Capítulo 2



- Eu era da Corvinal, é natural que não se lembre de mim – dizia ela, seus olhos negros acompanhavam os prédios que corriam pela janela até mergulharem no subsolo.
Mais do que não se lembrar de uma de suas poucas colegas, Harry não podia acreditar que deixara aquele sobrenome passar em branco todos aqueles anos, Guinevere estava à vontade ali, a capa sobre seus braços, cobrindo parte de suas pernas, a postura casual, e o fato de observar calmamente o túnel escuro do metrô, porém Harry mal conseguia se manter sentado, mexia-se inquieto no banco, olhava para os lados e, de minuto em minuto, ele verificava em que estação estava, ela apenas sorriu.
- O Sr. é auror, não é, Sr Potter? – perguntou ela.
- Sim, sim, sou sim. – disse ele, a ansiedade era clara em sua voz.
Ela ficou em silêncio novamente, e ele observou seu perfil, sua silhueta era suave e bela, com um toque de elegância e obra de arte, seu nariz um pouco arrebitado, seus lábios eram grossos, e o cabelo pesado, sua pele lisa e branca como porcelana e, por um instante, Harry pode vê-la encapuzada à noite, com Malfoy diante dela. Ele levou uma das mãos até a cabeça, e ela se aproximou, preocupada.
- O senhor esta bem? – perguntou, seus olhos eram profundos e doces, não podia ser ela.
- Nada, eu só te confundi com outra pessoa.
Guinevere ainda parecia preocupada mas ao anunciarem sua estação e a de Harry, as expressões se dissolveram e, juntos, desembarcaram do trem, subindo juntos a escada até a superfície.
As ruas londrinas já estavam apinhadas de carros, enquanto uma multidão de pessoas apressadas andavam pela calçada, indo das belas vitrines de grifes famosas até as enormes livrarias do outro lado. Guinevere parecia um pouco confusa, olhando para os carros e motos, e em seguida para Harry, como se consultasse se estavam no caminho correto.
- Você esta indo para onde? – indagou Harry, um pouco preocupado.
- Ministério, preciso ir lá – dizia ela, agora com um tom meio avoado, mas voltou-se para a expressão incrédula de Harry, e sorriu – Eles não tem uma impressão muito boa de mim por lá, sabe, no Ministério, então resolvi ir de uma forma não mágica, mas, creio que estou perdida – ela riu de si mesma simpaticamente.
Harry apenas sorriu, na verdade, não havia rido também por educação, ele não podia negar que era engraçado ver os bruxos tentando andar pelo meio trouxa, mas era lindo ver o sol refletindo na pele cor do luar de seu rosto, e criando mexas naturais em seu cabelos, que balançavam, acompanhando os movimentos de sua cabeça.
- O senhor é do Ministério, não é? Quero dizer, disse que é auror, então suponho que... – ela parecia um pouco envergonhada.
- Sim, sou sim, estou exatamente indo para lá, se quiser ...
- Claro, claro, adoraria ...
Um clima estranho se instalou entre eles, Harry saiu da multidão, passando por uma rua lateral, Guinevere o seguia, olhando para os prédios, que, com a medida que avançavam se tornavam menos apresentáveis. Até alcançarem uma rua estreita e mau-cuidada, com prédios comerciais sem tinta, um bar que inspirava abandono, e uma caçamba de lixo, cercada pelo mesmo que os cães haviam espalhado.
- Bem, é aqui – disse ele, um pouco encabulado, levando-a até uma cabine telefônica vermelha, a esta altura, mal haviam vidros dela, e a parede que servia de funda tinha grafites novos.
- Ele parece mais bonito quando aparatamos – comentou ela, olhando para a cabine com uma sobrancelha erguida, Harry aguardou que ela entrasse, mas a garota parecia não haver compreendido.
- Você tem que entrar – disse ele, sem querer ofendê-la.
- Ah, sim, sim, claro – suas bochechas se tornaram rosadas, e ela entrou na cabine.
Harry se juntou a ela, e foi curioso como não estava apertado dentro dela, se lembrou de quando estivera naquele mesmo lugar com o Sr Weasley, o pai de Rony, da sensação de estomago embrulhado ao pensar que poderia ser expulso de Hogwarts, e da alegria de se retirar com uma boa noticia. E foi olhando para ela que Harry se lembrou quando ele e a AD, um clube “ilegal” que ele havia criado para aprenderem Defesa Contra as Artes das Trevas no quinto ano, foram juntos para resgatar Sirius, e saíram sem ao menos um corpo. E foi quando uma dúvida se reavivou em sua mente.
