceiro e já estava tombando, levando a mão à garganta, por onde se esvaia em sangue.
Foi durante estas últimas lutas que ele viu, quase fora do alcance de sua visão periférica, que um bruxo vestido de preto atacou uma moça ruiva com extrema covardia e agora brincava com ela, antes de matá-la. Ele não poderia permitir uma coisa dessas. Assim que se livrou do último inimigo com o qual lutava, procurou novamente o casal, agora um pouco mais afastado de onde ele se encontrava. O bruxo parecia ter se cansado e estava erguendo a varinha em direção ao coração da moça. Gafanhoto deu um giro, desaparatando de onde estava e aparatando sobre a moça, bem de frente para o homem, que agora ele podia ver que era loiro, pois tirara seu capuz. Apesar da revolta que sentia pela covardia que este estava cometendo, ele não poderia matá-lo, não seria justo uma vez que estava desarmado, portando apenas uma varinha enquanto ele tinha sua espada. Então, levantou sua mão esquerda e pronunciou dois feitiços não-verbais. Um “Erigis Corpus”, que guindou o bruxo do chão velozmente e um “Conícis Corpus”, que lançou o bruxo a vários metros de distância.
Gafanhoto saiu de cima da moça e finalmente olhou para ela. Estava despenteada, toda mal arrumada, devido à batalha. Tinha um pequeno corte no rosto, que ainda sangrava, provavelmente fruto da queda que sofrera. Mesmo assim, era a mulher mais linda que vira em toda a sua vida. Em Shangri-La havia mulheres é claro, mas nenhuma como aquela. Devido à batalha também, seu vestido havia se levantado um pouco, deixando à mostra suas pernas. E que pernas. Gafanhoto não teve como não admirá-las. A moça pareceu perceber e tentou se recompor, envergonhada. Ele também sentiu seu rosto arder sob a máscara e estendeu a mão para que esta se levantasse. Enquanto ela se levantava ele sentiu. Que perfume era aquele? Céus, ele nunca havia sentido perfume tão maravilhoso, não sabia como, mas tinha certeza que era de flores. Não se lembrava como, quando e onde, mas já sentira aquele perfume na sua vida. Todos os seus sentidos foram tomados por ele, sentia-se inebriado, completamente tonto por alguns instantes. Ouviu ela lhe agradecer, e quando ia perguntar quem ela era, viu seu olhar focar um ponto às suas costas e ela gritar:
- HAGRID!
Ele se virou rapidamente e viu um homem, muito maior que o convencional, sendo agarrado por um gigante. Seria morto em instantes, sem dúvida nenhuma. Ele também não teve dúvidas, soltou a mão da moça ruiva e desaparatou novamente, aparatando no ar, pouco acima da mão esquerda do gigante que segurava o tal Hagrid. Então usou a lei da gravidade em seu favor. Enquanto descia rumo ao chão, desferiu um golpe com sua espada no pulso esquerdo da criatura, que ainda não tinha percebido sua presença. Instintivamente ele abriu a mão, deixando cair sua presa, que foi pega por Gafanhoto durante a queda. Ainda usando a força da gravidade, ele se segurou ao homem e, girando os corpos em pleno ar, desaparataram antes de atingir o solo, vindo aparatar no chão, ao lado da ruiva.
- Cuide dele.
Disse o bruxo de branco para Gina, apoiando uma mão no chão e, fazendo uma pirueta no ar, desaparatou de novo.
- Hagrid, você está bem? – Perguntou Gina, se aproximando do amigo, que tentava se sentar.
- O que aconteceu Gina? Só me lembro de ter sido apanhado por aquele gigante, pensei que desta vez ia morrer. Como vim parar aqui?
- Um desses bruxos de branco te salvou Hagrid. Ele atacou o gigante e te trouxe aqui. Olhe, lá está ele atacando o gigante de novo. – Respondeu ela, apontando para onde estava o gigante, ainda segurando o pulso cortado.
