O casamento de Gui



O olhar de Duda não permitia que Harry lhe dissesse mas nada, então, Harry foi embora. Viu ao sair o sr. e a sra. Weasley, Gui e Carlinhos conversando animadamente com Gina, Rony e Hermione. Era uma família feliz, era uma família e não entendia como Rony um dia ainda pode ter inveja dele. Era ele quem devia ter inveja do Rony.
- Oi gente!
- Oi, Harry.
A sra. Weasley foi até ele e o beijou. Sempre o tratava como um filho e na Toca Harry viveu momentos e sentimentos que não pode experimentar em nenhum outro lugar, nem mesmo em Hogwarts.
- Como vai, Harry? – Interveio Arthur, fazendo com que Molly lhe soltasse.
- Bem.
- Ótimo! Podemos ir? – Carlinhos perguntou meio assustado.
- Tem alguma coisa acontecendo? – Harry quis saber.
- Nada a mais do que já está, querido. – Molly se apressou a dizer. – É que não são tempos para se conversar na rua. – E olhando pro resto do grupo – E, além disso, temos muito o que fazer, não é?
- Ah, não! – Exclamou uma triste Gina.
- Ah, sim! – A senhora Weasley falou com firmeza.
Foram se arrumando como puderam. O senhor Weasley pegou na mão de Harry, lhe deu um sorriso, ao qual Harry lhe devolveu feliz. A Sra. Weasley se juntou a Gina. Carlinhos a Rony e para ajudar, já que a viagem era longa, Hermione se achegou a Gui. Harry sentiu seus pés deixarem o chão e a mesma ânsia e a mesma sensação que sempre sentia quando aparatava. Em poucos segundos ele viu, após ter de novo seus pés no chão, a Toca.
O Sr. Weasley o soltou. Todos se olharem a busca uns dos outros e para se certificar de que tudo correra bem.
- Chegamos! Anunciou um animado Arthur.
- Vamos entrar! A Sra. Weasley quebrou o encantamento que protegia a casa e eles entraram.
A sala da casa estava preparada para uma festa, mas o casamento de Gui ainda ia demorar três dias. Gina chegou perto de Harry, beijou o seu rosto e disse:
- Feliz aniversário, querido!
Harry não conseguia falar. Como podiam ter pensado no aniversario dele enquanto tantas coisas aconteciam. Com a morte de Dumbledore e o casamento de Gui, seu aniversário deveria ser anulado. Mas, não. Aquela família estava sempre presente. Era a sua família.
Todos os Weasley estavam ali, Tonks, Lupin e Hagrid também. A sala da casa da toca se transformou em um salão de festas muito animado, fazendo com que Harry se sentisse um jovem normal, com sua família amada, comemorando que agora podia ser responsável por si mesmo. O que ele podia querer mais?
Mais havia. O que ele queria foi chegando devagar. Seu cheiro floral lhe invadindo o peito. Gina. Gina completava tudo, deixava tudo mais bonito, perfeito, a ponto de não parecer real.
- Feliz aniversário, Harry!
Seu sorriso não podia ser maior frente a felicidade que Gina deixava transparecer por estar a seu lado.
- Isso foi idéia sua?
Ela sorriu maliciosamente, como só um Weasley sabe fazer bem.
- Digamos que sim.
A criatura batia no coração de Harry. Sentia que de alguma forma todos os presentes olhavam para eles, mas, incrivelmente, não se importava. Que vejam, pensavam, que vejam que essa menina sapeca me desarmou. O que eu posso fazer, se não consigo ganhar desse sorriso e desse olhar.
- Obrigado!
E dito isto, puxou-la para junto de si e a beijou. Longa e demoradamente, sem se importar com os olhares de todos os seus irmãos e de seus pais. Sem se importar com mais nada naquele momento que não fosse Gina e o que ela lhe representava.
- Por Merlim!
A voz da sra. Weasley finalmente saiu e eles se soltaram.
- Não podia querer alguém melhor pra minha caçula.
E Harry estava agora muito envergonhado. Percebendo isso, Hermione correu a seu encontro para lhe cumprimentar, seguida por Rony e logo pelos demais.
