O divisor de Eras - Parte II



N/A: Pára tudo! Andes de começar, clique no seu WMP, aumente o volume da caixinha de som... E coloque pra rolar : “Breaking the rabit” do Linkin Park.
Beijinhux

PS/A: Pessoal, cap. finalmente BETADO!
PRECISO DE AJUDA PARA CONFIGURAS AS LETRAS DO TEXTO! ALGUÉM??????????????
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Cap. 2 – O divisor de Eras - Parte II

Bellatrix desaparatou em uma sala escura e gelada, acompanhada por Jugson que logo tratou de jogar a ruiva que carregava em seus ombros de qualquer jeito no chão frio do castelo.

-Cuidado imbecil. Se o mestre o visse... – lançou um olhar de desaprovação ao homem a seu lado.

Não que estivesse preocupada com o bem estar da garota Weasley, muito pelo contrário, se pudesse faria coisa muito pior, mas seu Mestre não aprovaria tal atitude e ela como braço esquerdo de Voldemort agiria como ele gostaria que ela agisse.

-Estava pesando. – disse como um sorriso, sendo seguido por um sorriso discreto da comensal, que ficou séria novamente ao ouvir a porta atrás de si se abrir. Os dois olharam para trás e viram uma figura negra surgir pela porta.

A figura negra e imponente sentou-se majestosamente no trono a frente dos dois. Bellatrix e Jugson ajoelharam-se imediatamente frente à figura sombria.

Logo em seguida Mulciber e Avery também desaparataram na sala e sobre o olhar de superioridade de Voldemort, ambos se ajoelharam com extrema urgência. Não demonstrando nenhum sentimento em seu semblante, olhou da figura jogada de qualquer jeito no chão para seus súditos ajoelhados, disse:

-Saiam. – Sem pestanejar todos os quatro comensais saíram rapidamente e quando Bella estava no batente da porta, Voldemort a chamou.

-Bella, chame os Malfoy e seu marido, e retorne.

-Sim Milorde. – e saiu rapidamente.

Voldemort levantou de seu trono e caminhou lentamente para a figura deitada no chão. A cor de seus cabelos se destacava naquela figura que naquele momento parecia tão serena, mal sabia o que lhe aguardava. O vermelho intenso de seus cabelos contrastava violentamente com sua pele alva.
Teve vontade de tocar novamente naquela pele lisa e esbranquiçada, há anos não a via pessoalmente, apenas através de seus súditos. Estava tão diferente, tão crescida. Na última vez que a vira não passava de uma criança boba e inocente e mal conseguia se lembrar, já que a horcrux fora destruída. Agora se transformara em uma bela mulher.
Aproximou-se mais da ruiva e sussurrou apenas para que ela ouvisse.

-Teria muito mais valor do meu lado do que com a Ordem... Seria muito melhor aproveitada do meu lado do que com aqueles incompetentes, mas veremos não é Weasley... Talvez você não seja um caso perdido e se torne uma comensal da morte de verdade.

Se Ginny estivesse acordada, teria entrado em pânico diante daquela declaração de afeto, se é que poderia chamar aquelas palavras de afetuosas. Tremeria na base só de pensar que se tornaria parte daqueles homens sórdidos que trabalhavam para aquele ser horripilante.
Bellatrix surgiu novamente por onde saíra a pouco acompanhada por seu marido, cunhado e logo atrás não muito contente, vinha seu sobrinho. Os quatro se posicionaram em frente a Voldemort que se encontrava novamente sentado em seu trono os olhando com desprezo.

-Estamos todos aqui, Milorde. – disse Bella, tentando não lançar olhares fulminantes para a garota recém capturada. Draco Malfoy, que aparentava estar mais pálido que nunca, olhou de relance para Ginny Weasley e rapidamente voltou sua atenção para Voldemort, ignorando totalmente a garota.

-Meus planos estão correndo como deveriam. Logo, logo não existirá nenhuma pedra no meu caminho. Finalmente terei o que é meu por direito.

Voldemort se vangloriava de seus planos maléficos e Bellatrix sorria abertamente, logo, logo, ela também ocuparia seu lugar. Antes que todos notassem estaria sentada ao lado direito de seu Lorde. Finalmente ocuparia um lugar a sua altura. E não deixaria que nada nem ninguém, a impedisse.

- Bem... Vamos aos verdadeiros motivos de vocês quatro estarem aqui. Primeiro, vamos para o mais novo.

Draco olhou para Voldemort temeroso. Tinha medo que fosse sofrer alguma punição. Pois ao voltar para ver sua antiga escola, estava desobedecendo a ordens diretas de seu Lorde.

E por causa dessa desobediência, Draco resolvera não contar nada, e isso incluía a cena de ciúmes do Potter. Não queria nem pensar no que seu Lorde faria se descobrisse que ele partira para agressão, ainda por cima de maneira trouxa. Era abominável, só de pensar. O jovem rapaz tinha tanto medo que sequer olhava para o seu mestre. Ao invés o jovem Malfoy olhava para os seus sapatos.

Já Voldemort tinha percebido o medo do rapaz. Para o Lorde a melhor coisa que poderia fazer com Draco era dar a devida orientação. Orientação tal, que Lucius nunca conseguiu dar, pois sabia que Draco era valioso e não poderia se dar o luxo de perder um bruxo tão forte, ágil, vigoroso e principalmente talentoso para a Ordem da Fênix. Não mesmo, um jovem com todo o talento que ele tinha, só poderia ter seu devido valor ao lado das Trevas.

- Draco, Draco, Draco. Apesar de você ter desencadeado a ceninha patética de ciúmes do Potter por causa da pequena Weasley aqui, você deveria ter me contado.- Draco tremeu na base. Voldemort sabia do pequeno deslize. E o que seu Lorde não sabia? - Mas você não o fez. Eu deveria te punir como eu faço com tantos outros que teimam em me desobedecer. Mas eu sei que a culpa não é inteiramente sua e por causa dessa descoberta que pode finalmente dar inicio aos meus planos, você receberá uma nova chance.

- Obrigado Milorde. Muito obrigado. – Um alívio tomou conta de seu peito. Agora era só não cometer outra burrice, que tudo ficaria bem.

- Não me agradeça ainda. Você irá para o meu castelo próximo a Vardo, na Noruega com Bella ainda hoje. Lá vocês dois deverão me esperar, pois tenho assuntos inacabados tanto com a Weasley quanto com o enamorado Potter. Você receberá o devido treinamento que não recebeu de seus pais.

Lucius endureceu seu semblante, Voldemort o estava chamando de incompetente, e não poderia fazer nada a respeito. Não estava louco o bastante para contraria seu mestre. Que a cada dia ficava mais poderoso e cruel.

-Sim Milorde. – disseram os dois em uníssono e depois se retiraram da sala com uma rapidez estrondosa.

-Lucius, não vou negar que você subiu no meu conceito. – disse voltando sua atenção para o loiro.

-Obrigado, Milorde. – disse Lucius tentando não parecer presunçoso na frente do Lorde das Trevas.

- E por isso você irá preparar o ringue do meu ultimo combate com o Potter. – Voldemort vibrava por dentro de excitação. Não via a hora de esmagar aquele inseto pegajoso e incômodo do rebelde Potter.

- E onde será Milorde?

- Godric’s Hollows. Quero que vá imediatamente. – Seu tom era mais gélido que o habitual. Seus olhos vermelhos faiscavam inquietos.

- Como queira. – e saiu sem precisar receber ordens para que se retirasse.

- Agora eu tenho algo mais sutil para você, Rodolphus. Você irá cuidar para que a Weasley não faça nada de estúpido.

- Não entendi, Milorde. – fora a vez de Rodolphus a falar.

- Quando ela acordar... tenho a ligeira impressão de que ela vai ser um perigo para si mesma. Temo que ela dê cabo de sua vida antes do tempo. E como você é atencioso, principalmente com as mulheres, a Weasley será responsabilidade sua.

- Como quiser Milorde. – disse Rodolphus aceitando a sua devida missão, sem contestar.

- Agora a acorde. Quero falar com ela. – suas feições não eram gélidas como antes, mas sim suaves. Não queria que a primeira coisa que a ruiva visse fosse um rosto inimigo.

- Sim Milorde.

Rodolphus retirou-a do encanto rapidamente. Ginny abriu os olhos e piscou diversas vezes, tentando reconhecer onde estava e quem estava lá. Tudo para ela era um forte borrão que aos poucos foi se tornando nítido. Sua cabeça latejava, levou a mão a testa e notou um líquido viscoso escorrer pelo seu rosto. O corte em sua testa era profundo e estava saindo bastante sangue.
A primeira coisa que conseguiu identificar foi uma bota preta, isso foi o sinal de que estava em grande perigo. Ela foi levantando o olhar e percebeu que quem estava na frente dela era um comensal cujo nome não sabia. A dedução era mais do que obvia... Estava na fortaleza das trevas... E de quebra junto com Voldemort. Ginny sem opção voltou a olhara para o chão, não queria encarar aquele rosto ofídico e sem sentimentos.
“Burra! Burra! Mil vezes burra!” pensou se repreendendo.
Voldemort apenas observava calmamente as atitudes daquela garota onde seus cabelos ruivos ainda teimavam em brilhar alegremente em contraste a tudo que estava naquela sala. E com esse pensamento borbulhando em sua mente o Lorde das Trevas conseguiu captar uma nesga de seus pensamentos. Chegava a ser hilária a auto-repreensão.
“Burra... burra como você poder ser tão burra! Mas é claro que a Luna nunca iria lhe chamar para ir a casa dos gritos. Como posso ser tão burra... como eu posso ser tão ingênua... eu acreditei no Malfoy! Doninha albina, cretino...”

- Esse apelido para o jovem Sr. Malfoy é nova para mim! – disse se divertindo com os pensamentos da garota sentada no chão.

“Burra! Você deixou escapar isso” – pode sentir as lágrimas se formarem em seu olhos. Mas não poderia deixar que ele percebesse... Tinha que ser forte, ou ao menos parecer forte.

- Você não é burra! Só porque você não sabe oclumência não quer dizer que você seja burra.

Ginny se recusava terminantemente a abrir a boca, estava decidida a apenas olhar para o chão imundo onde estava. Voldemort começou a se irritar com aquela atitude. Era no mínimo infantil. Sem contar que odiava insubordinação.

- Você não quer falar comigo?- fingiu um tom preocupado. - Você não deveria me irritar... Não é muito sensato fazer isso.

Vendo que a pequena ainda se recusava a falar com ele, Voldemort resolveu adotar uma abordagem mais direta e muito eficaz. Ele se levantou de seu tRono e se movendo como uma serpente foi até ela. Em uma atitude ainda mais inesperada para Rodolphus, o Lorde se abaixou e pegou com uma brutalidade sem tamanha o rosto delicado de Ginevra. A pequena Ginny soltou um pequeno gemido de dor.

-Ótimo... Agora você já pode falar Weasley? – Voldemort levantou lentamente e ao mesmo tempo pegou sua varinha – Vamos testar o seu dom de falar?- e sem esperar qualquer manifestação da ruiva, apontou a varinha na direção da garota e proferiu um feitiço. - CRUCIUS!

Ginny gritara mais do que nunca... desejou morrer naquela hora. Ouvindo aquele grito cruciante, vários Comensais curiosos apareceram. Entre eles os Malfoy e Bellatrix. O Lorde das Trevas cessou a pequena tortura na Weasley.
Para ele a tortura foi mais que suficiente. Quando Ginny estava recuperando suas forças, ela viu um rapaz loiro e de vestes negras. Aquele maldito linguarudo estava lá para vê-la sofrer. Tirando forças e coragem não se sabe de onde, começou a gritar ofensas para o loiro.

- MALFOY SEU MALDITO LINGUARUDO!

A pequena Weasley pulou do chão com tudo e saiu correndo atrás do Malfoy. A primeira atitude dela foi pular no pescoço daquele maldito doninha. Vendo aquela atitude insana daquela ruiva, Draco ficou totalmente sem ação e a única coisa que fez foi dar uns passos para trás. Tal atitude fez com que Ginevra conseguisse derrubá-lo facilmente e assim ficar em cima dele.

-NÃO BASTA ME CANTAR DESCARADAMENTE LÁ EM HOGSMEAD... TEM QUE ABRIR A SUA IMENSA BOCA DE DONINHA ALBINA PARA TAGARELAR O QUE NÃO É DA SUA VIDA PARA OS OUTROS? IDIOTA... IMBECIL... ESTÚPIDO...

Cada palavra de baixo calão dita por Ginny estava sendo pontuado por socos e tapas. Draco se recuperou do choque depois de uma quantidade razoável de tapas e conseguiu jogá-la no chão. Ginevra caiu em um estrepito estranho e seu braço começou a doer. Para alguém pequena e tida como fraca, seus socos doíam.

- NÃO FUI EU, WEASLEY! VOCÊ TEM QUE PARAR DE GRITAR FEITO UMA LOUCA E ME OUVIR! – agora Draco também gritava no mesmo tom que a Weasley. Pareciam dois loucos, os outros comensais e principalmente Voldemort olhavam a cena estupefatos. Quanta ousadia da caçula Weasley. Parecia que não estava dirigindo ofensas a um Comensal, e sim a um colega de classe.

- TE OUVIR?? TE OUVIR... FOI ISSO QUE VOCÊ ME DISSE? OUVIR UM COMENSAL BOCUDO? NUNCA! VOCÊ ME OUVIU N-U-N-C-A!!!!!!!

- WEASLEY TENTE SER RACIONAL...

Mas foi totalmente em vão. Quando tentava ficar em cima dela, Ginny conseguiu dar-lhe um chute bem nas partes íntimas. O rapaz arfou de dor e tombou para o lado. Para Ginny era o inicio do segundo round, mas foi em vão.
Bem quando ela havia se levantado para continuar a bater em Draco, Rodolphus e Bellatrix conseguiram pegá-la e assim imobilizá-la para que o Lorde Voldemort pudesse falar com ela.
Apesar de seu semblante impenetrável e impassível, Voldemort observava a ceninha dos dois com desprezo, satisfação e uma pontada de decepção. Desprezo, porque aquela cena era passional demais para ele. Satisfação, pois ele havia conseguido uma ótima aquisição para seu exército. E decepção, pois apesar de Draco ser um ano mais velho, que a garota, e por ser homem, ainda tinha apanhado miseravelmente da Weasley.

- É eu acho que você já está apta a falar comigo. – continuou Voldemort retornando ao seu trono.

- Você acha MESMO – gritou Ginny contra aquele ser asqueroso, ainda muito bem presa pelo casal Lestrange. Tentou se livrar deles, mas o que conseguiu foi que eles apertassem ainda mais seus braços.

