Brigas e Intrigas – O Primeiro



Capítulo 03
Brigas e Intrigas – O Primeiro indício



Terceiro dia do mês nove. Segundo dia de aula da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O vento primaveral bate docilmente nas janelas do castelo. Os primeiros raios de sol aparecem. Fazendo um garoto no dormitório masculino do primeiro ano acordar, iluminado pela claridade solar por entre as frestas da cortina de sua cama de colunas...
Monotonia...
Remo acorda lentamente com os raios solares, abrindo os olhos pesados e levantando. Olha em seu relógio em cima da mesinha de cabeceira, constatando que ainda eram seis e meia da manhã. Sai de sua cama e se encaminha para o banheiro, saindo poucos minutos depois, já tomado banho e arrumado.
Decide acordar primeiro Pedro. E o faz, ouvindo suas reclamações de sono. Acorda depois, Frank, que levanta parecendo de mau humor, mas não falando nada. E depois de dar um longo suspiro olhando para as ultimas pessoas que faltavam ser acordadas, foi em frente. Primeiro tentou cutucar Sirius. Não conseguiu acorda-lo. Sacudiu-o fracamente. Não adiantou. Suspirou fundo novamente e fez a mesma coisa com Tiago. Este apenas virou de lado. Agora impacientemente, sacudiu-os, enquanto Frank saia do banheiro e descia para o Salão Comunal. Logo depois veio Pedro ajudar a sacudi-los. Mas nada adiantava, quanto mais delicadamente. Remo gritava agora, enquanto Pedro guinchava no ouvido dos dois. De repente, se acende uma luz na mente do garoto. O menino pálido entra no banheiro, Pedro olha para a porta sem entender. E de lá sai Remo com um balde d’água sorrindo, o outro entra no banheiro também, saindo de lá com outro balde d’água. Remo conta nos dedos silenciosamente. Um. Dois. Três. Sirius e Tiago acordam ao mesmo tempo, levantando o corpo encharcado, vendo os dois homicidas a sua frente.
- Ah!
- A você vai ver Remo!! – Tiago sai correndo molhado atrás de Remo, mas este sai do dormitório com Pedro antes dele alcançá-lo. - Grrrrrrrrr!!!
- Hahahahaa!!! – Sirius ri da cara do amigo, ainda em cima de sua cama molhada. Mas Tiago apenas o olha de esguelha, com um sorriso no canto dos lábios, fazendo Sirius parar de rir ‘assustado’. E Tiago sai correndo para o banheiro antes que o amigo pudesse fazer algo.


- Ah, Remo, você é tão delicado! – Dizia Tiago emburrado, olhando para o amigo, já na mesa para o café da manhã.
- É, eu sei... – Confirmou Remo rindo dele. – Mas vocês não queriam acordar de jeito nenhum... tinha de tomar alguma providência! O que preferiam? Perder as aulas da manhã no segundo dia de aula, amiguinhos?
- Sabe... até que eu preferia, amigão. – Respondeu Sirius com a mesma cara de raiva.
- Okay, queridas donzelas. Não acordarei as senhoras mais desse jeito. – Remo ria da cara que os dois faziam.
- É... da próxima vez vamos ser mais delicados com as senhoritas. – Pedro completou gargalhando junto com Remo.
- Ah... mais ainda vocês me pagam. – Disse Tiago cruzando os braços de cara feia.
- Com certeza. – Sirius imitou o amigo. E lá ficaram os dois de braços cruzados, e apenas Sirius descruzando a intervalos para comer.

Naquele dia as garotas não falaram com eles. E nem ao menos apareceram, apenas nas aulas, mas sem falar com eles. Estes pouco se importavam. Tiago até achava melhor por um lado, ‘Pelo menos não tenho que conviver com a Foguinho’. Mas no fundo mesmo, também era ruim. Ficaria mais longe de sua prima, ‘Ah, se ela prefere ficar com aquela cabeça de abóbora, o problema é dela!’.

