<i>Primeiro Capítulo</i>*

<i>Primeiro Capítulo</i>*



Inevitável
Primeiro Capítulo.

***

Nossa história começa no sétimo ano. Digo ‘nossa’ porque foi por este ano que nossa ‘atração’ começou.
O pior dos horrores havia passado, e Harry saíra ileso da batalha final, bem...
Madame Pomfry e os curandeiros que o digam. Dois messes inconsciente. Dois messes de incertezas; sono? Privilégio que poucos tinham. Mortes? Inúmeras pessoas queridas...
Luna, Hagrid e Severus Snape, que por fim demonstrou sua lealdade a Dumbledore morrendo nas mãos de Comensais da Morte.
Mas, como disse, havia acabado e Hogwarts reabriu-se, via-se pelos rostos de todos uma certeza: Alívio. Como se nunca vira antes. Principalmente de uma pessoa. Daquela pessoa. Dele.
- Você só pode estar brincando, Hermione! – Harry me disse. Havia acabado de lhe dizer que meu ‘namoro’ (relâmpago, permita-me dizer) com Ron havia acabado.
- Eu não estou, agora eu tenho mais de vinte centímetros de poções para acabar hoje, por isso, me dê licença se pretende continuar com seus sórdidos comentários. – eu disse rapidamente.
- Como...? Quero dizer, você fica assim, fria, pacífica? Como se ‘nada’ demais tivesse acontecido?
- Tsc, tsc, você é incrivelmente ingênuo, sabia? – eu estalei os dedos – Veja o que está em sua frente, Harry Potter. Aquilo não tinha futuro. Barco furado – eu bufei lentamente.
Okay... Talvez eu estivesse sendo um pouquinho fria, mas não teria coragem de admitir isso. Ainda mais para Harry, que sempre me tinha como “a invencível”.
- Eu realme... – ele fez menção de continuar, mas eu olhei nervosamente para o pergaminho a minha frente e apontei a minha pena para ele, em sinal de reprovação. – Tudo bem – ele murmurou, levantando as mãos. – Só acho que às vezes você se estressa demais por muito, mas muito pouco mesmo.
- Presta atenção: Não é fácil, estou no sétimo ano, sou monitora chefe, tenho muitas obrigações, faço mais três matérias do que você e Ron, dou detenções, ganho tarefas extras porque meu desempenho em Artimancia está ‘normal’, quando era para estar execelete e ah! Meu melhor amigo acabou de me chamar de fria só porque eu terminei com meu namorado, que era completamente – ou se fingia – alheio a minha vida. Será que dá para você subir até seu dormitório, pegar sua vassoura e dar umas voltas por aí?! – eu suspirei, olhando para ele.
Veja o meu ponto de vista: Era coisa demais para uma pessoa só, sem contar o meu lado emocional estava lá em baixo por causa desse ‘normal’ e tudo mais...
Mas o que ele fez em seguida superou tudo, todos e qualquer um e se alguém me perguntar que dia eu comecei a me sentir atraída por Harry Potter eu diria que foi neste.
Ele olhou para mim com um sorriso nos lábios e escorregou até onde eu estava.
O salão comunal estava parcialmente vazio e somente eu estava lá, naquelas almofadas fofas, com livros espalhados por uma das mesinhas que havia perto da lareira.
Voltando a Harry, ele chegou mais perto e murmurou no meu ouvido, antes de passar os braços ao redor de mim, me fazendo encostar a cabeça em seu ombro.
- Deveria ter me dito tudo isso antes, Mione.
E naquela noite eu fiz o que não tinha feito antes em Hogwarts, não daquela forma, não com aquela pessoa, e nem com outra. Eu chorei, chorei e contei a ele tudo o que estava me atormentando.
É claro que após aquela noite nosso relacionamento havia um ‘quê’ a mais. Foi como ter descoberto algo que não poderia existir, algo proibido, mas profundamente delicioso...
Uma amizade estranhamente amorosa, confidencial. E devo te dizer que muitos sentiam inveja disso e eu tenho que admitir que era explicável o porque. Era simplesmente eu e Harry e os outros...
Ah, só os outros.
Mas nem tudo era um mar de rosas. Ginny e Harry ainda tinham uma relação e devo admitir que até que era bonita, dava a impressão - às vezes – que eles foram moldados um para o outro. Só impressão. O fim do ano veio e, com ele, o término daquele relacionamento que – segundo Harry – era fadado ao fracasso.
Paciência. A culpa não era dele, nem dela, e muito menos minha. Era somente...
Química. Uma coisa que não se explica. Se se têm, vai dar certo, se não... Sinto muito.


Ela ouviu uma batida na porta e parou de digitar, falando:
- Entre. – uma mulher entrou, alta e com os cabelos cacheados, os olhos azuis.
- Vamos sair? Já passam das nove, Herm!
- Sinto, Sandy. – a morena disse – Prefiro ficar por aqui... – ela explicou, apontando para o Laptop.
Sandy Welffly sorriu.
- Meu Deus, senhorita Granger! – ela ralhou. – Eu juro que um dia te amarro para sair comigo! – ela olhou no relógio – Vou encontrar George. Volto tarde... – ela sorriu – Ou talvez cedo, amanhã.
Hermione balançou a cabeça.
- Tudo bem – abriu o Laptop, estava a ponto de começar a digitar novamente quando ouviu de longe.
- Ah, chegou uma correspondência para você, não sei quando, mas apareceu aqui.
Ela murmurou algo em concordância e voltou sua atenção ao computador, decidindo que checaria a ‘tal’ correspondência mais tarde.