- E agora? – questionou ela, olhando-o, Harry afastou aquelas lembranças de sua mente, e voltou sua atenção para o telefone que pendia tonto na cabine, como se houvesse sido atacado por vândalos.
Ele retirou o fone, e deixou-o no alto, os olhos da garota acompanhavam passivamente a cena, enquanto Harry discava os números 62442, quando o disco voltou à posição inicial, uma voz feminina soou na cabine, como se estivesse ao lado deles.
- Bem vindos ao Ministério da Magia, por favor, informem seus nomes e o objetivo da visita.
- Harry Potter, do Departamento de Aurores – informou, esperando que ela dissesse algo, mas a garota parecia um pouco nervosa, e ele a olhou preocupado. – Srta.?
- Ah, sim ... Guinevere Black, vim fazer uma denúncia, e pedir algumas informações...
- Obrigada – disse novamente a passiva voz feminina – visitante, por favor apanhe o crachá e prenda-o ao peito de suas vestes – ouviu-se um som metálico, e um retângulo prateado, onde estava escrito “Guinevere Black – informações”, saiu do local por onde geralmente caiam as moedas excedentes. Ela prendeu o crachá ao peito de sua capa, um pouco desajeitada.
- Visitante ao Ministério, a senhorita deve se submeter a uma revista e apresentar a sua varinha, para registro, à mesa de segurança, localizada ao fundo do Átrio.
Guinevere não pareceu confortável com tudo aquilo, e mexia nervosa nos anéis que usava sobre as luvas, Harry olhou-a, discreto, seu comportamento era um tanto intrigante, mas ele supôs que houvesse relação com o fato dela estar indo fazer uma denúncia, o que era muita coragem naqueles tempos de crise. O piso da cabine tremeu, e começara a afundar, Guinevere perdera o equilíbrio, e Harry a segurou delicadamente.
- Você esta bem? – perguntou ele, ajudando-a a se levantar, enquanto continuavam a afundar, naquele ponto a cabine estava imersa na escuridão, e ela se segurava a ele, apreensiva.
- Não gosto de lugares pequenos – disse ela, sua voz estava fraca e tremia um pouco.
Conforme desciam uma nova claridade se instalava, até que um forte clarão tomou tudo e bateu em seus olhos, Harry colocou a capa diante do rosto de Guinevere, que piscava várias vezes, até se acostumar com a nova luminosidade.
- O Ministério da Magia deseja aos senhores um dia muito agradável – tornou a dizer a voz feminina.
A porta da cabine se abriu e Harry ajudou-a a sair, ambos pareciam mais a vontade agora, cercados de magia e cosas que iam além dos sentidos, era como se ambos se sentissem mais normais, mais do que eles podiam contar passavam carregadas de documentos, enquanto filas se estendiam de ambos os lados, algumas chegando por uma lareira, outras indo embora por outra, no centro do gigantesco saguão havia uma bela estátua dourada, maior que o tamanho natural, dois bruxos, uma mulher e um homem, ambos de aparência aristocrática, apontando suas varinhas para o alto, entre eles havia um duende e mais embaixo um centauro e um elfo doméstico, que observavam imponentes o casal, apesar disso ser estranho no elfo, das pontas de suas varinhas jorravam água, assim como do chapéu do duende, da flecha do centauro e de cada orelha do elfo, a água caia em um espelho d’água circular que a cercava.
O som da água caindo se misturava ao som de pessoas aparatando e desaparatando, e aos gritos e berros das pessoas que corriam de um lado ao outro, todas cheias de papéis. Harry observou a fonte por alguns segundos, ela havia sido reformada duas vezes desde sua primeira visita, uma porque a estátua toda havia sido destruída na batalha contra Voldemort e os comensais que havia sido travada há cerca de cinco anos, onde modificaram a expressão do centauro, e outra a um ano, pois a Hermione estava deixando o conselho maluco.
Guinevere se separou dele e da multidão de funcionários, indo na direção de uma placa onde estava escrito: Segurança. Um homem idoso estava sentado sobre o balcão enquanto lia um exemplar do Profeta Diário, onde na capa informava um ataque ao Caldeirão Furado, o homem tinha uma barba grisalha comprida, mas o topo de sua cabeça reluzente, não exibia cabelo algum, voltando a nascer um pouco em sua nuca. O homem trajava um uniforme azul-pavão e levantou os olhos verdes de forma desgostosa.
