Ciúmes
Haviam se passado duas semanas desde que Harry retornara para a sede da Ordem da Fênix, sua propriedade desde a morte de seu padrinho. A casa permanecera funcionando mesmo depois que seu mentor, e líder da Ordem, morrera. Com o consentimento de Minerva McGonagall, nova diretora de Hogwarts, Dobby fora enviado para a Sede, a fim de ajudar no que fosse preciso, ao que o elfo concordou imediatamente. Agora, mesmo sob os resmungos de Hermione, a casa vivia limpa e arrumada. Tudo estava como da última vez que lá estivera. Agora, porém, sem a presença de Sírius. A casa passara a ser uma espécie de dementador, sugando sua alegria, sempre que dele se lembrava.
Entrou no quarto, destinado e ele e a Rony, e caiu na cama. Fazia mais um dia de verão, só que chuvoso e frio. Algo anormal nessa época, todavia, Harry, assim como os outros, sabia que isso se devia as ações dos comensais da morte. Parecia até que eles estavam o estigando a ir atrás deles para lutar. Algo que ele adoraria fazer, não fossem os Weasley. Era isso o que estivera pensando nos últimos tempos, mas sempre pegava-se pensando nos outros. Se ele morresse seus amigos iriam sofrer as conseqüências.
Seus pensamentos, porém, voltaram-se para a garota que o tirara da casa de seus tios, Annabelle. Sem dúvidas ela o impressionara. Todavia ele nunca mais a vira. Sabia, porém, que ela aparecia para as reuniões, pois Fred e Jorge, membros desde o ano passado(quem foi o louco que permitiu isso!), contavam que ela parecia, falava o que descobria futricando, como ela mesma usava, conversava em particular com Lupin e McGonagall e se retirava, sem esperar pelo fim das reuniões. Isso sim era intrigante. Como alguém que fazia parte da Ordem não queria ouvir o que os demais tinham para falar. Era como se ela só coletasse informações , as repassasse e o resto era com os mais velhos. Era mais uma coisa que teria que descobrir. Como se sua cabeça não estivesse cheia por causa das Horcrux e a profecia.
Ele recordou, então, das teorias malucas de Hermione, e seu desespero, para tentar desvendar as siglas do bilhete; R.A.B. Até mesmo Gina entrara nessa, contra a sua vontade, para tentar achar um sentido, ou nome, para aquilo. Suspirou cansadamente ao notar que nessas semanas todas eles continuavam na estaca a zero. É, ia ser muito mais complicado do que ele pensara quando recebera a missão de destruir, em definitivo, Voldemort. E, enquanto não concluirmos isso ele continua a matar e destruir famílias inteiras, pensou.
Outra coisa que vinha o perturbando era a ausência freqüente de Lupin, Tonks e a preocupação da Sra. Weasley nos últimos dias. Era como se algo estivesse acontecendo e eles não pudessem saber do que se tratava. Será que algo tinha acontecido. Não, caso contrário eles diriam, não é, pensou.
- Harry! Posso entrar?
Uma vozinha doce e delicada despertou-o de seus devaneios fazendo-o se sobressaltar ao ver a hora, quase seis da noite. Nem havia notado o quarto a escurecer. Somente agora, cem por cento desperto via que a única fonte de luz do quarto provinha da lua, entrando sorrateira pela janela.. Levantou-se rapidamente e, acostumado com a escuridão, abriu a porta. Péssima idéia. Seus olhos arderam com a claridade do corredor, fazendo-o fechar os olhos rapidamente com uma careta. Quando, finalmente, se acostumara coma a claridade ele pôde ver Gina o olhando divertida.
- O que foi? – Harry perguntou, esfregando os olhos na tentativa de faze-los parar de apresentar pontinhos brancos. Isso o estava irritando.
- Você! Isso foi engraçado! – e ela caiu na risada.
- Você não veio aqui rir da minha cara né, Gina? – ele perguntou enquanto via sua ex-namorada tentando parar de rir.