- Olha os modos Weasley. Quando falar comigo você deve me chamar de Milorde. Você deveria se orgulhar do sangue puro que tem. Você, na escala evolutiva natural da vida, é superior aos trouxas. Mas apesar de ser puro sangue você se envolve na mais pura lama... Como a amiguinha de sangue ruim do Potter, por exemplo. Sem falar do péssimo gosto para namorados e da mania estúpida de seus pais por acharem trouxas interessantes.

- OLHA COMO FALA DO HARRY, DA HERMIONE E DOS MEUS PAIS! – gritou Ginny com todas suas forças tentando inutilmente alcançá-lo com as pernas. Por fora parecia forte como uma pedra, mas por dentro desabaria a qualquer momento. Tinha vontade de se jogar no chão e chorar descontroladamente. Mas não podia, tinha que ser forte, manter a cabeça no lugar. E assim, bolar um plano de fuga. Mas como? Se todos os seus pensamentos eram compartilhados por Voldemort.

- OLHA VOCÊ COMO FALA COMIGO SUA PETULANTE. CRUCIUS! – disse Voldemort em uma raiva que nenhum dos Comensais havia visto. E mais uma vez a torturou sem piedade. Mostraria quem ditava as ordens por ali.

Ginevra foi largada para poder sentir as dores. Foi mais uma seção de dores e contorções. Ginny já estava muito cansada da dor e da gritaria... ela estava se entregando a um fim que ela já sabia... um fim que naquele momento era divino e prazeroso.
A morte.
Voldemort havia percebido que a sua prisioneira estava quase morta. Isso não era interessante para ele. Até porque ela morta não valeria nada, absolutamente nada. Ele cessou novamente a maldição. Ginny pode respirar novamente. Uma respiração ofegante e cansada. Não conseguia nem se mexer. Aquela maldição era horrível por demais, não sabia como ainda estava viva.

- Você morta não vale nada para mim. Agora, viva...

- EU PREFIRO MORRER A TER QUE COLABORAR COM VOCÊ E A SUA RALÉ! – reunindo as poucas forças que lhe restavam, gritou. Gritou palavras corajosas, corajosas demais para o gosto do Lorde.

- Ou você abaixa o tom de voz, ou vou ter que te dar outra aulinha de dor.

- Eu estou pouco me importando. – sua respiração permanecia fraca e ofegante e seu coração batia acelerado de medo e dor. – E é até melhor já que eu não vou durar tanto tempo assim...

- Pelo que eu pude ver a dor não abaixou a sua crista Weasley. – disse andando de um lado para o outro. Parou repentinamente e sorrindo insanamente continuou. – Terei que usar outros métodos de persuasão eficaz. IMPERIUS!

Ginevra havia ficado com a mente estranhamente vazia. E aquele estado era sublime para ela... a dor tinha passado. Estava livre de ter que ver Voldemort na sua frente. E de ser refém dele. Do nada ela começou a ouvir uma vozinha. Aquela vozinha insistente mandava-a ajoelhar e falar “Milorde”.
Voldemort esperava um pouco impaciente se a menina fosse obedecer à ordem dada por ele. Do nada Ginny se ajoelhou perante a imagem de Voldemort e do nada ela falou uma coisa que surpreendeu Rodolphus e os outros.

- Milorde. – sua voz era melódica, suave. Podia-se notar quase um contentamento em poder dizer aquelas palavras a Voldemort.

- Ótimo. Agora eu sei que você não é um caso perdido Weasley. – ele interrompeu o feitiço e Ginny voltou ao normal. – eu tive uma revelação importantíssima de você... Você tem solução. Com um pouquinho de persuasão você é capaz de me seguir. Isso é realmente interessante.

Balançou a cabeça, saindo do transe. Estava embaraçada e foi se levantando lentamente. Os níveis de ódio que Ginny podia atingir chegaram ao um ponto tão critico que ela realmente precisava ficar longe daquele monstro. Ginevra se sentia humilhada... muito humilhada. Ela nunca poderia imaginar o quão fraca poderia ser. Ela ficou completamente incomodada... como poderia ter sido uma presa tão fácil... como?
Como queria fechar os olhos e chorar. Queria deitar em sua cama macia e chorar. Apenas chorar, essa era a sua vontade. Não entendia, era da casa dos bravos, como podia ser tão fraca e covarde. Estava espantada, não imaginava o quanto era submissa, até aquele momento. Como queria amaldiçoar Voldemort para sempre.
A Weasley começou a se afastar lentamente daquele asqueroso, mas não adiantou. Voldemort percebendo que ela queria fugir se aproximou rapidamente dela e a pegou pelo braço. O que aconteceu depois foi algo totalmente inesperado para ele... Ginny gritou ainda mais alto que o normal e um brilho estranho emanou de seu corpo. Então do nada ele a soltou e Ginny foi de encontro ao chão desmaiada. E o brilho estranho desapareceu.

-Como isso é possível? Como? – disse sussurrando e olhando para o corpo desmaiado de Ginevra com um brilho psicótico no olhar – era para estar... mas isso é impossível! É uma impossibilidade maravilhosa...

Voldemort havia então percebido que havia Comensais na sala e estava na hora de despachar aquele povo intrometido, antes que começassem a comentar sobre o ocorrido.

- O que vocês estão fazendo aqui? Não dei tarefas para serem cumpridas? Hein?

- Sim, Milorde. – dizem uníssonos

- Ou será que estão gostando do show?

-Não Milorde... de forma alguma... – disseram aterrorizados.

- Então sumam da minha vista ou vão receber castigo pior. – sibilou, seu tom era mais venenoso que o comum.

Do nada todos desapareceram da sala e quando Rodolphus ia sair Voldemort lhe dirigiu a palavra.

-Lestrange, leve a menina para o meu quarto. E cuide de seu ferimento. Não quero que morra por falta de sangue. – disse indiferente.

-Para...para o seu quarto Milorde... – repetiu abismado. Ninguém nunca entrou ou fora convidado para entrar nos aposentos do Lorde. E agora aquela fedelha deveria ser posta lá. Não estava entendendo nada. Nada mesmo.

- É. Para o meu quarto. Ficou surdo ou está ousando me questionar?

-Não Milorde de forma alguma. É que eu pensei... – antes que pudesse terminar a frase fora cortado veemente por Voldemort.

-Não pense! Aja! Agora vá e leve a garota para o meu quarto. – disse fazendo um gesto com as mãos.

- Sim senhor. – ajoelhou-se e pegou a ruiva nos braços e saiu antes que fosse azarado pelo Lorde.

-Eu preciso pensar e pensar muito... – disse mais para si mesmo do que para o comensal que saía apressado.

Ah, como será prazeroso marcar aquele braço alvo e sedoso com sua marca. Antes que ela percebesse estaria marcada como todos os seus súditos e os bruxos que escravizaria quando desse um fim no Potter nojento e seus palhaços da Ordem da Fênix. Com uma gargalhada sinistra, pôs-se a pensar no que faria depois.

§ (#.#) §

A muitos quilômetros dali, Harry acompanhava calmamente seu melhor amigo andar de um lado para o outro, e Hermione escrever algo em um caderno. Estavam no quarto do caçula dos Weasley; Harry estava sentado em sua cama de armar enquanto que Rony andava de um lado para o outro mais ansioso que nunca.
Fazia mais de duas horas que estavam trancados naquele quarto, enquanto que os outros membros da família Weasley discutiam táticas de resgate junto aos membros da Ordem.

-Eu não agüento mais. Vou descer. – disse Rony indo em direção a porta.

-Sua mãe nos proibiu de descer, Rony. Fique calmo, tudo vai dar certo. – disse Hermione pondo seu caderno de lado na cama e se levantando para ficar ao lado do noivo.

Harry continuava calado em seu canto. Desde que vira aquele recado pairando no ar na Casa dos Gritos sua mente não parara de trabalhar um segundo.

-Harry, você acha que fez o certo ao apagar aquele recado e apenas dizer que Ginny foi seqüestrada. Eles poderiam ajudar. – disse Hermione se ajoelhando frente ao amigo, que olhava hipnoticamente para a parede a sua frente.

-Eu tenho que fazer sozinho, Hermione. Isso é entre Voldemort e eu. Apenas nós dois.- e se levantou indo em direção ao guarda-roupas, procurando algo na segunda gaveta.

-Harry, nós podemos ajudar, é sério. Tudo bem que você não queira o pessoal da Ordem, muito menos os Aurores, mas... sozinho você não vai. Pode ser uma armadilha.

Rony tentava convencer o amigo que seu plano era suicídio. Se fosse sozinho não teria chance alguma. Mas Harry estava irredutível, passara várias vezes mentalmente seu plano, dessa vez não teria erro. Dessa vez, será a última. Voldemort se arrependeria eternamente de ter seqüestrado sua namorada.
Seria perigoso sim, mas não permitiria que mais alguém se metesse em sua batalha e saísse machucado como Gui, ou morto como... Não, não pensaria neles agora. Tinha que reunir toda sua coragem e enfrentar Voldemort.
Não deixaria que aurores ou membros da ordem, muito menos seus melhores amigos se machucassem.

-Terminou, Hermione? – a garota apenas balançou afirmativamente a cabeça e arrancou a página recém escrita de seu caderno e entregou para o moreno.

Harry passou os olhos pelas palavras escritas e sorriu, não um sorriso de felicidade ou contentamento, era um sorriso diferente. Ele estava diferente, naquela noite mataria alguém, e não sentia um pingo de medo ou dúvida. Estava decidido.

– Está ótimo Mione. Obrigado. – disse sem qualquer emoção.

Dobrou o papel e colocou dentro do bolso de sua calça jeans. Hermione estava ficando expert em criar novos feitiços e azarações. Se até Snape conseguia porque a garota mais inteligente de toda Hogwarts não conseguiria. Balançou a cabeça, não queria pensar naquele traidor agora.

Um de cada vez, primeiro mataria Voldemort e depois cuidaria pessoalmente de seu ex-professor. Disso ele estava certo.
Já passava das onze quando Harry ouviu a voz abafada da Sra. Weasley desejando boa noite a alguém e fechando a porta da sala. Esperaria todos deitarem; seria a hora perfeita para que pudesse ir para os jardins e finalmente aparatar para as ruínas de sua antiga casa.
Um silêncio mortal pairava no ar, Harry levantou-se devagar tentando ao máximo não fazer barulho e acordar Rony, que roncava como nunca. Desceu as escadas cautelosamente, tinha vontade de correr escada acima e tranqüilizar os Weasleys, dizendo que logo, logo teriam sua caçula de volta. Que ele não descansaria até que a trouxesse sã e salva, e ai não desgrudaria de sua ruiva nunca mais.
Respirou o ar gelado dos jardins, seus pulmões quase congelaram. Apertou ainda mais contra seu corpo o casaco, tentando afastar o frio que sentia. Verificou mais uma vez se não esquecera o papel com o feitiço criado por Hermione.
Deu mais alguns passos; Ok, ali era o lugar perfeito para aparatar. Virou de frente para a Toca, se despediu silenciosamente, tinha a estranha sensação que tão cedo não voltaria para aquela casa que por tantas vezes o acolheu de forma tão carinhosa.
Preparou-se para finalmente aparatar, ainda detestava aparatar, se pudesse voaria em sua vassoura, mas não tinha tempo; Ginny precisava dele o mais rápido possível.
Antes que pudesse aparatar, um vulto atrás das árvores lhe chamou atenção. O moreno empunhou sua varinha e caminhou lenta e cautelosamente em direção a árvore.

-Quem está ai? Apareça ou se arrependerá. – estava pronto para lançar uma boa azaração no intruso. Não hesitaria nem por um instante, precisava treinar o feitiço de Hermione mesmo. O intruso seria o alvo perfeito.

-Você não seria capaz de matar seus melhores amigos... seria?- perguntou cautelosamente o ruivo, saindo de trás da imensa árvore, sendo seguido por Hermione.

-O que vocês fazem aqui? – perguntou sem paciência. Era só o que lhe faltava.

-Você não achou que te deixaríamos ir sozinho, achou? – Hermione respondeu, como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo. Harry passou a mão pelo cabelo desalinhando-o ainda mais.

-Teimosos isso sim.- Rony e Hermione se colocaram ao lado do amigo e se entreolharam. Rony fez uma careta de desagrado, e os três aparataram.

§ (#.#) §

Rodolphus entrou com Ginny em seus braços no quarto do Lorde das Trevas. Lá dentro, Nagini estava adormecida em cima do tapete perto da lareira. O Comensal nunca gostou daquele bicho. Mas fazer o que? Aquele ser repugnante era o animal favorito do Lorde. Rapidamente Rodolphus colocou Ginny, ainda desacordada, na cama. Quando se virou ele viu que a cobra estava acordada e observava atentamente o que tinha em cima da cama.

- Cobra infernal... – resmungou Rodolphus não querendo que a cobra ouvisse o que ele achava dela – se eu fosse você Nagini não a comeria. Não até que o plano do Lorde tenha êxito. – disse, mesmo sabendo que não entenderia o que ela poderia falar.

O Comensal saiu e deixou Ginny sozinha com a cobra. Nagini sempre achou que a família Lestrange daria uma ótima refeição. Mas como sabia que Voldemort não deixaria nunca levantou essa hipótese. Então ela se arrastou até a cama e subiu para ver mais de perto a nova hospede.
Ao vê-la desmaiada, a cobra constatou que ela era mais bela e perfeita que Bellatrix e que ela tinha uma afinidade pela garota. Ao contrario do que Rodolphus falara e com certeza pensara que iria fazer, a cobra percebeu que a garota de cabelos escarlates tinha uma coisa familiar e comum... estranhamente comum. Sem mais nada a fazer, Nagini se enroscou bem perto de Ginny e descansou ao seu lado como se ela fosse sua dona também.

§ (#.#) §

Por horas a fio Voldemort pensou sobre aquele presente que recebera pelas mãos da garota em sua sala do trono. Ele tinha que saber até aonde a alma dela se fundira. Estava na hora de saber mais dessa novidade. Então numa velocidade estrondosa, Voldemort saiu de sua sala e rumou em direção ao seu quarto, tinha que saber. Os Comensais davam caminho ao seu mestre. Mesmo sabendo que o seqüestro tinha dado certo, o humor do Lorde das Trevas nunca era bom.
Ao chegar em seu quarto viu uma cena estranha... para não dizer bizarra. Ginny estava deitada em sua cama como havia ordenado a Rodolphus. Estava com o seu semblante calmo, era como se ela tivesse retornado para sua casa... para sua cama.
Seus cabelos rubros e sua pele alva, como a de um anjo se contrastava violentamente com os lençóis de seda negros de sua cama. E do lado, muito próxima à garota, estava Nagini dormindo. Geralmente Nagini não gostava nadinha das mulheres que ele ‘levava para a cama’. Não eram muitas... na maioria das vezes era Bellatrix quem ocupava aquele lugar. E assim mesmo sob muito segredo. Mas mesmo assim Nagini sempre olhava com certa fome e saía do quarto rapidamente.
Mas Ginevra parecia ser diferente, primeiro que ela foi a primeira a deitar em sua cama principal e ainda junto a Nagini. Era com se a garota fosse a amante e esposa de seu mestre. E, portanto, sua dona de direito.