-Uma visitante – informou Harry se juntando a ela, que sorriu.
-Venha cá – disse o velho, sem vontade, dobrou calmamente seu jornal, e deixou-o de lado, Guinevere deu um passo à frente, já pegando sua varinha e entregando ao homem, que tinha uma enorme vara dourada nas mãos, ele passou-a por todo o corpo dela, e, ao passar por seu braço esquerdo uma luz prateada acendeu. O homem olhou intrigado, e ela surpresa, ele passou novamente a vara sobre o braço, sendo que esta segunda vez ele não acusara nada, pensando que fora apenas um defeito, o homem guardou a vara sem mais perguntas.
Harry olhou intrigado para os braços dela, onde sua mão direita massageava o punho esquerdo, enquanto isso, o senhor apanhara um objeto feito de latão, que se assemelhava a uma balança de um só prato, e colocou a bela e bem cuidada varinha dela, cujo o punho prateado possuía o brasão dos Black, sobre este único prato. O prato começou a vibrar, e Guinevere olhava a cena sem desviar o olhar, a mão direita insistindo no movimento repetitivo sobre o braço esquerdo, após alguns segundos uma fina tira de pergaminho fora cuspida para fora de uma abertura estreita, situada na base, o homem destacou-a, e leu com uma voz cansada.
-Vinte e quatro centímetro, um único pelo de cauda de centauro, corda de coração de dragão, madeira de salgueiro lutados e uma única pena de coruja, em uso há...Trezentos anos?
O homem se mostrou surpreso, e Harry também, retirando seus olhos esmeralda dos braços da garota, para se fixarem em seu rosto, ela piscou, sem compreender o que estava havendo, quando deu uma risadinha.
-Na verdade, são trezentos e nove anos – disse, em tom de conversa – eu a herdei de minha avó, é passada de geração em geração – completou, o homem pareceu achar a explicação esclarecedora, mas para Harry ainda era algo muito estranho.
-Fico com ela – disse ele – e depois a devolvo. – Guinevere concordou, apesar de haver entortado a boca, demonstrando desgosto.
-Você vaia te a sessão de aurores, não é? – disse Harry, ajudando-a a passar pela multidão.
-Sim, exatamente, eu tenho uma denúncia...E preciso falar com o chefe do Departamento. – disse ela, jogando um galeão na fonte, e seguindo pelo caminho que Harry abria.
-Se quiser, eu posso levá-la – disse ele, tentando ser simpático, sem contar que ela lhe parecia tão perdida quanto suspeita.
-Eu ficaria muito agradecida – respondeu, seguindo atrás dele, ambos pararam junto a uma fila, que se estendia por boa parte do salão, tendo como ponto de partida a porta do elevador. Harry a olhava fixamente, seu jeito avoado, porém elegante e displicente lhe lembrava Sirius na lembrança de Snape, quando ainda era jovem, e seu sobrenome tornava tudo mais claro, assim como mais confuso.
-Por algum acaso você é filha de... – começou Harry, mas ela fez um gesto simples, interrompendo-o.
-Se importa? Não é um assunto que eu queira tratar aqui – disse ela, que, apesar de sue sorriso, era possível enxergar uma sombra sobre seu rosto – Esta livre hoje a noite? – Harry se surpreendeu com a pergunta.
-Estou, hoje é meu dia de folga da patrulha. – Guinevere abriu um belo sorriso, exibindo dentes extremamente brancos.
-Que tal hoje a noite, na Fire Witch? É uma danceteria – disse ela, quando o elevador chegou, e eles foram arrastados com uma pequena multidão para dentro dele – É na mesma rua trouxa d’O Caldeirão Furado.
-Eu nunca ouvi falar desta tal Fire Witch... – disse ele, fazendo um sinal para o bruxo ao lado do painel para que apertasse o número dois.
-Nunca? – duas vozes em conhecidas soaram atrás deles, Guinevere saltou no lugar, e Harry mal podia acreditar no que estava vendo.
Fred e Jorge Weasley, gêmeos, e alguns dos irmãos mais velhos de Rony, fazia alguns meses desde a última vez que Harry os vira, parecia que todos os filho Weasley seguiam os passos de Bill, um dos mais velhos, os cabelos dos gêmeos ultrapassavam seus ombros, e estavam presos em rabos de cavalo, Fred, ou ao menos supunha Harry de que aquele era Fred, usava uma camisa vermelha por debaixo do terno preto, enquanto o outro usava uma camisa azul, ambos usavam capas pretas e idênticas sobre os ombros, assim como seus sorrisos eram como vistos em espelhos.
