Feridas não cicatrizadas
Capitulo 4 – Feridas não cicatrizadas.
Um ano depois
§ ~*.*~§
Muita coisa mudou na vida daquela família. Com medo de alguma invasão de comensais, a família Weasley se mudou para Hogsmeade. Menos Percy e os gêmeos, os últimos ainda insistiam em morar no beco. Mas parecia que não tinha problemas com os comensais e Gina sabia o motivo.
Já Percy, ninguém sabia onde morava, ou o que estava fazendo. Mas não só isso que mudou naquela família. Gina tinha ataques súbitos de fúria que ninguém conseguia explicar. Em um dos ataques de fúria que teve, ela queimou todas suas roupas coloridas. Apenas suas roupas pretas e brancas sobreviveram àquele ataque. O resultado foi uma visita prematura ao beco diagonal.
Vendo o eterno semblante triste de Gina, Fred e Jorge resolveram custear um novo guarda roupa para ela. Mas para a infelicidade da Sra. Weasley, Gina comprou todo o seu guarda roupa em preto e branco.
Ao saírem da loja Gina se sentiu vigiada, no entanto não quis falar nada. A última parada de Gina foi a floreios e borrões. E foi lá que descobriu que suas suspeitas tinham fundamento. Enquanto sua mãe e irmãos estavam distraídos, Gina se embrenhou nas prateleiras que falava sobre defesa e artes das trevas. Ela estava entretida em um volume que falava sobre defesas avançadas, quando um homem com a aparência de 20 anos a abordou.
- fico realmente feliz que tenha comprado roupas novas e pretas. – sussurraram em seu ouvido. - O Lord não te acha bonita com roupas coloridas.
Gina o olhou assustada. Rapidamente sacou a varinha e a pós bem na cara dele.
- quem é você?
- Que bom que a milady resolveu o seu problema com a varinha. O Lord mandou dizer que devolverá a sua varinha assim que voltar para casa. Ao lado do marido.
Gina cerrou os olhos, era um Comensal bem atrevidinho para o seu gosto.
- vamos colocar assim. 1: eu não sou Lady de ninguém; 2: eu não tenho marido; 3: eu não volto para aquele covil de cobras criadas. A não ser, é claro, se ele me seqüestrar de novo; e 4: quem é você? Se não responder, eu juro que te azaro!
- milady...
- não... me... chame... de milady! – disse entre os dentes em um tom relativamente venenoso.
- Sou eu, Rodolphus. – disse em voz mais baixa que o normal.
- Rodolphus? – exclamou surpresa. Teve vontade de abraçar o comensal. Esteve pensando bastante no quase ‘amigo’, mas logo passou. - Mas como? Você... você não tem 23 anos!
- sim milady, realmente não tenho só isso. Mas ainda sou eu e tenho como missão te proteger.
- como bem sabe não preciso de proteção. – disse fechando o livro com força. Que mania que todos tinham de achar que ela precisava de proteção.
- o Lord não tem gostado das suas conversas com a sangue ruim...
- não chame a Hermione de sangue ruim!
- eu vou ficar de olho em você milady... com licença.
Rodolphus saiu rapidamente de lá, os Weasley já estavam a procura da ruiva. Fred foi o primeiro a encontrá-la.
- Ainda bem Gina! – disse com a mão no coração acelerado.
- que foi?
- a mamãe tá tendo um treco! Achou que você tinha saído e de quebra seqüestrada de novo.
- Eu tô aqui. Não tô?
- Tá. Mas... – ia continuar, mas Gina não deixou.
-então vamos.
Não demoraram muito e saíram de lá. Mas que depressa, já estavam em Hogsmeade.
(...)
Nada além do trivial dos comensais estava acontecendo. O mundo estava de cabeça para baixo, havia noticias de que Voldemort tinha conseguido colocar o Primeiro Ministro inglês sob imperium, mas nada estava confirmado. E não só ele, mas a maioria dos Primeiros Ministros estavam sob as ordens de Voldemort. Definitivamente o Lord das Trevas já estava pondo em pratica seus planos. O Ministério da Magia estava sendo tomado por diversos Comensais, o Ministro da Magia, dizia as bocas pequenas, era um grande aliado de Voldemort.
O bruxo estava realmente empenhado em conquistar toda a Europa, talvez apenas por isso ele não estava pessoalmente no comando do Ministério. Queria juntar mais seguidores e para isso não podia se revelar, não no momento. Queria permanecer no escuro e quando seu exercito estivesse completo, ai sim, anunciaria que ele era o novo dono do mundo mágico.
As aulas começaram normalmente. Mas a cada noite, Gina tinha sonhos um tanto picantes com Voldemort. Parecia que ele manipulava seus sonhos.
Sempre estava lá. Dormindo no quarto principal com ele. Debaixo daqueles lençóis negros, Gina estava, quase sempre, sem roupa e dormindo em cima de Voldemort. Às vezes ela dizia a ele que era a sua única família.
Claro que nunca contava o teor de seus sonhos a ninguém. E não havia uma única noite que não acordava suada, rubra e envergonhada. Ela se viu até obrigada a se mudar para um quarto individual. Pois durante os sonhos, sempre gritava. E eram berros de acordar qualquer um.
A rotina de Gina havia mudado na escola. Ela sempre vivia lendo. Parecia que tinha contraído a mesma mania de Hermione. Mas ao contrário de Hermione, ela sempre lia livros da seção proibida.
Hermione, mais uma coisa que mudara na vida de Gina. Antes as duas eram muito unidas. Agora, Gina quase não falava com ela. Hermione bem que tentou conversar com ela novamente, mas Gina foi categórica ao dizer que não queria a amizade dela. Não naquele momento.
Ginevra sabia que estava numa contagem regressiva. Ela era silenciosa. A cada dia se aproximava do fim daquele ano longe das trevas. Mas nunca falava sobre isso. Para Gina, era doloroso saber que ele prometeu seqüestrá-la e levá-la para sempre.
Em um dia qualquer da triste primavera, Gina foi até o túmulo do seu ex-namorado para lhe deixar uma flor. Era um outro costume que contraiu. Chegando lá viu uma coisa que não agradou e nada. Nagini estava enroscada em cima do túmulo dele. A cobra observava atentamente sua dona.
Gina se aproximou com mais cautela agora. A cobra ainda a deixava meio zonza. Não sabia bem o por quê. Mais uma vez a cobra se desenroscou e desapareceu em uma baforada de fumaça negra. Em cima do túmulo mais uma carta negra selada em prata e verde. Gina, instintivamente, abriu a carta e não gostou em nada o que leu.
“Tic Tac;
As suas férias acabaram. Eu resolvi encurtá-las. Estou ansioso pela nossa união. Não será um casamento comum.
Espero que tenha se divertido e muito com suas férias. Sinceramente, eu não entendi o motivo da sua família ter ido morar em Hogsmeade. Não era necessário. Tínhamos um trato. Você ficaria por um ano com essa família ridícula, depois você voltava para mim por livre e espontânea vontade.
Eu os protegeria de meus comensais e você, se fosse de sua vontade, poderia matá-los quando quiser. Encontro-te amanhã à meia noite na orla da floresta. Não precisa trazer nada. Nem a sua nova varinha, como bem sabe a sua verdadeira varinha está comigo esperando pela dona.
Venha com a roupa que está em cima da sua cama. É um presentinho meu.
L.V.”
Gina amassou com certa violência a carta e a jogou no chão. Da mesma forma que Nagini sumiu, a carta também virou fumaça. Ela depositou sua rosa em cima do túmulo e voltou para seu quarto. Não tinha saco para mais nada.
Ao entrar em seu quarto a primeira coisa que viu foi a caixa negra em cima de sua cama, como ele disse. Ela abriu com delicadeza. Lá dentro havia um vestido simples frente única, de gola subindo levemente no pescoço, longo e preto. O pano era delicado ao toque. Depois vinha um par de sandálias de salto. Gina estava compenetrada olhando o vestido quando alguém bateu em sua porta. Era Hermione.
- Gina...
- Hermione, você poderia chamar Dumbledore? Você pode vir se quiser e traga também Rony. Tem algo que quero contar. – falou sem ao menos olhar para a garota.
- você está bem? – Hermione achou estranho, mas não contestaria. Desde que fora resgatada ficava a cada dia mais estranha.
- pra falar a verdade, não. Mas eu tenho que falar com o diretor, é importante.
Hermione saiu do quarto. Gina voltou suas atenções para a caixa. Parecia que estava tudo fora de lá. Então porque tinha a ligeira sensação de que ainda havia algo lá dentro? Não demorou muito e os três já batiam em sua porta.
- o que tem para nos dizer, Srta Weasley? – começou o diretor, tirando a ruiva de seus devaneios.
- Dumbledore, Voldemort virá me buscar amanhã. Achei melhor avisar a vocês. – disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- e você vai? – Ronny arregalou os olhos assustado.
- Rony, se eu fosse eu não contaria e deixaria ele aparecer. – retrucou sem paciência. Seu irmão era um tapado. Não sabia como Hermione agüentava.
- você tem mais alguma coisa a nos dizer? – encorajou-a novamente.
- tenho. Ele me mandou duas cartas. Uma quando cheguei a Hogwarts e outra hoje. E é Nagini que tá trazendo as cartas.
- ela não estava morta? – foi a vez de Hermione se pronunciara.
- parece que não. – para alguém tão inteligente, as vezes Hermione era meio lenta. - Foi ele que me mandou essa roupa e sandália. – continuou Gina mostrando a roupa em cima da cama. – eu não queria alarmar vocês, mas ele disse que viria pessoalmente. Você já viu o que isso poderia causar.
- obrigado por nos dar tempo para levantar as defesas. – disse Dumbledore agradecendo que apesar de ter falhado com Gina ela ainda lhe informava de fatos importantes – posso levar esses “presentes” para verificar se tem algum feitiço escondido?
- claro! – disse Gina pegando as roupas em cima da cama. – pode levar.
- você ainda está fechando a mente como eu lhe pedir? – perguntou num tom preocupado.
- toda a noite.
- Voldemort está conseguindo invadir a sua cabeça?
- as vezes a invasão dele é muito forte e eu não dou conta de bloqueá-lo.
- continue a fechá-la. É essencial isso.
- Eu vou continuar, não se preocupe.
Dumbledore saiu do quarto. Mas Hermione e Rony não. Gina ficou olhando para os dois. O que será que eles queriam?
- Rony... – começou Hermione apreensiva. – você não tem dever de casa para fazer?
- não. Eu já terminei, você mesma viu. – o ruivo se jogou na cama da irmã, se deitando logo em seguida.
- então, vá até a biblioteca pegue alguns livros sobre transformação animaga e depois vai até a cozinha, pegue algo para a gente comer e beber. Finalmente vai até o meu quarto e traga os pergaminhos que falem sobre o assunto dos livros. Depois você traz para cá.
- mas é muita coisa pra pegar, eu não sei se eu vou dar conta de carregar. – Tinha certeza numa coisa, a morena sabia mandar nos outros.
- VAI RONY! – gritou impaciente.
- tá bom... tá bom... eu tô indo... calma Mione. – o ruivo resolveu obedecer, antes que ela partisse para a violência. E a morena tinha uma mão pesada e não queria levar uns tapas no momento.
Ele saiu mais que depressa. Gina já havia percebido que Hermione queria conversar com ela. Mas será que é sobre Voldemort, ou das noites de gritaria?
- de vez em quando seu irmão é tão devagar... – se lamentou.
- só de vez em quando... – ironizou.
Hermione soltou um risinho. -Então quer falar de amenidades para passar o tempo?
- você não quer perguntar nada sobre Voldemort? – perguntou espantada.
- não...
- e nem das noites de gritaria? – insistiu.
- também não.
- que ótimo! – exclamou contente. - Tô precisando conversar com alguém.
A tarde passou rápida e animada para as duas. Rony demorou bastante para voltar. Mas assim que ele chegara, Hermione pediu que colocasse os livros em cima de cama no dormitório superior juntamente com os pergaminhos. Rony ia começar a contestar, mas viu que Hermione ia começar a gritar e foi calado para o quarto da morena.
