A missão



- E foi isso! – Any terminou.

Era quase hora do jantar e a Ordem havia se reunido durante toda a tarde para discutirem o que iriam fazer com os comensais. Até aquela ocasião, porém, nada fora decidido e eles haviam pedido para que Any narrasse, novamente, tudo o que havia acontecido. Ao que, diga-se de passagem, ela já estava se irritando.

Após o relato ela deu um cansado suspiro, encostando-se na cadeira e cruzando os braços atrás da cabeça. Ela estava cansada daquela reunião e suas voltas sem fim. Quando é que eles decidiriam algo? Quando eles tentassem fugir?. Enquanto isso os membros estavam mudos, cada um imerso em seus próprios pensamentos e divagações. Eles pareciam, ainda, indecisos sobre interrogar, ou não, os comensais. Por mim, pensou Any, já teria dado Veritasserum para eles confessarem tudo, e depois apagava suas memórias. E, para quebrar aquele silêncio, Any perguntou.

- O que vamos fazer com eles afinal? – perguntou olhando de McGonagall para Moody, os quais eram os mais experientes da Ordem.

- Acho melhor levarmos eles para o Ministério! – falou Moody.

- Sem interrogá-los? – perguntou Any, atônita – Por que, simplesmente, não damos Veritasserum a eles, e depois que os interrogarmos apagamos suas memórias?

- Any! – exclamou Tonks, chocada.

- É isso mesmo Tonks! Precisamos saber o que Voldemort quer com eles. Por que ser amigo é que não é! – Any se levantou e pôs as mãos na mesa – Nós temos que saber qual era a ordem de Voldemort, e o único jeito é interrogando-os! Esse é o meu voto! – mas como ninguém falou nada – Para mim a reunião acabou. Vou esperar lá fora a decisão de vocês! – e, irritada, saiu da cozinha.

A cada passo que dava mais irritada se sentia. Era como se tudo não tivesse valido nada. Como eles ousavam decidir isso assim, sem mais nem menos? Como eles pretendem descobrir algo de Voldemort, se eles não interrogam os comensais? Francamente! Entregá-los ao Ministério, no atual momento, seria o mesmo que entregá-los ao próprio Voldemort. Porque, com certeza, Voldemort os resgataria em um piscar de olhos. Também, do modo como Azkaban vinha sendo protegida não era de se espantar, pensou a garota, deixando que seus pés a guiassem livremente pela casa. Ela parou ao ouvir a voz de Hermione se elevar. Ela nunca ouvira a garota falar daquele jeito.

Any seguiu em frente, só então notando que estava no primeiro andar. Parou escondida vendo o interior do que parecia ser uma biblioteca. Hermione estava de costas para ela, enquanto Gina, em pé, parecia indecisa entre arrumar os cabelos ou a roupa. Harry estava sentado em uma poltrona, mechendo despercebidamente o cabelo. Uma das mãos avermelhada. Ele, bem como Gina, parecia envergonhado, e ao mesmo tempo irritado, com alguma coisa.

Any teve que usar todos os seus reflexos para sair da porta rapidamente, quando notou Harry da um salto da poltrona, como se esta o tivesse dado um choque, e seguir em disparada para a porta. Ela não queria que eles a pegassem espionando. Ela espiou para fora do quarto em que entrara ao ouvir os passos se distanciarem, e suspirou aliviada. Ela não queria nem saber das conseqüências de sua espionagem. De certo eles não iam querer que ninguém mais soubesse o que ali se passara, fosse o que fosse. E deve ter sido algo constrangedor, pensou ao se lembrar das caras que Harry e Gina faziam para Hermione. Completamente culpados. E, sem nada para fazer ali, desceu para a sala de estar, a fim de conversar com os gêmeos, assim que a reunião terminasse.


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- Eu não acredito! É mesmo? – perguntou Any, alternando sua visão entre os gêmeos.

- É claro! – respondeu Fred.

- Sua saída dramática ajudou muito! – concluiu Jorge com um largo sorriso.