(- Nagini... acorda!)
(- Sim mestre.)
(- Estou vendo que gostou da garota.)
(- Ela é melhor que aquela louca metida e puxa-saco da Bellatrix.)
(- Você realmente não gosta da Bella.)
(- Não! A garota é perfeita...)
(- Saiba que ela pertence a Ordem da Fênix.)
(- E isso é empecilho para você?)
(- De forma alguma.)
(- Também achava que isso não fosse. Sem contar que o cheiro do sangue dela me parece ser de uma bruxa puro sangue)
(- É, ela é sangue puro e sem contar que a única mulher de sete irmãos à séculos...)
(- Ela é como eu? Uma guardiã do seu segredo... Ela sente que estou aqui... e eu sinto que ela está estranhamente tranqüila com a minha presença...)
(- Parece que sim. Mas preciso ver e ter certeza disso. Agora me deixe sozinho com a menina.)

Nagini saiu de cima da cama, mas antes se virou para seu mestre e disse em sua língua.

(- O nome dela... qual é nome dela, Milorde?)
(- Ginevra... Ginevra Weasley.)
(- E ela continuara se chamando assim... Ainda será uma Weasley?)
(- Não... se der tudo certo... ela sairá dessa família ridícula... será rebatizada... ninguém se lembrará dessa mancha no passado dela... Isso se sobrar alguém da família dela para lembrar...)
(- Claro... com licença)

Voldemort a olhou novamente... ela nem parecia que era uma seqüestrada. Antes ele havia pensado em matá-la, mas agora... tudo mudara. Se ela realmente for a guardiã de sua horcrux, a garota fizera o trabalho de Lucius. E fizera melhor que o ardiloso Comensal.
Ela provara ser digna de confiança e honrara, mesmo que sem querer, o sangue que corria em suas veias. A lealdade de Ginevra perante Voldemort fora maior que ele já viu em toda sua vida. Voldemort tocou-a levemente no braço. Ginny se mexeu incomodada pelo toque. Mas Voldemort percebeu que essa inquietude era sua alma querendo voltar ao seu legitimo dono.

- Como isso aconteceu? – perguntou Voldemort olhando para o corpo adormecido de Ginny que estava em sua cama. – isso significa... significa que o conteúdo do meu diário não fora destruído... ela se tornara uma de minhas horcruxes.

Voldemort retornou a tocá-la no braço. Ela se sentia um pouco incomodada, mas não acordou. Voldemort sentiu que o pedaço de sua alma que estava naquele corpo frágil se inquietara ainda mais. Para ele era gratificante. Era como se pudesse refazer... ele sabia que o pedaço que estava consigo estava debilitado. Agora com dois pedaços estaria muito mais forte. estava na hora... tinha que fazer.
O Lorde então se aproximou ainda mais do corpo de Ginny. Então ele a tocara agora com mais força e determinação no abdômen. Ginevra arfou com mais força ainda. Estava realmente incomodada. Mas Voldemort não se importou com isso. Então em língua de cobra ele começou a entoar um feitiço das trevas... iria retirar a sua horcrux daquele corpo frágil.

(- Saia alma e retorne ao seu legítimo dono. Saia desse corpo e retorne a mim. Saia alma e se funda ao seu pedaço original e que traga consigo resquício dessa doce e pura alma para que a minha ligação com esse corpo seja forte e impenetrável. Que essa alma seja das trevas tanto quanto o pedaço que ficara residindo tanto tempo. Que ela nunca retorne com a alma limpa e inocente àqueles que possam me impedir de que ela seja minha para sempre.)

Uma luz negra e macabra saiu do corpo de Ginny. A luz se virou em uma esfera compacta e pairou entre Ginny e Voldemort. Um pouco de áurea branca saiu também do corpo de Ginny e começou a circundar a esfera negra. Voldemort sabia que era a sua ligação com a menina.
A áurea dela se escureceu e se tornou tão negra quanto à esfera. Então aquela áurea se partira e um pouco se fundiu a esfera. O restante ficara pairando sobre Ginny. Ao mesmo tempo a áurea negra se fundira novamente a garota, e a esfera se fundira a Voldemort. A fusão da horcrux com o pedaço original fora tão violenta, que Voldemort foi arremessado contra a parede, ficando desacordado. Ginny apenas teve um leve desconforto, mas permaneceu em um sono profundo.
O barulho chamou atenção de Rodolphus e ele foi até ao quarto de Voldemort. Quando entrou no quarto percebeu que havia sido feito magia negra avançadíssima. A pequena de cabelos ruivos ainda permanecia na cama. Deitada como se não estivesse marcada para morrer. Então ele andou mais um pouco e percebeu as botas de Voldemort. Uma loucura apoderou Rodolphus e ele pegou a varinha rapidamente. Antes que ele pudesse cometer algum ato insano uma voz firme e imponente se fez presente.

- Rodolphus, você não é nem louco para desobedecer às minhas ordens. Não é?

- Mi... Milorde? É.. é o senhor. –Rodolphus hesitou, era a voz de seu mestre, mas...

-Claro que sou inútil, por quê? Pensou que fosse o lobo mal?

- O senhor... O senhor está mudado.

- Mudado, como? – levantou-se com uma certa dificuldade. Ainda não tinha recuperado totalmente seus poderes.

- Olhe... olhe no espelho, Milorde... – apontou para o espelho atrás dele. - Eu não tenho sequer palavras para isso.

Voldemort então se virou e olhou para o primeiro espelho que encontrou. A imagem ofídica, esbranquiçada, de olhos vermelhos havia desaparecido por completo. No lugar, ele via um homem viril, jovem e belo. Ele continuava branco, mas ele havia ganhado alguma cor. Seus olhos eram azuis, cabelos castanhos claro. Seu nariz ele havia reconquistado; no lugar de dois buracos estava em nariz reto e bem feito. Seus dedos ainda eram compridos, mas suas unhas eram claras.
Voldemort se virou rapidamente e caminhou até a cama, onde ainda jazia adormecia, Ginny. Ele tocou naquela pele cor de marfim delicada dela e depois nos cabelos rubros. Para ele uma nova oportunidade se abrira e ele poderia tomá-la para si, sem que ela pudesse sentir nojo de sua aparência.

- Tudo mudou realmente... E mudou para melhor. Rodolphus prepare tudo, haverá uma iniciação ainda hoje. –disse com uma felicidade insana.

- Mas de quem Milorde?

- Ginevra Weasley. Ela se mostrou leal a mim. Ela protegeu com unhas e dentes a minha alma. Ela praticamente deu sua vida para que eu pudesse voltar a viver... Ela irá tomar o seu lugar... Seu verdadeiro lugar ao meu lado. Esta noite.

- Claro Milorde.

Rodolphus saiu sorrateiramente do quarto.
Assim que Voldemort percebeu isso se deitou bem ao lado da garota. Pôs seu braço por cima da cabeça da garota e tornou a observá-la. Seus lábios, cor de carmim, eram um convite para beijá-la. Não querendo beijá-la a força, Voldemort tocou-a com seus dedos. Ginny estremeceu, pois era um frio repentino, mas ainda não se mostrava apta a acordar.

- Não vou te beijar a força... Você ainda irá desejar isso. Antes eu me contentava com a Bellatrix, mas agora... Agora você é minha... Meu brinquedo... Meu troféu.

Sem dizer mais nada, Voldemort se levantou e saiu do quarto, deixando Ginny desacordada na cama.

§ (#.#) §

Ginny mexeu-se naquela cama confortável, e ainda de olhos fechados espreguiçou-se demoradamente. Com um sorriso esfregou os olhos e os abriu lentamente. Sentiu uma fisgada no estômago e como um raio todas as lembranças dos últimos acontecimentos lhe vieram a cabeça. Horrorizada se encolheu no canto da cama. Tremia dos pés a cabeça.
Perguntava-se onde estaria. Olhou a sua volta, estava numa cama imensa e macia, coberta por lençóis de seda negros. As paredes estavam cobertas por Espelhos-de-Inimigos, onde várias sombras borradas andavam de um lado para o outro e do nada desapareciam.
Alguns minutos depois que Ginny acordou, alguém mexeu na maçaneta da porta. Ginny entrou em pânico. Poderia ser Voldemort ou qualquer comensal querendo machucá-la. Assustada, Ginevra então se levantou rapidamente da cama. A porta abriu-se e a primeira coisa que viu foi um elfo muito mal-tratado trazendo consigo uma caixa enorme. Logo atrás vinha um comensal. O mesmo comensal que tinha visto primeiro quando foi acordada. Ginny ficou ainda mais assustada e se afastou rapidamente. Praticamente grudou na parede mais longe do comensal.
Rodolphus percebeu o medo e a confusão naqueles olhos castanhos. Se a sua opinião valesse de alguma coisa, aquela criança ainda estava com seus pais. Talvez por isso o Lorde das trevas o colocou como seu guardião. Ele sabia que sua missão era resguardar a vida daquela garota. Então nada mais natural se apresentar àquela garota.

- Onde eu estou? Isso aqui não é a masmorra, é? – disse Ginny em um tom inquisidor e ao mesmo tempo amedrontado.

- Não. Para falar a verdade esse quarto está bem longe de ser a masmorra, ou está perto de uma... – percebeu que a menina ainda estava confusa. – É acho que você não entendeu, não é?

- Não.

- Bem. Você está no quarto, onde todas as comensais dariam um braço e uma perna para estar aqui. Você está no quarto do Lorde das trevas.

- Eu o que? Mas eu... Mas eu... – oh não, estava no quarto dele, e a pouco tempo atrás estava deitada na cama dele.

- Não se preocupe... Antes eu quero me apresentar. Meu nome é Rodolphus Lestrange. Pode não parecer, mas eu sou o seu mais novo anjo da guarda. – Rodolphus deixou escapar um sorriso para ela.

- Você? - a garota tremia dos pés a cabeça. - Jeito engraçado de cuidar.

- Você está inteira, não é? Até a ferida que a desastrada da Bellatrix te fez na hora da captura eu curei... Sem contar que o Lorde me pediu pessoalmente para que ficasse de olho em você e em suas necessidades... Então eu acho que sou sim o seu anjo da guarda, queira você ou não.

- Minhas necessidades? - parecia estar recuperando sua coragem grifinória. - a única coisa que necessito é SAIR DAQUI!

- Infelizmente é a única coisa que eu não posso atender... – disse Rodolphus em um tom monótono. Era como se a garota não soubesse como se portar como uma prisioneira e uma futura comensal.– Mas se você quiser qualquer coisa é só me pedir. Farei o que estiver ao meu alcance.

- Talvez um chá mais tarde – Estava pegando aquele tom irônico do Malfoy, até demais para seu próprio gosto.

- Olha garota, eu vou ser bem franco com você. – estava na hora de situar aquela menina. Para Rodolphus, a garota deveria reconhecer um “aliado” e não ser irônica com ele. - Eu não fui muito de acordo com o seu seqüestro. Isso pode ser estranho, mas é a mais pura verdade. Você... Você ainda é uma criança. Essa guerra não é lugar de criança. Mas com o Lorde não tem discussão. – disse pesaroso.- Ele manda e eu, como bom comensal, obedeço e abaixo a orelha. Você acha que eu gosto de cuidar de você? Você para mim não passa de uma menina que teve o desprazer de nascer em uma família que sempre teve... Como vou dizer sem te ofender... Afinidade com a sociedade trouxa.

Por mais esquisito que aquela situação era, até que estava um pouco agradecido por aquele comensal não vir com sete pedras na mão. Mas não podia se deixar levar, ele ainda era um comensal.

- Eu só quero ir. Por favor, me ajuda. – disse se aproximando lentamente de Rodolphus. Ele era a sua única esperança de fugir daquele lugar.

- Não posso. E não é porque a minha vida possa estar em risco se eu te ajudar, não... A situação... A sua situação mudou.

- Como assim, a situação mudou? Não entendo. – disse parando novamente no meio do quarto.

- Sente-se aqui perto de mim... – Rodolphus sentou na cama e mostrou o seu lado - Não tenho muito tempo. Elfa saia!

A elfa deixou a caixa perto de Rodolphus e saiu sem pestanejar. Ainda hesitante e bastante desconfiada, Ginny conseguiu se desgrudar do chão e se sentou na cama. Numa distancia consideravelmente segura. Tinha medo dele. Muito medo. Pois querendo ou não... Sendo cordial e amigo, Rodolphus Lestrange ainda era um perigoso comensal.

- Você foi aceita por ele... Por Milorde... Você entrará para a família dele para sempre de acordo com ele... Você se mostrou uma comensal de fé inabalável e de uma lealdade sem tamanho... E você tem um lugar a sua altura entre nós.

- Mas eu... Não... Eu não fiz nada provando minha lealdade para com ele. Não entendo. Eu só quero ir embora. – A cada instante ficava mais confusa e desesperada.

- Você guardou a coisa mais preciosa dele dentro de si... De acordo com ele, você colocou a sua vida em risco para que ele pudesse vir à vida. Você nunca mais ouviu... Ou... Viu... Ou sonhou com ele?

- Toda noite. - sua voz era de quem tentava violentamente segurar o choro.

- É por isso. Quando você, inconscientemente, brincava com a horcrux que Lucius te deu você acidentalmente se transformou em uma horcrux. Você entendeu?

- Mais... Mais ou menos. Não... para ser franca eu não entendi. Como eu posso ter me transformado em uma horcrux?

- Ele começou a instilar a alma dele dentro de você. E quando o Potter destruiu o diário, só existia resquícios da magia. A horcrux resolvera mudar de embalagem e você seria a embalagem perfeita.

- Eu não queria... Não tive a intenção... Por Merlin, eu era só uma criança! - grossas lágrimas rolaram por seu rosto, mas não se importou.

- Mesmo assim. O erro de Lucius se tornou em um acerto brilhante. Você é a "embalagem" perfeita! Você é uma bruxa puro sangue e sempre viveu "além" das linhas inimigas. Você pode ter certeza de que Milorde tirou de dentro de você, informações... Informações valiosas que nenhum comensal, nem mesmo Severo que era um espião, conseguira ter. Você tinha uma visão privilegiada do inimigo número um de Milorde...

Por Merlin, ela se tornara um perigo para a Ordem. Passara informações para Voldemort, sem querer. Uma idéia passou por sua cabeça, mas tinha medo da resposta. Mas mesmo assim tinha que arriscar.

- Como eu deixo de ser uma horcrux?

- Você já deixou de ser... Agora você subiu de cargo.

- Não... Como fui burra. Todo esse tempo... Eu estraguei tudo, não foi? Isso tudo é minha culpa... – dizia mais para si mesma que para Rodolphus.

- Agora é tarde.

- Se eu não tivesse tocado naquele diário... Se eu não... Sabe... – seus olhos se perderam na parede fria a sua frente. – Às vezes penso que se eu morrer, tudo se resolveria com facilidade...