A noite veio rápida e o sono não tardou a vir. Gina estava arrumando a cama e foi inevitável pegar aquela caixa. Mas como Gina estava com pressa ela deixou cair no chão. Um anel apareceu do fundo falso da caixa e rolou para o chão, mas Ginevra não tinha visto. Naquele momento ela tinha ido tomar um bom banho. Depois disso, ela foi direto para a cama. Precisava dormir...
§ ~*.*~§
Gina acordou dormindo nos braços de Voldemort. Ela estava coberta pelo lençol de seda negra. A primeira coisa que fez ao acordar foi esboçar um belo sorriso para ele. Sempre era assim. Ela não estava diferente. Talvez um pouco mais alta e os cabelos mais compridos. Sádica também. Mas tirando isso, continuava a mesma... Voldemort também sorriu para ela, mas era um sorriso malicioso. Ele tirou os braços dela com delicadeza e se levantou.
- já vai levantar? A cama tá tão boa. Fica aqui mais um pouco. – suplicou sedutoramente para o homem.
- agora não. Talvez mais tarde. – Gina ficou a admirar o corpo nu de Voldemort. Ele tinha a pele alva ou até mais alva que a sua. Talvez um pouco pálido, mas mesmo assim era de tirar o fôlego. - Tenho uma reunião com o líder dos gigantes.
- quer que eu vá? – disse olhando Voldemort caminhar lentamente para seu banheiro e se trocar.
- não será necessário, Ginevra. – respondeu saindo do banheiro quase pronto.
- se milord acha... – deu de ombros.
- volte a dormir. Merece um pouco de descanso. – disse Voldemort se abaixando e dando um beijo em sua esposa. Gina aprofundou o beijo puxando Voldemort pelo pescoço, fazendo-o cair em cima dela. Empurrou as cobertas para o lado e Voldemort se encaixou entre suas pernas. O bruxo parou o beijo e Gina soltou um muxoxo de reclamação.
-Tenho que ir. – disse levantando e deixando Gina ofegante. – Deite e durma mais um pouco.
- tá bom... – concordou se aconchegando ainda mais no travesseiro e voltando a se embrulhar.
Mas antes que Gina realmente pudesse relaxar em sua cama, Lucius bateu na porta e sem esperar ordem alguma entrou meio intempestivo no quarto.
- Lucius! - disse Voldemort em tom de ameaça.
- desculpe milord, mas é que... a família Weasley está liderando uma rebelião. Pelos meus informantes, descobri que eles querem levar a Lady.
- a sua família não tem jeito. – disse Voldemort olhando para Gina.
- eles não são a minha família. – a ruiva segurou o lençol tampando a parte da frente de seu corpo, e se sentou mostrando as suas costas nuas. Lucius desviou o olhar, seu mestre o mataria se ele visse qualquer parte do corpo da ruiva que não deveria.
- o que vai fazer?
- vou me levantar também. Essa noticia me fez perder o sono. Agora Lucius, pode ir embora.
Lucius saiu sem pensar duas vezes. Gina se levantou embrulhada nos lençóis. Voldemort ficou observando-a em silêncio. Parecia que Gina estava planejando alguma coisa. Mas ele sabia que a tinha em seu lado. Gina ficou olhando-o também. Se dependesse só dela ficaria com Voldemort naquela cama, mas sabia também que existiam comensais que eram tão petulantes quanto o próprio Lucius.
Gina passou por Voldemort de cabeça um pouco baixa. Antes de ela sair de seu alcance, ele a puxou para mais um beijo cheio de luxuria. Da boca, Voldemort passou para o pescoço que tanto gostava e a mordeu. Gina deu suspiro longo e um sorriso malicioso.
- tem certeza que essa reunião é mesmo importante? – perguntou o olhando de forma faminta e deixou que o lençol de seda deslizasse por seu corpo indo parar no chão.
-tenho. Por que?- perguntou desprendendo a boca do pescoço de Gina.
-é que podemos ficar assim o dia inteiro.
-tenho que ir. – disse firme, pondo um ponto final na conversa.
Voldemort saiu de lá calmamente. Gina continuou lá observando a porta fechada. Nem se lembrava mais o motivo de seu primeiro encontro com ele. Mas independente do motivo foi uma benção tê-lo como marido. Agora Gina era submissa como ela nunca pensou que pudesse ser com alguém. Mas Voldemort não era alguém. Ele é o Lord das trevas. O senhor do mundo mágico. Saindo desse pensamento Gina resolveu tomar um banho.
- krinie! – chamou Gina.
- sim milady. – a elfa aparatou em seu quarto.
- prepare a banheira. Vou tomar um banho. E arrume a minha roupa. Quero calça.
- como quiser milady.
Gina não demorou muito a tomar banho. A elfa tinha escolhido mais um modelo de roupa realmente belo. Era uma calça negra justa ao corpo. A blusa frente única de decote em “v”e bem simples fechava o conjunto. Gina preferiu usar uma bota. Seus cabelos cascateavam soltos até na altura dos seios.
Ela já sabia como andar naquela fortaleza muito bem sozinha. Chegou até a sala de jantar. Lá estava seu marido tomando café. Havia mais comensais junto a ele. Entre eles estava Rodolphus. Ela esboçou um sorriso para ele e o cumprimentou. Pegou uma xícara com café e em pé mesmo o tomou.
- aonde você vai com tanta pressa? – perguntou Voldemort puxando Gina para perto e a beijando.
- vou matar meus pais. – Voldemort deu um grande sorriso.
§ ~*.*~§
- NÃO!!!!!!!!!!!!! – berrou Gina saindo de mais um sonho com Voldemort.
Gina levantou suada. Resolveu andar pelo castelo, precisa espairecer as idéias. Andava sem um rumo certo. Até que parou em frente à gárgula da sala do diretor. Talvez fosse a hora de fazer as pazes com aquele velho.
Ela deu a senha de acesso e entrou na sala. Estava começando a vê que a sua idéia era péssima. Pois com certeza ele estaria dormindo. Mas continuou subindo as escadas. A luz da sala estava acessa. Antes de abrir devagar para conferir se havia alguém, Dumbledore falou:
- quer falar alguma coisa comigo? – a garota se surpreendeu.
- quero – disse Gina timidamente. – se fosse só algumas... não sei por onde começar...
- pelo começo seria um ótimo inicio. – mostrou a cadeira para que ela se sentasse.
- é... tem razão... pelo inicio. Eu queria te pedir desculpas pela forma rude que venho lhe tratado. E em não ver que não era sua culpa a morte de Harry.
- você não tem o que se desculpar. No fundo você tinha razão. Às vezes, mesmo que inconscientemente, eu costumo ser negligente e essa negligência vem me custado vidas preciosas de amigos.
- eu queria falar sobre os berros... os sonhos. Eu não gosto, mas eles vêm mesmo assim.
- então temos que ver de onde vem essa invasão, porque você é uma talentosa oclumente. – disse a analisando sob seus oclinhos de meia-lua.
- esses sonhos são horríveis. Agora mesmo tive um particularmente chato.
- você quer falar sobre ele? – perguntou calmamente. Gina se questionou como ele conseguia manter aquele semblante calmo, mesmo sabendo que a qualquer momento Voldemort poderia invadir a escola.
- simplesmente, eu ia matar meus pais. Porque eles queriam me salvar e eu...- perdeu a voz por um momento, mas Dumbledore a encorajou a continuar. - eu já tinha me tornado algo mau... Perversa... e não queria ser salva. Por que isso Dumbledore? Por que ele me tormenta tanto?
- você sabe bem o motivo. Não quer me contar o por que?
- ainda não estou pronta pra contar... e acho que nunca estarei.
- nunca... palavrinha de significado eterno, mas que no fim passa antes que esperamos. Talvez as suas feridas ainda estejam abertas.
- talvez... – repetiu. Alvo Dumbledore era tão inteligente. Conversar com ele lhe transmitia uma calma enorme que a tempos não experimentava.
- bem, os presentes que Voldemort te mandou estão aparentemente limpos. Ele acha que você irá de livre e espontânea vontade – disse entregando-a a roupa e a sandália.
- então que espere sentado. - disse decidida. - deitado ou se enroscando naquela cobra. Eu não tô nem aí. – Gina pegou as coisas de Dumbledore. E se dirigiu a porta.
- boa noite Gina.
- boa noite professor.
Gina saiu da sala. Dumbledore ficou olhando a porta fechada. Suspirou.
- por que ele fez isso? Será que só agora ele conseguiu amar? Mas que amor possessivo é esse a ponto de deixar Gina nesse estado? Ela é uma refém dos caprichos de Voldemort.
Gina voltou para cama e o dia não tardou a raiar. Ela levantou com nenhum animo, mas o fez mesmo assim. Hoje era o dia “D”. Trocou-se rapidamente. Foi até a penteadeira para pegar uma escova e viu um estranho anel. Era prateado. Nos lados havia vários pequenos diamantes e no centro havia uma grande pedra negra translúcida.
Gina tentou se lembrar quem a dera um anel tão bonito. Mas não conseguiu lembrar. Será que poderia colocar no dedo? Bem, na caixa que Voldemort a enviara, não havia jóia nenhuma. Então pressupôs que sua tia Muriel a deu e colocou em seu dedo da mão esquerda. A marca negra brilhou levemente e seus olhos ganharam um brilho avermelhado estranho. Mas do mesmo jeito que viera, desapareceu. Gina nem havia percebido isso e foi para o salão principal, de repente lhe veio uma tremenda fome.
O dia passou sem muito tumulto. Era dia de aula e nem percebeu o dia passando. Gina estava sentada no batente da janela observando distraidamente o céu. Quando se levantou para ir deitar percebeu algo se mexendo na orla da floresta. Seu coração acelerou. Será que era ele? Mas se fosse não iria se abalar até ao seu encontro, e tinha Dumbledore para tomar conta de tudo. Preferiu dormir.
As dozes badaladas ressoaram no relógio principal da escola. Gina começou a se sentir inquieta. Não lembrara de tirar aquele anel. O anel... Gina sentiu sua mente nevoar e sem sentir se levantou. Ela, inconsciente, começou a trocar de roupa. Em poucos minutos estava pronta e foi em direção à floresta. Mas antes que pudesse chegar à porta principal a opala em seu pescoço ficou incrivelmente fria. Era como se tentasse acordá-la do transe. Mas ao invés disso, Gina gritou como nunca em sua vida.
Dumbledore ouviu o grito em seu escritório e percebeu que não era como nos sonhos. Não! Era um alerta de que ela estava indo embora. Ele saiu correndo de seu escritório. Voldemort não a levaria. Rony e Hermione também ouviram o grito de Gina. Os dois chegaram ao salão comunal da grifinória juntos. Ambos trocaram olhares preocupados.
- Gina!
- Voldemort conseguiu passar alguma coisa enfeitiçada para ela! – Hermione pensava rápido.
- onde será que ela tá, Hermione?
- pelo grito na porta de entrada. Indo a direção a floresta.
- então vamos. – Rony agarrou a mão da namorada e os dois saíram correndo.
Os três chegaram ao mesmo tempo. Viram algo de cortar o coração. Era Gina caída no chão. Chorando... gritando de dor.
Ela estava num dilema horrível. Não sabia se tirava o anel que brilhava sinistramente, ou se tirava a correntinha. Rony penalizado com o estado da irmã se aproximou dela, mas a forma como ela o tratou a seguir só demonstrava que aquela não era a Gina de sempre. A sua voz estava estranha e seus olhos avermelhados.
- não toca em mim! Seu traidorzinho do sangue mágico. Eu quero ficar junto com o meu Lord!!!
- Gina, somos nós! A sua amiga Hermione e seu irmão Rony.
- você acha mesmo que eu me envolveria com uma sujeitinha de sangue ruim? Eu! Fique longe e não me suje com esse seu sangue pútrido.
Do nada Gina começou a chorar a implorar para que não a machucasse mais... Dumbledore se escondeu nas sombras e atraiu a atenção de Hermione. Ela sabia que Dumbledore se escondeu para que Voldemort não desconfiasse.
- é Voldemort. – Dumbledore disse para Hermione apenas mexendo a boca.
- eu sei que ele a espera. – disse Hermione não entendendo o que Dumbledore queria dizer.