Eram quase sete horas, e a reunião havia terminado a quase meia hora. Tempo esse em que Fred e Jorge narravam o que havia acontecido após a saída intempestiva da garota, deixando o ambiente num silêncio sepulcral, cortado apenas pelos pigarros ocasionais de Moody.

Eles haviam dito que após o choque inicial, devido às palavras proferidas, houve uma cisão onde metade apoiava as palavras da garota, enquanto a outra achava um absurdo aquilo, e que os prisioneiros deveriam ser entregues ao Ministério. Alguns, como Hagrid, apenas deixavam que a discussão se desenrolasse até seu fim, fosse qual fosse. No final, por uma eleição, ficou-se decidido que iriam interrogá-los e apagar, apenas das suas memórias, a localização da Sede da Ordem da Fênix. O mesmo se realizaria no dia seguinte ao casamento.

- Isso é muito bom! – Any falou mais para si do que para alguém em especial.

Depois de um tempo em silêncio, no qual vários membros passaram por eles se despedindo, a Sra. Weasley os chamou para o jantar. Este, no início, transcorreu tranqüilo, até Moody mencionar a reunião do dia seguinte, do Conselho Escolar. Claro que o quarteto não estava gostando daquilo, principalmente Gina, que a certa altura deu um berra para a mãe e saiu em disparada da cozinha. O trio a seguiu com medo de serem os próximos alvos. Quando eles saíram Moody se voltou para Any, seu olho mágico nunca desviando da porta, para evitar que o quarteto os escutasse.

- Any! Talvez tenhamos uma missão para voe!

- Uma missão? – ela perguntou após tomar um gole de suco.

- Sim! Mas tudo vai depender do que for resolvido amanhã na reunião!

- Que missão?

- Se infiltrar na Sonserina! – ele falou quase num sussurro, obrigando-a a se curvar para poder ouvir.

- Sonserina? Mas não é uma das quatro Casas de Hogwarts? – ela perguntou meio confusa.

- Sim! Você irá como uma aluna especial, que foi aprimorar os estudos para prestar exames para auror! – ela o olhou compreendendo e, quando ia dar a resposta, ele se adiantou – Mas, claro, tudo vai depender de amanhã. Mas, e então, se Hogwarts abrir esse ano você aceita ser nossa espiã lá?

- Claro Moody! Se com isso pudermos inibir as ações de Voldemort eu estou dentro! – Any falou com toda convicção.

- Excelente! Vou avisar Minerva o quanto antes! – ele disse se retirando da Sede.

Após a saída de Moody, Any ficara bastante pensativa acerca da missão. Só espero que eles reabram Hogwarts para que possamos pegar esses aprendizes de comensais, pensou mirando o tampo da mesa. Ela arrumou uma mecha do cabelo que insistia em fugir-lhe de detrás da orelha. Irritada ela o amarrou em um rabo de cavalo, ouvindo uma risada abafada atrás de si. Pronta para soltar uns belos xingamentos ao infeliz, ela se virou com tudo, tendo, porém, que engolir o desaforo ao ver quem era.

- Puxa Remo! Pensei que era um dos gêmeos! – ela falou virando-se para o amigo.

- Desculpe! É que não me agüentei vendo você batalhas com seu cabelo! – ele falou alegremente, ao que ela bufou.

- Claro! Ria! Ria das desgraças alheias! – ela falou gesticulando nervosamente.

- Tudo bem, eu paro! – ele falou, sentando ao lado dela.

No meio tempo em que Gina, Harry, Rony e Hermione saíram da cozinha, até Lupin sentar-se ao lado de Any, a cozinha se esvaziara. Any, claro, sabia o motivo. Boa parte dos integrantes estava tentando encontrar novos membros, para lutarem contra Voldemort, por isso quase todos haviam partido antes, ou depois, do jantar. Outros, como Hagrid, haviam recebido novas missões. Hagrid, por exemplo, fora designado a novamente ir a França para, com o auxilio de madame Máxime, tentar uma aliança com os gigantes. O que muitos membros diziam ser um caso perdido. Amélia e Mundugus haviam ido vigiar os Granger, enquanto Carlinhos, de férias do trabalho, havia ido para a Rua dos Alfeneiros. Vendo a concentração da garota, Lupin a observa atentamente.

