O divisor de eras - parte III



Músicas tema: Within Temptation – Over come
Within Temptation – A dangerous mind.


Capítulo 3: O divisor de eras - parte III


O beijo continuava selvagem e sem sentido. Voldemort acariciava as pernas de Gina enquanto desejava por algo a mais. Era como se quisesse aprofundar ainda mais aquele beijo. Gina estava completamente à mercê de Voldemort. Parecia que Voldemort tomava conta de seu ser... Cada pedacinho de seu corpo estava ansiando... Quase implorando por aqueles toques gelados e desprovidos de amor. Ela simplesmente não pensava. Era como se entregasse seu corpo a uma verdadeira fera. Ela só queria agir. Gina tinha esquecido que era uma refém. Esquecera de seus pais, amigos e irmão. Esquecera de Harry, o seu mais puro e cândido amor. Esquecera de quem era. Ela agia por impulso nunca visto antes por ela. Era lascivo, impulsivo e libertador.

Voldemort também estava diferente. Ele, em sua longa vida, nunca havia encontrado uma amante que era tão perfeita como ela. Era como se a ruiva fosse feita sob medida para ele. Gina era tão pura e tão selvagem. Nem Bellatrix era tão perfeita como aquela garota. Sua pureza vinha da aceitação incondicional dos seus toques. Sua selvageria vinha da disposição que ela se comportava junto a ele. Mostrava ser a amante perfeita que Voldemort procurava nos braços de Bellatrix.

A situação estava cada vez mais quente. Gina e Voldemort estavam tão sintonizados. Mas essa sintonia não duraria tanto tempo assim. Voldemort, sem perceber, tocara na marca de Gina com bastante força. Isso fora suficiente para que o corpo de Gina se retesasse devido à dor descomunal. A marca ficara estranhamente negra e passou a queimar como uma brasa recém saída do fogo.

- AI!!! – Gina gritou de dor.

Voldemort percebera que ela não estava agindo por impulso. Ela estava ciente de que ele ainda estava em cima dela. Talvez por isso seu corpo ainda estava rijo. Voldemort se censurou por ser tão desastrado. Ela não era Bellatrix em nada, absolutamente nada. Até porque Bellatrix gostava de sentir e provocar dor.

- O que foi Ginevra? – disse Voldemort se levantando parcialmente seu corpo. Gina fez uma careta, odiava o som daquele nome.

- Na... nada – tentou em vão parecer indiferente.

- Você tem que aprender oclumência com urgência. Você mente mal... - Voldemort deslizou os dedos gelados pelo pescoço alvo da garota.

- Eu... eu não consigo... eu estou toda dolorida. É como se a marca negra dilacerasse o meu corpo... eu mal consigo respirar. Eu... eu não sei, mas é normal doer tanto assim?

- A sua vai doer mais mesmo. Você recebeu duas maldições cruciatus antes de receber a marca negra.

- Essa dor parece permanente... Vou sentir isso para sempre? – perguntou com medo da resposta.

- Não! – disse rindo da ingenuidade da ruiva - Não se preocupe. Mas por um mês é uma certeza incontestável.

Voldemort deitou novamente em cima de Gina tentando reaquecê-la, mas o clima... o frisson que Gina estava há minutos atrás havia desaparecido. Virado fumaça. Gina estava completamente assustada e estarrecida com ela mesma. Voldemort percebera isso em seus olhos castanhos. Ela o olhava com medo. O que ele faria? Será que ele forçaria?

- Eu acho melhor descansarmos... – disse Gina querendo a todo custo se livrar de Voldemort.

- Você tem razão. Teremos tempo de sobra depois da nossa missão. Quem sabe com a morte de Potter não nos dê mais ânimo. - disse em um tom contrariado e mais frio que de costume. Parecia que não estava satisfeito e que queria ficar lá.

Aquelas palavras a fizeram se arrepiar, mas para sua felicidade conseguiu se controlar. Não queria de jeito algum despertar a ira daquela fera outra vez. Já tinha sentido toda sua fúria uma vez essa noite, e não queria senti-la outra vez.

- Se milord acha...

- Boa noite, Ginevra. Sonhe comigo.

Voldemort deu outro beijo em Gina, mas foi menos selvagem. Então ele se levantou da cama e saiu pela mesma porta que entrara. Foi embora sem nem olhar para trás. Gina estava estarrecida consigo mesma. Como ela poderia ter ido tão longe com Voldemort? Como era possível se render tão facilmente a ele? Foi apenas um beijo. E por causa daquele beijo ela quase se entregara por completo a ele. Ela era patética.

Com esses pensamentos, Gina também se levantou. Queria ver o estrago daquele maldito beijo. De um possível estrago maior. Que quase aconteceu. Ao chegar no espelho, ainda banhada pela luz do luar, percebera que estava toda amassada. Sua camisola estava desgrenhada, de qualquer jeito em seu corpo. Fixou o olhar em seu pescoço, nele haviam pequenas marcas vermelhas, provavelmente foram conseqüências dos beijos ardentes trocados com Voldemort. Gina foi em direção ao banheiro, situado após do closet. Precisava tomar um banho com urgência, e tirar o perfume dele de seu corpo.

§ ~*.*~§

Harry, Rony e Hermione aparataram nas proximidades de Godric Hollows. Harry se sentia arrasado. Era culpa sua que Gina estivesse sofrendo crucius em cima de crucius, e presa em uma masmorra fria cheia de inimigos ao seu redor naquele momento. Talvez, por isso que ele queria estar logo naquele povoado. Terminaria logo. E depois... depois teria Gina em seus braços sã e salva.

Hermione observava as feições duras de Harry. Não era culpa dele. Quem poderia imaginar que haveria uma emboscada bem debaixo do “atento” olhar do ministério. Mas agora já aconteceu.

-Harry, precisamos nos alojar. E as ruínas não é um lugar... saudável para isso.

-É eu sei. Eu estava pensando que tipos de privações e humilhações que Gina estará passando agora. Mas agora isso vai terminar. Isso tem que terminar.

Rony estava afastado dos dois, desde que soubera que Gina havia sido raptada que ele se encontrava naquele estado. Calado e sem qualquer tipo de feição em seu rosto que demonstrasse o que estava sentindo. Hermione notou que o ruivo estava sentado numa pedra distante deles, e caminhou lentamente ao encontro dele. Estava muito preocupada com o ruivo, que sempre demonstrava seus sentimentos, de maneira explosiva, e agora estava daquele jeito estranho.

- Ron? – chamou insegura. – está tudo bem?

-Está. – disse encarando o chão.

-Vai ficar tudo bem, você vai ver. – se sentou ao lado do ruivo e segurou sua mão, que tremia. – vai ficar tudo bem.

A garota parecia querer além de convencer Rony, convencer a si mesma que como nos anos anteriores quando Voldemort aparecia e colocava todos em perigo, no fim tudo terminava bem. E desta vez não podia ser diferente, o mundo mágico dependia disso.

-Não estou tão certo disso. Ela era minha responsabilidade, e eu falhei. É tudo culpa minha.

Harry se juntou aos dois a passos lentos.

-Agora não importa de quem é a culpa. O que importa é que lutaremos e vamos trazer a Gina para casa.

Rony levantou e encarou o amigo. Harry era um grande herói e dessa vez não seria diferente. Tinha certeza disso.

-Levo fé em você. Sei que vai salvar minha irmã mais uma vez. – apoiou as mãos nos ombros do moreno. Hermione enxugou uma lágrima.

-Isso foi lindo, rapazes. Mas é melhor procurarmos um lugar para nos alojarmos. – a garota tirou de dentro do bolso do casaco um pedaço de papel e o abriu. – De acordo com o meu mapa, há umas cavernas por ali. – apontou para a colina logo atrás das ruínas da antiga casa dos pais de Harry. – Lá é seguro. Quer dizer, menos perigoso que aqui.

Deu um sorriso nervoso e os três seguiram para as cavernas.

§ ~*.*~§

Aquela noite seria marcada como a noite do quase. Apenas quase. Antes do jantar Voldemort QUASE a beijou. Agora ele QUASE a teve por completo. Voldemort chegara enraivecido em seu quarto. Queria ter ficado nem que fosse a força com ela. Mas sabia que isso não seria sublime. E que também não era hora de medir forças com uma garota.

“como eu pude ser tão desastrado. Mas é claro que ela reclamaria da dor e voltaria a si. Como eu pude ser tão estúpido... depois de tanta preparação... Por mais algum tempo e ela seria minha por completo. Mas tudo bem, quando eu acabar com aquele vermezinho ela será minha e de mais ninguém.”

- MALDIÇÃO! – gritou quebrando dois espelhos-de-inimigos de uma vez só – eu não devia ter tocado naquela marca negra. Não antes de ter consumado o fato em si. Eu tinha conseguido despertar a fera que habita naquele corpo tão delicado e perfeito. Eu tinha aquela fera cheia de luxúria e libido nas minhas mãos. A única coisa lógica e obvia em fazer era ter consumado o ato em si. Mas eu não devia ter ido com tanta sede ao pote e ter me descuidado! Mais alguns beijos e caricias e ela imploraria por mim.

Voldemort continuou a falar sozinho e a distribuir sua ira aos objetos que encontrava pela frente. Ele estava quebrando todos os espelhos e frascos de vidros que estavam dentro de seu quarto um a um.

-Se eu tivesse consumado, eu a teria em meus braços agora!- continuou a se lamentar. - EU SERIA O DONO ABSOLUTO DELA! Ela não é do tipo que se entrega a qualquer um, não... Ela teria se resignado com o seu futuro. Ela entenderia qual seria o papel dela nessa minha ascensão absoluta ao poder. Ela compreenderia que ela é MINHA esposa, MINHA amante, MINHA... SÓ MINHA.

O bruxo não entendia como ficava tão irracional quando o assunto era Gina, ela o tirava dos eixos e ele não era mais tão ele. Ao seu lado se tornava passional e não conseguia raciocinar direito. Apenas só conseguia pensar em uma coisa.

Voldemort quebrou o restante dos vidros e espelhos que havia no seu quarto. Mas mesmo assim ele não se acalmou o suficiente para se deitar e descansar. Ele olhou para a sua cama negra. Estava irremediavelmente arrumada. Nem parecia que há algumas horas aquela mesma cama estava sendo ocupada por ela. Por sua ruiva. Como desejou estar naquela cama vermelha fazendo repetidamente o que havia planejado para os dois. Depois de estar cansado dormiria junto a ela. Mas seu plano tinha dado errado e agora dormiria sozinho.

“O jeito é me acalmar e tentar descansar. Mas não faz mal... eu vou cobrir o que perdi hoje amanhã. Com a morte de Potter, eu vou me saciar com a minha amante de todas as formas. Ela vai atender aos meus pedidos, aos meus chamados e vai se render. Se não se render, eu farei a força! Ela vai se esquecer que era a namoradinha do Potter, que ela era uma isca descartável. Aí, depois de transformá-la em minha amante obediente, eu a entrego àqueles dois amantes de trouxas que são os pais dela. Ela ficaria de olho neles. Como minha espiã. Ela estaria protegida de ambos os lados, também. Ninguém sonharia que ela é a Lady das Trevas. Mas seria por pouco tempo... só até eu livrar desse mundo aqueles vermes inúteis dos trouxas e também esses bruxos retardados amantes de trouxas... e depois...”

E com esses pensamentos sanguinários Voldemort conseguiu se acalmar um pouco mais. Tinha muitos planos para depois dessa limpeza. E que se depender dele, será posta em prática logo, logo. Ele, então, foi se arrumar para deitar. Deitar e tentar dormir sozinho.

§ ~*.*~§

Os Weasley, Lupin e os membros da ordem conversavam preocupadamente. Tentavam bolar um plano que fosse bom o suficiente para que ao menos pudessem trazer Gina para casa. Mas não conseguiam entrar em um acordo. A cada minuto um propunha um plano totalmente diferente. As idéias simplesmente não batiam.

-Nós precisamos do Harry. Ele é a peça fundamental desse jogo. – disse por fim Lupin.

-Não mesmo! Ele é só uma criança, eu não permitirei! – disse Molly firme.

-Molly, ele já tem 17 anos. E sabe se cuidar perfeitamente bem. Além do mais, ele é o único com uma conexão com Voldemort. – Lupin tentava persuadir Molly.

-Lembre-se que ele é “O escolhido”. Só ele poderá por um fim nessa historia de terror. – disse Arthur se pronunciando pela primeira vez. Lembrava perfeitamente as palavras de Dumbledore, só o moreno poria um ponto final naquele-que-não-deve-ser-nomeado.

-Está bem, se você concorda Arthur, tudo bem. – disse a mulher se dando por vencida. – Vou lá, chamá-lo.