- você não entendeu, Voldemort a possuiu pelo anel e Gina está tentado se livrar dessa influência. Por isso... ela resiste – continuou ainda mas sombras.
- o que eu devo fazer? – perguntou aflita.
- você tem que tirar o anel dela. Você e Ronald.
- tá certo.
Hermione pegou sua varinha e a apontou para Gina. Com um feitiço não-verbal tentou petrificar o corpo dela. Mas foi em vão. O anel projetou um escudo para isso. Do choro, Gina começou a rir. Ria descontroladamente.
- acha mesmo, sua sangue ruim, que eu não pensei nisso. Esse anel vai me proteger de qualquer azaração como essa. Eu quero ir embora... e nada e nem NINGUÉM VAI ME IMPEDIR!
Gina começou a entoar um feitiço em uma língua estranha, a correntinha começou a vibrar. Depois ela olhou para Rony.
- se soubesse quem eu sou... No que vou me transformar... – disse num sorriso estranho.
- Gina, não é você! Resista...
- quem é você para me dizer que não sou eu?
- Gina... – Rony deixou escapar uma grossa lágrima.
- Rony... – disse Gina novamente numa voz mais tenra... – me mate... eu não vou suportar isso. Eu prefiro me juntar ao Harry...
Do nada a voz mudou e ela começou a rir... ria de forma que zombava de todos. Hermione então aproveitou a desatenção de Gina e jogou novamente o feitiço. Dessa vez deu certo, o corpo de Gina estava petrificado. Rony se aproximou da mão esquerda de Gina e conseguiu arrancar o anel e jogou para bem longe de sua irmã. Gina abriu um plácido sorriso. Era como se ela tivesse saído de um coma profundo. Se forçou a levantar mas não agüentando mais, desmaiou.
Duas semanas se passaram desde então.
Gina estava na enfermaria. O estado dela que chegou era bem delicado. Foi uma benção, ela não ter sucumbido às vontades de Voldemort. Dumbledore constatou que era a pedra negra que estava enfeitiçada. Quase ninguém sabia o real motivo daquele acesso. E ninguém realmente queria saber.
Ela acordou sem muitos sobressaltos e viu Rony, Hermione, seus pais e Carlinhos em volta da sua cama. Ela deu um sorriso para todos. E se virou para Rony.
- você contou tudo ou só a parte que te chamei de traidor?
- tudo. – disse bastante sério.
- hum... desculpa se...
- não era você, era você-sabe-quem... – interrompeu o pedido de desculpas.
- pare de chamá-lo assim! Rony... o chame pelo nome. – brigou Carlinhos, se sentando na cama, ao lado da irmã.
- não dou conta. – lamentou, sentindo as mãos de Hermione se entrelaçarem com a sua.
- que seja. – disse a Sra. Weasley pondo um ponto final no inicio de discussão.
Hermione ficou a olhando insistentemente. Gina já sabia que a sua amiga queria falar alguma coisa.
- o que você quer, Mione?
- eu nada... mas Voldemort...
- Hermione, por favor – disse o Sr. Weasley.
- ela tem que saber. Voldemort te mandou outra carta. – continuou Hermione entregando a carta padrão de Voldemort – Mas ninguém consegue abri-la.
Gina ficou olhando hipnotizada para o lacre em forma de cobra e depois olhou para todos que estavam lá. Ela suspirou resignada. Não queria abrir a carta.
Um barulho a fez olhar para a entrada da enfermaria. Lá estava Dumbledore olhando para ela. Gina voltou a sua atenção para a carta. Estava na duvida se abria ou não. Para a surpresa de todos Ginevra se levantou e foi em passos trôpegos para uma vela que estava ao longe. Colocou a carta bem em cima da chama e a carta virou cinzas.
- não quero ler o que Voldemort achou dessa reviravolta. – explicou. - Ele achou mesmo que estava sozinha. Fico realmente contente que a opala me ajudou a lutar contra aquela possessão.
Segurou carinhosamente a correntinha entre os dedos.
- a opala? – perguntou Hermione
- foi.
- que estranho – fora à vez de Carlinhos se pronunciar.
- estranho ou não, é graças a ela que Gina está aqui e não lá. – completou a Sra. Weasley
- Acho que já estou de alta, não é? – disse Gina olhando para Dumbledore.
- posso fazer uma pergunta? – a olhou de forma analisadora, novamente.
- mas é claro.
- Voldemort já sabe da minha existência?
- tenho feito experiências a respeito disso. A mente... ela não conta nada quando não há o registro.
- isso quer dizer... – continuou Dumbledore.
- todas as imagens que tenho de você eu tiro da minha cabeça antes de dormir e não a vejo numa penseira. Eu sempre entrego a Luna para guardar devidamente lacrada em garrafas enfeitiçadas. A minha cabeça fica com pequenas lacunas com relação a isso, assim Voldemort não pode ver... claro que ele sabe que eu estou escondendo algo, mas eu ainda não o encontrei. Não estou preocupada.
- obrigado. – Dumbledore estava realmente grato. Voldemort não precisava saber de sua existência, não agora.
- então? Estou de alta?
- está.
Gina pegou o seu uniforme fechou a cortina e foi se trocar. Queria algo para distrair a cabeça.
Mais alguns dias se passaram e parece que Voldemort não voltou mais. Num ato de extrema coragem a professora McGonagall autorizou a ida dos alunos para Hogsmeade. Gina ficou feliz. Ela queria algo novo para se distrair.
Ao chegar na cidade viu que muita coisa mudou lá. Do fim das férias até aquele dia. Parecia que tinha mais bruxos do ministério que nunca. Gina, no entanto, não gostou em nada desse reforço. Sabia que o ministério estava sendo controlado por Voldemort. Rezou para que nada de ruim acontecesse.
Ela, Luna e Hermione foram a diversos lugares. E por um segundo se esqueceu o quão desconfortável se sentiu vendo tantos aurores.
O dia se passou sem muitos sobressaltos. Gina, junto de suas amigas, já estavam planejando voltar ao colégio quando aconteceu aquele caos. Várias pessoas aparataram ao mesmo tempo. Eles estavam encapuzados. Gente que estava na cidade também se juntou a eles. Gina sabia o que era. Precisa sair de lá o mais rápido possível. Houve bastante tumulto e as pessoas começaram a correr para todos os lados. Rony as encontrou rapidamente.
Gina sabia que Voldemort estava lá. Tirando o fato de seu braço arder, ela podia sentir o poder que emanava dele. Rony e Hermione a puxavam com força para que ela não ficasse para trás. Os comensais estavam na cola deles. Os gritos dos estudantes ecoavam na mente de Gina e uma raiva súbita apareceu, subindo pela cabeça.
Como ele ousava atacar crianças indefesas. Seu sangue começou a borbulhar. Dessa vez ela não permitiria que os comensais ou até mesmo Voldemort machucasse mais alguém. Ela mesma garantiria isso.
Gina, então, puxou com força seu braço e foi em direção dos gritos. Estava cega de ódio. Procurou sua varinha, se o crucius precisasse de hora, aquela seria perfeita. Mas percebeu que estava sem ela. Gina quis se xingar, fora burra o suficiente para esquecer sua varinha. Tá certo que não era tão boa quanto a que estava no poder de Voldemort, mas o que iria fazer para poder ajudar os alunos?
Então ela ouviu uma voz bem reconhecível. Era Rodolphus. Ele estava se aproximando dela, mas ao mesmo tempo Carlinhos e Ninfadora também se aproximavam. O comensal jogou uma saraivada de feitiços para que aqueles dois ficassem longe de Gina.
Rodolphus lhe lançou um olhar significativo. Mas Gina ignorou, estava com raiva demais para que pudesse esquecer que os amiguinhos comensais de Rodolphus estavam atormentando seus colegas de escola. Correu em direção de seu irmão. Carlinhos a olhou feio e perguntou:
- quem é?
-quer mesmo saber? Ou quer me ajudar? Tem estudantes sendo torturados. Vamos! Temos que ajudá-los.
- você vai entrar Gina – disse Ninfadora autoritária.
-por que? – exclamou teimosamente com sua raiva aumentando a cada segundo.
-por que está vulnerável! – respondeu Tonks. Como se ela precisasse ser lembrada que esquecera a própria varinha no castelo.
- que seja! É bom se unirem a eles. – disse mostrando para os comensais – porque eu não vou voltar para Hogwarts e nem para Voldemort.
-Gina, eu sou seu irmão mais velho, e estou te mandando entrar na porcaria do Três Vassouras e aguardar com os outros alunos.
- como se você mandasse em mim. Eu já falei! Não vou me esconder! Não mais. – Gina estava saindo uma tremenda rebelde.
A ruiva saiu correndo em direção a um grupo de estudantes. Pela voz com certeza era Lucius e Rabicho. Os dois estavam encurralando um grupo de segundanistas. Os alunos estavam aterrorizados. Lucius soltava gargalhadas, estava adorando aterrorizar criancinhas. Gina sem saber o que fazer gritou para os dois.
-LUCIUS, RABICHO! É A MIM QUE VOCES VIERAM BUSCAR. OU SERÁ QUE SÃO TÃO BURROS A PONTO DE ESQUECER?
Lucius deu um sorriso sanguinário em satisfação. Não conseguia entender como Draco podia ser filho dele e ter um gosto tão atípico.
Gina saiu correndo com os dois comensais em seus encalços, mas sem que percebessem, ela estava indo bem na direção de Carlinhos. Ele percebeu a manobra arriscada de sua irmã, mas resolveu esperar. Empunhou firmemente a varinha e assim que ela escorregou, ele e Tonks conseguiram estuporar os comensais.
Carlinhos se perguntava onde por Merlin estavam os aurores que não chegavam nunca. Claro, aqueles que ainda resistiam a Voldemort, pensou com amargura. Ele olhou para sua irmã caída no chão e vociferou:
- você está louca?
- você não quis ir atrás. Resolvi trazê-los. – apoiou a mão no chão e se levantou.
- eu ia atrás agora! – Carlinhos estava furioso com a teimosia de Gina.
- tem mais lá se não quiser que eu faça outra loucura que nem essa, sugiro que os dois me acompanhe.
Gina foi à direção a outro pequeno grupo de comensais. Carlinhos e Ninfadora foram atrás dela.
O cheiro não deixava duvida, era Greyback. Lobo Greyback mantinha suspensa no ar uma garotinha da grifinória, presa entre suas mãos, que pareciam mais garras sujas e peludas. A garota gritava em pânico e se sacudia tentando em vão se soltar. Greyback sorria sadicamente, abriria o apetite de forma maravilhosa. Morder aquele pescocinho indefeso seria a entrada de seu almoço.
O rosto deformado de Gui veio a cabeça de Carlinhos. O ruivo levantou sua varinha com todo ódio que poderia ter por uma criatura. Nunca poderia imaginar que ele, Carlos Weasley, aniquilaria o lobisomem que quase acabou com a felicidade de Gui.
Porém Ninfadora foi mais rápida, encarcerou o lobisomem e Carlinhos resolveu apenas tirá-lo de cena. O ruivo o estuporou, Greyback caiu desacordado no chão e segundos depois virou uma fumaça negra.
Carlinhos pegou a garotinha e a segurou em seus braços, ela chorava muito. Foi em direção ao Três Vassouras. McGonagall correu em direção a Carlinhos e pegou a garota e deu um sorriso de agradecimento para o ruivo e levou-a para dentro do bar.
A professora não tinha mais condições físicas de lutar, se sentia tão cansada, o melhor que podia fazer era permanecer no bar, cuidando de seus alunos. Afinal fora sua estúpida idéia de levá-lo para passear no vilarejo. Gina percebeu que Rodolphus se aproximava dela. Então se virou e encarou o bruxo.
-milady, vim buscá-la. – sussurrou para que só ela ouvisse. - Esse ataque é só uma fachada milord está muito decepcionado com você. Ele tinha certeza que viria ao encontro dele. Por favor milady, ou mais alunos irão pagar pela sua desobediência. – disse Rodolphus mostrando a varinha para Gina.
- vai me matar? – perguntou irônica.
- matar? Nunca! Mas estuporá-la se não vier por bem...
- eu não vou a lugar algum...
- GINA ABAIXA.
Gina abaixou e Rony lançou Rodolphus para bem longe.
