O casamento - parte 1
Harry acordara cedo aquele dia, uma vez que teria que ir a reunião do conselho escolar, o qual seria aberto ao público, comparecendo quem lá quisesse. Na cama ao lado Rony roncava sonoramente, ignorando por completo o barulho do despertador. Harry, então, pegou a varinha e acordou o amigo “educadamente” com um jato de água certeiro. Rony começou a se debater, e se sentar, completamente desperto, e encharcado.
- Pô Harry! Isso é coisa que se faça? – Rony perguntou indignado, recebendo como resposta uma sonora gargalhada.
- Foi mal, Rony! – desculpou-se Harry, recuperando-se da crise de riso – Mas sua mãe disse para acordarmos cedo, se quiséssemos ir à audiência, lembra? – Rony apenas fechou a cara, secando, com a varinha, a cama e a ele mesmo – Além disso, se você não acordou com esse despertador estridente, você não ia acordar comigo te chamando! Agora vamos que eu quero chegar cedo lá! – Rony concordou, e ambos começaram a se arrumar.
As sete e quinze, Harry, Rony, Hermione, McGonagall, Carlinhos, Lupin e Hagrid saíram da Ordem. Lupin estendeu o braço e em questão de segundos um enorme ônibus roxo de dois andares apareceu. Eles entraram e se acomodaram, no daybus, o melhor que puderam. O trio mais Lupin em uma das mesas, Moody, McGonagall, Carlinhos e Hagrid em outra. Eles conversaram durante todo o trajeto até o Ministério da Magia, onde seria realizada a reunião.
Ao chegarem a rua que daria acesso ao Ministério da Magia, eles decidiram entrar de dois em dois para não ficar apertado. Primeiro iria Harry e Lupin, depois Rony e Carlinhos, Hermione e McGonagall, Moody e por fim Hagrid. Quando todos haviam entrado, eles se encaminharam para o segurança, o qual Harry reconheceu como sendo o que inspecionara sua varinha para a audiência disciplinar, a dois anos. O seu nome era Érico. Ele, como a dois anos atrás, recolheu as varinhas, colocou no instrumento que as analizaria, e deu-lhe um papel, para cada um, com as descrições das mesmas. Com isso feito ele permitiu a passagem do grupo.
- Agora escutem! Iremos entrar em trios. Dessa forma não chamaremos muita atenção! – explicou McGonagall, recebendo acenos de concordância do trio.
Dessa forma ficou decidido que iriam primeiro McGonagall, Harry e Moody. Em seguida Lupin, Rony e Hermione. Por fim Carlinhos e Hagrid. Eles não poderiam esperar pelos outros, uma vez que o elevador tivesse chegado ao andar onde se realizaria a reunião do conselho escolar. Ao chegarem, então, ao andar indicado por McGonagall eles desceram. Harry seguiu os dois pelo corredor até chegarem em uma bifurcação. Ao fim delas era possível ver portas verde-musgo de cada lado, bem como um archote, iluminando o caminho.
- Bem, nos separamos aqui! Moody! Tente sentar o mais na frente possível, ok? – Moody concordou – Bom! É melhor eu me reunir com os outros! – ela se dirigiu ao corredor do lado esquerdo, atravessando a porta ao chegar nela.
- Vamos Potter! – chamou Moody, e ambos se dirigiram a porta da direita.
Ao abrir a porta a primeira vontade que teve foi de girar nos calcanhares e sair dali o mais rápido que suas pernas permitiam. Ele viu algumas pessoas sentadas nas duas fileiras de bancos, tipo escada: a de trás mais alta que a da frente. Alguns seguravam máquinas fotográficas, enquanto outros tinham penas de repetição rápida. Estes lhe dirigiam olhares entre espantados e chocados. Harry, entretanto, sentiu a mão de Moody em seu ombro, instigando-o a andar.