Mas lá estavam os quatro garotos na aula de Poções, a última aula daquele dia. Eles esperavam a aula começar, sentados, conversando... Tiago e Sirius observando passarem as pessoas pela porta, ao mesmo que falando sobre coisas... De repente passa pela porta um garoto ‘engraçado’, aos olhos dos dois. Um sonserino, cabelos negros e oleosos, nariz adunco e olhos vazios. Tinha a pele muito branca e mais parecia um bicho raivoso. Era muito triste para um garoto tão novo. E andava de cabeça baixa, como se estivesse sendo humilhado o tempo todo.
O garoto andava distraidamente olhando para o chão, com as mãos carregadas de livros. Sirius e Tiago olhavam-no com sorrisos pequenos nos lábios. E quando o garoto tropeçou numa cadeira e caiu em cima de seus livros, os dois desataram a rir. Ele se levantou mais carrancudo ainda, olhou feio para os dois e pegou seus livros no chão, parecendo muito mais humilhado agora, apesar de não ter demonstrado fraqueza. Tiago e Sirius, ainda rindo, se ajeitaram nas carteiras, vendo o professor entrar sorridente pela sala.

Durante a aula, enquanto faziam as poções que ficavam cada vez mais fedorentas, ouviam-se explosões contínuas. Sirius e Tiago estavam ‘praticando’ o feitiço da primeira aula do velho Flitwick. Eles levitavam os ingredientes das poções dos sonserinos e os colocavam em ordem errada, causando explosões ou vapores fedorentos. E Pedro os olhava alegremente, batendo palmas. Slughorn já era acostumado a ouvir explosões em suas aulas, mas não tantas. Com uma ponta de dúvida de que aquilo fosse normal, começou a caminhar pela sala, tentando ver qual era a causa do problema. E toda vez que os garotos o viam chegar perto, paravam de causá-las e voltavam a fazer suas poções. Após o professor passar pela décima vez por perto, observando que ali nunca haviam explosões, descobriu a causa do problema. Ou, as causas.
- Oh-ho! Então são vocês os causadores de problemas desta sala, não?! – Disse o professor sorridente, surpreendendo os dois. – Pensavam que iam me enganar, não é?! – Agora todos tentavam observar a cena por trás das fumaceiras fedidas. Mas os dois apenas olhavam para o professor fazendo cara de inocente. – Não adianta olhar para mim desse jeito, garotos. Sinto muito mais vou ter de lhes dar uma detenção por causa disso. – Os dois murcharam, e passaram a olhar Slughorn suplicantes. ‘por favor, não!’ – Passem na sala do Sr. Filch no sábado, ás oito horas. – E virando-se para a sala: - O que estão olhando? Vamos! Quero que coloquem um recipiente das poções em cima da minha mesa...

- Hoje é o segundo dia de aula, e vocês já arranjaram uma detenção! – Falava Remo censurando-os.
- Ah, Remo, não enche! – Sirius estava irritado por não ter conseguido persuadir o professor. – Você acha que pretendíamos ganhar nossa primeira detenção hoje?
- É Remo! Não nos deixa pior! – Ajudava-o Tiago.
Os dois andavam emburrados para o Salão Principal, enquanto Remo lembrava a detenção deles. E pelo caminho em direção a mesa da Grifinória o garoto continuava a repetir-lhes. O quarteto se sentou na ponta da mesa da Grifinória e eles começaram a se servir.
- Okay, okay. Não vou mais falar da detenção de vocês. – “Ufa!” – Mas vocês sabem que fizeram errado e... – “Ah! De novo não!”.