-ótimo Ron. - disse a ruiva ainda ajoelhada virando-se para o irmão.
-é eu sei... - disse o ruivo se gabando. O ruivo pegou a irmã pela mão e a puxou para um lugar seguro.
Gina escapou mais uma vez das mãos de Rony, ela não deixaria ninguém para traz. Houve uma explosão ao lado de Gina. Rony foi atrás dela. Não ia deixá-la desamparada. Ela estava ficando descontrolada e seus poderes mais escondidos começaram a fluir.
Uma espada caiu aos pés de Gina. Era lisa. O seu espigão era dourado e sem nenhum floreio. Gina a pegou. Um vulto negro apareceu em Hogsmeade na mesma hora que Gina pegara a espada, mas ninguém viu. Ninguém do lado da luz.
Na frente de Gina havia uma garota parecia ser do terceiro ano. Ela estava ajoelhada. Um comensal estava na frente jogando crucio em cima de crucio.
-de onde isso veio? - perguntou Rony abobalhado olhando para a espada.
Gina o ignorou categoricamente, observava a ousadia do comensal a sua frente. Pela primeira vez notou que a espada que segurava não era tão pesada como imaginava, poderia muito bem carregá-la sem força. Rony a olhava interrogativo.
- o que você vai fazer?
-você já vai saber. - disse a ruiva andando com a espada na mão.
A girou no ar com extrema facilidade. Nunca em toda sua vida tinha pegado em uma espada, mas era como se ela lhe pertencesse há anos. Ela andava como se fosse uma predadora atrás de sua presa.
As gargalhadas do comensal atiçaram a fera que habitava no seu corpo. A fera queria ver sangue. Gina tirou a espada da bainha e a jogou no chão sem a menor cerimônia. Sem demorar muito ela, então, se pôs na frente do comensal. Deu-lhe um sorriso sádico e enfiou sem dó a espada bem na altura do estômago. Sem nem olhar para a garota disse:
-corre, não olhe para trás.
O homem esbugalhou os olhos, nem tivera tempo de se defender. O comensal gemia enterrado na espada. Ele sem força se apoiou em Gina, a sua varinha escorregou pela mão pálida. Gina olhou para a mão do comensal em seu ombro e sentiu uma repulsa enorme. Como ele ousava lhe tocar?
Gina não demonstrava nenhum sentimento. Ela estava calada, tirou a espada do estômago do comensal e ao mesmo tempo se distanciou dele. Sem nem olhar, a garota arrancou-lhe a cabeça. O corpo caiu distante da cabeça; então puderam ver quem era a primeira vitima de Gina. Era Mcnair.
A cabeça voou caindo nos pés de Rony que pulou desesperado. Gina, banhada de sangue, olhou para a direção do vulto negro, que se tornou em algo corpóreo. Era Voldemort. Sem gritar, apenas sussurrando Gina disse:
-você é o próximo. – os olhos de Voldemort faiscaram em satisfação.
A ruiva se virou e foi em direção a Rony. Ele ainda estava em choque com a cabeça jogada perto dele. Mas Gina não. Nem parecia que era sua irmã, pois chutou sem nenhuma cerimônia a cabeça do infeliz.
Voldemort sorriu sem emoção. Ela estava com a espada que deixara para ela. E a usou com bastante destreza. Para sua quase infelicidade a usou para matar Mcnair, um de seus maiores seguidores, mas não deu muita importância, afinal ele mesmo mataria mais tarde aquele imprestável.
Gina se abaixou perto de Rony para pegar a bainha e colocar a espada de volta. Ela olhou para Rony e depois para Hermione que tinha se aproximado para ajudar o ruivo em choque a sair de lá.
-Preciso tomar um banho. - disse calmamente. - Estou suja. Acho que vou ter que jogar fora a roupa. Com tanto sangue, creio que não sairá - essas foram as palavras de Gina, sem nenhum remorso que acabara de fazer.
Hermione e Rony trocaram olhares assustados, nunca tinham visto a garota falar naquele tom frio e mordaz. Gina estava parecendo outra pessoa.
Os comensais avistaram Voldemort, e ele, com apenas um olhar, os chamou. Os comensais soltaram suas vitimas e desaparataram, seguindo Voldemort. Hermione olhou para os lados e os comensais tinham ido embora um a um. Era como se tivessem ido para entregar mais uma coisa a Gina. Hermione e Rony trocaram olhares assustados, nunca tinham visto a garota falar naquele tom frio e mordaz. Gina estava parecendo outra pessoa.
- vamos? Ou vocês vão ficar parados, feito duas arvores? - falou Gina em tom sarcástico.
Sem esperar saiu andando em direção as carruagens que levavam ao castelo. Rony segurou na mão da namorada, esta tremia ligeiramente. Ele lhe lançou um olhar reconfortante e assim seguiram a Weasley caçula banhada de sangue. Ao chegarem no castelo foram devidamente recepcionados por Dumbledore chocado com a atitude de Gina.
- venha para a minha sala imediatamente, Srta Weasley. Precisamos conversar.
-só depois de um bom banho - disse Gina sem dar a devida atenção a quem estava ao lado de Dumbledore. Seus pais estavam, além de chocados, enojados com tanto sangue que havia na filha. Rony e Hermione ficaram com os pais e Dumbledore. Todos eles poderiam conversar mais a vontade, já que Gina não estaria presente.
Hermione estava estarrecida com o que vira. Gina fora tão cruel com aquele comensal que sentiu até pena dele. Dumbledore observou Gina rumar para sua casa, e lamentou pela garota. Voldemort estava conseguindo o que tanto queria. Transformá-la em uma assassina.
- bom, vamos para meu escritório, lá poderemos conversar com mais privacidade. - disse Dumbledore para os Weasleys e Hermione. Todos foram para o escritório em silêncio. Não tinham o que falar.
Ao chegarem ao escritório, Hermione e Rony foram os primeiros a se sentarem. Não tinham forças para esperar o convite. Dumbledore fez um gesto com as mãos e mais duas cadeiras apareceram para que os Senhor e Senhora Weasleys sentassem. Hermione ficou olhando em direção a janela e foi a primeira a falar.
- foi horrível professor. Não resta dúvida, ela está se rendendo ao lado das Trevas.
- Alvo, o que foi aquilo? Gina não é assim. - Molly logo depois falou, queria que Dumbledore lhe explicasse o que estava acontecendo com sua filha.
- muita coisa vai mudar nela. Aquele jeito doce, delicada, aquela inocência que sempre cativou irá desaparecer. Para sempre. – respirou fundo. Não podia mais adiar, tinha que contar o que estava para acontecer. - Vocês já ouviram falar em alguma Lady das trevas?
-Lady das trevas? - Rony repetiu, nunca tinha ouvido falar naquilo.
Arthur se remexia desconfortavelmente em sua cadeira e Molly lhe apertava tão forte a mão que parecia que iria esmagá-la.
- isso por que nunca aconteceu. Voldemort se sentia muito auto-suficiente para isso. É claro que ele usava Bellatrix como amante, mas eu não tenho informação que ele iria fazê-la a Lady das trevas. Então ele perdeu a primeira guerra. Foi bem na época que Gina nasceu. O tempo passou, Gina cresceu. Veio à Hogwarts e então veio a abertura da câmera. Ela entregou de bom grado sua alma, seu coração e seus poderes mágicos e, em troca, ela se marcou como uma seguidora fiel de Lord Voldemort, mesmo que sem querer.
-minha Gininha... seguidora de você-sabe-quem? Nunca! – lastimou.
-nós não permitiremos! - disse um Arthur firme e cheio de esperanças. – nós não iremos deixar que Gina se torne uma comensal ou na Lady das trevas.
- foi por puro engano ela ter se tornado uma comensal da morte. Não era para ela ter sobrevivido a possessão. Em uma pessoa comum, não duraria um mês, mas ela durou quase um ano. - disse Dumbledore - foi algo extraordinário para uma bruxa daquela idade.
-nós temos que mandá-la para longe, professor. Longe o suficiente para que você-sabe-quem não consiga pegá-la - disse Rony sem pensar.
-concordo com o Rony, professor. Temos que afastar a Gina de Voldemort. - disse Hermione lançando um olhar de censura para o namorado que tremera em ouvir o nome do Lord das trevas.
-eu sei disso, mas ela precisa saber disso... precisa escolher. Pois Voldemort a marcou para ser sua esposa a força. A cada vez que Voldemort interferiu ou invadiu a mente de Gina, ele estava treinando-a para as necessidades que convinha para ele. Porque Gina é muito mais que sua esposa, ela é sua segurança particular. Uma assassina dócil aos seus comandos.
- nós somos seus pais, e mesmo que eu não queira vê-la longe essa será a melhor opção. - disse Arthur. - ainda mais agora que Harry... - parou e respirou fundo. - está morto. Temos que pensar na segurança de nossa filha.
-Gina nunca concordará com isso querido. - disse Molly com água nos olhos.
-nunca concordarei com o que? - perguntou Gina que tinha acabado de entrar no escritório do diretor.
Dumbledore a olhou com pena. Por que Voldemort escolheu logo ela? Há tantas entre os comensais. Por que não escolheu uma de seu “rebanho”.
Gina não gostava daquele olhar. Era cheio de pena. E desse sentimento, ela não precisava. Nunca. Gina lançou um olhar zombeteiro para Dumbledore. Ela sabia que era melhor... Maior que todos naquela sala. Todos junto.
- por que você fez isso, Gina? Por que matou a sangue frio? – perguntou Dumbledore tendo medo da resposta que viria a seguir.
- você ainda pergunta o “por que”? É muito simples, Dumbledore. Ele veio até aqui para aterrorizar, matar e me seqüestrar. Voldemort deu carta branca àqueles abutres para matar todos que estivessem em seu caminho. Desde que conseguissem me cercar e me pegar. Sem contar que Mcnair queria matar uma criança de 13 anos. – elevou a voz. - NADA MAIS JUSTO!
- mas você esta aqui e eles foram embora sem mais nem menos. Só porque você matou um deles - disse Dumbledore triste – você percebeu isso? Lord Voldemort queria que você conhecesse o que é tirar a vida de um ser humano.
- então pior para ele. Matei um comensal e não pessoas da ordem. E mais uma coisa, matei e mataria de novo. - seus pais olharam-na chocados.
- Ginevra Weasley! - disse sua mãe alarmada com a rebeldia de sua filha.
-o que foi mamãe? Estou dizendo a verdade! Ele mereceu! – dizendo com se fosse a coisa mais obvia do mundo.
- você não era assim, Gina - disse seu pai - o que o Lord das trevas fez com você? Conte para nós!
Gina engoliu em seco. Não seria louca para dizer o que eles quase fizeram... e pior, que ela queria e desejava mais que tudo esquecer deles enquanto estava nos braços dele.
-ele não fez nada. Nada do que não faria a uma prisioneira.
Arthur e Rony arregalaram os olhos.
- Gina olhe para mim- disse seu pai - Éramos tão unidos. Você sempre gostava de ficar abraçada comigo. Abre-se comigo.
-ele não fez nada disso que estão pensando. - disse tranqüilizando seus parentes.
- isso não é bem verdade - continuou seu pai - para mim, você continua um livro aberto.
-eu juro, papai. - forçou um sorriso para seu pai.
- não confia mais em mim? será o que o Lord das trevas fez foi tão abominável assim? Será que você não entende que te deixar transtornada não me deixa feliz?
-papai... Eu juro. Ele só me queria pra servir de isca pro Harry.
- eu não vou te forçar. Mas lembre-se que você terá de mim um ombro pra contar o que ele fez contra você.
- eu sei... eu sei... - sua voz saia fraca e cansada.
Dumbledore percebeu que era hora de fazer a proposta. Ela parecia mais calma e mais estável.
- eu tenho uma proposta a lhe fazer. A minha velha amiga fez contato com os monges Xiao Lin* sobre você, Gina. Do seu problema. Se você quiser, somente se você quiser, você pode ir até lá e estudar. Fortalecer suas defesas contra Voldemort.
Gina pensou um instante. Não sabia se deveria ir e deixar sua família. Ela queria ajudar a lutar, mas do jeito que estava... a mercê de Voldemort não tinha muita certeza se ajudaria ou atrapalharia.
