Espírito Natalino



— CAPÍTULO DEZENOVE —
Espírito Natalino




— Certo, muito bem. — disse Rosie Woodsen. — Agradeço a todos pela presença, esta é uma reunião muito importante.
Ricardo Larson, o monitor-chefe ao lado de Rosie, estava distribuindo um pergaminho a cada dupla de monitores. Hermione recebeu um e agradeceu, e com uma cotovelada fez Rony também murmurar “obrigado”. Rosie continuou a falar, e pouco depois Ricardo se juntou a ela. A reunião acontecia em uma sala de aula vazia.
— É fato — dizia Rosie — que vocês têm sido muito pouco exigidos em suas tarefas de monitores, mas agora a sua ajuda será imprescindível.
— Programação de Natal... — Rony murmurou, lendo por cima do ombro de Hermione. — Supervisionar a decoração...
Ela se esquivou com o pergaminho e, com um gesto, mandou que ele ficasse quieto.
— A profa. McGonagall nos chamou para propor esse programa que vocês têm em mãos. Sei que parece pesado por não termos solicitado nenhuma ajuda antes além de manter a ordem nas salas comunais, mas saibam que a ajuda que vocês prestarão agora é valiosa, e que os professores contam com ela.
— A respeito das tarefas... — Ricardo Larson tomou a palavra para comentar um a um os tópicos escritos no pergaminho que entregara. — Em primeiro lugar, vocês supervisionarão a decoração do castelo. Isso quer dizer que ajudarão na decoração propriamente dita, onde for possível, e evitarão que alunos curiosos atrapalhem o bom funcionamento das coisas. Vocês sabem... Hagrid traz as árvores, há enfeites, luzinhas, e além do mais, o castelo é enorme, se é que eu preciso lembrá-los disso.
Rony parecia se esforçar para conter a frustração que aquelas tarefas lhe traziam. Malfoy, na outra extremidade da sala, deixou escapar um muxoxo audível, que os monitores-chefes simplesmente ignoraram. — Em segundo lugar, como o frio é extremamente intenso nessa época do ano, os alunos do primeiro e do segundo ano terão ordens de permanecer dentro do castelo nos intervalos. Vocês, os monitores das quatro casas, serão os responsáveis por eles. Deverão se certificar de que eles realmente estão do lado de dentro e cuidar para que não façam muita bagunça pelos corredores.
— Devo adiantar uma coisinha... — Rosie disse, abaixando um pouco seu tom de voz habitual. — A profa. McGonagall disse, mas não saiam alardeando por aí, por favor, que, se os alunos estiverem muito inquietos e incontroláveis, vocês podem entrar em um acordo com eles, deixá-los saírem à rua por cerca de dez minutos e depois trazê-los de volta. Mas é claro que não como rotina. Se eles insistirem, basta dizer que são ordens de Dumbledore.
Hermione balançava a cabeça em entendimento. Olhou para os outros monitores, que pareciam um tanto desanimados com o volume de tarefas. Malfoy e Pansy Parkinson não escondiam suas expressões de desagrado. Padma Patil e Antônio Goldstein, da Lufa-Lufa, pareciam surpresos demais para esboçar qualquer reação. Ernesto Macmillan, da Corvinal, parecia que ia cair num sono profundo a qualquer momento, enquanto sua companheira Ana Abbot anotava freneticamente o que Hermione imaginou que podia ser a última dica, a respeito do acordo de dez minutos com as crianças.
— O terceiro item são as rondas nos corredores em turnos alternados com Argo Filch. — Ricardo deixou o pergaminho de lado e levantou o rosto para os monitores. — Como vocês sabem, Filch é bem... Preocupado... Com essa coisa da ordem nos corredores, de não praticar magia, especialmente à noite. Sejamos francos... Quem aqui nunca se escondeu de Filch porque ia chegando uma meia horinha atrasado na sala comunal? De qualquer maneira, ele acredita que o espírito de Natal irá causar confusão extra... E implorou à profa. McGonagall por ajuda. Ela garantiu a ele que mandaria que os monitores das casas o ajudassem, então...
— Dá para acreditar? — foi o comentário impaciente de Rony, quando ele e Hermione já estavam chegando, cerca de meia hora mais tarde, ao salão principal para almoçar. — Sabendo da quantidade de tarefas que iam nos dar, será que eles não poderiam ter escolhido outro horário, pelo menos? Agora só temos dez minutos para almoçar.