No Salão Comunal, (Remo finalmente cansara-se de falar da detenção com eles) os quatro estavam esparramados nos velhos sofás vermelhos da Grifinória. Tiago olhava para a lareira crepitante, Sirius olhava para coisa alguma, Pedro brincava com o enchimento que saía da poltrona e Remo estava.... acabara de se levantar.
- Vamos fazer os deveres de McGonagall e Langic. – Pediu o garoto olhando para os amigos, que retribuíram o olhar virando as cabeças molemente.
- Ah! Que isso, Remo! Depois a gente faz! – Tiago falou voltando a olhar a lareira.
- Não! Depois vocês descansam, primeiro o dever! – Remo exigiu se irritando levemente.
- Remo.. Se você quiser ir, pode ir... mas nós vamos fazer depois. – Disse Pedro, ao mesmo que olhando para Sirius e Tiago, certificando-se de que eles concordavam.
- É, Remo... depois nós vamos fazer. – Concordou Sirius, deixando Pedro sorridente.
- Está bem. Mas se no dia da entrega quiserem copiar meu dever, podem esquecer!
Tiago e Sirius nem se importaram com o ultimo comentário do amigo, mas Pedro pareceu um pouco receoso.


No dia seguinte, o primeiro ano da Grifinória e Lufa-Lufa estavam tendo aula de vôo. E a jovem madame Hooch ensinava-os a subir na vassoura. Muitos se exibiam por já saberem faze-lo. Outros poucos ainda se perguntavam se era aconselhável. Tiago, Sirius e Louise (que finalmente viera falar com o primo naquela aula) voavam o mais alto que Madame Hooch os deixava, reclamando sempre que poderiam voar mais alto que aquilo.
- Srs. Potter e Black! Srta. Weiss… voem mais baixo, por favor, se não quiserem levar uma detenção. – Berrava a professora sem sucesso algum.
Enquanto isso, Lílian subia relutante na vassoura que pairava flutuando a sua frente. A garota morria de medo de altura, mas não deixaria de fazer nada que os professores pedissem, seu orgulho falava mais alto. Já Remo, parecia estar demorando ao máximo para fazer sua vassoura simplesmente pairar no ar, e Pedro já subira na vassoura, mas neste caso, era ela que parecia relutante em ser montada pelo garoto. Tammy conseguira finalmente montar a vassoura que lhe foi entregue, e voava o mais próximo possível do chão.
- Acho que seus amigos pretendem fazer uma coleção de detenções. – Comentou Lílian com Remo, que estava ao seu lado, fingindo tentar fazer a vassoura subir.
- É... também acho isso. – Concordou Remo sorrindo e seguindo os amigos com o olhar para o céu, enquanto a professora berrava novamente, sacudindo os braços e descuidando de um garoto que era ajudado por ela, fazendo-o cair de cara no chão. ‘Sr. Black... eu já lhes disse para voltarem aqui! Ah... me desculpe Carl’.
- Vamos, Remo! Sobe logo na vassoura! – Tiago passou perto do amigo, que somente acenou para ele com uma das mãos, enquanto a outra estava esticada sobre a vassoura no chão, em um ‘suba!’ sem vontade.
No final da aula Remo ainda fingia tentar subir a vassoura, o que já ninguém mais caía nessa representação esfarrapada.
- Ah! Remo! Todo mundo já sabe! Não precisa mais esconder! – Pedro riu do amigo na hora do almoço, fazendo um Remo distraído estremecer.
- Sabe o que? – Ele perguntou ficando pálido.
- Que você tem medo de altura! – Agora era Tiago, que disse rindo também.
- Não precisa ter vergonha disso, Remo. – Sirius tranqüilizou-o, mal sabendo que não era por isso que o amigo havia ficado assustado.
- Na verdade eu não tenho medo de altura.... Só não gosto de voar...
- Ah, sei, sei...


Na quinta-feira. No horário do almoço, antes de uma aula de Transfiguração, Remo já estava lembrando aos garotos da detenção:
- Muito bem! Vocês conseguiram uma detenção... – Dizia ele – E agora talvez consigam outra, já que não fizeram o dever que McGonagall passou...
- Na verdade, Remo... eu só vou ter uma detenção. Bom... pelo menos por enquanto. Eu fiz o dever de Transfiguração. – Tiago fingia comer um pedaço de frango, sabendo que o amigo ficara espantado por ele ter feito o dever e não o ter visto fazendo.
- Eu fiz o meu também. – Sirius também discordou de Remo, deixando-o ainda mais pasmo. O garoto só os vira brincar e se acomodar, não vira eles se quer pegar nos livros.... Mas Pedro havia sido descuidado, pensando que depois faria o dever com os outros dois, esquecera-se completamente.
- Eu esqueci de fazer! – O garoto estava nervoso. – Remo, será que você poderia me emprestar o seu. – Arrependido de não ter escutado o amigo.
- Eu não posso Pedro. Mas bem que eu lhe avisei.
- Por favor! Só dessa vez!
- Ta bem, ta bem. – Remo cedeu indo abrir sua mochila, pegando um rolo de pergaminho e entregando-o a Pedro.