- pense, Gina - disse Dumbledore – você vai retornar fortalecida, com armas para lutar contra Voldemort.
-eu não sei... minha família precisa de mim.
- essa amiga está levantando barreiras contra Voldemort e seus comensais. Nenhum seguidor de Voldemort vai poder passar pela barreira que ela está fazendo em Hogsmeade. Ela é poderosa. Detêm um poder que ninguém daqui tem. Nem eu e nem ela vamos deixar ninguém desamparado acredite Gina.
-eu sinceramente não sei... - disse torcendo os dedos...
- você vai ter que se decidir, eles virão pegá-la na estação de Londres. Eu sei que pode ser arriscado o embarque lá. Principalmente agora que o primeiro ministro inglês está passando todo o poder que tinha para Voldemort, mas eles são excepcionais. Te ajudarão e muito a controlar a fera que habita dentro de você.
-então, se o senhor acha que eu devo... eu vou. Se meus pais concordarem é claro.
- nós concordamos Gina - disse sua mãe.
-então se o melhor é me afastar de Voldemort o máximo possível... eu topo.
Rony estava calado nesse tempo. Não conseguia assimilar o que estava acontecendo. Sua irmã. Sua única irmã dominada pelas trevas. Será que ela não percebia que se fechando daquele jeito só se entregaria para ele? Será que ele, seu irmão, não poderia ajudá-la a sair dessa?
- Gina, por que só você conseguiu ver você-sabe-quem? Ninguém sabia que ele tava lá!
- eu não sei ta legal Rony. Só sei que eu vi! E ponto.
- você não quer é contar, mas isso tá errado isso tá! Vive gritando ou gemendo nos sonhos chamando ele de milord e tudo mais.
-você está me espionando Ronald? – levou as mãos a cintura, fazendo um imitação fiel de sua mãe irritada.
- não é necessário. Você grita alto o suficiente pra ouvir do meu quarto.
-eu... eu... quem nunca teve pesadelos Rony? São só pesadelos.
-pesadelos estranhos, “Lord pra cá”, “milord pra lá”, “sou sua apenas sua”. – disse imitando a voz da irmã. - E assim vai as juras de fidelidade.
-Rony!! Isso não é verdade – gritou Gina na tola tentativa de esconder esse fato.
- pergunta a Hermione, ao Dino, a Lilá, ao Neville, a quem você quiser na torre. Todos irão falar a mesma coisa.
-ok... Olha, foi só um sonho. Ou melhor pesadelo. Não precisa se preocupa. Agora podemos mudar de assunto, por favor?
- não! Até você contar a verdade!
-Rony... ou você pára ou vou te azarar!
- ou quem sabe me enfiar uma espada no estômago e depois você corta a minha cabeça.
-Rony! - gritou a Senhora Weasley e o Senhor Arthur segurou fortemente a filha pelo braço.Gina estava indo dar uma boa surra em Rony.
- é verdade! Depois que ela voltou desse cativeiro ela surtou de vez! Agora como o ápice disso ela faz essa barbárie. Só porque ninguém fala não quer dizer que seja o certo. Me conta Gina... Vai entregar a minha cabeça para você-sabe-quem? - disse Rony saindo do escritório de Dumbledore.
-Rony seu maldito! - gritou a ruiva cheia de fúria. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas se controlou e não deixou que elas caíssem.
Rony voltou. Seus passos eram decididos e estava bem vermelho a essa altura. Ele chegou bem perto dela e gritou:
-EU DEVO SER MALDITO MESMO GINA. SABE PORQUE SÓ AGORA RESOLVI FALAR? POR QUE EM UM DE SEUS SONHOS VOCÊ GRITOU QUE PODERIA MATAR AO SEU IRMÃO MARIDO DA SANGUE RUIM SE O “MILORD” ESTIVESSE ENTEDIADO! – Rony estava totalmente descontrolado. Hermione tentava em vão fazê-lo parar de gritar barbaridades para a irmã. – AGORA APROVEITA A MODA QUE VOCÊ LANÇOU DE CORTAR CABEÇAS E LEVA A MINHA NUMA BANDEJA DE PRATA!
O ruivo estava furioso; quem ela pensava que era para ficar posando de santa para os outros, quando dormia ficava falando barbaridades sobre todos.
- Rony... nunca... nunca... - agora as lagrimas corriam soltas por seu rosto. Gina saiu correndo empurrando Rony para o lado e desceu as escadas atordoada.
Nunca poderia imaginar que Rony estivesse guardado essas palavras insanas ditas por ela enquanto dormia. Aquele era o momento de ir embora da Inglaterra. Gina chegou sem fôlego até ao seu quarto. Nunca pudesse imaginar que Rony escutava todas as loucuras.
Se perguntava quantas barbaridades ele ouviu até esse dia? Estava com ódio de si mesma. Com ódio de Voldemort. Mas o que poderia fazer?
Sem mais nem menos começou a atirar tudo que encontrava no chão, na parede. Estava descontrolada, tudo por causa do maldito Voldemort. Até que ouviu um sibilo bem familiar em suas costas. Era Nagini. A cobra estava com os olhos avermelhados. Foi se aproximando lentamente até Gina.
Gina não conseguia sentir as pernas, pareciam estarem presas ao chão com um feitiço. A cobra percebeu que Gina não iria resistir e se enroscou em suas pernas. Foi subindo lentamente até passar sobre a marca negra. Gina se sentiu tonta e cambaleou até a cama, sentando-se. Mas ainda estava dominada pela cobra.
Na altura do pescoço nagini a mordeu e Gina caiu desmaiada na sua cama. Nagini deslizou pelo corpo da ruiva e se enroscou ao seu lado a olhando. Montaria sua vigília. Ninguém tocaria na Lady das trevas.
Tudo estava escuro e girava, Gina levou a mão ao pescoço, este latejava. Sentou-se no que poderia ser o chão. Não sabia onde estava. Nunca tinha ido para aquele lugar, nem em seus sonhos.
Estava vestida com o uniforme de comensal, mas havia algo de estranho naquele uniforme. Na barra da capa havia pequenos bordados em prata que subia até a gola e ia por todo o capuz. Gina percebeu que eram cobras se entrelaçando. Esse mesmo bordado se repetia no punho.
Gina resolveu se levantar. Tinha que achar uma saída. Ela andou lentamente por aquele lugar. Estava perdida e sentia frio apesar da grossa capa. Era um frio interno, de congelar a alma. Sabia que mais uma vez ele estava dentro de sua cabeça.
Voldemort apareceu por detrás de Gina. Observava que o medo começara a dominá-la. Adorava o cheiro de medo. O dela, o cheiro era melhor ainda, o seu medo o alimentava, lhe tornava mais forte. Os dois estavam tão perto.
Voldemort não resistiu e abraçou Gina pela cintura, ela automaticamente fechou os olhos. Adorava quando ele lhe abraçava daquela forma, mas se controlou e logo fugiu do abraço.
"Controle-se garota. Se mantenha firme."-pensou.
- não gosta mais dos meus abraços? Ginevra, você brigou com o irmãozinho?
-eu quero que você saia da minha cabeça agora! - Tentava de todas as formas fechar sua mente e o expulsar de lá, mas ele era mais forte.
- quantas vezes serão necessárias dizer que não sou eu que estou na sua cabeça? – disse se aproximando novamente.
-não? - se sentia confusa. Aquela briga com Rony a deixara desnorteada.
- não. Todas as noites, dos sonhos... Era você que estava na minha cabeça e não eu na sua.
-mas isso já vai passar... - disse para si mesma. – você vai ver Voldemort. Nunca mais, ouviu bem? Nunca mais entrarei na sua cabeça, ou seja lá onde estivermos.
- temos uma ligação muito mais forte que você imagina, Lady das trevas.
-pára de me chamar assim! Não sou Lady... Pára! - disse pondo as mãos na cabeça.
- Lady das trevas. – disse novamente sussurrando. Riu do estado que ela se encontrava. Ela estava tão vulnerável - Olha para sua roupa o que vê?
-um uniforme horrível de comensal idiota!
- não nenhum comensal tem a sua capa bordada em pura prata.
- não?
- não. Essa capa é a representação fiel da capa da esposa de Salazar Slytherin. A primeira Lady das trevas. Assim como você.
- mesmo assim é horrível - a respiração de Gina estava começando a ficar ofegante.
- não é isso que você acha Ginevra. – disse rindo da condição dela.
-eu acho tantas coisas. – disse enigmaticamente.
- você quer mais uma representação de que você é a Lady das trevas?
- eu... Não... Sou a Lady...das... Trevas. – repetiu pausadamente.
- olhe para sua mão esquerda. – disse ignorando o que Gina tinha acabado de falar - Vê? Ela é a sua aliança de casada.
Gina olhou para sua mão e lá estava o mesmo anel da possessão. Sentiu um arrepio lhe subir a espinha.
"de novo não. - pensou aflita."
- me explique uma coisa como foi a sua experiência em matar pela primeira vez. Se você tivesse vindo para o meu lado, teríamos uma noite inesquecível.
-não foi tão ruim. Estava treinando... – disse ignorando a última parte do que Voldemort falara. - por que sabe quem será o próximo? – se aproximou dele e sussurrou em seu ouvido. Não sabia de onde tinha tirado tanta ousadia. - Você
- será realmente? Percebi que você aprendeu muito bem a arte da espada... Dá para o gasto, por enquanto. O que achou da espada?
– Ela é até legalzinha. Mas você vai ver, vou enfiar uma igualzinha em seu peito.
- não quer ficar com ela? Aqui está. - disse materializando a espada e entregando-a - Porque não tenta agora?
Gina estendeu a mão e pegou a espada com estrema destreza.
- se você insiste. - a girou e tentou golpear Voldemort.
Mas antes que pudesse conseguir Voldemort a pegou e puxou para perto de si. Sem pedir nem nada a beijou com necessidade.
Gina, sem pensar, se entregou ao beijo. Jogou de lado a espada e apoiou os braços ao redor do pescoço dele. Os dois pareciam um só. O beijo era cheio de libido e sensualidade. Se estivessem na realidade, Voldemort teria se apoderado dela.
Gina abraçava Voldemort com força, como se quisesse que ele não fosse embora, coisa que ele não pensava em fazer. Ela mordeu, com força, a boca dele e terminou o beijo.
- estou vendo que ainda é uma fera geniosa - disse Voldemort tocando nos lábios e vendo o seu próprio sangue.
-só quando a ocasião pede. - disse mordendo o lábio inferior cheia de desejos.
- e o que essa ocasião pede? Quer que eu te busque agora? Posso invadir aquela escola na hora que eu quiser!
"invadir" - repetiu em pensamento. Parecia que tinha acordado de um transe.
- não! - disse firmemente. - eu quero sair AGORA!!!! Eu não devia estar aqui.
- me de um bom motivo?
-eu estou mandando. Agora!
- você acha que é quem? – riu da forma como ela pensava estar no controle. - Que está aonde para querer mandar desse jeito?
-eu não quero saber. - disse choramingando. - quero sair... – murmurou tentando fechar a sua mente o máximo possível. Começou a andar para trás, tinha que se afastar dele. Se não, não responderia por seus atos.
- não. Oclumencia não fecha a sua mente para mim. Ela é totalmente aberta para mim! – disse se aproximando. Voldemort a pegou pelo braço - se eu quiser posso fazer a fera, que você tenta inconstantes vezes prender, se fundir tornando-se uma só. Ninguém conseguiria te reconhecer. Sabe por quê?
- Não... não... eu não quero mais ouvir... – tentou tampar os ouvidos como uma criança teimosa. - eu quero ir embora... ME DEIXE EM PAZ!
- Você pessoalmente iria até a sua "nova casa" e mataria a todos! Não sobraria um Weasleys para contar a história.
-não... - se ao menos Harry estivesse ali. - me deixa ir, por favor. - Não conseguia se entender, uma hora era forte e outras apenas uma garotinha indefesa, como na câmara secreta.
- agora vai, me de um bom motivo para te deixar. Para não invadir com todos os meus comensais aquela escola maculada com sangues ruins? Você acha que eu levei todos os meus comensais?
