Longo Dia



— CAPÍTULO NOVE —
Longo Dia




Abrindo a mochila para tirar pergaminhos, penas, tinta e o livro de História da Magia, Hermione encontrou e olhou por alguns momentos para os dois gorros de lã que tricotara durante a breve estadia em casa, no verão. Sua intenção era deixá-los em algum lugar onde os elfos domésticos pudessem encontrar sem querer e, tendo encontrado uma peça de roupa, serem libertados. Colocara-os na mochila antes de descer para o café da manhã, planejando procurar algum bom lugar onde escondê-los.
Não muito longe de onde estava sentada, Harry e Rony comentavam um com o outro sobre como cairiam de sono ao som da voz do prof. Binns, tão logo ele chegasse na sala e começasse a explicar. Depois, durante a aula, os dois desligaram-se completamente da explicação sobre a guerra dos gigantes e passaram o tempo jogando forca no canto de um pergaminho. Hermione ficou extremamente irritada, pois no ano anterior eles só tinham conseguido passar em História da Magia com sua ajuda, e mesmo assim continuavam a negligenciar as aulas.
— O que aconteceria se esse ano eu não emprestasse minhas anotações a vocês? — ela perguntou aos dois ao final da aula.
— Nós seríamos reprovados nos N.O.M.s — respondeu Rony imediatamente. — Se você quer isso pesando na sua consciência, Mione...
— Pois vocês bem que mereciam! Não se esforçam nem um pouco para prestar atenção, não é?
— Nos esforçamos, sim — defendeu-se ele. — Só que nós não temos o seu cérebro, nem a sua memória e nem a sua concentração. Você é simplesmente mais inteligente do que nós. E gosta de esfregar isso na nossa cara, não é?
— Não venha com essa besteira — disse ela para cortar a conversa, mas acariciando dentro de si o elogio, coisa raríssima de se receber de Rony. Era provável que ele tivesse dito aquilo com a única intenção de amansá-la, mas ela gostou assim mesmo.
Os três andaram até o pátio, onde passariam o intervalo antes da aula de Poções. Além do ar muito frio caía uma chuva fina, e eles refugiaram-se sob uma sacada, apertando as vestes contra o corpo para se aquecer. Hermione vestiu o capuz da capa e enrolou mais uma vez a manta pelo pescoço, enquanto especulava com Rony e Harry o que Snape proporia na aula. Alguns instantes depois, ela reconheceu Cho Chang aproximando-se. Não gostava dela, mesmo sem jamais terem trocado uma palavra sequer, e essa implicância vinha do ciúme que Gina sentia dela.
— Olá, Harry! — disse a garota animada.
Quando Harry respondeu ao cumprimento, corou como Hermione jamais vira. Ela então sentiu-se dividida; era evidente que Harry gostava de Cho, pela maneira constrangida com que a olhava e falava com ela, e afinal de contas ele era seu grande amigo, ela não podia torcer contra o que ele queria. Por outro lado, sua outra grande amiga Gina sofreria pelo resto da semana se ficasse sabendo daquela curta conversa que os dois estavam tendo.
— E então, — Harry estava se esforçando para perguntar — você... Como foi seu verão?
Que pergunta! Hermione segurou-se para não exclamar isso em voz alta. Como Harry não lembrara que essa era a pior pergunta que poderia fazer? O rosto de Cho se anuviou por um instante; Cedrico Diggory fora seu namorado, e ainda era quando foi assassinado. Que chances havia de Cho ter tido um bom verão?
— Ah, tudo bem... — foi a resposta evasiva de Cho.
— Esse é um distintivo do Tornados? — Rony perguntou subitamente, apontando para um distintivo azul na capa de Cho. — Você não torce por eles, torce?
Não era possível que Rony não tivesse entendido que não devia se manifestar. Além de não conseguir ficar com a boca fechada, ele ainda por cima a abria pateticamente para falar sobre quadribol.
— Torço — disse Cho, que jogava como apanhadora no time de quadribol da Corvinal.
— Você sempre torceu por eles — perguntou Rony, agora com um tom de acusação — ou só agora que eles começaram a ganhar?