Molly subiu as escadas apressadamente. Não tinha tempo a perder e sem pensar em bater na porta do quarto de Rony, abriu-a e entrou ferozmente. Sua garganta ficou seca, deu dois passos para trás horrorizada e correu para o quarto de Gina e assim como fez no quarto de Rony entrou tempestuosamente. Outra vez veio um nó em sua garganta.

-Arthur! – gritou com toda sua força.

O Sr. Weasley e os outros subiram desesperadamente as escadas, todos com suas varinhas bem seguras em suas mãos.

-Molly! Molly, o que aconteceu? – perguntou preocupado ao encontrar a sua mulher parada no corredor, branca como um fantasma.

A mulher estava de boca aberta, os olhos arregalados e apontava para o quarto de Rony. Lupin tomou a frente e subiu para o quarto de Rony.

-O que houve querida? Diz alguma coisa... – Arthur segurou o rosto rechonchudo de Molly entre as mãos.

-Eles... embora...

-O que? – os olhos dela se encheram de lágrimas.

-Sumiram... – a mulher cambaleou para trás e no momento que Arthur a segurou ela desfaleceu em seus braços.

-Meu Deus, eles foram atrás de Voldemort. – disse Tonks aterrorizada, levando as mãos a boca.

Arthur engoliu em seco. Seus dois filhos caçulas agora estavam no meio daquela guerra infernal.

§ ~*.*~§

A noite passou relativamente tranqüila. A maioria dos Comensais não estava mais na fortaleza. Gina conseguiu dormir depois daquela cena deplorável que insistia a ficar grudado na mente dela. Ela sempre teve o habito de acordar cedo. E hoje não seria diferente. Mas quando acordou a elfa já estava lá, parecendo velar o sono dela.

-Você tá aqui há quanto tempo? – disse espantada e se sentando na cama, mas ainda debaixo dos lençóis.

-Acabar de chegar... – disse a elfa com os dedos entrelaçados e olhando fixamente para a ruiva.

-Seu nome é Krinie. Certo? – quis puxar assunto e talvez se tivesse sorte faria amizade com a elfa e talvez pudesse com a ajuda dela fugir daquele lugar.

-Certo... certo milady.

-Milady?! Não! Meu nome é Gina e n....

- Não, não... milord mandou chamar milady de milady. Krinie, boa elfa, chama milady de milady. –disse a elfa aterrorizada só de pensar em chamar a Gina pelo nome e o Lord das trevas a pegar e castigar.

- Ele está extrapolando.

- Não! Milord deseja milady...

- Isso é obvio. – disse num sarcasmo quase que surreal para ela.

- Não... milady tem que deixar Krinie terminar. Milord deseja milady perfeita para o desjejum. E krinie estar aqui para deixar milady perfeita

- Quantas horas? Voldemort já acordou?

- Ainda ser cedo. Krinie saber que milord não conseguir descansar – disse a elfa indo para o closet.

- Eu até sei porque... – disse em tom sarcástico mais para si do que para a elfa.

- Krinie não saber, milady gostar de saia ou calça? Ou talvez belo vestido?- perguntou sem sair do closet desviando do assunto – krinie não saber dos gostos da jovem milady

- Calça. – disse sem pestanejar. Nem morta usaria uma saia ou vestido perto de Voldemort, vai que ele resolve atacá-la. Nunca se sabe.

- Já saber o que milady ir vestir.

- Eu acho que sou capaz de escolher sozinha.

- NÃO! Por favor não desgraçar Krinie. Milord mandou Krinie escolher, Krinie escolher... Senão Milord descobrir e Krinie ser severamente punida.

- Tá! Eu já entendi.

A elfa não demorou em escolher que tipo de roupa e sapato que Gina usaria para o café da manhã junto com Voldemort. A elfa colocou as roupas perfeitamente dobradas em cima da cama. Krinie percebeu que a sua pequena e jovem senhora ainda estava sentada na cama.

- A milady não vai se arrumar?

- Não sei se quero tomar café da manhã com Voldemort. – disse voltando a deitar e embrulhando até a cabeça.

- Milady não dizer isso de milord. Milord descobre e não gostar. – a ruiva bufou contrariada.

- Você sabe persuadir, né? Eu vou! – disse se levantando da cama.

Gina saiu do quarto e foi para o seu banho. Ela não demorou muito para se arrumar. O seu estômago estava reclamando de fome sem parar. Ao chegar no quarto, a cama estava impecável e roupa em cima dela. A elfa ainda estava lá esperando por Gina. Ela já estava começando a ficar com raiva tanto da elfa quanto de Voldemort.

- Me deixa adivinhar... Voldemort quer que você me vista.

- Sim milady. A milady não pode estragar mãos. E essa roupa ser difícil vestir.

- Tá bom... – Tinha até medo de se acostumar com tantos paparicos.

Gina já estava com sua roupa intima e por isso deixou a toalha escorregar pelo seu corpo delgado. A elfa colocou nela primeiro a blusa. Era do estilo greco-romano, branca e sem manga. A calça foi em seguida. Era negra e tinha um certo brilho, tinha um cós bem alto. A elfa pôs a blusa por dentro da calça deixando a mostra apenas o busto da blusa. O sapato era de salto mediano e muito bonito. Gina estava novamente impecavelmente bela.

Não queria admitir, mas as roupas compradas por ele eram de muito bom gosto.

- A milady estar linda! Milord ir gostar de ver. Vai sim. Agora sentar aqui na penteadeira, krinie terminar logo. Arrumar cabelo da pequena milady.

- Você tem um prazer sórdido em mexer no meu cabelo. Não tem como eu ir com ele solto? – disse Gina sentando-se.

- Não! Mi...

- Por favor não fale que Voldemort gosta do meu cabelo preso. Você não pode ser criativa? – seu tom saiu um pouco mais forte que o planejado, fazendo a elfa dar um passo para trás.

Krinie não respondeu nada e tratou de arrumar o cabelo de Gina, suas pequenas mãos tremiam. Ela amarrara o cabelo em um rabo de cavalo alto. Logo após a elfa fizera uma leve maquiagem em Gina. Quando terminou tudo, krinie deu um largo sorriso mostrando que havia vários buracos entre seus dentes e os poucos que lhe restavam estavam podres.

- Agora a milady estar linda e pronta. Milord ir gostar de ver a sua milady linda.

- Eu tenho que esperá-lo aqui para tomar o desjejum?

- Não. Krinie levar. Vamos milady?

Gina e a elfa saíram do quarto e foram para um lado ainda desconhecido pela garota. Aquilo só fez confirmar que a fortaleza era imensa. Não demoraram muito para chegar. Ao entrar, Gina percebeu que a sala era mediana e tinha uma mesa redonda com duas cadeiras. Parecia que Voldemort ainda não tinha chegado, mas a mesa do café da manhã já estava posta.

- Krinie, eu vou tomar o café da manhã sozinha?

- Não. – disse Voldemort assustando Gina. Ele surgiu imponente pelo portal da sala de jantar. Estava muito bem vestido, todo de negro. Definitivamente ele era um homem muito bonito e atraente.

- Bom... bom...

- Não gagueje! Ontem, antes de dormir, você estava falando normalmente. – novamente seu semblante não demonstrava qualquer tipo de emoção. Mas sua voz estava carregada de malicia.

- Bom dia. – tentou ao máximo manter sua voz firme como ele queria.

- Bom dia. Vamos tomar o nosso café da manhã?

Gina não falara nada e o acompanhou. A elfa também entrou na sala, mas isso não era garantia de nada. Voldemort poderia mandar a krinie sair de lá e depois poderia tentar tomá-la a força.

Voldemort viu que Gina estava ainda mais linda. Um fogo subiu por seu corpo. O desejo de tomá-la para si estava aumentando a cada passo que ela dava, seus movimentos eram graciosos, e despertavam aquele fogo nele. Mas não iria fazer nada por enquanto. Não até que o Potter estivesse a sete palmos embaixo da terra. Então, Gina saberia a quem deve obediência. Nem que seja a força. Ele percebeu que Gina estava com medo. Ele sabia que o medo dela era exatamente o desejo dele. Mas por enquanto não tocaria no assunto.

- Dormiu bem Ginevra? – tentou parecer indiferente.

- Sim.

- Que ótimo. – Voldemort não quis falar mais nada. Por enquanto.

Krinie começou a servi-los. Dessa vez Gina comeu junto com Voldemort, estava faminta e desta vez não recusaria o banquete. Eles tomaram o café da manhã em silêncio. Gina estava terminando e Voldemort percebera isso. Então ele resolvera puxar algum assunto.

- Ginevra.

- Sim. – Ele adorava essa subordinação dela. A garota estava começando a compreender a situação em que estava.

- Eu vou começar hoje a lhe ensinar a primeira lição de extrema importância para um comensal.

- O que é?

- As maldições imperdoáveis. Você já as viu?

- Ontem eu fui devidamente apresentada a cruciatus e ao imperius.

- É... mas você sabe usá-las? – o Lord a olhava de uma forma indecifrável.

- Em Hogwarts não se ensina esse tipo de maldições.

- Deveriam. Eu vou lhe ensinar antes de matar o Potter. Até porque você vai me ajudar nesse intento.

- Eu não seria a isca?

- E ainda é.

- Não é o suficiente?

- Não.

- Se milord deseja assim.

- Eu adoro quando você me chama de milord.

- Nós vamos agora? – Gina percebera que entrara em um terreno minado e desviou o assunto rapidamente.

- Não. Vamos matá-lo a noite. Um pouco de nostalgia... quero que ele sofra de ansiedade e preocupação. Oh minha pobre Gininha, tão indefesa. – Voldemort imitou, ou melhor, tentou imitar a voz de Harry, preocupado com a segurança de sua amada.

Antes que Voldemort puxasse outro tópico, um outro elfo entrou na sala. Gina e Voldemort ficaram olhando para ele. Voldemort, que não suportava interrupções, disse:

- É bom ser algo muito... muito importante, elfo. Do contrário você receberá um castigo a altura de sua insolência.

Gina ficou com medo de Voldemort, não só ela como o elfo também.

- O senhor Lucius Malfoy está lá fora querendo saber se tem permissão para entrar.

- Porque não disse antes, mande-o entrar seu verme. – bufou impaciente.

Lucius entrou rapidamente na sala e percebeu que a Weasley também estava lá. Mas como estava com pressa falaria com ela perto.

- Milord, eu gos...

- Agora não Lucius. Krinie chame Rodolphus e traga-o aqui o mais rápido possível.

- Sim milord. – a elfa fez uma reverencia exagerada.

Krinie saiu da sala deixando Gina com Voldemort e Lucius. Gina fechou seus olhos castanhos. Mesmo sendo uma Comensal, involuntariamente diga-se de passagem, ela não conseguia agüentar Lucius perto dela. Ela abriu os olhos, mas não estava disposta a encarar nenhum dos dois.

- Ginevra.
- Sim milord – disse ainda de cabeça baixa.


- Já terminou o seu café da manhã?

- Sim.

- Ótimo.

- Milord o que vim lhe falar é rápido e não precisará se privar da presença da Weasley – disse Lucius sem ser convidado.

- Eu não sabia Lucius que eu deixei você falar. – Voldemort olhou para ele com desprezo. E Lucius cerrou os dentes.

Gina não conseguia entender porque os comensais agüentavam toda aquela humilhação. A forma como o Lord os tratava era desprezível. Mas era isso que ele era, um monstro desprezível.

- Mas é que eu pensei que a Weasley sendo uma Comensal e que participará da emboscada devesse saber que tipo de feitiço eu usei naquelas ruínas.

- Ginevra ainda não é confiável. Vai se tornar hoje, depois que matarmos o Potter. Até lá as únicas coisas que ela precisa saber virá de mim.- Voldemort se inclinou para a frente e olhou diretamente para o Malfoy. – E outra coisa, você não está aqui para pensar, e sim para cumprir as minhas ordens. Fui claro?

Gina ficara realmente desapontada, pois se ela soubesse que tipo de feitiço ela poderia ajudar Harry. Mas pelo visto Voldemort já percebera isso antes dela sequer imaginar. Rodolphus não demorou a chegar. Ele continuava a não encarar Gina. Uma coisa que estava incomodando-a e muito. Voldemort nem olhou para Rodolphus e foi logo dando a ordem.

- Rodolphus leve Ginevra para a biblioteca. – Gina revirou os olhos. Precisava chamar o comensal para levá-la a biblioteca? Isso era demais.

- Claro milord. Vamos – disse Rodolphus mostrando a mão para Gina.

- Vamos. – disse Gina tentando olhar para Rodolphus.

- Não vou demorar Ginevra. – disse Voldemort terminando o seu café da manhã. – logo, logo eu estarei com você. – novamente aquele tom malicioso.

