O divisor de Eras - Parte I
Disclaimer: Alguns personagens, lugares e citações pertencem a Tia Jô. Esta história não tem fins lucrativos. E só pra lembrar... nós somos demais mesmo...Ai ai ai... ¬¬ Completamente modestas! Brincadeirinha! Aproveitem enquanto é de graça!
PS/A: Olá, fic finalmente BETADA! Brigada Gika Black! Beijão
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ROSAS FRIAS
Capitulo 1 – O divisor de Eras
A esperança das pessoas de bem, que tinham em terminar as matanças de trouxas e de todos contra Voldemort na guerra no mundo mágico, desapareceu. Realmente a guerra acabou, mas não foi o bem que ganhou... às vezes aquele ditado que o bem sempre vence pode ser uma tremenda mentira. Tudo aconteceu muito rápido para que a população mágica pudesse digerir. Esse fato teve como a única testemunha, Ginny Weasley.
Harry e Ginny eram namorados antes desse fatídico acontecimento. Eles eram perdidamente apaixonados um pelo outro. Para Ginny foi o ápice da felicidade quando Harry a pediu, novamente, em namoro. Ela se lembrava muito bem com foi, não tinha como esquecer o dia mais feliz de toda sua vida. Era final de setembro quando ele finalmente teve coragem de pedi-la em namoro.
Ela estava muito triste, pois Parkinson e companhia limitada a perseguiram o dia inteiro. Faziam todo tipo de comentário maldoso que qualquer pessoa não gostaria de ouvir de ninguém. Decidiu para o bem de todos e seu próprio não ir á aula de poções. Ginny estava disposta a perder alguns pontos por causa disso. Afinal, era melhor perder alguns pontos, do que ir para a aula e acabar enforcando o professor ou qualquer outro, porque no estado em que estava não agüentaria mais nenhuma gracinha. Qualquer comentário que escutasse naquele momento passaria do seu limite e ninguém a faria recobrar a calma
Então, ela foi à sala precisa para simplesmente chorar. Afinal de contas, era o que fazia de melhor. Se esconder em um cantinho e chorar. Chegando lá viu que a sala tinha imensas e confortáveis almofadas de todas as cores no chão e uma quantidade considerável de lencinhos de papel. Não queria ir ao salão comunal, pois as pessoas iriam perguntar o motivo do choro. E a ultima coisa que ela queria era pena de seus companheiros de casa.
Ginny se lembrou de um dos vários desaforos que ouviu daquela Parkinson na hora do café da manhã. Só porque sem querer ela havia esbarrado naquela garota horrorosa e no cara mais idiota, estúpido e burro que poderia existir no colégio,Gregory Goyle. E aquela “ajudinha” havia pirado a Parkinson... mas o que aquela cara de cachorro disse a corroia como ácido.
“...sua criancinha amadora de sangues ruins e trouxas da pior espécie. Com uma mãe suja de lama... pois eu tenho certeza que aquilo que você e aquelas cabeças em brasas chamam de casa não passa de um chiqueiro e que vocês moram junto com os porcos que criam, pois é isso que vocês são... ralés. Espero que está seja a última vez que você, sua sujeitinha sem classe, encoste em mim. Não quero pegar seus germes. Fique longe, ou você terá um lento e doloroso fim...”
Ginny estava totalmente revoltada... por que não poderia ser tratada com um pingo de consideração? O que ela tinha feito de errado? Mas ela não podia incluir em sua lista de pessoas educadas o pessoal da Sonserina. Não... já era pedir de mais. Eles não passavam de um bando de arrogantes e que tinha como chefe supremo... o Lorde das Trevas.
A ruiva se odiava ainda mais, pois com todos os desaforos ditos por Pansy a garota não conseguiu dizer uma palavra sequer. Não conseguiu se defender ou a sua própria família. A ruiva se odiava por ser essa garotinha tímida, frágil e sem atitude. Se fosse corajosa quando Harry terminou tudo entre eles, teria imposto sua vontade e o feito entender que tudo o que ela precisava era estar ao seu lado para que pudesse ficar em segurança e ser feliz. Mas não, nem para o grande amor de sua vida não deixava de ser essa garotinha submissa que por tantas vezes fora enganada por Voldemort. Agora estava sozinha, sem seu amor, sem seu irmão... Não poderia mais conversar com Hermione... Estava completamente só naquele imenso castelo.
O tempo passou muito rápido e Ginny não tinha percebido isso. Estava tão absolta em seus pensamentos e tristeza que não havia percebido que estava quase anoitecendo. As almofadas estavam tão quentes e macias, sua vontade era ficar o resto de sua vida ali deitada e lamentando, mas não podia, logo alguma colega de casa viria procurá-la, pois não era mais permitido aos alunos ficarem perambulando pelo castelo depois das seis sem a companhia de um dos professores. Quando ela criou coragem para ir ao salão comunal alguém entrou na sala pegando-a desprevenida. Ginny ficou sem ação. Não queria que ninguém a visse daquele jeito. Sem pensar pegou a sua varinha e se levantou rapidamente.
– Quem está aí? – perguntou desconfiada.
– Sou eu Ginny, Harry. – Harry... Seu coração disparou. Fazia meses que não tinha noticias e nem fazia idéia de onde ele poderia estar. E agora ele estava ali, mais lindo que nunca, parado na sua frente. O moreno se aproximou dela.
– O que você está fazendo aqui em Hogwarts? – Eram tantos sentimentos misturados. Mais principalmente era a raiva que falava mais alto. Na mesma noite em que Gui e Fleur se casaram, Harry, Rony e Hermione viajaram deixando apenas uma carta para a família. Foram em busca das horcruxes desaparecidas.- O que você quer? Nós terminamos, você não precisa ficar me vigiando...– Ginny tentava tirar o rastro de lagrimas em seu rosto e escondendo a varinha.
–Me arrisquei vindo aqui para conversar com você! Eu precisava reparar um erro terrível! Precisava te achar sozinha. Demorou, mas te achei sozinha – dando um sorriso fraternal para ela.
– Não, você soube que discuti com a futura Comensal Parkinson, e veio ver como estava a frágil Gininha. N-não preciso da sua pena... não precisa dizer mais nada... e... e pode ir embora – Ginny deu as costas para Harry e voltou sua atenção para a janela iluminada pela lua.
– Por que eu teria pena de você? – se aproximou ainda mais, ficando a centímetros de distância da ruiva. Sentia tanta saudade de abraçá-la, de sentir seu toque. – Não é isso! Sei que você é forte e que tudo o que disserem é por pura inveja. Eu estou tentando falar com você a sós a muito tempo, e esclarecer tudo de uma vez por todas.
–Sei. – seu tom era completamente irônico.- E o que você queria falar de tão importante que não poderia ser na frente das minhas amigas? – Estava se controlando de todas as maneiras para que não jogasse todo aquele rancor pro alto e o agarrar e encher de beijos.
Harry estava ficando extremamente vermelho por causa da ocasião. Ginny também. Então ele enfiou a mão em um de seus bolsos internos e pegou uma caixa de jóia preta. Ele estava cada vez mais nervoso... Respirou fundo, era agora ou nunca.
– Bem... é... que eu... eu trouxe algo para você... espero que goste... porque... porque, eu preciso de...
Harry entregou a caixa a Ginny. Ela pegou com delicadeza. Ficou ainda mais intrigada. Era como se ela estivesse num sonho muito feliz, aonde o seu cavaleiro de armadura brilhante viesse salvá-la da tristeza e que os dois viveriam uma linda história de amor. Com direito a final feliz e tudo mais. Mas tinha medo de acordar desse sonho tão bom e se deparar sozinha novamente.
– Pra mim? Tem certeza?
– Abre.
Ginny abriu a caixa e viu uma linda corrente de ouro que ostentava uma bela opala muito brilhosa e rodeada por brilhantes. Ela ficou totalmente sem palavras. Era uma jóia lindíssima... digna de rainha... Tão simples e tão sofisticada. Ela estava totalmente estupefata com tal presente.
– Harry... é... é lindo. Obrigada... mas... Eu não posso aceitar. Deve ter sido tão caro...
– Para falar a verdade eu queria comprar um rubi que eu tinha visto... mas achei que essa opala era mais bonita... e quero lhe pedir uma coisa também...
Os dois emudeceram repentinamente. O silencio estava ficando muito constrangedor. Ambos ficaram muitíssimos vermelhos. Parecia que tinham ficado num sol escaldante por muito tempo. Então, Ginny percebeu que era ela que deveria quebrar o silencio... mesmo que isso lhe custava ficar mais vermelha.
– O que foi? – perguntou meio preocupada, mas ainda muito vermelha.
Harry nunca imaginou que pudesse ficar tão sem palavras... e que também ficaria tão vermelho. Afinal, era sempre ela que ficava vermelha e muda na sua presença. Parecia que tinha borboletas em seu estômago. Seu coração batia na garganta. Estava muito ansioso pelo que ia falar e ouvir dela... Rezava para que a resposta dela correspondesse a suas expectativas e desejos.
– Bem... é que... como é difícil... – Harry olhou para ela, respirou o mais fundo possível, estava na hora de dizer... era agora ou nunca – Quer namorar comigo de novo? Eu.. eu fiquei com medo de que você pudesse se...-balançou a cabeça afastando todos aqueles pensamentos negativos.- Isso não importa mais... Eu não consigo viver sem sentir o seu perfume, de olhar para você... Mas vou logo falando...
Mas ele nunca terminaria aquela frase... Deixando de lado toda aquela angustia, Ginny se atirou nos braços dele de tanta felicidade e o beijou intensamente. Como o beijo fora bom... Todas as frustrações e amor reprimido desapareceram... Era como se o beijo fosse uma válvula de escape para tudo que aconteceu com ela.
Mas o beijo não ia demorar. Pois ao se jogar em Harry, eles perderam o equilíbrio e caíram por cima das almofadas, Ginny em cima de Harry. Agora eles chegaram ao ápice da vergonha e ficaram vermelhos ao extremo. Ela saiu de cima dele, totalmente encabulada, e ficou um pouco no chão pensando em sua atitude atirada, quando a ficha caiu se levantou do chão rapidamente, se recompondo. Por causa de sua extrapolação Ginny tentava se retratar com Harry o mais rápido possível.