— E eles também. — Hermione respondeu, sentando-se na frente dele. — Ou você acha que eles também não têm aula?
— É, mas eles não vão nos ajudar a enfeitar o castelo, cuidar das crianças ou fazer ronda nos corredores, vão? Nós temos que estudar para os N.O.M.s!
— E eles para os N.I.E.M.s. — ela retrucou com calma, servindo-se de batatas ao molho de mostarda e passando o prato a ele em seguida.
— Ei, de que lado você está? — ele perguntou indignado.
Hermione não podia deixar de admitir que era realmente uma grande carga de afazeres, mas sabia que não tinha escolha; era monitora e não se sentia arrependida. Rony ainda reclamou mais da falta de tempo que se pronunciava. — Eu não vou ter tempo de fazer os meus deveres, eles vão continuar acumulando para o final de semana.
— Nem tente — Hermione disse com calma e dirigindo a ele um olhar incisivo. — Nem isso é justificativa para atrasar os deveres como você e Harry fazem. Como é que eu consigo manter os meus em dia?
— Bem, você não tem treinos de quadribol.
— Mas curso uma disciplina a mais do que vocês. Isso não deveria contribuir para acumular os meus deveres? E eu falo de Runas Antigas, quero dizer, são deveres bem complicados.
— Por que você ainda cursa isso?
— Porque eu gosto, ora.
— Porque você gosta da matéria ou de se atolar de matérias? Você não está usando um vira-tempo outra vez, não é? E tentando me convencer de que eu tenho tempo suficiente para fazer os deveres e tudo, não é?
Hermione foi obrigada a rir.
— Não, nada de vira-tempo. Falo do tempo real, mesmo.
Uma coruja parda adentrou o salão principal em alta velocidade e pousou ao lado da taça de suco de abóbora de Hermione. A carta era de seus pais, e ela poderia apostar qualquer coisa que se tratava de um convite para passar as férias de final de ano em casa. Ela percebeu um movimento apreensivo de Rony, provavelmente tentando ver se o remetente era Krum. Sem dar atenção a ele, ela se pôs a ler a carta.
— O que é? — Rony a interrompeu, meio minuto depois.
— Meus pais, me convidando para o Natal.
Eles a convidavam para esquiar. Ela não tinha boas lembranças; quando era bem pequena, tinha viajado com os pais para esquiar e não conseguira se equilibrar nos esquis de maneira nenhuma. Não achava possível que tivesse melhorado pelo simples fato de estar mais velha agora. Concluiu que não tinha a mínima vontade de ir. Tentando não transparecer o desânimo, comentou: — Dizem que vão viajar, para esquiar.
— Ah, então você terá que ficar em Hogwarts? — Rony perguntou, confuso.
— Na verdade, querem que eu vá com eles.
— Ah... — ele pareceu um pouco desapontado. — Bem, mamãe deixou que eu convidasse Harry para ficar com a gente na Toca, e ela disse que, se você não fosse ficar com seus pais, poderia vir também.
Ela se sentiu tentada a aceitar, inventar uma desculpa qualquer para seus pais. Tinha certeza de que seria a coisa mais divertida do mundo passar o Natal em uma casa de bruxos, na companhia de seus amigos.
— Não posso... — ouviu-se dizer, irremediavelmente. — Há três anos não passo o Natal com meus pais.
Essa última frase que acabara de dizer a deixou ainda mais deprimida. Não tinha a menor vontade de ir viajar com seus pais no Natal, mesmo que não tivesse passado a data com eles nos últimos três anos. Como podia ter se afastado tanto deles? Sentiu-se detestável, não se sentiu merecedora do amor deles.
Naquela noite, tomada pela culpa, escreveu uma carta dizendo que viajaria com eles para esquiar, enquanto estava sentada na sala comunal com os garotos.
— É bom ser monitor, — Rony comentou com Harry. — assim ninguém reclama quando pegamos as melhores poltronas, bem pertinho do fogo.
Hermione o teria reprimido, mas se sentia tão miserável que ficou quieta, atendo-se somente à carta. Quando escreveu a última linha, porém, lhe veio a idéia de que não teria coragem de enviá-la. — O que é mesmo que você e os seus pais vão fazer?
