Ano Infernal, o Quinto



— CAPÍTULO OITO —
Ano Infernal, o Quinto




Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma da Grifinória, indicou um lugar onde Hermione, Rony, Harry e Neville poderiam se sentar à mesa da casa. Gina já tinha encontrado lugar junto a seus colegas do quarto ano, e uma vez que Luna Lovegood já não estava mais visível entre seus colegas da Corvinal, as preocupações de Hermione se concentravam na mesa dos professores, pela qual corria os olhos repetidas vezes, como se isso fosse capaz de fazer aparecer a figura que procurava.
— Ele não está aqui — disse Harry. Ele, Rony e Hermione entreolhavam-se com expressões de apreensão.
— Ele não pode ter ido embora — disse Rony, fingindo firmeza.
— É claro que não — disse Harry, no mesmo fingimento que o amigo.
Mas ele não estava ali, e isso não era bom sinal, de maneira nenhuma. Onde estaria Hagrid? Nunca acontecera de chegarem a Hogwarts e ele não estar lá, o que poderia ter mudado as coisas? Hermione sentiu um aperto no peito, pensando em todas as coisas que poderiam ter feito Hagrid desaparecer.
— Vocês não acham que ele... — começou, hesitante. — Se machucou, ou algo assim... Não é?
— Não — Harry apressou-se em dizer.
— Mas onde ele está, então?
Harry fez uma pausa e depois disse, em voz bem baixa:
— Talvez ele ainda não tenha voltado daquela tarefa que ia fazer para Dumbledore, lembram?
— Sim, sim, deve ser isso — disse Rony, como se aquela possibilidade fosse o suficiente para se despreocupar.
Para Hermione, a perspectiva de a tarefa ter impossibilitado Hagrid de retornar à escola a tempo para o início do ano letivo não era menos preocupante do que qualquer outra. Ela mordeu o lábio, contemplando o lugar em que Hagrid costumava sentar-se, agora vazio. Ainda correu os olhos pela mesa mais uma vez, e foi então que percebeu uma mulher que nunca vira antes, sentada ao lado de Dumbledore. Ela tinha cabelos curtos e ondulados, com uma faixa combinando com o casaco peludo e rosa que usava sobre as vestes.
— Quem é aquela? — perguntou imediatamente.
Harry olhou na mesma direção que ela e franziu o cenho.
— É aquela mulher — disse ele, incrédulo. — Aquela Umbridge!
Hermione vasculhou rapidamente sua memória, mas não lembrou de já ter ouvido aquele nome anteriormente.
— Quem?
— Ela estava na minha audiência — disse Harry. — Trabalha para Fudge!
Foi a vez dela de franzir o cenho.
— Trabalha para Fudge! — repetiu. — O que ela está fazendo aqui, então?
— Não sei — disse Harry, dando de ombros.
O que uma pessoa que trabalhava para o ministério fazia sentada ao lado de Dumbledore na mesa dos professores de Hogwarts, dada a situação de discórdia estabelecida entre o diretor e o ministro? Será que ela seria professora de Defesa Contra as Artes das Trevas? Não havia nenhum outro rosto novo entre os professores que pudesse ser o do novo responsável pela disciplina, e, no entanto, não parecia lógico que Dumbledore escolhesse como novo professor, justamente de Defesa Contra as Artes das Trevas, algum representante de Fudge, que se recusava a acreditar no retorno de Voldemort. Por um momento, lembrou-se de como Percy fora promovido a assistente do ministro para tentar vigiar a Ordem da Fênix, e imaginou se vigiar Dumbledore seria o intuito daquela mulher a quem dirigia seu olhar desconfiado.
— Não... — murmurou. — Não pode ser...
A profa. Grubbly-Plank apareceu naquele momento para ocupar o lugar vazio de Hagrid, e logo em seguida os portões do salão principal se abriram e a profa. McGonagall entrou conduzindo atrás de si a fila dos alunos do primeiro ano, trazendo ainda um banquinho e um velho chapéu, que separaria os alunos entre as quatro casas da escola.