- O que você ia dizendo mesmo? – continuou, ignorando a sua extrapolação e o fato de estar achando o moreno extremamente sexy caído completamente desnorteado nas almofadas.
Ele se levantou também a encarou como nunca. Harry se pôs a pensar um pouco e ficou muito sério quase instantaneamente.
- Olha...- segurou firmemente a cintura de sua namorada e a puxou para perto de si.- Você sabe quais são as conseqüências desse namoro se Voldemort descobrir dessa nossa relação?
– Sim, eu sei... – diz olhando para baixo...Harry segurou delicadamente o queixo da ruiva e a fez encará-lo. Aqueles olhos incrivelmente verdes lhe deram a coragem que precisava para enfrentar tudo e todos que tentassem se meter entre eles. – Por você eu enfrentaria qualquer coisa. Eu já lhe disse isso.
– Então tá, mas só os amigos mais chegados podem saber... Tá bom?
– Também concordo... Assim vai ficar mais difícil cair nos ouvidos daquele demônio.
– Não vai usar a pedra que eu te dei? – disse apontando para a caixinha.
– Claro... Ajuda-me com o fecho?
– Claro. O que você desejar... minha linda e doce ninfa. – falou Harry, tentando descontrair o ambiente, pegando a correntinha com a opala.
– Desse jeito eu fico encabulada... – continuou ela, vendo Harry arrumando o fecho no seu pescoço.
– Mas eu só estou elogiando a minha namorada... – disse rindo e por fim depositando um beijo na curva do pescoço alvo de sua mais uma vez namorada, fazendo-a se arrepiar.
– Tá bom... – sentiu a opala em contato com a pele. – Harry... – falou ela se virando para ver Harry melhor e falando mais séria.
– Sim – falou pegando no queixo dela.
– Como vamos marcar os nossos encontro? Você sabe... você não estuda mais aqui.
– Bem... esse aqui é um cantinho ideal para nós. –abraçou-a com mais força, como se estivesse com medo que ela fosse embora ou que tudo aquilo não passasse de um sonho.- Você não acha? E eu poderia vir aqui para te visitar, não é?
– É. Quase ninguém sabe dessa sala. Mas como vamos marcar a hora, Harry?
– Mais um motivo de eu te dar essa opala. Ela vai mostrar a hora que eu to te esperando aqui. – Ginny riu com vontade. Parecia que tudo estava voltando ao seu devido lugar. Aquela sala trazia tantas boas lembranças. Diversas horas felizes passadas ali treinando com o resto da AD... E agora era o refúgio perfeito para encontros secretos com o moreno.
– Onde você aprendeu isso? Com a Mione?
– É... ela me ensinou para que pudesse enfeitiçar essa pedra para te dar.
Ela olhou a corrente em seu pescoço. Não conseguia acreditar que seu sonho estava sendo realizado. Finalmente após tanta espera, tanto sofrimento, enfim os dois estavam juntos. E não iria permitir que nada, nem ninguém os separasse novamente, nem que tivesse que cometer loucuras para que ficasse junto de seu amor.
Por lá, os dois ficaram namorando por um bom tempo... mas os dois não ficariam assim por toda eternidade. E por medida de precaução, eles continuariam a se tratar com indiferença na frente de todos, quando se encontrassem. Ginny achou melhor sair primeiro e ir até a biblioteca. Lá seria o seu álibi... Harry saiu logo depois e se enfiou debaixo de sua capa de invisibilidade e saiu furtivamente para um dos túneis que o levava para fora do colégio. Seria o inicio de um amor que levaria Ginny a fazer loucuras em seu futuro.
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O namoro deles só teve um momento tenso. Quando eles decidiram contar a Rony e Hermione. Rony, com aquele jeito ciumento de irmão mais velho, resolveu brigar com Harry. Foi uma loucura. Rony acusou Harry de incesto dentre outras coisas. Já Harry tinha a total convicção de que não estava cometendo pecado nenhum. Mas com um pouco de bom senso e persuasão vinda de Hermione ele acabou cedendo. Ele vigiava os dois sempre que podia, mas o casalzinho já sabia como se livrar dele. Como sabiam. Não era só nos cabelos vermelhos que estavam as semelhanças entre Ginny e os gêmeos.
Os meses passaram rápido demais. Harry caçava os Horcruxes de Voldemort com muita determinação e por isso ele era ainda mais caçado pelos lacaios do mago das trevas. Por causa dessa corrida contra o tempo, Harry não visitava muito a sua linda ruivinha. Mas o namoro ainda era lindo. Eram belos, os momentos que os dois tinham juntos. Apesar dos medos que Harry tinha com relação à segurança de sua amada, Ginny se mantivera firme ao lado do seu mais sonhado amor. Ela não ia perder o namorado, não permitiria que ele lhe virasse as costas e a deixasse só pela segunda vez, como fizera no enterro de Dumbledore. Dumbledore fazia muita falta, se ainda estivesse por lá tudo seria mais fácil, todos se sentiriam mais confiantes.
Por causa dessa determinação que Harry sentia que vinha dela, ele resolveu não acabar com esse namoro perigoso. Era o penúltimo passeio dos alunos para Hogsmeade e Harry resolveu visitar e tirar o atraso de beijos e abraços de sua pequena ninfa de cabelos rubros. Ginny esperava-o em frente a casa dos Gritos, como marcado. Minutos de espera pelo namorado foram devidamente recompensados por uma forte puxada vindo do nada. Mas Ginny sabia quem a puxara daquele jeito. Claro que sabia.
- Harry! Sabia que é horrível ser puxada pelo nada?
- Entra aqui. – disse Harry fingindo não ter ouvido a reclamação de sua namorada. – Então poderemos entrar na casa dos Gritos.
- Você sabe que eu não gosto de ir para lá!- resmungou segurando firmemente a mão do namorado.
- Dessa vez você vai gostar. Vem!
Harry colocou uma das mãos para fora da capa e a puxou para dentro da capa. Ela sem nada a dizer entrou na capa e desapareceu perante os olhos dos curiosos. Ele pegou Ginny pela cintura e a encheu de seus beijos mais apaixonados. Ela recebeu de bom grado os beijos. Mas mesmo assim não gostava da idéia de beijar o seu namorado numa casa cheia de poeira e mistério. Não demorou muito para que entrassem na casa.
Os dois saíram da capa. Para Ginny, aquela casa cheirava a mofo e poeira devido a desolação do lugar. Talvez por estar inspecionando a casa inteira, Ginny não percebeu que seu amado estava preparando uma brincadeira com ela. Do nada Harry tampou-lhe os olhos. Ela ficou um pouco espantada com a atitude dele. Ginny sabia que Harry estava aprontado... como sabia. Ela o conhecia como a palma de sua mão. Sabia exatamente quando o namorado estava triste, quando estava inquieto mesmo quando negava.
- O que você andou aprontado?
- Nada demais, meu anjo. – disse segurando um sorriso maroto.- Você vai gostar da bela surpresa que lhe preparei.
- Surpresa! – Ela adorava surpresas, mas não sabia ao certo que tipo de surpresa Harry havia preparado. E isso a deixava curiosa ao extremo. Sua mãe sempre lhe dizia que a curiosidade ainda a levaria a lugares que não teria volta.
- É. Agora poderia me acompanhar?
- Como se eu tivesse outra escolha...
Os dois subiram uma escada muito sinuosa, para o gosto de Ginny. Mas não adiantava reclamar, Harry parecia irredutível aos pedidos da ruiva. Do nada Harry parou e obrigou Ginny a parar também. Ela estava impaciente e por causa disso, Harry resolveu tirar a venda dos olhos de sua namorada para mostrá-la qual era a surpresa. Um dos quartos da casa dos Gritos estava completamente arrumado.
Todo o quarto estava pintado de um pêssego claro. A maioria das peças lá dentro eram cópias idênticas de peças antigas clássicas. Quando Ginny viu o quarto ficou maravilhada! Era... era simplesmente lindo! Nem parecia que era a Casa dos Gritos. Nem parecia que no hall de entrada era pura sujeira e destruição. Ginny estava deslumbrada, mas uma coisa lhe ocorreu. O que ele pretendia com aquele quarto todo decorado de uma forma tão romântica? Respirou admirando mais uma vez o cômodo. Que se dane as intenções de seu amor, ela só queria aproveitar o momento. Num tom de displicência Harry perguntou algo meio obvio a namorada:
- Gostou?
- Se eu gostei? Harry! Eu amei! Amei! – a ruiva deu pulinhos de alegria, parecia uma criança numa loja de doces.- Mas como você conseguiu arrumar isso? – disse mostrando o quarto que era digno de um palácio.
- De vez em quando é bom mandar o monstro fazer alguma coisa. Então eu mandei fazer isso.
Harry, então capturou os lábios da ruiva rapidamente. Ginny não recusou... muito pelo contrario. Do simples beijo, eles foram para algo mais profundo e Ginny concedeu ao seu único amor a atravessar essa linha tão tênue. A tarde passou rápido demais para aquele casal apaixonado.
Já era hora de Ginny ir embora... voltar para Hogwarts. Apesar dela não querer ir, Harry disse que era crucial que ela estivesse segura.
- Você tem certeza que eu tenho que ir embora? – perguntou Ginny enrolada nos lençóis e ainda deitada.
- Tenho. É perigoso para você ficar aqui e comigo. – respondeu Harry se levantando da cama e procurando as roupas de Ginny e as suas.
- Eu não tenho medo deles!- E era a pura verdade. O simples fato de estar ao lado de seu amor de olhos de sapinhos cozidos a tornava a mulher mais corajosa do mundo. Por ele, ela faria qualquer coisa sem pestanejar. Não queria ir embora; queria ficar ali ao lado de seu namorado pro resto de sua vida.
- Mas eu sim – terminou Harry entregando delicadamente as roupas de sua amada.
- Mas Harry! – tentou Ginny argumentar em vão. O que era aquilo? Primeiro ele veio cheio de beijinhos, carinhos e agora praticamente a expulsava da casa dos gritos. Afinal, o que ele queria?
- Ginny, aqui não é um lugar seguro. – Harry sentou na cama em frente da ruiva. - Eu... eu não sei o que deu em mim para te trazer aqui. Eu vou logo te dizendo que não estou te usando, como você está pensando. Eu te amo.
