TRAGÉDIA EM SÂNSCRITO
Assim que Tiago bateu a porta, Lílian pegou displicentemente o pedaço de pergaminho com o desenho. Balançou a cabeça.
- Até que não está mal desenhado - disse para si mesma - Mas esses garotos de hoje em dia desenham cada coisa...
Voltou ao trabalho, pôs tinta na pena, e começou a escrever caprichosamente o nome dos alunos advertidos.
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Remo Lupin estava sozinho no dormitório masculino do sétimo ano da Grifinória. Ao que sabia, Tiago estava cumprindo suas obrigações de Monitor-Chefe com... Lílian, e Sirius e Pedro deviam estar no Salão Comunal, enfeitiçando algumas gaivotas de pergaminho para que voassem de verdade, ou armando algum tipo de confusão, ou uma peça contra o Snape... tudo muito habitual. Estava cansado de como tudo era cotidiano, de como não haviam mudado muito desde que se conheceram. Principalmente ele próprio.
Olhava fixamente para o livro que tinha nas mãos com interesse, tanto interesse que nem percebeu que o volume estava de cabeça para baixo, quando a porta escancarou-se aberta, revelando um Tiago Potter exasperado.
Ergueu os olhos, baixando o livro.
- Pontas?
- Remo, eu preciso falar com você.
- Fale, então.
- É sobre a Lílian.
Remo gelou, e ficou repentinamente muito vermelho.
- O que é que tem a Lílian? - perguntou.
- O que está acontecendo entre vocês dois?
- Bom, - disse Remo timidamente - não existe "nós dois".
- Mas você queria que existisse, - disse Tiago - não queria?
Remo ficou calado por um tempo, olhando distraidamente pela janela perto de sua cama. Sem olhar para o amigo, respondeu:
- O que importa é que não existe. - suspirou - E nunca há de existir. - virou-se para Tiago - E o que te importa isso?
Tiago parecia ofendido.
- Como, o que me importa? Eu sou seu amigo!
- Bom, Tiago, o fato é que a Lílian também é minha amiga. E nada mais do que isso.
Tiago fez uma careta desconfiada, mas atirou-se na cama sem dar mais um pio. Remo voltou à "leitura", para logo depois jogar o livro para o lado, virar-se na cama e fechar os olhos sem dormir.
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Lílian chegou no dormitório exausta, após ter passado a limpo uma lista quilométrica de alunos mal-comportados, para encontrar o dormitório feminino do sétimo ano de cabeça para baixo.
Heather Waltham tinha tirado o que pareciam ser TODAS as suas próprias vestes a rigor de seu baú e espalhado por todas as camas do aposento. Lílian olhou perplexa para a própria cama, que tinha umas cinco vestes de cores e tecidos variados espalhadas.
Como estava realmente muito cansada, Lílian, depois de transfigurar rapidamente as suas vestes escolares num pijama bem largo, meramente pegou as vestes de Heather de sua cama de qualquer jeito e atirou-as para o outro lado do quarto. Heather e Diana largaram as vestes que colocaram na frente do corpo para se mirarem no espelho e viraram-se para Lílian, que a esta altura do campeonato estava puxando a colcha de sua cama para se atirar lá dentro.
- Evans! - gritou, histérica, Heather - Que direito você pensa que tem para fazer isso com as minhas vestes?
Lílian, num bocejo, disse:
- Que direito você pensa que tinha para encher a minha cama de trapos?
Heather revirou os olhos e passou a mão nos seus cabelos que oscilavam entre a cor do ruivo e a do dourado (os de Lílian eram vermelhos acaju, definitivamente ruivos) num gesto provocativo, e sibilou:
- Realmente, - disse, apontando para as vestes e dizendo - Incendio - a cor de cada veste se confundiu com o fogo nelas conjurado - O fato delas terem encostado na sua cama é aceitável, minha cara Evans, mas encostado em você, - fez uma cara de nojo - elas já estão por demais contaminadas... não haveria utilidade nelas depois de já terem passado pelo lixo que é o toque de uma Sangue Ruim.