-Você nunca ouviu falar da Fire Witch?
-Você nunca esteve lá?
-Em que mundo você vive, Harry?
-Por acaso é em algum reino muito, muito distante?
Os gêmeos o atropelava com as perguntas, sem dar um único espaço para que Harry respondesse, pareciam extremamente indignados em saber que ele jamais estivera nesta tal danceteria, Guinevere sorria, parecia animada com toda aquele agitação.
-Você tem que ir lá – disse um deles.
-E consumir – falou o outro.
Os gêmeos e Guinevere riram entre si, porém Harry não pode compreender o que se passava. No chão, ao lado de Fred e Jorge, havia uma enorme caixa branca, com alguns furos dos lados.
-Do que vocês estão falando? – perguntou Harry, quando a mesma voz da cabine telefônica soou.
“Nível quatro, Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, que inclui Divisão das Feras, Seres e Espíritos, Seção de Ligação com os Duendes, Escritório sobre Orientação de Pragas.”
-É o nosso ponto! – disseram os gêmeos, e, juntos, ele arrastara a caixa para fora dai.
-Até mais, Harry!
-Bela garota!
Harry sentiu suas bochechas esquentarem, e olhou corado para Guinevere, que tinha suas brancas bochechas manchadas de rosa, e em seus lábios um sorriso envergonhado. A maior parte das pessoas insistia em descer neste andar, mas ainda restavam cerca de outra seis ou sete pessoas, todas com crachás como o que de Guinevere. O elevador continuou a subir, após pouco tempo ele parou, e suas portas douradas se abriram, novamente a voz da mulher disse.
“Nível dois, Departamento de Execução das Leis da Magia, que inclui Sessão de Controle de Uso Indevido da Magia, Quarte-General dos Aurores, e os Serviços de Administrativos da Suprema Corte dos Bruxo”
Harry e Guinevere desceram, seguidos pelos demais, todos pareciam meio perdidos, e dois desistiram, retornando ao elevador, Harry compreendia o medo da maior parte das pessoas em dizer alguma, naqueles tempos de crise qualquer passo errado podia significar seu fim e o de toda a sua família. O grupo caminhava por um corredor ladeado de portas, até que Harry parou e apontou um grande letreiro na entrada de um dos corredores, que dizia ‘Quartel-General dos Aurores’, da primeira vez que ele o viu era apenas um cubículo, mas com a quantidade de incidentes, o quartel havia se expandido pelo corredor inteiro.
Os bruxos que restavam pareciam ansiosos, e havia outros na mesma situação sentados por cadeiras de espera por todo o corredor, quase ninguém se atrevia a falar algo, e nem era preciso, não havia uma pessoa ali que não estivesse sentindo medo, ou preocupação, sendo seus nervos em frangalhos.
-Se quiser evitar a espera – sussurrou Harry – pode falar com a minha divisão, o nosso chefe é mal-educado, mas evita este clima de enterro. – Guinevere aceitou a proposta, e os dois entraram por uma porta lateral uma grande sala, nas paredes haviam cartazes de procurados, pôsteres de Quadribol, manchetes de jornal, e fotos de família, para Harry, a maioria eram familiares, não por vê-las todos os dias, mas por conhecer algumas famílias.
Sua mesa estava cheia de papéis, e vários objetos metálicos, sem contar dois bisbilhoscópios, um de bolso que ganhara de Rony quando estavam no terceiro ano, e um extremamente maior que havia ganho de Alastor Moody quando fora efetivado como auror. Guinevere olhou o local interessada, mas não sorria, Harry devia compreender, o quartel-general não era um lugar confortável para ninguém, seus colegas eram Quimm, Tonks e Ginny, sendo que o homem se sentava ao seu lado, Ginny de frente para ele e Tonks na diagonal, o sobrenome Weasley na placa de Ginny havia sido rabiscado por Tonks, e substituído por Potter, havia apenas Quim sentado em sua mesa, com a cabeça afundada em uma pilha de papéis, de forma que nem vira Harry entrar, e Tonks, com os cabelos verdes e levantados, como uma punk, saia da porta dos fundos da sala, na qual havia uma placa onde havia os dizeres “Alastor Moody – Comandante do Quartel-General de Aurores”, Harry ingressado no quartel cerca de uma semana antes dele ser efetivado como comandante, no dia, Moody diz eu não necessitava de comemoração, mas antes do meio da festa ele já estava bêbado, e dançava sobre a mesa da sala.