- Como quiser milord. – disse a garota indiferente.

Gina saiu junto com Rodolphus. Quando eles viraram no primeiro corredor ela simplesmente brecou.

- O que está acontecendo com você Rodolphus? Eu pensei que você dentre todos não quisesse o meu mal.

Aquelas palavras foram o suficiente para desarmar Rodolphus. Ele também parara e virou para ela.

- Eu devia ter tentado. – disse como um lamento.

- Tentado o que? – perguntou sem entender.

- Ter tentado fazer você fugir.

- Seria inútil. Eu me perderia nessa fortaleza e Voldemort...

- Lord das trevas! – corrigiu-a.

- Mandaria fazer uma busca. Acharia-me e você estaria morto. Você foi o comensal mais próximo de um amigo. E olha que eu não suporto Comensal.

- Você é uma Comensal. – fez questão de lembrá-la, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Não. Eu não me lembro de levar a causa dele para onde eu for. Eu não me lembro de esnobar e maltratar trouxas, nascidos trouxas. Então eu não me considero uma Comensal. – retrucou impaciente. Porque todos achavam que ela estava conformada em ser uma comensal?

- Vamos para a biblioteca. Aqui não é um bom lugar.

- Por que?

-Porque aqui as paredes têm ouvidos. – Rodolphus a puxou pela mão em direção a biblioteca.

Os dois andaram por um intricado de corredores. Gina se sentia tonta de tanto “direitas” e “esquerdas” que Rodolphus a fazia andar. Até que finalmente os dois chegaram à biblioteca. Era um cômodo muito grande e muito alto com uma mesa, cadeiras, sofá e uma lareira ao longe. As paredes eram cobertas por todos os tipos de livros. Gina não estava se apegando aos nomes ou gêneros. Eles chegaram a um conjunto de sofá negro em frente à lareira e se sentaram.

Não antes de Rodolphus lançar uma série de feitiços que lacraram as portas para que ninguém ouvisse o que estavam falando.

- Rodolphus, é normal que...- suas bochechas ficaram vermelhas. - que Voldemort leve alguém para a “cama”?

- Quando é que você irá chamá-lo de Lord das trevas ou até mesmo milord.

- Eu acho que é nunca. Mas então é normal o que lhe perguntei?

- Tirando Bellatrix, não.

- Como assim? Ela é a sua esposa! – exclamou espantada e ao mesmo tempo horrorizada. Eles eram casados, como ela podia ser tão baixa? A idéia era inconcebível para a ruiva. Mas estavam falando de Bella e ela era capaz de tudo para ter poder.

- Então você fale isso para ela quando a encontrar. – ironizou.

- Como assim?

- Bem, é de conhecimento geral que Bellatrix é a minha esposa. Mas eu acho que é uma informação que ela ainda não conseguiu assimilar.

- Ãhh, desculpa por ter tocado nesse assunto. – disse dando leves tapinhas no braço do homem.

- Eu já superei isso também.

- Por que?

- Eu queria ter filhos, mas ela achava que a gravidez pudesse deformar o seu corpo perfeito. Resultado a família Lestrange vai morrer comigo e com Rabastan.

- Nossa... – Não sabia o que dizer para confortá-lo. Nada além de “sua esposa é uma tremenda safada”.

Houve um silencio constrangedor entre eles. Gina estava começando a achar que àquela hora seria perfeita para que alguém entrasse. Mas Rodolphus foi mais rápido e voltou ao assunto inicial.

- Mas voltando ao que você me perguntou. Por que quer saber?

- É... bem... isso é tão constrangedor para mim. – seu rosto pareça estar pegando fogo.

- Milord tentou ir além de um cândido beijo?

- Cândido era o que eu e o Harry tínhamos... com ele não...- respirou fundo. - eu me senti fora de controle. Como se eu tivesse na época da câmara. É como se ele me possuísse de uma forma mais profunda...

- Foi o que eu imaginei. – disse com aquele tom sábio que Dumbledore possuía.

- Imaginou o que?

- Você se tornará à lady das trevas. Será a esposa de milord.

- Eu o que? – se engasgou com a própria saliva.

- Você é a lady das trevas, noiva e futura esposa de milord. E como você é superior a mim devo tratá-la de milady.

- Você deve tá curtindo com a minha cara.- deu um sorriso, mas Rodolphus não a acompanhou e seu sorriso foi morrendo. - Eu não sou superior a ninguém... eu não sou milady de ninguém... eu sou apenas Ginevra Weasley, ou Gina para os mais íntimos.

Rodolphus achou graça da simplicidade da ruiva, mas voltou ao seu semblante preocupado de sempre.

- Não mais. Ponha isso na cabeça.- ele falava como se estivesse tentando convencer uma criança que não ganharia sorvete naquele momento. - Você é superior a mim. Talvez por isso que Bella esteja tão furiosa. Você tomou o lugar dela.

- O que eu fiz para merecer “tamanho” prêmio? – tentou parecer sarcástica para aliviar um pouco a tensão do momento.

- Você foi e sempre será a minha melhor horcrux. Por isso um prêmio a altura de seu feito. Costumo premiar quem faz um bom serviço. – disse Voldemort se intrometendo na conversa e pegando os dois desprevenidos. – Por que a porta está selada com um feitiço silenciador?

- Milord. – disse Rodolphus se ajoelhando para Voldemort. – Eu não queria que algum comensal intrometido nos atrapalhasse, sabia que o senhor estava para chegar.

Gina, ao contrario, permaneceu sentada no sofá. Tinha medo de que Rodolphus fosse punido por ter dito algo tão intimo. Voldemort demonstrou satisfação com o rumo da conversa. Isso significava que ela começou a entender o seu papel.

-Acho bom mesmo. – disse desconfiado. - Fico contente Rodolphus que você tenha conversado com a minha jovem noiva sobre o papel dela.

- Tento fazer o meu melhor, milord.

- Pode ir.

- Sim milord.

- Rodolphus, por...

- Com licença milady. – ele não deixou que a garota terminasse e se retirou rapidamente. Estava com o coração na mão, mas o melhor seria sair.

Rodolphus saiu e deixou Gina sozinha com Voldemort. Ela estava com muito medo de ficar a sós com ele. Antes tinha medo de que ele pudesse machucá-la e matar seus familiares. Agora sentia medo dos sentimentos mundanos e impuros que aquele monstro despertava nela. Não era ela mesma quando sentia aquela forte vontade de se entregar de corpo e alma a ele. Disso Gina sabia. Mas sabia que aquela fera, que foi despertada na noite anterior, estava ganhando terreno em sua mente.

Voldemort percebera as angustia que se passava naquela cabecinha ruiva. Talvez fosse hora de pôr mais lenha na fogueira. Talvez fosse o momento de dar mais terreno para aquela fera dominá-la de vez.

Então ele se aproximou ainda mais de Gina como se fosse um predador atrás de uma presa. Gina se levantou do sofá e se afastou lentamente dele. Queria ficar o mais longe possível dele. Porém quando mais se afastava mais Voldemort parecia estar perto. O líder dos comensais estava adorando esse jogo de gato e rato. Até que Gina deu com as costas na parede. Finalmente, Voldemort havia encurralado-a.

- Algum problema, Ginevra?

- Não. – disse Gina tentando se esquivar daquele olhar penetrante e gélido.

- Pois não é isso que está parecendo.

Voldemort havia colocado-a entre seus braços. Gina se sentiu presa por aqueles braços fortes. Tentava de todas as formas sair de seu cerco, mas nada adiantou. Ele estava prensando-a com seu corpo ainda mais contra a parede.

Aquele cheiro deixou Gina embriagada. Foi a faísca suficiente para a fera, que a visitara junto com Voldemort, retornasse. Do nada Ginevra olhou profundamente para os olhos azuis de Voldemort e o beijou. Ele gostou daquela atitude. Para ele era o sinal verde que tanto queria na noite anterior.

Com um dos braços, Voldemort a abraçou fortemente. Colou ainda mais os corpos. Agora sim... sairia tudo perfeito. Gina ainda o beijava com sofreguidão. Queria de todas as formas aqueles toques gelados dele novamente. Com uma facilidade medonha, Voldemort conseguiu levantá-la com apenas uma das mãos e a carregou para o sofá.

A queria naquele momento. Ele interrompeu o beijo. Ela estava com um certo ar de maldade no olhar. Então ele a depositou no sofá. Gina respirava profundamente, quase implorando novamente por ele. Voldemort soltou uma gargalhada fria e cruel. Ela deu um meio sorriso sarcástico que não condizia a ela.

- Você não tem noção do quanto eu desejei isso ontem à noite. Você sendo minha...- se inclinou sobre ela e sussurrou em seu ouvido. - se entregando de corpo e alma para mim.

A garota deu um sorriso sem vida. E deslizou o dedo pelo rosto bem cuidado dele.

- Milord... – a voz não saiu doce e pura. Ela saiu um tanto quanto rouca e recheada de desejo e cobiça. Aquela fera já tomara conta dela.

Ele deitou em cima dela e voltou a beijá-la. Voldemort sabia que Gina seria dele... não havia ninguém naquele castelo para interrompê-lo. Estava contente com isso. Voldemort passou a unha no fecho da calça e ele abriu instantaneamente. O Lord das trevas começou a tirar a blusa por de dentro da calça. Quando tentou algo mais ousado foi mais uma vez interrompido.

- Milord perdoe-me a int... – disse rabicho entrando sem bater e vendo a cena.

O Lord olhou para trás com uma repulsa sem tamanha. Gina estava voltando ao seu normal e viu que novamente se encontrava debaixo de Voldemort. E pior, a sua blusa estava levantada, deixando a mostra sua barriga reta. Aquilo a deixou ainda mais sem jeito. Uma hora acabaria acontecendo o que Voldemort tem tentado fazer desde a noite anterior e sabia que não conseguiria resistir. Voldemort ficou ainda mais zangado. Agora não fora ele que arruinara seu plano com Gina. A culpa era toda daquele rato pestilento. Aquele rato teria uma lição a altura.

- Não perdôo. Você não deveria ter entrado. – disse se levantando de cima de Gina. Ela também se levantou e tentou arrumar sua blusa para dentro da calça, agradecendo pala interrupção.

- Eu não sabia milord... perdoe-me. – disse Rabicho nervosamente.

- Não. Eu estava tendo uma conversa séria e particular com a MINHA noiva e você a interrompeu. Eu havia prometido ensiná-la a usar as imperdoáveis e sabe quem vai ser a cobaia?

- Não... por favor milord, piedade. – Rabicho tremia dos pés a cabeça.

- Eu não sou piedoso. Agora responda! Sabe quem vai ser a cobaia?

- Não...

- Você. – seu sorriso gélido ia de orelha a orelha.

- Mas milord, há dementadores esperando pelo senhor. Eles querem saber o que devem fazer hoje à noite.

- Fique aqui. Não quero que você converse com sua senhora. Ela não precisa ouvir as suas lamúrias.

- Sim... sim milord.

Voldemort saiu e deixou os dois na biblioteca. Gina estava completamente grata por rabicho ter interrompido aquela insanidade. Agora ela tinha mais um fato que QUASE aconteceu. Gina então começou a observar rabicho direito. Ela não conseguia assimilar como Rony conseguiu viver tanto tempo com um animago e não desconfiar de nada. Seu irmão era mesmo um tapado.

Ela também pode perceber o quanto ele a olhava. Era um misto de ódio e medo. De raiva e de submissão. A fera que habitava em Gina ronronou em satisfação.

Voldemort não demorou a voltar. Quando ele entrou percebeu que o clima era intenso. Talvez por isso, ele resolvera brincar com o medo de rabicho.

- Você não deveria olhar para a sua senhora assim. Vai que ela se enfureça com você e não lhe de um crucio?

- Que isso milord. Eu nunca que a olharia de forma desrespeitosa, eu... – o rato tentava se explicar.

- Não é isso que está parecendo para mim.

- Bem... se milord não precisa de mim... – disse dando uns passos para trás.

- É bom não sair dessa sala, rabicho. – disse firmemente. - Como eu disse antes de sair, você será cobaia de Ginevra. Ela precisa aprender e praticar as maldições imperdoáveis.

Gina então se levantou e foi em direção a Voldemort. Estava temerosa. Seria a primeira vez que pediria algo a ele.

- Por favor milord. – disse Gina pegando lentamente no ombro dele. Ela usaria a arma da sedução ao seu favor e a favor de rabicho. Não gostava de ouvir gritos de dor e muito menos causá-los. – Ele não vale a pena tanto esforço seu. E como o milord mesmo disse, nós dois recuperaremos o tempo perdido depois da morte do... Potter.