Gafanhoto aparatou no chão, entre as pernas do gigante. Desferiu mais dois golpes, visando os tendões dos pés do gigante, que novamente urrou de dor e começou a tombar de joelhos, uma vez que seus pés não conseguiam mais sustentar seu enorme corpo. Quando estes bateram no chão, o rapaz já não estava mais lá. Aparatara agora em seu ombro direito, onde não podia ser alcançado pela mão ainda boa do gigante, se este tivesse tempo para reagir. Segurou-se em sua orelha e deu três estocadas de sua espada no pescoço da criatura, lançando uma chuva de sangue a metros de distância sobre os outros combatentes. O gigante ainda tentou levar a mão ao ferimento para estancá-lo, mas foi caindo ao chão, devagar, sua vida se esvaindo na mesma velocidade que o sangue deixava seu corpo. Neste momento, gafanhoto já estava longe olhando a cena, limpando sua espada com um jato d’água que conjurara, sua roupa até então alva, empapada do sangue da criatura e colada ao corpo.
Gina assitira à cena boquiaberta. Nunca vira um bruxo usar a aparatação daquela forma. Depois que o gigante tombou ao chão ela se virou para Hagrid, ainda sentado no chão ao seu lado e perguntou:
- Você já tinha visto alguma coisa como essa?
- Nunca Gina. – Respondeu ele, balançando a cabeçorra – Nunca vi ninguém lutar contra um gigante e liquidá-lo tão rápido.E pelo visto nosso inimigo também não, veja só como ficaram assustados. Ainda bem que ele está do nosso lado.
Realmente os atacantes pareciam assustados. Os comensais e o exército de Chú se afastavam do rapaz, o medo em seus rostos. De onde estava, Wang Chú assistiu a queda do gigante e sabia quem deveria ser. Cabia a ele derrotar novamente o pequeno Gafanhoto, agora definitivamente. Caminhou em sua direção e não demorou muito a encontrá-lo, acabando de limpar sua espada:
- Então meu pupilo aprendeu alguns truques novos com aquele velho? – Perguntou ele em tom zombeteiro.
- Talvez eu apenas tenha relembrado o que já sabia Wang Chú. – Respondeu Gafanhoto, levantando o olhar para seu novo adversário, agora à sua frente – E eu não sou mais seu pupilo, na verdade nunca fui. Se reparar bem, verá que estou no mesmo nível que você, recebi uma faixa dourada igual à sua.
- Pois eu não reconheço esta sua faixa seu insolente. – Bufou Chú – Vou mostrar que não é digno de portar sequer esta espada. Hoje você não terá a ajuda de seu novo mestre.
- Kwai Chang Caine deixou de ser meu mestre assim que me entregou a faixa, você conhece o costume. Se acredita que não sou digno desta espada Chú, venha tirá-la de mim então.
- Será um prazer, pequeno Gafanhoto. – Respondeu Wang Chú, sacando sua espada e se lançando sobre seu adversário.
Como da outra vez que lutaram, as espadas se chocaram com violência, mostrando o empenho, a força e a perícia dos lutadores. Uma série de golpes fortes, mas graciosos, percorreu o ar. Pareciam estar dançando, giravam em torno de si mesmos digladiando, buscando uma fenda na retaguarda um do outro. Em instantes, a luta dos dois chamou a atenção de quem estava em volta e logo as demais lutas começaram a cessar, todos assistindo o duelo feroz entre aqueles dois bruxos.
Gina perdera o bruxo de branco do seu campo de visão. Não conseguiu procurar por muito tempo, pois novos adversários avançaram sobre ela, mas sua luta não durou muito. Nenhuma duraria agora com Hagrid ao seu lado. Este deu um murro tão violento no bruxo que tentava atacar Gina que o homem voou longe, caindo já morto.
- Olhe Gina! – Disse Hagrid, apontando para um ponto onde uma clareira se formava entre os combatentes – Lá está aquele bruxo de novo, lutando.