Ela levantou os olhos para Rony, demorando alguns instantes para assimilar a pergunta que ele fizera. Pigarreou antes de responder:
— Esquiar.
— E como se faz isso?
— Harry deve saber, não é? — Harry sacudiu a cabeça afirmativamente para ela. — É descer uma montanha coberta de neve com esquis. Esquis são pranchas de madeira que se prendem aos pés, para deslizar na neve.
— Os trouxas fazem isso? — admirou-se Rony, rindo.
— Bem, é isso que é esquiar. — ela disse, dando de ombros enquanto fechava a carta.
— Parece meio... Engraçado...
Hermione suspirou longamente, abaixando os olhos para a carta, agora já selada. Não seria nem um pouco engraçado. Montanha coberta de neve, pranchas de madeira nos pés, trouxas por todos os lados e nenhuma menção à magia. Não foi ao corujal naquela noite e nem no dia seguinte. Tinha tempo, ainda. Mandaria a carta, sem dúvida, dizia a si mesma.
Nos dias que se seguiram, foi realmente difícil conciliar os deveres com as tarefas que os monitores-chefes tinham dado, tanto que não sobrou tempo livre algum para tricotar roupas para os elfos ou responder a última carta de Krum, que chegara, mal fora lida e agora se encontrava dentro de uma gaveta junto com a resposta a seus pais, ainda sem previsão de quando seria enviada. Por outro lado, passava muito mais tempo com Rony, e julgava isso muito agradável. A companhia dele atenuava longos períodos enfeitando o castelo, cuidando de crianças ou vagando pelos corredores em rondas, mesmo que brigassem.
— Por que não deixamos as crianças saírem por dez minutos? — Rony perguntou, no primeiro de muitos intervalos em que supervisionaram os alunos do primeiro e do segundo ano. — Malfoy e Parkinson já estão lá fora com as deles, olhe.
— Ainda bem que não somos eles, não é? — Hermione respondeu com firmeza. — Assim, temos a chance de fazer as coisas direito.
— Mas eles são uns demônios! Nós não éramos assim com essa idade, definitivamente.
De fato, as crianças pareciam incontroláveis. Corriam por todos os lados e gritavam estridentemente todo o tempo, isso quando não duelavam umas com as outras e acabavam se machucando por não saberem ainda como fazer bem os feitiços que tinham aprendido. Alguns dias de muita resistência depois, Hermione cedeu.
— Vamos propor a eles, então — disse a Rony em tom de derrota.
— Legal — ele respondeu, sorrindo, e rapidamente chamou a atenção das crianças da Grifinória. No instante seguinte, todos já tinham corrido para o pátio, que se encontrava absolutamente coberto de neve.
Rony e Hermione os seguiram. No primeiro contato com a rua, ela sentiu o impacto do ar incrivelmente gelado; estava mesmo muito frio para deixar que as crianças ficassem ali por muito tempo. Rony sorriu para ela e comentou:
— Eles parecem ainda menores aqui fora!
— É impressão sua! — ela retrucou, rindo.
— Não é possível — disse Rony. — Eles são pequenos demais, nós não éramos tão pequenos assim, éramos?
— Provavelmente sim — ela deu de ombros. — Mas eles são muito pequenos, mesmo... E está realmente frio demais aqui fora para eles!
— Não só para eles... — ele esfregou as mãos uma na outra.
Depois de ponderar um pouco, Hermione enfiou o braço por dentro da capa de Rony para enlaçá-lo pelas costas. Ela notou um movimento rápido da cabeça do garoto e não se surpreendeu ao olhar para ele e vê-lo mais vermelho ainda do que o frio já o tinha deixado, além de ter os olhos arregalados e a boca semiaberta em surpresa.
— É só passar o braço pelo meu ombro — ela disse com forçada rispidez. — Vamos logo, estou com frio!
Rony pareceu fazer um esforço enorme para levantar o braço direito e passá-lo ao redor dos ombros dela, mas uma vez feito isso ele passou a apertá-la com firmeza. Ela apoiou a cabeça no peito dele, e sentiu-o estremecer. Não disseram nada, mas Hermione queria que aquele momento nunca terminasse. Devia haver alguma maneira de fazer com que pudessem ficar assim sempre...