- Mas agora é tarde demais... Você está vendo essa caixa que estava nas mãos da elfa e está do meu lado agora?

- O que tem nela? – disse enxugando as lagrimas que molhavam seu rosto pálido. Uma curiosidade mórbida e sem nenhum sentido começou a aflorar dentro da ruiva.

- É a sua roupa... Seu uniforme de gala, na qual você será iniciada. E na caixa haverá também a sua máscara. Infelizmente eu não posso fazer mais nada. Até porque é o próprio Milorde que virá aqui para levá-la. Eu acho que se ouvisse a nossa conversa eu seria torturado. Tive sorte, mas agora se vista. Ou então você se vestirá na frente dele. Você concordará comigo que não deverá ser muito confortável tirar a roupa na frente dele.

- Iniciada? Iniciada?! Não!!! – pulou da cama.- Eu não posso! Estarei traindo todos os meus princípios! Prefiro morrer, a me tornar uma seguidora dele! Sem querer ofender.

- Não ofende! Já passei da idade. Mas infelizmente você não terá escolha. Não se trata de princípios e sim de destino. Se você não for de livre e espontânea vontade... Receio que você será levada pelos cabelos por Milorde até o seu destino.

- Eu não sei o que fazer... Mas seguirei o seu conselho. - Rodolphus naquele momento era o mais perto que chegaria de um amigo. E estava se sentindo grata por ele estar lhe indicando o melhor caminho para manter seu pescoço intacto.- Obrigada, de verdade.

- Agora se troque... Ele não deverá demorar muito. Você quer mais uma dica?

- Claro.

- Quando você receber a marca a dor será insuportável. É como se tivesse tirando o seu braço à força. Sem nenhum anestésico. Quando terminar irá desejar que tivesse tirado, porque a dor será ainda maior quando terminar, mas não chore ou grite. Ele costuma achar que é sinal de fraqueza e irá te matar.

- Obrigada mais uma vez. - Forçou-se a sorrir agradecida; estava perdida. Completamente perdida!

- Agora eu vou me retirar para você poder se trocar. Se você achar que é muito doloroso a iniciação... Sempre olhe para o segundo comensal a sua direita. O seu anjo da guarda estará lá naquele lugar – disse se retirando do quarto.

Ginny estava com muito medo. A caixa era negra e brilhante. Ela abriu a caixa que a elfa deixou em cima da cama. Tirou as peças uma por uma e todas eram negras. A primeira foi uma blusa. Ela era de cetim e de gola mandarim. Não havia manga nenhuma. Depois ela tirou uma capa, de um tecido grosso e pesado, de costura firme. Depois foi a vez da calça. Era comprida e do mesmo tecido da capa. Também havia um bracelete em forma de cobra que se enroscaria perfeitamente em seu braço.

“Ridículo!” Pensou Ginny olhando para o bracelete. “Típico de sonserino... Como se eu, uma grifinória, fosse achar bonito isso” continuou pensando e jogou o bracelete em cima da roupa.

Também havia uma bota de cano médio, de salto e sem nenhum detalhe. Finalmente a maldita máscara. Uma das marcas de um bom comensal. Ela era lisa e fantasmagórica. Ginny entrou em desespero e não conseguindo se controlar começou a chorar. O sentimento era tão triste e tão desamparado que a pobre garota sentou no chão sem nenhum pudor e disparou a chorar.
Depois de algum tempo ela recuperou a pouca dignidade se levantou e vestiu a roupa que lhe era imposta.
Primeiro a calça...
Depois a bota. Ela resolvera colocar a boca da calça por dentro da bota...
Em seguida foi à blusa...
O bracelete foi logo em seguida. Ele foi até pouco acima do cotovelo do braço direito.
Ela com muito custo, finalizou vestindo a capa do uniforme que mais odiava. Ginny pegou uma fita também negra em cima da cama e foi em direção de um espelho. Ela encontrara uma escova e começou a arrumar suas madeixas embaraçadas. Rapidamente a pequena Weasley arrumou seus cabelos em um rabo de cavalo baixo e amarrou com a fita.
Logo após Ginny ter se arrumado, Voldemort entrou em seu quarto sorrateiramente. E viu algo estonteante. A sua pequena e doce ruiva, vestida para se tornar uma comensal da morte. Ginny olhou para aquele homem que acabara de entrar em seu quarto sem se anunciar e se espantou com tamanha beleza. Não poderia ser Voldemort... De forma alguma. No máximo um comensal, muito bonito por sinal. Voldemort percebeu isso e começou a rir.

- Você não se lembra de mim doce ruiva? Fiquei decepcionado. Depois de tanto tempo juntos nos seus sonhos, nos sussurros, nas noites de solidão...

- Voldemort. – aquela voz era inconfundível e muito difícil de esquecer.

- Parabéns! Pontos para a Grifinória! – Ele olhou para Ginny mais uma vez com a roupa de gala - Se eu soubesse que ficaria linda nessa roupa de gala eu teria feito você a minha comensal a mais tempo.

- Obrigada. - Ginny não sabia o que dizer ou fazer. Apenas tentava se manter firme, como sugerira Rodolphus. - mas não entendo o motivo de me querer. Eu não sou ninguém.

- Disponha. Gosto de gente educada. Vamos para a sua iniciação? - disse mostrando a mão - é o seu destino. Você é alguém que não entenderia a dimensão de seus poderes... De sua capacidade... De sua fibra.

- Iniciação? Para me tornar uma comensal? É preciso? Não quero uma marca ridícula de uma caveira no meu braço. - arregalou os olhos. Que boca grande tinha. Sem perceber tinha acabado de insultar um homem das trevas.

- Você deveria dar mais valor a sua nova família. Você terá essa marca para sempre... Até que a morte te leve para longe. - falou com uma frieza descomunal.

Ginny apenas abaixou a cabeça. Tinha sorte de não ter levado um crucio no meio da cara. Tinha que se controlar, senão estaria realmente perdida. Voldemort não queria torturá-la agora. Não... Seria dor demais para uma pessoa só. Até porque a dor que ela irá sentir seria castigo suficiente. Ginny percebeu que ele estava com uma cara de poucos amigos. Por causa disso, ela resolvera pedir desculpas.

- Não tive a intenção de lhe ofender. Falei sem perceber. – a frase saíra mecanizada.

- Com o tempo irá controlar essa boca. Você é jovem e é impulsiva, como todas as mulheres de fibra e livre. Perceberá que não é tão livre assim. Agora você me pertence. Quando menos esperar, estará falando absurdos é para a sua antiga família e sua ex-amiguinha sangue ruim.

“Sangue ruim... Que termo tão baixo. Se bem se lembra, ele também era sangue ruim. Ou seria um mestiço metido?” Balançou a cabeça tirando esse pensamento atrevido, antes que ficasse em maus lençóis...

- Sim... Obrigada por sua benevolência - como odiava ser submissa.

Voldemort achou engraçado ver aquela menina submissa às suas vontades e aos seus comandos. Mas sabia também que ela deveria estar se segurando para falar o que pensava sem pensar nas conseqüências. Ou seja, o famoso “fogo Weasley”. Ele resolvera atiçar aquele fogo.

- Aonde foi parar o famoso fogo Weasley... Apagou-se? – disse rindo.

Ginny o olhou diretamente nos olhos. Se era guerra que ele queria; teria guerra então.

- Muito me admira. Sangue ruim, heim... Você é um sangue ruim, não? Ou seria um mestiço que banca o puro sangue? Esse sangue que você tanto quer e que eu tenho de sobra, você nunca terá. Você deveria ser mais educado com que nasceu trouxa. Aquele seu pai trouxa, não te deu educação? – os olhos de Voldemort tomaram um brilho vermelho.

- Não fale de mim com esse tom mundano. Sou superior a isso... Sou superior a você! Esse trouxa que você mencionou, não passa de uma manchinha do meu passado, presente e futuro glorioso. Esse homem... Ou melhor, trouxa que você mencionou... Eu mesmo o matei e minha mãe era sangue puríssimo... Ouviu bem... Uma descendente de Salazar. Eu sou herdeiro dele.

- Ela é tão puro sangue que te abandonou. De certo ela pressentiu o tipinho que você se tornaria. Um assassino de muitos!

Ele estava completamente irritado pelas barbaridades que ouvira daquela fedelha. Ela ainda tinha muito que aprender para se portar como sua. Voldemort sabia que um “cruciatus” antes da iniciação poderia potencializar a dor da marca... Mas ele não estava se importando mais... A garota pediu... Ela teria aulas de subserviência e de dor.

- Crucius – Gritou Voldemort com o ódio em níveis perigosos sem hesitar

Ginny caiu se contorcendo no chão. A dor era tamanha que tudo ficou preto e sem qualquer som por segundos. Ele estava aumentado a dor nela... Era horrível ter que sentir isso tantas vezes. Voldemort percebe que ela estava fraca demais. Ele cessou a maldição e disse:

- Você realmente não tem jeito. – se sentou na cama, como se aquela atitude fosse a mais normal do mundo. E voltou a falar. - Eu tento. Juro que eu tento ser complacente com você. Mas você gosta de me desafiar. Gosta de me peitar. Mas aí você percebe onde é o seu lugar a força. Não é? Você poderia ser mais submissa, mas você não tem jeito é só no cruciatus.

- O que foi? Não agüenta o fogo Weasley? – Disse ofegando de tanta cruciatus.

- Olha, estou começado a achar que você gosta de sentir dor, não é? – se curvou ficando mais perto da ruiva. - Porque se você quiser outra aulinha de dor eu dou... Sem nenhum problema. Crucius!

Ginny novamente sentiu aquela dor absurda. Tentou falar algo, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Queria gritar, gritar o mais alto que pudesse. Voldemort percebeu que ela queria se desculpar... Ela queria que a dor parasse. Ele cessou novamente a maldição e falou:

- Você quer falar alguma coisa, querida? – seu tom de voz era doce, uma falsa doçura.

- Me... Me... Perdoe... Eu... Eu não quero mais desobedecê-lo. Serei comportada... Juro. - podia sentir toda sua força se esvair de seu corpo. Tentou se apoiar nos braços, mas doía demais... E acabou caindo, novamente no chão.

- Agora sim... Sabe quem é o seu superior Ginny? Diga quem é o seu mestre? – Voldemort falou com uma satisfação mórbida.

Ginny nada disse, apenas fechou os olhos buscando forças para ficar de pé; ignorando completamente a pergunta. Voldemort se irritou novamente com a petulância e insubordinação daquela menina. E do nada gritou novamente com ela totalmente descontrolado.

- ME RESPONDA! SE NÃO VOCÊ TERÁ OUTRA AULA DE DOR PARA SABER COMO É SER COMPORTADA!

- SIM...sim...

- Então quem é essa pessoa? Fala... Fale o nome dele. Fala que é o seu dono?! – continuou em uma loucura totalmente descontrolada.

- Lorde Voldemort... O senhor é meu superior... Meu mestre... Meu dono.

Ginny se sentia toda dolorida. Doía tanto respirar, mexer qualquer parte do corpo. Queria morrer. A morte seria seu grande conforto naquele momento. Mas sabia que Voldemort não a mataria... muito pelo contrario. A transformaria em comensal da morte. O que era muito pior.

- Ótimo...- levantou suavemente da cama.- Agora me deixa ajudá-la... Você tem um encontro marcado com o seu destino. – Mostrou a mão novamente a ela.

Sem reagir, deixou-se ser ajudada por ele. Não tinha forças o bastante para nada naquele momento. Estendeu a sua mão e segurou fracamente a mão de Voldemort. Ginny sentiu as mãos frias e fortes de Voldemort, mas estava com tanta dor que não se importou.
Ele a pegou com destreza e a puxou rapidamente. Para ele, Ginny era leve como uma pluma. Deixou-se conduzir por ele, estava fraca demais. Não sabia como ainda estava de pé. Talvez fosse o medo de deixar transparecer que era uma fraca. Ele a pegou pela cintura...
Seus lábios estavam perigosamente perto. Era um perigo, mas não sabia ao certo o que ainda a mantinha perto o suficiente. Talvez fossem aqueles olhos azuis que por tanto tempo a perseguiram em seus sonhos ou se estava fraca demais e desnorteada para notar que estavam perigosamente perto. Voldemort então passou seu nariz em seus cabelos e disse:

- Seus cabelos têm um cheiro delicado... Como a dona. Se a dona não quiser ter aulas de dor, deverá ser sensata o suficiente para ser subserviente.

- Eu serei. Não quero lhe causar problemas, não mais. - Teve vontade de se afastar, mas aqueles olhos a hipnotizavam. E do nada uma vontade súbita de beijar aqueles lábios venenosos apareceu.

- Ótimo... Agora vamos minha doce ruiva... Vamos para a sua iniciação - disse doce com muito sarcasmo. - não se esqueça de arrumar a sua máscara. Não queremos levantar cobiça entre meus comensais não é? - disse cheirando novamente os cabelos de Ginny e deixando a pequena com mais vontade de ser beijada.

- Está bem... - suas mãos tremiam ligeiramente enquanto ajeitava a máscara em seu rosto.

Os dois saíram em direção ao salão de iniciação. Voldemort estava vibrando de excitação por dentro. Ele finalmente conseguira laçar a jovem Ginevra Weasley de vez. Voldemort andava com Ginny segurando firme em seu braço. De peito estufado, Voldemort parecia estar demonstrando...praticamente exibindo o seu mais novo troféu. Para ele, Ginny era realmente um novo e belo troféu. E o Lorde das trevas sabia onde colocar aquele novo troféu.
Já Ginny recobrara a sua consciência e não queria de forma alguma se tornar uma comensal. Mas parecia que a sua vontade pouco importava naquela hora. Ela caminhava vacilante, para seu cruel destino. Horrorizada com esse desfecho, ela não queria nem imaginar o que seus entes mais queridos poderiam falar se a vissem agora. Ela era a vergonha da família. Seu medo e sua covardia seriam a sua sentença de morte.
Os dois não demoraram a chegar no salão de iniciação. A temperatura caíra vertiginosamente. A jovem Weasley tentara se embrulhar, mas falhara miseravelmente. Era um salão retangular e muito grande. Suas mãos começam a suar e a tremer. Ginny percebeu que havia muitos comensais no salão. Ao final do salão tinha um palco. Lá também havia mais comensais.
Em cima do palco tinha uma espécie de altar. Ginny temia que deveria deitar lá. Ela sentia um forte de cheiro de mofo misturado com sangue. Havia também o cheiro de velas queimando. Ginny parou de repente vendo o altar preparado. Não conseguia se mexer de tanto pânico. O medo se apoderou dela por completo. Voldemort percebeu que a garota empacara e tentara forçá-la a andar. Mas a tentativa dera errado. Ele retornou para bem perto da menina, então em uma loucura controlável disse sussurrante:

- Você não irá fugir disso. Agora ande!