O chapéu seletor, como era chamado, cantava todos os anos uma música antes de dar início à seleção, contando quais eram as características levadas em conta para a escolha dos alunos para cada uma das casas. Desta vez, porém, o chapéu acrescentou algo mais em sua música; comentou a amizade que havia entre Slytherin, Hufflepuff, Ravenclaw e Gryffindor, os fundadores da escola, e como ela ficou abalada quando Slytherin se desentendeu com os outros e foi embora. Aconselhou a todos, ainda, que se unissem. Ao final, todos aplaudiram, alguns comentando uns com os outros sobre a nova canção.
— Não me lembro de ele ter dado conselhos antes — Hermione comentou, estranhando.
— Mas ele já deu outras vezes, sim — disse Nick Quase Sem Cabeça, mas quando ele ia explicar foi interrompido pela profa. McGonagall, que começava a chamar os nomes dos alunos do primeiro ano para serem selecionados.
Hermione esperou a seleção terminar e a saudação de boas-vindas de Dumbledore, dando início ao banquete, para pedir a Nick que continuasse o que ia dizer. — Ah sim — disse o fantasma, desviando o olhar da fúria com que Rony devorava a montanha de comida que servira em seu prato. — Eu já tinha visto o chapéu seletor dar avisos antes, em tempos de grande perigo para a escola. Mas seu conselho é sempre o mesmo; ficarem juntos, unidos, serem fortes.
Rony perguntou qualquer coisa incompreensível por causa da enorme quantidade de comida dentro de sua boca. Hermione olhou para ele com desgosto, condenando a cena, especialmente depois de lançar um olhar ao distintivo de monitor e com isso lembrar-se de que ele era o encarregado de dar o exemplo masculino aos alunos novos da Grifinória. Paciente, Nick Quase Sem Cabeça pediu que ele repetisse a pergunta.
— Como ele pode saber — começou Rony, engolindo rapidamente. — que a escola está em perigo se é só um chapéu?
— Não tenho idéia — respondeu Nick. — mas acho que o fato de ficar guardado na sala de Dumbledore deve ajudar a saber de algumas coisas.
Hermione queria tentar tirar de Nick Quase Sem Cabeça mais alguma informação, mas Rony travou uma discussão com o fantasma que o fez sair de perto deles, irritadíssimo.
— Muito bem, Rony — ela rosnou, irritada.
— O que foi, hein? — ele perguntou, indignado. — O que foi que eu fiz agora?
— Esquece.
Irritada, ela manteve a cabeça baixa durante o resto do jantar e comeu pouco. Irritava-a ainda mais o fato de que Rony continuava comendo normalmente, ou pelo menos do jeito que ele comia normalmente.
Ao final do banquete, Dumbledore levantou-se novamente para o seu discurso habitual. Falou sobre as restrições à floresta e depois anunciou duas mudanças no quadro de professores.
— A profa. Grubbly-Plank ensinará Trato das Criaturas Mágicas — disse o diretor, ao que Hermione trocou um olhar cheio de pânico com Harry e Rony. — e a profa. Dolores Umbridge ensinará Defesa Contra as Artes das Trevas.
Aplausos não muito animados irromperam das mesas das casas, e Hermione mal percebia suas mãos batendo-se sem o menor entusiasmo enquanto perguntava-se por quanto tempo a profa. Grubbly-Plank substituiria Hagrid. Dumbledore voltou a falar, mas quando ia começar a falar alguma coisa sobre os times de quadribol foi interrompido por um pigarro. Dolores Umbridge levantara-se e simplesmente interrompera o diretor da escola limpando a garganta, como quem quer dizer alguma coisa.
Todos na mesa dos professores não escondiam sua surpresa com a interrupção, e a profa. McGonagall, especialmente, dirigia a Umbridge um olhar de fúria. Dumbledore, porém, depois de alguns instantes com uma expressão confusa sentou-se para ouvir o que a professora tinha a dizer.
— Obrigada, diretor — disse Umbridge, sorrindo. — por estas agradáveis palavras de boas-vindas. É adorável estar de volta a Hogwarts e ver tantos rostos felizes olhando para mim! Estou ansiosa para conhecer todos e tenho certeza de que seremos ótimos amigos!
Em toda a sua vida, Hermione jamais ouvira algo que soasse tão forçado quanto aquele tom de simpatia. A voz de Umbridge era infantilizada, irritante e ela não parecia se importar com o fato de seu sorriso demonstrar absoluta ironia.