Lílian sentiu a raiva correr por suas veias, mas se conteve. Era Monitora-Chefe, afinal de contas.
- O seu medo, Waltham - disse brevemente numa voz cheia de sono e raiva estrangulada - é que uma "Sangue Ruim" possa te superar. Mas não é que isso está acontecendo mesmo? - seu tom era sarcástico - Vamos pensar... quem é que ganhou o cargo de Monitora-Chefe? A Sangue Ruim! - sorriu maliciosamente - Deixe-me ver o que mais... quem é que tira notas mais altas? Novamente, a Sangue Ruim... deve ser muito duro para você, Waltham, ver que mesmo com o seu sangue puro, não consegue ser melhor do que eu.
Heather produziu um som parecido com um rosnado ao que olhou de olhos arregalados e vermelhos de raiva para Lílian, mas nada mais fez, porque esta já estava profundamente adormecida.
- Ela vai ver - murmurou Heather para uma Diana assustada - ela acha que é melhor que todo mundo, mas espere só até ela ver...
- O... o que você vai fazer, Heather?
- Diana, eu não devia estar falando com você, sabia? Você quebrou o código de conduta das garotas... não se deve ficar com o ex de uma amiga.
Diana abriu a boca para responder, mas nesse exato momento, Victoria abriu a porta com um chute, e uma aparência quase sonâmbula. Desabou em sua cama, sobre as vestes a rigor de Heather mesmo, e ainda trajando as próprias vestes escolares.
Heather soltou um gritinho bastante agudo, e Victoria levantou a cabeça sonolentamente, olhando para ela com os olhos inchados de sono.
- Que é? - perguntou.
- Você está em cima das minhas roupas.
- Parabéns. - disse, virou-se e dormiu como se não o fizesse há dias.
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A manhã seguinte era nublada, como se era de esperar de território escocês, onde Hogwarts era localizada. Lílian, como sempre, teve que levantar antes do sol nascer, era obrigação de uma Monitora Chefe estar de pé antes dos outros alunos. Tiago, porém, não seguia as regras tão à risca quanto ela e só acordava quase na hora da primeira aula, ainda a tempo de tomar o café da manhã, que ele não dispensava por nada nesse mundo.
A sala da monitoria estava vazia, ela sentou-se em sua poltrona favorita, perto da lareira, e checou mais uma vez os nomes dos alunos advertidos, vasculhando sua memória para ver se não esquecera ninguém, quando ouviu alguém bater à porta.
- Entra. - disse, a voz ainda embalada pelo sono.
- Bom dia, srta Evans, - cumprimentou a professora McGonagall, muito séria.
- Bom dia, professora - Lílian parecia confusa - Posso ajudar em alguma coisa?
- Pode sim, Evans - disse - me acompanhe até a sala do Diretor, sim?
Lílian levantou-se, calada, e enrolou o pergaminho enquanto seguia a mestra de Transfiguração. Ficava se perguntando mentalmente o que diabos tinha feito.
Ela e a professora pararam em frente à gárgula que se encontrava na frente da Sala de Dumbledore, e Lílian não pôde deixar de rir (embora tivesse tentado ao máximo suprimir o riso) ao ver a professora McGonagall corar ao dizer a senha "bunda de trasgo".
Entrou no aposento, uma saleta circular. Embora fosse o tipo da aluna que não tivesse motivos para ter de ser levada à sala do diretor, Lílian já havia estado lá algumas vezes.
- Bom, Lílian, espere pelo Dumbledore aqui - disse McGonagall, mais relaxada - Mais tarde eu volto... para ver... bom, para ver o seu estado.
- Mas, professora...
Entretanto, Minerva McGonagall já havia deixado o aposento, muito abatida.