- O que foi Any? – ele perguntou, sem tirar os olhos dela.

- Só estou pensando no que Alastor me propôs! – respondeu, desviando sua atenção da mesa para Lupin.

- A espionagem? – Lupin perguntou, mirando aqueles olhos misteriosos.

- Sim! – ela o mirou e falou num fôlego só – Eu disse a ele que aceitaria, e vou, só estou preocupada. Não... apavorada, em deixar meus pais por tanto tempo, e acabar acontecendo a mesma coisa que houve com os meus avós! Eu não quero que eles morram, só porque a filha bruxa deles não estava lá para protegê-los e... e... – ela enterrou o rosto nas mãos, tentando impedir que as lágrimas caíssem.

Lupin ficou estarrecido com diante daquilo. Ele nunca podia supor que ela se sentia responsável pela morte dos avós. Ela era, sem dúvidas, uma caixinha de surpresas, pensou Lupin. Ele nunca poderia imaginar que ela pudesse desmoronar desse jeito, pois desde que a conhecera ela era muito alegre, espontânea, irônica e, porque não dizer, inabalável. Era a primeira vez, entretanto, que ela demonstrava com atitudes como realmente era. Uma garota de 17 anos, apavorada com a possibilidade de que seus pais possam morrer nessa guerra e sentindo-se, sabe-se lá Merlin por que, culpada pela morte dos avós.

- Any! – Lupin a segurou, de modo que ela o encarasse – Por que você acha que tem culpa pelos seus avós? – ao que ela baixou os olhos.

- Porque... – ela inspirou profundamente e prosseguiu – Pouco antes de morrer, naquele dia em que fomos para o cemitério, eles me mandaram uma carta pedindo para que eu fosse para lá, ficar um pouco com eles, porque estavam com saudades. Mas eu recusei o convite. – ela deu uma breve pausa, restabelecendo o controle, e continuou quase num sussurro – Se eu tivesse aceitado, eu podia ter impedido aquilo. Eu podia tê-los salvado. – ela terminou completamente desanimada.

Só, então, Lupin compreendeu a dor que ela sentia, pois ele mesmo já se sentira assim quando os pais morreram mesmo ambos sendo bruxos. Na época ele tinha 16 anos quando, durante as férias, brigara feio com os pais e fugira. Ficara escondido na casa dos Potter, juntamente com os dois melhores amigos, Sírius e Tiago. Na manhã seguinte, então, recebera a notícia de que um comensal havia invadido a casa e matado o casal. Remo nunca se perdoara por isso.

- Any! Escute. Mas escute com muita atenção! Não foi sua culpa, ok? Pelo que sabemos pode ter sido uns cinco ou oito comensais. Você não poderia com todos eles! – ele prosseguiu vendo que ela queria protestar – e como você acha que seus avós se sentiriam se você tivesse morrido e eles sobrevividos?

Any abriu a boca várias vezes, mas nenhum som saiu dali. Realmente não parara para pensar em tudo aquilo. Mas também com tudo o que vinha acontecendo ultimamente ela só conseguia pensar em uma única coisa e não era naqueles questionamentos. Bufou, irritada consigo mesma. Remo só estava preocupado com ela e ela lá sem conseguir refrear seus desejos homicidas.

- Desculpe! Eu... – ela suspirou cansadamente, esfregando as têmporas.

- Tudo bem! – ele disse, esfregando os ombros dela.

Ao chegar em casa, duas horas depois, encontrou os pais na sala, cada um absorto no que fazia. A mãe, sentada confortavelmente em uma poltrona, tricotava algo que lembrava um cachecol, todo vermelho. A seus pés o gato Artêmes ronronava tranqüilo. O pai, sentado ao lado do abajur, em outra poltrona, lia uma revista sobre negócios, enquanto fumava um charuto. Ela os desejou boa noite e se dirigiu escada acima para o seu quarto. No caminho tirou o tênis e o casaco que usava. Ao entrar jogou o casaco na cama e o tênis no sapateiro. Entrou no banheiro e tomou uma ducha demorada tentando por as idéias no lugar.