— O ministério da magia — continuava ela — considera a educação de jovens bruxos de vital importância, pois de nada serviria o dom de todos vocês se não fossem devidamente ensinados. Cabe aos professores tirar o melhor proveito entre sua própria sabedoria e a capacidade de seus alunos.
Umbridge pontuava seu discurso com aqueles seus pigarros irritantes, e em meio a toda aquela baboseira de discurso decorado lançava indiretas bem diretas sobre modificar a maneira de dirigir a escola, sobre balanço entre velho e novo, sobre desencorajar o progresso pelo progresso e cortar práticas que deveriam ser proibidas. Hermione a detestava com todas as suas forças, não suportava sua audácia em interromper Dumbledore para começar a criticar a escola como se estivesse apenas agradecendo emocionadamente por ter sido bem recebida.
Aos poucos os alunos foram deixando de prestar atenção ao discurso, passando a conversar entre si sem a menor discrição. Hermione procurou por algum sinal de aborrecimento na expressão de Umbridge, mas ela continuava a falar como se tivesse toda a atenção voltada para si. Ao final de seu discurso tornou a sentar-se, e foi aplaudida apenas por Dumbledore, alguns alunos e os professores, relutantes. Nada, porém, parecia capaz de abalar aquele sorriso fingido.
— Muito obrigado, profa. Umbridge, — disse Dumbledore, tornando a levantar-se para continuar seu discurso. — isso foi bastante esclarecedor. Como eu ia dizendo...
— É, — Hermione murmurou consigo mesma. — realmente esclarecedor.
— Não está querendo dizer que gostou, não é? — Rony perguntou, perplexo.
— Eu disse esclarecedor, e não agradável. Vocês não perceberam? Ela explicou muito com aquelas indiretas.
— Foi? — Harry perguntou, surpreso. — Para mim pareceu um monte de bobagens.
— É, mas tinha coisas importantes no meio. Indiretas que ela soltou como quem não queria nada.
— Bem... E o que significavam? — Rony perguntou, receoso.
Hermione soltou o ar com força, irritadíssima. O que seria dos três se ela também não prestasse atenção em nada, como os dois faziam?
— Vou dizer o que significavam — disse entre dentes. — Significavam que o ministério está interferindo em Hogwarts.
No instante seguinte os alunos começaram a se levantar apressadamente, e como Dumbledore e os professores também se levantaram, Hermione supôs que Dumbledore tinha mandado todos irem para suas casas. Apressada, levantou-se. — Rony, devíamos estar mostrando aos alunos novos aonde devem ir!
— Ah, é mesmo — disse ele, levantando-se. — Ei, anõezinhos!
Rony! — ela saltou, indignada.
— Mas eles são baixinhos!
— Sim, mas você não pode chamá-los de anões! — ela levantou a voz, dirigindo-a com autoridade à mesa da Grifinória. — Alunos do primeiro ano por aqui, por favor!
Eram baixinhos, realmente, os alunos do primeiro ano. Hermione sabia que também tivera aquele tamanho ao entrar na escola, mas não se lembrava de achar os alunos mais velhos tão altos naquela época quanto achava os mais novos baixos agora. Rony veio andando a seu lado, os alunos fizeram fila atrás deles e ela sentiu-se muito orgulhosa por estarem os dois, que tinham crescido juntos na escola, conduzindo novos alunos que cresceriam como eles.
— Onde estavam que não vieram logo pegar seus alunos? — disse uma voz extremamente irritante, que Hermione reconheceria em qualquer circunstância. — A monitoria exige responsabilidade, sabiam?
— Cale a boca, Malfoy — foi a reação imediata de Rony.
— Não é você quem vai nos avaliar ou cobrar — Hermione disse entre dentes.
— Mas posso denunciá-los para os monitores-chefes. Tropecem, e eu estarei lá para contar a eles.
— O mesmo serve para você, Malfoy — retrucou ela, dando meia-volta e seguindo seu caminho com Rony e os alunos do primeiro ano.
— Sabe — disse Rony, quando já alcançavam as escadas. — por um momento ele pareceu com você.
— Quem?
— Malfoy. “Tropecem e eu estarei lá para contar a eles”.
Ela parou subitamente de andar.
— Está me comparando a Malfoy?