- Estou vendo que você, Ginevra, está se comportando bem. – Voldemort esboçou um sorriso frio. – Digna de ser a minha esposa. Estou maravilhado com isso. Mas não tem porque se preocupar. Eu ia chamá-lo para ser o seu objeto de treino.

Ao terminar de falar, a puxou para sua frente. Com uma das mãos segurava o ombro esquerdo de Gina. Já a outra procurava por algo na parte interna da capa. Gina respirava em descompasso.

Estava com.... Com pena? Será que era aquilo? Ela fechou os olhos para poder refletir aquele sentimento. Depois de fechar os olhos e abri-los novamente pode perceber que sim... era pena que sentia não só dela... Mas principalmente de rabicho. Mesmo sendo um rato asqueroso ele não merecia tamanha maldade.

- Achei! – disse Voldemort. Aquela misera palavra tirou Gina de seus desvarios. – eu tenho um presente para você.

- Qual? – disse com uma falsa animação. Não queria que ele soubesse do tanto de pena que sentia daquele bruxo que estava a sua frente.

-A sua varinha. – disse entregando o objeto a Gina. Ela se virou rapidamente e queria pegá-la de uma vez, estava com saudades dela. Mas Voldemort foi mais rápido e a tirou de seu alcance – devidamente enfeitiçada para que ela não funcione contra mim. – terminou entregando em definitivo a varinha.

- Não confia em mim? – disse Gina fazendo o jogo dele. Era perigoso, mas era o único.

- Por enquanto não. A minha confiança é algo muito delicado e que quebra facilmente. E quando essa confiança é quebrada, você irá desejar a morte ao invés do castigo. Mas quem sabe depois da morte do Potter você não mostre o seu valor? Nunca fui bom em adivinhação.

- Se milord acha melhor... Eu o imploro. Eu não quero aprender nenhuma maldição imperdoável.

- Mas você vai aprender. Não era como na época da câmara que você torcia os pescoços das pobrezinhas das galinhas. Agora tudo é muito mais real. – disse Voldemort em tom gélido e autoritário. Gina sentiu um nó na garganta. Relembrar de seu primeiro ano na escola a fazia mal.

Gina havia entendido que ele deu a discussão por encerrada. Ela, então, voltou a encarar rabicho. Morrendo de pena dele. Ele estava tremendo de tanto medo. Voldemort abraçou a cintura de Gina e se aproximou ainda mais dela e cheirou seus cabelos, causando arrepios nela. O Lord tirou delicadamente os cabelos rubros do ouvido direito e sussurrou em seu ouvido.

- Primeiro vamos a la cruciatus. Uma das formas de lançar um crucius é você gostar de provocar a dor... porque raiva justificada não adianta. A cruciatus perde seu potencial com isso. Tem que vir de dentro, entende?

-Eu não gosto de provocar dor em ninguém. Por favor... não me force.

Rabicho começou a chorar ruidosamente. Entre lagrimas ele balbuciava algo sem nexo ou valor.

- Então vamos a segunda forma de se executar essa maldição. Feche os olhos. Só escute a minha voz. – continuou ignorando as súplicas da garota e o choro da cobaia.

-Primeiro farei uma demonstração. – apontou a varinha da garota para rabicho e sem dó nem piedade, gritou: - crucio.

Rabicho caiu no chão se contorcendo e gritando de dor. Gina fechou os olhos respirando pesadamente. Não estava suportando aquela tortura, era como se ela estivesse no lugar do pobre rato.

-Viu como é fácil? – Voldemort cessou o feitiço e entregou a varinha na mão da garota. – agora é sua vez.

-Não, não posso, por favor. – Voldemort apertou fortemente a cintura dela, seus olhos cintilaram de raiva.

-Não hesite, faça agora. – ordenou. Gina balançou a cabeça negativamente. Voldemort perdeu a pouca paciência que possuía.

-Agora! É uma ordem! – gritou cravando as unhas na cintura da ruiva.

-Crucio! – o feitiço o atingiu em cheio. Rabicho foi jogado para trás e novamente voltou a se contorcer de dor e gritar como um desesperado.

-Bom...foi razoável. Para alguém que nunca tinha executado um feitiço desse porte, até que foi bom. – Gina não conseguiu se conter. Grossas lágrimas rolaram por seu rosto.

-Chorar é uma das formas mais desprezíveis de demonstrar fraqueza Ginevra. – Voldemort segurava firmemente o rosto da garota. – Se contenha. – ordenou sem dar muita importância a ela ou ao comensal que respirava ofegante no chão. Sentou-se na poltrona atrás de sua escrivaninha e continuou olhando de forma fria para Gina que continuava de costas para ele.

-Contenha-se! – ordenou mais uma vez. – Krinie! – gritou, e a elfa apareceu envolta em uma fumaça branca no meio da biblioteca. – Chame Greyback e Draco.

Outra vez fez uma exagerada reverencia e estalou os dedos, desaparatando. Gina se jogou sem se importar com o que Voldemort diria no sofá que a pouco tempo atrás estava aos amassos com o Lord, e tampou o rosto com as mãos. Estava trêmula; nunca pensou que fosse capaz de lançar uma maldição imperdoável em alguém.

Deram duas batidas secas na porta e ela se abriu magicamente. Pelo portal passaram Greyback na frente e Draco Malfoy o acompanhava mais atrás muito sério. Ambos mantinham um semblante duro, típico dos comensais. Os dois se posicionaram em frente a Voldemort esperando as ordens.

-Levem esse rato pestilento da minha frente. Será que vocês, vermes... - Voldemort olhava diretamente para Draco. - ...são capazes de fazer esse trabalho direito?

Os comensais fizeram uma reverencia e se dirigiram a rabicho, que se encontrava esticado no chão e com a respiração falhada. Desde que tinha entrado na sala Draco tinha notado que a ruiva, que tanto desejava, estava aos prantos, e se perguntava o que Milord tinha feito de tão grave para fazê-la chorar daquela forma. Mas se controlou, não podia demonstrar nenhum tipo de sentimento por ela, não mais. Agora ela era sua superior, logo seria a senhora das Trevas. E pela primeira vez quis trocar de lugar com ele.

Os dois comensais seguraram em cada um dos braços de rabicho e o levantaram com extrema facilidade e o carregaram para fora da biblioteca. As portas se fecharam automaticamente.

-Ginevra. – chamou despertando-a de seus devaneios. – Quero que vá para seu quarto e descanse. Hoje a noite preciso de você bem disposta.

Gina se levantou sem pensar duas vezes e se dirigiu a porta, que se abriu sozinha. Por um segundo pensou que poderia andar pelo castelo sozinha e assim bolar um plano para fugir, mas no segundo seguinte Rodolphus desaparatou em sua frente. Suspirou cansada; por todo o caminho de volta foi silenciosa. Os dois não trocaram palavras ou mesmo olhares.

Rodolphus abriu a porta e deu passagem para a ruiva, que entrou de cabeça baixa. Pegando Gina de surpresa o comensal também entrou e fechou a porta. E para total surpresa dele, Gina se atirou em seus braços e começou a chorar desolada. Rodolphus sentiu um aperto no peito e a abraçou.

-Foi... horrível. – disse agarrando fortemente as vestes do homem.

-Shiii... eu sei, eu sei... – o comensal começou a afagar os cabelos rubros como sangue da garota, buscando consolá-la.

Rodolphus permaneceu por mais alguns minutos que não soube ao certo; ficou sentado ao lado de Gina segurando sua mão. A garota tinha pedido que ele ficasse até que ela pegasse no sono e sem ter ou querer negar tal pedido ele permaneceu velando seu sono, como um pai atencioso que nunca poderá ser.

Sem fazer barulho o homem saiu do quarto e deixou a garota dormindo tranqüilamente. Fechou a porta atrás de si, mantinha sua cabeça baixa. Levou a mão as têmporas que latejavam.

- Você não devia estar aqui, Malfoy. – disse lentamente.

-Nem você, querido titio, deveria estar dentro todo esse tempo com a Weasley. – disse Draco com um mau humor tremendo. – ela tem idade para ser sua filha. Deixa o Lord saber disso. – disse azedamente.

-Não há nada entre nós dois, se é isso que te preocupa. Ela é uma criança, e como você mesmo disse, poderia ser minha filha. Os meus sentimentos para ela são paternais– se virou para o loiro e continuou calmamente. – Não faça nenhuma besteira sobrinho. Nós dois sabemos que Milord não tolera esse tipo de traição.

Draco piscou várias vezes, atônito. Como ele sabia que ele sentia algo pela Weasley? Estava disfarçando tão bem. Seu tio o conhecia mais do que ele imaginava.

-Considere isso como um aviso. – e saiu deixando o loiro plantado ainda abismado no meio do corredor.

-NÃO É NADA DISSO QUE VOCÊ TÁ PENSANDO! – gritou Draco com toda sua força para seu tio. – Não é nada disso. – repetiu para si mesmo. Com uma raiva ainda maior, ele saiu emburrado e chutando o vento na remota possibilidade de se acalmar.

O dia correu numa destreza nunca vista. É aquele tipo de casualidade infeliz, quando você não quer que o tempo passe ele passa mais rápido ainda. Gina já estava acordada, mas não fez a menor força para levantar. Rodolphus passou por lá algumas vezes para conversar e fazê-la comer algo e em todas elas a ruiva fingiu com desenvoltura dormir um sono profundo. Pelo que Gina via, ela conseguia enganá-lo.

Por diversas vezes olhou pela janela, numa tentativa infeliz de fazer o tempo voltar. Mas já estava anoitecendo e a hora de trair seu verdadeiro amor, se aproximava. Seu coração batia descompassado, Harry nunca a perdoaria pela traição. Ele odiava traição. Não tinha o que fazer, o perderia para sempre.

Ela percebeu que alguém estava abrindo a porta. Pensando que era Rodolphus, Gina fechou os olhos e fingiu mais uma vez estar dormindo. Mas dessa vez se enganara miseravelmente. O homem entrou e a olhou de forma cética. Gina respirava devagar e fundo, passando a impressão que estava dormindo um sono pesado, mas ele não acreditou. Ela não o enganava.

-Você não me engana. – falou em um tom rude. – Não como você enganou Rodolphus. Eu sei muito bem que você está acordada a horas. Agora levanta.

Gina abriu os olhos sem graça.Não podia imaginar que era ele que entraria.

-Eu estava apenas descansando os olhos.

-Não vou repetir. Levante-se e toma. – jogou o uniforme de Hogwarts em cima dela com certa rispidez. – Vista esse uniforme. Me dá nojo só de pensar que você é da grifinória.

Gina não reclamou, aquela variação de humor dele dava medo.

-Pra mim é bem bonito, ao contrário daquele verde asmático da sonserina.

-Engraçado, você é a noiva do herdeiro dele... você deveria ser mais agradecida.

-Só estava tentando ser engraçada... agora se você me der licença, preciso me vestir.

-Pois não seja. Estarei esperando no meu quarto. A porta da passagem está aberta. – apontou com a cabeça uma porta aberta. – Você receberá instruções.

A ruiva balançou a cabeça. Ok, definitivamente estava doida, tentando fazer graça com a cara do maior bruxo das trevas. Sem esperar qualquer resposta Voldemort saiu deixando a garota sozinha para que se vestisse. Não demorou muito para se trocar. Rumou pela passagem adentro, quando entrou viu que ele já estava pronto também e lendo enquanto acariciava nagini. Pigarreou, não queria entrar no covil da cobra, mas ele ordenou, fazer o quê?

-Estou pronta.

-Ótimo, agora as instruções. – disse colocando o livro de lado. – primeiro: você vai poder chorar e gritar do jeito que você quiser. Vai poder tentar se sacrificar, pois isso vai ser um estímulo para o Potter.

A garota ouvia tudo de cabeça baixa, a vontade de chorar e gritar já estava em seu peito, não precisaria fingir.

-Segundo: quando ele te soltar eu quero que você ria da ingenuidade dele, ouviu bem? É para cair na gargalhada. É bom ser boa atriz. Fui claro?

-Aham. – sua garganta estava seca. Aquela cobra a olhava de forma esquisita.

- Terceiro: você vai se apresentar a ele como Lady das trevas. Minha noiva. E vai fechar a porta por onde ele entrar.

Balançou a cabeça, sua garganta estava com um nó gigante. Não queria fazer todas aquelas coisas para Harry... Não queria ver aqueles olhos verdes cheios de decepção e rancor. Não mesmo.

- E finalmente você vai ma passar os seus poderes mágicos, junto com a sua varinha para que assim possamos matar aquele verme juntos, você vai ficar muito cansada, cansada ao ponto de desmaiar, mas não se preocupe... eu te levo em meus braços para a nossa festinha particular. E vamos comemorar a noite inteira.

