O poder de Horus
Capítulo 1 – O poder de Horus
Chegara o início de Setembro. Para muitos jovens isso significava o regresso a Hogwarts, onde não existia magia negra e onde estavam protegidos de todo o mal do mundo da feitiçaria. Para outros, porém, significava a chegada de uma das maiores batalhas alguma vez vistas na história da magia.
Numa tentativa desesperada de tomar o poder, Voldemort invadira o Ministério da Magia. Pretendia apanhar de surpresa os funcionários que ainda se encontrassem lá e matar tantos quanto conseguisse apanhar. O que ele não sabia era que alguém tinha previsto esse ataque e todos estavam prevenidos. Esse alguém era o feiticeiro que o Lord da Trevas mais odiava, o único que tinha o poder para o derrotar. Era Harry Potter.
Harry tinha visto os planos de Voldemort nos seus sonhos. Afinal ter desistido de aprender Oclumância tinha as suas vantagens, apesar de Hermione continuar a gritar-lhe aos ouvidos o contrário. Ele decidira acompanhar a Ordem da Fénix nessa missão arriscada. Ele era o único que podia deter Voldemort. Queria destruí-lo por tudo o que ele fizera. Queria fazê-lo pagar caro por todo o sofrimento que provocara. Não pensara duas vezes quando surgira essa oportunidade. Mas agora estava frente-a-frente com Voldemort e pensava em tudo o que tinha vivido nesse Verão: a morte de Dumbledore, o casamento de Bill com Fleur e de Remus com Tonks, o fim do seu namoro com Ginny e, principalmente, a procura e a destruição da Horcruxes. A última tinha sido destruída há alguns minutos, a Nagini. Embora Voldemort não soubesse, ele era agora mortal.
Na sala do véu, a mesma em que Sirius morrera, Harry e Voldemort duelavam entre si, com uma ferocidade tal que não viam o que acontecia em torno deles. Num outro canto da sala, Hermione e Ron enfrentavam Bellatrix Lestrange e Remus atacava perigosamente Lucius Malfoy. O seu lado de lobo, começava a manifestar-se, mesmo não sendo lua cheia. Ele tinha um ódio imenso daquele Devorador da Morte, o causador da morte da sua amada Tonks. Esta fora atacada pelas costas, enquanto duelava com Snape, com uma Maldição da Morte certeira.
Voldemort começava finalmente a dar sinais de cansaço. Subestimara o seu inimigo. Harry era mais poderoso do que imaginara. Mas ainda tinha um trunfo que não hesitaria em usar. Observou o jovem bruxo na sua frente. Ele sabia qual era a sua maior fraqueza, era o amor que sentia pelos amigos e em especial por uma jovem menina ruiva. Sim, essa seria a sua maior perdição.
- Estou impressionado, jovem Harry. Confesso que nunca imaginei que tivesses tanto poder como aquele demonstras. Mas ainda não tens força suficiente para me deter. Podias ter todo o poder que desejasses se te juntasses a mim. O que me dizes de sermos aliados?
Harry olhou o bruxo com surpresa. Ele só podia estar louco. Afinal toda esta magia negra começava a afectá-lo. O que lhe teria passado pela cabeça para crer que os dois alguma vez pudessem ser aliados? Harry não pode deixar de dar uma pequena gargalhada.
- És mais idiota do que eu julgava Voldie. Sabes que eu nunca me juntarei a ti. Eu nunca me tornaria aliado do responsável pela vida miserável que eu tive todos estes anos. O que eu desejo agora é ver-te sofrer como todos aqueles que tu atingiste, directa e indirectamente.
Um malicioso sorriso começava a formar-se nos lábios de Voldemort. A hora de usar a sua mais poderosa arma estava a chegar.
- Não podes derrotar-me, Harry, simplesmente porque eu sou Voldemort, o maior feiticeiro de todos os tempos. Ninguém consegue superar os meus poderes. Ninguém jamais sonhará eu ser tão grandioso como eu.
- Humilde até ao fim, não Tom? É impressionante como continuas a achar-te o maior, mas não passas de um imbecil, com a mania da pureza de sangue, tentando a todo o custo esconder dos seus servos as origens muggles.
Aproveitando que Harry falava, Voldemort tentou desarmá-lo, mas sem sucesso.
- Queres medir forças? – perguntou Voldemort cada vez mais sorridente. Esse sorriso idiota estava a começar a enfurecer Harry. O que é que ele estaria a planear, para estar tão satisfeito? – Harry, Harry. Para te mostrar que não sou tão mau assim, vou dar-te um presente. Espero que gostes. Malfoy, trá-la!
Da porta da sala, surgia agora Draco Malfoy, arrastando algo, ou melhor, alguém. Olhando com atenção, Harry pode perceber, para seu desespero, quem era a prisioneira. Os seus cabelos cor de fogo não enganavam ninguém. O seu pior pesadelo estava a virar realidade. Tudo aquilo que lutara para que não acontecesse estava agora a materializar-se na sua frente. Ginny fora capturada.
- Como vês, meu caro Harry, trouxe-te um presentinho. A tua querida namoradinha estava um pouco relutante em acompanhar o jovem Malfoy. Mas ele consegue ser persuasivo quando quer.
Uma nova onda de fúria emanava agora do interior de Harry. Voldemort jogara baixo, ele atingira o seu maior ponto fraco.
- Deixa-a fora disto! – gritou Harry – Esta história é entre nós os dois.
- Tenho um acordo para ti, Harry. – Continuou Voldemort, ignorando as palavras do seu inimigo – Se te juntares a mim, eu darei à tua namoradinha uma morte rápida e sem dor.