Foi o melhor aniversário de Harry. O melhor da sua vida inteira. Conversaram durante longas horas, enquanto comiam as delicias preparadas por Molly. Gina ao lado de Harry. Rony encostado em uma parede e Hermione encostada nele. Fleur acariciando Gui. Tonks e Lupin não tão colados, mas lado a lado. E os demais espalhados pela sala.
- Então Hogwarts vai mesmo abrir!
Harry agora mal podia esperar para respirar aquele ar de novo.
- Sim, Harry.
Lupin lhe respondeu.
- E vocês têm um professor novo de Defesa contra as artes das trevas.
Tonks falou sorrindo, como se fosse ela que seria a professora.
- Tonks!
Lupin lhe olhou sério.
- Ah, Remo! O que te custa contar? Se não dizer eu digo.
- Do que vocês estão falando?
Hermione não estava entendendo xongas da conversa.
- É só que... bem... é que eu recebi o convite de... de ensinar DCAT.
- E você aceitou?
Harry não podia ver melhor pessoa para isso. Snape fora culpado para que ele abandonasse o cargo que exerceu um ano na escola.
- Bem...
- Ele aceitou, claro. É o sonho da vida dele.
Todos na sala se movimentaram em vivas e em abraços e apertos de mão com Lupin. As coisas pareciam perfeitas demais aquele dia. Eles nem pareciam estar vivendo no meio de uma guerra.
Foi então que uma coruja entrou por uma das janelas e procurou entre todos o sr. Weasley. Ele retirou a carta um pouco apreensivo e seu olhar foi se tornando mais triste, mais confuso, a medida que lia a carta.
- Que aconteceu, Arthur?
A sra. Weasley estava amedrontada.
- Más notícias, Harry.
- O que houve?
- Sua casa foi atacada pelos comensais da morte.
- Minha casa?... A casa de Sirius?
- Sua tia e seu tio.
- Os Dursley?
Harry estava completamente abalado. Mais gente inocente morreu por sua culpa. Sua família estava se acabando. Estavam excluindo todos. Trouxas e bruxos. O que Voldemort pretendia com isso.
- Vamos, Harry. O ministro que nos ver.
- O que ele pode querer?
- Harry... Venha comigo.
- Eu vou com vocês!
- Não, Gina, querida. É a família do Harry.
- Então, papai, é a minha também.
O sr. Weasley não tinha mais o que dizer e Harry ficou feliz por ele ter permitido que Gina estivesse a seu lado. Subiram em suas vassouras e se dirigiram ao Ministério da Magia. Nenhum ousou falar. Na cabeça de Harry ficava a pergunta: E Duda? O que fizeram com Duda?
Ao entrar na sala do Ministro sua pergunta foi respondida. Lá estava Duda sentado, triste, mas não assustado, dando a Harry um sorriso amarelado e lhe estendendo a mão.
- Me desculpe, Duda. Seus pais, não... Eu não podia ter permitido isso.
- Não foi culpa sua.
- Sim, foi! Eu devia ter lembrado que a casa de vocês não tinha mais proteção. Eu devia ter pensado, ter pedido ajuda, mas eu...
Eles se abraçaram. Eram os únicos sobreviventes da família. Aos poucos, Voldemort vencia. Deixava Harry em igual posição a ele.
- Bem, Harry – Interveio o Ministro – espero que acredite que se pudéssemos fazer alguma coisa, teríamos feito. Mas, dois dos meus aurores morreram tentando salvar sua tia, eles falharam. E eu sinto muito. Sinto muito que estejamos perdendo para Você – sabe – quem. É realmente lamentável.
Rufo parecia bastante abatido e muito mais velho. Não restava dúvidas de que estavam tentando, mas nada era capaz de parar Voldemort. Duda olhou para o ministro e lhe agradeceu pelo que fez.
- Bem, se talvez seu primo nos ajudassem...
- Hoje não, Ministro. Não quero falar.
E o Ministro se calou. O sr. Arthur achou melhor levar Duda para casa dele, onde poderiam conversar a vontade. E Harry agradeceu por mais uma vez a Toca ficar a sua disposição. Mal podia acreditar, mas Duda precisava ficar sob sua proteção.
Em casa Duda contou como se escondeu em um dos banheiros e como os comensais mataram seus pais.