Gina estava horrorizada, se doasse seus poderes para Voldemort não conseguiria escapar e assim talvez ajudar Harry. Tinha que fazer alguma coisa, para que doasse o mínimo possível. Não podia fortalecê-lo ainda mais. Caso contrario, ele se tornaria indestrutível. Dumbledore lhe disse certa vez depois daquele episódio na câmara que todo o poder que a jovem lembrança de Tom Riddle era proveniente dela. E não queria repetir o mesmo feito. Não o deixaria fortalecido nem que sua vida dependesse disso.

-Ginevra, alguma dúvida sobre o plano? – a garota balançou a cabeça negativamente, sabia que não conseguiria falar nada. Ainda mais com aquela cobra medonha a encarando. Um frio lhe correu ela espinha.

Continuou parada em frente a Voldemort, sem saber o que fazer. Nagini ainda a olhava daquela forma; a cobra se desenroscou do colo do dono e deslizou na direção da garota. Ficou apavorada com a aproximação da serpente, que se enroscou aos seus pés. Gina começou a tremer, não conseguiu sair do lugar, parecia que alguém tinha lhe lançado um feitiço das pernas bambas. As risadas sombrias de Voldemort ecoavam pelo quarto, ele levantou de sua poltrona e se agachou aos pés da ruiva e pegou a cobra nas mãos e a levou em segurança para a cama.

-Com medo da nagini? Ela não lhe feriria... ela gosta muito da noiva de seu dono. – deu um belo sorriso convidativo para o pecado. – Por que você não passa a mão na cabeça dela? Ela adora carinho na cabeça.

A ruiva negou no ato. Aquela cobra lhe dava arrepios, mas alguma coisa foi mais forte do que ela parecia uma força atrativa que a puxava para perto da cobra e de Voldemort. Aproximou-se a passos lentos, as duas mantinham um olhar hipnótico e a tocou com as pontas dos dedos.

Ela pode sentir as escamas ásperas da cobra deslizando sobre seus dedos. O réptil aceitou de bom grado o carinho de sua nova dona e começou a se enroscar no braço da ruiva. Ela deu um sorriso vago e com o outro braço acariciou o resto da cobra. Voldemort estava gostando da interação das duas, o homem se aproximou por trás de Gina e deslizou as mãos pela cintura fina da garota e a abraçou possessivamente.

Colocou os cabelos da garota de lado e cheirou seu pescoço. Um frio subiu pela espinha dela. Estava gostando da aproximação dele e pode perceber que ele também estava bem contente por estar encostado nela. Voldemort desviou sua atenção para nagini, senão não conseguiria sair dali sem ter um pouco de carinho da ruiva. Então falou para a cobra em língua ofídica:

-“Temos que ir nagini, depois nós dois voltaremos.”. – Era estranho, mas Gina compreendeu perfeitamente bem o que ele estava falando. Voldemort olhou para Gina que ainda estava com os olhos meio vidrados de encanto com a cobra. – Temos que ir querida. – voltou a falar normalmente. – Quanto mais rápido matarmos o Potter, mais rápido voltaremos para concluir nossa conversinha... na cama, lógico.

Gina pós a cobra novamente na cama e Voldemort a puxou lentamente para longe da cama; e começaram a andar pelo castelo. Gina não olhava mais quais corredores andava. Ela ainda estava meio grogue. Gina saiu do transe bem devagar. Quando voltou a si percebeu que já estava do lado de fora do castelo; fazia um frio horrível. Parecia que o tempo sabia o que estava prestes a acontecer. Gina desviou o olhar para o exterior do castelo, mas ficou decepcionada, era um castelo de aspecto tenebroso e maléfico que provocava tantos arrepios quanto o vento gelado que soprava.

Os comensais tinham em seu favor o elemento surpresa. Voldemort sabia que Potter e seus fieis escudeiros estariam lá nas ruínas, mas eles não sabiam o que esperar e quando aconteceria o ataque.

-Me abrace bem forte. – disse para Gina tirando a atenção dela do castelo. Gina franziu o cenho. O que ele iria fazer?

-Vamos aparatar. Isso responde a sua pergunta? – Gina tinha se esquecido completamente que ele podia captar seus pensamentos. A ruiva enroscou seus braços ao redor da cintura do homem que era mais alto que ela uns trinta centímetros e hesitante apoiou a cabeça em seu peito. Voldemort retribuiu o abraço, só que ele a apertava mais, estava gostando da aproximação, ela estava sem perceber se deixando levar por seu charme, que ele sabia que era imenso.

Draco que estava posicionado mais atrás via tudo de camarote, segurou sua varinha bem firme, quase a quebrou. Lucius lhe lançou um olhar frio, para que ele seguisse seu exemplo e se contivesse. Rodolphus apoiou a mão no ombro do garoto, tentando lhe passar calma. Mas era difícil ter calma vendo a garota que ele gostava ser abraçada por ele.

- Não é melhor você ficar? – Rodolphus falou em uma voz terna.

-Não mesmo, Rodolphus. - murmurou para o tio. - Não perco isso por nada no mundo. – não podia ficar, e se ela precisasse de sua ajuda? Estaria lá para garantir que a ruiva saísse ilesa.

Voldemort foi o primeiro a aparatar levando Gina consigo, logo após todos os comensais aparataram ao mesmo tempo.

Em questão de segundos todos estavam desaparatando ao mesmo tempo nas ruínas de Godric Hollows. Voldemort praguejou ao notar que tinha desaparatado na lama, Gina não ligou preferiu assimilar cada pedaço da antiga casa dos Potter. Pode perceber o quanto o lugar era isolado. Teve um estranho aperto no peito diferente de todos os apertos que já sentiu na vida, quando fixou o olhar nas ruínas. Estava fazendo um frio estranho, pois ao contrário da fortaleza, era um frio acolhedor que soprava por aquele lugar.

-Aqui é a antiga casa do Ha...quero dizer, Potter?

-É... e se você se atentar nas cavernas ao fundo irá sentir o poder mágico dele, do seu irmãozinho e da sangue ruim. – respondeu com indiferença. - Agora vamos entrar.

Gina quase quebrou o pescoço, tamanha foi a violência com que virou o pescoço para as cavernas buscando qualquer vestígio de seus amigos. Seu coração veio à boca; então eles estavam lá por ela... por Voldemort... pela batalha que estouraria a qualquer momento. Voldemort impaciente a agarrou pelo braço e a puxou para dentro da que antes era uma casa.

Draco também olhou, mas foi mais discreto que a ruiva, voltou rapidamente a cabeça para o lugar. Voldemort andava em seus costumeiros passos largos e cruzou rapidamente a sala de estar. Gina ainda puxada por ele, praticamente correu para que não fosse arrastada. Lucius era o encarregado de aprontar a armadilha para o fedelho e seus amiguinhos estúpidos, mas não confiava tanto assim no talento do Malfoy pai em fazer armadilhas eficazes. Os dois subiram as escadas rapidamente, Voldemort parou no mezanino, os comensais se aglomeraram no andar de baixo para que pudessem escutar seu mestre e então começou seu tão esperado discurso:

-É hoje...Então, meus comensais está na hora de vocês se posicionarem. Quero tudo perfeito. Agora vão, e vocês verão meu sinal.

Gina olhava aterrorizada, haviam mais de cem comensais ali, só o trio e ela, se desse sorte, não dariam conta de todos esses bruxos com treinamento nas artes das trevas. Eles não sabiam um terço dos feitiços que os comensais sabiam. Estavam perdidos... se a Ordem não aparecesse com mais uma penca de pessoas do Ministério, eles definitivamente estavam perdidos, para não falar outra coisa.

Novamente Voldemort a puxou, ele tinha adquirido essa péssima mania de a arrastar para os lugares, mas eles não andaram muito. Ambos pararam em frente a uma porta ruída pelo tempo, suja de poeira e com um buraco bem no meio, parecia obra de um feitiço muito forte. A porta abriu só com o olhar gelado do bruxo e os dois entraram. Gina pode notar uma certa decoração de bebê bastante velha, a janela ao canto estava aberta, as duas partes da janela permaneciam penduradas, presas por um único parafuso, cada uma. Aquele era o velho e acabado quarto de Harry. Na parede tinha uma corrente com grilhões na ponta. Voldemort observou o olhar estarrecido da garota que estava na corrente e falou:

- Estão devidamente encantadas para não te machucarem na hora do seu pequeno show e também para se soltarem no exato momento que aquele vermezinho as tocar. – acariciou o rosto da garota demoradamente. – Não quero que você se machuque.

Seu coração batia acelerado, mal conseguia assimilar o que ele dizia.

-Agora vem e deixe-me prendê-la. O nosso herói de plantão está nos esperando, não queremos que ele espere demais. – disse segurando fortemente seu braço, Gina pode jurar que ficaria uma marca roxa. – E você como uma boa comensal e devotada noiva... vai me ajudar a matá-lo.

Aquela risada fria e cruel voltou a ecoar em seus ouvidos.

-GREYBACK! – gritou pelo comensal, que para a surpresa de Gina entrou pela porta segundos depois. – Quero que fique de olho nela, facilite as coisas quando o Potter aparecer por essa porta. Me entendeu?

Fenrir Lobo Greyback, com aquele olhar sádico balançou a cabeça afirmativamente. Sem mais explicações Voldemort saiu, a garota pode ver o balançar de sua capa negra e bem cuidada, deixando a ruiva e o comensal lobo. O comensal só esperou que o mestre saísse para se abaixar e ficar frente a frente com a ruiva que naquele momento estava com as mãos presas atrás do corpo com a corrente. Gina prendeu a respiração, ele fedia terrivelmente a suor. O homem deu um sorriso enviesado e malicioso, deixando a mostra seus dentes pontiagudos.

- Sabe, eu adoro comer criancinhas, principalmente se forem como você... – sua voz parecia com um latido rouco. – cheirosinha e limpinha.

O lobisomem chegou perto demais da ruiva e como um cachorro a cheirou. Soltou uma rosnada, que a assustou, mas no momento seguinte se pôs de maneira firme.

- Se você não fosse a noiva do Lord... – rosnou mais uma vez para a garota, seu rosto era sanguinário. – adoraria morder esse seu pescocinho jovem e alvo. – rosnou de forma ameaçadora novamente e passou a língua pelos dentes afiados e amarelos.

-É... só que ele chegou na frente. Mas para mim, no estado que estou agora... – apontou a cabeça para as correntes. – Não faria a menor diferença.

Greyback rosnou sanguinário para a ruiva, não tinha gostado da resposta atrevida dela. Se aproximou mais ainda dela e Gina teve vontade de vomitar, ele fedia horrores. Mas ele não pode falar nada, fora pego de surpresa por Rodolphus que entrou tempestivamente no cômodo. Greyback se levantou num pulo, e antes que falasse algo Rodolphus o mandou sair e manter guarda do lado de fora.

-Vim assim que soube que ele estava mantendo guarda aqui contigo. – lançou um olhar firme e censurado para a bruxa. – Você não devia falar desse jeito com o Greyback. Ele é meio... – parou por um instante buscando a melhor palavra. -... selvagem e sem contar que se o Lord ouvisse o que você disse, ele poderia te castigar.

Rodolphus se pôs atrás da garota e se agachou.

-Está doendo, essas correntes? – perguntou com aquele tom de pai preocupado e cuidadoso. Gina balançou a cabeça negativamente. Aquelas correntes apesar de serem grossas e pesadas, mais pareciam plumas depois do feitiço de Voldemort.

- Sinceramente, Rodolphus, eu não estou ligando mais. Sou uma traidora... trai minha família, trai o Harry... – abaixou a voz apenas para que ele ouvisse. – preferia estar morta.

-Mas não traiu o seu sangue... ele é puro e único. Você é única, poderosa até os últimos fios de cabelo... você sabe disso.

Se ele pensava que assim a animaria, estava redondamente errado. Uma grossa e solitária lágrima escorreu por seu rosto, marcando-o.

-Você não deveria estar em seu posto agora? Pronto para matar meu irmão? – sua voz tinha um tom sentido. Queria ficar sozinha, não gostava de chorar na frente das pessoas.

-O Lord deixou claro que podemos matar a sangue ruim mas... o seu irmão é só para deixar desacordado. Pois ele é um trunfo para te deixar calma.

-Isso é um grande consolo... minha melhor amiga morta... –lutou com todas as suas forças para se manter firme e apagar de sua mente a imagem de Hermione estirada no chão coberta de sangue, estática, com os olhos arregalados de terror.

-Amizade é algo muito volátil. – Rodolphus soava friamente, estava vendo naquele momento seu lado comensal. - você vai poder fazer amigas melhores. Condizentes ao seu novo posto. Não fique triste dessa forma, às vezes as mudanças drásticas são inevitáveis. E você faz parte delas. Então sabe qual é o seu papel nesse plano?

