Exorcismo de Rowaily



Lola olha para os lados á procura de alguma coisa, mas não avista absolutamente nada.
Quando repentinamente um barulho ecoa por todos os lados, um imenso dragão surge.
- Ah meu deus!
Grita Lola á procura de ajuda.
Quando menos esperavam surge uma bela elfa de cabelos louros e a tira da corda, assim salvando-a.
- Garota, você é a única que pode ressuscitar o nosso Rowaily.
Lola se põe a chorar.
- Por que eu?
- Você é a única alma pura do nosso mundo, vá fuja daqui o mais rápido possível.
Diz a elfa apontando para uma estrada de barro.
E ela completamente assustada corre em direção à estrada.
Ao chegar, começa a gritar desesperada por Keyla.
- Keyla, onde está você? Apareça por favor!
E nenhum sinal dela. Lola continua a gritar desesperadamente, e então do nada aparece uma senhora, aparentemente muito simpática, dizendo que a mocinha que ela estava procurando estaria do outro lado da montanha e que ela deveria ir o mais rápido possível, se não os feiticeiros que estavam próximos ao lago a matariam se caso você não aparecesse logo lá.
Lola, achando que aquela simpática senhora havia falado a verdade, desce pela estrada até as proximidades do lago e no meio do longínquo caminho, ela cai numa enorme cratera, que aos seus olhos era invisível, depois que ela caiu foi que percebeu onde estara. O lugar estava inundado de animais nojentos e peçonhentos, e então Lola começou a gritar.
- Socorro! Socorro! Socorro! Alguém me tire daqui!
E apareceu um belo rapaz que morava na vizinhança que trouxe uma corda e a puxou até a superfície.
Lola, cansada de tanto gritar, agradece ao belo rapaz que a salva e ficando corada logo depois. Ela foi ao vilarejo correndo e chorando apavorada em achar logo sua amiga. Sem olhar para frente, se esbarra numa pessoa que a reconhece.
- Lola!
E Lola pára no mesmo segundo, olha para trás e vê que é sua fiel amiga Keyla.
- Keyla, eu estava tão apavorada, com tanto medo, e onde é que você se meteu?
- Ah, Lola, você não acredita...
- Anda logo, fala.
- descobri que para você passar pelo portal, você terá que ser o núcleo de um ritual bastante perigoso. Se der errado você fica eternamente no mundo paralelo aos dois. Nem no seu, nem no meu.
Lola mais uma vez põe-se a chorar, dizendo que nunca mais voltaria para casa, que isso não daria certo, enfim, uma infinidade de coisas que ela acha que nunca daria certo, apesar de tudo, desde que ela chegou nesse mundo, tudo deu errado para ela. E então ela desmaia.
- Lola, acorde! Lola, acorde!
E nada dela acordar. Keyla decide a levar para o vilarejo em seus braços.
No vilarejo, Keyla põe Lola numa confortável cama, deixando-a descansar por algumas horas.
E nesse meio tempo, Keyla decide ler junto à cama de Lola, enquanto ela adormece.
Quatro horas se passaram e nada de Lola acordar. Ela ficou adormecida pelo resto do dia e Keyla aproveitou que já tinha anoitecido e pôs-se a dormir também.
Lola sonha num lindo palacete, parecido com o da Rainha Elizah Sant, onde tinha inúmeros quartos, salas, banheiros, uma cozinha em cada pavimento, sendo eles três, centenas de funcionários, só para cuidar da casa, fora os guardas e os jardineiros. Ela foi-se adentrando em um lindo e gigantesco quarto, que era o seu, vestida com um lindo vestido de cor de pêssego, com uma enorme calda, pensando se tudo aquilo que ela vivera não passasse de um perigoso e divertido sonho, em que as verdadeiras princesas sempre saíam vivas das infinitas aventuras que viviam, escutava vozes do nada, que diziam: “A verdadeira princesa de alma pura teria que dar sua vida ao nosso Deus Rowaily, ou nós, desse mundo morreremos”. Lola fica perplexa, atordoada e apavorada, se senta na cadeira da bancada da escrivaninha e começa a escrever o que sente naquele exato momento.
