Feitiço de Proteu



— CAPÍTULO DEZESSEIS —
Feitiço de Proteu




Rony e Hermione discutiram durante todo o trajeto de volta da sala precisa até a torre da Grifinória. O motivo era que ele alegava ter conseguido desarmá-la cerca de três vezes, enquanto ela só admitia uma.
— Você não pode contar — ela disse, em tom de ultimato — com aquela hora em que tropeçou e nem com aquela hora em que me pegou desprevenida de propósito. Você só me pegou de verdade uma vez.
Ela ficara impressionada. Em uma das vezes em que tinham praticado juntos, depois de já estarem revezando com Neville, Rony fora mais rápido do que ela. A varinha escapara-lhe da mão e ela caíra sobre uma das almofadas. Boquiaberto, Neville estendera a mão para ajudá-la a se levantar. Hermione sentira-se orgulhosa de Rony, mas não pudera deixar de sentir algum desconforto com a derrota.
Uma boa lição, ela concluiu depois, que estava tendo com as práticas de defesa nas reuniões da AD era justamente esta: lidar com derrotas. Com as vezes em que foi superada pelos colegas aprendeu que somente saber de cor a técnica dos feitiços não era o suficiente para vencer um adversário. A exemplo disso, nas reuniões seguintes ela executou perfeitamente todos os feitiços propostos por Harry, mas isso não bastou para vencer todos os adversários com quem duelou. Já mais acostumada, pôde sentir-se inteiramente orgulhosa de Neville quando ele conseguiu desarmá-la sem que ela facilitasse nada para ele.
Havia um problema, porém, que a estava atormentando: a dificuldade em manter uma uniformidade de horários nos encontros da AD, por causa dos treinos de quadribol das três casas envolvidas e por causa de outros motivos eventuais. Para acertar o horário, era preciso contatar os outros membros no salão principal ou nos corredores, o que poderia parecer suspeito. Desejando que houvesse outra maneira de avisar os membros a respeito dos horários, ela acabou lembrando-se da marca negra.
Gravada no braço de cada comensal da morte, a marca negra ardia sempre que Voldemort precisava da ajuda de seus servos, e era desta maneira que ele os convocava para que se juntassem a ele. Hermione tentou pensar em alguma maneira de reproduzir a idéia. É claro que ela não estava disposta a fazer marcas no braço de ninguém, portanto, algumas mudanças nessa idéia se fariam necessárias.
A primeira idéia de Hermione foi uma coruja; uma coruja que entregasse bilhetes a cada um dos membros da AD informando-os da data e hora do próximo encontro do grupo. Logo refutou essa idéia, entretanto, pois uma coruja, por mais eficiente que fosse, podia ser interceptada e pôr tudo a perder. Sem idéias, Hermione correu sozinha para a biblioteca em um intervalo para pesquisar.
Acabou descobrindo o feitiço de Proteu, por meio do qual era possível enfeitiçar uma série de objetos para que seguissem o modelo de um escolhido dentre eles. Decidido isso, o próximo passo foi decidir que objetos utilizar. Por sorte, acabou esbarrando com um anúncio de uma loja de brinquedos no Profeta Diário. Um conjunto de galeões falsos chamou sua atenção, pois o preço não era ruim e era possível comprá-lo por reembolso coruja.
No dia seguinte após ter visto o anúncio, ela enviou o formulário de compra e, enquanto a encomenda não chegava, tratou de conciliar com todo o resto de coisas que estava fazendo o estudo e a prática do feitiço de Proteu. Testou todas as variações que apareciam no livro que retirara na biblioteca e com diversos objetos. Quando os galeões de brinquedo chegaram, ela não teve dificuldade em enfeitiçá-los.
Na quarta reunião da AD, então, Hermione levou uma cesta com os galeões falsos, que mostrou aos colegas depois do término da prática de feitiços e antes que todos se separassem e seguissem para suas casas.