Harry olhou para a sua esquerda e se surpreendeu com o que viu. A sala tinha o formato de pentagrama e no centro do teto havia um enorme candelabro com tantas velas que Harry foi incapaz de contar. Ele, porém, percebeu que era o suficiente para iluminar todo o ambiente. Na parte frontal havia uma elevação com duas fileiras de cadeiras forradas com veludo vinho. Na frente desta um palco com um púlpito. “Decerto para quem quiser se manifestar”, pensou Harry. Após isso havia umas vinte fileiras de bancos, tipo escada, onde já havia algumas pessoas sentadas. Moody, rapidamente, fez Harry andar para a primeira fileira, onde havia alguns conhecidos do garoto.
- Oi Harry, como vai? – perguntou um rapaz, que devia ter a mesma idade de Harry, de rosto arredondado.
- Bem, Neville! – Harry respondeu dando uma rápida olhada nas cadeiras à frente – Há quanto tempo você chegou?
- Faz uns quinze minutos! – ele respondeu, olhando na direção em que Harry havia chegado, e levantou o braço acenando – Eu fiquei guardando lugar enquanto vovó foi tomar chá.
Harry olhou na direção que Neville olhara achando que viria a avó do amigo. Ele sorriu, porém, ao constatar de que se tratava de Rony, Hermione e Lupin, que acabavam de chegar. Ele viu o olhar de impressionado que os amigos faziam, assim como ele próprio havia feito minutos atrás. Moody deu passagem para os garotos se sentarem ao lado de Harry, e ele ficar ao lado de Lupin de modo que poderiam conversar. Os quatro, então, voltaram suas conversas para as férias. Neville, claro, comentou que de tão ferrenha estava a segurança da avó dele sobre si que certa vez teve que fugir para poder namorar com Luna, sem ter alguém os vigiando.
- Você e Luna, Neville? Desde quando? – perguntou Hermione, que não sabia como reagir.
- Bem! – ele corou violentamente – Ano passado, depois daquele duelo, ficamos muito amigos e, hum, e esse ano, após aquela noite – ele se referiu ao assassinato de Dumbledore – nós ficamos ainda mais próximos e começamos a namorar no início das férias.
- Parabéns, Neville! – desejou o trio, fazendo o amigo abrir um largo sorriso.
Vinte minutos depois, nos quais a avó de Neville apareceu, a sala se encheu de repórteres e cidadãos, o corpo docente de Hogwarts entrou, ocupando a primeira fileira, em seguida os doze membros do conselho escolar, o mesmo que certa vez afastaram Dumbledore da diretoria, com a diferença de que Malfoy não fazia mais parte do grupo, entrou. Todos vestindo trajes formais verdes com estrelas amarelas, bem como seus chapéus pontudos. McGonagall deu duas pancadas com um martelo, antes de falar.
- Está aberta a reunião que tem por objetivo decidir se Hogwarts deve, ou não, reabrir – um silêncio sepulcral tomou conta do ambiente.
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Já eram quase dez e meia e nada de uma decisão ser acertada. Ao que parecia ambas as partes estavam resolutas em manter seus pontos de vista. Metade apoiava a reabertura enquanto que a outra discordava, sendo que esta última era composta, pela maioria, de membros do conselho escolar. A maioria dos professores, todavia, queria que a escola fosse reaberta, mesmo que fosse para ensinar a apenas um aluno. Muitas pessoas, que assistiam aquilo, também deram suas opiniões. O impasse, porém, permanecia.
- Mais algum cidadão gostaria de expor sua opinião? – um dos membros perguntou, após dar duas pancadas na bancada, com um martelinho.
A sala entrou em um silêncio que era quebrado apenas pelo arranhar das penas de repetição rápida nos pergaminhos. As pessoas se entreolhavam tentando adivinhar quem seria o próximo. Rony e Hermione não paravam de lançarem olhares significativos a Harry. Este, porém, não prestava atenção. Ele não tirava os olhos de McGonagall a qual parecia dizer-lhe com o olhar “chegou à hora Harry. Mostre a eles a quê veio”. E, engolindo o nervosismo, se levantou de onde estava atraindo a atenção de todos que estavam ali. Ele encaminhou-se até o púlpito e encarou o conselho, os professores e a diretora, fingindo não ouvir os murmúrios as suas costas, ou os flashs disparados a sua direita.
- Então, Sr. Potter, qual a sua opinião? – perguntou uma senhora do conselho. Harry olhou um por um e, após respirar fundo, começou a falar.
