O registro



- Você precisa de algum registro para viver em nossas terras, se te encontram assim sem nada você pode ir para Raywook.
- O que é Raywook?
- Prisão, uma prisão cujos olhos dos detentos são arrancados para que nunca mais cometam crimes.
- Que horror!
- Bom, o reino de Dallyvan fica bem longe daqui, entretanto podemos chegar lá em media á uns dois dias, atravessamos de canoa o grande lago Ebarsoul e depois desceremos o morro de Stevyn Langer e após algum tempo logo avistaremos o palácio da rainha.
- Nossa! Tudo isso?
- É assim ou você poderá perder seus olhos.
- Está bem.
- O grande lago fica á alguns metros daqui.
As duas caminhavam por algum tempo por uma mata fechada até avistarem um belíssimo lago de águas cristalinas.
- Que Lindo!
Exclamou Lola.
- É... É mesmo.
Logo entram em uma canoa que por mágica movia-se sozinha.
- Mas, ela está andando sozinha?
Pergunta Lola, espantada.
- Ah, não está movendo-se sozinha, a nossa amiga a Sereia Rayanne está nos levando com seus cabelos amarrados ao interior do barco.
- Rayanne?
- É porque?
Pergunta uma voz que parecera vir debaixo d’água.
- Nada, apenas achei o nome muito bonito.
A sereia agradece e quando menos esperavam anoitece.
Lola ainda estava acordada olhando para as cristalinas águas do lago.
Vê uma lula gigante passar e fica observando-a.
Após passar um cardume de peixes ela adormece.
O sol nasce, assim como o dia.
- Lola!
- O que foi?
- Amanheceu!
- E daí?
- E daí que chegamos ao fim do lago, ou seja, o morro está á alguns metros.
- Ai que bom... Eu já estava ficando entediada.
- Então, vamos descer da canoa?
- Claro.
Diz Lola descendo em terra firme.
Quando as duas olham uma vista espetacular é mostrada, incluindo um morro, uma pequena floresta e em seguida um enorme castelo.
- Nossa, é esse o castelo da rainha?
- É, gostou?
- Magnífico.
- Que bom que gostou, agora vamos descer o morro e atravessar a floresta de Keyra Wisdoy.
- Nossa! Cada nomes legais que existem por aqui...
- É, você se acostuma.
Passaram exatamente duas horas para conseguirem descer do morro sem algum arranhão.
Já estavam entrando na pequena floresta.
- Isso aqui tem muitos insetos.
Diz Lola com cara de desanimo.
- Insetos não prejudicam... O que mais pode te prejudicar é aquilo.
Diz Keyla apontando para um lago sujo e imundo.
- O que tem lá?
- Piranhas. Piranhas de 7 metros de comprimento.
- Nossa!
- Te engolem sem precisar mastigar, mas mastigam por prazer.
- Que horror!
- É, e eu que perdi uma irmã de 10 anos aí.
- Meus pêsames.
- Ah, isso faz dois anos... Eu tenho que superar.
As garotas andaram mais um pouco pela floresta e pararam para descansar.
Passaram o dia inteiro descansando e dormindo.
Mais um dia se passara e a noite chegara.
As duas dormiam sob uma árvore.
À medida que o tempo passava, parecia escurecer mais, ouvia-se barulhos e rugidos, a noite naquela floreta era inquietante.
Após uma vagarosa noite de sono, as duas se levantam e começam á andar.
- Falta muito?
Pergunta Lola ajeitando os cabelos.
- Eu diria, uns dois quilômetros.
- Ah, ainda bem que falta pouco.
- É mesmo, eu espero que a rainha não tenha viajado para o sul.
- Mas, e se ela viajou como que fica?
- Fica assim, nós iremos pedir uma autorização ao filho dela, o Príncipe David, ele nos dá a autorização de uma estrangeira, no caso você.
- Ah, que bom.
- Trate de andar, garota!
- Está bem.
A floresta é repleta de dinossauros e elas têm que atravessar o lago por uma ponte de madeira que o corta exatamente ao meio, de repente, a ponte de madeira frágil, quebra e as duas se seguram a cipós das árvores que estão por redor de todo o lago. Com os gritos desesperadores de Lola, vários velociraptors são atraídos à beira do lago, tentando fuçá-las, um deles de debruça e outro, também bastante esfomeado, aparece por trás e o empurra, sendo ele obrigado a se prender no mesmo cipó que as garotas.
