Estranho ritual
As duas vão para a casa de Keyla, no vilarejo.
- Estou com um pouco de fome.
Diz Lola, passando as mãos nos cabelos.
- Bem, irei fazer “hutry” para nós.
- Hutry?
- Sim, é uma comida que lembra um pouco macarronada, só que com larva de lesma.
- Eca!
- Eca nada! É uma delicia, você vai adorar.
- Não tem nada melhor?
- Bom, estive no mercado ontem, e o hutry estava em promoção, por isso o comprei.
- Está bem, eu experimento esse tal macarrão.
Algum tempo depois o tal hutry é servido.
Lola começa a comer devagar, fecha bem os olhos.
Faz uma pequena careta e em seguida abre os olhos.
- Sabe que não é ruin...
- Viu só! Eu falei que era delicioso.
Lola repete o prato.
- É uma delicia, tem mais?
- Vai quer entrar no terceiro prato?
- Sim.
- Está bem.
Lola come o terceiro prato e vai descansar.
Keyla fica observando-a ao dormir.
Após algumas horas, Keyla vai até á sala e liga uma espécie de TV, só que um pouco diferente, não tinha controle remoto, as pessoas falavam a programação que queriam ver e em seguida aparece um painel para elas apertarem com o dedo e escolherem o canal desejado que estivesse com o gênero que a pessoa havia citado.
Keyla passa algumas horas na frente da “TV” e depois adormece, já era altas horas da noite.
Ao passar da madrugada, uivos de lobo se ouvia, gritos de morcego e o rasgar das corujas.
Keyla acorda com um pouco de sede, levanta bebe um pouco de água, e em seguida come um pouco de “Maghazuny” uma iguaria rara, que lembrava croquete, só que dentro continha fígado de piranha.
Come em cerca uns seis deles e depois se deita e adormece.
Mais algumas horas se passam, e logo amanhece.
Keyla fora a primeira á acordar, preparou um delicioso café com outro tipo de comida que lembrava muito uma pizza.
- Lola!
- O que?
- Já amanheceu.
- Eu estou com sono, me acorde mais tarde.
- Não, você irá tomar o seu café agora!
- Ah não.
- Ah não é o meu tio Mattos.
- Mas Keyla...
- Nem mais nem menos! Levante agora mocinha.
- Está bem.
Diz Lola bocejando.
As duas vão até a mesa.
- O que é isso?
- Bom, aqui é chamado de Pyshct.
- Que nome estranho, isso lembra muito pizza.
- Coma, fiz especialmente para você.
- Serio? Obrigada, não sabia que era tão gostoso.
Diz Lola comendo vagarosamente.
- Que bom que gostou.
Passa-se mais algum tempo, e logo um pombo põe uma carta no jardim.
Keyla ia colocar o lixo fora quando viu a tão esperada carta.
- Lola!
- O que?
- A carta, a carta da rainha acabou de chegar!
- Serio?
- Sim, irei abri-la.
Lola saí correndo para o jardim para ler a carta junto á Keyla.
A carta diz tudo em nossa língua, mas irei traduzi-la para você, é o seguinte:
“Caros amigos, envio-lhe esta correspondência para avisar que eu, príncipe David, acabo de chegar com minha mãe de viajem.
Soube que duas belíssimas jovens estiveram por aqui, atrás de uma solicitação de um registro temporário para uma garota.
Cujo viera de outra dimensão, a dimensão “A”.
Espero que venham o mais rápido possível para que este registro seja criado para esta jovem, e odeio informa-lhes de que minha mãe a Rainha Elizah Sant, está passando por momentos difíceis de estado de saúde, e informo que o registro temporário para a Srta. Herbesh será criado por mim mesmo, espero que recebam esta carta o mais rápido possível.”
Príncipe David.
- Nossa, esse príncipe deve ser muito culto.
- É, ele é o filho mais velho da rainha, e também o mais inteligente.
- Keyla, então vamos agora no castelo da rainha?
- Bom, se formos andando iremos levar no mínimo um grande espaço de tempo, então sugiro que peguemos uma das carruagens do Sr. Lúcio.
- Quem é o Sr. Lúcio?
- Meu vizinho.
- Está bem.
As duas andam um pouco e logo chegam á uma velha e grandiosa mansão.