Lílian deu de ombros e examinou a sala. Lá estava Fawkes em seu poleiro, dentro das grades da gaiola dourada entreaberta. Passou sua mão por entre as grades e afagou a cabeça da fênix, que permanecia calada, e até um pouco cabisbaixa.
Dumbledore saiu de seu escritório e entrou na sala, com um sorriso que não atingia seus olhos.
- É muito bom vê-la, senhorita Evans.
Lílian sorriu, confusa.
- Bom dia, diretor.
Dumbledore sorriu novamente, mas havia algo de triste nesse sorriso.
- Lílian, sente-se por favor. - disse, apontando para um sofá de aspecto antigo.
- Eu... eu... - Lílian estava realmente confusa - Eu estou bem de pé, Dumbledore.
- Bom, Lílian, o fato é que aconteceu algo de inesperado.
O coração de Lílian gelou.
- O... o quê?
- Bom, eu não sou uma pessoa de dar rodeios, Lílian, vou tentar ser breve: a professora Landers foi encontrada morta em seu escritório.
Lílian soltou uma exclamação de surpresa. Muito bem, a morte da professora Landers não era nada a que devesse comemorar, mas também... por que diabos ela, Lílian, teria alguma coisa a ver com isso? E por que ela, com tanta gente mais apegada à professora de Adivinhação na escola, seria justamente aquela que foi avisada em particular pelo próprio diretor da escola?
- Eu sei o que você deve estar pensando - prosseguiu o bruxo - por que você seria avisada antes dos outros alunos? Sim, Lílian, há algo de especial nisso tudo.
- O quê? - perguntou a jovem numa voz rouca.
- Landers não morreu em circunstâncias naturais, tampouco iniciou uma nova cadeia de mortes encabeçada pelo Lord das Trevas, como é natural de se imaginar. Ela teve uma previsão muito forte... mais forte que uma bruxa comum pode agüentar.
Lílian engoliu em seco.
- Ela deixou uma carta. Infelizmente, não está numa língua usada atualmente, está em sânscrito.
- Por... por que ela escreveria em sânscrito? Ela conhecia a língua?
- Não, pelo menos não que tenhamos notícia. Previsões podem vir de entidades desconhecidas, perdidas no tempo...
- Não é por falta de sensibilidade que pergunto isso, Dumbledore, mas... o que exatamente eu tenho a ver com isso tudo?
- A carta estava endereçada a você... estava escrito "À Lílian Evans e o mundo". O seu nome em especial. A carta já foi enviada para especialistas... talvez tenhamos que enviá-la a membros trouxas do clero. Mas vai demorar a ser decifrada, Lílian, porque está escrita em código... não sânscrito normal, vê-se, senão bastaria um simples feitiço tradutor.
- Entendo...
- Tem certeza de que não há nada que a senhorita tenha que me contar?
- Bom... - começou Lílian, perdida por palavras - Acho que não... espere! Sim, o senhor disse que ela faleceu ontem à tarde... creio que logo depois da aula que ela deu para nós, ela estava bastante desconcertada.
Dumbledore ajeitou os óculos.
- Por quê, exatamente?
- Bom, ela leu a minha mão, a aula era sobre quiromancia, e ficou bastante estranha depois disso. Ela se trancou no escritório, e liberou a gente mais cedo.
- Ela te disse alguma coisa, depois de ler a sua mão?
- Sim, - Lílian baixou os olhos e corou - Ela disse que eu vou ter um grande amor, e nada mais. Quando a Trelawney, da Lufa-Lufa, perguntou se eu ia morrer, a Landers, não disse nada, só... só disse que meu amor transporia as barreiras da vida. Bom, eu não achei nada demais nisso, para ser franca. Eu já vi falsas ciganas no mundo trouxa, e elas agem da mesma maneira, desculpe o desrespeito.
- Sem problemas, Lílian. Eu nunca fui de acreditar em previsões também... mas não podemos ser radicais em nada, absolutamente nada. Flexibilidade é uma grande virtude, e as circunstâncias...