— Veja, Pansy! — disse uma voz arrastada. — Sr. e sra. Weasley, segunda versão... Que patético!
Draco Malfoy e Pansy Parkinson apareceram de onde quer que tivessem estado. As crianças da Sonserina corriam longe, quase saindo de vista. Hermione apertou as costas de Rony com mais força como que para dizer a ele que não a soltasse.
— Não sei qual dos dois é pior... — comentou Pansy, com os lábios comprimidos em um sorrisinho desdenhoso.
— Imagine um filho desses dois... — disse Malfoy. — Uma criança burra, mas metida a sabe-tudo, feiosa, de cabelos vermelhos e sangue ruim!
Rony fez menção de avançar no garoto, mas Hermione segurou-o.
— Talvez você conte aos seus filhos — ela disse com acidez. — sobre como você já se transformou em uma doninha quicante, ou sobre os seus fracassos na tentativa de ser um apanhador no time de quadribol da Sonserina ou ainda sobre as duas vezes em que foi estapeado por uma sangue ruim.
Malfoy hesitou, antes de dizer:
— Vamos, Pansy. Eles são um caso perdido...
Draco e Pansy se afastaram, e Hermione e Rony continuaram ali, abraçados, sem dizer nada um ao outro por algum tempo. Foi ele quem quebrou o silêncio.
— Duas vezes? Você bateu nele mais uma vez?
Hermione sentiu um mal estar crescente ao lembrar.
— Sim. Fui atrás dele naquele dia do jogo. Bati nele por... Por ter feito aquela música ridícula sobre você.
Ela pôde ver claramente a onda de satisfação que passou pelo rosto dele, deixando o esboço de um sorriso. Para disfarçar, provavelmente, ele lembrou que precisavam levar as crianças para dentro. Foi com pesar que ela deixou seu braço deslizar novamente para longe dele.

As reuniões da AD, que tinham voltado a ocorrer depois do jogo de quadribol, iriam parar novamente para as férias de final de ano. A maioria dos integrantes iria passá-las com a família, portanto, ficou combinado que a última reunião seria três dias antes da partida do Expresso de Hogwarts. Neste dia, Hermione e Rony ainda tiveram outras obrigações. Foram tirados mais cedo da última aula para ajudarem a finalizar a decoração do salão principal.
— Só espero que o Pirraça não esteja lá, — resmungou Rony — ele sempre faz com que o serviço demore três vezes mais do que deveria.
— Obrigada pela colaboração — agradeceu a profa. McGonagall quando todos os monitores já tinham chegado ao salão principal. — Pedi que vocês fossem chamados mais cedo de suas aulas para que terminemos isso hoje, antes do horário do jantar.
Mais tarde, a professora veio falar diretamente com Hermione e Rony enquanto trabalhavam.
— Vocês se lembram que hoje é a noite de vocês fazerem a ronda, não é?
— Não, — protestou Rony — hoje é a vez de Filch. Nós fizemos a noite passada.
McGonagall pareceu um pouco perturbada.
— Bem... Então entendi errado o que ele disse. De qualquer maneira, ele não está na escola e eu receio que não voltará a tempo para fazer a ronda depois do jantar. Vocês fariam no lugar dele, por gentileza? Assim que ele voltar mandarei que os avise que estão liberados.
— Mas, professora, esta noite...
— Temos muitos deveres, — interrompeu Hermione, antes que Rony mencionasse a reunião da AD sem querer. — mas se Filch irá chegar e nos liberar, então não há problema.
— Certo — disse a professora, com um olhar aliviado. — Agradeço.
Depois que ela se afastou, Rony se atirou no banco da mesa da Sonserina, onde tinham estado em pé para pendurar enfeites nas árvores, com uma expressão de total desânimo. De qualquer forma, após o jantar os dois subiram para começar a ronda.
— Você acha possível que Filch volte antes da reunião? — Rony perguntou, aflito.
— Não sei... De qualquer maneira, quando chegar perto da hora, podemos ir andar no sétimo andar... Como se não tivéssemos nenhum motivo especial para isso.
Rony pareceu considerar a idéia. Hermione desejou que a ronda não fosse tediosa como a da noite anterior, em que os dois simplesmente tinham andado sem praticamente nenhuma conversa, exceto quando Rony reclamava de estar sentindo sono.