— Vocês estão vendo os números na borda das moedas? — perguntou. — Nos galeões verdadeiros, este é apenas o número de série referente ao duende que cunhou a moeda. Nessas moedas falsas, os números vão ser trocados para informar o dia e a hora da reunião seguinte. As moedas ficarão quentes quando a data mudar, então se vocês as carregarem no bolso poderão sentir. Cada um vai ficar com uma, e quando Harry mudar os números na moeda dele, porque eu usei um feitiço de Proteu, todas mudarão para se igualar à dele.
Ninguém disse nada depois que ela terminou de falar. Nos rostos de todos havia uma inexpressividade tão grande que ela não podia imaginar o que estariam pensando. Ela imaginou que os colegas deveriam estar achando a iniciativa ridícula, mas por vergonha não diziam nada. Desapontada, continuou: — Bem... Achei uma boa idéia, pois mesmo que Umbridge nos mandasse esvaziar os bolsos, não há nada suspeito em carregar um galeão, há? Mas... Enfim... Se não quiserem usar as moedas...
— Você sabe fazer um feitiço de Proteu? — Terêncio Boot perguntou admirado, e todos os outros rostos, pelas expressões que agora tinham passado a ter, pareciam compartilhar dessa mesma dúvida. — Isso é nível de N.I.E.M.
— Ah... — ela disse muito orgulhosa, mas tentando não transparecer. — Bem... Suponho que seja. Isso significa, então, que vamos usar os galeões?
Com entusiasmo, os colegas vieram pegar cada um a sua moeda. Enquanto Harry parecia satisfeito com a idéia da amiga, Rony parecia impressionado com a moeda em si. Quando Harry comentou que a única desvantagem de usar um galeão falso era o risco de gastá-lo sem querer, o garoto comentou:
— Sem chance; eu não tenho um galeão de verdade para confundir com esse.
As palavras e a expressão dele doeram fundo em Hermione. Detestava vê-lo naquele estado, mas detestava mais ainda não saber o que fazer para tentar ajudá-lo.


Para o total desagrado de Hermione, as reuniões da AD foram suspensas quando aproximou-se o primeiro jogo do campeonato de quadribol, Grifinória contra Sonserina. De qualquer maneira, sua preocupação com a estréia de Rony no time cresceu tanto nos dias que se seguiram que ela mal teve tempo de lembrar o quanto sentia falta das reuniões.
Ela freqüentemente via Rony comentando sobre como não fora bem em um treino ou que deveria deixar o time e outras coisas desse tipo, sempre com uma expressão de total desamparo. Nesses momentos ela precisava conter com força a vontade de pegá-lo no colo e acalmá-lo como se ele fosse Bichento quando se assustava com trovões e relâmpagos.
Na manhã do jogo, comentou com Gina sobre isso enquanto esperava a amiga terminar de se vestir.
— Espero que corra tudo bem, senão não sei o que será dele. Às vezes penso que ele está certo, que não deveria ter entrado no time. Não por ele não ser capaz, quero dizer, nunca o vi jogar, mas tenho certeza de que ele não estaria lá se não fosse bom. Mas digo isso porque é uma pressão constante a que ele faz contra si mesmo de que, a qualquer momento, vai fazer uma bobagem que arruinará o time e o colocará para fora para sempre.
— Ele é um idiota — foi o comentário distraído de Gina. — Não consigo achar meu cachecol... Você acha que é necessário?
— Claro — Hermione respondeu, indicando seu cachecol, seu gorro e suas luvas e um pouco sentida com o descaso da garota. — Está incrivelmente frio lá fora.
Como não parecesse ter tomado conhecimento da resposta, Gina seguiu procurando no malão até achar seu cachecol, seu gorro e suas luvas, todos nas cores da Grifinória como os de Hermione. Ainda distraidamente, comentou:
— Você reparou, não é, no jeito que aquela Cho Chang está se atirando para cima dele?