O resto da semana passou lentamente para alguns, enquanto para outros não viam a hora de chegar a próxima. E quando chegou o sábado que muitos esperavam, Sirius e Tiago já pensavam no seu triste destino: Detenção.
Além de Remo lembrá-los sempre que os via alegres, eles ainda tinham Filch olhando assustadoramente para eles, quando passava perto.
E lá estavam eles, às oitos horas, indo para a sala do zelador.
- Aaaaa... ora, vejam só! Quem diria que alunos do primeiro ano seriam os primeiros a cumprir detenção esse ano. – Desdenhava Filch quando os dois chegaram a sua sala. – Vocês tem sorte de Dumbledore não autorizar chicotes e nem nada do tipo... Ah, como eram bons aqueles tempos! – O homem devaneava psicótico. – Vamos pirralhos! – Filch guiou-os a uma sala grande, coberta por troféus de todos os tipos e tamanhos. Muitos adquiridos pela Grifinória, por causa do Quadribol. Mas os mais recentes eram os da Sonserina e Corvinal. O do ano anterior por exemplo, era da casa verde e prata. – Vocês vão limpar os troféus! – Disse Filch carrancudo – E sem magia! – Completou sorrindo. – Entreguem-me sua varinhas, andem!
Os garotos entregaram as varinhas a Filch, o zelador lhes entregou baldes e panos imundos para limpar os troféus, sentou-se em uma cadeira para ‘vigia-los’ e segundos depois estava cochilando.
- Ah ta! Como se nossas varinhas servissem para alguma coisa nesse momento. –Sirius esfregava um troféu dourado com raiva. – Acho que ele se esqueceu que estamos no primeiro ano e na primeira semana de aula. Como íamos saber fazer esse tipo de magia?
Já era quase meia-noite quando os dois saíram da sala de troféus. Cansados e com dores em lugares que nem existem, dormiram logo que chegaram ao dormitório.