- por que? – tentou encontrar um motivo. – por que se você o fizer não terei mais nada que me segure nesse mundo. Terei a coragem de fazer o que já devia ter feito há muito tempo... Me juntar ao Harry.
- o que? Se juntar a quem? Ao Potter? – disse com raiva. Ela era a sua escolhida e ainda assim queria morrer e se juntar ao seu pior inimigo.
- Exato! Ao meu namorado... ao Harry!
- você acha que eu vou deixar você se matar? Acha? – Voldemort deu uma gargalhada fria. A pegou pelos dois braços e a sacudiu de forma que Gina quase caísse. – Você não sabe do que eu sou capaz de fazer para tê-la para mim! Agora se ajoelhe e peça perdão a seu Lord, diga que é uma Lady desobediente e que talvez eu possa não invadir o colégio. – Voldemort a largou com violência. Gina quase caiu, mas resolveu peitá-lo.
-me obrigue! - sua voz era carregada de insolência.
- você é minha e eu não vou permitir que faça algum desatino. Ande, obedeça!
- o que foi? Tá nervoso porque pode perder o brinquedinho?
- eu não te perdi.
- nunca me teve!
- claro que sim! Você quer uma prova de que eu tenho você? É isso, sua insolente!
- é!
- Feche os olhos e imagine por um segundo os corredores de Hogwarts cheio de corpos. Corpos de adolescentes sangues ruins entre eles o corpo da Granger, dos seus irmãos, dos seus pais. É isso que eu vou fazer ao invadir Hogwarts. Agora se ajoelhe e peça perdão a sua petulância.
Tinha vontade de gritar com todas as forças que ele se ferrasse, mas não podia arriscar sua família, arriscar pessoas inocentes. Sabia que ele era capaz de fazer isso e muito mais. Resignada deu uma olhada de puro ódio para ele se ajoelhou. Apertava os dentes com tanta força, queria era cravar a espada no peito dele isso sim.
- eu te odeio!
- ótimo! Fico realmente feliz com isso! Agora fale que é uma Lady desobediente, que vai melhorar esse seu gênio e que se resignará com seu destino. Nem a morte é permitida a você.
- eu sou uma Lady desobediente. - disse entre os dentes. - e vou melhorar meu gênio.
- agora fale isso sem ranger os dentes. Você tem uma voz bonita. Use-a a seu favor – disse sarcasticamente.
Respirou fundo juntando toda sua pequena paciência e voltou a repetir, só que de maneira normal. - sou uma Lady desobediente e melhorarei meu gênio. Feliz agora?
- você não vai sair daqui até me convencer.
- o que você quer que eu faça? - perguntou sem paciência.
- você quer que eu responda? – disse com a voz carregada de deboche.
- se eu perguntei, gostaria de uma resposta... decente se possível. - disse olhando para os sapatos dele. - por favor... - acrescentou rapidamente.
- vem aqui vou falar bem no pé do seu ouvido. – fazendo um sinal para Gina se levantar.
Voldemort adorava instigar todos os sentimentos dela. Gina arregalou os olhos, definitivamente era uma anta. Agora ele se achava no direito de ficar sussurrando coisas em seu ouvido.
“anta, anta, anta!” – se xingou mentalmente.
- então vai querer saber ou não vai?
-sim... - "a curiosidade matou o gato, Gininha." - pensou se levantando.
Os dois estavam com os corpos colados, mas nenhum dos dois se abraçou e Voldemort disse:
-você, do jeito que se encontrava no sonho. Sabendo ser obediente, inteligente, minha...
Gina sentia que aquela voz despertava sentimentos mais impuros possíveis. Ela percebia que o ódio que sentia foi cedendo lugar a luxuria e a uma vontade louca de se entregar. Estava enlouquecendo. Uma hora ela queria que Voldemort morresse... se ferrasse, outra hora que ele a beijasse que a tocasse como nos sonhos que tinha com ele. Gina sabia que ele continuava falando, mas não estava preocupada com o que ele falava... sabia o que ele queria.
- a cada noite que sonhamos juntos. – continuou Voldemort, percebendo que ela estava deixando se levar por sua voz.
Gina fechou os olhos para não ver aqueles lábios perto dos dela. Ela tinha que se conter para não cair na armadilha de Voldemort. Mas mesmo fechando os olhos, o cheiro dele penetrava em cada poro de sua pele. Como se fosse um veneno a contaminando e fazendo-a perder completamente a cabeça.
Sem se dar conta enrolou os braços ao redor do pescoço de Voldemort, que a olhou satisfeito. Apertou com força sua cintura, e procurou um espaço livre entre a roupa dela e sua pele. Não demorou muito encontrou. Passou as unhas e cravou-as, arrancando um suspiro de dor da ruiva.
Gina então abriu os olhos e viu uma expressão zombeteira no rosto de Voldemort. Era como se ele soubesse que no fim a vontade dele é o que valia. Respirou fundo, não conseguia resistir a ele. Não por muito tempo. Inclinou a cabeça para o lado, esperando o beijo que no fundo tanto desejava.
Mas ele ao invés de beijar na boca ele foi ao pescoço dela, foi dando pequenas mordidas e Gina arfou em desejo. Segurou-se mais forte no pescoço dele, tinha certeza que se o largasse não conseguiria se manter em pé.
- diga que me quer. – ordenou enquanto mordia o pescoço da garota.
-eu quero você... - o arranhou no pescoço. - agora – murmurou cheia de desejo.
- implore pra te buscar para te fazer minha. – deu outra mordida que fez os pêlos de Gina se arrepiarem em excitação.
-eu quero... por favor...- parecia que ela não era dona de seus pensamentos, não ligava para o fato de Harry ter sido morto para salvá-la das garras de Voldemort. O que importava era que ele a possuísse para sempre. - por favor, me tire dessa porcaria de escola. Escola imunda... - olhava penetrantemente nos olhos de Voldemort.
-ótimo... - mas ele não terminou ao fundo o som de uma porta se abrindo e uma voz reconhecível. Era voz de Rony.
-Gina? Você está ai? - chamou vacilante na porta do dormitório feminino.
Gina balançou a cabeça e olhou para o lado, tinha certeza que alguém a chamava. Mas Voldemort segurou em seu rosto e fez com que ela o olhasse.
-olha pra mim, não desvie o olhar. Não perca o foco.
-Gina! - alguém falou mais forte. Gina o olhou desconfiada.
-O que está acontecendo?
-Ginevra - ele a beijou em forma de desviar a atenção dela do meio externo. Gina o correspondeu sem pestanejar. O beijava com fúria e paixão.
- GINA! - alguém gritou ao fundo com mais vontade.
A ruiva desfez o beijo e se separou de Voldemort. - estou ficando maluca...
- não deve ser ninguém.
-não... Não, eu ouvi alguém me chamar... O que está acontecendo? - perguntou olhando para os lados tentando obter algum tipo de informação naquela escuridão.
- Ginevra, olhe para mim. você não é minha rainha, a minha Lady? – disse de forma quase hipnotizante levando Ginevra a se enrolar naquela teia.
-sim... - disse de forma robótica, mais uma vez estava entrando naquele transe.
- fique comigo não deixe que ninguém nos separe.
-eu... - mas fora interrompida por outro grito distante e uma leve sacolejada fez seu corpo tremer. - o que foi isso?
- eu vou resolver isso. – com ódio do intruso... estava quase fazendo Gina retornar para seus braços – Ninguém vai tomá-la de mim...
Ele então falou em língua de cobra. Voldemort começou a bufar e Gina entendeu perfeitamente o que ele falava.
-“nagini, mate esse traidorzinho que está atacando em Ginevra. Ronald Weasley não pode mais existir.”
-não...não faça isso! - gritou desesperada. - não faça isso, por mim!
- eu... sou... sua... familia. – disse pausadamente. - você não entende Ginevra, ele é uma pedra no nosso caminho. você não quer ficar comigo? - disse voltando a beijar o pescoço de Gina - não quer ser minha?
-s-sim...-fraquejou. Mas não podia deixar que ele eliminasse Rony. Seu próprio sangue. - mas ele não significa nada. não vale a pena matá-lo. Não é?
- então porque se preocupa com o bem estar dele? - ele olhou bem para ela e depois começou a rir - você quer matá-lo pessoalmente?
-sim. - essa era a única saída no momento. - mas não aqui e agora. Quero aprender truques novos para poder torturá-lo muito antes... é isso!
Voldemort deu um pequeno sorriso e com um ar de descontentamento falou para sua rainha.
- então eu acho melhor você se divertir com outro Wesley, por que o Ronald morre hoje se não for pelas suas mãos será pelas presas de nagini. Escolha!
-não! - disse decidida. Ela se afastou e apontou o dedo para Voldemort. – você, nem nagini farão nada! Deixe-o comigo.
- ótimo! – disse Voldemort pegando no dedo de Gina e puxando-a novamente para perto dele e a abraçou para ficar mais perto do ouvido de Gina para sussurrar - mate-o agora, a espada está lá no seu quarto. – a instigou mais uma vez.
-está bem. – disse Gina se concentrando para não cair na lábia de Voldemort - Deixe-me ir e leve consigo nagini, ok? - tinha que pensar rápido, antes que ele desconfiasse de algo. Tinha que dar um jeito de salvar seu irmão.
- nada disso. você não está em seu juízo perfeito. Nagini irá te auxiliar ou quem sabe o anel de possessão. você escolhe.
-e se eu não quiser a ajude de nenhum dos dois?
- vamos dizer que o seu querido irmão, que te insultou a pouco, vai receber uma carga de veneno letal.
-você está duvidando da minha capacidade? - cruzou os braços fingindo estar magoada.
- eu não te entendo Ginevra. Ele brigou com você! Gritou aqueles insultos contra você. E está na cara que você quer salvá-lo. – agarrou fortemente a cintura da ruiva e continuou. - ele não merece o seu perdão.
-ele é meu irmão, Tom... E além do mais, todos merecem o perdão. Se não fosse assim eu não devia ter te perdoado então!
-santa Ginevra protetora dos que os magoam. – caçoou. - o que eu te fiz para merecer seu perdão, posso saber?
-bom... – levou a mão à cabeça fingindo pensar. - talvez o fato de ter quase me matado no meu primeiro ano? Isso não conta?
- olha só estamos ficando venenosa! Vejo progressos em você, Ginevra.
- eu não sou venenosa!
- bem voltando aos motivos do seu glorioso perdão... Eu te dei um prêmio bem merecido. você ficou com a minha horcrux. Teve acesso a usar um fragmento dos meus poderes. E depois eu lhe dou a honra de ser a minha esposa e você se nega. Eu não te obriguei a escrever no meu diário. Você se nega a se entregar aos meus caprichos.
- eu escrevi durante meses naquele diário infeliz.
- não me culpe por uma burrice sua, Ginevra. Nunca te ensinaram a desconfiar daquilo onde não se pode ver seu cérebro? Eu não te obriguei a escrever no meu diário.
Ouvindo aquilo, Gina gargalhou na cara de Voldemort. Só podia ter fumado algo, quando em sã consciência alguém gargalhava na cara do Lord das trevas.
- eu não te pedi para ser uma maldita horcrux e você deve agradecer a Lucius Malfoy por eu ter escrito naquele diário ridículo.
- abaixe o tom de voz. – sibilou perigosamente. Gina estava botando as asinhas de fora, e não poderia permitir.
-e o que você vai fazer com a sua horcrux, heim? Me matar? – continuou desafiadoramente.
- bem a minha horcrux favorita não precisa ser morta. Já. - ele voltou a falar em língua de cobra. -"Ronald Weasley e Hermione Granger, já que ela acabou de chegar."
-não! Mais que coisa! Para com essa mania de matar todo mundo! Sabe Hermione é muito, muito inteligente e meu irmão bom estrategista! Talvez...
Voldemort estava de saco cheio da insolência de Gina. Ele mostraria quem estava no comando
- que seja! – a cortou rapidamente. - "Mate-os nagini" – sibilou novamente para a cobra. – Cansei, talvez matando você sabe a quem deve obediência.
-“não nagini”... - disse sem saber como, na língua da cobra. - não faça isso, eu estou ordenando.
- a quem nagini deve obediência?
-bom já que sou a 'Lady' como você mesmo disse, talvez ela deva obediência a mim também!