A caminho do salão principal, Hermione e Gina tiveram que suportar provocações de diversos alunos da Sonserina, o que era normal em dias de jogo entre as duas casas. Depois de passarem por alguns grupos deles, Hermione percebeu que todos usavam um distintivo, algo semelhante a uma coroa. Perto da entrada do salão principal, ela foi abordada diretamente por Pansy Parkinson.
— Então teremos um grande jogo hoje — comentou a garota, animada. Por alguma razão, ela tinha a mão sobre seu distintivo de coroa, que colocara bem ao lado do de monitora.
— Certamente que teremos. — Hermione respondeu sem se alterar.
— Preparada para consolar o seu namorado quando ele tiver deixado passar todas as bolas lançadas pelos nossos jogadores?
— Espero que você esteja preparada para consolar o seu depois que ele perder, mais uma vez, a chance de ganhar da Grifinória por simplesmente não perceber que o pomo de ouro estava pairando a um palmo da cabeça dele.
Os olhos de Pansy faiscaram e ela tirou a mão de cima do distintivo. Hermione pôde ler claramente as palavras “Weasley é nosso rei”.
— Ele já era — disse Pansy, e quando passou por ela atropelou-a com o ombro.
— O que será que significava aquilo? — Gina perguntou espantada, depois de Pansy ter se afastado.
— Com certeza significa que eles aprontaram algo pesado contra Rony.
Ela sentiu como se o ar não fosse suficiente dentro de seus pulmões e uma tremedeira esquisita que se apossava de suas pernas e braços. As duas entraram no salão principal e andaram apressadamente até a mesa da Grifinória, onde sentaram-se à frente de Harry e Rony. Rony encontrava-se num estado lastimável, com a cabeça baixa encarando um prato de cereais, ou melhor, que tivera cereais antes, mas que agora continha apenas o leite restante.
— Como está se sentindo? — Gina perguntou, mas o irmão não respondeu.
— Ele só está nervoso — disse Harry.
— Isso é bom, — Hermione apressou-se em dizer, fingindo entusiasmo por sobre o nervosismo e a preocupação. — acho que uma pessoa não vai bem em um exame sem estar um pouquinho nervosa.
Arrependeu-se imediatamente do comentário, achou-o idiota e inoportuno. Correu os olhos pelos arredores, sempre verificando se Rony já vira algum daqueles distintivos da Sonserina. Luna Lovegood apareceu por trás dos garotos cumprimentando-os alegremente. Ela usava um chapéu medonho que tinha a forma de uma cabeça de leão em tamanho real.
— Estou torcendo para a Grifinória — ela disse, apontando para o chapéu. — Vejam o que ele faz.
Com um toque de varinha, o chapéu soltou um rugido tão real que Hermione e Gina se assustaram, assim como outras pessoas que estavam sentadas ali por perto. — Legal, não acham? Eu queria que ele estivesse mastigando uma cobra, para representar a Sonserina, mas enfim... Boa sorte, Ronald!
Hermione detestou que Luna o chamasse de Ronald, pois era ela mesma a única pessoa que conhecia que o chamava assim, guardada a exceção da sra. Weasley em determinados momentos. Depois que a garota se afastou, Angelina apareceu acompanhada de Cátia e Alícia para avisar Rony e Harry de que deveriam ir diretamente para os vestiários tão logo terminassem de comer.
Algum tempo depois, quando os dois finalmente se levantaram para seguir caminho para o campo de quadribol, Hermione levantou-se também e, apressada, puxou Harry para um canto para recomendar-lhe gravemente:
— Não deixe Rony ver o que está escrito naqueles distintivos do pessoal da Sonserina.
Harry parecia querer mais alguma explicação, mas ela negou com um movimento de cabeça, pois Rony estava se aproximando. Poucas vezes ela o vira com um olhar tão perdido e desesperado, e ela tinha certeza de que ver os distintivos seria fatal para que ele terminasse de desmoronar completamente. Tentou pensar em qualquer coisa que pudesse fazer com urgência para distraí-lo, e a idéia que escolheu foi seu primeiro impulso.
— Boa sorte, Rony — disse.