- Hogwarts deve reabrir para que aqueles que desejam aprender magia o possam fazer!
- É?! Mesmo depois de tudo o que aconteceu?
- Sim! Principalmente depois do que aconteceu! – Harry disse de modo enfático.
- Explique! – pediu o professor Flitwick.
- Se Hogwarts fechar os alunos nascidos trouxas ficarão completamente desprotegidos. Serão presas fáceis para Voldemort – houve aqui muitas exclamações de susto – e seus seguidores!
- Ordem! Ordem! - mandava McGonagall, batendo com um martelinho.
“Isso ta até parecendo um tribunal”, Harry não conseguiu refrear seu pensamento.
- Sr. Potter! Aconselhamos o Sr. A não repetir o nome d’aquele-que-não-deve-ser-nomeado no recinto! – falou autoritário um dos membros do conselho – Agora, por favor, prossiga! – ele concluiu com a cara muito séria.
- Hogwarts pode ter seus defeitos com relação às proteções, mas nada que não possa ser resolvido. Hogwarts é o lugar mais seguro para estes alunos, uma vez que, pela lei, não podem usar magia fora da escola. E mesmo que o fizessem, os alunos do primeiro e segundo ano não teriam conhecimentos necessários para um duelo. Tudo o que eu falei os senhores, claro, já sabem. Mas o que quero é que pensem bem. Vocês vão permitir que estes alunos, os mesmos que três dos quatro fundadores de Hogwarts lutaram tanto para que continuassem a freqüentar a escola, morram porque esta não lhes deu refúgio? Então se for assim, é melhor se entregar a ele e parar de lutar, já que ele terá conseguido seu objetivo, fechar Hogwarts causando o pânico na população.
- E o que sugere Sr. Potter?
- Abram a escola que aluno ávidos por conhecimento não irá faltar – ele pensou em Hermione – Coloquem novos feitiços de proteção e, se acharem necessário, aurores! Proíbam as visitas a Hogsmead, já que a vila não é segura, principalmente com um aglomerado de alunos! Os professores estão aptos a protegerem os alunos, resta apenas aos senhores do conselho permitir isso! – houve um silêncio sepulcral no recinto, até as penas haviam parado de arranharem os pergaminhos – Bem, hum, era isso o que eu tinha para dizer!
- Obrigada Sr. Potter! – agradeceu McGonagall, olhando o seu aluno com admiração e respeito.
Harry desceu do púlpito e se juntou aos amigos. Os três falaram baixo, se levantaram, cruzaram a sala e, acompanhados por Lupin, saíram de lá. Quando Lupin fechou a porta, o silêncio reinou no ambiente. Harry, então, deixou-se escorregar pela parede até sentar-se no chão. As pernas bambas, as mãos geladas, e um suor que lhe escorria pela testa. Ele colocou as mãos de modo a esconder o rosto.
- Harry, você está bem? – perguntou Hermione.
- Vou ficar! – ele respondeu após um momento – Só preciso ficar quieto aqui! – Os três se entreolharam, mas nada comentaram.
Passado uns vinte minutos a porta que dava acesso a sala de onde saíram se abriu revelando o rosto redondo de Neville Longbotton. Ele, ao avistar o grupo, sorriu e foi até eles.
- Vocês não vão acreditar no que aconteceu! – ele falou com um sorriso nos lábios.
- Anda, Neville, diz o que houve! – pediu Hermione já ficando nervosa.
- Quando Harry saiu houve um belo tumulto lá dentro. O conselho e os professores se retiraram da sala e quando voltaram deram o veredicto! – ele olhou todos e parou em Harry.
- Fala logo Neville! – mandou Rony, completamente nervoso.
- Eles vão reabrir a escola. Não é demais? – perguntou com um brilho de alegria no olhar.
- Ainda bem! – Harry falou erguendo a cabeça e olhando os amigos.
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O almoço na Sede da Ordem foi um dos mais alegres, desde a morte de Dumbledore. Parecia que um peso enorme havia sido removido dos ombros deles. O que realmente havia acontecido. Até Any havia permanecido para o almoço, discutindo algo alegremente com os gêmeos. Gina havia se sentado ao lado de Harry e, vez ou outra, roçava sua perna na dele. Tonks segurava a mão de Lupin fazendo-o ficar com as bochechas rosadas. Moody conversava com Héstia algo sobre o Ministério. O quê, Harry não conseguiu entender.