Ir para Hogwarts, quem diria?, pensou enquanto secava os cabelos com a toalha. Se bem que faz sentido. Quem mais da Ordem, além de mim, poderia se passar por estudante? Ninguém!. Ela, então, começou a pentear os cabelos. Eu sou a única opção que eles tem. Ela começou a se vestir. Acho melhor eu parar de pensar nisso, senão não vou conseguir dormir. Ela, então, parou de divagar sobre a missão. Mas até que isso será divertido. Foi o último pensamento antes de dormir.

“Pessoas mortas eram misteriosamente encontradas com maior freqüência. Nas duas últimas semanas quatro pessoas já haviam sido encontradas. Nenhuma, aparentemente, tinha algo em comum. Ao que pareciam eram vítimas aleatórias. Algo que incomodava Any, no entanto, era que cada uma das vítimas tinha, no pulso esquerdo, uma pequena cobra negra tatuada. Ela conhecia aquela cobra, todavia não conseguia achar o elo que ligasse as vítimas aos comensais da morte.”

“Uma nuvem roxa começou a tomar conta do ambiente em que se encontrava, deixando-o com uma aparência fantasmagórica. As luzes começaram a falhar, indicando que logo se apagariam. Any, então, tirou se sua bolsa a varinha e caminhando, meticulosamente, tenta manter-se alerta a qualquer ruído diferente. Então, sem aviso, as luzes se apagam deixando o lugar na completa penumbra. Tropeçando em algo, que ela não soube definir o quê, ela amaldiçoou até o último descendente de Merlin por permitir que aquilo acontecesse. E, ao sentir-se observada, ela levantou o rosto se depara com um homem, mascarado com um crânio e vestes negras. Antes que pudesse reagir, porém, tudo o que viu foi um raio verde vindo em sua direção.”


Any acordara assustada. Que sonho mais sem pé nem cabeça, pensou ao recordar dos pulsos tatuados. Ela olhou o despertador o qual marcava três horas da manhã. Ela se sentou e olhou o quarto na penumbra. Sorriu sombriamente ao recordar-se do sonho. As imagens, cada vez mais difusas, deixavam Any sem saber o que pensar. Era como se o seu nervosismo estivesse brincando com ela, pregando-lhe essas peças. Inesperadamente um barulho chamou sua atenção e, olhando para a janela, depara-se com uma coruja castanha e olhos cor de âmbar. Ela sorriu e abriu a janela, permitindo a entrada do animal. Este deixou cair na cama dela uma carta e se acomodou em cima do guarda roupas. Any rapidamente abriu-a e leu.

“E aí, sumida, como vai?

Como você ousa ficar sem me escrever desde que se mudou heim?

Já faz o quê? Um mês? Pois é. E nada de você me escrever contando as novidades. Que decepção, moça. Mas falando, digo escrevendo, sério, soube o que houve com seus avós e sinto muito. Eles eram pessoas incríveis. Eu só não escrevi antes porque, com certeza, você iria preferir rasgar a carta, mesmo sem saber de quem era. O que eu, sinceramente, compreendo.

Mas chega de assuntos pesados e vamos ao que interessa. A exatamente uma semana comecei o curso de auror, como pretendíamos, e estou adorando.

Papai recebeu uma promoção. Não é demais? Estamos planejando te visitar no natal. Assim matamos as saudades. Não é legal?

Eu ficarei esperando uma resposta. E acredite quando digo que você não terá sossego enquanto não me mandar uma resposta pela Âmber. Nem que seja com duas palavras; “estou viva”.

De sua amiga que lhe ama muito, Caroline.”


Any sorriu ao ler a carta da melhor amiga. Como podia ter se esquecido de escrever-lhe. E pensar que já passara todo esse tempo, desde que se mudara que ela nem acreditava. Também tanta coisa havia acontecido que era impossível pensar em outra coisa que não fosse Voldemort. Com isso o sonho que tivera a pouco retornou e ela balançou a cabeça a fim de afastá-lo. Não era hora para isso. Ela olhou a coruja e sorriu. Só você mesmo Carol, pensou pegando o material para escrever uma resposta.