Harry olhou para Ginny. Estava tudo perdido, não havia mais volta. Qualquer que fosse a sua decisão isso significaria a morte da pessoa que mais amava. O olhar desta emitia um brilho que Harry conhecia muito bem. Fora esse brilho que a levara para Gryffindor. Era o brilho da sua coragem, a sua determinação em fazer o que achava que era correcto.
- Faz apenas o que tens a fazer, Harry! – pediu ela simplesmente.
- Então, – continuou Voldemort – vais dar-me uma resposta?
- É claro que vou! – respondeu Harry com um olhar malicioso. – És o cara de cobra mais feio que eu já vi…
Voldemort perdeu na hora o seu sorrisinho vitorioso. Este deu lugar a um ódio incontrolável.
- Desiludes-me, Harry, pensei que fosses mais sensato. Mas tu tomaste a tua decisão. Agora sofrerás as consequências. Malfoy, mata-a.
- Com todo o prazer, mestre. – disse Malfoy – Aveda Ked…
O feitiço não chegou a seu concluído, porque Harry conseguira no último minuto projectá-lo para o outro lado da sala. Ginny estava salva, mas Voldemort, aproveitando o momento, lançou a maldição da morte a Harry. Não havia nada a fazer. Harry apenas fechou os olhos, esperando a qualquer momento que a maldição o atingisse, mas isso não aconteceu. Quando reabriu os olhos, Voldemort ainda permanecia parado na sua frente, com a varinha apontada e com um olhar assustado.
- Co-como… como é que isto é possível… - Gaguejou o Senhor das Trevas.
Nesse momento, um frio gelado percorreu a sala, fazendo o véu sob o arco agitar-se. Uma luz surgiu por detrás dele e alguém emergia agora do seu interior. Era a mulher mais bonita que Harry alguma vez havia visto. Parecia ao mesmo tempo poderosa, mas ao mesmo tempo aterradoramente doce e pacífica. Ele conheceu-a e lembrou-se das palavras de Trelawney nesse Verão:
“O poder de Horus irá ser despertado em breve. Aquele que é digno de usar este poder irá enfrentar o seu maior desafio dentro de pouco tempo. Só ele poderá decidir quem vive e quem morre e só ele poderá acabar com todo o mal que paira sobre o reino dos mortais. O filho de Ísis e Osíris confia no seu Juízo. O poder de Horus irá ser despertado em breve.”
Felizmente, fora Harry quem ouvira a profecia e mais ninguém sabia dela além de Ron e Hermione. A sua amiga explicara-lhe quem era Horus. Ele não se lembrava muito bem do que a amiga dissera, mas nunca esquecera o que dizia a lenda do seu poder.
Diante de todos estava aquela que Harry sabia ser a mensageira de Horus, Háthor, sua esposa e deusa do amor. Caminhando suavemente, deixando atrás de si uma sensação de tranquilidade, ela aproximou-se de Harry fazendo um profunda vénia. Esta atitude deixou o jovem bruxo sem reacção. Aquilo não podia significar aquilo que ele achava que significava. Com um gesto, ela criou uma barreira mágica em torno de Voldemort e só depois falou.
- Tu foste o escolhido por Horus, Harry Potter. Tu és o Herdeiro do seu poder. – Háthor estendeu a Harry um amuleto e este pegou-o com algum receio. – Este amuleto é o olho de Horus, o olho de Wadjet. Ele simboliza a vitória do bem sobre o mal. Com ele poderás destruir o poder de Seth e fazer renascer, com o poder de Osíris, pai de Horus. Ísis, sua mãe, também de protegerá do mal da serpente. A decisão é apenas tua. Porém, terás de enfrentar o Juízo, a balança de Osíris que pesa a psicostasia, o coração.
Harry olhou para o amuleto na sua mão. Ele era triangular e no centro ele estava esculpido um olho, o olho de Horus. Vira imensas vezes a sua imagem, mas nunca pensara que algum dia o viesse a ter na sua mão, ou melhor, que pudesse despertar o seu poder.
Hermione, a alguns metros do amigo, pôs a sua adversária fora de combate e observou a cena. Era demasiado irreal. Como é que nunca suspeitara que o seu melhor amigo era o Herdeiro do poder Horus? E logo ela que descobria tudo antes de todos os outros. Tudo batia certo, de qualquer modo. A mãe de Harry protegera-o de Voldemort tal como Ísis protegera o seu filho da mordedura da serpente de Seth. Além disso, Harry jurara destruir o assassino dos seus pais, tal como Horus jurou vingar a morte do seu pai, Osíris, assassinado por Seth. Ron percebera também o que Hermione pensara. Só Ginny não entendera.
Harry continuava em choque. Recebera muitas informações ao mesmo tempo. Os seus pensamentos fluíam descontroladamente e o seu coração batia a um ritmo alucinante. Apesar de tudo isso, ele pode perceber que tinha na mão o objecto que lhe permitiria destruir Voldemort. Mais do que isso. Ele podia finalmente ter a vida com que sempre sonhou. Ele tinha o poder de fazer renascer todos aqueles que tinham morrido.
- Vejo que já decidiste, Harry Potter. – continuou Háthor – Se estiveres disposto a ter esse poder, então está na hora de enfrentares Osíris.
Uma luz dourada emitiu da deusa do amor e atingiu Harry em cheio, no peito. O que ele não contava era que seria atirado contra o véu. O seu último pensamento foi que talvez não tivesse sido tão boa ideia assim ter aceitado tudo aquilo sem pensar antes nas consequências.
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NA: Espero que tenham gostado do primeiro capítulo. Leiam e deixem muitos comentários.
Bjocas, Guida Potter.
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