- Keyla, o que será de nós? Ele vai nos comer!
- Calma Lola, sairemos daqui sã e salvas, se der tudo certo. Tive uma idéia.
Keyla sobe pelo cipó, apóia o pé num pequeno buraco e se adentra num túnel, tentando puxar Lola para dentro, mas a força que o dinossauro está pondo é tanta que o cipó se parte, levando consigo Lola e o dinossauro, caindo no lago das piranhas.
O dinossauro, maior que Lola, chama mais a atenção das piranhas, sendo devorado em segundos, dando a oportunidade de Lola escapar por um pequeno túnel até a entrada de trás do túnel onde Keyla se encontrava. As duas foram à superfície com toda segurança e tiveram que fazer a volta pelo lago.
As duas saíram do lago e começaram a caminhar.
- Nossa! essa foi por pouco, hein?
Diz Keyla com cara de espantada.
- Eu fiquei com tanto medo!
Diz Lola chorando nos ombros de Keyla.
- Calma... Já passou.
- Agora estamos chegando no castelo.
Logo avistam um imenso castelo, com quatro grandes torres: uma em cada ponta do castelo, aparentemente com uns trezentos quartos, um enorme pátio de gramado bastante verde, e muitas outras coisas que Lola viu e ficou impressionada tanto quanto Keyla.
Ficaram tão impressionadas que não perceberam que estavam sendo seguidas por dois ladrões de jóias, isso por metade do caminho, até que um dos dois ataca as garotas, partindo para cima de Lola, que é a mais indefesa das duas, é claro que não está adaptada ao mundo transitório em que ela se encontra, mas que Keyla soube se esquivar e salvar sua amiga.
As duas seguiram até o castelo prestando mais atenção no caminho.
Ao chegarem encontraram logo de cara dois guardas enormes as barraram, pedindo seus documentos de identificação.
- “Documi Hitfah higt”
Fala com tom autoritário o guarda do castelo.
- O que ele falou? Parece bravo.
Perguntou Lola assustada.
- É a língua do nosso reino, com essa linguagem apenas os moradores do castelo e anexos podem se comunicar, mas eu sou a única exceção desse mundo e entendo perfeitamente o que eles falam.
- E o que finalmente ele está falando?
- Para apresentarmos nossos documentos de identificação.
- Mas eu não tenho, vim até aqui para resolvermos isso, para não ter que perder meus belos olhos numa aterrorizante prisão. Não tem com quem resolvermos isso não?
- Espere um pouco.
- “Jatarhn nin uiy documi hitfah, ertg outyhni ho kinju ohn.”
- E aí? O que você falou?
- Disse a ele que você não tem e precisa de um documento de identificação.
- “niny Astherf niny guiberg hojet, loiu juny”
- Ele disse que nem a rainha nem ninguém estão no castelo, e que sente muito.
- “yui Astherf basd poh die kilo”
- Ele disse que a rainha deve voltar em dois dias. “hik”
- “hik”
- E agora? O que será de mim? Dentro desses dois dias podem acontecer inúmeras coisas.
Fala Lola terrivelmente assustada.
- Nesse meio tempo, você vai ficar escondida numa pequena cabana que eu tenho um pouco distante do meu vilarejo.
- Está bem.
Diz Lola acalmando-se.
- O guarda solicitou uma carruagem real, para levar-nos até a cabana.
- Certo.
Logo uma bela carruagem chega e as duas entram.
Durante á viagem são mostradas paisagens belíssimas, Lola ficara admirada com o que está vendo: cachoeiras, lagos, penhascos e até um pôr do sol.
Algumas horas se passam e ainda hão haviam chegado.
Ouvem um barulho que lembrava muito uma queda.
- O que foi isso?
- Não sei.
Keyla abre a porta da carruagem e vê uma cena frustrante: estavam pendurados pela roda traseira em um penhasco.
O vento soprou no rosto de Keyla.
- Oh meu santo Rowaily!
- O que foi?
Pergunta Lola assustando-se.
- Olhe para baixo.
Quando Lola ia olhar para baixo, tropeça e cai da carruagem.