Ela olhou na direção que era indicada e lá estava realmente o bruxo, agora com a roupa encharcada de sangue do gigante, lutando contra outro bruxo, um que até aquele momento Gina não vira se envolvendo na luta, que ficara assistindo tudo à distância. E como lutavam. Ela nunca poderia imaginar que uma pessoa pudesse se mover tão rapidamente, que uma espada pudesse parecer estar em tantos lugares ao mesmo tempo. Assim como a maioria das pessoas à sua volta, agora Gina assistia aquela luta sem igual até que...
A luta continuava acirrada. Nenhum dos combatentes deixava brecha. Chú estava começando a se preocupar, o rapaz havia progredido muito mais do que ele poderia imaginar desde o último confronto. Não tinha mais medo dele, e essa sempre era sua maior vantagem, sua melhor arma, usar o medo que tinham dele em seu benefício para intimidar e desestruturar seu adversário. Mas isto não ia acontecer agora, Gafanhoto estava muito mais confiante. O velho tinha feito um ótimo trabalho. Pra piorar, havia uma diferença de quase vinte anos, seria obvio que ele se cansasse mais rápido que o garoto. Ele teria que tentar alguma coisa para encurtar o duelo. E este foi seu primeiro erro em anos num combate.
Chú tentou dar uma estocada no peito de seu oponente, que se desviou inclinando suas costas para traz. Apoiou sua mão esquerda no chão e deu um violento chute no queixo de Wang Chú, que não esperava o golpe e ficou tonto por um momento. Aproveitando esta distração, Gafanhoto desaparatou, aparatando às suas costas, desferindo-lhe um golpe em transversal, que atingiu as costas de Chú antes que este conseguisse se recuperar e bloquear o golpe totalmente. Ainda assim, Chú conseguiu desferir um golpe com o cabo de sua espada na cabeça de Gafanhoto, que aturdido, deu alguns passos para traz.
Chú se aproveitou da oportunidade e, conjurando o mesmo feitiço que mestre Caine havia usado em Shangri-lá, criou uma muralha, que impulsionada por uma forte ventania encobriu seu adversário assim como os de seus companheiros.
- Bela, precisamos ir embora. – Disse ele, em direção à bruxa que estivera lutando contra Remo Lupin até aquele momento – Perdemos o elemento surpresa, precisamos nos reorganizar.
- Como seus conterrâneos descobriram que estaríamos aqui hoje Chú? – Perguntou ela, enquanto se aproximava dele.
- Não sei Bela. Mas vou descobrir e garanto que alguém vai pagar caro por esta traição. – Respondeu Chú, não escondendo a careta de dor pelo ferimento em suas costas, que não parava de sangrar – Li, mantenha a barreira enquanto eu abro o portal para sairmos daqui.
Um outro bruxo se apresentou e assumiu o lugar de Chú, mantendo a muralha que os protegia. Chú virou-se e fez vários movimentos com sua espada, criando um portal, por onde seus homens e aliados começaram a passar, em retirada.
- Pegue seu sobrinho e vamos embora, Bela. – Concluiu Chú, atravessando o portal.
Belatriz Lestrange recolheu seu sobrinho, que ainda estava desacordado e seguiu Wang Chú.
- Caraça! O que é isso? – Perguntou Rony, escorado em Hermione, ao ver a muralha que se levantou do embate que assistia e que cobria o campo de batalha, mas atingia apenas seus aliados.
- Eles estão se retirando. – Disse mestre Caine, que permanecia próximo aos jovens – Acabou a luta, meu rapaz. Agora você pode ir cuidar de seus ferimentos.
- Acabou? – Perguntou Mione, incrédula – Graças a Merlin, que luta horrível.
- Sim minha filha. A guerra é feia, um local onde o ser humano expressa toda a negritude de sua alma. Ninguém entra e sai de uma guerra sem perder uma parte de sua alma, de sua inocência. Mas por hoje terminou e fomos vitoriosos. – Respondeu o ancião, um sorriso triste no rosto cansado.
- Muito obrigado pela ajuda senhor. – Agradeceu Rony – Agora se nos dá licença, Mione, está doendo muito a minha perna.
- Ah! Claro! Vamos imediatamente para a enfermaria, devem estar precisando de mim. – Disse ela, com urgência – Muito obrigada pela ajuda, senhor.