- “Cadê o moleque? Cadê o moleque? Aonde está Harry Potter?” Eles não paravam de gritar isso, Harry. Mas eu percebi que eles também estavam com medo. Provavelmente não sabiam da minha existência.
“Mas seus pais nada disseram, e pagaram isso com a vida.”
“Sabe, Harry? Estou orgulhoso dos meus pais. Eles aprenderam com você, e preciso te agradecer.”
- Me agradecer? Por minha culpa teus pais estão mortos.
- Sei que estão felizes.
E Harry não disse mais nada. Até o dia do casamento de Gui ele mal saiu do quarto de Rony, com quem estava dividindo o quarto. Não parava de pensar numa maneira de acabar de uma vez com Voldemort. As horcruxes, sabia que tinha de ir atrás delas, mas ainda tinha a conversa com McGonagall e o que ele pretendia forçando Harry a estudar a sua própria história.
Entre mortos e feridos, o dia do casamento chegara e a casa estava ainda mais agitada. A cerimônia ia se realizar nos jardins da Toca. A família estava triunfante com os preparativos do primeiro casamento entre eles. Duda ajudava como podia, nos trabalhos que a magia não ajudava muito. Fazia um dia lindo de calor. Harry ouvira quando Molly veio chamar Rony para ajuda-la, mas Harry não quis se levantar da cama. E a senhora Weasley parecia entender isso perfeitamente.
Em pé, na janela do quarto de Rony, Harry se assustou ao ouvir o barulho da porta se abrindo. O cheiro floral invadindo o quarto.
- Oi, Harry!
- Oi!
- Mamãe mandou perguntar se você quer comer alguma coisa?
- Não. Muito obrigado, Gina.
- Você não pode ficar sem comer. Gostaria muito de saber se está resolvendo seus problemas, se estar diminuindo suas dúvidas.
Harry riu. Incrivelmente, mais uma vez, Gina tinha toda a razão, mas ele não tinha fome. Não estava sentindo nada, exceto, o cheiro de Gina e seu coração apertado.
- Você não me respondeu.
- Você não entenderia.
- Tente me dizer e serei muito mulher de admitir se não lhe compreender.
Harry não podia lutar contra o olhar de Gina. Ela simplesmente o desarmava.
- Eu não sei o que estou sentindo direito, sabe, acho que ele ganhou, ele está ganhando e eu aqui esperando um casamento, como fiquei naquela festa e olha o resultado.
- Quando vai perceber que a culpa do que acontece no mundo não é sua?
- Nunca. Por que a culpa é minha.
Gina estava muda, não sabia mais o que fazer. Sofria vendo Harry sofrer, mas não sabia como mudar essa idéia que ele acabou fixando, essa culpa que a vida acabou por colocar em suas costas. Ele mal olhava para ela. Queria que ela saísse, que o deixasse sozinho.
- Tudo bem, Harry. Eu entendi. Está se culpando por que veio para minha casa ao invés de ir procurá-lo e matá-lo, não é?
- É mais ou menos isso.
- Então, arrume suas coisas, vamos partir.
- Mas e o casamento do Gui?
- Pouco me importa quando o comparo a um sorriso teu.
Ela conseguiu. Harry, não apenas por Rony, nem pelos Weasley, nem por nada, Harry sentia que devia estar presente nesse casamento e ficaria. Ficaria satisfeito. Tinha seus amigos e Voldemort não sabia o gosto de se ter amigos, amigos de verdade, sem interesse, sem medo.
- Não podemos ir.
- Eu sei que não.
- E eu, eu não sei o que seria minha vida sem você, Gina.
Ela não esperava por nada daquilo. Queria apenas ajuda-lo. Não pode se conter, no entanto, e pulou nos braços de Harry. Eles formavam uma dupla e tanto, ninguém podia negar.
Na hora marcada para o casamento o jardim começou a se encher. Harry ficou ao lado de Hermione e Rony. Poucas pessoas foram convidadas e menos ainda compareceram. Praticamente, reuniram-se as duas famílias.
A família de Fleur era, assim como ela, de beleza incontestável. Sua mãe, parecia uma espécie de futuro dela, possuindo o mesmo rosto, o mesmo olhar, o mesmo corpo e, o que diferenciava, uma expressão real, ao contrário da expressão de fantasia de Fleur.