- Como você sabe que eu estava pensando nisso? – ela ficou espantada do modo que seu amado falou com ela.
- Acho que Voldemort me deu mais que o dom de falar com as cobras.
-Também te amo. Mas eu...
- Olha... agora que... você sabe, eu não estou mais em Hogwarts, não posso mais cuidar de você. Então, por favor, tenha cuidado, não ande sozinha, ok?
- Harry... eu sei me cuidar. – protestou, mas Harry continuou como se não a tivesse ouvido.
- Apesar do Ministério ter aumentado a segurança, receio que Voldemort e os Comensais podem vir à hora que quiserem. Eu tenho medo que ele te machuque de um jeito irremediável.
- Harry... – disse Ginny se levantando da cama e abraçando o seu amor – Eu tenho medo também... tenho medo que Vol... Vol... Voldemort possa te matar e que eu fique sozinha num mundo estranho e apático. Mas nem por isso eu posso te prender... nem por isso eu vou te esconder.
- Eu sei! –disse abraçando-a mais forte.- Me prometa que se isso acontecer você sempre olhará para frente. Sempre lutará por um mundo melhor onde Voldemort não possa prevalecer.
- Harry!- Não queria dizer aquelas palavras. Pois parecia que aquilo era uma despedida; e ela não queria, não podia, ou melhor, não conseguiria se despedir e ficar longe novamente de seu amor.
- Prometa-me! – disse um tanto transtornado.
- Irei tentar...
- Já é um começo. – disse Harry pegando no seu queixo e beijando ardentemente sua ruiva... sua Ginny!
Os dois trocaram de roupa rapidamente. Quando os dois estavam prontos desceram até o hall de entrada. Harry deu outro beijo em Ginny. Um beijo extremamente apaixonado.
- Eu vou te levar até os portões do colégio e de lá eu aparato. Certo?
- Tá bom... Ei Harry, então quer dizer que se eu estivesse agora pensando em outro garoto você saberia? – disse num tom de brincadeira.
- Não diz isso nem de brincadeira.- disse muito sério. Doía só de pensar em sua ruiva nos braços de outro. Ginny sorriu alegremente.
- Seu bobo, eu tava brincando. – os dois se abraçaram. Como era bom amar e sentir-se amada. Era a melhor coisa do mundo, saber que seu amor pelo menino-que-sobreviveu era totalmente correspondido. Que não era mais apenas um amor platônico e sim um amor correspondido.
Aparentemente Ginny havia saído da casa dos gritos sozinha. Mas ela estava devidamente acompanhada de seu namorado. Mal ela havia saído da casa quando se deparou com um certo loiro que parecia que estava vigiando-a.
Apesar dele estar sendo procurado pelo ministério por colaborar na morte de Alvo Dumbledore, Draco Malfoy ia para perto de sua antiga escola para vê-la de longe. Parecia que era em uma outra vida... uma vida que morrera para ele. Nunca mais poderia por os pés naquela escola, não se quisesse continuar livre.
Draco percebeu que uma cabeça ruiva estava saindo da porta da casa dos gritos. Ele sabia perfeitamente quem era. Era a caçula dos Weasley, a única que por enquanto permanecia em Hogwarts. A menina que achava linda. Mas que nunca o olhou como um possível pretendente, apenas como um inimigo de sua família e de seus amigos.
Mas agora vendo-a tão sozinha poderia remover a má impressão. E talvez, se tivesse muita sorte, poderia trazê-la para o mesmo lado dele. Foi então que Draco caiu em si... era loucura! Ele era um Malfoy e ela uma Weasley... mas uma Weasley que o deixava extasiado ao ponto de quase não deixar os Comensais entrarem na escola... ao ponto de todas as noites rolar pela cama pensando nela. Mas mesmo assim ela era uma Weasley... uma Weasley de cabelos extremamente ruivos, cheia de sardas e roupas de segunda mão...mas mesmo assim uma bela mulher.
A hora de agir deveria ser agora, se seu mestre soubesse que ele estivera a poucos metros da Weasley e não fizera nada, sobraria para ele.
Ginny e Harry, devidamente coberto, iam se aproximando ainda mais da rua que passava em frente a casa dos gritos. Nenhum dos dois percebera que Draco vigiava atentamente a ruiva. Como ele não sabia que estavam em três, Draco resolveu pegar no braço de Ginny com força e trazê-la para perto de si.
- Olá Weasley! – disse num quase sussurro.
- Mal... Malfoy!- a garota levou um susto tremendo. Nunca que imaginaria que ele, Draco Malfoy, procurado pelos Aurores pudesse estar por ali.- Você é louco? Me largue! – gritou Ginny se contorcendo feito uma louca.
- Fico contente em te ver também. Quero conversar com você. E quem sabe convencê-la a derrubar certos... certos conceitos distorcidos.- disse sarcástico, se aproximou perigosamente da ruiva e respirou profundamente o perfume doce que exalava dos cabelos dela. Ginny tremeu na base, não de contentamento ou algo do gênero, pois estar tão perto assim de um comensal a fazia tremer de medo.
- Se eu fosse você ia embora...- disse Ginny não acreditando no que estava ouvindo. Um Malfoy querendo algo mais do que brigar e humilhar uma Weasley? Aquilo só poderia ser uma piada, e de muito mau gosto. – ou quem sabe se entregar para os aurores pela atrocidade que você ajudou a realizar!
Ela já estava ficando preocupada porque Harry não estava mas perto dela. Mal sabia ela que Harry estava segurando seu ódio para não enforcar aquele loiro que ajudou a matar Dumbledore. Mas logo ele iria ter o que merecia. Se ele pudesse...
Draco estava começando a se divertir do tom de medo na voz de Ginny. Para Draco logo, logo ela ia estar em seus braços. Era apenas uma questão de tempo.
- Não há ninguém aqui. Só nós dois. – o loiro olhava diretamente nos olhos dela.- Você se lembra das indiretas que eu lhe dava. Não lembra?
- Eram tão indiretas que nunca chegaram. Dá para largar o meu braço?- respondeu demonstrando uma falsa coragem.
- Eu sei que você vai sair correndo pedir ajuda. - Toda aquela negação da ruiva o estava deixando louco, como queria beijá-la ali mesmo. E acabar com todas as suas frustrações. Não era possível que mesmo longe dali Harry Potter ainda habitava os pensamentos da ruiva.
- Eu não preciso disso. Eu tenho ajuda aqui.- mais uma vez tentou em vão soltar-se de Malfoy.
- De quem Weasley? Da casa dos gritos – disse Draco rindo das insinuações da ruiva.
- De mim. – disse Harry saindo de debaixo da capa.
Draco se assustou quando viu Harry se materializando e soltou Ginny imediatamente. Harry estava praticamente cuspindo fogo pela boca por causa dessa cantada feita para a sua ninfa rubra. Ele ia receber o castigo merecido...
- Que tal eu e você, Malfoy, resolvêssemos certas desavenças nossas? Não me parece uma boa? – Harry pôs-se na frente de Ginny, protegendo-a de Malfoy.
- Eu não estou falando com você Potter. O assunto que eu tenho que tratar é com a Weasley! E pelo que eu sei você não é mais namorado dela. Então, eu posso paquerá-la o quanto eu quiser. – disse piscando cinicamente para a ruiva que estava agarrada as vestes do namorado.
- Engano seu Malfoy. Ela é MINHA NAMORADA! – Essa não. O plano de manter tudo escondido acabara de ir por água abaixo. Tudo culpa daquele cara de doninha albina.- Ouviu bem? MINHA NAMORADA. Agora se você não se importa, eu não vou permitir que você a cante novamente. Eu tenho certas questões...
Sem que Ginny esperasse, Harry partiu para cima de Draco esquecendo de que era bruxo e esquecendo de terminar a frase. Queria ter certeza que aquele loiro aguado ia morrer. Foram socos em cima de socos. Mas Draco não ia deixar barato... ele revidava a altura. Agora poderia por em prática tudo o que aprendeu com os outros Comensais.
Afinal, um bruxo não pode apenas se garantir na sua varinha, tem que saber se garantir no muque também. E parecia que Harry também havia tido algumas aulinhas de alto-defesa, pois este revidava a altura os socos do loiro. Do nada os dois caíram no chão rolando pela rua. Ginny não sabia o que fazer, gritava feito louca para que Harry parasse e entregasse Draco as autoridades. Mas parecia que o seu namorado ficara temporariamente surdo aos seus pedidos. Seria obrigada a tomar medidas drásticas pois conhecendo o loiro, sabia que ele não brigaria de forma limpa.
- Harry, você quem sabe, ou larga o Malfoy e entrega-o ou eu acabo com o namoro! – gritou Ginny como um ultimato. Aquele era seu último trunfo. Só esperava que Harry correspondesse a suas expectativas.
Harry pareceu ter escutado essa alternativa. Mas quando ele ia levantar para pegar um loiro meio disforme, Draco o empurrou para longe derrubando Harry e Ginny. Saiu correndo pela rua e aparatou sem nem olhar para trás. Harry ficou bufando por causa disso.
- Olha só...
- Olha só o que Harry?- Além de uns cortes a mais no rosto, o moreno queria o que? Morrer! Ele parecia ter esquecido, mas a ruiva lembrava muito bem que o loiro era um comensal e comensais sempre jogavam sujo.
- Ele... o Malfoy... fugiu! – disse bufando e fazendo um feitiço para que seus óculo agora quebrados voltassem ao estado normal.
- Eu também percebi isso!
- Mas que raiva!
- De mim Harry?
- Claro que não, Ginny! É que ele poderá...
- Ele não vai contar! Está com o orgulho ferido. Vamos... entra debaixo da capa e me leva...
- Não! – Pegou a capa das mãos de Ginny, encolheu-a e guardou dentro do bolso.
- Não?
- Eu não vou entrar debaixo da capa. Eu vou te levar sem me esconder. Vamos!
- Mas e se Voldemort descobrir da nossa relação?
- Você acredita mesmo que o Malfoy não vá contar?
-Acredito!
- Mas eu não... então não adianta nada eu me esconder.
Os dois foram embora... em direção a Hogwarts. Mal sabiam que além de Draco Malfoy, havia um outro Malfoy vigiando tudo e gostou da novidade que acabara de descobrir. Iria correndo contar para seu Lorde... acabara de descobrir um triunfo que poderia levantar a sua moral perante Voldemort. Aquela era a chance perfeita de mostrar para seu mestre de que ele era perfeitamente competente para assumir as missões mais importantes e não aquele miserável do Mcnair.