Domingo boa parte dos alunos preferia dormir até tarde, outros preferiam andar pelos jardins e alguns poucos gostariam de estudar.
Era bem cedo ainda. E no dormitório masculino do primeiro ano só havia uma pessoa acordada. Que como sempre era...
Remo estava em sua cama, lendo um livro, esperando que seus amigos acordassem. ‘Como conseguem dormir tanto?’, pensava ele, enquanto olhava, por vezes, para uma das camas, checando se pelo menos um tinha acordado. Assustava-se quando algum deles se mexia bruscamente (o que acontecia toda hora, pois Tiago dormia dançando), voltando o seu olhar ao local e constatando que não era alguém acordando. Era impossível ler com os roncos de Pedro, ao seu lado. Mas mesmo que quisesse, não conseguiria se concentrar nem nas figuras que o autor do livro descrevia. Uma coisa em sua consciência lhe tirava a alegria, quando voltava a sua mente. Olhava para seus amigos, feliz, mas logo essa ‘coisa’ vinha lhe assombrar os pensamentos. Pensava sempre, ‘ Será que se eles soubessem seriam meus amigos?’, isso não saía de sua cabeça. Mas de uma coisa ele tinha certeza. Não contaria para eles. Pelo menos por enquanto. Não estragaria um dos únicos momentos felizes de sua vida, por causa do que o Destino lhe reservou. E assim ficavam os seus pensamentos confusos. Tudo rodando em sua cabeça, como as ondas de rádio rodeiam o universo. Indo e vindo, nas horas mais inesperadas...
E seus pensamentos foram interrompidos por um barulho diferente. Um bocejo. Vindo da cama de Frank.
Não era bem quem Remo queria que acordasse, mas já estava feliz por alguém ter acordado, o impedindo de pensar naquela coisa infame de sua vida.
- Oi, Remo! – Disse Frank o vendo acordado, seguido de um longo bocejo. – Já acordado? Pensei que seria o primeiro a acordar... Ainda está muito cedo. – olhou para um relógio na sua mesa de cabeceira.
- Bom dia, Frank. – Remo disse, disfarçando que estivera lendo.
- É...bom dia mesmo. – Comentou o outro observando o céu límpido e azul, pela janela. – Vai ficar lendo aí, com uma paisagem dessas lá fora?!
- Não, não. Só estou esperando as preguiças acordarem.
- Ah, bom... Vou me arrumar e descer então. A gente se encontra lá em baixo... E a propósito, Remo, você ta muito pálido. Está doente?
- Não. Estou bem.
- Se é o que você diz...
Depois que Frank saiu, a ‘coisa’ ia voltando sorrateiramente aos pensamentos de Remo. Mas felizmente, para o garoto, mais alguém acordou.
- Remo! Já ta acordado! – Exclamou Tiago de repente, fazendo com que Remo se assustasse. Incrível o gás com que havia acordado, conseguindo estourar tímpanos, mas Sirius não parecia ouvir nada... absolutamente nada... nem mesmo Pedro, que sonhava com alguma coisa haver com doces de abóbora....
- Não... eu ainda estou dormindo.
- Ah, ta... pensei que estivesse acordado. – Brincou Tiago.
- Sim, a um tempão que eu estou acordado esperando uma das três princesinhas acordarem. Vai descer agora?
- Acho que sim. – Tiago respondeu pensativo. Era como se o seu cérebro estivesse de folga também. Mas a folga do coitado não demorou muito... – Sim, sim... vamos? – O garoto pulou da cama alegremente. – Quero dizer... depois que eu trocar de roupa. – Completou percebendo que ainda estava com seu pijama azul de pomos de ouro.
- Está bem. Estou te esperando. – Remo disse antes de Tiago bater a porta do banheiro.

Tiago e Remo desceram para o Salão Principal e foram se juntar a Louise, Lílian e Tammy na mesa da Grifinória. As três conversavam alegremente...
- ...mas e quando...
- Olá garotas! – Cumprimentaram eles, cortando a conversa.
-... é sim... oi, garotos! – Cumprimentou Louise percebendo-os a pouco, enquanto Tiago sentava-se ao seu lado, afastando Lílian da garota.
- Da licença. Eu que estava aqui. – Lílian reclamou.
- É... mas foi você também que afastou minha prima de mim! – Retrucou Tiago procurando briga. A ruiva iria brigar irritada, mas Louise foi mais rápida, utilizando aquele comentário de Tiago como uma brincadeira.
- Isso tudo é ciúmes? – Era exatamente por isso que falava menos com o primo, agora. Quanto mais Lílian e Tiago ficavam juntos, mais eles brigavam. E seu primo tinha os amigos dele. Preferiu andar com Lílian. – Nossa, fico honrada! – Ela continuou, limpando falsas lágrimas de emoção.
- Não tem nada haver com ciúmes, Lu! – Tiago se irritou. – É só por que você não fala mais comigo direito!
- Ta bom.... e por um momento eu pensei que gostava da sua pobre priminha. - Louise encenava uma decepção, fazendo todos rir, menos Tiago.
De repente uma coisa atrapalha suas graciosas fingidas de forte emoção. Ela sente algo bater em sua cabeça. Olhando para o lado de onde veio a tal coisa, vê Tiago rubro com uma expressão nada amigável no rosto, com torradas na mão, pronto para atacar novamente. Ele correu até ela, e em vez de correr também, a garota segurava as mãos dele rindo, impedindo que lhe jogasse mais torradas.
- Aaaah.... Que lindo momento em família! – Sirius acabara de chegar com Pedro, presenciando a cômica cena.
Todos riam até mesmo Lílian, que a pouco estava tentando manter a expressão séria, que como já se sabe, sem muito sucesso.
- Não quer entrar para a família, Sirius? – Perguntou Louise brincando, enquanto se desviava das torradas de Tiago. Não percebendo que o primo havia parado abruptamente, ao ouvir seu comentário, e continuara se desviando debilmente.
Ao perceber finalmente que ele não lhe jogava mais torradas, e sim a olhava com cara de espanto e dúvida, parou de rir o encarando.
- O que você quis dizer com isso? – Tiago perguntou, os outros também haviam parado de rir.
- Que ele vai ter de casar com Penélope! – Respondeu Louise voltando a rir. Ela havia se perguntado antes, por que a cara de espanto do primo.
Enquanto a garota ria, os outros expressavam nitidamente suas dúvidas através dos rostos. Tiago não era diferente, ainda tentava captar o que sua prima havia dito, e depois de alguns segundos caíra a ficha e ele riu fracamente.
- Okay, agora vamos sentar. – Tiago fingia estar achando graça.
- Ahn... é... boa idéia. – Sirius assentiu, achando uma atitude muito conveniente, e se sentando com os amigos.