A família de Gui, trazia seus ruivos e dificultava a vista, toda aquela multidão de cabelos vermelhos, no jardim dos Weasleys. Harry percebeu que uma mulher se aproximava. Pelos cabelos, só podia ser tia de Rony.
- Rony!
Ela falou emocionada enquanto apertava as bochechas de Rony por alguns minutos. Só depois que o soltou foi que ela olhou para Hermione e, então, para Harry.
- Você...
- Sou o Harry. Muito prazer.
- Meu Deus, mas a gente não sabia que você estaria aqui.
- Sempre passo o fim de minhas férias aqui.
A mulher fez menção de falar mais alguma coisa mais Rony, bastante chateado pelo que Harry percebeu, interveio.
- Essa é minha tia Muriel, Harry. Hermione. E tia, papai não quer que fiquem enchendo o Harry, então...
- Que modos, Rony. E logo você, o meu preferido.
- Tia, papai não quer...
- Pouco me importa o que seu pai quer. Sou uma Weasley, não obedeço ninguém.
- Será que é por isso que nunca se casou?
Mais nesse instante a sra. Weasley apareceu, ninguém percebeu de onde e se colocou entre eles.
- Muriel, querida.
- Seu filho me tirou do sério.
- Me desculpe, foram ordens minhas. Pedi para que ele não deixasse que ficassem enchendo o Harry, ele não gosta, Muriel.
- Eu vou procurar pessoas mais educadas para me sentar. Até, Molly.
E dizendo isso a mulher se afastou. Harry estava com vergonha, não queria que a família brigasse por causa dele, estava se sentindo péssimo. Molly respirou umas três vezes e olhando para Harry logo percebeu.
- Oh, Harry, não se preocupe. Sempre brigamos.
- Não me importo se me pergunta as coisas, sra. Weasley. Sério. Estou bem, estou em família.
E Molly o abraçou demoradamente. Soltaram-se quando ouviram a música começar. Molly emocionada, Harry querendo entender o que estava acontecendo. Quem está cantando? Por que cantar? Mas a música o impedia de pensar e lhe incentivava a olhar para frente, mais além, aonde as cadeiras estavam agrupadas em círculos, só então Harry observou.
E Harry viu Gui surgindo magicamente no meio no círculo, onde já se encontrava um homenzinho baixo vestido numa túnica preta. Gui, estava vestido num traje de Gala branco muito bonito. Seu rosto já não era mais o mesmo, mais ele não tinha ficado realmente feio, apenas diferente, parecia pertencer a outra família, não fosse também seus cabelos ruivos. Tinha um olhar de grande expectativa. A música cessou.
E logo após outra começou, ainda mais bonita e encantadora. Harry percebeu certo rebuliço entre a família de Fleur e entendeu logo por que. Fleur, assim como Gui, apareceu magicamente ao lado do seu noivo, mais linda do que um dia Harry imaginou que uma mulher pudesse ser. Não tinha agora no jardim quem não a olhasse boquiaberto. E dessa vez, pensou Harry, Hermione não tinha como ficar chateada com Rony.
E quando a música acabou o homenzinho deu inicio a celebração.
- Sabemos que estamos aqui para união desse lindo casal e não nos é necessário, vou explicar isto apenas porque a mãe do noivo me pediu, fazermos um casamento como os dos trouxas.
“Subtende-se meus queridos que se estão é porque querem realmente se casar e por isto não se faz necessário fazermos tal pergunta.”
Então o casamento é diferente dos casamentos dos trouxas, pensou Harry. Uma vez tinha ido a um casamento com os Dursley porque a senhora Figg estava doente.
- Mas é preciso deixar vocês bem cientes do passo que estão dando. Unir-se significa ser só um. E ser um sendo dois não é tarefa que qualquer bruxo possa fazer. Por que é sempre preciso que um ou outro abra mão de uma coisa ou outra. É preciso manter certo equilíbrio que mesmo os bruxos mais inteligentes podem não conseguir.
“Mas, também, casar significa, querer ser um. É prova de amor eterno, é jura, é promessa, é voto. Por tanto, comecemos. Guilherme!”