Sr. Lúcio!
- Ah, olá minha querida Keyla!
- Olá...
- O que traz a sua beleza á minha humilde casa?
- Bom, para começar preciso de um favorzinho seu.
- Diga, fique á vontade.
- Preciso que me empreste a carruagem azul.
- A carruagem azul?
- É, ela mesma.
- Ah, claro, ela está disponível, venham por aqui.
O velho senhor ás leva a um grande hall, que possuía muitos carros, carroças e carruagens.
- Ali está, a carruagem azul.
Diz o velho apontando para uma belíssima carruagem.
- Ah, obrigada Lúcio.
- Voltem sempre que puderem.
- Está bem, mas voltaremos o mais breve possível para devolvermos a sua carruagem.
- Certo.
As duas saem na carruagem, Keyla estava no comando.
Após algum tempo avistam o imenso castelo que haviam visto antes.
As duas são barradas pelos mesmos guardas da outra vez.
Ele pede novamente os documentos de identificação e Lola mostra a carta que lhe foi enviada.
Elas entram no castelo e um outro guarda as levam aos aposentos reais, na qual se encontrava o príncipe.
- Olá garotas, sejam muito bem vindas aos meus aposentos, devo imaginar que as duas senhoritas vieram para buscar o documento de identificação de uma senhorita chamada Lola, è isso mesmo?
Recita o príncipe numa voz doce e majestosa.
- Isso mesmo Majestade, o mesmo já está pronto?
Pergunta Keyla
- Mas é claro, já está redigido desde ontem, assim que você me pediu.
- Muito Obrigada!
- Por nada. Ele este em cima daquela grande mesa.
- Ah, sim, aqui está.
- Nem sei como agradecer à vossa majestade, não sabes o tanto de situações perigosas que nós passamos desde que eu cheguei.
Fala nervosa e eufórica Lola emocionada por estar ao lado de um príncipe e agradecendo infinitamente sua colaboração, disponibilidade e sua grandiosa generosidade.
- Mais uma vez, muito obrigada de nos conceder mais um favor em prol de outrem.
Fala, já se despedindo do príncipe.
- Por nada, quando precisarem de mim, podem contar, se eu estiver disponível. (leves risadas).
As duas já saindo do castelo, agradecem aos guardas e partem de volta para o vilarejo na linda carruagem do Sr. Lúcio.
Elas embarcam, durante a magnífica viagem de dois dias de volta, Lola começa a se emocionar por tudo o que ela passou desde que chegou, também pela belíssima paisagem que avista.
- Keyla!
- Diga.
- Que torre enorme é aquela?
- Aquela é a mais famosa torre deste mundo: é a torre Moksert.
- Nossa, que nome. Mas porque ela tem esse nome e é tão famosa?
- Esse nome foi de um grande filósofo que descobriu esse fabuloso lugar. Como você sabe, esse mundo é semelhante ao seu, tem vários continentes, como vocês chamam em seu mundo que têm vários países, aqui dizemos que tem vários impérios. Esse, chamamos de “Elizah Sant Imperius”
- Mas que mundo fantástico. E os reis desses impérios também são tão generosos quanto o da Rainha Elizah Sant?
- Nem todos são tão bons. Você deu sorte de parar nessas terras, que são as menos perigosas e nesse reino, que é o mais gentil e honesto.
- Se essas são as terras menos perigosas, e eu passei por tudo aquilo, imagine se eu tivesse parado no reino mais perverso.
- Pois é, foi pura sorte sua.
- E agora o que vamos fazer? Já que eu sou registrada nesse mundo, não há mais risco de eu ser presa, não?
- Não é bem assim, vamos com muita calma, não é que você já esteja registrada, que você nunca será presa. Se você cometer algum crime ou delito será presa e terá seus olhos arrancados como punição para jamais cometer esse tipo de crime na vida, nem tentar fugir.
- Não vou cometer crimes, apenas quis dizer que estou livre para explorar o lugar.