Ao terminarem o café, os garotos foram para os jardins aproveitar o Domingo, enquanto as garotas foram para a biblioteca (sob os vários pretextos de Lílian).
- E então.... aonde vão passar o Natal? – Sirius perguntou quando se sentaram embaixo da sombra de uma árvore nos terrenos da escola.
- Já pensando nisso, Sirius? – Tiago achou graça da pergunta do amigo.
- Sim, ninguém falou nada... só quis puxar assunto...
- Hum.... falando nisso... – Remo se pronunciou com uma expressão apreensiva. – Semana que vem eu tenho que viajar...
- Por quê? – Os outros três perguntaram num coro desordenado.
- Ahn... – ‘Não é a hora...’, pensou ele. – Minha mãe está doente. – Continuou encarando o nada.
- Que pena... quantos dias ficará fora? – Quis saber Tiago, fazendo uma expressão de ‘Sinto muito’.
- Uma semana.
- É muito tempo, Remo! – Exclamou Pedro deixando seu chocolate cair na grama, se arrependendo logo depois de ter falado.
- Eu sei... Mas eu não sei quando ela vai melhorar, e esse foi o máximo de tempo que Dumbledore deixou eu me afastar.
‘Remo ta péssimo...’
- Está bem, Remo! – Tiago começou alegremente e se levantando. – Eu e o Sirius prometemos que anotaremos tudo o que os professores falarem.
- Até os suspiros. – Sirius completou se postando ao lado do amigo, e os dois começaram a fazer uma encenação de juramento.
- Palavra de honra! – Disseram em uníssono, acabando a peça mal feita, mas parecendo combinada.
Remo ria timidamente com os olhos brilhando, enquanto Pedro rolava na grama rindo.
Apesar de rir, Remo não pensava em outra coisa, se não no seu grande carma. ‘O que será que eles fariam se descobrissem por que realmente eu sairei?’. ‘Será que iriam fazer tudo isso por mim, se soubessem o que sou?’. Mas logo voltou ao presente, Tiago e Sirius recomeçaram a fazer encenações, agora, ajoelhando-se a frente do amigo e fazendo reverências.
Depois de mais uma representação terminada, Sirius e Tiago se sentaram rindo no gramado. E foi nessa hora que viram um sonserino descer os gramados do castelo, o que haviam rido gostosamente outro dia. O garoto de cabelos oleosos. O garoto de nariz de gancho. Severo Snape, o curioso e solitário aluno da Sonserina.
- Sirius, olha! – Disse Tiago apontando o garoto. Os dois se levantaram, exibindo sorrisos mal intencionados. Mas Remo entrou na frente deles quando iam começar a caminhar até o menino, fazendo-os sentar novamente.
- Vocês não querem outra detenção. – Remo precaveu-os antes que fizessem alguma besteira.
Os dois somente trocaram olhares decepcionados e se lembraram de repente, do ‘lindo’ rosto de Filch.
- Está bem.
- Não queremos outra detenção.
- Muito bem. Agora vamos à biblioteca. – Propôs Remo aliviado por terem lhe escutado e querendo sair dali logo, sabendo que seria tentador para os dois, verem o garoto mal encarado parado ali, sozinho, à espera.
- O que? Ta doido?! Aí já é de mais, né?! Só por que fizemos o que pediu, não quer dizer que temos que te obedecer... – Sirius tentou argumentar, e cinco minutos depois os quatro estavam entrando na biblioteca. Sirius fazendo uma horrorosa careta (que mesmo assim não lhe estragava a bela face), fazendo bico e cruzando os braços.