-E ai, Harry? Beleza? – cumprimentou Tonks, sorridente – Atrasou, heim?
-Eu vim a pé – disse ele tirando a capa e soltando-a sobre sua cadeira, Guinevere olhava em volta, e encostou-se na mesa de Harry, no mesmo segundo os dois bisbilhoscópios dispararam, girando e apitando, Tonks e Harry olharam para Guinevere, que se afastou assustada, Harry se adiantou até os dois objetos barulhentos e os jogou dentro da gaveta, apesar do som ainda soar, ele estava mais baixo, um som metálico de algo sendo arrastado juntou-se a sinfonia irritante dos dois bisbilhoscópios, e na porta ainda aberta do fim do corredor surgiu um homem, cujo metade do nariz lhe falava, e um olho em órbita girava loucamente, o tal olhou parou, abrupto, fixando-se em Guinevere, assim como seu olho normal fazia, a garota sustentou o olhar ameaçador que Moody lhe lançava.
-Esta é Guinevere Black, – disse Harry, apresentado-a – disse que tem uma denúncia a fazer...
-E porque não esta na fila? – grunhiu Moody.
-...E que precisava falar com o senhor – prosseguiu Harry, fingindo que não fora interrompido, Moody olhou-o irritado, e Harry apenas sorriu.
-Vá para a fila – disse ele, ríspido, se virando e voltando para sua sala.
-É sobre o prisioneiro 0987 – disse ela, friamente, Moody parou, não virara a sua cabeça, mas Harry supôs que a observava com o olho mágico.
-Entre – disse ele, mantendo a porta de sua sala aberta, Guinevere se adiantou e passou por ela, sendo seguida por Moody que bateu a porta com força.
Harry ficou um pouco intrigado sobre a identidade do tal prisioneiro, mas estava repleto de trabalho para fazer, e adiantou-se até sua mesa, nela havia os relatórios de diversos departamentos, algumas denúncias, casos para checar, e um requerimento pelo relatório da patrulha da noite passada, ele entortou a boca, e empurrou a maior parte das coisas, sendo que seus pensamentos ainda estavam fixos no tal prisioneiro 0987.
-Lucius Malfoy – disse Tonks, de repente, ela tinha uma caneca de café nas mãos e lia algumas fichas, quando seus cabelos se tornaram negros e compridos, e ela disse isso.
-O que tem Malfoy? – indagou Harry, empurrando uma das tantas pilhas de papel que havia formado sobre sua mesa.
-Ele é o tal prisioneiro 0987.
Harry congelou, e uma porção de dúvidas invadiram sua mente, o que ela poderia ter haver com os Malfoy? Com Lucius Malfoy? Quer dizer, Harry sabia que a esposa de Lucius e mãe de Draco, Narcisa Malfoy, já havia sido uma Black um dia, as mesmo assim ele não sabia onde encaixar uma relação, não que ele conhecesse Guinevere há tanto tempo. E foi quando outra pergunta surgiu, se ela era uma Black, este era o nome de seu pai, ou seja, poderia ser filha de Sirius ou de Régulo...Então, quem seria sua mãe?
Harry ficou digerindo aquela idéia por cerca de uma hora, revirando os arquivos referentes a todas as famílias de sangue-puros que já tiveram alguma relação com os Black, soterrado entre os arquivos, ele estava quase desistindo quando achou o atestado de óbito de uma mulher, lhe chamou a atenção, “Alice Malfoy”, ela havia falecido a quase 19 anos, e era a única irmã de Lucius, havia tido uma filha, mas o nome da criança não constava na pasta, e não havia sido casada.
A porta da sala de Moody se abriu, e Guinevere saiu calmamente de lá, ele a olhava desgostoso, e bateu a porta às suas costas, a jovem senhorita Black foi até a mesa de Harry e, achando um espaço entre os edifícios de papéis, ela disse:
- 19 horas na Fire Witch?
- 19 horas na Fire Witch – confirmou ele, ela sorriu, e, displicente se retirou do escritório.
- Vai sair com ela? – perguntou Tonks, animada, chamando a atenção de Quim e Moody, Harry corou ligeiramente.
- Ela é a última Black – disse, tentando se explicar – e eu gostaria de fazer algumas perguntas.
- Leve alguém com você – resmungou Moody – Não confio nessa garota.
Harry assentiu com a cabeça, e Moody se trancou em sua sala novamente. Harry olhou novamente a ficha de Alice Malfoy, e separou-a, pretendia levá-la naquela noite.

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