V- Godric's Hollow



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Capítulo V

Como Hermione previra, por volta das cinco e meia da tarde, já era possível enxergar por entre as árvores o contorno de construções de madeira. Quanto mais Harry, Ron e Hermione se aproximavam do vilarejo, mais as árvores pareciam ter sido plantadas uma ao lado da outra, chegando a obrigá-los a dar a volta até achar uma saída. Quando eles finalmente conseguiram alcançar a saída do bosque, depararam-se com um enorme portal enferrujado, ladeado por muros baixos e cobertos de limo. Uma faixa de trapo amarelado fora pendurada, como um anúncio de boas vindas com os dizeres "Bem vindo a Godric's Hollow".
Harry não tinha tanta certeza de que era bem vindo. O vilarejo não era nada convidativo ao primeiro olhar. Haviam casas de madeira puída amontoadas uma ao lado da outra, cercando uma pracinha mal cuidada, cuja calçada parecia ter sofrido um terremoto de tão quebrada e suja que estava. Os jardins secos e sem vida somados às várias casas com vidraças quebradas, ao playground destruído e ao pó que flutuava a trinta centímetros do chão davam-lhe a impressão de estar em uma cidade fantasma.
Hermione foi quem deu o primeiro passo. Com o mapa em mãos e o famoso olhar de "tem alguma coisa errada", a garota adentrou a pracinha a passos curtos.
Harry e Ron entraram em seguida.
Estava quieto, quieto demais.
Harry observou as casas com mais atenção. Era verdade que muitas pareciam ter sido abandonadas há anos, estavam ao relento, como quase todo o vilarejo. Mas algumas, duas ou três em seu campo de vista, tinham as janelas cobertas por cortinas, as paredes pintadas e os jardins um pouco mais bem cuidados.
- Hermione!
Ron tentava alcançar a garota, que já estava a passos de entrar em um casarão. O ruivo tentava impedi-la de bater na porta.
- Está maluca? – exclamou Ron, que tinha o rosto pálido. - É perigoso! Não sabemos o que tem ai!
- Mas o mapa diz... – começou Hermione impaciente.
- Esquece o mapa! Você não vai entrar ai! – Ron indicou o prédio – Olha só esse lugar!
Harry agradeceu por Ron não tê-la deixado bater à porta do casarão. De todas as construções do lugar, aquela definitivamente era a pior. Com três andares, o "prédio" dava a impressão de que iria desabar a qualquer instante. A madeira com que fora construído era gasta e parecia frágil, as janelas estavam manchadas e algumas taboas caiam para frente, ameaçando desabar na cabeça do primeiro turista desavisado que por ali passasse. Harry teve a impressão de que uma rajada de vento poderia fazer o casarão desabar sobre eles.
Harry foi até os amigos e os três encararam a porta da frente da construção.
- Ron, esse ai é o hotel! – explicou Hermione.
Ron ficou boquiaberto por alguns segundos.
- Acho que ficaríamos mais confortáveis nas barracas! – disse ele a Harry.
Harry encarou o prédio e tomou a decisão:
- Vamos entrar!
- O quê? – exclamou Ron aturdido.