— Seja sincera; um dos seus passatempos favoritos é denunciar as pessoas à profa. McGonagall.
— E você com certeza julga isso uma atitude de baixo nível como as de Malfoy! — gritou ela. — Ah, me dê licença!
Sentindo o coração pulando dentro do peito e o sangue pulsando na testa, ela começou a subir as escadas com muita pressa.
— Hermione! Espere! Que belo espetáculo, hein?
Lembrando-se subitamente dos alunos do primeiro ano, ela parou de andar e olhou para trás. Várias carinhas confusas a encaravam, além da cara irritada de Rony, com as orelhas vermelhas.
— Por que você parou de andar? — perguntou ela, tentando empregar um tom calmo na voz, como se não tivesse feito nada errado. — Ande! Alunos do primeiro ano, venham, e tomem cuidado com as escadas, pois elas mudam de lugar.
Ela virou-se e seguiu em frente com toda a dignidade que conseguiu reunir. Instantes depois, Rony já andava a seu lado novamente, e o resto do percurso escadas acima serviu para ela refletir e concluir que afinal de contas ele não a tinha ofendido tanto assim, e provavelmente não tivera essa intenção. Esperava que ele também tivesse percebido, porém, que seu comentário fora desnecessário. Mesmo assim, achava que podiam ter tido um começo melhor na monitoria.
Depois de mostrarem a sala comunal e as escadas dos dormitórios aos alunos, Hermione e Rony despediram-se friamente. Ela subiu as escadas até o dormitório e percebeu como estava exausta. Era ótimo estar de volta a Hogwarts, ela pensou enquanto sentava-se em sua cama e começava a tirar os sapatos e as meias, bem melhor do que continuar no largo Grimmauld com aquelas faxinas exaustivas todos os dias.
— Monitora, hein? Parabéns.
Hermione levantou a cabeça; era Lilá Brown quem a encarava, com um sorriso forçado. Parvati Patil estava ao lado dela, como sempre, mas com uma expressão bem mais receosa no rosto. Lilá e Hermione nunca tinham sido grandes amigas, mas sempre tinham se dado bem. Agora, porém, Hermione sentiu que a garota tinha algo contra ela em seu jeito.
— Obrigada, Lilá — respondeu, evasiva.
— Não haveria de ser ninguém mais a escolhida da Grifinória a não ser você, não é?
— Você acha mesmo? — Hermione perguntou, o cenho franzido. — Ou está querendo insinuar alguma coisa?
— Insinuar? — Lilá forçou uma expressão de espanto. — Hermione! Não me admira que você acredite no Potter; está paranóica como ele.
Ela levantou-se de um pulo.
— Pois saiba que Harry não é paranóico.
— Nunca pensei que uma pessoa racional como você acreditaria naquelas baboseiras sobre o retorno de Você-Sabe-Quem.
— Não são baboseiras! — Hermione lutava para manter a voz calma. — E cuidado com o que fala a respeito de Harry, aliás, é melhor você fechar a boca quando eu estiver perto.
— Me perdoe, por favor, não me dê uma detenção — Lilá fingiu estar assustada, e Parvati segurou uma risadinha.
Indignada, Hermione fechou o dossel da cama e só então trocou as vestes pela camisola e se deitou. Malfoy Monitor, Luna Lovegood, o sumiço de Hagrid, Dolores Umbridge, discussão com Rony e ainda aquilo, tudo no mesmo dia? Não conseguia lembrar-se de já ter tido um retorno tão ruim à escola. Esforçou-se para fechar os olhos e esvaziar a mente, expulsar aquele dia da existência para dar lugar ao próximo.

O Profeta Diário do dia seguinte não tinha referência alguma a Voldemort, Hogwarts, Dumbledore ou Harry. Hermione dobrou-o e pousou-o ao lado do prato para continuar o café da manhã. Harry, do outro lado da mesa, já terminara de comer e tinha uma expressão de total desânimo no rosto. Simas Finnigan dissera na noite anterior que não acreditava nele, como Lilá tinha feito. Ao contar a ela sobre isso, antes de descerem para o café, Harry irritara-se com sua reação passiva.
— Lilá acha a mesma coisa. — dissera ela, com calma.
— Lilá também acha, é? — reagira Harry, em voz alta. — Por acaso vocês estavam tendo uma conversinha sobre como eu estou mentindo sobre Voldemort?