Agora já era demais; Hermione teve vontade de torcer o pescoço de Rony. Em que seria útil para ele saber desde quando Cho Chang torcia pelos Tornados?
— Torço por eles desde os seis anos de idade — Cho respondeu com frieza. — Bem, Harry, nos vemos depois.
E então ela se retirou. Harry a observava com um ar de desapontamento. Hermione não se segurou mais e deixou escapar sua indignação.
— Você não tem um pingo de sensibilidade! — exclamou.
— O que foi que eu fiz? — disse Rony, surpreso. — Só perguntei se...
— Você não percebeu que ela queria falar com Harry a sós?
— Podia ter falado se quisesse, eu não estava impedindo...
— Droga! Por que você ficou atacando a garota por causa do time de quadribol? — Hermione levantava a voz aos poucos, sem se importar se as outras pessoas começariam a olhá-los.
— Atacando? Eu só estava...
— Quem se importa se ela torce pelo Tornados ou não?
— Ora, metade das pessoas que se vê usando esses distintivos só os compraram na última temporada...
— Que diferença faz?
— Quer dizer que não são fãs de verdade, que só estão...
— A sineta — disse a voz de Harry com desânimo, vinda de algum lugar distante.
Rony e Hermione seguiram Harry a caminho das masmorras, mas continuaram discutindo.
— Por que você ficou tão irritada, afinal?
— Porque às vezes eu não acredito no quanto você é capaz de não se dar conta das coisas! Você a espantou!
— Ora, se ela queria tanto conversar com Harry era só pedir licença, não é? Vai querer agora que eu a ajude a fazer isso?
— Bastava não atrapalhar!
— Ora, me desculpe! — ele forçou a voz, ironicamente.
— Não é a mim que você deve pedir desculpas, e sim a Harry, seu tapado!
— Então por que ele não está dizendo nada? Só estou vendo você aborrecida!
— Como você é patético, francamente!
Houve uma pausa na discussão enquanto entravam na sala de aula e sentavam-se ao fundo, Harry entre os dois.
— E você é uma chata, sabia? — murmurou Rony, continuando a discussão de onde tinham parado. — Sempre se metendo onde não é chamada!
— Eu? — sussurrou ela desta vez, indignada. — Eu me meto onde não sou chamada? E o que você acabou de fazer? Por acaso Cho mencionou seu nome quando disse “oi”?
— Sentem-se — disse a voz de Severo Snape, que estava agora entrando na sala.
Os alunos fecharam as bocas e ajeitaram-se nas cadeiras instantaneamente. Snape explicou que era rígido com os N.O.M.s e ordenou que fizessem uma Poção da Paz, cujos ingredientes e etapas complicadas fez aparecerem no quadro negro com um movimento da varinha. Hermione não teve problemas sérios na preparação de sua poção, mas os outros caldeirões ao redor exalavam cheiros esquisitos e liberavam fumaças de todas as cores exceto o prateado que deveriam.
Ao contrário do que ela julgara pelo fato de Snape fazer parte da Ordem da Fênix, o professor não melhorou nem um pouco em sua implicância com Harry. Em um determinado momento, aproximou-se do caldeirão do garoto e disse que a poção dele era imprestável, para então fazê-la desaparecer com sua varinha. Furioso, Harry deixou a sala logo que o sinal tocou, sem nem esperar por ela ou Rony.
— Nossa, ele deve estar mesmo louco de fome — comentou Rony, quando os dois deixavam as masmorras a caminho do salão principal, para almoçar.
— Ele não saiu correndo por fome — Hermione disse, revirando os olhos. — Você viu a maneira como Snape o tratou, não viu?
— Vi...
— Pois então; ele não agüentou mais ficar na presença de Snape e saiu correndo assim que pôde.
— Bem, mas uma pessoa não precisa ser maltratada por Snape para querer sair correndo para longe dele assim que puder. Mas eu estou louco de fome.