Calou-se, e Lílian o fitou, curiosa.
- Sim, diretor?
Dumbledore sorriu para ela.
- Nada, Lílian. Na hora certa você vai entender... aliás, nem eu entendo agora, mas algo me diz que em breve tudo vai fazer sentido. Não haverá aulas hoje, em respeito à Mena. Avise aos alunos, por favor.
- Sim.
- Pode ir, Lílian.
Sem dizer uma palavra, Lílian deixou o aposento, mais confusa do que nunca.
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Lílian chegou no Salão Comunal da Grifinória distraída. Estava praticamente vazio, exceto por dois garotos do primeiro ano, que pareciam preocupados com a prova de Defesa Contra Artes das Trevas, isolados num canto com um grande volume de "Animais das Trevas - Volume 1". Lílian permitiu-se um sorriso de lábios colados, lembrando-se de sua própria época de novata. Olhando para o lado, não reparou que esbarrou em alguém.
- Opa! - disse a voz de Remo Lupin jovialmente - se eu fosse uma cobra, te mord...
Não completou a palavra, quando viu que Lílian estava realmente muito abatida, com a expressão de quem estava contendo um choro. O sorriso desapareceu de seu rosto, e sua testa ficou franzida. Ele parecia bem mais velho quando ficava desse jeito.
- Lily, o que aconteceu?
Lílian não agüentou e atirou seus braços em volta do amigo, soluçando e molhando o canto das vestes dele com lágrimas quentes recém saídas de seus olhos. Remo, hesitante, colocou sua mão direita sobre os cabelos da garota, afagando-os de uma maneira quase paternal.
- Sshh! - murmurou, bem no ouvido dela - Já passou...
Ela meramente balançou a cabeça, ainda afundada nas vestes de Remo, resoluta.
- A culpa foi minha... minha...
O rapaz a afastou de si, segurando-as pelos ombros e erguendo o queixo dela com um dedo da mesma mão que acariciara seus cabelos.
- Seja lá o que for, Lílian, conte sempre comigo.
Ela o abraçou de novo, ainda chorando. Os dois moleques do primeiro ano haviam parado seus estudos para observar o casal de amigos, e riam histericamente, tanto que Remo ficou desconcertado, e disse para Lílian:
- Lily, acho melhor irmos para outro lugar.
Ela apenas fez que sim com a cabeça. Mais tarde pensaria que o que mais gostava em Remo era a forma com que ele nunca exigia que lhe dissessem nada, deixava que lhe contassem as coisas naturalmente.
Ele a puxou para fora do Salão Comunal, passaram por alguns corredores, quando Remo falou:
- Chegamos.
- Chegamos aonde? - Lílian perguntou, já mais contida.
- Aqui. - disse ele, puxando a moça pela mão e dando uma cotovelada num dos blocos de pedra da parede, fazendo com que esta girasse, revelando sala com algumas almofadas e uma escada de mármore que dava para algum lugar lá embaixo.
- Que... que lugar é esse?
- É o lugar onde eu gosto de ficar quando quero estar sozinho - sorriu timidamente - Bom, sente-se, acho que você está um pouco nervosa.
- Realmente, - disse Lílian, sentando-se sobre uma das almofadas.
Lílian ficou apenas olhando para a frente, e Remo, sentado a seu lado, ficou olhando para ela.
- Ontem, na aula de Adivinhação. A Landers... ela... parece que ela viu alguma coisa nas minhas mãos, eu achei que era bobagem... ainda acho, mas... ela se trancou no escritório, estava desconcertada, você viu... ela teve um ataque, ou alguma coisa parecida... relacionado ao que ela viu em mim, tenho quase certeza... o Dumbledore falou que ela morreu tendo uma previsão... - virou-se para Remo, encarando-o nos olhos - E a culpa foi minha, eu sei.