- Amigas melhores? - aquele não era o momento, mas caiu na gargalhada. - Já estou até me vendo andando com a Parkinson...

- Também não exagera... você vai encontrar mulheres mais inteligentes que a Parkinson.

-Duvido muito... eu só queria conversar com a Luna e acabei no meio dessa historia sem pé nem cabeça. - novamente teve vontade de chorar.

- A Lovergood é puro sangue... depois da reestruturação... – reestruturação era o nome que Rodolphus achou para não dizer limpeza do mundo mágico para a garota e a deixar ainda mais atormentada. -... ela seria uma ótima amiga para a Lady das Trevas.

- Não me chame assim, sabe que não gosto da idéia... – respirou fundo buscando paciência, mas não encontrou nada. – puro sangue? Puro sangue? Você não entende que eu não me importo? Rodolphus, por favor... pra cima de mim? Só quero que isso termine logo...e se...

Parou instantaneamente, sua boca estava seca.

-E se? – o homem a instigou a continuar.

-E se eu morrer durante esse percurso eu não ligaria. Na verdade estaria muito feliz.

-Mas agora você vai se importar. E o Lord não te quer morta, não complique mais as coisas para você. Seria mais fácil se aceitasse a sua atual condição e abraçasse a ideologia.

Para Gina Rodolphus estava delirando, mas não discutiria novamente, de que adiantaria? Faria seu papel até que pudesse fugir sem prejudicar seus amigos.

-Você sabe que isso nunca acontecerá, mas... não vou discutir.

Antes que Rodolphus pudesse retrucar e tentar enfiar um pouco de juízo naquela cabecinha de fogo, Voldemort entrou no quarto com a cara fechada. Não gostou nada em ver que Rodolphus estava no quarto com Gina.

-Eu não designei Greyback? – arqueou as sobrancelhas furioso. Odiava ser desobedecido.

-Sim milord. – disse temeroso. – mas Fenrir disse claramente que desejava mordê-la. Eu... eu achei melhor intervir e tirá-lo daqui.

-E quem não deseja o mesmo. Olhe para minha noiva Rodolphus, tão bela, até mesmo toda suja e acorrentada como um animal selvagem. – o comensal nada disse e Voldemort continuou olhando diretamente para ele. – melhor assim. Pode ir para seu posto, Rodolphus. Obrigado.

Gina nunca tinha visto ele, o todo poderoso lord das trevas, dizer um simples “obrigado”. As pessoas realmente sabiam surpreendê-la. Rodolphus saiu, Gina rezava para que ele ficasse, mas não ficou. Voldemort tornou a olhá-la.

-Confortável?

-Melhor impossível. – disse irônica. – como num hotel sete estrelas. – seus braços estavam começando a ficar dormentes.

-Que seja. – se agachou atrás dela e puxou para baixo a manga de seu sobretudo tampando a marca negra em seu braço. Conjurou uma mordaça e colocou na garota. Levantou e sacou sua varinha. Foi em direção a janela e mirou a varinha para o céu escuro e murmurou : - morsmodre.

A marca negra se projetou no céu, o crânio se fez nitidamente no céu. Voldemort se virou para a garota e disse em um tom sádico:

-Agora seja boazinha e faça a sua parte. Comece a chorar. – sua feição era a mais maléfica possível. Então ele se escondeu entre as sombras: era o início da caçada. Ela não precisou fazer força, só deixou aflorar todos os sentimentos reprimidos naquele momento.

Os comensais em suas posições viram a marca negra pairar no céu e souberam que aquele sinal avisava que a batalha já tinha começado. Da caverna o trio também pode ver a marca negra, era o sinal que estavam esperando há horas. Harry fechou seu semblante e disse:

-Está na hora... não queria que vocês fossem comigo, será arriscado demais.

-Você não espera que deixaremos você ir sozinho, não é? – Hermione arqueou as sobrancelhas decidida.

-Viemos até aqui e terminaremos o serviço. – disse Rony não tão seguro como sua namorada.

-Agradeço a ajuda, vou precisar. – disse passando a mão pela testa, limpando suor. Sua cicatriz ardia levemente, era sinal que Voldemort já esperava pronto. – Terá uma maré de comensais e teremos que ser mais espertos que eles.

-Nós tivemos o melhor professor. – disse Hermione dando um sorriso encorajador para os dois.

- Eles sabem milhares de maldições e feitiços das trevas, então agiremos sem piedade porque eles não terão piedade da gente.

-Ok, sem piedade. – disse Rony parecendo fazer uma nota mental, Hermione revirou os olhos.

Os três se olharam desejando sorte e saíram da caverna, correram ladeira abaixo o mais rápido possível, cada minuto era precioso. Esconderam-se entre os arbustos que cercavam as ruínas. Havia cinco comensais guardando totalmente alertas a porta principal.

-Ok... – sussurrou Harry para os dois. – vocês cuidem deles e deixem a passagem livre para eu passar despercebido. Eles não podem me ver entrar, senão Voldemort saberá. – Rony tremeu ao ouvir aquele nome.

Harry se afastou dos amigos indo para um arbusto próximo a entrada da casa. Hermione se concentrou e murmurou algo muito rápido e num impulso violento levantou apontando a varinha na direção dos comensais. O feitiço proferido pegou de uma só vez dois comensais, lançando-os longe da entrada, ambos caíram no chão a alguns metros de distância inconscientes. Rony seguiu a iniciativa da namorada e também nocauteou mais um. Os dois comensais restantes foram para impedir que aqueles dois entrassem. Mas Hermione, mais uma vez conseguiu. Harry olhava para a amiga impressionado. Hermione se virou ao amigo e disse

- É melhor você ir, Harry.

- E vocês? - perguntou Harry preocupado

- Estaremos bem atrás de você. Agora vai pegar a Gina – disse Rony.

Harry saiu desembestado. Queria de todas as formas resgatar Gina o mais rápido possível. Atrás dele, vinha Rony e Hermione. Mas quando eles pisaram no batente da porta, perceberam que não seria tão fácil assim. Uma legião de comensais se encontravam prontos para atacar no hall de entrada.

Hermione foi a primeira a atacar. Os comensais contra-atacaram ferozmente. Mas Hermione, assim como Harry e Rony, se esconderam em um armário perto da entrada. Rony também jogou feitiços nos comensais. Mas, antes de Harry ajudar os amigos uma voz feminina e odiosa gritou:

- CESAR FOGO. – era a voz de Bella – Potter, aquela coisa ruiva te espera no segundo andar... é melhor correr... não somos tão hospitaleiros com os nossos hospedes...

Harry saiu do armário com os seus amigos. Os três foram em direção a muralha de comensais. Harry passou por eles sem nenhum problema. Mas quando Rony e Hermione tentaram Bella falou em falsete.

- O que faz pensar que o lord que a sua presença sangue ruim? Não! Você e o traidor vão ficar.

Hermione e Rony foram arremessados para bem longe de Harry. Harry quando virou para ver se seus amigos estavam perto percebeu que eles estavam sendo arremessados para o outro lado da sala e saíram pela porta voando.

- Rony, Hermione!

- É bom você ir, Potter. Ou a Weasleyzinha vai ter o que merece!

Ele bem que tentou retornar, mas Bellatrix foi tão categórica que Harry ficou medo de tentar retornar. O único jeito era seguir em frente. Foi nesse momento que se ouviu barulho de várias aparatações. Eles invadiram a casa. Era a Ordem chegando. Uma verdadeira batalha estava acontecendo. Harry se sentiu um pouco mais aliviado. Não demorou muito até subir e chegar a seu antigo quarto.

Ele abriu lentamente a porta. Do outro lado do quarto estava Gina. Ela estava suja, amarrada, amordaçada e assustada. Harry ficou feliz que ela estivesse viva. Era evidente que ela estava chorando. Berrava algo desconexo, mas a mordaça não deixava que Harry entendesse coisa alguma.

- Gina! Graças a Deus você está bem!

Gina o olhava com uma pena sem tamanha. Será que ele não compreendeu que estava indo ao encontro da morte? Quando Harry tentou encostar nos grilhões, Gina escondeu suas mão e balançou sua cabeça negando a tentativa do namorado. Harry não entendeu o motivo e então resolveu tirar a mordaça dela.

- O que foi Gina? Por que você não quer que eu te solte?

- Por que veio?

- Como assim?! – disse Harry conseguindo tocar nos grilhões.

Mas alguma coisa estava errada. Os pulsos de Gina não estavam marcados e os grilhões se soltaram rapidamente. Gina continuava ajoelhada e chorava sem parar. Harry se levantou e percebeu que não estavam sozinhos. Voldemort apareceu das sombras. Apesar do rosto mais humano, a sua cicatriz não mentia. Era ele.

- Me perdoa, Harry. – disse num lamento.

- Você mais uma vez me decepciona. – disse jogando um feitiço amordaçando gina novamente - Mas deve ser por causa da má educação. Mulheres... só sabem chorar e pedir perdão. Talvez desse jeito, amordaçada, pare de se rebaixar. É irritante.

- O que você fez a ela, seu monstro! – disse Harry berrando insanamente. Sua vontade era de matá-lo naquele instante.

- Quem é você para se dirigir a mim, Potter? Do que você sabe sobre essa garota?

- Fique longe dela. Gina não tem nada a ver com isso.

- Mas é claro que Ginevra tem a ver com isso. Você não sabe do que uma mulher pode ser capaz se pressionarmos direito.

- Gina sai daqui e fecha a porta. – o moreno ordenou para a namorada.

- Você não vai a lugar algum, Ginevra. Não terminamos. – cortou Voldemort.

Gina bem que tentou sair, mas o lord das trevas não deixou que ela se levantasse. Voldemort foi mais rápido e lançou Harry longe, prendendo-o na parede a alguns centímetros do chão. Harry ficou imóvel, Voldemort o tinha lançado um feitiço que o deixou preso, sem conseguir mexer um músculo. Voldemort deslizou para Gina que estava com os olhos arregalados de pânico, Harry quis gritar para que ele se afastasse dela mas não conseguiu.

O bruxo das trevas se posicionou ao lado da ruiva, não queria que Harry perdesse o showzinho. Recitando palavras que nem Harry nem Gina estavam compreendendo, Voldemort retirou a mordaça da ruiva e se ajoelhou. A olhou nos olhos e pode ver todo o medo que ela sentia no momento, chegou sua cabeça perto demais da dela. Por um momento Gina pensou que ele fosse lhe beijar, mas não, ele chegou bem perto sua boca e murmurou:

- Vou precisar da sua varinha. Ab initio ad vindictam. (desde o começo por vingança) – ele tirou a varinha dela e então uma luz branca começou a emanar de Gina. Ela podia sentir seus poderes sendo drenados por Voldemort, sentiu-se fraca, sonolenta. Voldemort segurava seus cabelos sedosos e inclinou a cabeça dela para trás, a luz ainda emanava da garota. Gina estava pálida e Harry via tudo horrorizado. Voldemort estava sugando os poderes de bruxa de Gina, assim ele ficaria mais forte que o possível. Não tinha como vencê-lo. Aquela batalha estava perdida para Harry.

Voldemort não pode terminar o feitiço, um barulho alto e um frio descomunal lhe desviou a atenção. Uma bruma perolada se formou sob os pés dos três bruxos. O lord das trevas viu que os poderes de Gina tinham retornado a ela. Gina acordou e se sentiu forte novamente. Ela não fora a única beneficiada por aquela estranha bruma. Harry conseguiu se soltar.

- Gina. Sai desse quarto e fecha a porta.

- A minha varinha está com ele!

- Vai! Corre e encontre Rony e Hermione.

- Mas...

- AGORA! Antes que a bruma desapareça. – Voldemort estava caído no chão, aquela bruma não sabia como lhe enfraquecia.

Gina deu um beijo rápido em Harry e saiu pela porta batendo em suas costas. Harry percebeu que a bruma, que viera em momento providencial, se dissipou. Voldemort já estava de pé olhando firmemente para o seu oponente.

- Agora Voldemort é só nós dois. Nada de truques.

- Potter, você irá desejar ter morrido na primeira vez.

§ ~*.*~§

Gina corria desesperadamente para fora da ruína. Sem se dar conta trombou com Hermione, as duas perderam o equilíbrio e caíram no chão. Sentiu alguém agarrando suas vestes a levantando com facilidade, e com a outra mão ajudou Hermione a se levantar.

-Gina! Graças a Merlim, você está bem? – perguntou todo afoito seu irmão mais novo. – Você sabe quem te machucou? Heim?

-Calma Rony, estou bem. – Rony lhe deu um abraço de quebrar os ossos. – O Harry me ajudou a escapar.

-Gina, Harry e Voldemort estão lá dentro? – Hermione estava preocupada demais com o amigo. Se algo acontecesse a ele, nunca se perdoaria.