Entrando no salão principal, Hermione pôde ver Harry comendo, cabisbaixo, remexendo a comida no prato com má vontade. Sentou-se ao lado dele, comentando sobre como Snape fora injusto e sobre suas esperanças de que o professor tivesse mudado seu comportamento por pertencer à Ordem. Rony retrucou dizendo que nunca julgara possível que Snape mudasse seu comportamento.
— Aliás — disse ele. — Eu sempre achei Dumbledore meio matusquela por confiar em Snape, afinal, não há realmente provas de que ele deixou de trabalhar para Você-Sabe-Quem, há?
Que ingenuidade, pensou Hermione. Talvez Rony esperasse que Dumbledore divulgasse em cartazes espalhados pela escola quais eram os motivos para crer que o professor de Poções não era mais um comensal da morte.
— Eu acho — disse, áspera — que Dumbledore deve ter suas evidências, sim, mesmo que não as divida com você, Ronald.
Ele já ia retrucar, mas foi interrompido por Harry.
— Ah, calem a boca, vocês dois! — disse ele irritado. Hermione olhou para ele espantada. — Será que não dá para pararem um pouco? Estão sempre brigando, isso enlouquece!
Harry levantou-se, agarrou a mochila e saiu andando apressado, deixando os dois ali sozinhos, ainda olhando na direção em que ele fora com expressões de espanto.
— Ele tem razão, sabe — disse Hermione, quebrando o breve silêncio. — Mas ainda assim não precisava ter descontado na gente dessa maneira.
— Nós não pedimos a Snape que sumisse com a poção dele. — disse Rony, ressentido. — Nem a Simas e Lilá e todos os outros que não acreditam nele para recuarem sempre que o vêem nos corredores. Deve ser horrível passar por isso, mas nós não temos culpa.
— Pelo contrário. Somos o apoio com que ele conta aqui.
O olhar dos dois se encontrou em concordância. Hermione sentiu o rosto corar e perdeu o apetite, e Rony pigarreou desviando o olhar para seu prato.
— Então... — disse ele. — Vamos parar com isso, não é?
A voz dele saiu baixa e quase incompreensível, e suas orelhas tingiram-se de vermelho.
— Claro — respondeu ela, com a voz falha.
Rony sacudiu a cabeça, satisfeito, e voltou a se concentrar em seu pastelão.
— Você tem Aritmancia agora, não tem? — ele perguntou, depois de muito tempo, provavelmente na falta de alguma outra coisa para dizer.
— Tenho — ela revirava o pastelão em seu prato, sem a menor vontade de comê-lo.
Ele tornou a encher a boca e disse:
— Eu gostaria de não ter que ir para a aula da Trelawnay agora.
— Ei, com licença — disse uma voz fininha e acanhada; era um aluno do primeiro ano da Grifinória. — Onde posso encontrar um banheiro? Não estou conseguindo achar nenhum por aqui, e como vocês são monitores...
— Claro, é conosco mesmo que você deve falar quando tiver algum problema desse tipo — Hermione respondeu, sorrindo. — Não se preocupe; Rony pode levá-lo a um banheiro masculino.
Rony subitamente engasgou-se com a comida, como que para sinalizar que não estava nem um pouco disposto a deixá-la de lado naquele momento. Ela irritou-se e já ia começar a repreendê-lo por não exercer propriamente suas funções de monitor, mas, como tinham recém acertado uma trégua, relevou. Levantou-se, dizendo: — Tudo bem, eu mesma mostro o caminho.
— Por que as coisas mudam tanto? — perguntou o garotinho, em determinado momento. — Eu gostaria de achar novamente aquela sala cheia de mapas.
Hermione franziu o cenho.
— Sala cheia de mapas? Eu nunca soube de nenhuma.
— Eu entrei nela ontem, mas não sei mais onde fica. Tentei procurá-la outra vez hoje e não encontrei mais.
— Esteve lá ontem? Mas a que horas foi isso? Nós chegamos à noite, depois tivemos o banquete e depois eu e Rony levamos todos vocês para a torre da Grifinória.
