Agora, uma nova vida



Draco aparata em casa com cara de poucos amigos, assim que chega ao hall de entrada um elfo doméstico vai ao seu encontro, ele joga sua capa de viagem distraidamente em cima do pequeno ser.

-Leve ao meu quarto.
-Sim jovem mestre.
-Onde estão meus pais?
-No jardim.
-Sim, vá.
-Sim senhor.

Draco decidiu que antes de dar a notícia a seus pais ele precisava, e merecia, um banho. Subiu até seu quarto e preparou o banho a seu modo.
Entrou na banheira onde a água fazia-o arrepiar. Naquele lugar relaxante parecia que ele não possuía problemas, nada a se preocupar. Depois de um longo tempo achou que já era hora de enfrentar seus problemas de cara. Arrumou-se e foi ao encontro de seus pais.

- Kriska! – Gritou Draco.
- Sim, senhor?
- Peça para que meus pais me encontrem na sala da lareira o mais rápido possível.

O elfo guinchou e saiu do aposento, Draco encaminhava para o lugar onde havia combinado o encontro com seus pais. Após algum tempo chegou ao local e aconchegou-se no grande sofá verde. Olhava atentamente para a porta a espera de qualquer movimentação no lado exterior.

-O que foi de tão grave para esse encontro tão repentino? – Perguntou Lúcios com uma cara extremamente indiferente.
-Aconteceu alguma coisa querido? – Perguntou Narcisa, com um tom mais ameno.
-É melhor vocês se sentarem, por favor. – Indicou o sofá a sua frente. – Bom, essa conversa é realmente repentina, devido ao fato urgente, e também repentino que eu tenho que lhes informar. – Continuou ele.
-Então fale logo, talvez eu descubra porque você saiu no meio do expediente nesta tarde, sem avisar seu chefe, ou diria pai, na verdade ambos ficaram preocupados. – Agora Lúcius usava a ironia em suas palavras.
-Creio que tudo irá se esclarecer, ao menos em parte, direi tudo o que sei. – Continuou ele ignorante o ambiente hostil que seu pai instalava na sala. – Recebi uma visita em meu escritório. – Fez uma pausa. Não poderia esquecer nenhum detalhe que fosse necessário ser repassado.
-Quem era querido? – Narcisa parecia aflita.
-Ginervra Weasley, creio que se lembram desse nome. – Agora Draco era irônico. – Ela foi me dar uma notícia um tanto quanto, impactante. – Ele pausou inspirando todo o ar que conseguia. - Eu tenho dois filhos.

Narcisa arregalou os olhos exatamente como Luna Lovegood. Lúcios levantou-se e sentou novamente em seu assento.

-Eles têm quatro anos, são gêmeos.
-Draco, você tem certeza disso? – Perguntou Lúcios mostrando preocupação. –Eles são realmente seus filhos?
-Eu tenho total certeza, eu os conheci nesta tarde. – Draco dirigiu seu olhar ao pai. – Foi por isso que tive que sair sem dar explicações. É inegável, eles são meus filhos, e eu não duvidaria de Gina.
-Pois eu sim. – Disse a mulher enérgica.
-Não entendo seu ódio por ela mãe, fui eu quem a deixei sozinha deixando apenas um bilhete.
- Isso foi o que ela lhe colocou na cabeça. – Disse Lúcios.
-Não pai. Isso foi o que você me fez fazer, isso foi o que essa guerra idiota fez eu fazer. – Ele respirou profundamente. – Isso foi o que eu fiz por causa dessa sua maldita aliança com aquele Lord de merda.
-Não fale assim com seu pai, você ainda deve respeito a ele. – Interferiu a mulher.
-Respeito? Por que eu deveria respeito a ele? – Draco trazia um sorriso cínico no rosto. – Ele não teve respeito e muito menos consideração alguma com relação a mim.
-Se eu lhe tirei de perto da sua amada, foi pensando na sua vida. – Disse Lúcius.
-Não, você foi totalmente fraco. – Suspira. - Primeiro se mete com aquela gente, depois se arrepende disso, mas vê que é tarde demais.
-O que está insinuando Draco? – Pergunta Narcisa.
-Depois de nos expor ao perigo, porque claro, eles não fariam mal nenhum a você, eles temiam você, mas eu, morto ou vivo não faria nenhuma diferença a eles, mas era uma maneira de subornar você, patético.
-E foi pensando em você que mandei se retirar de Londres, pensand...
-Mas você não pensou quando virou um comensal, não pedi pra você ser meu pai, e não pedi pra ter o destino que você ridiculamente decidiu por mim antes de eu nascer. – Interrompeu o pai abruptamente. - Você me envergonha. – Disse as últimas palavras com desgosto.
-DRACO MALFOY! – Narcisa soltou essas palavras num tom que para ela se aproximava de um grito.
-Não querida, deixe. – Disse ele em tom absolutamente calmo. – Eu te envergonho então? – Não obtendo resposta do jovem continua. – Então o que faz embaixo do meu teto?
-Lúcius! – Guinchou a mulher, ela estava aflita.
-Não mãe, deixe, ele está certo. O que eu estou fazendo aqui? – Draco disse dando as costas a seus pais.
-Aonde você vai filho? – Pergunta Narcisa.
-Deixe-o ir querida. – Disse Lúcius antes que Draco pensasse em uma resposta sensata para dar a sua mãe.
-Lúcius Malfoy, você só pode estar brincando. – Ela tinha os olhos cheios de lágrimas. – Você não vai deixar seu filho, seu único filho, sair desta casa assim.
-Ele não se porta como meu filho. – Após dizer essas palavras de rancor Lúcios sai da sala e deixa Narcisa em prantos, achou o melhor naquele momento.