Remo mordeu o lábio e ajeitou uma mecha de cabelos ruivos atrás da orelha de Lílian, que inclinou a cabeça para esse lado, fechando os olhos e deixando escapar algumas lágrimas.
- Lily... - começou ele - você não tem culpa. Você sequer pediu que ela lesse a sua mão.
Lílian abriu os olhos e sorriu de modo tênue.
- Eu sei, mas é que mesmo que indiretamente, fui eu quem causou a morte dela. Sei lá, era uma pessoa. É muito ruim sentir que eu fui o agente causador da morte de alguém. E nunca alguém tão próximo de mim, não estou dizendo que ela seja íntima, mas próxima, era minha professora de Adivinhação, e desde o terceiro ano eu tenho aulas com ela, rio dos escândalos, das aulas idiotas, bom... nunca alguém próximo de mim morreu, quer dizer, quando eu tinha seis anos, meu avô morreu, mas eu nem tinha discernimento o suficiente para... não entender, eu sabia que "vovô tinha ido pro céu", mas para compreender o que era morte, e porque ela causa tanta dor nas pessoas... - Lílian estava muito vermelha, tanto no rosto quanto nos olhos, e as lágrimas escorriam pelo seu rosto em velocidade cada vez maior. - mas agora, era uma pessoa que estava aqui ontem, tocou em mim, falou comigo, estava viva, e hoje está morta.
- Eu sinto muito, Lílian. Muito mesmo. Eu queria fazer alguma coisa pra que você pudesse esquecer tudo isso, mas eu sei que não há nada que eu possa fazer... eu sei como você deve estar se sentindo e...
- Sabe?
Remo baixou os olhos, visivelmente desconcertado.
- Acho melhor falarmos sobre isso outra hora, ok? - levantou-se, puxando Lílian, que limpava as lágrimas restantes com a palma das mãos para que ela se levantasse também - Eu sei de uma coisa, um lugar que pode te animar. - sorriu.
- O quê? - perguntou, realmente mais animada.
- É surpresa...
Lílian olhou para baixo, limpou as últimas lágrimas e disse:
- Vamos.
Remo sorriu de orelha a orelha, e tapou os olhos dela com as mãos. Pela primeira vez no dia, Lílian riu de verdade, e desceu as escadas, guiada pelo amigo.
- Estamos chegando... - Remo avisou jovialmente - Aqui.
Ele tirou as mãos dos olhos de Lílian, que os abriu vagarosamente, mirando cada pedaço da paisagem que via a sua frente. Era um jardim, não um jardim comum, um jardim mágico, mais bonito que qualquer um que ela já vira em toda a sua vida.
A beleza não estava na riqueza das flores, mas na diversidade das mesmas. Havia flores de todas as cores e de todos os tipos, e uma peculiaridade a respeito delas: elas cantavam... e maravilhosamente bem. Mas foi só virar para o lado que Lílian percebeu que a música não vinha apenas das flores, mas também de aves muito bonitas... fênix.
- Não há complemento melhor para a música de fênix que a música das flores... - disse Remo, contente.
- Eu... eu nunca ouvi música de fênix, nem música de flores - disse Lílian, maravilhada - Tudo aqui é lindo, - virou-se para o garoto - muito obrigada por me trazer aqui, Remo, não há como ficar triste ouvindo música como esta.
Ele sorriu e corou levemente, mas Lílian não reparou... estava por demais ocupada observando as flores e as fênix.
- Esse é o jardim das fênix, Lílian. Bom, pelo menos é como eu chamo esse lugar, que é para onde eu venho quando quero ficar sozinho... você é a primeira pessoa para quem eu conto disso aqui...
- Você nunca contou nem para os meninos?
- Não, nem para eles. - disse Remo, sério.
Lílian sorriu e deu um beijo no rosto dele.
- Muito obrigada, Remo, - disse ela, radiante - muito obrigada por tudo.
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