- Não! Hum! ... Mamãe está chamando para o jantar, já que você não desceu para o almoço! – ela falou, e Harry notou um quê de preocupação.
Harry suspirou pesadamente. Ele não se isolara conscientemente, uma vez que nem tinha visto o tempo passar. Ele ficara tão perdido nos pensamentos que quando deu por si, já havia anoitecido e Gina o chamava. E, olhando o relógio, constatou que não comia nada desde o café da manhã. Isso só serviu para acordar seu estômago, o qual soltou um longo ronco, fazendo Harry corar de vergonha.
- Ah! É ... desculpe! ... é que eu fiquei pensando e ... e ... acabei nem vendo a hora passar! ... desculpe! – Harry, por fim, baixou a cabeça.
- Pelo quê? – ela perguntou, colocando a mão no queixo de Harry, fazendo-o encara-la.
- Por tê-los preocupados! – ele sussurrou em resposta.
- Então ta perdoado! – e sorriu, sendo seguida.
Eles, então, começaram a ir para a cozinha. Para Harry o caminho parecia ter ganho alguns metros a mais, tamanho era a demora para chegarem as escadas. Quando a alcançaram ele fê-la ir na frente, de modo a não demonstrar hesitação. Ele, ainda, arrependia-se de ter terminado o namoro. Mas, também, ele não a queria em perigo. Já bastava ter os outros membros daquela família, que ele considerava sua, lutando na Ordem. Nunca se perdoaria se algo acontecesse a Gina. Suspirou. Tão perto e tão longe, pensou, observando os cabelos ruivos dançarem à sua frente.
Quando chegaram a cozinha a Sra. Weasley puxou Harry e colocou-o no banco, fazendo-o se sentar com um baque surdo. E, em um piscar de olhos, a comida já estava no seu prato. E que comida. Era tanta que ele ficou se perguntando onde colocaria tudo aquilo. Ele olhou para a Sra. Weasley, em uma pergunta muda, se era para ele realmente comer tudo aquilo, ao que ela respondeu som um olhar severo. Sem alternativa ele começou a comer, sendo observado por ela. E sentindo que os amigos deviam estar achando muita graça daquilo tudo, embora não ouvisse nenhum som.
Ao fim da refeição Harry, Rony, Hermione, e Gina, foram expulsos da cozinha sob a notícia de que haveria uma reunião da Ordem. Só então, Harry a viu. Annabelle estava sentada ao lado de Tonks, parecendo um pouco preocupada e abatida. Os cabelos negros presos em um coque, deixando algumas mechas soltas. Tinha um casaco branco de tricô por sob uma blusa azul-bebê, calça jeans azul marinho, combinando com a blusa. Pego de surpresa ele a viu olhar em sua direção. Só então reparou na cor deles, roxos puxando para o lilás. Ela sorriu e ele retribuiu antes de sair da sala tendo o seu braço puxado por Gina.
Quando chegaram ao quarto, onde ele e Rony dormiam, os quatro entraram. Gina por fim soltou o braço de Harry com tal violência que suas unhas marcaram o braço do rapaz. Ele o massageou, completamente confuso com a atitude de Gina. Sem perceber Rony e Hermione haviam deixado-os a sós. Ele encarou a ruiva a sua frente. Ele estava com as orelhas vermelhas, o que indicava irritação. Ela andava de um lado para o outro com os braços cruzados olhando para o chão. Harry até ficou com receio de se dirigir a ela. Mas como ela não dizia nada decidiu entender o que estava acontecendo.
- Gina! Por que você fez isso? – Harry a olhou ansioso.
- Por quê? – ela o olhou – Você ainda pergunta Harry? – ao ver o olhar de pura confusão, Gina bufou – Você estava todo bobo olhando para Any, e você ainda pergunta porque eu fiz isso? Ah! Tenha paciência.
Harry ficou olhando-a andar de um lado para o outro gesticulando raivosamente enquanto falava. Ela, na opinião de Harry, estava parecendo uma pimentinha de tão vermelha que estava. E quando Harry, finalmente, assimilou o que ela havia dito, e o que aquelas palavras significavam, ele não se agüentou e a segurou pela cintura, de modo a deixa-la imobilizada. Ele a olhou esperando que se acalmasse um pouco, e quando ela o olhou, ele sorriu.
