Quinto Ato
Hogwarts, oito de setembro de 1977, dormitório masculino do sétimo ano, Grifinória.
Quinto e último ato; sofrer as conseqüências
A manhã passara normalmente, sem que os marotos e James trocassem uma palavra sequer. Porém, na hora do almoço, no dormitório masculino do sétimo ano da Grifinória, as coisas não podiam ser chamadas de calmas...
- Primeiro, sem muita violência. – Remus exclamou, olhando para Sirius e James.
Um ringue improvisado estava montado no meio do dormitório deles, com Sirius de um lado e James do outro. Remus e Peter ficaram do lado de Sirius, torcendo para que o amigo ganhasse, e Frank estava ao lado de James, já que este estava sem torcida.
Os dois “lutadores” se entreolharam. James arqueou a sobrancelha, deixando de encarar bobamente as luvas de boxe em suas mãos.
- Segundo, o primeiro que cair e ficar no chão por cinco segundos é o perdedor. Não vale nenhum tipo de trapaça e nenhuma ajuda... – Peter completou, comendo as pipocas que estavam em suas mãos. – Se alguém morrer, a responsabilidade não é nossa.
- Mas eu sugiro que primeiro haja um duelo verbal. Depois o físico. E o que se sair melhor ganha! Se houver empate, vai para o físico. – Opinou Frank, dando uma risada. – Se não vai ficar muito rápido, concorda?
- Certo. Tudo isso que Frank disse. – Remus disse, sorrindo marotamente. – Agora... Podem discutir.
Sirius e James estalaram os dedos, com sorrisos prepotentes. O duelo começou!
- Primeiro gostaria de dar minhas boas vindas ao futuro perdedor, Sirius Black. – Começou James, desdenhoso.
- Gostaria de repelir essas boas vindas com a mesma frase, embora ela não combine comigo.
- Discordo. Acho que o senhor é ruim o suficiente para receber aquela leve ofensa.
- Acha mesmo? – Sirius questionou, num tom maroto. – Então estás louco de vez, senhor. E devo ressaltar que você é feio e que você fede.
- Senhor, - James respondeu, segurando a gargalhada. – Não vês que estás a falar de si mesmo desde que vosso duelo verbal começou? Receio que o senhor vá perder por não apresentar reação alguma.
- O sentimento é recíproco, senhor, embora seja apenas para você. Porém, fingirei que não ouvi para sua segurança.
- Estás se acovardando?
- Nem que o mundo desabasse sob meus pés. – Sirius respondeu, bocejando.
- Pois vejo que estás a bocejar.
- Estou cansado deste falatório inútil e descartável. Por mim, passaríamos logo para a briga física, onde podereis mostrar o real poder.
- Acho que na realidade estás com medo. – Desafiou James, desdenhoso e com um largo sorriso.
Peter jogou o saco vazio de pipoca no chão e conjurou outro, sem tirar os olhos de ratinho do “duelo” entre Sirius e James. Remus olhava tudo com a boca ligeiramente aberta, com uma expressão risonha no rosto maroto.
- Desafio-te a provar-me.
- Olheis então para suas pernas, senhor. Estão bambas, certamente trêmulas. Há prova maior?
- Isso é um ludíbrio.
- Nego. E lamento dizer, mas o senhor sofre de ideofrenia. – James respondeu, cruzando os braços. – Posso ver por teu olhar depravado.
- Como podes pensar isto de mim?
- Tu és um folacho.
- Tu és um Pervígil! Flagelo! Flagicioso! – Sirius gaguejou um pouco, pensando em outra palavra. – É a infâmia encarnada!
Remus mudou a expressão de risonha para surpresa.
- Desde quando eles têm esse vocabulário? – Indagou ele a Peter, olhando assombrado para os dois.
- Boa pergunta! Aliás, tem um dicionário? Não estou conseguindo acompanhar, se é que me entende.
James segurou a risada.
- Palavras retidas na memória, estou certo? – Ele indagou, tornando a cruzar os braços.
- Não. É apenas meu vocabulário súpero.
Frank estava cochilando sobre a cama, chegando até a babar.
- CHEGA! – Gritou Remus, levantando-se. – Eu já estou boiando com essa troca de palavras estranhas, então podem partir para a melhor parte?