Ginny não falara nada. Estava com medo até para isso. Seus pés pareciam estar presos por um feitiço. Ela apenas o olhava com suplicas nos olhos. Mas Voldemort pareceu não se importar com isso. Ele simplesmente apertou com mais força o braço dela.

- Você quer que eu te carregue nos braços, Ginevra? Sim... Porque pelo jeito não chegaremos hoje para sua iniciação. Mas uma certeza você terá... Quando estivermos apenas nós dois lhe darei mais algumas aulinhas de dor.

-Não será necessário. Mas...não sabia que teriam tantos aqui conosco. - Fazendo muito esforço conseguiu dar alguns passos.

- Quando entra mais um bruxo na família, eu mando chamar todos.

- Não gosto de platéia...

- Mas vai ter que gostar... Agora ande!

Os dois continuaram a andar. Parecia que agora tanto Voldemort quanto Ginny estavam andando depressa. Ao se aproximar mais do palco, Ginny percebera que o altar tinha uma toalha negra e bordada em prata com formas de várias cobras. Esse altar era um pouco diferente. Havia um apêndice bem do lado esquerdo. Ela sabia que era o lugar onde colocava o braço esquerdo.

Eles estavam bem próximos ao altar quando Ginny perguntou:

- O que eu tenho que fazer?

Os dois foram direto até ao altar. Voldemort se recusara a dizer qualquer coisa para Ginny... Eles subiram e ficaram ao lado do altar. Os comensais que estavam no palco se ajoelharam perante a imagem de Voldemort. Voldemort ainda estava de costas para Ginny. Ele se virou para ela e lhe deu o sorriso mais frio e calculista possível.

- Tire a capa e deite-se.

-Está bem. - sem pestanejar tirou a capa e jogou-a no chão. Não queria irritá-lo mais ainda. Não queria passar por outra sessão de tortura tão cedo. Então deitou no altar frio e colocou o braço esquerdo separado.

Ao deitar-se Ginny percebeu que havia algo metálico ao seu lado. Sentiu medo só de pensar o que poderia ser aquilo. Voldemort, então, a puxou rapidamente. Era um punhal.
Seu cabo era de várias cobras. Uma se entrelaçando a outra. Tremeu na base. Nessa iniciação teria sangue envolvido. Não podia ver sangue. Só de pensar lhe dava vertigens. Ele escorregou a lamina bem devagar no pequeno decote. Ginny fechou os olhos automaticamente. O metal gelado passou perigosamente em sua pele de marfim. Mas do nada Voldemort retirou do decote. Parecia que ele tinha um desejo perverso em sentir o medo dela de todas as maneiras.
Ginny respirou pesadamente, aquilo tudo era sombrio demais. Perigoso demais. Estava num caminho sem volta. Voldemort então rasgou a sua pele delicada e branca do braço de uma só vez. O sangue começou a minar de seu braço... seu medo aumentava a cada segundo.
Fenrir Lobo Greyback, aquele maldito lobisomem que machucou a fundo Gui, estava lá. Parecia estar se deliciando com todo aquele sangue escorrendo do braço da garota. Enquanto que ela prendia, a qualquer custo, em sua garganta um grito de dor. Voldemort, então, posicionou sua varinha na ferida e disse:

- Você, minha doce bruxa de sangue puro, aceita a mim? Lorde Voldemort?

A garota pareceu vacilar, mas respondeu firmemente.

- Aceito. - disse olhando diretamente nos olhos de Voldemort.

- Aceita se integra a minha família? – disse Voldemort, passando a mão no braço esquerdo de Ginny.

- Eu aceito - o corte estava começando a queimar.

- Aceita entregar a sua vida e seus poderes a mim? – Voldemort cortou a mesma mão cheia de sangue de Ginny magicamente.

- Sim...-sua vontade era gritar. Sentia seu próprio sangue escorrer por seu braço.

- Será leal a mim e a minha causa? - com a mão machucada, ele novamente tocou no corte dela.

-S...sim. - se já estava doendo. Não queria nem ver quando fosse realmente marcada.

- Torturará e aniquilará meus inimigos ao meu comando e não hesitará em nada? - disse apertando os dois machucados com bastante força.

A dor aumentou exponencialmente. Ginny estava segurando o grito de qualquer forma. Mas achou que não iria consegui segurar por muito mais tempo. Ela também começou a pensar no que Voldemort acabara de dizer. Torturar? Aniquilar? Não pode deixar de pensar nesses verbos. Por Merlin... voltando a si, respondeu rapidamente:

- Torturarei e aniquilarei sempre que o senhor mandar.

- Doce bruxa de sangue puro, sua varinha é minha para sempre, ou até a morte te levar?

-Para sempre.

Voldemort se deliciou com essa resposta. Ele deu um sorriso ainda mais perverso. Ela finalmente entendera onde era o seu lugar. Com a afirmativa de Ginny, o Lorde das trevas pegou a varinha na mão sã e posicionou bem em cima do machucado de ambos. Sem hesitar ele falou em alto e bom tom de voz.

- Morsmodre.

Ginny, que fora avisada por Rodolphus, agarrou com bastante força com sua mão livre a manta. Queria gritar alto que estava doendo. Queria chorar.
Era uma dor insuportável. Mas manteve-se quieta. Alguns comensais olhavam tudo com desprezo, outros se divertiam com a cara de dor da ruiva que mordia a boca tentando fazer toda a dor sumir. Era como se estivessem cortando lentamente seu braço. Com toques e retoques de crueldade. Apenas dois comensais estavam apreensivos por ela...
O primeiro era o seu anjo da guarda. Rodolphus temia que ela não agüentasse por mais tempo e gritasse. A segunda pessoa preocupada com a jovem Weasley era um jovem loiro de olhos acinzentados. Ele estava muito triste. Pois sabia que agora não teria a menor chance de ter Ginevra Weasley para si mesmo. Ela agora era do Lorde das Trevas.
Sem perceber, Draco começou a chorar. Tímidas lágrimas escorriam por seu rosto emoldurado pelo capuz negro de suas vestes de comensal. Queria trocar de lugar com ela e livrá-la da dor que conhecia tão bem.
A dor que parecia arrancar a força o braço esquerdo de Ginny, do nada desapareceu. No lugar do corte existia apenas uma marca. Uma caveira e uma cobra manchando o seu braço cor de marfim... Que mancharia não apenas seu braço, mas sua alma também. Ela estava exausta de tanta dor que sentira.
Voldemort, com a mesma cara cínica e fria lhe estendeu a mão e disse:

- Bem vinda a sua nova família. A mediocridade que você vivia com os seus progenitores ficou para trás... Para sempre.

Ginny pegou a mão de Voldemort e se levantou para ficar de frente para os outros comensais. Estes também se levantaram e se postaram com orgulho em seus lugares. A jovem Weasley procurou o olhar de Rodolphus entre os comensais, tentando encontrar algum tipo de conforto, mas este estava de cabeça baixa. Talvez não quisesse encará-la e lhe mostrar no que se metera para sempre.

- Agora se ajoelhe diante de teu mestre e mostre sua servidão.

Antes de se ajoelhar perante Voldemort, Ginny lançou um olhar para Draco. Mas este a olhava com aquela tão conhecida máscara de frieza. Seus olhos pareciam dois cubos de gelo estranhamente molhados. Olhando para o chão se ajoelhou de frente a Voldemort.

- Ótimo, muito bom Ginevra. Agora sim... Pegue sua capa. Nós dois podemos ir... Temos negócios em comum agora. Vamos? - disse oferecendo a mão para poder se levantar.

Ginny pegou sua capa rapidamente e a vestiu novamente. Estava morrendo de frio e queria se embrulhar.

- Para onde vamos? – disse se levantando do chão já agasalhada.

- Calma. Não vou te atacar.

Voldemort começou a procurar um comensal entre àqueles que estavam no palco. Não demorou até localizar e olhar nos olhos dele.

- Rodolphus venha conosco. Pelo visto você se apegou a ela como se ela fosse sua filha legítima.

- Claro Milorde. – ele se apressou e ficou ao lado de Ginny.

- Mas aonde vamos? Eu ainda não entendi. – continuou Ginny.

- Para nosso quarto. Tenho presentes para você. Presentes que irá gostar – Voldemort abaixou bem o tom de voz.

A jovem Weasley forçou um sorriso de volta. Pelo menos Rodolphus iria junto. Os três saíram do salão com uma velocidade espantosa.

§ (#.#) §

Draco estava arrasado. Ele continuava entre os comensais que faziam parte da roda intima de Voldemort. Não sabia o que fazer. Parecia que a sua vida havia terminado. Tinha pagado a peso de ouro por uma foto daquela ruiva. Com aqueles pensamentos saiu daquele salão chispando e fora parar em seu quarto.
Fechara a porta com tamanha brutalidade. Para ele o Lorde das Trevas não devia ter feito isso. Não deveria ter roubado a mulher que ele mais desejava na vida. Draco se apoio na parede e fora escorregando nela. Estava tão arrasado... Tão triste, que começou a chorar. Seu choro era compulsivo e solitário. Aquela era a primeira vez que chorava em anos. Nunca sentira uma dor assim. Parecia que estavam lhe arrancando o coração.
Não demorou muito para Lucius, Bellatrix, Rabicho e Rabastan percebessem a ausência de Draco. Então foram atrás do jovem Malfoy. Ao chegarem no quarto de Draco, Lucius forçou a maçaneta, mas a porta estava trancada.

- Abra essa porta, Draco. – gritou Lucius.

- Me dê um bom motivo, Lucius. – retrucou Draco. Lucius cerrou os dentes em puro ódio. – Estou ocupado.

Draco entrara no banheiro para se arrumar. Não queria que o visse chorando. Minutos depois (para a raiva de Lucius, que detestava esperar.) ele deixara a “gang” entrar em seu quarto. Quase ninguém percebera. Quase.
Bellatrix o olhou friamente e disse:

- Essa iniciação foi patética.

- Eu não acho – disse Rabicho – Eu me lembro muito bem dela... mesmo com aquela carinha de princesinha, ela era um verdadeiro cão; enquanto eu era o mascote de seu irmão fedelho não me deixava em paz um minuto. Ela era a única mulher de um monte de homem. Ela sabe se proteger muito bem. A entrada dela para a nossa causa foi muito valiosa.

- Nós sabemos para que aquela coelha serve, não é? – disse Rabastan com bastante desdém. Os olhos de Draco brilharam de ódio.

- Você não tem o direito de falar assim dela. – disse Draco com uma raiva sem tamanho.

- E por que não, Draco? É o que ela é, uma coelha vadia que não serve para nada.

- Se ela não servisse para nada, o Lorde das trevas teria descartado-a. – interveio Lucius pressentindo que Draco poderia acabar falando demais. E poderia não só prejudicar a si mesmo como também a ele.

- Mas mesmo assim. Ela não passa de uma traidora do sangue.

- Agora não é mais! – disse Draco querendo que sua Tia morresse no próprio veneno – Se eu fosse você Bellatrix, a trataria com mais respeito. – Bella o olhou desconfiada.

- Sei perfeitamente como tratá-la na frente do Lorde, querido sobrinho. Até porque se eu a maltratar na frente do Lorde serei punida de uma forma que nunca vou agüentar ou esquecer. Aquela coelha ruiva se tornou a preferida do Lorde. Agora o que eu não entendo é o motivo dessa mudança repentina.- disse olhando diretamente nos olhos de Draco.

- Entendendo ou não cara cunhadinha, nesse exato momento o Lorde das Trevas, a Weasley e o meu irmãozinho estão naquele quarto fazendo sabe-se lá o que. – disse Rabastan venenosamente para sua cunhada.

Draco não queria ficar lá. Estava irritado demais para ouvir tamanhas besteiras. Doía demais ouvir e ver tudo aquilo de Ginny. O jovem Malfoy queria de qualquer forma sair daquela fortaleza, daquela armadilha do destino. Incomodava só de pensar onde e o que ela poderia estar fazendo naquele momento. Então ele resolvera cortar toda aquela baboseira.

- Bellatrix.

- Sim meu caro sobrinho.

- Quando iremos para Vardo?

- Por que quer saber? Está louco para voltar é?

- Pare de encher e responda. – exigiu a resposta de sua tia.

- Bem, receio que voltaremos só amanhã.

-Amanhã... Por quê? – estranhou. O Lorde tinha dito que os queria lá imediatamente.

-Haverá um jantar de boas-vindas para a Ginevra. – pareceu cuspir ao pronunciar o nome da ruiva.- Milorde quer todos aqui para recepcioná-la a altura – disse Rabicho.

-É... – cortou Bellatrix insatisfeita. – A Weasley virou um bichinho de zoológico do Lorde. Ela precisa ser exibida para que todos saibam que ela tem dono. Como se alguém em sã consciência fosse querer aquela ruiva desgraçada.

- Isso tudo é despeito! – fora a vez de Rabastan se pronunciar.

- Despeito de que? Posso saber? – a morena pôs as mãos na cintura indignada.

- Simples, minha cara. – Lucius falou com arrogância – Você era a preferida e agora, você foi trocada por alguém que poderia ser sua filha.

- Mas que ousadia! Como vo...

- CHEGA! – gritou Draco com a paciência em seu limite – fora do meu quarto.

- Mas... – disse Rabicho que estava se deliciando com a discussão entre os comensais.

- Vão tricotar em outro lugar! – apontou para a porta. Queria, nem que fosse por um minuto, ficar em paz.

Todos saíram sem entender a crise repentina do jovem loiro. Todos uma virgula. Ao voltar para a sua cama, Draco percebera que ainda não estava sozinho. Lá também tinha um par de olhos semelhantes ao dele, lhe olhando intensamente.

- Ficou surdo? Dá o fora do meu quarto, Lucius!

- Sou o seu pai. Você deveria me dar mais respeito. – disse friamente.

- Não é digno disso. E você sabe disso.

-Sei que estou em falta com você. Eu sei, também, o que você está passando...o que está sentindo. – falou como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

- Não... você não sabe não. – disse firmemente.

- Sei sim. – continuou Lucius sentando na cama ao lado de seu filho.

- Eu...eu a vi primeiro. Eu a conheci primeiro. A forma como ela era...a forma como ela lidava com a vida. Ela tinha que ser minha. Eu tinha tudo planejado para que ela se tornasse a minha mulher. Mas agora... tudo virou cinzas. – disse passando a mão na sua vasta e bela cabeleira loira.

- Agora você tem que esquecê-la. – disse num tom que Draco nunca ouvira antes dele. - Para sempre. Ela pertence ao Lorde e ele é possessivo com o que é dele.

- Mas pai...

- Vai ser melhor para você, Draco. Eu conheço o Lorde melhor que você, e ele não vai gostar nem de sonhar que o seu mais novo e belo troféu está sendo cobiçado por um subordinado. Ele o matará. Entenda isso.