Na semana seguinte lá estavam eles se despedindo de Remo depois do jantar. Este, mais triste e pálido que nunca.
- Tchau Remo. Melhoras para a sua mãe!
- Okay, obrigado. Tchau garotos.
O estado do menino não passara despercebido pelos amigos. Mas o que podiam fazer, além de dar apoio? ‘A mãe dele deve estar muito ruim...’.
Remo andava assim sozinho pelos corredores de Hogwarts a caminho da enfermaria, depois de se despedir dos amigos.
‘ Como é chato mentir pra eles... ’


Sirius, Pedro e Tiago estavam na Sala Comunal da Grifinória, depois de mais um longo dia de aula. Sirius e Tiago haviam feito como prometeram: Copiaram tudo o que os professores disseram. E por isso estavam ainda mais cansados.
Lílian, Louise e Tammy, que perceberam as faltas de Remo durante todas as aulas do dia, ‘e ele ainda não está com os garotos’, foram falar com eles para saber o que estaria acontecendo com o amigo.
- Oi, garotos! – Cumprimentou Tammy olhando Sirius em especial.
- Olá...
- Só viemos saber o que aconteceu com o Remo. – Lílian interrompeu os cumprimentos, querendo sair dali logo.
- Por que quer saber? – Tiago perguntou sem nenhuma emoção na voz.
- Por ele é meu amigo! – Lílian já elevara o tom da voz, e já era perceptível neste momento uma leve irritação.
- Se ele é seu amigo, por que não te contou nada? – Tiago dizia sarcástico.
- Olha aqui... – Lílian iria retrucar, não fosse por Louise se pronunciar finalmente e impedir mais uma briga.
- Está bem, está bem... Agora chega! Viemos para saber o que aconteceu ao Remo. Vão nos dizer ou não? Sirius? Pedro? – A garota se virou para os outros dois, já que Tiago havia fechado a cara.
- Remo viajou. – Pedro disse apenas, fechando a cara também e tomando as dores do amigo.
- Como assim? – Lílian exclamou alterada.
- Ele foi visitar a mãe dele. Ela ficou doente. – Explicou Sirius calmamente.
- Ah... e quando ele volta? – Louise perguntou antes de Lílian falar mais alguma coisa que pudesse elevar mais a conversa.
- Semana que vem. – Sirius novamente respondeu.
- Okay, muito obrigada. – Louise completou puxando Lílian pelo braço e Tammy as seguindo.
- Olha isso! – Tiago grunhiu raivosamente, olhando elas se afastarem. – Agora a Lu me ignora completamente.
- Ah, que isso, Tiago! – Pedro exclamou olhando falsamente irritado para elas do outro lado da Sala. – Por que você se importa? – Perguntou agora olhando a reação do amigo, mas completou após ver sua expressão de intriga. – Ela é sua prima! – O garoto tentou consertar a situação.
- Acontece, Pedro... que ela é... era minha prima favorita. E antes ela falava comigo direito e não ficava só com essas garotas burras.









N/A: Desculpe se o capítulo não ficou muito bom... foi realmente difícil fazer este... e acredito que durante o primeiro e o segundo ano de Hogwarts vai ser realmente muito difícil de contar a história.... então gostaria que dissessem o que acharam, o que devo acrescentar e etc... obrigado a quem leu.
P.s.: E quem gostaria de me dar dicas sobre como colocar foto na fic? Creio que ela não chamou muita atenção sem foto. ^^'

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