Draco colocava todos os seus pertences furiosamente em uma mala, ele tinha tantos pensamentos conturbando sua cabeça que mal conseguia fazer um feitiço reducio se quer. Percebeu que aquilo era um erro, parou o que estava fazendo, sentou-se na cama colocando a cabeça entre as mãos procurando algum resquício de lucidez, aquilo parecia mais um pesadelo.

“Em um dia eu descubro que tenho dois filhos, enfrento meu e sou expulso de casa, é muito.” , pensamentos extremante pessimistas percorriam sua mente, “Calma, só um dia ruim.”, ele repetia para se mesmo na esperança de se convencer disso.

-Filho, você está bem? – Narcisa interrompeu o mergulho que Draco dava em seu interior, tinha os olhos completamente vermelhos e o rosto inchado.
-Eu estou bem, parece que você que não. – Disse ele preocupado, em toda a sua vida vira sua mãe chorar pouquíssimas vezes, todas elas de alguma forma estavam relacionadas a ele, o sentimento de culpa o invadiu.
-Pra onde você vai? – Perguntou ela ignorando a pergunta do filho.
-Eu vou ficar bem, eu vou para o apartamento que morei com a Gina. – Ele se aproximou de sua mãe, a abraçou. – Eu vou ficar bem.
-Mas, e se você precisar de alguma coisa? – Disse ela chorando no peito do loiro.
-Mãe, olha só. – Draco odiava ver mulheres chorando, principalmente por sua causa. – Eu vou estar bem, já deveria ter saído dessa casa há muito tempo. – Draco percebeu que suas palavras não estavam adiantando de nada. – Você pode me visitar quando quiser, e conferir que vou ficar bem, onde está aquela mulher forte e decidida que eu conheço?
-E... Euu ... T... Tte... Aam.. Amoo. – Disse Narcisa entre soluços.
-Eu também, senhora Malfoy. – Ele lançou a ela seu sorriso radiante. - Então que tal me ajudar a arrumar minhas coisas agora.
-Claro. – Disse ela prestativa limpando seu rosto. – Eu já volto, me dê dez minutos.
-Tudo bem. – Draco disse fitando sua mãe deixar seu quarto.

Enquanto esperava sua mãe voltar Draco foi para a janela, lembrou-se de tantas tardes que passava lá simplesmente observando a chuva cair do lado de fora e brincando de corrida de gotas, era como uma despedida da infância que havia vivido ali.

-Pronto querido. – Narcisa adentrou no quarto com um espírito totalmente novo, os olhos ainda denunciavam as lágrimas recém derramadas. – Isso é pra você. – Ela estendeu uma sacola de tamanho considerável.
-O que é isso. – Draco pegou a sacola desconfiado pelo fato de possuir peso.- Não, não posso aceitar. – Dentro da sacola havia tantos galeões que nem Draco estava acostumado a ver.
-E por que não? – Narcisa agora sorria, mas até seu sorriso era triste. – Eu quero te dar, e não preciso desse dinheiro. Agora vamos arrumar suas malas.

Draco só conseguiu abraçar sua mãe, não disse nada, ela correspondeu. Minutos se passaram, não importava o tempo.

-Acho que já demonstrou seu agradecimento querido. – Novamente lágrimas corriam por sua face.
-Hum... Tem razão, melhor acabar isso logo. – Ele se afastou da mãe.


Draco estava na frente da porta de seu novo lar. Criou coragem e entrou. Aquele lugar ainda lhe trazia lembranças. De agora em diante sua vida não seria definitivamente a mesma.

N.A.: Praticamente ninguém comenta aqui, nem sei se pessoas leêm.
Mas recebi um comentário dizendo que ia ler, isso foi o motivo por continuar postando aqui. Obrigada.

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