- Eu sei... É por isso que eu quero ir embora... ir para Vardo, pai. Não quero vê-la tão cedo.

- Ótimo. Sábia decisão.- disse dando um fraco tapa na perna de seu filho.- Agora se arrume. Eu não gosto de dá razão a Bellatrix, mas esse jantar é para exibir a Weasley e para deixar bem claro que ela pertence ao Lorde das Trevas... Encontro-te lá. Não demore.

Lucius saiu de lá deixando Draco em uma fossa total. Vendo que estava sozinho de novo ele tirou uma foto de uma gaveta muito bem escondida. Sua ruiva estava lá sorridente e meiga como sempre imaginou que fosse. E que agora ficaria só na imaginação. Vendo que ela não sairia tão cedo da sua cabeça, deitou em sua cama e se permitiu chorar novamente.

§ (#.#) §

Eles andavam de forma desigual para fora do salão. Voldemort estava na frente com seu orgulho e arrogância habitual. Rodolphus atrás com uma tristeza indescritível e Ginny olhava para o chão como se tivesse se rasgado por dentro quando disse tudo aquilo. O que ela aprendera com seus pais agora eram trapos jogados fora.
Pararam frente na porta dos aposentos de Voldemort. Ele abriu a porta e deu espaço para que a ruiva entrasse primeiro. Ele entrou logo após, sendo seguido por Rodolphus.

-Teremos um banquete em sua homenagem minha querida. – disse Voldemort andando em direção a uma porta à esquerda do quarto. Era um closet cheio de roupas negras, todas masculinas. – Eu quero você a altura...

-Mas...não tenho o que vestir. – retrucou incerta. – Eu... eu fui seqüestrada.

- Detalhes técnicos para depois querida. – continuou não dando muita atenção a Ginny e olhando a fundo o closet.

Depois de procurar insistentemente entre as suas roupas, Voldemort constatou que dentro de seu closet não havia nada digno para a sua mais nova Comensal ou até mesmo feminino que ela pudesse usar em seu jantar de gala. Não vendo outra solução chamou o Comensal que estava lá para resolver aquele impasse o mais rápido possível.

-Rodolphus.

-Sim, Milorde.- o moreno fora tirado de seus pensamentos o mais rápido possível.

-Providencie roupas para Ginevra para que ela possa usar no dia-a-dia e também um belo vestido para esta noite.

Com um aceno positivo de cabeça, Rodolphus saiu deixando os dois sozinhos; para o desespero de Ginny. Ela, com medo de Voldemort, se virou e ficara de costa a ele. Não queria vê-lo. Não depois dele se tornar tão belo.
Voldemort se dirigiu sorrateiro ao encontro de sua nova seguidora. Pôs-se atrás dela e segurou firmemente em sua cintura. Ginny não pôde deixar de sentir um arrepio percorrer sua espinha. Ele aspirou novamente o cheiro de rosas que emanava dos cabelos rubros dela.

-Você participará de um banquete como nunca você presenciou. – disse pondo para o lado uma mecha de cabelo que cobria seu pescoço alvo e tocou seus dedos gelados neles delicadamente. – Um banquete digno de Voldemort e seus comensais. E você vai adorar.

Não conseguia dizer nada, só conseguia sentir os arrepios causados pela proximidade dos dois. Voldemort passou sensualmente o nariz na curva do pescoço dela e deu um beijo demorado. A respiração da garota ficou mais pesada e ele não deixou passar despercebido. Apertou com mais força a cintura dela e mordeu seu pescoço para aguçar a libido de Ginny. Com certeza mais tarde, pensou Ginny, estaria com uma marca roxa horrível. Mas agora isso não importava.
Voldemort a virou bruscamente, ficando cara a cara com ela. Aqueles olhos castanhos vacilavam e as mãos da garota tremiam. Voldemort estava perigosamente perto, podia sentir o hálito quente dele.
Sem pensar fechou os olhos, podia senti-lo se aproximar lentamente. Estavam a milímetros de distância quando uma batida na porta fez com que Ginny pulasse para trás e a trouxesse de volta a realidade. Voldemort fechou as mãos em fúria e de desejo cortado. Odiava ser interrompido, ainda mais quando iria sentir o gosto daqueles lábios vermelhos tão convidativos.
Voldemort abriu a porta com um aceno da varinha. Rodolphus surgiu tranqüilamente pela passagem.

-Milorde, está tudo pronto. Krinie já está providenciando o vestido de Ginevra.

-Ótimo. Agora, quero que você tome um banho e se vista para o jantar. – ordenou friamente para a ruiva.

-Sim. – Ginny lançou um olhar para Rodolphus que lhe retribuiu o olhar. Ginny pode notar um fio de tristeza em seu olhar. Abaixou os olhos, não queria que Voldemort lhe pegasse trocando olhares cúmplices com o comensal. Não queria criar problemas para ele, que tanto lhe ajudou desde que chegou naquele covil de cobras criadas.

-Vamos Rodolphus, quero que minha comensal fique linda para esta noite. – Ginny tremeu, até aquele momento não tinha pensado no que tinha se tornado. Era uma comensal, e não teria volta. Uma vez comensal, para sempre comensal. Passou a mão sobre a tatuagem, que ardia e latejava bastante.

Voldemort saiu sorrateiro como uma cobra e Rodolphus lançou um último olhar de consolo para Ginny, e também saiu fechando a porta atrás de si.
Ao sair de seu demorado banho de banheira, Ginny percebeu que a elfa que chegara pouco antes de entrar no banho andara trabalhando. Ela viu um belo vestido preto em cima da cama. Para qualquer mulher a visão daquele vestido seria uma felicidade sem tamanho, mas para Ginny não.
Ela olhou novamente para seu braço esquerdo e lá estava. A marca negra ainda brilhava e ardia em sua pele alva. Parecia que aquela coisa estava zombando dela. O que falaria para seus pais, irmão e amigos? E Harry? O que falaria para Harry?
Então um pensamento veio em sua cabeça como um raio. Se Harry destruísse Voldemort para sempre a marca desaparecia de sua vida. Ginny seria livre novamente e poderia viver feliz para sempre com o seu amado. Porém algo a fez voltar a sua triste realidade. Nagini estava viva. E por pensar naquela cobra insuportável, ela estava entrando sorrateiramente no quarto e se enroscou próxima a lareira. Ginny sabia que a cobra era uma horcrux e não estava destruída então não tinha mais jeito. Deveria encarar a sua dura realidade de frente.
Ginny, então, suspirou pesadamente e se arrastou até a roupa que estava em cima da cama. Ao chegar mais perto da cama percebeu que tinha muito mais que o vestido. Lá também estavam meias finas, lingerie e cinta-liga tudo preto. Então sem nenhum ânimo, ela começou a se vestir.
Ao pegar o vestido, que era de um tecido sedoso e brilhante, gostoso ao toque. Ela vestira a roupa. O vestido era um longuete em envasê, talvez por isso o uso da meia. Na frente tinha um leve decote em “V” que valorizava seu colo. Já atrás tinha um decote também em “V” só que profundo.
Depois de pronta, Ginny sentou-se em uma poltrona de uma penteadeira. A única coisa que tinha um espelho normal. De repente Krinie, a elfa, apareceu trazendo uma nécessaire enorme. A elfa depositou em cima da penteadeira e Ginny viu que era um kit de maquiagem. Ginny olhou para a elfa de uma forma estranha, e Krinie disse:

- O Lorde ‘ver’ senhorita ainda mais bonita. – abriu a nécessaire, deixando a mostra diversos tipos de maquiagem.

Ginny não retrucara. Estava cansada demais... triste demais para falar. A elfa foi estranhamente rápida na maquiagem. Seus olhos estavam muito bem marcados e escurecidos com sombra negra. Seus lábios, que já eram carmim, só levaram uma camada leve de brilho. Se não fosse pelo caos que transformara sua vida, ela poderia se dizer que estava muito bonita.
Ela não percebera, mas Lorde Voldemort também estava lá observando a sua “doce” ruiva. Tinha o péssimo hábito de entrar sem bater na porta. Ele achava que ela estava magnífica, como toda rainha. Mas faltava apenas uma coisa e ele sabia o que.
Ginny então resolvera se levantar. Ela achava que estava bom até demais, mas foi devidamente detida pela elfa. Esta olhava feio para Ginny, era como se ela tivesse feito algo de errado. Krinie tentou ajeitar o cabelo da Weasley, mas a garota tirou as mãos da elfa de seus cabelos dizendo:

- Gosto dele solto, obrigada! – balançou os cachos rubros de um lado para o outro.

- Pode prender o cabelo da Weasley, elfa. – disse Voldemort tirando Ginny da briga com a elfa.

- Mas...

- Ginevra por favor... você vai usar isso. – cortou Voldemort mostrando uma caixa de veludo muito bonita. – então é melhor você colaborar.

Ginny se recusou a responder. Não queria receber mais cruciatus naquele dia. Ela achava que seu corpo não agüentaria mais dor. Estava nas mãos dele. E pela a sua omissão Voldemort considerou que ela estava colaborando e com um gesto ele mandou que continuasse.
A elfa fez um belo coque que a deixava ainda mais bela. Ela andou ainda mais rápida do que na maquiagem, parecia que a imagem de Voldemort a fez simplesmente correr. A elfa saiu e deixou os dois sozinhos.
Ginny estava rezando para que ele também saísse do quarto, mas isso não aconteceu. Muito pelo contrario. Voldemort se aproximou dela e colocou a cabeça no ombro de Ginny. Assim mostrando as duas imagens no espelho. Então ele percebeu a imagem triste da ruiva.
Voldemort se lembrou dos sorrisos que ela dava aos 11 anos. Aquele gesto a deixava ainda mais bela. Mas ele sabia que aquela inocência toda havia morrido.

- Deveria sorrir mais. Eram muito bonitos seus sorrisos. – disse olhando fixamente para os olhos da garota pelo espelho.

- Não tenho motivos para rir. – disse tentando desviar o olhar penetrante e atormentador de Voldemort.

- Mas claro que tem. A sua vida melhorou muito. Foi como eu disse antes. A mediocridade ficou para trás. Agora você é grande, maior que você pensa. Maior do que jamais sonhou. – ele percebeu que Ginny estava perturbada com aquela aproximação. Por isso ele voltou a fica ereto.

- Será? – soltou descrente.

- Questões filosóficas para depois. Agora deixe-me ajudá-la com essa peça que você vai adorar.

Voldemort abriu a caixa e mostrou um belo conjunto de jóia. Até Ginny se inquietou por causa daquele conjunto. A estrutura do colar e dos brincos era feito no mais puro ouro branco. Tinha o formato redondo e grudado nela uma gota. Nelas estavam incrustadas várias esmeraldas e diamantes.
O brinco era da mesma forma que o colar. Era simplesmente belo. Ginny esboçou um sorriso tímido; nunca vira jóia tão bonita como aquela. Na verdade ela estava maravilhada, seus olhos a denunciavam. Voldemort colocou o colar nela e Ginny colocou os brincos logo em seguida. O Lorde das Trevas percebeu o brilho no olhar e um sorriso tímido dela.

- Viu! Até você fica encantada com esse tipo de presente. Você ganhará mais. Muito mais. É só saber se comportar. É só saber onde é o seu lugar. Essa jóia é como um ato de boa vontade de minha parte. Então saiba ser grata com o que lhe dou. Vamos?

- Vamos...

§ (#.#) §

Ginny seguiu silenciosamente Voldemort pelo castelo. Aquela parte do castelo era desconhecida para ela. Qual seria o tamanho daquele lugar? Uma coisa era certa o tamanho era digno de um verdadeiro rei. Será que era isso que Voldemort pensava de si mesmo? Então antes que Ginny pudesse pensar mais alguma coisa, eles pararam em frente a uma porta enorme de madeira bem trabalhada. Aquele lado do castelo não era tão frio como o outro onde estivera a pouco, na sua iniciação.
As portas abriram-se magicamente, dando passagem para a entrada triunfal de Voldemort e sua mais bela e nova seguidora. Ginny entrou vacilante no salão queria estar era com os seus amigos em Hogwarts e não ali com Voldemort e seus Comensais. O lugar estava bem iluminado por diversas velas espalhadas por todos os lugares; nunca estivera num lugar tão cheio de comensais. Todos com olhares furiosos e amedrontadores. Mas não tinha o que temer, agora era um deles, mesmo que forçadamente.
Enquanto seguia Voldemort até seu lugar reservado, Ginny pode ver quem estava sentado na mesa retangular imensa. Estavam praticamente todos os comensais do alto escalão. Desde Dolohov, passando por Malfoy até os Lestrange. Todos com uma única exceção.
Claro que alguns estavam em algum tipo de missão, como Lucius Malfoy, mas a maioria estava presente.
Voldemort sentou-se em um trono situado na cabeceira da mesa. Era feito de uma madeira escura e toda entalhada. Os talhos eram de cobras. Ginny percebeu que era o tema favorito de Voldemort. À sua direita estavam a família Lestrange. Mas especificamente Rodolphus Lestrange e ao seu lado estava sua mulher, Bellatrix, não muito contente. O motivo era mais do que obvio. Era os ciúmes que a corroia por dentro. Antes ela ocupava o lado esquerdo de Voldemort, um dos mais importantes na hierarquia dos Comensais da Morte. Mas a partir desse jantar aquele lugar vazio teria uma nova dona. Seria destinado a Ginevra Weasley.
Rodolphus percebendo que Ginny estava indo para o seu mais novo lugar, levantou-se e prontamente foi em direção a cadeira onde Ginny se sentaria e a puxou, dando espaço para que ela sentasse. A garota agradeceu silenciosamente e se sentou. Nunca poderia imaginar ter tanto apreço a um Comensal como ela tinha por Rodolphus.
Assim que Voldemort e Ginny sentaram a mesa o jantar foi servido. Tudo parecia extremamente delicioso. Apenas parecia. Para Ginny aquela comida não a atraía. Não abria o apetite. Era como se o cheiro daquela comida tão bem arrumada no prato não chegasse a suas narinas... era como se tudo tivesse parado e se tornado absurdamente cinza com uma mancha negra. A mancha que Voldemort colocou em seu braço esquerdo que doía não só no seu corpo, dilacerava a sua alma. Não vendo outra maneira, ela simplesmente se afastou da mesa, mas permanecendo sentada ao lado dele.
Os comensais conversavam entre si não se importando com nada além deles mesmos. Voldemort comia satisfeito. Estava tão satisfeito de todos seus planos estarem indo bem, a cada dia tinham mais bruxos entrando para a lista de seus seguidores. E a primeira estava sentada a sua esquerda. Não via a hora de dar um fim na pedra que tinha em seu sapato. Harry Potter.
Ginny ainda estava escorada no encosto da cadeira. Não comia, apenas passava a mão por cima da marca. Era como se com a sua mão pudesse fazer a dor sumir junto com aquela marca horrível e sem nenhum significado para ela.
Voldemort percebeu que ela estava distante e que não tocava na comida a sua frente. A impressão que dava era que ela estava com nojo da comida. Mas ele sabia que não era isso. Sabia que o que incomodava ela era a “obra-prima” que ele tinha acabado de fazer no braço dela.