Sumida não. Ocupada. O que é diferente.

É por isso, e por outras que eu ando sumida.

Desde que cheguei aqui minha vida virou de cabeça para baixo. Eu estou, assim como vários bruxos, lutando contra Voldemort. O que, diga-se de passagem, é muito mais complicado do que eu pensei. Sempre tem algo novo para ser feito. Não que eu esteja reclamando. Pelo contrário. Estou adorando.

A cada dia que passa eu aprendo novos feitiços, azarações, poções e etc. Ou seja, a cada confronto contra um comensal, mais preparada eu estou.

Quanto a carta. Você realmente sabe o que diz. Eu devo ter queimado umas dez. Francamente, a gente já fica um caco quando recebe a notícia, ainda tem gente que nos escreve dando pêsames. Eu realmente não agüentei. Devo acrescentar que isso chocou meus pais?

Bem, acho que isso vale mais do que um “estou viva”, não?

Adorei sua carta e ficarei aguardando vocês para o natal.

De sua amiga, meio maluca, Any.

PS: Vocês vão ficar aqui em casa, não é? Diz que sim!!!!


Por breves momentos Any releu a carta e vendo que estava boa, para alguém sonolento, amarrou-a na pata de Âmber, e ficou vendo-a ganhar o céu estrelado. Quando ia fechar a janela algo lhe chamou a atenção. Havia um homem atravessando a rua, usando uma capa com capuz. Ele continuou e quando chegou a esquina, Any suspirou de alívio, removeu o capuz se abraçando a uma garota que o esperava. Ela, por fim, fechou a janela e riu.

Se continuar assim, Any, vai ficar igual a Alastor. Vendo comensais até na própria sombra, pensou enquanto se deitava. É melhor eu tentar dormir, pois amanhã será um belo e longo dia. E, com isso, adormeceu. Lá fora o casal observava a casa dos Miller aguardando para que nada acontecesse.


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Na manhã seguinte o despertador tocou as seis em ponto. Praguejando, Any lançou o objeto no chão. Ele, porém, continuou a tocar insistentemente, forçando-a a levantar. Ela, só então, conseguiu desligá-lo. Esfregando os olhos viu pela janela o sol alaranjado de inicio da manhã. Soltou um longo bocejo e se dirigiu ao banheiro, a fim de fazer a higiene matinal. Olhou-se no espelho e, espantada, viu as olheiras que haviam surgido. Esperava, sinceramente, que Molly tivesse uma poção para aquilo.

Por que eu fui marcar com Molly às sete?, perguntava-se Any constantemente, desde que saíra do banheiro. Ela havia colocado um vestido bem leve verde de alcinhas finas. Ele era todo florido. O cabelo, ela havia amarrado em um coque, embora alguns fios insistissem em permanecerem fora de lugar. No rosto apenas um batom cor de boca, para não chamar atenção. Um cordão fino, com uma figa, adornava o pescoço. Nos pés uma sandália baixa dava um ar de menina sapeca. Após conferir o resultado, ela pegou a bolsa e saiu do quarto, a fim de preparar algo para comer antes de ir.

Ao chegar na Ordem encontrou esta uma verdadeira zona. A Sra. Weasley dava bronca nos gêmeos por a terem feito quebrar três pratos, ao aparatarem atrás dela. Gina tinha se engasgado e Tonks a ajudava, dando tapas em suas costas. Lupin estava quieto, apenas observando a confusão com um sorriso nos lábios e um brilho estranho no olhar. Tentando não chamar atenção para si, Any se sentou ao lado de Lupin, o qual lhe sorriu ao notar sua presença.

- Bom dia! E aí, preparada para enfrentar o dia? – Lupin perguntou com um quê de divertimento.

- Humpf! – foi tudo o que recebeu de resposta.

- Any, querida! Você chegou! – A Sra. Weasley a cumprimentou ao notá-la à mesa.