Provavelmente o ano seguinte a Hogwarts foi o mais tumultuado de toda a minha vida. Eu estava me vendo agora sem Ron, Ginny e, para todos meus pesares, sem Harry...
Ele iria passar exatamente um ano fora, para se formar fora – Holanda – como Auror, já que, ele dizia, aquilo era sempre bom.
Eu me lembro até hoje o que senti quando ele me contou isso. Estava no meio de caixas e caixas de mudança na casa de meus pais – eu voltaria para lá até começar a trabalhar e conseguir um bom dinheiro para comprar meu apartamentinho em Bloomsbury, e também porque minha mãe torcia para que eu largasse aquela “varinha estranha” como ela mesma dizia, e bem, hoje ela deveria estar feliz porque, bem, eu o fiz – quando minha mãe bateu na porta, dizendo.
- Visita para você – e sorriu. E lá estava ele, os cabelos despenteados, a calça preta de prega e uma camiseta azul.
-Harry! – e o abracei, já fazia mais de uma semana que eu não o via e, devo dizer, estava sentindo muita falta. – Venha aqui – eu empurrei uma das caixas – Sente-se.
Ele sorriu para mim e se sentou, perto de mim.
- Como está? – ele perguntou, depois de um tempo de silencio.
- Bem – murmurei, mas ele sabia que eu estava mentindo, ele tem um tipo de ‘radar’ para isso, sabe?
Ele segurou meu queixo e virou meu rosto para ele.
- O que está havendo, minha linda? – ele perguntou risonho. Eu lhe ofereci um pequeno sorriso.
- Mamãe quer que eu largue o mundo da Magia... – eu suspirei – Ela disse que não agüentaria me ver no meio daquele inferno outra vez. Quero dizer, mortes, ameaças para mim, por ser... Sabe, – eu revirei os olhos, tocando a borda da minha blusa. – sua melhor amiga. Ela tem medo que aconteça novamente.
Eu desviei meu olhar do dele, enquanto ele abaixava a cabeça e ajeitava os óculos, despenteando o cabelo em seguida.
- Talvez... – ele murmurou, logo depois sua voz falhou e ele olhou para mim, sério – Você quer isso?
- Eu não sei, Harry – desviei novamente – Entenda, ela é minha mãe... Devo procurar entender que está havendo com ela neste momento – eu falei, vendo a face dele transparecer decepção – Mas ao mesmo tempo, eu não agüentaria ficar sem o Ron, Ginny, os Weasley... – minha voz diminuiu e o olhar dele caiu sobre o meu – Sem você.– Meus olhos estavam com lágrimas e eu sentia aquela sensação pesada, que invade sua visão, sua garganta e te aperta, e aperta...
No instante seguinte eu estava encolhida nos braços dele novamente, protegida, segura, mas ao mesmo tempo com medo, sozinha.
- Eu amo você – ele murmurou.
- E eu a você, Harry – eu afaguei seu rosto e beijei-lhe a testa – Obrigada por seu meu melhor amigo.
- Não há de quê.
E ficamos lá a tarde toda, conversando, fazendo planos mirabolantes para o futuro, criando ideologias que só fazem sentido ali, naquele momento. Estava quase anoitecendo quando ele levantou-se.
- Mas já?! – eu perguntei, abraçando meu proprio corpo.
- Tenho que ir...
- Você não esta com seus tios horrendos, está? – ele fez que não.
- Comprei um apartamento em Crakweel. – eu sorri para ele.
- Sorte sua. – eu lhe abracei – Venha amanhã, okay? A gente sai e...-
- hermione, eu preciso falar. – ele olhou para mim por alguns segundos – Estou indo para a Holanda amanha.
Minhas sobrancelhas se ergueram.
- Holanda? Harry, por quantos dias...? – eu captei o olahr dele – O curso...
- De Aurores – ele completou.
- Um ano?! Por que não disse antes?! Meu Deus, Harry! – eu disse, as mãos na cabeça – Você deveria ter me dito! Um ano...
Ele segurou meus ombros.
- Vai passar rápido! – ele disse, parecendo querer enganar a si mesmo, antes de mim.
- Não, - eu me desvincilhei dele – não vai passar rápido. Trezentos e sessenta e cinco dias não passam rápido, Harry Potter! E uma noticia dessas não é dada assim, de uma hora para a outra...
- Mione eu-
- Vá! – eu disse, apontando para a porta.
- Hermione!
- Vá agora, Harry! – ele olhou para mim por uma ultima vez e saiu. E mal sabia eu que mais de um ano iria se passar...


Ela fechou o Laptop e apagou o abajur. Seguiu para a cozinha e observou um pequeno envelope em cima do balcão.
Lá estava escrito:
Hermione Granger.
Street Mongromy, number 76.
Bloomsbury, London.

****

Bom, gostaram?? Essa é uma fic mais romântic e levinha, porém um pouquinho grande! A próxima atualização vem daqui a alguns dias (ou semanas, não sei ao certo...).
Obrigada por lerem e até mais!

Mimy


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