Harry e Ginny foram andando de mãos dadas até o portão; para todos foi uma enorme surpresa. Harry e Ginny, namorando? De novo? Era estranho e totalmente frustrante para as fofoqueiras e esperançosas de plantão quando viu aquela cena. Só para terminar a cena perfeita, Harry puxou sua ruiva para perto de si e a beijou intensamente... Ginny ficou sem fôlego e orgulhosa. Mostrava para todas aquelas fofoqueiras que ela, Ginny Molly Weasley havia fisgado o coraçãozinho de Harry James Potter, o garoto mais cobiçado de Hogwarts. Estava ao mesmo tempo muito feliz e preocupada... o moreno sempre a atirava em um verdadeiro turbilhão de sentimentos. Mas um pensamento não saía de sua cabeça... e se?...
- Harry... eu... eu tô com medo.
- Mas de que Ginny? – disse Harry pegando uma mecha de cabelo ruivo e colocando atrás da orelha de sua amada
- E se Voldemort... e se Voldemort... – perguntou Ginny abraçando Harry com força, colocando sua cabeça em seu peito.
- Nada vai acontecer... – continuou Harry pegando o queixo de Ginny para poder encarar aqueles olhos puros... imaculados de maldade – Nada. Agora vai para dentro... sei o dia que vai ser a próxima visita. Me espere aqui... onde estamos.
Não conseguia dizer nada. Parecia que um nó se formava em sua garganta. Apenas balançou a cabeça e murmurou:
-Toma cuidado... por favor!- enxugou discretamente uma lagrima solitária que rolou por seu rosto.
- Tomarei. Agora vai! – Por fora demonstrava uma coragem imensa, mas por dentro temia pelo pior. Sabia que se algo acontecesse a Ginny morreria. Se Voldemort se atrevesse a tocar em um único fio de cabelo de sua amada, iria se arrepender de ter voltado para o mundo mágico.
Os dois se beijaram novamente e Ginny foi para dentro de Hogwarts com os outros alunos...As palavras de Harry não diminuíram nem um pouco a angustia que ela estava sentindo. Era como se estivesse pressentido tudo de ruim que aconteceria naquele mês e nos próximos que estavam por vir.
Parecia que o tempo estava do lado dos pombinhos; as semanas passaram tão rápido que nem notara. Ginny estava quase terminando suas provas... isso era bom. Significava que haveria outra visita a Hogsmeade, onde poderia ver o seu amor novamente. Já que ele havia desaparecido novamente. Os jornais não falavam muito sobre o que ele andava fazendo. Isso a deixava preocupada... louca de preocupação. Porque se nem nos jornais tinham noticias de Harry era porque ele estava fazendo algo extremamente perigoso.
Mas um fato ia mudar completamente a vida de todos para sempre. Um dia antes do passeio a vila, na hora do café da manhã, Ginny estava no seu limite, sentia que a qualquer momento morreria de preocupação. Sem nenhuma noticia de seu amado... olhava ansiosa pela entrada do correio, desejava loucamente que ele fizesse contato; nem que fosse para dizer que estava a quilômetro dali e que não poderia vir à visita no final de semana.
Quando o correio coruja apareceu, uma certa coruja prendeu sua atenção. Ela era toda negra e com um certo aspecto maléfico. A coruja parou em frente a ruiva com uma carta muito sinistra. Ela pegou instintivamente a carta... então a coruja a observava duramente deixando ela e toda a mesa dos leões curiosos. Uma menina que estava do lado dela a incentivou.
- Abra... o que poderá ser?- a garota gritava ansiosa ao seu lado. Parecia que a carta nem era para ela e sim para todos os companheiros de casa. Nunca vira tanta gente curiosa junto.- Talvez seja até uma carta do seu namorado. Nada mais natural que um namorado escreva para sua amada.
- Tem razão... – respondeu, tentando ignorar toda a atenção que estava recebendo por causa de uma mísera carta. Odiava ser o centro das atenções, como naquele momento.
Ginny abriu a carta cuidadosamente... Queria, dentro de sua alma que aquela carta fosse de Harry. Logo que abriu, se decepcionou um pouco. Não era uma carta de Harry. Mas sim de Luna. Ginny estranhou, pois seria muito mais fácil ela ir até a mesa da Grifinória e conversa... pedir qualquer coisa. Porém Ginny sabia que sua amiga era um tanto maluca e culpou a excentricidade de Luna para o envio da carta. Percorreu toda a mesa com os olhou e teve a certeza que quase todos os colegas a olhavam curiosos e questionadores. Não vendo outra saída revelou a todos quem era o remetente.
- É a Luna.- a ruiva bufou; o pessoalzinho mais curioso.- Não se preocupem, não é nenhuma ameaça contra minha pessoa, podem se acalmar. – disse irônica. Ironia... nesses tempos pra cá estava adquirindo uma bagagem recheada de ironia e sarcasmo... Será que estava discutindo demais com Parkinson, que estava pegando isso da garota? Balançou a cabeça tirando aquela cobra criada da cabeça; tinha coisas melhores a fazer. Como por exemplo, ler a carta em sua mão.
Todos os grifinórios se acalmaram e voltaram para os seus cafés da manhã. Ela pegou a carta e começou a ler.
“Cara Ginny,
Como vai? Apesar de estarmos tão perto, eu não quero levantar mexericos. Você sabe com existem fofoqueiras na escola. Eu preciso falar com você! É muito urgente. Se eu não falar com você acho que eu vou explodir. Por favor, será que podemos nos encontrar amanhã em frente a casa dos gritos às 15:00? Por favor... Eu te imploro. Mande-me uma resposta pela mesma coruja. Peço que não vá com Harry e nem conte a ele que vai se encontrar comigo...
Atenciosamente
Luna”
Ginny não vendo outra razão de negá-la pegou o verso da carta e escreveu inocentemente.
“Claro Luna... eu vou ao seu encontro. Então está marcado às 15:00 em frente a casa dos gritos.
Ginny”
Ginny dobrou atentamente a carta e colocou na pata da coruja que levantou vôo e foi embora. Sem dar muita atenção ao que havia feito se concentrou nas provas que faria naquele dia.
Mal sabia que havia lacrado a sua vida para sempre.
O dia passou sem maiores sustos ou imprevistos. Ginny havia feito suas provas e tinha certeza que tinha ido muito bem. Ela estava irremediavelmente melancólica naquela noite, tinha até ido se deitar cedo, coisa que não fazia. Logo ia ver seu amor... logo ia descobrir o motivo de tanto mistério de Luna.
Quando finalmente conseguiu dormir, teve pesadelos horríveis com Tom... com Voldemort. Parecia que sua mente adorava brincar com ela. Quase todas as noites tinha pesadelos horríveis com Voldemort. E este não seria diferente.
Estava tudo escuro... a única coisa que era de uma outra cor era o seu cabelo vermelho ardente e sua pele branca. Quando olhava para si, era tudo negro... a sua camisola era tão negra que não dava para ver nada, absolutamente nada. Até suas unhas estavam pintadas de preto. Ginny não vendo alternativa começou a andar. Foi então que escutou sussurros. Era uma voz de homem... voz de alguém que Ginny queria esquecer, mas não conseguia apagá-lo de sua mente. Foi então, descobrindo que estava encrencada, que resolveu gritar:
- Tom... É VOCÊ?
- Como descobriu querida? – Um rapaz de cabelos muito negros e olhos castanhos horripilantes se materializou na frente de Ginny, igualmente de preto. A ruiva ofegou assustada.
- Sai da minha cabeça agora! – Estava começando a perder o controle. Estar no mesmo lugar que Tom depois de tantos anos ainda era assustador. Sua presença a fazia se lembrar de todas as coisas horríveis que cometera a mando dele.
- E quem disse que eu estou na sua cabeça? Não cara ruiva... você está em terreno minado, cuidado! Lembra de como nos divertíamos? – continuou, esticou a mão tentando tocar em seu rosto, a ruiva desviou.
- Você disse que não está na minha cabeça? – disse Ginny ignorando completamente a segunda pergunta de Tom. Ok, precisava pensar, mas estava meio difícil. Tom se aproximava cada vez mais, estava entrando em pânico; dessa vez não teria seu herói para salva-la.
- Disse.
- Então onde fica a saída da sua cabeça? Porque eu quero SAIR! – gritou num misto de confiança e esperança, de que se gritasse bem alto talvez acordasse daquele pesadelo horrível.
- Você cresceu Ginny... e muito. – Era como se ele não estivesse a escutado ou estava ignorando as suplicas da ruiva; porque continuou a dizer coisas sem sentido.
Ginny entrou em desespero total, do que aquele maluco estava falando? Inconscientemente, começou a chorar... As poucas lágrimas que saiam começaram a aumentar... Tom percebeu isso. Então ele pegou de seu bolso um lenço negro e entregou a ela, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- Não quero você chorando. Eu só quero relembrar certas cenas de nossas vidas... Quando você era apenas uma menininha. - passou seu braço ao redor do pescoço da ruiva, a puxando para perto de si. Ginny ficou sem reação, o braço era tão gelado. Ele a estava abraçando e ela não conseguia se afastar era mais forte do que ela. - Mas também quero criar novas lembranças para nós... – curvou a cabeça para o lado e beijou o pescoço da ruiva e lhe sussurrou. - agora que você cresceu, posso fazer o que sempre quis. Você vai...
Rolando pela cama, o barulho de seu corpo caindo no chão fez Ginny acordar antes que ele terminasse a frase. Estava confusa e com medo. Foi até o seu malão e pegou um apanhador de sonhos, não suportaria sonhar novamente com aquele monstro. Já que sua poção do sono tinha acabado, teria que se contentar com aquele apanhador de sonhos presenteado por Gui. Agora ela veria se aquele trambolho serviria para apanhar sonhos ruins mesmo. Colocou-o em sua cabeceira e deitou-se novamente. Pareceu ter resolvido, já que não sonhou mais com ele.