- Claro. – Responderam os dois, em uníssono.
Sirius estalou os dedos num gesto ameaçador e James girou o pescoço, que deu um leve estalo.
- Pronto? – Remus indagou, dando um sorriso maquiavélico.
Eles fizeram que sim.
- JÁ!
E, no instante seguinte, os dois marotos no “ringue” tentavam se matar de todos os jeitos, o que, cá entre nós, estava patético, porque eles mais riam e zombavam um ao outro do que lutavam.
James pegou as mãos de Sirius e começou a tentar amassar com sua luva de boxe. O outro, por sua vez, tentava dar cabeçadas no primeiro como um touro desgovernado.
- Isso não vai dar certo. – Peter comentou, segurando a risada.
- Parecem até os dois patetas, da tevelisão trouxa! – Frank respondeu, dando uma risadinha incrédula.
Sirius, furioso, agarrou as mãos de James e começou a torcê-las, em meio a risadas e muitas coisas ridículas. O outro maroto, para se defender, começou a chutar o joelho de Sirius insistentemente, que logo começou a soltar, mas a altura em que as mãos de James estavam dormentes e doloridas.
- Você me paga, cachorro! – Urrou James, puxando o cabelo de Sirius e mexendo para todos os lados. – Eu me remexo muito, eu me remexo muito, eu me remexo muito, eu me remexo, MUITO! – Cantou ele, vendo que o amigo gritava e tentava insistentemente tirar seu cabelo da mão de James. – Viu como dói puxar o cabelo?
- Você quer se vingar por causa daquele dia no sexto ano? – Sirius resmungou, em meio a risadas e gemidos de dor.
- Como adivinhou? – Ironizou James, começando a rodar rapidamente segurando os cabelos de Sirius.
Sirius berrou de dor, parando de rir por um momento, e deu um chute no meio da barriga de James. Este, por sua vez, contentou-se em cair ajoelhado no chão e agarrar a barriga com uma cara de profunda dor.
O moreno riu diabolicamente e empurrou James, fazendo com que o maroto caísse deitado. E começou a... Fazer cócegas.
- Só porque eu sei que fazer cócegas quando você está com dor te dá mais dor ainda! – Berrou Sirius, alucinado, enquanto James berrava cada vez mais alto.
- EU VOU MORRER! – Gritava ele, tentando desesperadamente parar de rir com uma careta de dor.
Remus, Peter e Frank explodiam em risadas, sem dó dos dois que sofriam naquele ringue.
- Isso devia ser fotografado! – Peter murmurou em meio a risadas escandalosas, quase caindo da cama onde estava sentado.
Mas os dois não pareciam notar o que estava fora do ringue.
- Sirius Black! – Urrou James, dando uma cabeçada para trás e acertando em cheio a testa de Sirius, no que o moreno caiu deitado no chão, de barriga para cima. – Agora, a vingança!
James sorriu diabolicamente antes de começar a pisar na barriga de Sirius, como se estivesse andando em um piso reto. Sirius gritava de dor a cada pisada, mas o outro maroto parecia estar se divertindo a beça.
Não cansados da luta, continuavam rindo, chorando e reclamando de dor.
Mas então, Sirius, resolvendo tomar uma atitude (Cá entre nós, servir de tapete para James não é coisa tão fácil assim), segurou o pé de James quando ele pisou mais uma vez e – PUM. O maroto de olhos esverdeados caiu de cara no chão, batendo o nariz numa pancada tão forte que ele imediatamente começou a sangrar. E James começou a chorar tamanha era a dor.
- Meu nariz! – Gritou James, a mão lambuzada de sangue.
Ele olhou então para Sirius. Maroto contra maroto. A mão livre de James tremia, e Sirius tinha um sorriso de maligna satisfação no rosto (embora sentisse uma pontada de remorso pelo nariz quebrado do amigo).
- Você me paga. – James sibilou ameaçadoramente, tentando conter o sangramento do nariz.
- Quantos galeões, Prongs? – Desafiou o outro, cruzando os braços.
- Não me subestime...
E, sem aviso algum, James meteu um belo de um soco de esquerda na cara de Sirius, causando imediatamente uma vermelhidão e um pequeno inchaço.
