Cap 3 – Parabéns!
Mãos, boca, pele, cabelos ruivos...
Acordou suando e assustado. Passou a mão pelos cabelos, suspirou e virou para o lado tentando esquecer do sonho, o qual já tivera pela terceira vez na mesma noite, e dormir novamente, mas isso parecia impossível. Temia dormir, temia sonhar com ela novamente, temia lembrar de tudo que passaram juntos e sentir aquela dor perfurante no peito, a ponto de levá-lo às lágrimas, suas companheiras mais freqüentes nos últimos tempos. Odiava chorar, odiava ela por fazê-lo chorar, por fazê-lo sofrer . A melhor coisa que poderia fazer era se levantar e acabar com a garrafa de vodka que ainda continha mais do que a metade. Quem sabe assim as lembranças não fugiriam de sua mente?
Afastou as cobertas, pos os pés para fora da cama e pisou no chão, gelado. Não que se importasse, mas o gelo, o frio, o fazia lembrar dela, aliás, tudo lembrava ela!
Caminhou até o bar que ficava na sala e resolveu tomar o líquido na garrafa mesmo. Era seu aniversário, todos haviam dado parabéns, todos os Weasley compareceram à pequena comemoração que ele tinha feito, com o real intuito de reencontrá-la, mas de nada adiantara, só tivera que fingir sorrisos e contar o tempo para que todos fossem embora e o deixassem sozinhos com seus pensamentos.
Queria sumir, queria morrer, queria matar... e para piorar sua raiva, alguém tocava a campainha às 2:30 da manhã, freneticamente. Quem poderia ser àquela hora? Provavelmente Ron dizendo que esquecera uma mamadeira ou uma fralda, ou algo relacionado aos seus gêmeos com Hermione.
Esperou alguns segundos, mas Ron não parecia sossegar, então resolveu abrir a porta, com a garrafa em uma mão, e ostentando uma cara mais do que emburrada, que dizia claramente “Pegue o que quiser e suma o mais rápido possível!”
Qual foi sua surpresa quando, ao abrir a porta, deu de cara com uma ruiva de cabelos compridos, já virada de costas, indo em direção ao elevador, mas que se virou imediatamente e instintivamente para sua direção, quando ele abriu a porta bruscamente.
Sua expressão até se suavizou, e de irado, passou a surpreso e incrédulo.
“Gina?”
SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
Estava sentada em uma cadeira na varanda de seu apartamento e apoiava os pés na outra. Fazia um frio inimaginável para um dia de verão, mas lá estava ela, lendo um livro, na varanda de seu apartamento, sozinha, numa noite de verão... Verão lembrava ele, ainda mais porque nessa exata noite era seu aniversário. Suspirou; pra que se enganar? Tentava ler inutilmente o livro, tentara se concentrar em outras coisas durante o dia para que seu pensamento não fosse para a festa que ele daria, e que ela fora convidada, e queria ir, mas algo em seu interior a proibira. Tentara conter seus pensamentos e suas vontades para que estes não a levassem até o apartamento dele, para que ela não se atirasse em seus braços e se perdesse em seu corpo. Tentou se concentrar no livro mais uma vez, mas nada adiantou. Resolveu fazer café, e ao checar as horas, viu que já era duas da manhã. Duas horas da manhã e a vontade de ir até o apartamento dele não passara. Resolveu tomar um bom banho quente pra esquecer.
Pressionava o dedo freneticamente contra o botãozinho redondo, e depois de quase dois minutos sem resposta se deu conta da esteira que fizera e virou as costas para ir embora, foi quando a porta abriu abruptamente, e ela se virou num impulso, e o viu parado na porta.
Estava lindo, com uma mão segurando a garrafa de vodka, a outra segurando a porta, usava apenas a calça do pijama, os cabelos pareciam mais desgrenhados do que possível, não usava óculos, e apesar das olheiras, estava lindo, como talvez nunca o vira antes.
“Gina?”
“Harry...oi!”
“O que você ta fazendo aqui a essa hora?” perguntou confuso
“Bem...eu...eu...sabe...” olhava fixamente para seus sapatos, como se estes fossem a coisa mais interessante do mundo
“Você...?”
“Parabéns!” levantou a cabeça e deu um sorriso amarelo para um Harry cada vez mais confuso
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