Acordou com as outras meninas do quarto. Se trocou rapidamente e desceu para tomar um pouco de café. Queria ver seu amor... precisava abraçá-lo, beijá-lo, tê-lo em seus braços novamente. Foi até a fila do Filch. O zelador despachou todos os alunos para o passeio. Assim que pôs os pés para fora da escola viu Harry, Rony e Hermione. Rony olhava para a cara de bobo que o amigo sustentava de forma estranha. Mas não disse nada. Ginny abraçou primeiro o seu irmão, para não criar mais problemas para Harry.
- Rony! Como você está? Parece um pouco pálido... - disse apertando as bochechas do irmão. Apertou de tal forma que as bochechas de Rony adquiriram uma cor avermelhada.
- Eu estou ótimo, Ginny. Como você está? – O ruivo massageava levemente as bochechas doloridas.
- Preocupada com vocês. Não mandam uma carta sequer. – disse passando a abraçar a Hermione.
- Não podíamos. Poderia ter caído nas mãos de Voldemort. – disse Hermione depois do abraço.
- Tá bom.
Ginny olhava Harry de forma avassaladora. Harry havia entendido rapidamente o olhar de sua namorada e correspondeu da mesma forma. Percebendo isso, Rony achou melhor intervir naquele desrespeito com ele.
- Eu estou aqui, sabia? Que forma foi essa de olhar para minha irmã?
Quando Harry ia responder a pergunta, Rony não deixou estava já destilando a sua raiva para cima de sua irmã. Quem eles pensavam que eram. Tudo bem que ele permitira o namoro, mas não permitira aquela troca de olhares tão...tão...
- E você, senhorita Ginny... como pode corresponder o olhar desse tarado dessa forma... na minha frente... na frente da Mione que é quase tão...
- Não sou tão inocente assim Rony – disse Hermione indignada.– Talvez eu precise te situar que eu já sou maior de idade e vacinada!
- Mas... – o ruivo tentava se redimir, mas já era tarde.
- Rony, faz um favor a si mesmo... cala essa boca por alguns minutos? Eles querem apenas se cumprimentar. Anda, vamos na frente.
- Mas, Mione...
- Andando Ronald. – Hermione praticamente teve que arrastar o amigo.
Os dois foram na frente. Harry e Ginny se beijaram quase imediatamente; foi um beijo mais profundo que qualquer outro. Depois que deram uma prévia dos beijos atrasados, os dois foram em direção a Hogsmeade para encontrar seus amigos.
Quando Harry e Ginny encontraram com Rony e Hermione, os quatros foram para tudo quanto era lojas diferentes. Mas o casalzinho apaixonado queria ficar a sós... quando finalmente entraram na Dedos de mel, os dois preferiram ficar num canto mais tranqüilo para trocarem carinhos...
Mione percebeu que os dois não estavam gostando da peregrinação por todas as lojas do povoado. Por causa disso resolveu ajudá-los. Ela se aproximou o mais disfarçadamente possível e pegou os dois num beijo de tirar o fôlego até de quem estava só observando. Meio envergonhada, resolveu acabar com a festa dos dois dando uma leve tossida para que os dois parassem de se beijar.
- Desculpe, Mione. – disse Ginny totalmente envergonhada.
- Não precisam se desculpar... vão logo... eu enrolo o Rony.
- O que você tá querendo dizer? – continuou Harry sem entender muito bem o que a amiga queria dizer com “eu enrolo o Rony”.
- Eu não preciso dizer, né? Vão logo...
Quando os dois entenderam o recado saíram praticamente correndo da loja; queriam ir para o seu cantinho só para ficarem se beijando e trocando juras de amor. Chegando na casa dos gritos, verificaram se tinha alguém observando eles. Então atravessaram a cerca de arame e entraram na casa o mais rápido possível. Mal chegaram ao quarto começaram a se beijar com sofreguidão. Era como se os dois soubessem que seria o seu ultimo beijo... o seu derradeiro encontro.
Harry e Ginny demoraram tanto quanto quiseram na casa dos gritos. Infelizmente, eles haviam abaixado a guarda. Exatamente naquela região, um grupo de Comensais, liderados por seu chefe maior, estavam lá preparados para exterminar tudo que encontrassem pela frente. Esse grupo era formado por: Bellatrix Lestrange, Rodolphus Lestrange, Draco Malfoy, Lucius Malfoy e Severo Snape.
Draco – assim como os outros Comensais que perceberam a presença do casal romântico – estava se roendo em ciúmes e inveja. Infelizmente, aqueles sentimentos estavam sendo compartilhados por alguém muito mais perverso e poderoso. Que através de seus seguidores mais fies via tudo o que estava acontecendo. Ninguém escapava da vigilância dele.
Ginny sentiu um frio na espinha. Ela odiava aquela sensação. Era um sinal de mau presságio que ela tinha desde de criança. E sempre estava certa, como da vez em que sentiu a mesma sensação e Rony quebrou a perna jogando quadribol com os irmãos. E agora estava tendo novamente aquela sensação e de certo modo sabia que algo muito mais terrível que uma simples perna quebrada estava para acontecer.
- Ai. – sussurrou Ginny olhando em direção de um par de olhos vermelhos sem perceber que eles estavam lá.
- O que foi Ginny? Você está bem? – Harry sentou na cama para encarar melhor sua ruiva.
- Nada, Harry. É melhor irmos encontrar Rony e Hermione. Vamos? – Tentou disfarçar, mas Harry sabia que algo estava errado.
- Está bem.
Eles foram em direção as lojas e ao bar de Madame Rosmerta, onde marcaram para encontrar seus amigos. Mas chegando lá não encontrou nenhum dos dois. Harry ficou preocupado; sua mente logo viajou para os piores lugares possíveis. Se eles foram pegos pelos Comensais para machucá-los... Ginny também ficou preocupada com o sumiço deles. Será que a sua premonição era com o seu irmão e com a Hermione? Mas ela não queria deixar Harry ainda mais preocupado. Era seu dever acalmá-lo e foi isso que ela tentou fazer.
- Harry não fica assim... olha vamos perguntar a alguém. Pode ser que alguém tenha visto os dois. – Entrelaçou sua mão a de Harry, que estava ligeiramente suada de nervoso.
- Você acha?
- Tenho certeza! Olha o Neville! Vamos perguntar a ele? Talvez ele saiba algo.
- Tomara Ginny... tomara.
Os dois foram em direção a Neville o mais rápido que puderam. Estavam realmente ansiosos para ver se alguém do povoado tinha visto os dois. Pois se isso não ocorresse só havia uma explicação: os Comensais os seqüestraram. Não, se negava a pensar o pior. Tinha que manter sua cabeça no lugar e raciocinar claramente, afinal, estava em tempos de guerra e teria que estar vigilante vinte quatro horas do dia.
- Neville... – disse Harry desesperado – você viu Rony e Hermione?
- Oi Harry, tudo bem? Você acabou saindo da escola.
- Oi Neville, oi... você viu Rony e a Mione? – Insistiu, rezou para que o amigo dissesse que sim.
- Vi... vi sim. Os dois passaram por mim de uma forma que nem o ar passava entre os dois...- O casal suspirou aliviado.
O que Neville tinha acabado de dizer era um alivio para Harry e Ginny. Agora era só encontrar os dois e conversar com eles. Talvez os quatros fossem almoçar na madame Rosmerta ou em qualquer outro lugar tranqüilo.
- Para onde eles foram, Nev? – perguntou Ginny mais feliz.
- Eles foram para o poço dos namorados... no bosque. Sabem onde que fica?
- Sim Neville e muito obrigado. – disse Harry correndo em direção ao bosque. Em seu encalço tinha uma Ginny mais descontraída.
Harry ainda estava com medo, pois no poço era um lugar bem distante e reservado. E era nessa privacidade toda que residia o perigo. Era um local perfeito para emboscadas e seqüestros. Eles poderiam ter sido seqüestrados pelos Comensais para serem levados a Voldemort... Harry ficava imaginando coisas terríveis. Mas quando chegaram, a última coisa que encontraram foram gritos de dor e desespero. Muito pelo contrário.
Seria até engraçada se não fosse algo realmente sério. Harry e Ginny ao chegar ao poço viram que Hermione e Rony se beijavam desesperadamente. Mas o casal havia percebido que tinham platéia e se separaram na hora. Hermione ficou olhando o chão para ver se tinha alguma coisa interessante para levantar questão e desvirtuar algum embaraço. Já Rony ficou olhando para Harry e Ginny totalmente sem graça. Ginny, sem perder a oportunidade, resolvera pegar no pé do Rony.
- Que belo exemplo de vocês dois, hein! E você, Ronald, com o seu jeitão de puritano tá me saindo melhor que encomenda... – disse em tom de gozação.
- Gi... Ginny... Harry... isso... não é isso que vocês estão pensando – disse Mione defendendo Rony das piadinhas de Ginny.
- Mas eu... que isso. – fez-se de desentendida.- Eu não tô pensando em nada, e você Harry? Tá pensando em alguma coisa?
- Não! Eu só tô olhando. Só isso. – Harry não poderia se sentir mais feliz; estava novamente junto à pessoa amada, seus amigos estavam finalmente juntos e felizes. Era tudo o que ele desejava. A única coisa que estava faltando era acabar de uma vez por todas com aquela guerra e ai sim, poderia ser completamente feliz.
- Viu só, Hermione? É exatamente o que o Harry disse. Só estamos vendo o espetáculo de puritanismo do Rony!
- Mas... mas isso é uma coisa pura, romântica... é... sem malicia alguma!
- Sei... com você e Mione é romântico... mas comigo e Harry é uma falta de respeito, certo? – disse Ginny de uma forma para deixar Rony ainda mais sem jeito.
- Bem... você... você... você há de concordar que eu sou mais velho, mais vivido e é meu dever e obrigação te proteger. Sem contar que você é mulher, frágil, delicada... praticamente uma rosa de delicadeza. E tem o fato que você é nova demais para essas coisas.
- Sei... é totalmente compreensivo. Mas me explica só mais algumas coisas, Ronald. Por um acaso a Hermione é homem? Se for eu não sabia... e para mim é novidade que você jogasse no outro time.
- Tá me estranhando, Ginny? – gritou Rony assustado só de pensar nessa possibilidade remota e totalmente descabida. A essa altura a morena bufava de ódio. Era a pura verdade o que sua cunhada acabara de dizer. Ginny não poderia se aproximar de nenhuma pessoa do sexo oposto, mas tudo bem quando ela e Rony ficavam se agarrando pelos cantos.