Após o almoço a maioria das pessoas se retirou da Sede, restando apenas os Weasley, Harry, Hermione, Any e Lupin. De acordo com a garota não valia nada ir para casa só para se arrumar, já que os pais dela não iriam ao casamento. As meninas, rapidamente, subiram para se arrumarem, enquanto Harry, Rony e Lupin e os gêmeos ficavam conversando sobre a reunião e o desempenho de Harry. E, quando viram a hora, decidiram subir e se arrumar, afinal de contas teriam que chegar cedo.
Ao chegarem no quarto que Harry e Rony dividiam encontraram suas roupas cuidadosamente dobradas sobre suas camas, bem como os sapatos, devidamente limpos, encostados aos pés das camas.
- Ué?! Mamãe esteve aqui? – Rony perguntou coçando a cabeça.
- Não sei! Mas deve ter estado, para as roupas estarem arrumadas! – Harry disse dando de ombros.
Eles, então, começaram a se arrumar, pois o casamento estava marcado para se realizar dali a uma hora. Harry vestiu a mesma roupa que usara no baile de inverno, no seu quarto ano. Dessa vez, porém, usou uma poção para alisar os cabelos, que Hermione lhe indicara e, mesmo por tempo limitado, ele viu seus cabelos assentados. Rony, por outro lado, estava vestido com os trajes a rigor que os gêmeos lhe compraram a quase dois anos. Rony sorria satisfeito para o espelho orgulhoso com o resultado. Eles, então, desceram encontrando Lupin já arrumado sentado no sofá da sala.
Quase quarenta minutos depois Any, Hermione, Gina e a Sra. Weasley desceram. Elas estavam, na opinião de Harry, muito bonitas. Gina, por ser uma das damas, estava vestindo um vestido rosa claro, com bordados de rosas no busto, em tom mais escuro. Tinha um xale em um tom mais escuro que o vestido. Nos pés usava sapatos prateados, combinando com a bolsa de mão. O cabelo, preso em um coque, deixava algumas mechas soltas. Havia, em suas bochechas e ombros, um pouco de brilho o que, na opinião de Harry, a deixava ainda mais bela.
Any usava um vestido salmão que ia até os joelhos. Ele era bordado com miçangas miúdas transparentes, para dar um pouco de brilho. Tinha um xale em um tom próximo do marrom. Os cabelos, presos em uma trança raiz, tinha rosas multicoloridas entrelaçados nele. A maquiagem leve realçava seu olhar. Nos pés usava sandálias pretas, cheia de fios entrelaçados, combinando com a bolsa, que também era preta, com alça em dourado, combinando com a corrente, com um pingente de coração, que usava.
Hermione era outra que não ficava atrás, usava um vestido tomara que caia vinho com um decote em V. Ele ia até os tornozelos da garota, deixando apenas a mostra o sapato vermelho sangue que usava. A bolsa, de mesma cor. Os cabelos, agora com cachos definidos, caiam em ondas suaves por sob seus ombros. Nele também havia rosas miudinhas, da mesma cor que o vestido. A maquiagem bem leve deixava seu rosto como o de uma boneca de porcelana. Na cintura um cinto preto era, além da bolsa, o único acessório que usava.
A Sra. Weasley ocupada a procura de algo na bolsa não notara as caras admiradas dos meninos, nem o riso contido de Lupin.Quando ela, finalmente, encontrou o que procurava, a varinha, ergueu os olhos para os três. Conteu o riso, que queria escapar ao ver seus rostos. Mirou, então, as garotas, que absortas em comentários, não notaram os olhares.
- Hum! Hum! Bem, acho que devemos ir! – falou a Sra. Weasley.
- Claro Molly! – respondeu Lupin, segurando um pedaço de madeira.
- Onde estão Fred e Jorge? – perguntou any, notando a ausência dos gêmeos.
- Foram na frente! Disseram que iriam se encontrar com uns amigos! – respondeu Lupin.