Sirius recuou alguns passos, a mão cobrindo o local onde James dera um soco. A feição contraída de dor, os olhos lacrimejando lentamente. James sabia que tinha exagerado, mas ficou ali com uma expressão superior, uma sobrancelha arqueada e um sorriso pretensioso.
- Machucadinho, Six? – Alfinetou ele, soltando uma gargalhada cruel.
O maroto de olhos azuis não respondeu na mesma hora. Levantou a cabeça lentamente, encostado na borda do ringue, e deixou bem claro que não queria mais gracinhas. Então, quase prendendo a respiração, tirou a mão de cima do local onde James havia batido.
James arregalou os olhos e parou de sorrir, embora esta fosse a maior vontade dele; uma grande marca roxa em forma de punho se destacava na pele muito branca de Sirius, ainda mais porque estava em “alto-relevo”. Sirius prendeu a respiração novamente, ainda contraindo a feição, e lentamente voltou a cara normal.
- Quer luta, James Potter? Então, vai ter. – Rosnou ele, correndo para James e...
Puxando seus cabelos.
- Retardado! – Berrou Sirius, puxando os cabelos de James com uma mão e batendo na cabeça do amigo com outra.
Então, finalmente, Remus resolveu interferir antes que eles se ferissem mais.
- EI! – Chamou ele, parando de rir. – Agora, o último desafio. Cada um de vocês vai ter que fazer o outro berrar usando UM DEDO. Mais nada. – E, antes que começasse a rir, sentou-se em sua cadeira e voltou a gargalhar silenciosamente, acompanhado por Frank.
Os dois marotos no ringue se entreolharam; era impossível dizer quem estava mais ferido: se era Sirius, com sua mancha roxa no rosto, ou se era James, com o nariz torto, com um osso fora do lugar e o sangue escorrendo lentamente por seu rosto.
- Você primeiro. – Sirius exclamou, já arquitetando um plano para ganhar.
James não respondeu, apenas se aproximou. E, com toda a força que tinha, cutucou a parte mais roxa e inchada do rosto de Sirius com a ponta do dedo.
O rosto do maroto se contraiu de dor; lágrimas saltaram de seus olhos, mas ele permaneceu calado. Até James tirar o dedo, derrotado.
- Sua vez. – Ele suspirou, esperando o cutucão no meio do nariz quebrado.
E Sirius cutucou a parte do osso que estava torto; só de essa parte ser tocada, James gritou e retirou o rosto bruscamente, começando a chorar de tanta dor. O nariz parecia realmente ruim, e ele sabia muito bem disso.
- Sirius, o vencedor! – Gritou Frank, invadindo o ringue com Peter e Remus.
Sirius jogou-se no chão, cansado, e começou a reclamar do rosto inchado. James, porém, desceu do ringue rapidamente e procurou a varinha entre as vestes sobre sua cama.
- Episkey. – Murmurou ele, sentindo o nariz voltar ao lugar e parar de sangrar imediatamente.
Sorriu de alívio, e pegou a varinha de condão, que estava sobre a cadeira.
- Eu acho que essa varinha merece um fim. – Sugeriu ele, cansado. – Ou a destruímos, e vocês ficam bem, ou eu azaro cada um.
Frank, Remus, Sirius e Peter se entreolharam.
- Destruição! – Berraram, em uníssono.
E assim foi o fim da nem tão querida assim varinha de condão... Bom, pelo menos aquela varinha.
[...]
Era meia-noite. Todos os meninos da Grifinória dormiam tranqüilamente... Bom, exceto um.
James saltou de sua cama, com um sorriso perverso no rosto, segurando três frascos que continham poções. Esgueirou-se a cama de cada maroto, e, num gesto rápido, depositou todo o líquido rosa sobre as nádegas dos amigos (exceto Frank).
Voltou para sua cama, rindo silenciosamente, e dormiu.
Sim, os outros marotos foram enfeitiçados; aquela era a vingança de James Potter... Mas isso já fica para outra história.
Espero que gostem, sim? Obrigada por todos os comentários da fic até agora! Quem sabe uma continuação... Hahaha XD Amo vocês!
Desculpem não responder os comentários, mas realmente não dá tempo u_u
Luh~
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