- É... pelo jeito você não mudou nada... não joga no outro time... e só para finalizar, você só mais velho do que eu 1 ano... nem mais nem menos. É só isso que separa nós dois!
- Mas nem por isso vou deixar de ser o seu irmão mais velho... você ouviu bem, né! MAIS VELHO E PORTANTO VOCÊ DEVE ME RESPEITAR E EU TE PROTEGER DE NAMORICOS DESCABIDOS!
- Sei, mas é claro! – A garota fingia compreender todas as razões descabidas do irmão mais velho.
- E eu... eu tenho, quero dizer... eu quero aprofundar o que... o que eu... o que eu tenho com a Mione! - Hermione lhe lançou olhares fulminantes.
- Como assim, Ronald Weasley? Aprofundar o que nós temos? – perguntou Hermione intrigada com o significado de querer aprofundar as coisas.
- Ah Ron...que coisa mais fofa! Ah, mamãe precisa saber que você quer aprofundar as coisas com Mione – disse Ginny rindo da cara vermelha do irmão. Ok, sua irmã era bonitinha e tudo mais, mas tinha a mentalidade de uma porta se tratando de romantismo.
- Não é isso que vocês estão pensando! Mione... Eu quero você! – Sorriu esperançoso, mas pelo visto tinha conseguido apenas piorar as coisas. Não estava achando as palavras certas, e se escolhesse mal outra vez as palavras, levaria um belo tapa na cara de sua namorada.
- Você poderia por favor, esclarecer o seu significado de “querer você”? – Para o bem daquele ruivo sardento que explicasse direitinho toda aquela palhaçada, se não ela não responderia por si.
- Eu quero... como é difícil...- respirou fundo.- EU QUERO ALGO MAIS OFICIAL COM VOCÊ! É isso... é... eu... eu quero me compromissar com você Mione. Pronto falei!
Ginny arregalou os olhos junto de Mione, apenas Harry olhava para a cena com naturalidade, afinal de contas, fora ele quem passara praticamente a madrugada inteira acordado escutando os devaneios do melhor amigo sobre como fazer o pedido. Elas não imaginavam que Rony estava tão resolvido a ter um compromisso mais sério. Hermione não sabendo o que dizer a mais sobre isso, resolveu confirmar o que havia acabado de ouvir. Talvez fosse apenas sua mente lhe pregando uma peça.
-Você...está falando sério? Você... você quer ter um compromisso mais sério?
- eu! – disse Rony completamente fora de rumo.
- Não Ronald, a minha vó! – Se ele negasse que tinha dito aquelas palavras lhe enfiaria a mão na cara; talvez ele resolvesse crescer e assumir seus atos.
- Eu tô falando sério sim, Hermione. Olha - Rony tirou de dentro do bolso interno de sua capa um anel liso e prateado. - Comprei até o anel de compromisso, eu ia te dar, mas a estúpida da minha irmã veio e acabou com o clima...- falou esperançoso. - Você... você quer o anel, Mione? Não é muito caro, você sabe como são as coisas... – Rony tentava se redimir por comprar um anel barato. Mas era apenas simbólico, até ter dinheiro suficiente e pudesse comprar o anel que sua namorada merecia.
Ginny levou as mãos a boca, e tentava segurar o choro... nunca pensou que veria aquela cena; principalmente vinda do Rony. Nunca pensou que seu irmão pudesse ser tão romântico. Torceu tanto para que os dois se acertassem e agora estava presenciando um pedido de casamento. Hermione ficou sem palavras. Olhava do anel para Rony e novamente para o anel; seu coração batia descompassado. Sem que o ruivo esperasse a morena pulou em seus braços e o beijou fervorosamente.
Ginny e Harry ficaram estáticos com a reação da Mione, mas o choque passou e se instalou no lugar uma grande satisfação de ter presenciado esse momento tão esperado por ambos. Querendo tornar esse ato mais oficial, Harry teve uma idéia genial. E sem pensar falou de só vez.
- Isso merece uma comemoração... que tal almoçarmos lá na Dona Rosmerta? Tudo por minha conta! Porque noivado sem um almoço mais trabalhado não é noivado, não é?
- Concordo com Harry! – disse Ginny animadíssima com outro casamento que teria futuramente em sua família. – Vamos?
Os quatro saíram de lá sem contestação. Estavam tão felizes e mereciam um pouco de descanso daquela caçada maluca das horcruxes. Rumando para o bar da Dona Rosmerta, o quarteto havia encontrado alguns de seus amigos do colégio pelo caminho. Sem pestanejar, eles chamaram todos que viam. Nada mais justo compartilhar essa felicidade com todos. Afinal de contas, amigos são para essas coisas, servem tanto para compartilhar tristezas como também alegrias.
O almoço aconteceu na maior paz. É claro que faltou a presença dos pais dos noivos, mas isso era compreensível e contornável. Até porque esse não era o almoço oficial, e logo na verdadeira festa de noivado todos estariam reunidos. Harry aparentava com um rapaz de sua idade e não mais uma pessoa mais velha, seu corpo exalava alegria por todos os poros. Finalmente, nem que fosse por poucas horas havia se esquecido completamente de todos os problemas, queria apenas desfrutar da presença de seus amigos queridos. Ele ria e se divertia junto com seus amigos e de seu grande amor, Ginevra. Nada e nem ninguém conseguiria tirar aquela felicidade toda...
Ledo engano...
A ruiva Weasley também estava muito feliz. Estava do lado de seu único e verdadeiro amor. Agora não precisava esconder que Harry era seu namorado. É claro que se sentia um pouco envergonhada quando ele dava um daqueles seus olhares, ou quando os dois se beijavam ardentemente. Era como se ele a despisse com os olhos, tentava evitar encarar aqueles olhos verdes e não morrer de vergonha, mas era praticamente impossível ficar sem encará-lo por muito tempo.
Aos poucos o horário combinado com Luna estava chegando e a angustia aumentava ainda mais. Era sufocante e enlouquecedor. Mas Ginny sabia como esconder aquele sentimento de seu semblante. Não queria que Harry ficasse ainda mais preocupado com ela; já era suficiente todo o peso que o garoto tinha sobre suas costas.
Ginny sabia que ela deveria ser o porto seguro de Harry e não mais um motivo de preocupações. E era por isso que ela sempre se fazia de porto seguro, mesmo que por dentro estivesse prestes a desmoronar. De um lugar onde Harry poderia retorna e se atracar em seus braços e beijos cheios de ternura, medos, e prazeres.
Mas hoje, naquele momento, Ginevra sentia que as coisas estavam mudando... que as coisas que viriam... teriam que acontecer, mesmo que desejasse do fundo do coração evitar. Não queria que mudasse, mas ela não tinha controle para impedir tal coisa. Infelizmente era algo inevitável.
Ela estranhamente sabia que a hora havia chegado... mas a hora de que ela não sabia. Não tendo alternativa ela se levantou e levantou seu amado também. Teria que tentar explicar de alguma forma sua ausência.
Ginny beijou Harry com um fogo incrivelmente ardente. Se fosse em outro momento teria morrido de vergonha pelo beijo dado. Mas agora, tudo não passava de formalidades idiotas e pequenas. Harry foi pego desprevenido. Mas se deixou levar pelo beijo tão bom. Tudo bem que ele gostara, porém ele conseguiu vislumbrar a cara de incredulidade de Rony diante do beijo. Hermione também ficou totalmente sem jeito perante o beijo, mas para ela não era tão assustador.
O beijo demorou muito... demorou tanto que ambos ficaram sem ar. Harry olhava para sua pequena de uma forma diferente após o beijo, era como se ela pressentisse que algo de ruim aconteceria e não podia ignorar aquela sensação. Ele precisava tirar isso a limpo.
- Ginny, o que houve? – segurava firmemente as mão geladas de sua namorada, que tremia ligeiramente.
- Nada! – disse Ginny com aquele maldito sentimento e pressentimento em sua mente.
- Me diz a verdade. – disse Harry com uma firmeza que Ginny nunca tinha visto antes. Não tendo outra saída ela resolveu falar.
- Não sei bem... é que... é que me deu uma angustia. Um sentimento de mudança inevitável. Mas nada demais... com certeza é por causa da guerra. Eu tenho medo... quem não tem medo dessa guerra tão maluca. Não é verdade?
- Verdade?
- Juro que é. Por Merlim, olha a hora! - Ginny viu em seu relógio que faltava quinze minutos para o encontro com Luna. Tinha que ir ao encontro dela. Não viu problema nenhum em contar a Harry onde tinha que ir. – Eu tenho que ir!
- Para onde? – perguntou Harry estranhando ainda mais a atitude de Ginny. Uma hora estava toda preocupada e agora queria sair perambulando sozinha pela vila.
- Bem, Luna marcou de conversar comigo fora do colégio.
- Por que? – perguntou Hermione achando suspeita a atitude de Luna. Tudo bem que a loira sempre fora meio amalucada, mas não seria tão louca assim de marcar um encontro fora do território da escola.
- Sei lá. Só sei que ela não me pediu... me implorou. Parecia tão desesperada, eu preciso ir. – Ginny tentava tranqüilizar todos, mas será que adiantaria? Pois nem ela mesma estava tranqüila.
- Você quer que eu vá? – insistia Harry de não deixar Ginny sozinha. Se algo acontecesse não tinha certeza que ela pudesse dar conta do recado.
- Não precisa Harry! O que a Luna pode fazer... apenas me matar de tédio só isso.
- Onde ela marcou o encontro? – perguntou Rony percebendo o que Harry e Hermione suspeitavam.
-Ela marcou em frente à casa dos gritos.- disse naturalmente.
- Não é tão longe assim! – disse Hermione tentando acalmar Harry e Rony.
- Mas é o suficiente para que algum Comensal neófito tente ganhar fama nas custas da Ginny! – disse Harry insistente com a segurança de sua amada.
- Concordo com o Harry! – disse Rony batendo na mesa demonstrando apoio ao amigo – O que mais tem é comensal babaca querendo ganhar fama nas custas de pessoas inocentes e indefesas, como você. – Indefesa? Seu irmão estava redondamente enganado, ela sabia se defender muito bem, e não era toda aquela delicadeza que insistiam em dizer. Pelo contrário, quando queria sabia muito bem se cuidar sozinha. Não precisava de um guarda-costas vinte quatro horas no seu pé.