- Nós vamos de chave de portal, mãe? – perguntou Gina, afastando uma mecha que insistia em cair-lhe no olho.
- Não! Eu vou aparatar nós duas! – ela respondeu e, olhando para Lupin – Arthur e Gui já foram. Nos encontramos depois! – e, com isso, segurou a filha pelo ombro e desapareceram.
- Hum! Podemos? – chamou Lupin fazendo os quatro se aproximarem e, três segundos depois, eles desapareceram.
Ao abrir os olhos Harry não pôde conter um largo sorriso. Ao que parecia eles haviam ido parar em uma espécie de penhasco. O mar ao fundo, e o sol, causavam uma bela impressão. Era como estar vendo um cartão postal. Lá na frente havia uma espécie de altar e, em seu centro, uma espécie de bacia de pedra. Havia duas fileiras de cadeiras e, entre elas, um tapete vermelho. Na entrada um arco, enfeitado com flores e dois pomos, davam as boas-vindas aos convidados. Flutuando a uns quatro metros de altura bolas multicoloridas davam ar de festividade ao ambiente. E, pelo jeito alguns convidados já haviam chegado. Só então, Harry notou Shacklebolt, perto do arco, recolhendo as chaves de portal, e trocando umas palavras com Lupin.
- E, aí! Vamos nos sentar? – perguntou Rony olhando o ambiente, tão maravilhado quanto Harry.
O trio começou a andar pelas fileiras e Hermione, ao notar que Any não os acompanhava, virou-se a procura dela. Esta permanecera na entrada conversando com Lupin e Shacklebolt. Ela não parava de ajeitar o xale nos ombros e franziu o cenho. Hermione não soube o porquê dela estar com aquela cara, se pelo xale ou outra coisa. Suspirou e voltou a acompanhar os garotos a fim de se sentar. Eles encontraram lugares na segunda fila e viram, espantados, Luna e Neville, que lhes sorriram ao avistarem eles.
- Oi gente! Sentem aqui com a gente! – chamou Neville, ao que o trio não teve como recusar.
- E aí, chegaram a muito tempo? – perguntou Rony.
- A quase meia hora! – respondeu Neville.
- Meu pai veio cobrir o casamento, a pedido do Sr. Weasley. – falou Luna. Ela usava um vestido preto longo, com brilho na barra e nas alças. O cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo, enfeitado com uma flor vermelha. Usava, também, um conjunto de pérolas. O trio até a acharam normal, sem os badulaques habituais de rolha de cerveja amanteigada.
O tempo, para Harry, parecia que estava congelado de tão demorado. O céu, aos poucos, começou a tingir-se de laranja. O que, na opinião de Harry, deixava o ambiente ainda mais bonito. Pouco a pouco os convidados iam chegando. Muitos ruivos iam cumprimentar Rony e, por conseguinte, conhecer Harry e Hermione. Ele, claro, achatava os cabelos na testa, sempre que alguém olhava sua cicatriz com curiosidade. Sempre que eles se iam, todavia, Harry retornava a atenção para a bacia de pedra. Só então, percebeu que nela havia umas runas escritas. Ele, claro, não sabia seu significado. Então uma idéia lhe veio a mente.
- Rony! Poe me dizer como é um casamento bruxo?
- Muito simples! Existe um celebrante contratado do Ministério. É ele quem oficializa a união!
-E aquela bacia para quê serve?
- Bem... – começou Rony, sendo interrompido, fazendo-o ter um leve sobressalto.
- Não vá estragar a surpresa Rony! – pediu uma voz ao lado do ruivo. Somente agora o trio notara Any.
- Nossa, é tão bom assim? – perguntou Harry, curioso.
- Sim1 É lindo! – Any respondeu, com um brilho no olhar – Eu já fui a um casamento bruxo. A parte da bacia foi a que mais gostei.
- Não vai mesmo nos contar, não é? – perguntou Hermione, ávida por informações.
- Hum... não! – Any respondeu, caindo na risada, acompanhada por Rony, Luna e Neville.