E Gui estendeu o braço e o homenzinho fez um corte. Depois olhou para Fleur e ela fez o mesmo. A mãe dela desmaiou, mas ela nem ao menos olhou. Estava chorando e pela expressão facial que ela exibia, era de felicidade.
E o homem uniu os dois braços nas partes cortadas. Harry entendeu. A união do sangue dos bruxos. O voto.
- Assim – falou outra vez o homem – como representante escolhido pelo casal, faço de vocês apenas um, pelo sangue, que significa aqui a vida de ambos que agora corre pelo mesmo caminho e em busca do mesmo objetivo.
“Peço silêncio de todos e que acalmem os nervos, pois, chegou a hora do juramento.”
Harry viu Gui respirar três vezes, o homenzinho ainda segurando o braço dele junto ao de Fleur e começa a falar, entrecortado, nervoso, quase chorando.
- Juro a você..., a você Fleur, que... que nesse momento eu faço parte de você.
“Juro que... que conseguiremos o equilíbrio professado...”
“Que criaremos... os filhos gerados.”
“Que... nos amaremos até que eu... até que eu seja liquidado.”
Ao terminar, ele estava chorando. Aliás, muitos dos presentes estavam chorando. E Harry viu Fleur também respirar e começar a falar.
- Jurro a vocé Gui, que nessê momente eu faço parté de vocé.
“Jurro que conseguirremos o equirríbrio porfessado...”
“Que criarremos os filhos gerrados.”
“Que nos amarremos até que eu seja riquidada.”
E as pessoas acudiram em vivas e palmas, todas em pé, olhando o casal que acabara de se formar. E mais uma vez Harry a música que se formara na hora em que Fleur apareceu e todos se sentaram. Agora, Gina e Gabrielle apareceram, cada uma com um cesto e os entregaram aos noivos. Gina a Gui, Gabrielle, naturalmente, a Fleur.
E Harry viu como Gina estava encantadora naquele vestido. Ela estava perfeita. Precisava ser roubada dali, pensou. Mas não faria nada, em breve partiriam, partiriam em busca do mal.
E Gui e Fleur se puseram a jogar pétalas de rosas nos convidados para a ocasião. Fleur nos convidados de Gui e Gui nos convidados de Fleur. Quando acabaram mais uma vez as pessoas explodiram em vivas e palmas, ficando em pé mais uma vez e então as cadeiras em que estiveram sentados desapareceram e apareceram no jardim algumas mesas, bastante grandes e cheias de comida que as pessoas, imediatamente, apreciaram.
Harry estava achando o casamento bruxo encantador, mas, para onde fora Gina? Ele olhava entre os convidados, mas não podia vê-la. Ela esteve linda! E ele queria tê-la agora com ele. Sua parte teria sido feita e ela já devia estar com ele. procurando por ela, Harry não percebeu que ela chegava devagar, bem a suas costas. Ele sentiu seu corpo de arrepiar quando ela beijou seu pescoço e deve uma sensação bastante nova e estranha, mas maravilhosa, quando ela lhe sorriu, agora já sem o vestido em que apareceu no meio do jardim.
- Em que estava pensando?
- Em mim?
- Sim. Estava lhe procurando naquele monte de gente.
- Já me encontrou.
- Posso fazer o que eu quiser com você agora?
Gina riu. Harry parecia o mesmo de sempre. Parecia o garoto a quem as aventuras sempre procuravam. Não parecia o homem cheio de grilos e culpas que ele estava sendo há alguns dias.
- O que você quiser?
- Sim, o que eu quiser. Se você deixar, é claro.
Harry também ria. A companhia de Gina era uma das coisas em que ele tinha prometido se apegar para mostrar a Voldemort que eles são diferentes, por que ele tem gente que o ama e ele mesmo é capaz de amar.
- Vou me arriscar, mas... Cuidado com o que vai fazer comigo, está bem?
- Acha mesmo que não vou cuidar de você?
- Acho que me defenderia com a vida, Harry. Jamais duvidarei disso. Eu amo você.
E eles se beijaram e se deixaram ficar ali por alguns minutos abraçados. Sem pensar nada, sentindo apenas o que um podia oferecer ao outro e se agarrando ao que lhe era concedido. E o mundo poderia muito bem ter acabado, que eles pouco se importavam. Cada um estava nos braços da paz.