O casal saiu em direção ao castelo, Rony amparando-se no ombro de Hermione. Mestre Caine olhou para seus pupilos, que estavam agora reunidos em torno daquele jovem notável, comemorando a vitória. Um pouco afastados, os defensores de Hogwarts já caminhavam pelo campo de batalha, executando uma das piores tarefas que existia. Procurar sobreviventes entre os que haviam caído e identificar e contabilizar os mortos. Duas jovens se abraçavam e ele resolver se aproximar e conversar com elas.
- Pensei que você ia morrer Gina. – Dizia Cho Chang para a amiga, num forte abraço – Quando vi Malfoy te pegar, fiquei desesperada, mas não consegui me livrar do cara com quem estava lutando.
- Pra ser sincera, também achei que estava morta. – Respondeu Gina, se afastando do abraço – Foi muita sorte aquele estranho me ajudar.
- Vocês são guerreiras valorosas senhoritas. – Disse mestre Caine, se aproximando das jovens – Assisti a luta de vocês e fiquei muito impressionado.Ah! Desculpem-me a falta de educação. Não me apresentei. Meu nome é Kwai Chang Caine, eu e meus alunos somos de Shangri-lá. Viemos ajudá-los.
- Chegaram em boa hora Senhor Caine. – Respondeu Gina – Não temos como agradecer. Aqueles homens iam acabar com a gente.
- Não tenho tanta certeza assim. Vocês se mostraram muito capazes de lidar com eles. Só ficaram surpresos por um momento, só isso. Mas tecnicamente, creio que se mostraram muito superiores...
- É muita gentileza do senhor dizer isso. – Cho apartou – Devemos isso á escola, é claro e principalmente ao Harry, que nos ensinou muito.
- Harry? Harry Potter? – Perguntou curioso o homem – Vocês o conheceram?
- Sim, nós estudamos com ele. Fomos... Amigas dele – Disse Gina, sem jeito de revelar seu relacionamento com Harry para um estranho.
- Fascinante! Estou realmente impressionado. – Disse mestre Caine.
Neste momento Neville se aproximou do grupo. Ele estava responsável por socorrer os feridos e contabilizar os mortos:
- Gina! Desculpe interromper.
- Sem problemas Neville. E aí? Muito ruim?
- Não foi nada bom Gina. Perdemos Miguel e Terêncio, mais dois garotos novos, Roy Thomas e Carl Mcguiness. A ordem também perdeu três membros e Quin perdeu, além do Miguel, mais cinco Aurors.
- Tudo isso? – Assustou-se Cho – Não acredito...
- Os feridos então, foram muito mais. – Continuou Neville – Inclusive o Rony, a Vera, o Radhi e o Moody.
- Rony? – Perguntou Gina – Como ele está?
- Se é um jovem com os cabelos como os seus minha jovem. – Apartou mestre Caine – Lhe asseguro que o ferimento não foi muito grave. Eu estava conversando com ele até agora há pouco.
- Sério? Ainda bem. – Disse ela, aliviada.
- Jovens, ouvi falar que meu velho amigo Alvo Dumbledore está sepultado aqui, nos terrenos de sua escola. É verdade? – Perguntou o homem.
- O senhor conheceu o diretor? – Perguntou Cho – Quando?
- Ah, minha jovem. Foi a muito, muito tempo. Gostaria de prestar minhas homenagens a ele antes de ir embora. Gostaria também de conversar com a atual diretora, seria possível?
- Claro. – Respondeu Gina – Eu levo o senhor até o túmulo do diretor. Cho, você chama a profª Mcgonagall?
- Claro, vou procurá-la agora mesmo. Deve estar com o ministro ainda. – A jovem disse, já se afastando em direção ao castelo.
Mestre Caine acompanhou Gina pelos terrenos do castelo até a margem do lago. Lá chegando, o homem parou junto ao túmulo do velho amigo, em uma prece silenciosa. Gina o observava, encostada no obelisco. Depois de um tempo, mestre Caine abriu os olhos, marejados de lágrimas e se voltou para a moça que o acompanhava.