Chega, ela estava indo longe demais. E pegando-a desprevenida, Voldemort lhe deu um tapa estalado que a acertou em cheio, fazendo a ruiva perder o equilíbrio e cair.
-e você também me deve obediência.
Gina massageou o rosto. Sem poder evitar seus olhos se encheram de lagrimas. Nunca pensou que ele pudesse lhe bater. Não depois de todas aquelas “juras de amor”. - você quer a verdade? Então tá. Eu nunca, ouviu bem? Nunca vou deixar que você faça algo contra a minha família ou amigos. Nem que eu tenha que morrer por isso. – sua voz saia embaçada, não conseguia evitar as lágrimas.
- eu já disse que você não vai morrer. eu já providenciei isso.
-quer saber? eu não quero mais falar contigo. Quero ir embora, já.
- GINA!!! - gritou Rony. - a cobra endoidou de vez! eu e a Mione estamos conseguindo domá-la. Saí daí agora!
Voldemort a olhou furioso, Gina sentiu seu corpo ser puxado par trás e segundos depois estava escorregando de sua cama para o chão. Estava em Hogwarts, mais precisamente em seu quarto. Rony gesticulava furiosamente para a ruiva enquanto que Hermione apontava a varinha fazendo um feitiço não verbal para segurar a cobra longe de Gina.
Gina tentou levantar mas estava fraca demais, então Rony segurou seu braço e a puxou para cima, pondo-a em pé. Hermione relaxou e o feitiço se desfez. Aquela cobra era mais forte do que imaginava. Nagini se enroscou na cama de Gina, agora aparentemente mais calma.
- me desculpa se fui grosso - disse Rony.
-Rony? - perguntou meio avoada. - que aconteceu?
- a cobra nagini, ela estava para nos atacar e você bufou feito o Harry e ela parou ficou te encarando, mas não te soltava nem a pau. Aí a Mione teve a idéia de lançar um feitiço nela.
-sério? Eu não me lembro de ter visto essa coisa horrível aqui antes... – Gina se sentou numa cadeira, estava extremamente cansada. Nagini escorregou para perto dela e colocou a cabeça em seu colo. A cobra parecia uma imitação sádica de um cão sem dono.
-eu acho que ela quer carinho. - disse Hermione com as sobrancelhas erguidas.
-e...eu... - Gina estava chocada, não sabia o que fazer. Não podia demonstrar para os dois que já tinha um certo vinculo com nagini. Pulou da cadeira ficando atrás de Rony. Seu coração batia acelerado.
A cobra foi atrás e sem que pudesse evitar a cobra subiu em suas pernas e chegou até o pescoço.
Rony pulou longe. - é melhor você tocar nela - falou olhando aquela cena um tanto quanto cômica.
-Rony faz alguma coisa. - Gina parecia petrificada.
-eu? Você tá maluca? já viu o tamanho das presas dessa coisa?
- é, mas ela me parece bem mansinha vai logo. – ponderou Hermione. -você conseguiu falar em língua de cobra uma vez. Pede para ela ir embora.
-Hermione? - pediu suplicante. - eu não sei como!
- se concentra. – disse a morena como se fosse a coisa mais obvia no mundo.
Olhou de esgueira para nagini que a olhava penetrantemente. Levantou a mão, ainda tremendo e deslizou os dedos pela cabeça da cobra, sabia que nagini gostava dos carinhos daquele jeito. Lançou um olhar de como 'me desculpe nagini.' e disse: - vai embora vai.
"- o Lord quer que eu a leve agora."
-"manda o seu Lord ir a mer..." - parou subitamente. Tinha conseguido falar outra vez em língua de cobra. - "não será possível no momento, ok? Agora seja uma cobra boazinha e vá para junto dele."
"- parece que você está querendo fugir dele. Ele sabe recompensar aqueles que fazem as coisas direito. Porque a Lady tem que ser desobediente? Volte para o Lord, ele já te deu tanta coisa e vai te dar muito mais."
-" e...eu não estou pronta nagini. Não posso..."
"-entendo, mas saiba milady que ele vai te treinar também, ele disse que o seu treinamento não acabou e que se a milady não retornar, ele irá te treinar na marra" - nagini sumiu numa baforada negra.
Gina cambaleou e se apoiou no irmão. - o que foi tudo isso? - perguntou Rony. A ruiva só balançou a cabeça negativamente. Hermione a olhava indecifravelmente.
- algo que eu ainda não estou pronta para revelar, mas uma hora eu vou dizer tudo a você Rony.
Gina foi para cama e se sentou. Não sabia o que estava acontecendo com ela. Por um segundo quis que aquele sonho fosse real. Escondeu o rosto com as mãos, respirava descompassadamente. Seu pescoço ainda latejava. Sem falar de seu braço, a marca negra queimava.
Hermione olhou para Gina e depois para Rony. Ela sabia que Gina queria ficar sozinha. Hermione olhou para o Rony e disse:
-vamos Rony. Gina quer ficar sozinha, ela precisa ficar sozinha.
-tá certo, mas eu quero falar algo antes pra minha irmã - ele se virou para sua irmã- Gina eu não devia ter gritado com você naquela hora, nem ter falado tanta besteira. Mas é que depois que você voltou desse cativeiro você mudou, não estou falando apenas dos seus sonhos ou dos ataques de fúria. você nunca reparou que quando você começa a ficar com raiva, a chama mais perto começa a aumentar?
-não Ron, não reparei. Mas é meio difícil não mudar ao passar todo aquele tempo com COMENSAIS DA MORTE! Não acha? - respondeu rispidamente. Já tinha problemas demais, e não precisava de mais um.
- eu não estou gritando com você! Eu só quero dizer que você voltou sei lá, você nunca percebeu que tem sonserinos fazendo reverencia quando passam por você?
-Ron... não pira tá legal? É palhaçada deles, mais uma forma de nos irritar! – completou fracamente. - E desculpa por ter gritado.
- você se distanciou de nós, da família, dos seus amigos e prefere ficar dormindo do que viver. Você não pode negar isso!
-não, não posso. Mas... As vezes me sinto tão cansada, como se todas as minhas energias estivessem sendo sugadas. - continuou rapidamente ao ver os olhos arregalados do irmão. - eu não tenho comido direito, é isso.
- certo então. Peço desculpas mais uma vez. Eu não vou mais te cobrar nada eu juro. Mas...
-mas? – encorajou-o a continuar.
- eu acho que a nossa amizade de irmão está acabando. você prefere ser ríspida com todos do que nos contar. Eu estou cansado de levar patada sua.
-Rony tenta entender... Eu não estou pronta para falar sobre isso. Quem sabe um dia, ok? Mas não agora...
- eu não estou mais te cobrando, mas levar patada sua, eu não levo mais. A amizade acabou! - Rony saiu de lá deixando Hermione junto com Gina.
- é melhor eu ir atrás Rony, ele é esquentado. Mas vai esquecer, vocês vão rir dessa briga você vai ver.
-eu não sei Hermione. Rony é temperamental demais... e talvez eu nem faça questão dessa amizade. - e deixando Hermione fechou as cortinas e se deitou.
Hermione saiu de lá entristecida com o resultado, parece que Rony não tinha escutado o que ela disse. Será que Voldemort conseguiu envenenar aquela família para sempre?
Gina deixou que uma lágrima escapasse assim que ouviu a porta se fechando. - Me desculpem... - murmurou para si mesma.
Não podia continuar deitada e correr o risco de dormir outra vez. Chega de hibernar, se levantou, deu um jeito em suas roupas amassadas e rumou para o escritório de Dumbledore. Queria partir o quanto antes do país.
Quando entrou tempestivamente viu que Dumbledore estava com uma comitiva. Eram todos orientais. Parou abruptamente, totalmente envergonhada. A comitiva a olhou e o membro mais velho se levantou e a cumprimentou.
-é um prazer conhecê-la Ginevra Wesley. Meu nome é Yan Shun. Serei o seu tutor.
-o... o prazer é todo meu. - deu um olhar significativo e um sorriso para Dumbledore. Aquele bruxo era realmente brilhante. - estou ansiosa para começar meu treinamento.
- mas primeiro, você tem a plena consciência que ficará longe de sua família? - disse o ancião.
-sim, eu sei, será melhor para eles... Mas por quanto tempo?
- Por um longo tempo minha criança. Pois você tem um problema muito sério, precisamos saná-lo antes de iniciar o seu treinamento.
-O quanto antes melhor!
- a cura desse seu problema dependera do quanto você se deixou levar.
-como assim?
- posso ver coisas que nenhum ser vivente possa ver, mesmo sendo cego.
-oh... eu não...sabia. Sinto muito. Mas o que o senhor quis dizer com 'o quanto me deixei levar'?
- a Srta quer realmente que eu fale o que estou vendo de ti? Saiba que não vai gostar.
Gina abaixou sua cabeça. Apesar de sua curiosidade gritar dentro de si, não queria que tantas pessoas ao mesmo tempo soubessem de seu segredo. Depois de muito pensar ela murmura um "não" muito envergonhado. O ancião sorri para ela e disse:
-não precisa ficar envergonhada. – apoiou a mão no ombro da garota. Gina pode sentir uma paz lhe invadir a mente. - Não há vergonha quando se luta até a beira da morte. E foi o seu caso. Você entrou em uma briga completamente despreparada e enfrentou o inimigo com o peito aberto. Mesmo achando que apenas abaixou a cabeça e concordou com tudo.
- não sei o que dizer...
- seremos bons amigos Ginevra. Mas você irá me prometer uma coisa.
-e o que seria? – perguntou curiosa.
- você vai ter que me obedecer cegamente. O treinamento é muito duro.
-Serei sua melhor aluna, pode ter certeza.
- se eu te mandar para outro lugar, você irá... até porque eu não serei o seu único tutor. É preciso que você conheça a realidade de perto.
-sim senhor. Quero saber de tudo que se passa no mundo mágico para que quando eu volte, minha vingança seja perfeita.
-não pense em vingança ela é uma companheira infiel. E quando você perceber estará chamando Voldemort de "meu amor". Sei que é difícil, mas você terá que deixar ela de lado e trazer justiça para aqueles que não podem lutar.
-nem começamos o treinamento e o senhor já está me ensinando coisas sabias! - brincou. Mas rapidamente adquiriu um semblante serio. - Vou tentar deixar meu ódio de lado e farei tudo que puder para livrar os inocentes das garras de Voldemort.
Gina ficou olhando para a comitiva. Todos a olhavam sorrindo. Mas havia algo que ela não parava de pensar.
- vamos agora?
- não – foi a vez de Dumbledore falar. - Amanhã bem cedo partirão pelo trem. E na estação haverá o expresso oriente. Como Yan Shun, ele não pode ver e esse...
- é o único meio de um velho cego viajar, minha cara – completou Yan Shun.
-mas... Queria ir embora o quanto antes. Mas tudo bem. Amanhã partiremos.
- descanse – fora a vez de um dos membros da comitiva falar. – a viagem será cansativa.
-tudo bem, então. Posso ir professor? - perguntou virando-se para Dumbledore.
- claro, minha querida. Boa noite.
-boa noite professor. Boa noite a todos. - se despediu de todos e saiu rapidamente.
Desceu as escadas praticamente correndo, seu coração pulava aceleradamente. Daqui a algumas horas iria embora e ficaria um bom tempo sem ver ninguém, nem sua família ou amigos.
Talvez fosse melhor se despedir deles. Mas como? Rony disse que não queria mais vê-la. E ela tinha quase certeza que o resto da família compartilhava o mesmo sentimento. E Hermione, então?
Gina parou no meio do caminho. Ela tinha pensado melhor. Talvez deixasse uma carta. Apesar de gostar muito deles, não podiam saber ou então Voldemort descobriria. E o pior, não sabia como eles agiriam quando ela tentasse se aproximar e se despedir. Rony não queria mais papo com ela. Hermione estava muito decepcionada consigo. Não, não poderia se despedir pessoalmente.
Ao chegar em seu quarto Gina pegou um papel, com os olhos mareado de lágrimas ela se pôs a escrever:
"Querida família e Mione,
Estou deixando essa carta porque sei que será melhor. Estou partindo e parece que a minha estada com eles será longa. Por favor, não me procurem, nem eu durante este tempo poderei procurá-los ou manter contato.