Sem muita convicção, apoiou-se no braço dele e ficou na ponta dos pés para alcançá-lo e lhe dar um beijo na bochecha. O brevíssimo instante em que esteve com o rosto próximo ao dele como nunca antes causou-lhe um arrepio intenso. Foi um beijo rápido como um piscar de olhos, mas a expressão de Rony mudou completamente. Embora ele continuasse pálido e com uma expressão de pânico, ela soube que isso não era mais um reflexo da apreensão pelo jogo.
Rony e Harry afastaram-se a caminho da saída do salão principal, com Hermione a observá-los ali parada. Pôde ver Rony pousar cuidadosamente a mão no lugar onde ela o beijara, e sorriu. Não sabia por quanto tempo duraria aquele efeito, mas esperava que durasse o suficiente para que ele chegasse são e salvo ao vestiário.
— Você podia aproveitar hoje — disse a voz de Gina, que parara ao seu lado olhando também para a porta do salão.
— O quê? — Hermione virou-se, como que arrancada de um transe.
— Aproveitar o clima do jogo para beijá-lo.
Ela sentiu uma reviravolta por dentro. — Como vamos vencer, certamente, e vai haver uma festa na sala comunal, certamente, você pode aproveitar para beijar o Rony.
A naturalidade com que Gina falava era tão ou mais impressionante do que a idéia em si. Era óbvio que Hermione vivia a imaginar situações em que algo poderia finalmente vir a acontecer entre ela e Rony, mas era sempre uma idéia vaga, algo não situado na realidade. Embora ela julgasse que estavam a um passo de dar início a algo, não via jeito de nenhum dos dois ter a coragem necessária para dar tal passo.
As duas sentaram-se na arquibancada junto com os outros colegas da Grifinória e Luna Lovegood, com seu chapéu excêntrico.
— Será um jogo incrível! — ela repetia, a intervalos.
Os dois times entraram em campo, mas Hermione só reparou em Rony, em sua visível apreensão e em como ela gostara da aparência do uniforme do time nele. Um pouco depois de a partida ter início, Gina lhe chamou a atenção para os batedores da Sonserina.
— São Crabbe e Goyle. — disse a garota. — Entraram para o time esse ano.
E então aconteceu o que Hermione temia. A torcida da Sonserina, liderada por Pansy Parkinson, pôs em prática o plano que tinham arquitetado para atingir Rony: uma música. Uma música, cantada em um coro entusiasmado, que dizia:

Weasley não pega nada
Não bloqueia aro algum
Ei, Ei, Ei, Ei,
Weasley é o nosso rei.
Weasley nasceu no lixo
Sempre deixa a bola entrar
A vitória já é nossa,
Weasley é o nosso rei.


Ela pôs as mãos sobre a boca e esperou pelo pior, que veio a se confirmar. Ao som da música, cantada em tom cada vez mais alto, Rony piorou seu desempenho cada vez mais. Deixou passar um gol. Depois mais um. Depois outro, e outro. A essa altura, a torcida da Sonserina berrava a letra a plenos pulmões, e só lhes fez baixar um pouco a voz o gol que a Grifinória marcou em seguida.
Depois disso, Harry pareceu encontrar o pomo de ouro, pois passou a voar em uma direção determinada, seguido por Malfoy. Os dois mergulharam em direção à bolinha dourada e por muito pouco foi Harry quem a agarrou. Nesse momento Crabbe tinha rebatido um balaço com muita força na direção dele, e Harry acabou caindo de uma altura de dois metros. Madame Hooch apitou o final do jogo e a vitória da Grifinória.
Assim que chegou ao chão, Rony passou a se afastar, não em direção ao vestiário e sim à saída. Ele andava com a cabeça baixa e ninguém parecia vê-lo, pois estavam todos ocupados demais prestando atenção à confusão que se gerava entre Malfoy, Harry e os gêmeos Weasley.