- Eu disse que viria, não disse? – Any falou sorrindo para a matriarca dos Weasley.

- Que bom! Teremos muito que fazer! – ela disse, concertando os pratos quebrados.

- Bem, nós gostaríamos de ficar... – começou Fred.

- Mas temos uma loja pata administrar! – completou Jorge.

-Passe lá mais tarde, Any! – disse Fred.

- Temos algo que lhe será muito útil! – terminou Jorge.

- E o que seria? – Any perguntou cautelosamente.

- Surpresa! – eles responderam em uníssono, antes de desaparatarem.

- Como se eu fosse ter tempo! – ela resmungou, vendo Gina finalmente respirar aliviada.

Quando a paz, finalmente, reinou na cozinha, Hermione apareceu. Ela sentou-se ao lado de Gina, a qual contava, dramaticamente, sua quase morte, arrancando gargalhadas de Hermione e Tonks. A Sra. Weasley apenas olhou a filha balançando a cabeça negativamente. Harry e Rony apareceram pouco tempo depois, este último com uma cara do tipo “por que acordamos tão cedo?”, e sentou, sem notar, ao lado de Hermione. Nesse instante chegou Moody, Arthur, Amélia, McGonagall e Hagrid.

- Vejo que já estão prontos! Ótimo! Ótimo! – falou McGonagall para Harry, Rony e Hermione.

- Eu também quero ir, mãe! – suplicou Gina.

- De jeito nenhum! Preciso de você aqui! – e voltando-se para Any e Tonks – Any! Tonks! Preciso que me ajudem com a comida. E você Gina – ela encarou a caçula – quero que arrume as roupas em cima das camas para facilitar quando formos nos vestir! – a ruiva deu um bufo indignado.

- Nós já podemos ir, Moody? – perguntou Harry, impedindo que se iniciasse uma discussão entre as ruivas.

- Claro! – Moody respondeu e, voltando-se para o Sr. Weasley – Você vai ficar, ou vai conosco?

- Vou ficar. Tenho que ajudar Gui com os retoques finais!

- Vamos? – Moody chamou ao que o trio o seguiu.

- Bem, podemos começar? – perguntou a Sra. Weasley, ao ficarem na Sede apenas ela, o marido, Gui, Any, Gina e Tonks.


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A manhã transcorreu o mais tranqüilo possível. Gina havia sumido no primeiro andar após um olhar congelante da mãe. Tonks era, de longe, a mais animada, tendo quase queimado os sapos de chocolate caseiros e quebrado um conjunto de taças, com o brasão dos Black, após tropeçar em um caixote cheio de cerveja amanteigada. Enquanto isso o Sr. Weasley ajudava o filho a dar os últimos retoques na roupa do casamento. A Sra. Weasley, por ventura, fazia com esmero alguns bolos de caldeirão. Deliciosos, por sinal. Any a ajudava separando os ingredientes ou lavando a louça que, no processo, ia se sujando.

Perto do almoço, Any disse que ia até o Beco Diagonal saber o que os gêmeos queriam lhe mostrar. A Sra. Weasley concordou dizendo que ela e Tonks poderiam dar cabo das guloseimas. Gina aparecera nesse instante e pediu para ir. A Sra. Weasley permitiu, desde que ela não saísse das vistas de Any, ao que Gina concordou na mesma hora. Sem mais delongas, as duas saíram da Sede e, pelo Daybus, chegaram ao bar do Tom, completamente vazio. E, por fim, ao seu destino, o Beco Diagonal.

- Aonde nós vamos primeiro? – perguntou Gina, olhando o pouco movimento que lá havia.

- A loja dos seus irmãos! – Gina sorriu e Any prosseguiu – eles disseram que tinham algo para mim, mas não me disseram o que era! – ela terminou, já começando a andar.

A loja dos gêmeos, como sempre, estava bastante chamativa e colorida. Dentro, porém, estava praticamente vazio. Havia duas meninas, de uns dez anos, três meninos, um adolescente e três adultos, sendo uma senhora de uns 60 anos, um homem de uns 30 anos, e uma mulher de uns 45 anos. Any e Gina, porém, se dirigiram ao balcão.