Quase uma hora depois, então, praticamente todos os convidados haviam chegado. Devia ter umas cento e cinqüenta pessoas ali. Desde parentes dos noivos até o editor de “O Pasquim”. Os membros da Ordem, os que se prontificaram a ajudar, andavam de um lado a outro, certificando a segurança de todos. Entre eles havia uns vinte aurores, amigos do noivo, que decidiram ajudar na segurança, visto que eles estavam de folga do trabalho. Eles não queriam que nada desse errado no casamento do amigo.
Quando, enfim, todos os convidados chegaram, quatro casais atravessaram o arco seguindo até o altar, ao som de harpas as quais apareceram assim que pisaram o tapete vermelho. Dois dos casais usavam vestes prateadas, com detalhes em dourado. Estes se postaram a esquerda do tapete. Os outros dois casais usavam vestes violetas, com detalhes em preto. Estes se postaram a direita do tapete. Os quatro casais virados para os convidados.
Entrou também, com eles, um homenzinho baixo, careca e gorducho, que usava vestes verdes com detalhes em azul. Seus olhos eram de um azul profundo, como o mar em dias tempestuosos. Ele levava consigo, pelo que Harry pôde ver, um pergaminho amarelado pelo tempo, envolto em uma fita vermelha. Seus passos eram fortes e decididos, contrastando incrivelmente com a idade que aparentava, uns noventa anos. Ele se postou, então, atrás da bacia. Com um leve toque de varinha nela fez surgir um brilho intenso, mas não a ponto de irritar a vista. Era como ver uma aurora boreal em miniatura, limitada pelo teto do altar. Mas tão rápida como fora convocada, a luz desapareceu. O celebrante, então, com um sorriso apontou a varinha para o arco de entrada e anunciou.
- Que o casamento se inicie! – com isso, as harpas voltaram a tocar e todos os convidados voltaram sua atenção para trás, a fim de saber quem se aproximava.
Duas garotas, vestidas igualmente de rosa, entravam carregando, cada uma, um cesto com flores. Eram Gabrielle, irmã de Fleur, e Gina, irmã de Gui. Logo atrás estavam, respectivamente, a Sra. Weasley e seu marido. Depois Gui, usando vestes pretas com detalhes em roxo, e Fleur, com um vestido branco, luvas e uma tiara. Logo depois o Sr. E a Sra. Delacour. Os pais de ambos os noivos usavam vestes violetas com capas roxas.
Harry observava tudo aquilo maravilhado. Era como assistir a um filme ambientado na idade média. Época em que os cavaleiros reinavam absolutos, protegendo seus reis e seus entes queridos. E todas as donzelas, sem exceção, sonhavam em encontrar seus príncipes encantados. Ele sorriu com esse pensamento. “Se a cerimônia já começou bela assim, fico imaginando como será a cena da bacia”, pensou.
Harry, então, notou que todos já tomaram seus lugares. Os noivos, cada um de um lado da bacia. Gina e Gabrielle, as damas de honra, atrás dos noivos. Os pais dos mesmos ficaram, cada qual, de um lado do tapete, deixando-o desimpedido para a passagem dos noivos. As harpas, novamente, pararam de tocar, desaparecendo logo em seguida.
- Hoje! – começou o celebrante – Iremos unir, pelo voto do matrimônio, esses dois jovens corações! – ele disse, abrindo os braços, abrangendo todos que ali estavam.
“A milênios atrás, na época em que a magia não era temida e bruxos e trouxas viviam em harmonia, todos os casamentos eram, desse modo, realizado. Com o passar dos tempos a magia passou a ser temida e, agora, esquecida para a maioria das pessoas. Resta apenas a nós, conhecedores do verdadeiro passado, perpetuarmos essa tradição, tão bela e mágica, que é a união de dois corações.” Nesse momento Gui e Fleur sorriram apaixonados.
“Dois corações que, como a lua e o sol, permaneceram por muito tempo afastados, cada qual do seu lado. Mas hoje é o momento que esses corações se unirão, como acontece em um eclipse. E do que antes eram apenas dois corações, separados e solitários, passará a ser apenas um, unido e fortificado.” Nesse momento Harry olhou para Gina e viu que ela sorria maravilhada com tais palavras.
- Ginevra Weasley! Gabrielle Delacour! Por favor! – pediu o celebrante, ao que as duas em uníssono, proclamaram, com os braços abertos como a envolver o casal a frente delas.