-Vamos sair daqui. Venham. – a ruiva começou a correr com Rony e Hermione do seu lado. Estavam alcançando uma boa distancia da casa quando Hermione parou de repente, fazendo Rony também parar, Gina olhou para o lado e não encontrou seu irmão e também parou abruptamente.

-Não podemos deixar o Harry sozinho! Temos que voltar. – Gina e Rony que estavam com as mãos apoiadas nos joelhos respirando profundamente tentando descansar concordaram com a cabeça e os três voltaram a correr, só que no caminho contrário a antes. Estavam a alguns metros de distância da porta principal, mas foram impedidos por uma muralha de comensais. Os três se puseram em posição de luta.

-Olha só, quem estão tentando invadir. – disse um comensal de voz fria. – Vocês não vão entrar, queremos nos divertir também.

Todos os comensais miraram suas varinhas para os três, e Rony e Hermione fizeram o mesmo, mas Gina arregalou os olhos, apalpou suas vestes e sua varinha não estava. Se lembrou que ela estava nesse exato momento nas mãos de Voldemort. Antes que começassem a luta, um comensal no canto gritou para os outros:

-Não machuquem a lady. - antes que Hermione pudesse raciocinar sobre aquela ordem a batalha começou. Rony e Hermione trocavam feitiços com os comensais, mais um em especial veio na direção da bruxa desarmada, Gina esperou que ele se aproximasse e se lembrando muito bem das diversas aulas com Gui e Carlinhos em “como se livrar de um garoto indesejado” deu um soco no nariz do comensal que se dobrou segurando o nariz que sangrava muito.

§ ~*.*~§

Voldemort e Harry estavam com suas varinhas em punho. Voldemort queria por tudo fazer Harry sofrer. Era por causa daquele verme que Ginevra saíra do quarto antes de terminar sua missão. Era impressionante como aquele garoto poderia atrapalhar sua vida... seu destino. Harry, ao contrario, queria terminar o mais rápido possível. Só assim, poderia ter Gina, novamente em seus braços. E assim começou a batalha que poderia mudar a vida de todos.

§ ~*.*~§

O comensal sacou a varinha, iria estuporar aquela pirralha de qualquer jeito. Mas Gina foi mais rápida, correu para a pequena floresta que jazia solitária ao lado da casa abandonada e se jogou entre as árvores.

Respirava profundamente, seu coração parecia que ia explodir, tinha que voltar e ajudar seu irmão e cunhada, mas como, se não tinha nem varinha e sua mão direita doía pra caramba. Encolheu-se quando ouviu passos, pode ver perfeitamente que era o comensal que a pouco fora socado por ela.

Sentiu uma mão fria e pálida lhe puxar e antes que pudesse gritar lhe tamparam a boca com a mão, o homem a segurou fortemente contra seu corpo. Ele estava totalmente coberto, mas não vestia o uniforme dos comensais; e com a mão livre lançou um feitiço não verbal no comensal, que caiu duro no meio da floresta.

Gina virou a cabeça para trás e não deixou escapar aqueles olhos cinzentos e profundos. Ele a soltou, mas antes que ela pudesse dizer ou fazer qualquer coisa ele tomou sua frente e disse:

- Aqui não é seu lugar, vou te levar para Hogwarts. Antes que o Lord das trevas possa te machucar outra vez. - ele sussurrava para a garota que não disse nada até aquele momento. O homem olhou sorrateiramente a batalha e viu que os comensais estavam totalmente entretidos com o casal, não dariam falta dela. Voltou a olhar para a ruiva.

-Vamos! Eles não vão nos ver. – disse oferecendo a mão para a garota.

-Ouça, muito obrigada pela ajuda, mas tenho que voltar. Meu irmão e a Mione estão lá! Sem falar no Harry, eles precisam de mim!

-Eles são bem grandinhos, sabem se cuidar sozinhos! E aliás, você não seria de muita serventia sem sua varinha. Um soco de direita não derruba todos os comensais, sabia?

-Não vou sem eles, e ponto!

-Eles estão ganhando, agora vamos.

O homem a puxou com força e os dois se puseram a correr, como se a vida deles dependesse daquela corrida e realmente dependia. Gina já podia ver os grandes portões da entrada da casa, não tiveram problema para sair. Era como se as marcas em seus braços esquerdos dessem passe livre para eles. E realmente era um passe livre, somente quem tinha a marca negra poderia sair pelos portões sem serem atingidos por uma maldição. Ao cruzarem o portão, o homem a puxou para si e a abraçou e sem maiores explicações aparatou.

Os dois desaparataram numa estrada, Gina se soltou do homem e se desequilibrou, mas o homem foi mais rápido e a segurou pela cintura. A ruiva reconheceu a estrada em que estavam, ela ia de Hogwarts até Hogsmeade.

O homem deixou o capuz que lhe tampava o rosto deslizar até cair, deixando a mostra seu rosto. Porém a garota não demonstrou nenhuma surpresa, já sabia quem ele era. Era Draco. Tomou fôlego para falar, mas ele não deixou e falou na frente.

- Primeiro: não fui eu que contei ao Lord que você e seu namoradinho estavam se agarrando na casa dos gritos. Foi meu pai. Portanto você me deve desculpas!

A garota franziu o cenho em descrença.

-Eu... – Draco novamente a interrompeu, estava engasgado, tinha que falar.

-Segundo: você devia ter fugido, já estava prestes a sair pelo portão, mas não, tinha que dar ouvidos a sangue ruim e voltar pelo testa-rachada.

-Mas...- quem ele pensava que era para xingar sua amiga e seu namorado?

-Terceiro. – Draco então parou de enumerar seus esbregues. Ele a olhou e desistiu de continuar. – olha, eu sei o que você deve estar pensando. Mas você não podia ficar lá. – abaixou a voz e continuou, como se estivesse fazendo uma confissão feia e suja. – O lord das trevas nos mudou a ferro. O que será de nós, Ginevra?

Ela o olhava sem saber o que dizer. E ele continuou:

-É melhor você entrar na escola. – o loiro deu as costas a garota, não agüentaria vê-la partir.

-Obrigada, Draco. De verdade, você se arriscou muito por mim. – disse colocando a mão sobre o ombro do garoto, ele apenas virou o rosto para encará-la. Gina se aproximou e depositou um beijo no rosto dele, o pegando desprevenido.

A garota se dirigiu aos portões da escola que estavam estranhamente entreabertos. Mas antes que ela entrasse, sentiu novamente aquela mão fria lhe segurar o braço. Olhou para trás e pode encarar aqueles olhos cinzas, não mais escuros e duros mas sim tristes.

Ele sabia que aquela seria a ultima vez que estaria tão perto dela, aquele momento era único. Draco encarou os lábios carmim de Gina, eram tão convidativos. Não podia recusar alguns segundos, quem sabe minutos, no paraíso pelo menos uma única vez. Antes que ela pudesse argumentar, Draco a beijou. Foi como se o mundo parasse para observá-los.

Primeiro depositou uma mão na cintura dela e a outra levou ao cabelo. Roçou os lábios no dela, queria que ela o desejasse também, não queria de forma alguma um beijo forçado. Deslizou seus lábios pelo dela, sem tocá-los realmente.

Prendeu o lábio inferior dela entre os seus lábios, Gina tremeu. Enroscou as mãos no pescoço dele, Draco tremeu. Ele beijou seu queixo desviando de seus lábios, Gina resmungou, queria sentir a boca dele. Inclinou-se para frente, mas ele desviou e deslizou sua boca pelo rosto dela, pelo queixo e chegou ao pescoço, onde depositou vários beijinhos solitários.

Gina não agüentava mais, queria o beijo. Draco pareceu ler seus pensamentos porque no segundo seguinte encostou totalmente seus lábios no dela e Gina abriu a boca dando passagem para o garoto. Sua língua era quente e macia, Draco começou uma dança sensual com a língua da ruiva.

Era um beijo cheio de paixão e desejos reprimidos. Gina se sentiu engolfada por esses sentimentos e sem pensar retribuiu o beijo. O beijo. Era ainda mais diferente do de Voldemort e Harry. Enquanto Harry era um beijo plácido e calmo; os de Voldemort pareciam um vulcão cheio de sensualidade e luxúria; o beijo de Draco tinha algo explosivo, como se tivessem um milhão de fogos filibusteiros estourando ao mesmo tempo em seu estômago. Draco sentiu o mesmo.

Se pudesse nunca pararia, nunca ousaria largar aqueles lábios. Pararam o beijo, mas os lábios continuavam milimetricamente próximos. Gina mordeu o lábio inferior de Draco que sorriu satisfeito. Ela também sorriu, ambos continuavam de olhos fechados. Gina não queria que aquela sensação de segurança e conforto acabasse e Draco não queria sair do paraíso e voltar para seu inferno particular. Mas não tinha escolha, dariam por sua falta e não podia de jeito algum dar na pinta que ele a tinha levado das ruínas.

E do mesmo jeito que começara, Draco parara. Olhou profundamente naqueles olhos castanhos e Gina perguntou:

- Por que você está me ajudando? Me ajudando só agora?

-Porque só agora eu consegui criar coragem para isso... – e deu um sorriso, Gina nunca o tinha visto sorrir daquela maneira, tão sincero. Ele ficava mais bonito ainda sorrindo daquela forma.- e isso inclui o beijo...- mas seu rosto foi perdendo o sorriso e a cor. – Se Lord sonhar que eu te beijei eu to morto. Se ele sonhar em pensar que eu te salvei, eu to morto. – levou as mãos aos cabelos que teimavam em cair em seu olhos. – Agora vai.

Sem dizer uma palavra a garota se virou e foi embora, Draco deixou escapar uma lágrima. Aquele beijo foi o melhor de toda sua vida. Nunca beijou e sabia que nunca beijaria ninguém daquele jeito. O melhor, porém único beijo de Ginevra Weasley. E isso era desesperador para ele.

Gina saiu correndo e passou pelos portões da escola mas antes que pudesse ficar fora de seu alcance, Draco apontou sua varinha para a garota e raios vermelhos acertaram em cheio as costas da ruiva que caiu estuporada.

Draco, com o rosto molhado pelas grossas lágrimas, aparatou novamente para as ruínas de Godric Hollow’s. Seria melhor se a encontrassem desacordada, assim a identidade da Lady das Trevas estaria protegida até que Voldemort voltasse para buscá-la definitivamente.

§ ~*.*~§

Madame Pomfrey caminha pela entrada do castelo ansiando alguma noticia do resgate de Gina. Assim que a ordem descobriu onde estava àqueles três suicidas, todos foram para ajudar. Quando ela estava tentada a entrar, Pomfrey viu um corpo estirado no chão. Sem pensar duas vezes foi correndo ao encontro desse corpo e se escandalizou com o que viu. Era Ginevra Weasley desmaiada. O mais rápido possível ela tirou Gina de lá e a levou para a enfermaria.

Era hora de curar as feridas e tirá-la daquela feitiço estuporante.

Gina já estava medicada e adormecia no leito da enfermaria. Lá, ela sentiu aquele mesmo frio reconfortante tocar seu rosto e em seu pescoço. Parecia que a opala estava novamente em seu pescoço. Era quase um milagre tê-la de volta. Mas aquela opala passava a ela uma proteção que nem Gina poderia compreender. Era reconfortante. Como se ela tivesse passado o dia normalmente e não aquelas 24 horas infernais.

Gina, então, acordou meio assustada na enfermaria. Ela achou que nada aquilo aconteceu em sua vida. Que estivera sonhando algo ruim e então veria seu amor novamente. Mas então Ginevra sentiu que havia algo de errado nisso. Ela levantou de seu leito vagarosamente e andou pela enfermaria procurando por alguém que pudesse confirmar que ficara na enfermaria. Ela foi até o final da enfermaria, em passos trôpegos, então viu algo de errado... Algo muito errado. Naquele ultimo leito estava ocupado, mas o ocupante estava totalmente coberto. Para Gina, isso só significava uma coisa. Era um leito com uma pessoa morta.

Então ela começou a ter flashes daquele maldito momento. Sem sentir, Gina começou a chorar. Desesperada com a idéia do pesadelo ter sido real, começou a gritar, mas não tinha outro jeito se não encarar a realidade. Gina pegou uma ponta do lençol e puxou com força. Então um rapaz mais velho que ela 1 ano, branco, de cabelo espetado e negros, joelho ossudos e uma cicatriz na testa, estava estendido na maca fria. Ele estava muito pálido para uma pessoa normal. Gina começou a chorar e se desesperou ainda mais. Era Harry, seu amado e amante, era o seu cavalheiro brilhante que lhe salvara de tantas coisas. Do esmorecimento... da dor... do desespero.