“O que é isso tudo? O que está havendo comigo? Será que eu não posso ficar sossegada por apenas um minuto que algo ou alguma coisa ou... Sei lá, quer que eu me sacrifique em prol de um Deus que nem conheço Isso tudo agora não deve passar de uma incrédula brincadeira de mau gosto de Keyla”.
Foi interrompida por um urro meio abafado, como se uma pilha de roupas estivesse em cima de um leão desesperado tentando fugir de alguma coisa, só que um pouco mais alto. Ela tenta chegar mais perto do baú, onde saía o apavorante som, com suas pernas trêmulas e imóveis e ninguém perto dela para ampará-la, dando um lentíssimo passo a cada quarenta segundos. Chegando a mais ou menos trinta e cinco centímetros do baú, as porta do mesmo abre com uma força brutal, fazendo com que ela voe para trás, caindo logo em seguida. Ela percebe que é um filhote de “Ucúrupa”, que na dimensão dela se parece com um filhote de Tigre de Bengala. Lola ficou um pouco receosa logo de início, mas em seguida o medo foi passando, porque um animal tão pequeno e indefeso não a faria mal, então ela o pegou, acariciou, começou a brincar com o lindo animal, sem que ele lhe passasse medo algum, passou a tarde toda brincando de se esconder, mas era chegada à hora da refeição noturna, Lola teria que colocar o animal dentro do baú onde o achara, mas de repente o olhar do animal mudou, como se fosse um animal temido e tenebroso, passando de um olhar azul e meigo e tornando-se vermelho-sangue e aterrorizante, e então o animal com cara de furioso falou “Se me pôr de volta naquele cubículo e sair desse aposento, com certeza terás uma morte muito intrigante para os olhos dos humanos”, com uma voz que ninguém nunca escutara na vida inteira. E então Lola fez o que o animal a mandava. Os móveis do aposento estavam do jeito que ele queria e o centro completamente vazio e então Lola desenhou, com um punhado de areia que havia encontrado num vaso de planta um enorme pentagrama cuidadosamente e o pos exatamente no centro. Ela parecia estar num estado de persuasão profunda e temporária, mas se o plano do animal desse certo, Lola perderia sua alma para sempre, sendo seu belo corpo tomado pela alma do animal. Os funcionários da casa, incomodados com o arrastar dos móveis, foram ao quarto de Lola, começaram a bater na porta chamando-a, e nada aconteceu. Eles notaram que havia alguma coisa lá dentro junto a Lola, falando uma linguagem nunca falada naquele mundo, exceto por terríveis e poderosos magos. Estavam apavorados, suas pernas não saíam do lugar, de todos, quando o animal terminou de citar as tais palavras estranhas, saíram flashes de luz por baixo da porta e então Lola, dentro do quarto, dera um grito tão agudo que as vidraças das janelas quebraram, e então um dos funcionários da casa pegou uma pistola antiga, mas armada, apontou para a maçaneta da porta e deu um tiro que fez um barulho infernal. A porta abrira e eles entraram com mais medo do que uma criança com medo do bicho-papão, e viram Lola transformada, com a mesma aparência, mas com outro coração, com outra alma, tendo a sua, sido destruída, seu olhar era de uma pessoa que gostava de enganar as outras, apenas para matá-las, era algo impressionante. Lola num minuto abriu os braços e arreganhou os olhos, em outro minuto todos os funcionários da casa haviam sido desintegrados, partindo Lola para outra parte do mundo para matar mais gente. Foi quando Lola foi acordada de seu interessante sonho por Keyla. Era hora de Jantar.
Lola, ainda muito sonolenta, se levanta da cama de colcha-de-retalho aparentemente abatida pelo sono, tonta, seu corpo pedia cama, nunca dormira tão bem em sua vida.