Tarde demais, antes que Harry explicasse a Ron o que faria, Hermione deu três corajosas batidas à porta do hotel.
Harry chegou a pensar que aquelas "delicadas batidinhas" iriam lançar a porta longe, mas nada aconteceu.
Os três se entreolharam.
Logo em seguida ouviu-se uma voz do outro lado, e uma fresta de abertura minúscula revelou-lhes um par de olhinhos castanhos.
- O que querem? – perguntou uma voz feminina ríspida, do lado de dentro.
- Desculpe o incomodo. – respondeu Hermione educadamente. – Este é o Hotel "Pumpkins"?
- Oh, sim! – disse a voz mais amigavelmente.
A porta se abriu, revelando uma velha senhora vestida com um hobby de lã púrpura. Os pequeninos olhos castanhos eram emoldurados por rugas que cobriam quase todo o rosto pálido da mulher, os cabelos grisalhos estavam presos por um desajeitado coque na nuca, ela usava pantufas de cachorrinho e segurava um novelo de lã alaranjada nas mãos ossudas.
- Sinto muito, - desculpou-se ela com um sorriso. – mas não costumo receber clientes. Entrem, entrem!
Harry e Ron se entreolharam, ponderando se deveriam ou não entrar no cômodo escuro, mas Hermione já acompanhava a velha senhora para dentro do casarão.
Quando os quatro já estavam do lado de dentro, a velha fechou a porta. Tudo ficou completamente escuro. Harry sentiu um impulso de sacar a varinha e acedê-la, mas seria burrice. O interior do casarão era úmido e cheirava a talco para pés.
- Onde está... onde... – resmungava a velha senhora enquanto seus passos ecoavam pelo aposento. – onde foi que eu... Achei!
Um forte estalo e o cômodo fora tomado por uma luz amarelada. A velha acendera um lampião antiquado.
- Devem estar famintos! – disse ela gentilmente.
- Na verdade, estamos! – exclamou Ron esperançoso.
Harry sentiu o estômago roncar. Não via comida desde o almoço. Os quatro foram encaminhados para uma escada cujos degraus faltavam e a velha indicou o andar acima com a cabeça.
- Estou preparando o jantar. – disse a senhora carinhosamente, dando o lampião à Harry, enquanto os três observavam a escada torta. – Isto aqui já não é mais um hotel há anos, sabem! Os poucos vizinhos que ainda me restaram fazem as refeições aqui. É quase um "ponto de encontro". – ela deu um longo suspiro – Segunda porta a esquerda. Já vou servir!
Harry e Ron subiram as escadas, provocando longos ruídos, mas Hermione permanecia parada, com um olhar pensativo.
- Que foi, Hermione? – perguntou Harry à amiga.
Ela pareceu despertar.
- Não... não foi nada! – disse ela rapidamente. – Eu... eu preciso... eu preciso usar o banheiro! Vão na frente, eu já subo!
Harry e Ron se entreolharam intrigados.
- Está nervosa... – insinuou Ron desconfiado.
- Coisas de garota! – respondeu Hermione rapidamente.
Ron pareceu enojar-se.
- Bem, então... então é melhor nós subirmos! – disse ele a Harry.
Apesar de não acreditar muito, Harry seguiu Ron até o corredor estreito do segundo andar. Teve a impressão de ouvir o amigo resmungar alguma coisa do tipo "Que nojo, que nojo".




Hermione esperou até que as silhuetas de Ron e Harry desaparecessem, e então tateou até achar a porta pela qual entrara.
A claridade segou-a por alguns instantes. O sol ia se pondo por trás das construções e o céu adotara um tom alaranjado.
Hermione voltou a praça e procurou por todo o canto.
- Ginny! – sussurrava ela. – Ginny! Onde você se meteu?
O coração acelerado, Hermione buscava, aflita e desesperadamente, a figura de uma jovem ruiva. Temia que a amiga não tivesse conseguido alcançá-los, apesar dos cuidados que tomara para garantir que a garota os seguisse.
- Psiu! Psiiiiu!
Hermione virou-se depressa. À sombra de uma casa abandonada, uma figura encapuzada caminhava às escondidas em sua direção.
Hermione esperou até que estivessem próximas o suficiente para enxergar seu rosto. Quando ela baixou o capuz, Hermione teve certeza.
Não se contendo, ela correu até a amiga.
- Ginny!!
Lágrimas escorriam por seu rosto. Esperava aquele momento desde que vira a amiga na floresta há algumas horas a trás.
Hermione a abraçou. A amizade delas e a cumplicidade faziam com que ambas se sentissem como irmãs.
- Ah, Ginny! Fiquei tão preocupada! Se o Harry a visse... e Ron então, se eles... ai, que bom que está aqui!
- Está me sufocando, Mione! – ofegou Ginny se afogando em meio à catarata dos cabelos de Hermione.
Hermione soltou-a rapidamente, envergonhada. A ruiva, com sardas espalhadas pelo rosto pálido, sorriu amigavelmente.
- Desculpe... me empolguei um pouquinho...
- Eu também estou feliz em te ver, Mione! – disse Ginny sorridente.
- Ginny... como foi que você veio parar aqui? Como nos encontrou?
- É uma longa história, Mione. – disse Ginny com a voz cansada – Mas, antes de tudo, eu queria agradecer por não me entregar.
- Não fiz mais do que a minha obrigação de amiga. – respondeu Hermione modestamente.
- Eu só lhe peço mais um grande favor.
- Qualquer coisa, Ginny!
- Não conte nada ainda... pelo menos por enquanto. – pediu Ginny com os olhos brilhando. – Me ajude a segui-lo em segredo... por favor.

Hermione ponderou por um instante. Não tinha certeza de que era capaz de manter segredo sobre a presença de Ginny, ainda mais no estado em que Harry se encontrava.
- Não sei não, Ginny. Não é melhor falar agora? Fazê-lo entender desde o início.
- Não! – disse Ginny rapidamente. – Ele nunca me perdoaria.
- Harry está sofrendo tanto. – explicou Hermione pacientemente. – Talvez se a visse... quem sabe não se sentiria melhor?
- Ele não entenderia. – lamentou Ginny. – Acha que é melhor eu me afastar enquanto tudo isso estiver acontecendo... mas eu nunca me perdoaria, se ficasse parada enquanto... enquanto vocês...
- Eu compreendo. – disse Hermione maternalmente.