- Que isso gente... É a Luna! Não se preocupe... com certeza ela vai desabafar sobre a grande paixão dela...
- Quem é?
- Bem eu não tenho certeza, mas deixa-a confirmar primeiro. Ela não é Comensal Harry! Poxa! Você está ficando paranóico, querido!
- Tá bom. Mas qualquer coisa grite. – O melhor a fazer seria deixá-la ir, pelo contrário não sairiam tão cedo daquela discussão.
- Tá, eu sei. Beijos!
Mas antes que ela saísse do bar Harry a pegou mais uma vez e a beijou... o beijo fora igualmente forte ao anterior, e foi igualmente bom... Harry tocou nos cabelos rubros de sua namorada e sussurrou em seu ouvido.
- Não demora... vou estar te esperando...- Por que será que aquela sensação de despedida não saia de sua cabeça.
- Tá bom... tchau – disse Ginny dando um selinho nos lábios de Harry.
A ruiva saiu do bar e foi em direção à casa dos gritos em um silencio sepulcral. Aquela sensação de que alguma coisa... alguma fatalidade ia acontecer, aumentava ainda mais. A cada passada que ela dava aumentava o temor... e o frio estava começando a afeta-la.
Era como se o calor dos lábios de Harry desaparecesse de seus lábios. Ginny tentava esquecer aquela sensação. Tentava de todas as formas subjugar aquilo. Mas foram todas as tentativas em vão. As lembranças dos beijos e o gosto dos lábios do moreno iam se esvaindo lentamente de sua memória. Era como se alguém ou algo estivesse sugando todas as suas boas lembranças ao lado do moreno.
Não demorou muito a subida até a casa dos gritos. Estava adiantada, resolveu esperar. Ela se virou querendo olhar melhor aquela casa... se as paredes daquela casa tivessem boca, ela diria que Harry Potter e Ginevra Weasley era o casal perfeito e seriam imensamente felizes.
Mas também diria que esse casalzinho fora realmente muito maroto. Ginny soltou um leve suspiro pelo nariz e abriu um sorriso maroto em seus lábios. Mas tirando esse pensamento, a rua lhe inspirava medo. Ela já estava ficando impaciente e a cada trinta segundos olhava para o relógio para ver se havia chegado a hora.
Para Ginny aqueles cinco minutos foram os mais longos de sua vida. Mas quando dera a hora marcada, ela percebera que havia algo de errado. Luna nunca se atrasava para nada, algo tinha acontecido a sua amiga, ou pior, talvez quem havia chamado-a para aquele lugar desértico não era Luna. Fora alguém com um péssimo gosto para brincadeiras ou alguém que estivesse com segundas intenções.
Ginny ainda estava de costas para a rua quando tudo aconteceu tão rápido. Ela sentia um frio muito grande e um vento arrebatador quando deu 15:00. Esse vento trazia consigo quatro vultos negros e malignos.
Esses seres usavam capas longas e negras, máscaras de caveiras que impossibilitava ver quem estava por debaixo delas. Mas nem precisava... Suas sombras se projetavam frias e macabras no chão da rua. Ginny, ainda sentindo aquele medo irracional, resolvera se virar lentamente.
O vento gelado e mortal desorganizava seus cabelos e os jogavam para frente, impedindo-a de ver quem eram aqueles seres malignos. Mas assim que tirou suas madeixas de seu campo de visão, não gostou nem um pouco do que viu e percebeu também que estava muito encrencada. Seu coração bateu acelerado, sabia exatamente quem usava aquele tipo de trajes. Estava perdida, por diversas vezes tentara se convencer que era capaz de se defender sozinha, mas agora admitia amargamente que precisaria de ajuda. Muita ajuda; desejava não ter dispensado a companhia de Harry.
Aqueles seres eram nada menos que os tão temidos Comensais da Morte.
- Meu Deus... eu... eu devia ter percebido... eu devia ter desconfiado... mas era obvio que era uma cilada... Luna não precisava se esconder... – sussurrou Ginny andando lentamente para trás e se desesperando ainda mais em seu intimo.
- Mas não desconfiou! Caiu como foi planejado pelo Lorde. Agora se for esperta e jurar fidelidade a Milorde... – Aquela voz fria fez seus pêlos se arrepiarem de medo.
- E você deve ser Bellatrix Lestrange... - precisava ganhar tempo, só não sabia como.- a cretina que matou Sirius! Você é reconhecível pela voz. – Ginny estava cada vez mais perto da casa dos gritos. Era hora para medidas desesperadas...
- Cuidado com a língua menina. Ou pode ficar sem ela.
Havia chegado à hora, ela começou a acelerar.
- Vocês querem me pegar?- disse demonstrando uma coragem falsa. Soltando aquela frase insolente pelo ar, preparou as pernas para uma corrida alucinante que estava prestes a fazer.- Então vocês vão ter que suar muito para isso...
Ginny sabia que estava sendo devidamente perseguida por aqueles abutres de Voldemort. A casa dos gritos estava perto demais para ser pega antes de entrar. Então por isso ela acelerou ainda mais. Vendo que havia tomado uma distancia ainda maior, Ginny se escondeu num beco qualquer da casa.
Ela tratou de esconder seus cabelos por debaixo da capa, pois sabia que eles eram facilmente reconhecíveis no escuro. Seu coração batia descompassado, nunca correra tão rápido como naquela hora. Respirava com dificuldade, tentando recuperar o fôlego, prometeu a si mesma que se saísse dessa ilesa prepararia seu físico para longas e desesperadas corridas.
Um dos comensais proferiu um feitiço que lançou longe a porta. Bellatrix foi a primeira a entrar na casa. Ela era, de longe, a mais ensandecida do grupo, olhava alucinada pela casa inteira. Como aquela fedelha ousava brincar com ela, o braço direito de Voldemort, o maior bruxo das trevas de todos os tempos. A ruiva teria o que merecia, podia ter certeza disso. Ela sabia que se perdesse a garota de vista, o Lorde das Trevas ia puni-los pessoalmente e categoricamente. Então Bellatrix, junto com os Comensais pararam no meio do salão principal e sujo da casa e resolveu gritar.
-Apareça, apareça, onde quer que você esteja. – disse num forçado tom meigo. Estava louca para lançar um Avada naquela porquinha, mas sabia que teria que se controlar. O Lorde tinha outros planos para aquela sujeitinha, que definitivamente não incluíam um feitiço mortal. Não agora, o momento certo chegaria e ela estaria lá para apreciar.
-Não iremos ter machucar. – disse o outro comensal sorrindo insanamente para Bella. – Só queremos conversar sobre aquele seu namoradinho estúpido.
Ginny empurrou ainda mais seu corpo contra a parede. Tentava se lembrar de algum outro lugar seguro onde pudesse se esconder sabia que se demorasse demais Harry com certeza viria atrás, e rezava para que ele viesse logo. Precisava se acalmar e pensar com clareza. Não podia ser pega por aqueles monstros, pois sabia que a usariam como isca e que Harry, seu herói, iria atrás dela.
-Não tem onde se esconder...- gritou a plenos pulmões Bellatrix, já estava perdendo a paciência. Detestava brincar de gato e rato. – Conheço essa casa como a palma da minha mão.
Tentava se acalmar, mas era praticamente impossível, Lestrange estava certa, não teria, ou melhor, não sabia onde se esconder. Se fosse pega estaria perdida, pois não sabia nem um terço dos feitiços que a bruxa das trevas sabia perfeitamente como executar. E estava em muita desvantagem, os comensais estavam em quatro e ela sozinha não contava nem como um.
Como estava no comando, Bellatrix ordenou que se dividissem, mandou dois subalternos para o segundo andar, enquanto que o outro iria para os jardins. E ela cuidaria da sala. Andava calmamente sem fazer barulho algum por cada centímetro da sala, sempre com sua varinha em mãos.
Ginny se encolheu no beco ao ver a sombra de sua caçadora. Soltou um suspiro aliviado quando Bellatrix foi para outro cômodo. Se agachando no chão, começou a engatinhar tentando fazer o mínimo barulho possível, se escondendo atrás do empoeirado sofá que estava coberto por um lençol imundo. Toda aquela poeira trouxe uma vontade imensa de espirrar, era totalmente alérgica a poeira. Controlou-se ao máximo tampando o nariz; e deu certo por que parecia que aquela vontade de espirrar do mesmo jeito que viera fora embora.
Olhou para o buraco a sua frente onde deveria estar a porta, talvez se corresse depressa poderia fugir e despistá-los na vila. Lá seria mais difícil e muito mais arriscado para os comensais caçá-la. Já estava se preparando para correr quando ouviu a voz de um dos comensais no segundo andar dizendo que estava tudo limpo. Nem um rato parecia habitar aquela casa nojenta. Também pode ouvir algo se quebrando na cozinha, percebeu que Bellatrix não estava nem um pouco contente.
Ok, dois comensais no segundo andar, Lestrange na cozinha, o outro parecia estar nos jardins vasculhando cada pedacinho. Aquela era sua chance, até que descessem todos aqueles degraus daria tempo tranqüilo de correr pela porta. Ok, plano perfeito, agora só faltava colocá-lo em ação.
Cautelosamente levantou de trás do sofá, olhou para os lados, estava sozinha, daria tempo de fugir dali. Correu para fora da casa como se sua vida dependesse de suas pernas, e na realidade dependiam. Parou ao lado do portal onde estava a porta, olhou para fora e nem sinal do comensal, talvez ele estivesse nos fundos. Suspirou aliviada, daria certo, escaparia ilesa daquela armadilha.
Preparou-se novamente e correu como nunca, surpreendendo a si mesma deu um salto por cima das escadas da entrada da casa. É incrível o que não fazemos quando estamos em perigo mortal. Corria como o vento, podia ver de longe os pequenos pontos se tornarem grandes e majestosas casas, estava perto da vila. Estava a salvo...
-AAARRR! – alguma coisa a apanhou pelos tornozelos a puxando para trás, caiu batendo a testa em uma pedra pontiaguda que estava a sua frente. Sentiu uma dor terrível na cabeça, aponta da pedra penetrou alguns poucos centímetros na testa da garota.