O jantar era curupacsu d’bafnok, um prato típico daquela região muito gostoso que se parecia com o nosso bacalhau. Durante o jantar, pensara bastante no estranho sonho que tivera essa tarde, ficou receosa de contar para Keyla, para não deixá-la preocupada. Tinha usado todo seu sono durante a tarde e logo após o jantar, ela resolveu ler. Leu um livro, cuja história era bastante parecida com a sua – outro mundo, outras pessoas, outra convivência, outra vida, pensara até que aquilo tudo sobre a qual estava passando, tivera saído daquela história, que sua vida naquele mundo não passava de um temporário sonho, então, do nada, resolveu contar sobre seu sonho a Keyla, que se preocupou quase instantaneamente. Naquele simples e meigo povoado, houve uma maldição de uma senhora, que foi acusada de esquartejar duas crianças de cinco anos cada, antes de ser enforcada pelos moradores, ela jurou que um dia, futuramente, chegaria àquele povoado uma garotinha de dezessete anos que iria mudar para pior aquele lugar, com seus sonhos poderia prever o que iria acontecer, e com essa arma, iria destruir todo aquele mundo quando abrisse seus aterrorizantes olhos de cor-de-sangue. Keyla, ao pensar profundamente na história, resolveu tirar Lola daquele vilarejo o mais rápido possível, seria bastante óbvio que iria proteger, em primeiro lugar, seus habitantes, que se encontravam em numerosa quantidade. Lola foi tirada do vilarejo com a desculpa de que aquele lugar seria atacado, e que isso não estaria longe de acontecer.
O olhar dela mudara como num passe de mágica. Seus olhos ficaram da cor-de-sangue. Keyla saiu correndo daquele lugar, antes que pudesse acontecer alguma coisa.
Mas ela não lembrara de uma coisa que a velha disse antes de morrer – “O tal poder oculto nessa garota, só aparecerá se for contrariada, aborrecida de alguma maneira ou, simplesmente, confusa”.
Keyla voltara para o vilarejo muito ofegante, quando chega, encontra todos os habitantes mortos, porém sem nenhuma marca de luta corporal, é como se as almas deles tivessem sido arrancadas, sem dá-lhes chance alguma de defesa. Nesse momento, Keyla sentiu um ódio que lhe devorava inteira por dentro, uma vontade de acabar com a vida de Lola, como ela acabou com a do povoado.
Keyla se vestira de preto, e armada até os dentes partiu ao encontro de Lola, que já havia destruído mais da metade do tão debilitado planeta.
Keyla anda pelas ruas á procura de Lola, e então depois de muito andar, vê uma garota chorando embaixo de uma arvore.
Chega mais perto para ver quem era.
Fica um pouco constrangida ao ver que ao invés de uma garota que estaria chorando por causa que perdera sua família, não, era simplesmente Lola, chorando sem saber o porque de tudo aquilo.
- Lola...
- Ke...Keyla...
Diz Lola gaguejando.
Keyla senta-se abaixo da arvore junto á Lola e a abraça.
- Eu sei que não está sendo fácil, esse poder todo que estas em mãos.
Lola põe a chorar nos ombros de Keyla.
- Calma, tente ficar calma.
- Está bem.
Lola se acalma um pouco.
- Está melhor?
- Acho que sim.
- Eu... Eu sei onde te levar para curarmos esse mal que está atordoando a tua doce e delicada vida.
- Sabe?
- Sei, sei sim.
- Onde, então? Diga á mim pelo amor de deus.
- Bom, eu conheço uma curandeira... Que cura absolutamente tudo o que possa imaginar, exorcismo,abortos,fertilização.
Lola levanta a sobrancelha esquerda.
- Vamos lá então.
Diz Lola com um pouco de animo.
As duas andam por varias horas, até chegar um uma pequena casa de argila.
- Sra. Moscolly?
- Ah, entre minha querida.
Diz uma fraca voz de dentro da pequena e humilde casa.
- Bom, essa garotinha aqui, está...
- Com o espírito do Rowaily.
Completa a velha senhora.
- Como sabe?
- Senti desde o primeiro instante que entrastes aqui, minha jovem.
Lola sente um tremor em seu corpo.