— Exatamente; — disse o garotinho, sacudindo as mãos em gestos tensos. — eu não vi quando vocês deixaram a mesa, me perdi de vocês, me perdi de todos na verdade. Aí eu estava correndo pelos corredores, sozinho e desesperado, e então de repente encontrei essa sala cheia de mapas da escola, onde eu pude ver por onde ir para chegar à torre da Grifinória.
A essa altura, já estavam parados em frente ao banheiro. Hermione indicou a porta a ele e disse:
— Bem, eu vou me informar a respeito, mas nunca ouvi nada sobre essa sala de mapas... Se eu souber de alguma coisa aviso você, certo?
— Certo, muito obrigado!
O garotinho entrou no banheiro e ela deu meia-volta, seguindo para o salão principal. Quando chegou lá, Rony já tinha terminado de comer.
— Você já ouviu falar de alguma sala de mapas? — perguntou a ele.
— O quê?
— Uma sala com mapas de Hogwarts, mas pelo jeito você não ouviu nada sobre isso.
— Por quê? Existe uma sala assim? Onde fica?
— Aí é que está; eu não sei.

Aritmancia era a matéria favorita de Hermione. Saindo da sala da profa. Vector, ela lamentava ainda ter Defesa Contra as Artes das Trevas antes do jantar, ainda mais porque não sabia o que esperar da aula de Dolores Umbridge. Quando chegou à sala, alguns poucos alunos já encontravam-se lá sentados, e além deles a própria Umbridge, que ao vê-la lhe dirigiu um sorrisinho meigo muito forçado. Ela procurou Rony e Harry com os olhos, mas eles só chegaram alguns instantes mais tarde, junto com o resto da turma que vinha da aula de Adivinhação. Quando todos pareciam estar acomodados, a professora se levantou e disse, novamente forçando um sorriso:
— Bem, boa tarde!
Um murmúrio de “boa tarde” em resposta percorreu a sala, mas Umbridge sacudiu a cabeça, ainda com aquele sorriso forçado. — Assim não está bom, não acham? Quero que respondam “boa tarde, profa. Umbridge”, está bem? Boa tarde, classe!
— Boa tarde, profa. Umbridge — responderam os alunos, em voz um pouco mais alta.
— Agora sim. Não foi tão difícil, foi? Agora guardem suas varinhas e escrevam.
Umbridge fez aparecer no quarto o título “Defesa Contra as Artes das Trevas, um retorno aos princípios básicos”, com um movimento de sua varinha. — Seu ensino desta disciplina tem sido muito ruim, não é? — continuou Umbridge, inclinando a cabeça para o lado como se falasse com um grupo de crianças. — Houve uma mudança constante de professores, e muitos deles não seguiram o currículo aprovado pelo ministério. Por esses motivos, vocês estão atualmente em um nível muito baixo para prestar os N.O.M.s.. Mas não se preocupem, pois recuperaremos o tempo perdido. Nosso currículo para este ano é centrado em teoria, bem estruturado e aprovado pelo ministério da magia. Copiem, por favor.
Com outro toque da varinha no quadro negro, as palavras ali escritas sumiram e deram lugar a outras:
Objetivos do curso:
1. Compreender os princípios que fundamentam a magia defensiva.
2. Aprender a reconhecer as situações em que a magia defensiva pode legalmente ser usada.
3. Inserir o uso da magia defensiva em contexto de uso.

Depois que os alunos copiaram os objetivos do curso, Umbridge mandou então que lessem o primeiro capítulo do livro Teoria da magia defensiva, de Wilbert Slinkhard, em voz baixa. Hermione, porém, ainda tinha os olhos fixos no quadro, e ergueu a mão. O que a professora poderia querer dizer com “reconhecer situações em que a magia defensiva pode legalmente ser usada”?
Sentada a sua mesa e olhando para a direção oposta a Hermione, Umbridge parecia desconhecer completamente o fato de haver uma aluna com a mão erguida, querendo fazer uma pergunta. Os alunos liam desanimados o capítulo que ela ordenara, alguns com os olhares perdidos em alguma direção qualquer que não a das páginas de seus exemplares. Os minutos foram se passando, sem que Umbridge demonstrasse qualquer conhecimento de que Hermione estava ali, a poucos metros dela, com a mão erguida no alto.