- Me dê o braço... eu quero contemplar a minha obra prima. – disse chamando a atenção não só de Ginny, mas também dos comensais que estavam perto o bastante para escutar o sussurro, que mais parecia um sibilo da Nagini.

Instintivamente a garota encolheu o braço. Não queria que ele tocasse naquela maldita mancha. Se ela pudesse, mandaria amputar aquele braço só para não ver aquela mancha. Voldemort não ficou muito contente com a atitude dela e agarrou o braço dela com força e puxou para cima da mesa. Ginny praticamente debruçou em cima da mesa só por causa da brutalidade daquele gesto.

- Você não deveria me desobedecer... você é minha comensal... e sem contar que ficou linda a marca negra na sua pele tão alva. – disse passando a unha no braço da garota, deixando um rastro muito vermelho.

O rastro foi chegando até a marca, a qual tocou sem piedade. Ele parecia gostar de causar dor nela. A caveira e a cobra se tornaram mais negra que nunca, a garota não pode evitar deixar uma lágrima cair, tamanha era a dor.
Os comensais mais próximos se deliciavam com a cara de dor da garota e Rodolphus olhava para sua comida, tentando evitar encarar aqueles olhos castanhos cheios de dor e tristeza. Ele havia contraído um estranho laço fraterno. Rodolphus temia que nunca mais conseguiria encará-la nos olhos novamente por causa de sua negligência.

-Agora você está no seu lugar de direito... era seu dever estar do meu lado depois da prova de lealdade que você me deu.

“Lealdade?” Diante de toda aquela tragédia, teve vontade de rir. Não sabia que espernear, socar fosse um ato de lealdade. Tudo que fizera foi porque fora obrigada. Não por lealdade a ele.
Voldemort leu o que a garota pensou e falou de forma natural:

-A sua lealdade foi ter protegido a minha alma... a minha horcrux com a própria vida... isso não é a maior prova de lealdade?

-Eu nunca pedi por isso. Eu nunca serei leal a você. – resolveu se pRonunciar olhando nos olhos de Voldemort com toda coragem que ainda restava. – não há lealdade quando existe a repulsa... o nojo... o desprezo.

-Você falou! Isso é realmente um milagre.- seu tom era o mais irônico possível. Tom de voz que deixou Ginny ainda mais irada – será que eu deveria ouvir tanta utopia vinda de uma garota de 16 anos? – continuou a tomar o seu vinho pacientemente.

- Você pode fazer o que quiser comigo, que nunca, ouviu bem? Nunca serei leal a você e a essa sua ideologia ridícula e nojenta, Tom. E não há nada que possa me fazer mudar de idéia. – ela sabia que aquele nome trouxa o deixava irado.

- Para o bem de sua saúde, você deveria ao menos... ao menos me chamar de Voldemort...-seus olhos cerraram-se de forma ameaçadora.- Porque... como poderei dizer sem entrar em detalhes... eu conheço mais de um tipo de tortura... e cruciatus já está ficando batida para você, minha cara... E sei aonde você não gosta de ser jogada... não é? Você quer ser jogada lá? Você realmente quer me desafiar tão descaradamente, mesmo sabendo que eu cumprirei o que acabei de lhe dizer? – Ginny sabia exatamente ao que ele se referia. Referia-se ao seu quarto. Ginny sentia repulsa só de pensar em dividir o quarto com ele.

Não. Ele poderia ser um monstro, mas não teria coragem. Não teria coragem de atos tão nojentos, até para ele. Mas quem ela queria enganar; ele já fez coisas muito piores. Aquilo seria brincadeira de criança.

-Eu não... - estava completamente sem palavras, abaixou a cabeça tentando raciocinar direito. Raciocinar e assim mantê-lo o mais longe possível, sem provocar sua ira.

Ele soltou uma risada fria, todo aquele embaraço da moça o deixava satisfeito. Era esse tipo de pureza que gostava de corromper. Era esse tipo de garota que gostava de transformar em seu bel prazer.

-Continua... quero ver se é esperta o bastante para querer me desafiar novamente. Uma hora essa empáfia vai acabar. E quando acabar só vai restar a sua obediência para mim.

Só conseguia pensar o quão burra fora por nem ao menos tentar aprender oclumência. Harry por tantas vezes tentou lhe ensinar, mas ela só queria saber de outras coisas. Harry. Aqueles olhos verdes lhe invadiram a mente. Será que ele estaria arquitetando um plano para lhe resgatar?
Voldemort conseguia entrar com facilidade na mente da garota; e estava começando a ficar irritado por ela pensar demais no Potter, que aliás estaria morto daqui a algumas horas. Mas sua máscara de frieza não deixava transparecer o quanto estava furioso no momento.

-Ginevra... você deverá esquecê-lo... ele irá morrer pelas minhas mãos e nada... nada o trará de volta. Você deveria se resigna com o seu futuro.. o destino que planejei para você. E sabe qual é?

A garota apenas balançou a cabeça negativamente tentando não olhar para Voldemort novamente.

-Seu destino é se tornar a melhor de minha família... do meu exercito.

Ginny apenas lhe lançou um olhar rápido; olhou aqueles olhos azuis apenas de relance, mas não pode evitar uma faísca de atração passar por sua cabeça. Era como se ele a comandasse como se fosse uma marionete. Era como ele tivesse o poder de varrer de sua mente os olhos verdes, brilhantes e corajosos de Harry.
Por Merlin, só poderia estar doida; sentir atração por ele num momento tão inoportuno.
Nem essa faísca passou em vão para ele. Voldemort adorava ler os pensamentos mais íntimos da ruiva, e estava começando a gostar daquele em especial. Porque isso dava bandeira verde para ele por em prática os seus planos para aquela noite.

-Estamos começando a melhorar.

-Eu não...Não! - disse firme. - Você sabe muito bem que terá que me manter sobre um império para que eu fique do seu lado. Antes eu era boba, inocente demais para perceber que por trás desses seus olhos azuis tão convidativos, se esconde um ser mal, um ser deplorável...

Ele riu frio novamente e falou:

-Pessoas como você não se coloca em império. Você está cansada de saber que essa dualidade de bem e mal não existe para mim – Bellatrix faltava morrer de tanta inveja. Como queria sacar sua varinha e lançar um ‘avada’ naquela pirralha imunda.

- Como assim “pessoas como eu”?

-Pessoas como você se ameaça...-disse acariciando a mão da garota que ainda segurava com toda a força.- Você realmente conseguiria viver no mundo sem papai... sem mamãe... sem os seis irmãozinhos... e sem a ex-amiguinha sangue ruim que logo, logo... infelizmente, virará sua cunhada. Você conseguiria?

Ela conseguiu tirar sua mão do laço que Voldemort tinha feito e levantou-se abruptamente derrubando a cadeira e pegando desprevenidos alguns comensais e também a Voldemort. Seu coração estava apertado.

-Eu quero ir para o meu quarto, agora. – exigiu totalmente pálida.- ...por favor... – considerou depois. O melhor a se fazer era não discutir. Não revidar as ofensas. O melhor era segurar a onda e se livrar daquele inferno que estava sua vida.

Voldemort conseguiu se refazer da surpresa com uma velocidade extrema. Ele tinha que ter considerado que ela ia ter aquele tipo de reação. Ela sendo quem era. Ele sabia que poderia usar aquilo em seu favor. E faria.

-Se você se comportar direitinho... eu posso pensar em deixar você por mais um ano com seus pais... já pensou que maravilha que será?– continuou ignorando completamente a súplica da garota.- Você terá o luxo que eu não tive... até porque eu matei o meu pai! – Voldemort mantinha um tom irônico e horripilante.

-Eu quero ir para o meu quarto... por favor... eu imploro. – voltou novamente a lhe suplicar. Precisava sair dali. Não suportava mais.

-Você não irá para o quarto... eu ainda não acabei. –e terminou com um tom autoritário. - Agora senta!

-Po..por...favor...- tentando, em vão, segurar as lágrimas. Mas era impossível. Pensar em seus familiares mortos era doloroso demais. Para ela, todos viveriam eternamente. Nunca a abandonariam. Mas agora... diante daquela ameaça tinha que obedecer cegamente às ordens de Voldemort. devia isso a sua família.

- Estou vendo que está considerando o que eu disse, não é? Vai se comportar? – perguntou com uma sobrancelha elevada.

Apenas balançou a cabeça de maneira robótica. Não tinha nenhuma saída. As imagens das lápides de seus pais ainda dançavam em sua cabeça. E aquela sensação de que poderia acontecer era latente.

- Ótimo! Então comece a mostrar a sua obediência... sente-se e jante comigo como uma garota bem comportada.

Ele continuava a usar aquele tipo de ironia e sarcasmo que Ginny odiava. Sentou-se formalmente e enxugou as lágrimas que teimavam em rolar por seu rosto. E permaneceu de cabeça baixa enquanto brincava com o garfo e a comida.
Rodolphus ouvia atentamente toda a discussão sem poder interferir. Ele sabia que se fizesse o que queria não sobreviveria para ver um outro dia. Como queria ir até lá e abraçá-la, e dizer que estava tudo bem. Não achava correto fazer isso com uma criança.
E outra pessoa também compartilhava do mesmo pensamento de proteção, apesar de serem diferentes os motivos, era o loiro e jovem Malfoy. Ele queria dizer que tudo ficaria bem, que ele a protegeria, não deixaria de forma alguma que Voldemort tocasse nela. A sua ruiva. Mas isso parecia ser impossível diante daquela situação.
Voldemort soltou um sorriso de triunfo; pegou no queixo dela, obrigando-a a olhá-lo e falou:

-Não chore. Agora coma... não brinque com a comida. Muitas pessoas estão passando fome no mundo, sabia? Você deveria ser mais grata por ter te tirando daquele chiqueiro que era a sua casa – mantinha o tom zombeteiro e cruel.

Pegou um pouco de comida e comeu. Mas não desceu por mais força que fizesse. Um nó estava formado em sua garganta. Sem pensar, pegou o copo de vinho a sua frente e o bebeu quase de uma vez só. O vinho desceu queimando, mas o nó continuava. Estava preocupada demais para pensar em comer. Estava preparando a segunda taça quando Voldemort percebeu o que ela iria fazer e disse:

-Você vai acabar se embriagando dessa forma..- tomou o cálice de vinho dela e o pôs longe de seu alcance. – Do que tem medo Ginevra?

- De nada. Absolutamente nada – disse de forma mecânica e fria, mas mesmo assim não olhava Voldemort nos olhos.

- Mentira! Você não precisa ficar preocupada... Se você se comportar não tem porque temer.

Draco apertou tão forte o garfo que pode sentir o metal se entortar. Ele estava completamente descontrolado. Se pudesse pegaria na mão de Ginny e sairia de lá naquele mesmo momento. Ginevra, ainda olhando para seu prato, sorriu; um sorriso frio e sem sentimentos, sem vida.

-Você vai ver... o tempo irá passar e eu vou lhe treinar como nunca treinei outro Comensal e também lhe arrumarei os melhores em todas as áreas para te treinar...- continuou seu monólogo interminável e enfadonho.- Se você soubesse como é grandiosa... como é poderosa, não precisaria ficar tão temerosa com o futuro. Quando menos perceber você nem se importará tanto com sua antiga e inútil família, porque você sabe que estará fazendo o melhor para mim. – disse puxando e tocando calorosamente a mão dela.

Bellatrix via tudo de longe em seu novo lugar e se remoia de ciúmes. Antes da fedelha chegar, aquele era seu lugar, seu lugar de honra. E agora era obrigada a ver de camarote aquela repugnante tomar seu lugar.
Ginny tremeu ao toque mais íntimo de Voldemort. Suas mãos eram tão geladas. Pareciam pertencer a alguém sem vida. Percebendo seu tremor, falou:

-São frias... mas irá se acostumar com isso também. Fale alguma coisa querida... seus iguais não estão entendo a nossa conversinha. -falou apertando ainda mais a mão quente de Ginny.

-Não há o que falar, Milorde...- como aquelas palavras doeram para serem pronunciadas, mas teria que falar. Por seus pais. Faria qualquer coisa por eles.

-Ótimo... você me chamou de forma adequada... isso vai lhe render pontos sabe porque?

-Não. - balançou a cabeça obediente.

-Porque você sabe a sua real condição... a de minha comensal e se tudo der certo você subirá degraus em sua posição. Isso você entendeu não é... comportando-se poderá usufruir coisas... de sensações que nunca poderia sentir em sua antiga vida. Naquela vidinha medíocre que tinha.

De novo as lágrimas encheram seus olhos; mas dessa vez conseguiu se conter. Não daria o gostinho a ele de vê-la chorar outra vez. Não naquele jantar, onde todos a olhavam de forma ameaçadora e duvidosos de que ela agüentaria por muito tempo.
Ele a olhava e admirava sua beleza estonteante e magnífica... e soltou uma indireta para ver qual era a reação dela.

-Como pode ser tão bela... tão perfeita?- Bella revirou os olhos. Aquela garota, perfeita? Era só o que faltava. Ela, sim, era perfeita. E não aquela ruiva feita em larga escala.- De sua mãe é que não é querida... porque você tem que concordar que não tem nada dela... e do seu pai... também acho que não... tem alguém de sua extensa família que tenha a mesma beleza que a sua? – suas feições mantinham um falso interesse.

-Tão alva... com cabelos tão rubros... você é a perfeição em forma de bruxa...- nisso Draco concordou com seu mestre.- Bem... porque além de tudo isso que falei, você é uma bruxa puro sangue. O que me agrada e muito.

Seu sangue bombeou mais rapidamente. Fechou a mão que estava pousada delicadamente em suas pernas e pode sentir o sangue quente descer pelos seus dedos. Mas se conteve e apenas respondeu incerta.

-Não...não sei dizer, senhor.

-Não gagueje...fale direito...vamos tentar novamente? – Voldemort era puro sarcasmo e ironia.

O corte que fizera com suas próprias unhas latejava, mas era apenas um corte superficial. Nada que um simples feitiço não curasse.

-Talvez venha da minha avó materna. Lembro-me de quando era criança, seus cabelos eram tão vermelhos. Adorava vê-la por horas...

Parou subitamente, se deixara levar novamente pelas emoções. Onde já se viu falar com o Lorde das Trevas sobre sua infância. Abaixou a cabeça envergonhada.
Patética. Era isso que ela era.

-Você quer ir se recolher não é? – perguntou a coisa mais obvia do mundo. Ela apenas balançou a cabeça afirmativamente.

-Então só mais uma pergunta. – os outros comensais estavam ficando entediados com todo aquele papo furado. Perceberam tristemente que naquele jantar não iriam ver a garota ser amaldiçoada pelo Lorde, para que pudessem dormir melhor.