- Eu, como dama de honra, desejo paz e harmonia a nova vida que hoje se inicia! – elas terminaram baixando os braços.
- Agora os pais do noivo! – ele chamou, ao que o Sr. E a Sra. Weasley ergueram as varinhas e as uniram dizendo.
- Da nossa união você surgiu, e hoje mais uma união irá surgir. Uma vida feliz é o que nós desejamos, e netos dessa união são o que nós esperamos! – com essas palavras raios multicoloridos envolveram Gui, por breves momentos.
- Agora os pais da noiva! – chamou o celebrante, após o Sr. E a Sra. Weasley guardarem as varinhas. Os Delacour fizeram o mesmo que os Weasley.
- Agora! – o celebrante falou, atraindo a atenção para si – Eu quero que vocês dois – ele disse olhando os noivos – repitam o que eu disser. – ao que eles concordaram.
-Eu – ele olhou Gui – Guilherme Weasley aceito, sob as bênçãos que me foram dadas, cuidar e amar, nessa nova vida que se inicia, do coração e da alma da minha futura esposa – quando o celebrante terminou, Gui o repetiu.
- Muito bom! – agora coloque sua mão direita na bacia e a esquerda eu quero que vocês as unam. Isso mesmo! Agora – ele olhou para Fleur – repita comigo. Eu, Fleur Delacour aceito, sob as bênçãos a mim dadas, cuidar, amar e respeitar, nessa nova vida que se inicia, do meu futuro marido! – ao que Fleur repetiu.
Quando ela terminou de dizer o juramento do casamento uma luz branca saiu de dentro da bacia e, lentamente, começou a envolvê-los. Quando a luz bateu no chão, formando uma espécie de manto, os noivos desapareceram, causando espanto a muitos que nunca tinham ido a um casamento bruxo. A luz, então, começou a retroceder até, apenas, envolver as mãos que permaneciam unidas. Uma luz dourada começou, lentamente, a irradiar das mãos dos noivos, tomando o formato de dois anéis. Quando, por fim, a luz cessou por completo, o celebrante continuou a cerimônia.
- Agora! Com o poder a mim concedido pelo Ministério da Magia! Eu os declaro marido e mulher! Pode beijar a noiva! – o celebrante falou, com um brilho no olhar.
Gui e Fleur contornaram a bacia, ficando um de frente para o outro, sorrindo. Ele segurou, delicadamente, o rosto dela. Eles se aproximaram nervosamente, devido a platéia, e se beijaram. Ao fazerem isso os quatro casais, que haviam entrado anteriormente, dispararam faíscas vermelhas no céu. Ao mesmo tempo em que os convidados davam vivas aos noivos batendo palmas. Todos com largos sorrisos nos rostos e brilhos, de pira felicidade, no olhar. Ao se separarem Gui e Fleur saíram correndo pelo tapete, sendo ovacionados por todos, e ao chegarem no arco, Gui tirou algo das vestes, fazendo Fleur segurá-lo e, instantaneamente, eles desapareceram.
- E agora o que fazemos? – perguntou Harry.
- Nós ficamos aqui até que Mo... digo a Sra. Weasley nos chame! – respondeu Any, ao que o trio confirmou, notando que ela quase falara o que não devia.
- Puxa, mas foi realmente muito bonita a cerimônia. Adorei! – falou Harry, ao que Hermione concordou com um aceno de cabeça.
- Eu disse que era! Principalmente a da bacia, não foi? – perguntou Any.
- Concordo! – disse Hermione. E eles continuaram conversando até a Sra. Weasley os chamar.
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N/A: Desculpem a demora, viu pessoal? É que devido ao vestibular eu não tive tempo para nada. Mas como amanhã é o ultimo dia, cá estou eu com a fic. Ah! Uma coisa que coloquei e que só depois que eu reli o sexto livro vi o erro. Quanto a Amélia, que eu citei nos capítulos anteriores. Esqueçam-se dela, pois ela morreu e eu não me toquei desse fato. Portanto ela não será mais citada. Ok? Não somente ela, mas também a Emelina Vance. Espero que gostem. Beijos e fuuuuuuiiiii!!!
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