Apertou os olhos e soltou um gemido de dor. Apoiou as mãos no chão e fez força para se levantar, mas foi tudo em vão. Uma força invisível a puxou com força, fazendo-a deslizar quase vinte metros pelo chão, sujando toda sua veste de terra, antes de parar.
-Azaração do tropeço, querida. – a garota se virou de frente e pode ver onde estava. Havia parado aos pés do comensal que deveria estar vigiando os jardins. Teve vontade de gritar, xingar aquele monstro de todos os nomes possíveis, mas aquela dor estava começando a incomodar, levou a mão suja a testa. Um filete de sangue escorria por sua testa, o corte fora maior do que pensava.
O Comensal apenas ria insanamente, causando arrepios na ruiva. De repente ele parou, como se tivesse lembrado de algo muito importante elevando os dedos a boca assoviou. Um assovio alto e estridente, na mesma hora os outros três comensais apareceram junto dele. A Comensal responsável pela missão deu um pequeno aceno com a cabeça para o captor da Weasley, demonstrando satisfação.
Bellatrix ajoelhou-se com bastante classe para que pudesse ficar cara a cara com sua preciosa caça. Olhou nos olhos de Ginny e lhe lançou um belo sorriso vitorioso. Seu mestre ficaria extremamente feliz com o presente que receberia hoje.
-Sabe Weasley, pensei que você fosse um tantinho mais esperta. – Ginny, num misto de ódio e coragem, cuspiu na cara da Lestrange, a morena limpou o rosto e levantou. Podia ver o ódio que sentia naquele momento.- Levanta, sua pirralha.
Ginny não mexeu um músculo. Queria ver se Bellatrix tinha coragem o suficiente para fazê-la levantar. A morena estava impaciente, com um aceno da varinha fez a ruiva ficar em pé a contra-gosto.
-Imobullus. – Ginny sentiu todo seu corpo paralisar. Primeiro seus dedos dos pés ficaram dormentes, parecia que algo gelado percorria todo seu corpo, até chegar a sua cabeça, ficando completamente imóvel.
Bellatrix soltou uma gargalhada. Era hilariante ver o rostinho de espanto e medo daquela garotinha imunda. Sem que Ginny ou qualquer um dos outros três comensais Lestrange num gesto rápido bateu com toda sua força e raiva no rosto da ruiva paralisada a sua frente. Acertou em cheio a bochecha da garota que na mesma hora ficara avermelhada.
-Isso foi por fugir de mim. – E outra vez, pegando todos desprevenidos, acertara em cheio um soco no rosto da ruiva, fazendo com que a garota caísse desacordada no chão. – E isso foi por me fazer correr e suar como uma porca. Lestrange não correm, muito menos suam.
Os outros comensais riram bastante da atitude da líder. Não era a toa que ela era o braço esquerdo, já que seu marido era o braço direito de Voldemort.
-Você sabe o que fazer, Jugson. – dizendo isso aparatou do jardim da casa dos gritos. O comensal pegou a ruiva e jogou-a sem o menor cuidado por cima de seu ombro e também desaparatou, seguindo Lestrange. Ficando apenas Mulciber e Avery.
Mulciber empunhou sua varinha e mirou para o alto. Murmurando algumas palavras, saíram de sua varinha um jato de luz vermelha brilhante. Avery fez sinal para que desaparatassem logo dali. Num piscar de olhos os dois sumiram do lugar.
Harry sentiu mais uma vez aquela sensação chata e angustiante. Balançou a cabeça tentando afastar tais pensamentos, Ginny sabia muito bem se cuidar sozinha, mas aquela sensação não ia embora de jeito nenhum.
Tentou se concentrar em outra coisa, mas era quase impossível, já que Rony e Hermione estava prestes a cair na porrada. Discutiam algo sobre Rony ter que vestir um traje de gala no casamento. E este ainda traumatizado com o Baile de inverno negava categoricamente. Harry revirou os olhos e foi em direção a vitrine da loja de artigos de quadribol, deixando os amigos discutindo no meio da rua. Naquela semana fora lançado uma nova vassoura, muito mais potente que todas as outras juntas. Pensava em se dar uma folga e gastar um pouco, como todo adolescente.
Fixou o olhar em sua imagem refletida na vitrine, como estava acabado, nem parecia ter dezessete anos, se parecia mais com um homem de trinta e poucos que carregava o peso do mundo nos ombros. Suspirou cansado, ajeitou os óculos e fixou o olhar em sua cicatriz.
Desde que chegou na vila ela não parava de latejar, mas até aquele momento era uma dorzinha suportável, mas estava aumentando. Olhou mais uma vez para os amigos e viu os dois se agarrando no meio da rua. Balançou a cabeça, aqueles dois não tinham jeito mesmo. Olhou ao seu redor, estava tudo tão calmo, alguns alunos andavam pela rua, outros mostravam o que tinham comprado uns aos outros. Tudo estava calmo, calmo até demais.
Sem aviso a dor em sua cicatriz aumentou drasticamente, teve que se apoiar na vitrine, seus olhos escureceram por segundos. Pode ouvir uma gargalhada invadir seus tímpanos. Soltou um gemido involuntário. Rony e Hermione percebendo que o amigo não estava bem, correram ao encontro do moreno.
-Harry, está tudo bem? – perguntou Hermione preocupada. Harry nada respondeu, continuou olhando para o nada ofegante. Os dois namorados trocaram olhares, sabia que a cicatriz estava doendo, de uns meses para cá ele sempre ficava naquele estado quando sentia dores na cabeça.
Harry sentiu seus olhos escurecerem outra vez, e perdendo o controle sobre seu corpo caiu ajoelhado com as mãos na cabeça. Sua cicatriz ardia, era como se estivesse sendo queimada.
-Harry, você não está nada bem. Temos que te levar para o hospital. – disse Hermione. Rony se agachou e pegou no braço do amigo, passando sobre seu ombro. Apoiado no amigo, Harry fez um esforço tremendo e se levantou, suava bastante e tremia ligeiramente.
Hermione se colocou do outro lado de Harry e também o ajudou a ficar em pé. Começaram a andar em direção ao bar da Madame Rosmerta, lá usariam a lareira. O moreno não estava em condições de aparatar. Caminhavam rapidamente, e ao entrarem no bar deram de cara com Luna que segurava um sorvete que soltava faíscas.
-Luna! – exclamou Rony. – A Ginny está contigo?
-Não. – Luna achou estranho, fazia dias que não via ou mesmo falava com sua amiga ruiva. – Eu estava procurando-a. Vocês não a viram, não é?
O trio arregalou os olhos. Essa não, Ginny não tinha ido ao encontro de Luna. Harry se soltou dos braços dos amigos e já se preparava para ir atrás de sua namorada. Quando correndo ao encontro deles, puderam ver Neville correndo no meio da multidão de alunos que saiam da loja de doces.
Neville parecia bastante assustado e pálido. Parou em frente ao trio impedindo que saíssem. Harry esperou impacientemente que o amigo recuperasse o fôlego e lhes explicasse o motivo da correria.
-Ha...Harry...- respirou fundo. Estava em péssima forma, isso tinha que admitir. – Tem um recado pra você.
-Onde? É da Ginny? – Neville apenas balançou a cabeça e apontou para a casa dos gritos. Harry entendendo o recado saiu correndo deixando pra trás os amigos.
-O que aconteceu Nev? – perguntou Hermione. O garoto que parecia ter visto um fantasma apenas balançou a cabeça negativamente, sentando no meio fio. Rony não esperou que o grifinório recuperasse o fôlego, saiu correndo atrás de Harry, e Hermione sem ter o que fazer, foi atrás. Luna sentou ao lado de Neville e lhe ofereceu um copo com água. Neville pegou o copo agradecido e bebeu de uma vez toda a água.
Harry corria como nunca correra em toda sua vida. Podia sentir que sua namorada estava em apuros. Sentira aquela sensação a tarde toda, mas fez de tudo para ignorá-la e agora seu amor estava correndo perigo. Idiota!
Rony e Hermione corriam logo atrás de Harry, aceleraram para que pudessem alcançá-lo, mas não fora preciso correr muito, logo avistaram o moreno parado na colina da casa dos gritos, olhando para o céu aterrorizado. Os dois se puseram ao lado de Harry e voltaram sua atenção para onde o amigo olhava. Rony ficou paralisado, Hermione levou as mãos à boca, seus olhos encheram de lágrimas. Os três não disseram nada, apenas respiravam pesadamente enquanto olhavam atentamente para aquelas letras de fogo que pairavam cintilantes no ar.
“Harry Potter, me encontre em Godric’s Hollows. Tenho algo que lhe é muito precioso. Venha sozinho.”
Não, aquilo não podia ser verdade. Tinha que ser apenas uma brincadeira de muito mal gosto; precisava que fosse.
Fechou os punhos, dessa vez Voldemort se arrependeria de ter nascido. Hermione abraçou o noivo e chorava descontroladamente. Rony alisava os cabelos da garota, tentando em vão acalmá-la. Mas de que adiantava, se ele mesmo estava desesperado? Como diria a sua família que sua irmã fora seqüestrada. Ela era sua responsabilidade e ele se descuidara. Mas faria de tudo para ter sua irmãzinha de volta. Isso ele teria.
Rony e Hermione entrelaçaram a mão e saíram lentamente. Harry não se mexeu um milímetro, já estava bolando uma maneira de recuperar seu bem mais precioso e dessa vez teria que ir sozinho. Sem amigos, sem Dumbledore, sem aurores, dessa vez teria que agir sozinho. E se comprometeria a matá-lo. Daquelas ruínas apenas um sairia vivo. Voldemort ou Harry Potter.
O destino do Mundo Mágico estava em suas mãos pela última vez. Agora era matar ou morrer.
§ (Continua...) §
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N/As: Oláa!
Ufaaaaa! Depois de horas passadas madrugada adentro no MSN finalmente nasceu nossa bebê!
Yngrid e eu passamos meses escrevendo “RF”, colocamos nosso coração aqui e esperamos que vocês, caros leitores tenham gostado do primeiro de muitos capítulos.
Esperamos ansiosas suas criticas, sugestões, estamos aceitando tudo de bom grado! Contanto que nos mandem Reviews...
Beijinhuxxx.
Yngrid & Oráculo.
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