Mas o brilho se fora para sempre. Ela em seu ato derradeiro de desespero pegou o corpo frio de Harry. Não tendo muita força para segurar a ela e ao Harry, Gina caiu no chão. Levando consigo o corpo dele. Então quatro pessoas entraram na enfermaria e viram aquela cena entristecedora.

Hermione estava abraçada com Rony, para eles a perda do amigo era irreparável. Mas de alguma forma Gina conseguiu passar uma dor que nem eles, seus amigos mais íntimos, pudessem sentir. Era desolador vê-la abraçada numa tentativa inútil de trazê-lo de volta. Madame Pomfrey e professora McGonagall também estavam tristes, mas havia algo de misterioso em seus olhares. Hermione não agüentando a dor da perda se soltou dos braços de Rony e foi se juntar a Gina no chão e perguntou em uma voz de profunda dor:

- O que.. o que você tá fazendo com o Harry no chão Gina?

Gina olhou Hermione com Harry grudada em se corpo e disse em uma voz com um fio de esperança que fez os olhos de Hermione marejarem de lágrimas:

- Harry está frio, Mione. eu achei... achei que o calor do meu corpo pudesse.. pudesse aquecê-lo. Assim ele acordaria e ficaria comigo. Poderíamos viver o nosso namoro em paz. Sem... sem ninguém o perseguindo.

- Mas você não pode trazê-lo de volta - disse a enfermeira se segurando para não chorar.

- Por que não madame Pomfrey? - continuou Gina desconfiada.

- Levante dai querida. - disse Mcgonagall pegando no braço dela, seu coração estava apertada.

- Não posso! Eu tenho que esquentar o Harry.

- Não tem como esquentá-lo Gina - foi a vez de Rony se pronunciar.

-Por que não?

-Porque ele está morto – disse Rony sem muitos rodeios. Gina tinha que acordar para realidade.

-Ele não vai voltar, querida...-Hermione passou suavemente a mão pelos cabelos da ruiva, tentando consolá-la.

-Vai sim! Eu...eu sei que vai...ele só está com frio... daqui a pouco ele abre aqueles olhos verdes e vai sorri para mim. Como sempre fez.

- Não, ele está morto - continuou Rony com pena de ver sua irmã tão frágil.

- É mentira .. o Harry ... o Harry não morreu .. o Tom... Tom... Voldemort não pode ter vencido ..o MAL NUNCA VENCE! – gritou Gina se levantando. Ela tinha ódio de todos que estavam lá. Era loucura... sempre o bem vencia... Harry era prova viva disso.

-Mas dessa vez, foi diferente. Agora tudo será diferente. - disse McGonagal. – será preciso ter consciência disso.

-Não...eu não posso viver sem meu amor...-disse deixando-se cair de joelhos.

- Mas você não perdeu essa sua capacidade de amar, Gina – disse uma voz grave e conhecida.

- Dumbledore – disse Rony, Hermione e Gina uníssonos.

- Como pode estar vivo e Harry morto? COMO? VOCÊ É PIOR QUE VOLDEMORT. PELO MENOS TODO MUNDO SABIA QUE ELE O QUERIA MORTO! MAS VOCÊ? VOCÊ DISSE QUE O QUERIA VIVO E O ENTREGOU PARA MORTE! – gritou Gina com todo ódio que podia ter.

- Eu sei que falhei, mas eu não sabia até pouco tempo. A minha recuperação... ela não poderia ser menor do que isso.

- Mas o senhor mesmo disse que ninguém pode voltar da morte.

- E é verdade srta Granger.

- Então como voltou? – foi a vez de Rony perguntar. Os dois também compartilhavam do mesmo sentimento de ódio de Gina.

- Severo mentiu para Voldemort. Ele fez aquele voto e também Voldemort estava o vigiando. Como bem sabe Gina...

- Ele não confia em ninguém.

- Exato. O feitiço que Severo me jogou era um falso Avada. Quando cai... uma velha amiga trocou os corpos. Aquele corpo era apenas uma marionete feita por ela. Eu não queria que Harry morresse, Eu não queria ficar longe daqui, mas eu estava machucado por causa das buscas. ela me levou para o lar dela para me curar. Até ela sofreu com isso. É proibido que se leve qualquer um sem o consentimento do pai dela. E ela o desobedeceu.

- Desculpe professor – disse Hermione levemente constrangida. Mas Gina não estava nem um pouco constrangida. Sua raiva era ainda maior.

- Eu não o desculpo... nem a você e nem ao Snape!

- Professor Snape. – corrigiu Dumbledore calmamente.

- SNAPE! – berrou Gina fazendo com que alguns frascos entrassem em combustão.

- Gina, calma. – falou Rony.

-Eles não têm... vocês não têm noção do que passei! Foram às 24 horas mais infernais que uma pessoa pode viver. Onde estava o Snape quando eu fui seqüestrada?

- Ele não podia se expor...

- Você não me respondeu, Dumbledore.

- No deserto do Saara. Ele foi a mando de Voldemort. Parece que Voldemort tem contatos lá e queria saber se eles ainda permaneciam fieis.

- É claro! Snape não tem lado... ou melhor ele tem o seu lado. Mas tudo bem se eu sofresse... se o Harry morresse, desde que o precioso Snape pudesse viver tranqüilamente. A minha varinha foi que matou o Harry, sabia disso? Voldemort quase usurpa todo o meu poder para matar o meu namorado.

- O que? – disse Dumbledore com uma energia gelada.

- Foi o que você ouviu!

- E por que o quase, Gina? – continuou Dumbledore.

- Agora ficou interessado?

- Por favor...

- Uma bruma gelada muito estranha por sinal apareceu. E conseguiu bloquear Voldemort.

- Claro...

- Gina - disse Mione com lagrimas nos olhos e com uma voz dura e cheia de dor – não adianta brigarmos uns com os outros. Cabe a nós honrar a memória de Harry. Pedir e buscar justiça... vingança. Cabe a nós combater Voldemort e os Comensais! Vamos enterrá-lo aqui no colégio. Você vai ficar aqui ou vai prestar as suas ultimas homenagens?

-Mas é claro. Mas uma coisa Hermione, ninguém tem o direito de me pedir.

- E o que é? – disse Rony

- Confiar no Dumbledore. Pois essa besteira eu não faço nunca mais. – terminou Gina saindo da enfermaria intempestivamente.

Gina foi correndo para o seu quarto. Queria poder voltar no tempo... queria não ter sido tão ingênua assim. Chegando à torre passou rápido em direção ao seu quarto. Não queria dar ou receber nenhuma noticia. Não queria falar que ela foi o motivo que Harry está morto agora. Mas os fantasmas daquele maldito dia não ficariam em Godric Hollows. Gina batera a porta do quarto... estava tudo tão perfeitamente no lugar. Ela olhou para o seu braço esquerdo a marca negra estava desaparecendo gradualmente. Ela estranhou. Por que isso?

Sentiu um arrepio lhe correr a espinha. Gina olhou novamente para seu quarto. Não tinha ninguém. Por que, então, tinha a sensação de que estava sendo observada? Foi quando a viu.

Nagini fora mandada assim que Voldemort descobriu que Gina havia sido levada são e salva para Hogwarts. Ela olhava para sua desobediente dona com um ar de desaprovação. Era como, para Gina, a cobra fosse quase humana. Ela estava perto da parede. Então se desenroscou e foi em direção de Gina.

A ruiva se afastara o máximo que pode daquela cobra. Mas nagini foi para a cama de Gina e se enroscou novamente. Olhou feio novamente para Gina e sumiu numa baforada de fumaça. A ruiva pode respirar mais aliviada, mas esse alívio não durou muito tempo. Gina pode ver que tinha um envelope negro sobre a sua cama. Ela estava selada com um brasão de uma cobra em prata e verde. Era o mesmo brasão da Sonserina. Não havendo outra forma abriu o envelope e começou a ler a carta.

“Olha só... você conseguiu fugir... pena que não foi antes de matar Potter! Ginevra, você deveria ter me ajudado, mas não o fez... preferiu ouvir as ultimas palavras daquele pequeno verme de testa rachada. Estou profundamente decepcionado. Eu lhe falei que você ia ficar com os seus pais depois de consumarmos a nossa união. Você foi leviana em fugir. Mas o que me deixa ainda mais intrigado quem foi o comensal, absurdamente idiota, que te levou para a Hogwarts? Não foi nenhum de seus fãs. Eu sei que Draco estava com Bella e Rodolphus com Greyback. Ou você acha mesmo que eu não sei que os dois cultivam laços fraternos com você? Eu mesmo te levaria para a sua primeira missão. Claro que depois da nossa pequena comemoração. Agora você está aí... com a sua familiazinha patética. Eu vou te perdoar, mais uma vez. E espero que seja a ultima. Você pode ficar aí por enquanto.”
L.V.

Gina estava furiosa com Voldemort, mas no fundo ficou feliz que Draco tenha se safado da morte. Com aquela carta na cabeça não conseguiu dormir aquela noite...

Amanheceu triste e pálida em Hogwarts. Gina já estava em pé. Vestia um conjunto negro de manga comprida em seu momento de luto. Não tinha tanta certeza se a marca negra ficasse desaparecida por tanto tempo. O funeral foi tão cheio quanto de Dumbledore. Gina estava sentada na primeira fileira com uma rosa vermelha. Era a sua flor favorita. Harry sabia disso. Era a namorada dele... todo mundo sabia. Rony e Hermione estavam ao seu lado. Gina então tinha que encarar os fatos de frente. Ela se virou para Hermione e perguntou algo que a corroia.

- Alguém sabe como Harry morreu?

- Não. – disse Hermione com a voz embargada. – apenas Voldemort e Harry poderiam nos dizer... e bem... Harry está morto.

- É. Eu sei. – disse Gina olhando para o caixão – como o corpo de Harry veio parar em Hogwarts?

- Depois que você sumiu. Mais ou menos uma meia hora, tudo ficou muito, mais muito gelado. – começou Rony tentando descrever o que aconteceu.

- Foi magia antiga. A magia do frio. Pensei que esse tipo de magia não existisse mais.

- Como assim? – perguntou Gina a Hermione

- Foi um feitiço poderoso. Esse tipo de magia quase ninguém consegue fazer. É preciso nascer com o dom, mas ninguém no mundo mágico consegue tentar executá-lo. Morre antes.

- Tá... depois disso o que aconteceu?

- Depois desse frio, houve uma risada alta vinda dentro da casa... então seis comensais saíram da casa e aparatam. Mas engraçado, um não estava com a máscara.

- Isso porque era Voldemort Rony. – disse Gina – ele achou que com uma cara mais atraente poderia trazer mais seguidores. E depois Hermione?

- As ruínas vieram abaixo assim que Voldemort saiu. Tivemos um palpite e aparatamos para cá. Acertamos em cheio. Chegamos a tempo de ver o próprio Voldemort amarrando o corpo ensangüentado de Harry nos portões de Hogwarts. Primeiro ele riu, depois, do nada ele praguejou dizendo que não era possível. Que nunca podia ficar com o seu brinquedo favorito. Eu, sinceramente, não entendi.

- É...

- E você? – foi a vez de Rony – como você veio parar aqui? Tentamos sair, mas fomos ricochetados por uma proteção antes de você-sabe-quem sair.

- Primeiro é Voldemort. E eu não sei quem é.

- Engraçadinha.

- Bem, uma mão me puxou bem na hora que a gente tava lutando contra aqueles comensais. Então ele saiu me puxando de lá. Ele de certo sabia de alguma falha na proteção e aparatamos. Quando chegamos fomos para o portão de Hogwarts, entrei como ele me pediu. Mas antes de entrar para a escola ele me estuporou.

Gina olhou mais uma vez o caixão de Harry suspirou. Sem perceber lágrimas silenciosas saíram de seus olhos. Ela os limpou com uma certa violência. Certas coisas Voldemort tinha razão. Chorar era uma das formas de demonstrar fraqueza. E agora era preciso ser forte. Ela se levantou, beijou a rosa que ainda estava em suas mãos e a depositou em cima do caixão de Harry. Resolveu entrar para o castelo. Não queria ficar olhando aquele caixão.

Agora não tinha mais nada o que fazer, Harry estava morto e nunca mais voltaria. Teria que buscar sua vingança sozinha. E quando estiver pronta, Voldemort que se cuide.

§ ~*.(CONTINUA).*~§

N/A: Oi gente! Aqui é a Oráculo. Gostaria de pedir desculpas pela demora, foi totalmente culpa minha! Tava sem net! Mas espero ter compensado com este capitulo enorrrrrme!!!
Em breve vocês terão uma surpresa...Boa!!!!!!!!!!

Obrigada a todos que comentaram: Ella Evans; Biba-chan; The Jury; Nat D; Lara M.; Musa-sama; Xininha e Lauriana.




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