Voldemort inclinou a cabeça ficando muito perto da garota, que pode ver os olhos muito azuis agora avermelhados.

- O que você e o Malfoy tem? Sim porque a demonstração de como você o odeia mostra alguma coisa. Sem contar que ele me desobedeceu... O que ele fez exatamente para deixa o seu ex-namoradinho com tanta raiva? Raiva a ponto de te deixar tão vulnerável... sim porque se você tem essa marca dê graças ao seu queridinho Potter.

Assim como o coração de Draco, o seu coração acelerou involuntariamente. Olhou de relance para Malfoy, que durante o jantar não dissera uma palavra, apenas observava tudo silenciosamente.

- Responda ou não sairá da mesa... nem você, nem o Draco.

-Eu odeio o Malfoy. Durante toda a minha vida em Hogwarts ele a tornou um inferno. E agora não é diferente. Nós continuamos a nos odiar.- após uma pequena pausa, continuou.- Ele apenas gosta de provocar o Harry. Não teve segundas intenções. Até por que se dependesse de mim... ele já estaria morto e enterrado.

Se ela pudesse sentir o quanto àquelas palavras machucaram Draco, teria se retratado na hora. Mas ele não podia fazer nada, nem ela poderia. Draco gostando ou não daquelas palavras, estava grato. Pois elas o salvariam de uma morte certa. Sem contar que já a tinha perdido para sempre mesmo. O melhor era que ela o odiasse, assim seria mais fácil deixar de sentir o que sentia.

-Mas não é o que o garoto Malfoy sente...- será que ele sentia algo a mais por ela? Seu coração batia descompassado; aquela altura não tinha certeza de mais nada.- E você quando chegou aqui, falou algo que envolvia a palavra ‘cantar’... O que significa isso?

- Eu não sei do que você está falando.- se fez de desentendida

-E mais uma coisa...- a interrompeu. Antes que pudesse dizer algo.- Você chamará o seu ex-namoradinho de Potter, entendeu? – ter a voz mais fria que aquilo era impossível.

- E sim, ele não passará de Potter para mim.

Voldemort olhou friamente de Draco para Ginny.

-Ótimo! Agora que você entendeu que o Potter não passará disso para você. Apenas Potter.

-Sim... agora posso ir?

Com um estalar de dedos uma elfa se materializou na sala, esperando ansiosa ordens para cumprir.

-Leve-a para a ala norte. – Ginny imediatamente se levantou. Mas Voldemort a interrompeu segurando seu braço .- Só mais uma coisa Ginevra... o seu quarto é um apêndice ao meu... ele fica exatamente ao meu lado.

Nada respondeu, apenas seguiu automaticamente a elfa silenciosamente. Mas por dentro estava aliviada de finalmente sair daquele covil. Porém uma coisa lhe preocupava; seu quarto era ao lado do de Voldemort. A qualquer momento ele poderia ir lhe visitar, e isso não seria nada agradável.

-Krinie espere.- ele chamou a elfa novamente, que parou estarrecida. Morrendo de medo de ter feito algo de errado. Ele levantou e começou a ir pelo mesmo caminho que elas fizeram a pouco.

A ruiva se repreendeu mentalmente, tinha quase certeza que ele compartilhava de seus pensamentos, mas não conseguia parar de pensar essas coisas que a denunciavam sempre.

-Não gosto de dividir o que é meu...- e a pega pelo braço com a marca e se aproxima mais dos lábios de Ginny - Com ninguém você entendeu? – sibilava perigosamente.- E isso inclui comensais. Se eu fosse você não defenderia ou protegeria ninguém.

Draco fechou os olhos, estava se denunciando demais, e acabaria sobrando para Ginny também. Ginny fechou os olhos em concordância. Não estava com vontade de falar.

-E se você ver que há alguma coisa na sua cama ou dormindo ou se movimentando pode ser Nagini. Ela te adora.

A raiva que Bella sentia aumentou consideravelmente. Odiava com todas as forças aquela serpente. Por diversas vezes Nagini lhe mostrara ameaçadoramente suas presas afiadas. E agora até aquela cobra infernal estava caída de amores pela pobretona.

-Por isso pode me chamar pela sua mente que eu virei tirá-la da sua cama com prazer. – disse pondo uma mecha de cabelo que desprendeu do penteado dela.- Boa noite. Amanhã será um dia puxado para nós dois...você vai fingir que está em perigo e eu irei matá-lo.

O medo era tanto que apenas balançou a cabeça. Só de pensar em dividir a cama com uma cobra era horripilante, mas ainda por cima chamá-lo para seu quarto era pior ainda. Sem dizer nada se virou e continuou seu caminho.

-Fale alguma coisa na próxima vez que conversamos - disse isso diretamente na mente dela.- Gosto de ouvir sua voz. É melodiosa

-Perdão...-pensou mentalmente.

Mas aquele pedido de desculpas não era exatamente para Voldemort, era um pedido de desculpas para sua família, para seu amado... Mas Voldemort nunca saberia, por que antes que ela pudesse pensar neles, tinha acabado de virar no corredor que levava direto a seus aposentos.

§ (#.#) §

Krinie, a elfa, assim que deixou Ginny em seu quarto saiu praticamente correndo dali. Parecia que tinha visto um fantasma. A ruiva pode notar que seu quarto era praticamente igual ao de Voldemort, só que um pouco menor e sem aqueles espelhos horripilantes. A cama era de casal king size; com uma coberta de seda vermelha impecavelmente esticada. Uma penteadeira com um espelho veneziano muito bonito. Á esquerda da cama havia duas portas. Uma era o closet e a outra estava fechada. Notou também que algo estava ali na cama para ela. Trancou a porta e se aproximou da cama.
Soltou um sorriso involuntário; era uma camisola negra e transparente em alguns detalhes.

-Se ele pensa que me verá vestida assim está redondamente enganado. – jogou a camisola longe.
Ginny foi até o closet para ver se encontrava algo bem grosso. Algum tipo de pijama de flanelas, por exemplo. Procurou onde estavam as roupas de dormir em todos os lugares. Até que finalmente achou. Todas as roupas de dormir estavam propositalmente em um canto bem fundo do closet. Quando viu uma coisa a desanimou. Lá só havia camisolas de todos os tamanhos, porém as cores não eram muitas. No geral eram preto, vermelho sangue, verde escuro e prata. Todos eram exageradamente decotados e transparentes. Não vendo outra maneira, Ginny retornou ao quarto e pegou a camisola que estava jogada no chão.

- Mas que saco! – depois disso, ela foi se arrumar para dormir.

Rolava na cama há algum tempo, mas não conseguia pegar no sono. Todo o quarto estava escuro, exceto a luz da lua que entrava por uma brecha da cortina que iluminava timidamente os aposentos. O castelo estava silencioso, silencioso demais. Era preocupante.
Sentia seus olhos pesarem; finalmente conseguiria dormir. Mas o ranger da porta que Ginny tentou abrir a fez despertar instantaneamente.
Procurou involuntariamente sua varinha, mas não a encontrou. Lógico, sendo ela uma ‘refém’ com certeza não ficaria com sua varinha em punho.

-Está tudo bem. – reconheceu aquela voz. Imediatamente puxou a coberta para cima, tampando seu corpo. – Nagini veio te procurar?

Ginny pode perceber a dissimulação em sua voz. Sabia perfeitamente bem que ele não estava procurando pela cobra.

-Ela não me importuna. Ela é bem pacifica para uma cobra. – se surpreendeu com seu próprio tom de voz. Estava mais pacífica que o costume.

-É por que ela te considera como dona dela. Será que ela está certa, Ginevra? – Voldemort se aproximou sorrateiro da cama. Sentou-se no espaço vazio na cama, sendo seu rosto parcialmente iluminado pela luz da lua. Ele tinha planejado todos os detalhes para essa noite. E conseguiria o que tinha ido buscar.

-Bom...eu nunca tive um animal de estimação tão exótico. – aquele olhar faminto do homem a estava incomodando. Apertou ainda mais contra seu corpo a coberta.

-Você teve sim! – disse, como se fosse a coisa mais obvia do mundo. - Dois por sinal.

-Tive? Quais? – estava intrigada; não se lembrava de ter tido um bichinho de estimação tão exótico. Tinha o Arnaldo, seu mini-pufe, mas ele não era tão exótico assim.

-Bem o rabicho, como um rato pestilento que é, e um belo basilísco. –fez questão de lhe refrescar a memória.

-O rabicho não era meu.- protestou. - Mas o basilísco...era mais como um bichinho emprestado. – soltou um sorriso discreto.

- Para você ver, é a minha segunda serpente que fica encantada com você... coisa estranha Ginevra... será que você tem um dom natural de atrair cobras como se fosse um imã? – disse com o olhar ainda mais avermelhado com toda aquele jogo de sedução.

Voldemort realmente gostava de lhe instigar.

-Não sei, talvez...o que você acha?- continuou, não esperando a resposta.- Eu estou começando a achar que sim. E você?

-Talvez... só talvez, você sabia que tinha lugar cativo na minha família e então se achou no direito de pegar as minhas cobras.

Não conseguiu evitar o sorriso. - Talvez. Mas o meu lugar é cativo, é?

-Até você morrer. Como me prometeu. – Voldemort respondia tudo tão naturalmente para o espanto da ruiva. Ela e o Lorde das Trevas estavam tendo uma conversa civilizada. Nunca pensou que chegaria a esse ponto.

-Certo... até eu morrer ou você arrumar outra, não é? – se sentia estranha, estava começando a imaginar coisas totalmente sem sentido.

-Para que arrumar outra e te substituir? Você está com ciúmes de Bella? – Voldemort estava se sentindo deslumbrado, a ruiva estava demonstrando em seu tom de voz um certo ciúme. - Ela sim era um passatempo. Ela pensa pequeno, tem um pequeno talento, em contrapartida tem em excesso a loucura.

-Eu? Com ciúmes da Lestrange? Nem morta! – parecia meio emburrada.- Você está se achando, né? Só porque está bonitinho fica ai delirando.

Bonitinho? Ok, desde quando ela o achava bonitinho? Precisava de um psiquiatra imediatamente. Do contrario começaria a chamar urubu de meu louro.

-Então prove, Weasley. Prove que você não está com ciúmes de Bella.- disse sedutoramente.- Você gostava de brincar quando era apenas uma lembrança.

-Porque lá você não era perigoso! – sentia suas bochechas arderem. Para sua sorte estava escuro. - Pelo menos eu achava que não.

-Eu sempre fui perigoso.- disse deslizando delicadamente a mão pela perna da garota, ainda tampada pelo cobertor.- Você que era inocente naquela época.

-Muito...-desviou o olhar.- Eu achava que você gostava de mim...isso sim é ser inocente.

- Você era inocente quando achava que poderia viver feliz para sempre com o Potter...- Voldemort ficou feliz de ter encontrado uma brecha na coberta. Enfiou sorrateiramente a mão por dentro do pano, alcançando a perna esquerda da garota. Ela estava quente. Agora, Voldemort não sabia se era por causa da coberta ou por causa da conversa.

-S-sim...-gaguejou. Ele estava acariciando sua perna e não poderia fazer nada brusco. Não queria irritá-lo. Ou será que estava começando a ver com outros olhos aquele monstro extremamente sedutor? - Eu sei... não existe o 'felizes para sempre'... não neste mundo. – a voz de Ginny era fraca e triste.

-E nem no próximo que irei criar com você ao meu lado. – a mão de Voldemort subia lentamente por sua perna. Estava começando a suar frio.

-Você precisa entender que não existe amor...- Ginny num lapso de lucidez conseguiu deter a mão dele, que estava se dirigindo para sua coxa. - Existe desejo e é o que eu sinto por você. Desejo, atração.

Voldemort pegou a mão da garota que ainda segurava a sua e levou a sua boca. Depositou um beijo extremamente sedutor; a pele dela era mais macia e quente que antes. Ginny soltou um suspiro quase imperceptível. Quase.
Ginny abaixou a cabeça evitando olhá-lo. Seu coração batia acelerado.

- Sou uma boba por acreditar no amor?

-Não. Você é uma jovem inocente e que terá como professor a pessoa que vos fala. – Voldemort achava graça do efeito que estava causando na garota. Podia ouvir o coraçãozinho dela bater descompassado. E poderia dançar ao som dele.

-Sabe...eu não...não quero mais conversar...- resolvera por um final naquela conversa. Não estava completamente sã naquele momento.- Estou cansada... estou toda dolorida.

-Não vou embora até consegui o que vim pegar. – disse firmemente com a mão dela junto da sua. E a outra mão tentando percorrer o mesmo caminho que a outra mão tentou.

-E o que você quer? – perguntou suavemente como se estivesse consentindo o que os olhos denunciavam claramente.

-Você quer que eu fale ou mostre? – mantinha um sorriso sedutor nos lábios. Ginny respirou fundo. Com certeza estava fora de si.

-Por que você não mostra? - disse numa coragem que não sabia de onde tinha vindo.

Sem pensar duas vezes, Voldemort com uma rapidez incrível soltou a mão dela e tomou os lábios da ruiva com os seus. Ginny não sabia o que fazer. Era um beijo voraz, selvagem. Nunca fora beijada daquela forma.
E estava começando a gostar. Voldemort jogou a coberta longe, deixando a mostra o corpo da garota. Ela usava a camisola que ele mesmo fizera questão de separar para que ela vestisse.
E também não ligou para o fato de as mãos dele estarem em suas pernas. Estava fora de si; apenas queria que aquele beijo não terminasse.

§* (Continua...)*§

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N/A (Oráculo): Oies caros leitores!
Uou, 90 páginas no Word...¬¬
Desculpa, desculpa, desculpa a demora... Foi uma fartura só... Falta de tempo, falta de net, falta de criatividade!!!!!
Masssss, enfim saiu...
Ufa!
E ai? Gostaram da cena ‘caliente’ entre o Voldie e Ginny?
Eu ameeeeeeeiii...
Bem... o próximo cap. num demorará tanto!
Assim espero!
Byyye.



- Xininha: Oláaaaaa. Obrigada pelo coment. Espero ki vc volte mais vezes e comets, ok?
- Ella Evans: Perfeita?! Ke isso, pra perfeita falta muito!!!!! E haja noites no MSN e Yahoo messenger pra essa coisinha fofa tomar formato. Bigada e volte sempre.
- Musa-Sama: Obrigada pelo carinho. Volte sempre.
- Lara M.: Obrigada pelo carinho. Volte sempre.
- Nat D: Tomara que vc goste das cenas D/G!!! Sei ke num ficaram tão calientes, mas aguarde e confie! Beijinhux.
- The Jury : Ótimo quarteto, não? Bigadinha pelo carinhu e volte sempre que quizer! Beijinhux.
- biba-chan: Querida, segura o coração! Não queremos te visitar no hospital, ok? KKK... Bigada pelo coment. Beijinhux.


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