- Quer dizer que isso tudo foi por ciúmes? – ele perguntou segurando o queixo dela de modo a encara-lo.
- E o que você acha? Que eu tenho sangue de barata? – ela suspirou – Puxa Harry! Acha que é fácil para mim, depois de tudo o que vivemos, te ver e não poder te abraçar, te beijar? Isso está sendo uma tortura. Eu, sinceramente, não agüento mais! – ela explicou exasperada, soltando-se de Harry.
Esquecendo-se completamente do bom senso, Harry a abraçou sentindo o corpo dela relaxar e ela soltar um longo suspiro próximo a sua orelha, sentindo os pêlos da nuca se arrepiarem com o hálito morno dela. Tudo o que Harry queria, e tinha certeza que Gina também, era ficarem assim abraçados, até que todo esse mal, que os cercava, desaparecesse e eles pudessem viver suas vidas em paz. Ele, então, a soltou olhando para aqueles olhos castanhos que aprendera, com o tempo, a admirar e amar.
- Gi! Para mim também não está sendo fácil! Mas não temos outra escolha. Enquanto eu não acabar com Voldemort não poderemos ficar juntos!
- Eu não entendo por que tem que ser você e não outra pessoa! Droga Harry, Deixe a Ordem cuidar dele! – ela explodiu.
- Você sabe que ele quer me matar. Só não o fez ainda porque não conseguiu! Ele vai tentar de tudo para me atingir. – Harry sentiu o coração diminuir por mentir para Gina, mas ele não podia dizer a verdade. Simplesmente não podia. – E eu não quero e nem vou colocar você em perigo – e, antes que ela pudesse contestar, ele prosseguiu – Pense na sua mãe! O que você acha que ela ia sentir se algo acontecesse a você? Lembra como ela ficou quando Gui foi atacado por Grayback?
- Eu sei, Harry! Mas é que isso é tão ... tão ...
- Injusto? É, eu sei! – ele afagou os cabelos flamejantes – Eu não suportaria causar um desgosto desses em sua mãe! E ... – ele a olhou diretamente nos olhos – eu não suportaria perder você! – e, com isso, eles se abraçaram.
- Tudo bem, Harry! Eu vou tentar me controlar! – e, juntos, saíram do quarto, em busca de Rony e Hermione.
Eles os encontraram no quarto que Gina e Hermione dividiam. Ao que parecia Rony estava tentando convencer Hermione de algo, mas parou abruptamente ao notar a presença da irmã e do amigo, a porta. Ele e Hermione coraram violentamente. Antes, porém, que Harry ou Gina pudessem perguntar algo Hermione olhou zangada para Rony, depois para Gina e Harry, e saiu do quarto bufando. Rony caiu sentado na cama com um suspiro de frustração, cobrindo o rosto com as mãos, e sussurrando algo como “mulheres”. Harry e Gina se entreolharam e riram.
N/A: E aí? Gostaram desse capítulo? Espero que sim. Demorei, como puderam notar, para termina-lo. Essa fic não sai da minha cabeça, desde que eu comecei a escreve-la. E aos poucos eu a vejo tomando forma. É a melhor coisa que uma escritora novata como eu gosta de ver. Bem, é melhor eu parar por aqui, senão não paro mais.
E NO PRÓXIMO CAPÍTULO:
“O que foi isso?”perguntou-se Any mentalmente, tentando entender o que sonhara. Colocou, instantaneamente, a mão no peito sentindo a respiração completamente descompassada. Além de sentir a testa úmida de suor. “Ainda bem que eu não gritei! Ia ser um alvoroço dos diabos”, pensou ao notar que continuava na enfermaria. Tentou se sentar esquecida completamente do motivo dela estar ali. Relembrada, porém, no minuto em que tentara se levantar, pois a dor aguda na altura das costelas se acentuara.
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