- Any, você veio! – recepcionou-a Fred.

- E o que você está fazendo aqui, Gina? – perguntou Jorge.

- Passeando! – ela respondeu monossilábica, dirigindo-se as prateleiras.

- O que você queriam me mostrar? – ela perguntou com o cenho franzido.

- Aqui! – Fred a chamou – Não é algo que a gente queira mostrar aos quatro ventos! – ele completou dando passagem para Any. Ela os seguiu até os fundos da loja.

- Pronto! Podem me mostrar agora? – Any perguntou, e os gêmeos abriram largos sorrisos.

- Aqui! – falou Jorge, virando para pegar algo.

Ao se virar de frente para Any, ele segurava um embrulho em papel pardo com uma fita vermelha. Curiosa, Any abriu-o. Uma bela capa deslizou pelos seus dedos, deixando-a fascinada. Ela passou a mão nela e sentiu o quão delicada era. Cubra-se. Pediu um dos gêmeos, e ela o fez, soltando uma exclamação de surpresa. Todas as partes de seu corpo cobertas pela capa ficaram invisíveis. Os gêmeos queriam dá-la uma capa da invisibilidade. Algo raro e de difícil acesso.

- O.. Onde vocês conseguiram isso? – ela perguntou admirada, fitando a capa em suas mãos.

- Isso não importa! – falou Jorge.

- O que importa é que é sua! – terminou Fred.

- Mas, eu não posso aceitar! – ela reclamou.

- É claro que pode! – falou Fred, enfaticamente.

- Além disso! Sabemos o que você irá fazer em Hogwarts! – e antes que ela pudesse refutar, Jorge prosseguiu – E ficaremos ofendidos se recusar nosso presente!

- Ah! Eu... Obrigada! – ela respondeu, olhando fascinada o objeto em suas mãos, quando deu um estalo em sua mente –Espera! Vocês disseram que sabem o que eu irei fazer em Hogwarts? Isso quer dizer que...

- Que Hogwarts irá reabrir! – sorriu Jorge, mostrando a ela o jornal que estivera despercebido em cima da mesa – Saiu agora no Profeta Vespertino!

- É isso aí! Você irá passar esse ano em Hogwarts, como nossa espiã! – continuou Fred.

Quando Any, Fred e Jorge retornaram para a frente da loja, encontraram Gina, atrás do balcão, vendendo nugá sangra nariz para um garotinho, de no máximo oito anos. Ao avistá-los sorriu e se dirigiu a eles. Depois elas se despediram dos gêmeos e deixaram a loja. Foram ao bar do Tom e tomaram uma cerveja amanteigada, antes de regressarem para a Sede da Ordem. Teriam muito o que fazer até as cinco da tarde, quando a cerimônia se realizaria.


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N/A: Ufa! Até que enfim, eu terminei esse capítulo. Ela deu, nada mais, nada menso de que 10 páginas de Word. Isso aí! Só espero que isso sirva de incentivo para que vocês tenham dó de mim e deixem um comentário. Agora, a quem comentou:

Sil17: Espero que goste desse tanto quanto os outros, ta? Ah! Gostou daquela cena? Devo confessar que me deu um trabalho descrever aquilo. Ah! E pode deixar que eu não pretendo abandonar a fic, não. Eu posso até demorar a postar, mas nunca abandonar. Beijos e continue comentando, ta? Fuuuuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiii!!!

No próximo capítulo:

Harry acordara cedo aquele dia, uma vez que teria que ir a reunião do conselho escolar, o qual seria aberto ao público, comparecendo quem lá quisesse. Na cama ao lado, Rony roncava sonoramente, ignorando por completo o barulho do despertador. Ela, então, pegou a varinha e acordou o amigo “educadamente” com um jato d’água certeiro. Rony começou a se debater, e se sentar, completamente desperto e encharcado.

- Pô, Harry! Isso é coisa que se faça? – Rony perguntou indignado recebendo como resposta uma sonora gargalhada.


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