Rony, que esteve ao lado de Harry durante toda a cerimônia, pegou na mão de Hermione e foram caminhar pelo jardim, em meio às pessoas, deixando que os dois ficassem sozinhos, já que desde o incidente ocorrido na casa dos tios de Harry ele não tinha saído muito do quarto. Era hora do amigo ter um pouco de felicidade.
Harry a soltou e pegando em sua mão a conduziu para um lugar que uma vez tinha visto pela janela do quarto dos gêmeos. Ela lhe acompanhava calada, não ao menos perguntou para onde iriam, pois confiava cegamente em Harry. Ele sorria, se tivesse parado pra pensar a alguns anos atrás na possibilidade de namorar Gina ia chamar a si mesmo de palhaço. Também, pudera, como podia essa Gina ser a mesma Gina que mal conseguia falar na sua frente, que derrubava tudo, que tremia só de ouvir o seu nome?
Eles chegaram em um lugar circulado por árvores, o perfume em sintonia com o cheiro de Gina, aquele cheiro floral que sufocava Harry toda vez que o sentia. Gina lembrou-se de quando era criança e de como gostava de ficar entre aquelas árvores quando estava triste ou alegre demais. Lembrou-se que foi para aquele lugar que ela foi antes de ir pela primeira vez para Hogwarts. Harry não podia ter escolhido lugar melhor para eles ficarem um pouco juntos.
Harry deitou-se entre as plantas rasteiras que preenchiam o solo daquela região olhando as nuvens e os pássaros que passavam por ali. Sentindo o cheiro de Gina lhe invadindo a alma cada vez mais a dentro.
Gina contemplava a olhar de Harry. Queria entender que tipo de magia havia envolvido Harry hoje, que tipo de magia o havia feito amar, sentir de novo coisas boas, tirar dele aquele olhar de quem esperava a morte chegar a qualquer momento.
- Gina...
- Sim...
- Vem! Deita aqui do meu lado. Me deixa ficar um pouco perto de você.
Gina riu. Sabia que não podia negar isso a Harry, não podia negar isso a ela mesma. Queria mais do que tudo ter bons momentos pelos quais brigar na briga pelo vida de Harry, na briga pela sua própria vida.
Quanto tempo eles ficaram ali, mudos, juntos, eles não perceberam. Ambos se apegavam a isso pelo mesmo motivo, da mesma maneira. Só há uma conclusão que se pode tirar disso: Eles foram feitos um para o outro e ponto final.
- Harry, acho que está na hora da gente ir embora, meus irmãos já devem ter enlouquecido me procurando.
- Se preocupa com isso?
- Com meus irmãos? Claro que não. Mas com meus pais, sim. Imagine como minha mãe está nesse momento.
E ele se levantou e ajudou-la a se levantar. Bem como estiveram mudos durante o tempo em que estiveram juntos, foram embora mudos. Nada precisava ser dito, diante da paz que ambos sentiam pelo momento que tinham vivido.
Harry percebeu que não havia mais quase ninguém no jardim. A família de Fleur não estava mais, nem Fleur e nem Gui. A senhora Weasley correu ao encontro deles desesperada.
- Aonde vocês estavam?
- Calma, mamãe. Harry quis sair um pouco daquelas pessoas.
- E você não podia ter me dito. Você quer me matar, Gina?
- Que mal faz, mamãe. Eu estava com o Harry. Nada podia ter me acontecido.
A mãe respirou, com certeza concordando com ela, mas sem tirar a cara séria de quem não estava convencida. E Harry viu Duda se aproximando também. Foi então que Harry lembrou o presente que Duda lhe havia dado. Havia esquecido completamente do embrulho.
- Não se preocupe, sra. Weasley. Gina, eu vou subir, acabei de lembrar de uma coisa.
- Eu vou com você.
- Nada disso, Gina. Temos coisas para fazer.
E ela não ia poder contrariar mais a mãe, não podia fazer nada. Harry deu-lhe um sorriso de não posso fazer nada e saiu. Nesse momento Duda chegou perto dele.
- Aonde você tava, Harry?
- Agora não vai dá, Duda. Eu desço pra jantar, prometo.
Harry acrescentou mediante o olhar de Duda de quem não podia acreditar.
- Vou te esperar – Duda gritou.




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