Seu braço começava a doer. Ela sentia cada osso dos dedos, das mãos e do antebraço pesando-lhe incomodamente sobre o ombro, porém não tinha a mínima intenção de descansar o braço. Quanto mais tempo fosse deixada esperando, por mais tempo resistiria até que a professora desistisse de fazer o papel ridículo de ignorá-la. Os colegas começavam a se desligar da leitura para prestar atenção nela. Eu poderia chamá-la, pensou. Com licença, profa. Umbridge. Não. Eu quero ver a expressão dela quando se convencer de que não pode mais continuar com isso.
Hermione continuou em silêncio. Já não havia mais tanta importância em perguntar, o essencial naquele instante era manter o braço firme no ar, a expressão serena apesar da dor e a boca fechada para provar que esperaria eternamente, se necessário, antes de se obrigar a chamar aquela mulher asquerosa pelo nome. Era Umbridge quem deveria desistir da batalha, Hermione queria ver a controvérsia estampada em seu rosto, queria ver os pensamentos transparentemente discutindo em sua cabeça entre continuar fingindo não vê-la ou lhe dar a palavra como se não a tivesse visto solicitando-a até então. Mas isso não aconteceu.
Não havia controvérsia, contrariedade, espanto, fingimento ou qualquer outra emoção no rosto de Dolores Umbridge quando ela se deu por vencida, finalmente, olhando para Hermione e dizendo, com aquela voz ridiculamente infantilizada:
— Você quer fazer alguma pergunta a respeito do capítulo, querida?
— Não a respeito do capítulo — disse Hermione, abaixando finalmente o braço. — mas sim dos objetivos do curso.
Umbridge ergueu as sobrancelhas e semicerrou os olhos em tom de desafio.
— Seu nome é...?
— Hermione Granger.
— Bem, srta. Granger, os objetivos do curso estão claros, basta lê-los com atenção.
Hermione já prestara atenção demais àqueles três tópicos.
— Não concordo, professora — disse, sem hesitar. — Não há ali referência alguma ao uso de feitiços defensivos.
O que se seguiu a isso foi uma discussão generalizada. Os alunos indignaram-se com o fato de que a professora não parecia disposta a deixá-los praticarem mágica em aula, mas ninguém se alterou mais do que Harry, que gritou com a professora a respeito do retorno de Voldemort, e recebeu uma detenção dela por isso.
Na volta à sala comunal, depois do jantar, foi impossível se concentrar para fazer os deveres. Além de tudo o que acontecera naquele dia, Hermione ainda teve que repreender Fred e Jorge por estarem testando “gemialidades” disfarçadas de doces em alunos do primeiro ano.
— Se não pararem com isso — vociferou ela, agarrando a prancheta em que Fred fazia anotações e o saco de doces falsos — eu vou...
— Nos dar uma detenção? — perguntou ele, com um olhar de quem não acredita na ameaça.
Ela virou-se para olhar para Rony, esperando algum apoio, mas o garoto parecia estar se escondendo na poltrona em que continuava sentado. Sentiu-se ridícula, mas voltou a olhar para os gêmeos com firmeza.
— Não, vou escrever à sua mãe.
Os dois fizeram caras de horror. Ela atirou de volta a prancheta e o saco de doces e voltou para junto de Rony e Harry.
— Muito obrigada pelo apoio, Ronald.
— Você resolveu muito bem sozinha — disse ele, uma mentira deslavada, e ela sentiu muita raiva de sua covardia, de sua incapacidade de enfrentar os irmãos mais velhos quando estavam fazendo algo tão errado. Teve vontade de dizer que ele não merecia a monitoria.
Incapaz de se concentrar em qualquer outra coisa, ela simplesmente tirou os gorros que tinha tricotado da mochila e misturou-os com o lixo, na esperança de que os elfos domésticos os pegassem sem querer quando fossem fazer a faxina na sala comunal. Rony ainda a questionou sobre isso, ao que ela respondeu displicentemente, antes de subir correndo para o dormitório feminino.

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