- Tudo bem, mas só dentro desse reino, certo? Não queremos problemas nem confusões para a nossa majestade. Esse mundo quase nunca foi assim, tranqüilo, Nesse mundo já houve terríveis batalhas, onde milhares morreram e centenas ficaram gravemente feridas. Nesse período de guerras, quase todos prefeririam morrer em batalha a terem que morrer doentes, em suas camas, sem fazerem nada para ajudarem seu povo. Naquela época eu não havia nascido ainda, mas meus pais me contaram. Não havia segurança, ou leitos nos hospitais para os feridos durante a batalha, havia sim, uma aterrorizante doença que matava as pessoas em horas, nós a chamávamos de “Chalak”, que quer dizer “muito perigoso” no idioma real. Ninguém sabe, ao certo, quem trouxe a doença e a batalha para esse lado do império, só sabemos que a batalha começou entre os impérios de “Kaszak” que é bem ao sul e o de “Nakcokzza” a sudoeste.
- Quem ganhou a guerra?
Pergunta Lola, sendo fiel ao escutar o que Keyla contava.
- Foi o império de “Kaszak” que logo em seguida tomou, quase de imediato, o império derrotado.
- Nossa, que historia fantástica, em meu mundo também houve guerras desse tipo: a primeira e a segunda grande guerra mundial, na qual também morreram milhares de pessoas. Ahm...
Termina de falar e já bocejando, Lola completa:
- Ahmmm, que sono, vou dormir um pouco. Qualquer coisa me avise de imediato, certo?
- Certo Lola.
Keyla também se sente cansada e se deita para dormir.
O sono chega, as duas adormecem e passam horas dormindo.
Era exatamente 14:00, e as duas ainda estavam á dormir.
Passa-se mais horas...
E finalmente anoitece, mais uma vez.
- Keyla!
- Diga!
- Anoiteceu, já está de noite!
- Nossa! É mesmo, irei preparar algo para comermos.
- É bom, estou com um pouco de fome, será que tem pizza de novo?
- Não, mas temos olho de elefante, fígado de braquiossauro e “nahkfak”.
- Eca!
Keyla dá leves risos e volta á falar.
- Não bobinha! Irei fazer nahkfak para nós.
- Está bem, mas com que isso parece?
- Bom, como já estive no seu mundo por vários anos, posso dizer que lembra um pouco pão, ou bolo.
- Deve ser bom.
- É o meu prato predileto.
- Que bom que lembra pão.
- É, lembra um tipo de bolo também.
- Mas, Keyla...
- Diga.
- Quanto tempo você passou no outro mundo?
- Exatamente cinco anos.
- Nossa, foi difícil adaptar-se ao novo mundo?
- Eu consegui me adaptar.
- E como você voltou?
- Bom, eu voltei através de um lago, havia um portal dentro do lago.
- Interessante. Que tal irmos a esse portal?
- Não sei, seria um pouco arriscado, mas podemos ir.
- Que máximo, não vejo a hora de voltar pra casa.
- É, mas não se empolgue muito, não se sabe se o lago ainda existe.
- Está bem.
As duas pegam a mesma carruagem e vão até o lago, não muito belo, mas muito extenso.
- Nossa, que lago grande!
- É, é um dos maiores lagos que existem.
As duas andam um pouco mais para poderem mergulhar no lago, mas são surpreendidas por uma cena chocante.
Uma velha bruxa chamada “Kytoch” estava fazendo um estilo de ritual junto á mais algumas pessoas.
Falavam palavras estranhas, palavras que nem Keyla sabia o que significava.
- Lola...
- O que?
- Eles parecem estar dizendo que precisam de uma alma pura para completar o ritual.
- E daí?
- E daí que a velha bruxa disse que uma alma pura acaba de chegar.
Uma força atrai Lola até eles, onde estariam fazendo o ritual.
- Keyla! Socorro!
- Fique calma!
A velha põe uma mascara que continha milhares de alfinetes em Lola, uma mascara que não estava fechada, mas que servia como ameaça á garota.
Um feiticeiro segura Lola e amarra suas mãos á um estilo de corda que a guia por cima de uma montanha de cactos.
- Por que estão fazendo isto com ela?
- Apenas uma alma pura poderá trazer de volta o nosso Rowaily.
- Esqueçam esse ritual bobo, devolva a minha amiga!
- Do sacrifício nasce as cinzas, das cinzas renasce a fênix, e a fênix que esta á renascer será o nosso deus.
Quando Lola chega ao outro lado da montanha a corda a lança no chão.
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