<i>Prólogo</i>*



Inevitável
*Prólogo.*


Passou as mãos pelos cabelos. Parar de pensar em Harry Potter?
Impossível.
Odiá-lo?
Inevitável.
O dia era catorze de Setembro de 2006, fazia naquele dia exatamente três anos que ela não o via, iriam fazer seis anos juntos, se ainda estivessem juntos. Por isso aquele dia. As lembranças, lamentações...
Depois de tanto tempo! Sim, tanto tempo.
Ela olhou para o computador a sua frente e começou a digitar, rapidamente.

Abandono - [Derivado de abandonar.]
Substantivo masculino.
1. Ato ou efeito de abandonar (-se).
2. Estado ou condição de quem ou do que é ou está abandonado, largado, desamparado.
3. Atitude, maneiras, de quem vive ou como que vive abandonado.


Não era para eu me sentir assim.
Fui eu quem decidiu tudo. Ou melhor, em relação a nós, nada. Às vezes a frase que minha mãe me disse há alguns anos atrás vêm em minha mente.
“Quem abandona, corre atrás”.
Não. Comigo não! De certa forma, ele me abandonou também. Aos poucos, mas abandonou. Chegadas inesperadas, partidas fugazes.
“Eu te amo” – ele dizia.
Amava mesmo? Ama? Até qual ponto, Harry? A ponto de eu não querer mais vê-lo, ouvi-lo e você aceitar pacificamente?
A ponto de me deixar ir, esperando que eu volte?
Não tão fácil...
Nunca, para falar a verdade.
Nunca?
Jamais, em tempo algum. Desta vez – sinto lhe dizer, mamãe – mas você não tem razão. Eu deveria me conformar e largar tudo...
Mas tudo o quê? O mundo bruxo? Meus amigos? Meu namorado? Meu trabalho?
Isso eu mesma já fiz. Estou fazendo. E não está me trazendo resultados.


***

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