- Fique calma minha jovem, eu estou aqui para fazer cerimônias e palestras de exorcismos e também efetuo o mesmo.
As duas olham uma para a outra.
- Eu apenas precisarei que me diga algumas coisas, como por exemplo... Esteve recentemente em algum portal? Ou em alguma fronteira?
- Bem, estive em um portal que fica próximo á um lago.
- Ah sim, o lago é conhecido como o lago azul.
Diz a velha senhora.
- Bom...
- O que?
Pergunta Keyla aflita.
- Foi exatamente neste lago que o nosso Rowaily morreu.
Lola abre bem os olhos.
- Você pode ter recebido o espírito dele que estava nas profundezas do lago, e como ele não poderia se hospedar em ninguém a não ser uma alma pura, ele pode encontrar uma que estava bem próxima dele, e logo então não perdeu tempo e rapidamente tomou posse do seu corpo.
Lola fica espantada ao ouvir tudo aquilo.
- Mas minha jovem, pra tudo há uma solução, eu hoje irei ser a solução.
Lola dá um pequeno sorriso.
- Deite-se nesta cama por favor.
Aponta a velha para uma cama que parecia ser de ouro, era o único pertence da casa que era belo.
A velha começa a dizer palavras estranhas, os seus olhos viram e ela fica suando frio.
- “Rowaily rootokory... Shorthudy Rowaily....”
O corpo de Lola começa a flutuar.
- Saia deste corpo, Já!
Diz a velha batendo um cabo de vassoura no chão.
- Saia!
A voz de Lola fica idêntica a de uma criança amedrontada.
- Não, por favor!
Diz Lola.
A velha senhora mostra o dedo do meio para Lola.
- Saia! Eu estou ordenando!
A voz de Lola muda mais uma vez, agora lembrava a voz de um velho.
- Você não é o meu falecido marido!
Grita a velha batendo o cabo mais uma vez no chão.
- Ben descansa em paz! Você não é o meu marido!
Bate mais uma vez o cabo no chão.
- Saia, já!
O corpo de Lola para de flutuar e cai sobre a cama, em seguida todos os vidros da humilde casa se quebram.
- Minha nossa!
Grita assustada Keyla.
- Nem todo deus é bom.
Diz a velha guardando o cabo de vassoura embaixo da cama.
- Muito obrigada senhora, Diz Keyla estendendo uma nota verde de dinheiro.
- Faço o que faço por prazer, não quero seu dinheiro.
- Está bem.
- Apenas desejaria que se retirassem da minha casa, tenho muito que organizar.
- Obrigada senhora, estamos indo.
Diz Keyla ajudando Lola a se levantar.
As duas saem andando pelas ruas do povoado até chegar a uma velha pensão chamada “Pensione Rodhulphos”.
- Lola...
- O que?
Pergunta Lola com a voz fraca.
- Ficaremos aqui por um tempo até que se recupere.
Entram na pensão e logo são recebidas por uma nobre dama de cabelos louros e óculos pontudos.
- O que desejam?
Pergunta a mulher.
- Nós... Nós gostaríamos de ficar na sua pensão por alguns dias.
Diz Keyla com a voz tremendo.
- Está bem minha jovem, mas saiba que a hospedagem aqui é barata, mas é de altíssima qualidade.
Fala a mulher apontando para um quarto que dentro havia duas camas.
- Muito obrigada.
Agradece as duas, sorrindo.
- É aconchegante.
Diz Lola se deitando em uma das camas.
- Eu gostei.
Diz Keyla deitando na outra.
As duas passaram a tarde toda ali, entrando de noite a dentro também.
Quando menos esperam, amanhece e a mulher traz o café-da-manhã na cama.
- Muito obrigada.
Diz Keyla pegando um pão com hambúrguer e o comendo em seguida.
- Servir é o nosso lema.
Diz a mulher colocando a badeja de Lola sobre sua cama.
- Obrigada.
Agradece Lola.
A mulher sai do quarto e logo guarda o carrinho dentro de um armário.

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