- Ele era um grande homem. – Disse, com a voz embargada – Foi uma grande perda para o mundo bruxo.
O homem estacou ao levantar os olhos e ver onde a jovem estava escorada. Correu, o máximo que suas velhas pernas permitiram e tocou o rosto do busto, sobre o obelisco.
- Mas é... - Sussurrou ele.
- Este é Harry Potter. – Disse Gina, estranhando a atitude do homem, que ao contrário de poucos momentos, agora abria um largo sorriso no rosto – O senhor nunca havia visto?
- Não minha filha. Não sabia que havia isto aqui. Não recebo muitas notícias sobre o mundo lá onde vivo, sabe? – Disse ele, ainda passando a mão pela face fria à sua frente.
- Quem é o senhor? – Ouviram a voz da diretora Minerva Mcgonagall, que chegava no local, acompanhada por Cho e Quin.
- Ah! A senhora deve ser a nova diretora. – Mestre Caine virou-se para receber a mulher que chegava, fazendo uma reverência – Muito prazer. Sou Kwai Chang Caine, responsável pela cidade de Shangri-lá. Conheci Alvo Dumbledore há bastante tempo, éramos grandes amigos, apesar de não nos vermos freqüentemente.
- E por que pediu para me chamar, senhor? – Perguntou Minerva, ainda desconfiada.
- Bom, eu queria lhe falar sobre um de seus alunos, mas já obtive minha resposta. – Disse ele, enigmaticamente, e continuou – Solicito uma audiência com a senhora, seu ministro e quem julgar imprescindível a discutir o ocorrido hoje, diretora Mcgonagall. Ah! E essas três pessoas cujo nome aparece na mensagem também.
- Por que o senhor quer a nossa presença? – Perguntou Gina, olhando para onde o homem indicava, a mensagem que eles haviam gravado há três anos – Eu sou Gina Weasley, gravei a mensagem que está aí.
- É de extrema importância a sua presença, minha jovem. Assim como a dos outros. – Enfatizou mestre Caine – Não posso continuar esta conversa aqui. Devemos encontrar um lugar reservado.
- Muito bem, senhor Caine. Vou avisar o ministro de seu pedido e nos reuniremos em minha sala daqui a meia hora. Professora Chang acompanhe-o, por favor. Conhece a senha para minha sala. Senhorita Weasley, peça para que seu irmão e a Senhorita Granger estejam lá.
Todos começaram a deixar o local, em direção ao castelo. Mestre Caine avisou que teria de chamar um de seus pupilos antes de entrar, e ainda pensou, olhando para o túmulo e o obelisco que deixava para trás. “Incrível como o destino traça suas teias e nos envolve de maneira a convergir-nos de volta a nosso caminho no momento certo.”
Aquele início de noite não seria fácil para ninguém, principalmente para seu jovem pupilo. Uma enxurrada de emoções ainda estava por vir.
N:A: É isso aí. Uma coisa que eu realmente queria saber é se peguei muito pesado na luta, se ficou muito violenta. Se ficou, vou manerar daqui pra frente. Como sei que crianças podem estar acessando esta estória fiquei preocupado com a quantidade de violência e sangue nas lutas, mas visto o nível de violência que temos na TV, achei que dava pra postar assim mesmo.
Uma retificação: Como o Bernardo comentou, " O Mestre do Kung Fú" é um personagem de quadrinhos, eu me baseei num seriado lançado em 1974 chamada apenas "Kung Fú" aqui no Brasil, estrelado por David Carradine.
Um agradecimento especial para a Jaline, minha acessora especial de moda neste capítulo ( O visual da Gina foi todo sugestão dela).
Não vou citar outros nomes, pra não correr o risco de esquecer ninguém. Mas vejam, já foram postados 100 coments, então eu só tenho que agradecer a todos, do fundo do meu coração.
Aguardo mais, muito mais. Nos encontramos de novo no próximo capítulo, " Reencontros". Preciso dizer mais?
Até,
Claudio
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