Eu vou amá-los com todo o meu amor, não importa onde estiver. Espero que algum dia vocês compreendam os meus motivos.
Com amor, Gina.”
Gina lacrou a carta com dificuldade, sua mão tremia em nervosismo. Seu rosto estava banhado de lágrimas. Sua vida mudara tanto e agora tinha que fugir para ter uma chance contra Voldemort.
Voldemort, aquele desgraçado sempre ressurgia para atrapalhar sua vida.
Ela se deitou. Pensou no último sonho que teve. O que será que ele queria vestindo-a toda como se fosse a sua verdadeira Lady? Com direito a anel e tudo.
Talvez fosse verdade que ele gostasse dela mesmo, se não por que outro motivo ele estaria assim tão louco atrás dela? Agora que Voldemort tinha derrotado Harry, poderia ter qualquer uma, ainda mais que estava lindo de morrer.
Balançou a cabeça fazendo sumir tal pensamento. Voldemort não gostava de ninguém e não seria diferente com ela. Olhou para o frasco com a poção de dormir. Pensou se realmente queria tomá-la.
Foi então que ela se lembrou do tapa. Ele parecia tão transtornado, como se tivesse com medo de perdê-la. Ele parecia ser tão estranho, uma hora a beijava e a enchia de carinho e carícias e do nada batia nela com a maior violência.
Mas definitivamente a louca da história era ela! Pensando no homem que só trouxe tristeza e medo para sua vida. Pegou o travesseiro e tampou o rosto. Queria parar de pensar nele. Tinha que se concentrar na viagem que faria amanhã. Na viagem que faria sua vida tomar um novo rumo.
A noite passou rápida e Gina tinha levantado cedo. Ela estava se arrumando quando uma das pessoas da comitiva entrou no seu quarto. Era um chinês alto de feições duras, mas com o olhar doce, quando a viu deu um sorriso e com bastante sotaque disse:
-eu achei que você ainda estaria dormindo. Mas pelo visto me enganei.
Gina retribuiu o sorriso. - tenho o habito de acordar cedo. Já vamos?
-sim. Já vamos. Você avisou aos seus pais que já vai?
-Pichitinho avisou por mim. - disse tranquilamente fechando o malão.
-tem tudo que precisa aí nesse malão? – apontou para o malão pequeno e surrado.
-sim. - sua cabeça estava em sua mãe. Será que Pichi já tinha entregado a carta?
- mas a resposta é não. - disse o ancião entrando com um embrulho nas mãos. O outro chinês o reverenciou e saiu deixando Gina sozinha com Yan Shun.
-como disse? - perguntou com a sobrancelha erguida em desconfiança.
- tenho um presente para você. - disse mostrando o embrulho - abra!
Gina pegou o embrulho e abriu, era uma linda espada. Sua lamina era por dentro toda em vermelho e o fio parecia ser finíssimo. O espigão era feito em vermelho e dourado e o emblema era uma rosa em cima de uma poça de sangue.
Prendeu a respiração por um momento. Lembrou-se da outra espada que já estivera em suas mãos e não fizera nada de bom com ela, tinha medo de com essa espada linda e imaculada fazer outra besteira. - é muito linda, mas... não posso...
-Você irá para o templo fazer o que então? Lavar roupas? Não! Você vai aprender a usá-la, a respeitá-la.
Abaixou os olhos sem graça. Ele tinha razão. Dessa vez com a espada faria algo de bom. Aprenderia com os monges a lutar de forma honrada e com moral. Nunca mais se deixaria levar pelos sentimentos sujos e podres de Voldemort.
- agora menina sinta se ela entra em sintonia com você! – ordenou o monge sentando na cama da ruiva.
Gina retirou cuidadosamente a espada da caixa. E a estudou detalhadamente. Logo que a pegou pode sentir um leve arrepio percorrer seu corpo.
- estou vendo que sim, você quer saber o nome da sua espada?
-diz. - falou sem desviar o olhar da espada.
- rosa sangrenta. E me parece que você pode ser chamada assim no templo, não é? Posso chamá-la assim, rosa sangrenta?
"Rosa sangrenta" - repetiu mentalmente. Olhou para o velho e sorriu genuinamente. - adorei o nome.
- fico feliz. Agora me responde você tem tudo no seu malão?
-sim eu tenho.
- ainda não... Mas quando sair do templo você terá. Não falo só de roupas rosa sangrenta, mas de tudo que irá aprender. Agora vamos. Nosso trem nos espera.
Guardou cuidadosamente a espada dentro do malão e sem responder fez um gesto com a varinha e a mala flutuou, seguindo-os para fora do quarto.
O caminho até a estão em Hogsmeade foi tranqüila, tirando o fato da ruiva ter visto seus pais e irmão correndo atrás do trem. É ela tinha razão em não despedir-se pessoalmente deles. Fechou os olhos tentando tirar a imagem de seus pais da cabeça, tinha que seguir em frente sozinha. A viagem até a King’s Cross foi relativamente calma.
Ao sair da estação Gina se sentiu vigiada e suas forças desapareciam gradualmente. Ela então se virou lentamente para onde poderia estar a pessoa que a observava mas Yan Shun a impediu de vê-la.
-tenho certeza que é Voldemort... me observando. Estou sentindo minhas forças diminuírem.
-não olhe para trás querida. – murmurou para ela. - continue andando. – alertou.
Gina sentiu uma raiva crescer fortemente dentro de si. Shun segurou seu ombro a olhando penetrantemente e Gina sentiu uma paz lhe invadir expulsando totalmente aquela raiva insana que lhe invadia.
Yan Shun, então se virou para os dois monges que estavam mais na ponta e falou algo que Gina não entendera. Os dois saíram e se misturaram na multidão.
-querida rosa sangrenta você tem que se controlar, não deixe que a raiva te domine. Ou você estará nos braços de Voldemort. Continue andando.
A ruiva concordou com a cabeça, e novamente voltou a seguir o seu tutor.
Gina, então, percebeu dois fortes clarões e barulho de corpos caindo de uma altura considerável. Ela parou para ver o que estava acontecendo. Yan Shun a puxou com violência. Ela voltou a andar e foi então que uma voz magicamente ampliada invadiu o local.
- Ginevra! Aonde você pensa que vai? - perguntou Voldemort fazendo com que os trouxas não entendessem de onde vinha a voz. Os dois chineses retornaram para seus postos perto da comitiva.
-é ele senhor Shun, é ele! - disse desesperada. - nós temos que ajudar essas pessoas. Vamos voltar!
- você é prioridade, querida rosa sangrenta - continuou Yan Shun "olhando" de onde vinha a voz - se você sucumbir a ele será o fim.
Gina agarrou com medo o braço direito de Yan Shun. - Não permita que eu volte. Não quero. Mas... temos que ajudá-los.
- Ginevra - continuou Voldemort, sua voz aumentada magicamente podia ser escutada perfeitamente por todos. Para o terror de Gina, o bruxo desaparatou na frente dos dois. – Venha, não quero você entre os trouxas.
Gina prendeu a respiração. Ele viera buscá-la. Tremeu na base, tinha medo de sucumbir às vontades dele.
- como vai Tom? Assustando criancinhas? - disse o velho chinês.
- Yan Shun! Pensei que você estivesse morto.
- também pensei isso de você. Nessa sua vida totalmente destruidora, pensei que tivesse dado um fim na sua dor.
Gina não pode evitar que seus olhos se enchessem de lágrimas, e uma dor lhe invadiu o coração. Não queria voltar e se tornar algo perverso. Deu um passo para trás ficando atrás de Yan.
- vim pegar o que é meu! Ginevra é minha, devolva!
- você perguntou isso a ela Tom? - pelo silencio de Voldemort Yan Shun entendeu que era um não - Bem então vamos perguntar. Minha querida você é um objeto e pertence a alguém?
Gina desviou o olhar de Voldemort, tinha medo de encará-lo outra vez. Balançou a cabeça negativamente para Yan. Não queria de forma alguma voltar para os braços dele.
Parecia uma criança assustada quando fazia algo errado, tremia com medo de ser castigada.
-ela não se acha um objeto e você está a assustando Tom.
-ela não é problema seu Yan Shun. Ela sabe que vai ser castigada por sua insolência.
-VAMOS GINEVRA! – gritou impaciente. - temos um império para governar, Lady das trevas - disse Voldemort lhe mostrando a mão.
- não sabia Tom que você gostava de anjos, ela não vai a lugar algum!
Gina mordeu a boca em desespero. Agarrou-se ainda mais a Yan, tinha medo que Voldemort a convencesse a voltar. Sabia que estava fazendo uma cena ridícula, mas o medo era grande demais para se controlar. - Não vou com você, Tom. - respondeu fracamente.
- vc sabe como deve me chamar Ginevra. - disse venenosamente – AGORA ANDE! - o braço dele ainda estava estendido e a mão a chamava.
Gina fraquejou por um momento, mas Yan Shun lhe dava forças. - Não vou, Voldemort. Já disse!
- Ginevra você é minha eu estou triste que você não entenda isso. – falou suavemente. Tinha que usar outras manobras para que Gina viesse para seu lado. - Quantas vezes lhe perdoei? Agora a única coisa que peço você se nega. Fique comigo.
Gina sentiu novamente aquela ânsia de chorar, mas se controlou. – Afaste-se de mim. Não me obrigue a te machucar. - disse perigosamente.
- com o que Gina? - Voldemort falou se segurando para não rir.
- fique longe. - sibilou olhando diretamente nos olhos azuis de Voldemort.
- olha bem para mim e me diz o que sente quanto te beijo, quanto te toco? – o bruxo sabia que estava pegando no ponto fraco dela.
-cala a boca. - retrucou para o moreno. Gina cerrou os punhos, e Voldemort se sentiu sendo afastado alguns milímetros para trás. Mas ainda continuava perto.
- vamos querida. O seu tempo aqui acabou. - disse Yan Shun puxando a ruiva pelo braço.
Voldemort agarrou o pulso da ruiva. E Yan segurou o outro. Gina se sentia totalmente dividida.
- só você pode decidir por sua vida - disse Yan Shun agarrado ao pulso dela - se você se decidir ficar com ele eu solto, mas se não.
-Eu vou com você... - disse olhando diretamente para Voldemort e lhe lançando um sorriso fraco. - ... Yan Shun!
Gina conseguiu se soltar e a comitiva de chineses e ela se puseram a correr. Voldemort berrava de ódio por causa dessa franca traição. Como ela ousava lhe dar um fora daqueles!
Ordenou que seus comensais fossem atrás deles. Mas já era tarde demais, Gina e os outros já tinham sumido.
Voldemort se concentrou e focou na marca negra de Gina. A ruiva sentiu a marca arder. Ela sabia que a marca retornara com força total. Gritou com força, seu braço queimava.
- plataforma 50. expresso oriente mágico – murmurou Voldemort e logo após aparatou. Ele repelia qualquer trouxa com sua varinha, pegaria sua amada nem que fosse a força.
Gina pediu ajuda a Yan, aquela dor era insuportável. Ao se virar viu que Voldemort estava se aproximando e falou:
-Sr Shun. Ele está nos alcançando. – alertou o velho monge.
-entre no vagão rápido - disse o velho ancião para todos.
Gina seguiu um dos membros da comitiva que lhe mostrava o caminho que deveria seguir. E rapidamente entrou no vagão deixando Yan para trás.
Logo após o resto da comitiva entraram, as portas do vagão se fechou. Voldemort batia com violência na porta trancada. Ele se ajeitou e pegou sua varinha e a apontou, mas não surtiu o efeito desejado. Gina ficou olhando para ele pela janela. Não ria nem chorava, apenas olhava para ele.
Voldemort levantou os olhos e pode vê-la, o encarando. Ficou ainda mais possesso e Gina sentia toda sua raiva.
-Adeus. - Gina apenas mexeu a boca para Voldemort, sem que emitisse nenhum som. O trem começou a andar e Voldemort correu o acompanhando, não queria perde-la.
- não me deixe. - mexeu os lábios para a ruiva, mas nunca terminou, pois o trem ganhou velocidade levando consigo sua Ginevra.
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