— Eu disse a ela para ficar de boca fechada — foi a resposta ressentida, porém serena de Hermione. — E é melhor que você pare de pular nos nossos pescoços a todo o instante, pois caso não tenha percebido, Rony e eu estamos do seu lado.
Harry respirou fundo e pediu desculpas. Depois disso Hermione comentou com ele e Rony sobre algo que Dumbledore dissera no final do ano letivo anterior.
— Ele falou — disse — do poder de Você-Sabe-Quem de semear a discórdia. Ele voltou há dois meses e nós já estamos brigando entre nós.
Ela pensava nisso agora sentada à mesa da Grifinória, com o prato ainda praticamente intocado. A profa. McGonagall vinha passando pelas mesas das casas e entregando os novos horários. Rony, sentado ao lado de Hermione, resmungou muito quando recebeu o seu.
— Vejam isso... Binns, Snape, Trelawnay e a tal Umbridge, num dia só! Fred e Jorge deviam se apressar com aqueles kits mata-aula.
— Será que ouvi bem? — Fred vinha chegando com Jorge e os dois sentaram-se ao lado de Harry. — Os monitores da escola não vão querer matar aula, não é mesmo?
Isso lembrou a Hermione um cartaz que recolhera meia hora antes na sala comunal da Grifinória. Comeu um pouco enquanto eles conversavam com Rony e Harry sobre logros e depois dirigiu-se a eles, limpando a boca com o guardanapo e pegando em seguida sua taça de suco de abóbora.
— Falando em kits mata-aula — disse, calmamente. — Vocês não podem colar cartazes pedindo cobaias para seus testes no mural da Grifinória.
— Quem disse? — Jorge perguntou.
— Eu digo. E Rony.
— Me deixe fora disso — disse Rony, mexendo-se ansiosamente ao lado dela e baixando a cabeça. Ela dirigiu-lhe um olhar perplexo.
— Você vai mudar seu discurso logo, Hermione — disse Fred, rindo. — Você está no quinto ano, logo estará implorando por um kit mata-aula.
— E por quê?
— Porque é ano de N.O.M.s.
Hermione sabia muito bem que o quinto ano era o ano em que fariam os exames de Níveis Ordinários em Magia. Isso não a preocupava, pelo contrário, a estimulava.
— E daí? — perguntou, sabendo que nenhuma justificativa a convenceria que podia vir a querer um kit mata-aula.
Fred e Jorge contaram as crises emocionais que tinham atacado seus colegas de classe perto da época dos N.O.M.s. Contaram ainda que pretendiam abrir uma loja de logros, portanto não se importavam realmente em se formarem na escola.
— Só estamos em Hogwarts pesquisando o que os alunos gostariam de ver em uma loja de logros — disse Fred. — e então poderemos produzir mercadorias que se encaixem à demanda.
— Mas vocês vão precisar de dinheiro para abrir uma loja, não vão? — Hermione perguntou, ainda surpresa com o descaso deles com a formação em Hogwarts.
Como só vira pouquíssimas vezes, os gêmeos pareceram constrangidos. Depois de trocarem um olhar significativo, Fred disse:
— Não nos faça perguntas e nós não contaremos mentiras. Vamos, Jorge.
Os dois saíram apressadamente, deixando uma Hermione confusa para trás. Ela olhou para Rony e ele também parecia surpreso.
— O que eles quiseram dizer com isso? — ela perguntou. — Será que já têm dinheiro para abrirem a loja?
— Estive pensando nisso — disse Rony. — No início do ano eles me compraram um conjunto de vestes a rigor novas, e eu não tenho a menor idéia de onde podem ter tirado dinheiro para isso.
Hermione segurou firme uma risada ao lembrar-se das vestes a rigor velhas de Rony. Por sorte, Harry mudou de assunto perguntando se eles estavam preocupados com os N.O.M.s. Mais tarde, a caminho da aula de História da Magia, conversaram sobre que profissões seguir. Enquanto Rony e Harry disseram que gostariam de ser aurores, Hermione respondeu evasivamente dizendo que queria fazer algo grandioso. Na verdade, certamente queria fazer algo grandioso, mas ainda não tinha muita certeza do quê.

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