Em geral as rondas eram assim, e por isso Hermione as detestava. Era a mais promissora das tarefas da monitoria, já que os dois ficavam sozinhos andando pelos corredores à noite, sem crianças ou enfeites de Natal para atrapalhar. O problema, porém, era que nesses momentos, em que não havia nada ou ninguém por perto, não havia muito o que dizer. Hermione puxava conversa até onde julgava possível, mas mesmo assim era pouco. Predominava o silêncio entre eles, tão profundo que ela podia ouvir sua voz gritando em pensamentos. A sensação de tédio e sono não demorava a se instaurar.
Agora, andando pelo terceiro andar, a situação deles não era muito diferente. Como era cedo, ainda havia algumas pessoas andando pelos corredores. Com o passar do tempo elas foram escasseando até sobrarem apenas os dois, a passos lentos. Quando a escuridão da noite se acentuou, Hermione puxou a varinha.
Lumus — disse, produzindo uma luz para guiá-los.
— Para que fazer rondas se tudo continua sempre igual? — Rony perguntou. — Além do mais, enquanto nós estamos aqui, existem milhares de lugares onde pode estar acontecendo alguma coisa.
Enquanto aqui, nada acontece, Hermione completou em pensamento. Nada mesmo. Por que tinha de ser ela a tomar todas as iniciativas? Abraçá-lo, pedir desculpas... Ela podia contar nos dedos as vezes em que Rony tomara alguma iniciativa com ela, e mesmo essas poucas vezes não eram os atos mais corajosos. Começou a ficar extremamente irritada, e por isso desejou não encontrar ninguém fazendo nada de errado pelo caminho; seria capaz de dar detenções de meses.
— Você ouviu isso? — Rony disse.
— Não ouvi nada, Ronald — ela respondeu com aspereza.
— Vem dali... — ele se adiantou para um canto em particular. A esta altura, já estavam no quinto andar. — Acho que vem das escadas, acho que é alguém subindo.
Ele andou em direção às escadas, Hermione seguindo-o com desânimo e desejando que fosse Filch para liberá-los daquele tormento. Quando chegaram lá, porém, surpreenderam Neville subindo inocentemente.
— Estava indo para o sétimo andar. — disse o garoto, demonstrando surpresa em encontrá-los. — O que vocês estão fazendo aí? Já está na hora da reunião.
— Ronda — Rony respondeu.
Hermione ouviu passos distantes vindo do lado oposto. Fez um gesto para que os garotos ficassem em silêncio e andou na direção dos passos, guiando o caminho com a luz da varinha e sentindo a presença dos garotos a seguirem-na. Não demorou muito, porém, para que reconhecesse a silhueta de Filch se aproximando. Quando chegou, ele os dispensou com estupidez, ordenando que fossem para a cama.
Ignorando-o, os três simplesmente subiram mais dois lances de escada a caminho da sala precisa. Ao chegarem lá surpreenderam-se com uma decoração natalina, que Harry informou ter sido feita por Dobby. Mostrou a eles uns balões que estourara, nos quais estava escrito “Harry Christmas”.
Para a aula, Harry propôs que praticassem os feitiços que já tinham aprendido, o que foi feito com tanta tranqüilidade quanto fosse possível. No mais, Cho parecia ainda mais saliente em relação a Harry do que o normal. Preocupada, Hermione procurava Gina para ver suas reações às investidas da garota da Corvinal, mas sua amiga parecia até muito bem. No final da reunião, quando todos já estavam se despedindo e desejando um feliz Natal uns aos outros, aproximou-se dela.
— Gina, há quanto tempo não conversamos... Você está bem?
Gina lançou um olhar a Cho, outro a Harry e voltou a olhá-la. Depois de um longo suspiro, respondeu:
— Estou, sim. E, por incrível que pareça, tenho uma boa notícia.
— Ora, então diga logo — Hermione se adiantou, com o cenho franzido.
— Vou jogar como apanhadora no time da Grifinória. Não é ótimo?
— Claro — Hermione disse, com todo o ânimo que conseguiu reunir.
— Por agora... — Gina disse, olhando para Cho novamente. — É melhor irmos indo. Algo me diz que ela quer ficar sozinha com ele e desejar um feliz Natal... Já quero estar deitada quando ele voltar para a sala comunal.

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