Ginny baixou a cabeça e respirou fundo. Hermione sentiu que a garota estava exigindo muito de si mesma.
- A questão é: - disse Ginny prontamente – Você vai me ajudar ou não vai?
Hermione baixou a cabeça e, mirando os sapatos, tentou por os pensamentos em ordem.
- É claro que sim! – anunciou Hermione sorrindo.
Os olhos de Ginny brilharam. A garota segurou as mãos de Hermione com suas mãos frias, num gesto de agradecimento.
- Não sei o que seria de mim sem você!




Harry e Ron entraram no corredor escuro e, com ajuda do lampião, encontraram a porta indicada pela dona do lugar. Ao entrarem todos s rostos se viraram para vê-los.
Estavam em uma espécie de sala de jantar iluminada por vários lampiões antiquados iguais ao que Harry carregava. Havia uma mesa postada no meio, aonde um grupo de cinco pessoas se sentara e conversavam alegremente. Um senhor e uma senhora idosa, um homem e uma mulher de meia idade e uma mulher de cara redonda que parecia ser a mais jovem. Mais adiante havia uma lareira acesa, em frente a qual duas garotinhas, de uns cinco ou seis anos, brincavam de boneca.
- Com licença. – pediu Ron envergonhado ao entrar, seguido por Harry que fechara a porta e colocara o lampião em uma mesinha de canto.
- Quem são vocês? – perguntou o homem idoso, e nariz de batata, vestido com um grosso casaco de lã marrom.
- Desculpem interromper. – disse Harry educadamente. – Somos novos na cidade...
Várias caraças mal-humoradas os observavam de uma maneira nada agradável. Harry e Ron ficaram completamente sem graça.
- Ora, deixem disso! – exclamou uma voz aguda, a mulher de cara redonda, olhos verde-claros e cabelos castanhos exibia um largo sorriso no rosto corado. – Não temos visitas há anos! Entrem meninos! – chamou ela atenciosa. – Sentem-se aqui, venham!

Harry o Ron sentaram-se ao lado da mulher, que ainda sorria.
- Sejam bem vindos a Godric's Hollow! Meu nome é Sarah Pumpkins, muito prazer! Esse é David Gordon – ela indicou um senhor sentado à frente deles, o homem usava óculos quadrados enormes que aumentava o tamanho de seus olhos negro, dando-lhe a familiar aparência da professora Trelawney. David sorriu amargamente pelo canto da boca – Esta é sua esposa, Samantha Gordon. – a mulher que se sentava ao lado de David aparentava ter a mesma idade que o marido, ela tinha cabelos negros muito espessos, salpicados por fios brancos. Samantha nem sequer forçou um sorrisinho, continuou a fitá-los com os olhinhos de conta e sobre o nariz arrebitado. – Stuart e Elizabeth McGuire. – ao lado da Sra. Gordon, sentava-se o velhinho de nariz de batata, e ao seu lado, em um estrema da mesa, sua mulher, uma senhora idosa que lembrava muito as bruxas que Harry, certa vez, encontrara na Travessa do Tranco. Ela tinha grandes olhos azuis esbugalhados, dentes faltando e duas enormes orelhas de abano. – E vocês são? – perguntou Sarah aos rapazes.
- Ronald Weasley. – disse Ron rapidamente, evitando olhar as pessoas a volta.
- E você? – perguntou Sarah a Harry.
- Me chamo Harry, – apresentou-se – Harry Potter.

Sarah deixou escapar uma exclamação. Todos na mesa se entreolharam. Harry ficou confuso. Será que alguém ali o conhecia?






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N/A: Olá! Há quanto tempo!
Hehehe, esse cap. demorou um pouquinho, né?
Espero que tenha valido a pena!
Vocês acreditam que eu já tinha escrito o 5º capítulo, e ele descrevia Godric's Hollow como uma cidadezinha inglesa dos anos 20? oO
É, isso é q é mudar de opinião.
Espero que não esteja tão ruim assim, porque eu, novamente, escrevi ele de madrugada. Relembrando que é meu horário de *DiLua*
Comentem e deixem suas opiniões, please!


Respondendo sua pergunta Le:
Você sabe que eu sou sua fã, amo suas fics ^^ e a "Mais que Amigos" é simplesmente perfeita!!
Mas é q nessa fanfic, eu estou pensando em fazer um momento especial R/Hr, e *tchan tchan tchan tchan* um primeiro beijo inesperado ><
Eu pensei em me basear na sua fic também, mas me veio uma idéia que não era compatível.

Obrigada pelos comentários, obrigada meeesmo!!
Amo vocês ^^
Beijos e até o próximo capítulo,


____xxººNäNï TönKsººxx____


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