Sem avisar Gina nem ninguém, Hermione levantou-se e começou a descer por entre os lugares da arquibancada tão rápido quanto pôde, esperando alcançar Rony. Mantinha um pouco de sua atenção à posição dele no campo e o resto na tentativa de não bater nas pessoas enquanto passava. Quando finalmente conseguiu chegar ao chão, porém, o tinha perdido de vista. Olhou por todos os lados, mas não havia sinal dele. Um nó de desespero tomou posse de sua garganta. Olhou para o meio do campo e viu Harry e Jorge partindo para cima de Malfoy enquanto alguém segurava Fred para que não se juntasse à confusão. Madame Hooch aproximou-se e ordenou que parassem.
Sem ouvir perfeitamente o que Madame Hooch dizia e ainda procurando Rony pelos arredores, Hermione pôde apenas deduzir que a professora de vôo e juíza dos jogos de quadribol mandara Harry e Jorge irem a algum lugar, enquanto Malfoy permanecia ali, secando algum sangue que lhe saía pelo nariz. Ela pensou em correr em busca de Rony, mas por algum motivo não o fez. Malfoy separou-se do resto do time, e ela pôde ouvi-lo dizer a Pansy Parkinson que iria fazer um curativo na ala hospitalar e voltaria em seguida.
Para não ser vista por ninguém, Hermione escondeu-se e esgueirou-se atrás de Malfoy até estarem afastados o suficiente. Quando julgou oportuno, deixou a discrição e pôs-se a correr na direção dele. Percebendo sua presença, o garoto virou-se para ela e disse:
— Veio me dar os parabéns pela letra da música, Granger? Muito criativa, não?
Ela sentia-se irracional demais para sequer pensar em uma ofensa para atirar em Malfoy. Ao invés disso, avançou para cima dele e desferiu-lhe um soco com toda a força que conseguiu reunir, piorando o sangramento no nariz. O ódio a fazia chorar aos soluços conforme continuava a estapeá-lo e socá-lo aonde alcançasse. Como ela fraquejasse por causa do choro, ele a agarrou pelos dois braços e a atirou contra uma árvore, dizendo: — Muita estupidez a sua, sua sangue-ruim imunda.
Num impulso, Hermione cuspiu-lhe no rosto, metendo a mão no bolso para pegar a varinha. Rápido, Malfoy sacou a sua e lançou-lhe um feitiço do desarmamento. Ela foi atirada para trás e perdeu a varinha. Malfoy avançou e puxou-a pelo cachecol, que lhe apertou o pescoço.
— Me solte! — ela murmurou, a voz saindo estrangulada. — É covardia me atacar assim; sou uma garota, estou desarmada e estou no chão.
— Não me interessa. Você me atacou primeiro e vai ter o que merece.
— Me solte!
Num movimento arriscado, ela conseguiu arrancar a varinha dele e tentou gritar: — Estupefaça!
O feitiço não alcançou Malfoy, mas o movimento o derrubou. Ela levantou de um pulo, apontando para ele a varinha que lhe tomara.
— Devolva minha varinha, e eu a deixarei ir em paz.
Ela gargalhou alto.
— E por acaso eu pareço estar com medo de enfrentá-lo?
— Me devolva minha varinha e duelamos, então.
— Estou jogando nas suas regras — disse ela, avançando para onde sua varinha caíra e abaixando-se para pegá-la. — Isso significa que a justiça não tem espaço aqui.
Expelliarmus! — gritou uma voz de menina pelas costas de Hermione, e ela tornou a perder as duas varinhas. — Você não deve se importar, então, de enfrentar dois sendo só uma.
Era Pansy Parkinson quem estava ali. Sem outra alternativa, Hermione avançou nela e a derrubou no chão com um empurrão forte. Isso lhe deu tempo de alcançar sua varinha e apontar para os dois. Nesse momento, já não sabia mais o que queria do confronto, portanto não conseguiu fazer ou dizer nada. Passivamente, assistiu aos dois pegando suas varinhas, lançando-lhe olhares de ódio e saindo, deixando-a ali parada com o braço estendido, apontando a varinha para as árvores.

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