Fica pendurada pelos cabelos em uma das rodas da carruagem.
- Ai!
- Calma Lola! Irei te ajudar!
- Eu irei morrer!
Lola grita e chora ao mesmo tempo.
- Fique calma!
- Meu cabelo!
- Oh meu Rowaily.
Keyla se debruça para tentar segurar a mão de Lola, mas fica surpresa com uma cena: A carruagem se solta e começa a cair em velocidade.
- Ai!
A carruagem cai em um imenso lago.
As duas começam a se mover para tentar sair.
Keyla dá um soco e quebra uma das janelas da carruagem.
- Vamos!
- Está bem.
Quando Lola tenta nadar, percebe que está presa.
Keyla sobe á superfície e fica alguns segundos á espera de Lola, mas percebe que não há algum sinal dela.
- Droga!
Diz Keyla dando um mergulho no lago.
Ela avista Lola com o cabelo preso á roda.
- Calma! Eu tenho um estilete aqui em algum lugar, irei separar o seu cabelo da roda, tente ficar calma!
- Está bem.
Keyla acha o estilete e separa o cabelo da roda, mas ela já estava inconsciente, por falta de oxigênio.
Keyla traz Lola até á margem do lago.
- Lola! Acorde!
Keyla começa á fazer uma respiração boca á boca.
- Acorde, por favor!
Lola regurgita toda a água para fora, retomando a consciência.
- Como você está, Lola?
- Bem, só um pouco tonta.
E num ritmo mais lento as duas seguiram para as longínquas cabanas.
Após algumas horas de intensa caminhada, elas chegam às tão esperadas cabanas.
- Finalmente chegamos.
Retrata Lola num tom absurdamente relaxante.
- Pensei que nunca chegaríamos vivas aqui.
- Desde que eu cheguei aqui, nós passamos por tantas coisas e ainda não perguntei a sua idade.
- 27 anos.
- Nossa! Nem parece, você parece ter 19 anos no máximo.
- E você?
- 17 anos. As únicas coisas que gostaria de saber é de como eu vim parar aqui e como voltar para minha casa.
Emocionada, Lola começa a adormecer e a correr lágrimas de seus belos olhos.
“Shhh...”
Ninguém escuta esse barulho.
“Shhh...”
Num chiado mais alto, Keyla acorda sentindo a presença da cobra aos seus pés.
Mas essa não seria nada, uma cobra dez vezes maior que a que se encontrava em seus pés fazia uma enorme sombra, que praticamente a engolia, quando ela olhou lentamente para trás, viu uma gigantesca cobra olhando fixamente para ela, e ela num estado de choque não se mexe. De repente Lola acorda e fica surpresa e assustada pelo que vê.
Tomando coragem, pega uma estaca de madeira bem pontuda e crava nas costas da sucuri.
- Nossa! Só não espero sair morta daqui. Já aconteceram tantas coisas.
- Vou mandar uma carta ao castelo para saber se a rainha já voltou de viajem.
Indo Keyla correndo até seu vilarejo enviar com urgência a carta.
- Ei, a onde estais indo? Não me deixe aqui sozinha!
Lola entra na cabana e se tranca para não correr nenhum risco, ficando lá por aproximadamente dois dias, até que Keyla voltasse do vilarejo.
Lola decide ir atrás de keyla, mas se perde no meio da floresta, ficando desesperada, começa a gritar deixando-a cercada de vários animais esquisitos.
Lola começa a andar pela floresta em círculos, dando umas quatro voltas até que cai num poço bastante fundo, como um túnel, ela começa a procurar o fim, encontrando vários ratos, baratas, mosquitos, morcegos, outros animais bem nojentos e assustadores.
Ela encontra uma luz no suposto fim do túnel, segue e encontra uma simples saída na qual ela não sabe onde vai dar, ela começa a chorar, e depois que sai do túnel dá de cara com Keyla, que por coincidência, estava a sua procura.
- O que você está fazendo aqui? Estava lhe procurando, você fugiu da cabana.
- Eu estava com medo, estava um barulho ensurdecedor, não sabia a onde ir.
- Esqueça, você já está comigo.
Pondo-se as duas a chorar.
- você conseguiu mandar a carta?
Pergunta Lola.
- Mandei, agora é só esperar a suposta resposta

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