A parte mais difícil...



Ai está!!! Boa leitura!!!
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Capítulo 2 – A parte mais difícil...

Harry acordou com o barulho que estava mais habituado a ouvir: Rony e Hermione discutindo.

Hermione estava do lado de fora do quarto empurrando a porta e com a varinha enfiada pela fresta, enquanto Rony, do outro lado segurava a porta para que ela não entrasse.

-Tá vendo você acordou ele sua escandalosa!

-Não acordei não! Foi você! E não me chame de escandalosa!

-Olha só o que você faz! E ainda fica me dando instruções de como chamá-la! Saia já do meu quarto!

-Quantas vezes vou ter que repetir? Eu preciso falar com o Harry! Dê-me licença! Agora que VOCÊ acordou ele não tem mais porque me barrar!

-Nós não estamos apropriadamente vestidos! Você vai ter que esperar!- e empurrando a porta com toda força, Rony trancou Hermione do lado de fora.

-Rony! RONY! RONALD WEASLEY EU VOU TE MATAR!- disse Hermione enquanto esmurrava a porta.

Harry se levantou e seguiu em direção a porta, Rony estava sentado na cama rindo baixinho.

-Ah Harry, espera mais um pouco!!! Deixe ela lá fora!!! Eu quero ver ela fervendo de raiva!!!

-Ai, ai!!! Vocês não têm jeito mesmo! Já vai Hermione!- Harry vestiu as calças e abriu a porta.

Hermione estava com as bochechas vermelhas e os cabelos muito mais bagunçados do que de costume, seus olhos estavam arregalados e ela trazia em uma das mãos um pedaço de pergaminho muito amassado.

-Desculpa a demora Mione, mas diga o que quer?

-Harry eu terminei a lista das pessoas que serão úteis na busca pelas Horcruxes, e queria conversar um pouco com você.

-Pode falar, sou to...do ou...vi...dos! – Harry disse se espreguiçando e dando um bocejo.

-Harry eu quero falar com você, mas pretendo ter uma conversa adulta, então ou você pede para essa criança se retirar – Hermione olhou para Rony e continuou - ou teremos que conversar em outro lugar.

-EU NÃO SOU CRIANÇA E ESSE ASSUNTO É DE MEU INTERESSE TAMBÉM!- disse Rony alterando o tom de voz para “briga”.

-Ah não é criança?! E essa atitude agora pouco não foi digna de uma criança? Se você age dessa maneira quer dizer que não é maduro o bastante para tratar de coisas sérias!

-Eu não agi como criança! Harry estava dormindo e eu... eu estava... quer dizer... estou de pijamas. Veja como você é inconveniente!

Sem alterar a voz, apenas cruzando os braços Harry disse:

- Será que vocês podem parar um único instante? Temos assuntos importantes para resolver!

Simultaneamente, Rony e Hermione abaixaram a cabeça e pediram desculpas. Essa situação estava começando a intrigar Harry. Hermione e Rony estavam brigando e se provocando como de costume, mas o desfecho dessas desavenças estava mudado. Antes eles ficavam dias e até meses sem se falar por conta de brigas como essa e agora tudo estava acabando bem com um par de desculpas! Não que Harry se importasse, preferia ver os amigos se desculpando do que ter de ficar entre o fogo cruzado, mas tudo era muito estranho...

-Bem, vamos então Hermione, quem foram os escolhidos?

-Sabe Harry, a lista é bastante curta, afinal temos de ser sigilosos com relação as Horcruxes...

Interrompendo Hermione, Harry disse:

-Ah! Havia me esquecido... o Sr. Weasley disse que alguns integrantes da Ordem já sabem sobre as Horcruxes.

-Bem, isso facilita um pouco as coisa, mas mesmo assim Harry, ainda vamos ter que avisar a todos que não pretendemos ir mais para Hogwards.- disse Rony.

-Francamente Rony, depois do que Harry disse, você ainda acha que alguém espera que voltemos à escola? Se os membros da Ordem sabem das Horcruxes, não vão permitir que adiemos as buscas para estudar!

-Ok, Hermione Granger! Brilhante conclusão, agora vá dizer isso à minha mãe! Aposto que ela não está a par da sua maravilhosa dedução e se estiver duvido que concorde em não irmos mais para a escola! Você lembra o escarcéu que ela fez quando Fred e George largaram a escola? – Rony fez uma cara de indagação.

-Sim Rony, eu me lembro, mas nem Fred nem George tinham um motivo como o nosso! Estamos falando de guerra, vida ou morte e não loja de logros! Mas se por acaso, você achar que conversar com a Sra. Weasley sobre esse assunto é um problema demasiadamente grande, não se preocupe, você pode voltar à escola enquanto eu e Harry saímos pelo mundo a procura das Horcruxes! Fique tranqüilo que se essa for a sua escolha nós nunca vamos fazer comparações do tipo “ Nossa Rony é tão covarde quanto Rabicho!”, ou então “ Rony deve ter convivido muito com o Rabicho, ficou desleal, medroso e fraco como aquele rato!”.

Dessa vez ela pegou pesado! Harry levou as mãos ao rosto como se tentasse se esconder naquele momento, ele olhou para Rony que estava sentado na cama com uma expressão de indignação e ódio, as orelhas estavam vermelhas e a testa enrugada, Hermione ao contrário tinha um sorriso no canto dos lábios e uma das sobrancelhas levantada, parecia que ela estava esperando ter deixado Rony sem reação. Mas Harry sabia que depois da calmaria sempre vinha a tempestade, e realmente não demorou para que ela chegasse.

Rony levantou-se da cama, e se aproximou da amiga, passou as mãos no rosto e depois levou uma delas com o dedo indicador em riste até o rosto de Hermione, então disse com a voz mais ressentida do mundo:

-Agora você conseguiu. Se queria me machucar, conseguiu! Eu ganhei aquele maldito rato de malgrado, se eu soubesse que ele era na verdade o animago pivô da morte dos pais do Harry eu teria deixado o seu gato comer ele. Você acabou de me comparar com um bruxo medíocre, o qual eu infelizmente convivi durante anos, você acabou de me comparar ao delator dos pais do Harry. Você, senhorita Hermione, acabou de me humilhar.

O sorriso no canto dos lábios da menina sumiu e deu lugar a uma feição de arrependimento, que só piorou a medida que Rony prosseguia:

-Até hoje você me condena por ter te acusado de conspirar com o inimigo enquanto estava com o Krum, mas veja só o que você acabou de fazer! Disse a mesma coisa de maneira ainda mais malvada. Você não apenas deu a entender que eu conspirei com o rato, como também mostrou que me compara a ele, que acredita que eu sou uma criatura tão baixa e miserável quanto Rabicho. Você me machucou com o seu comentário, porque eu sempre fui leal ao Harry e já deixei os meus medos e problemas de lado muitas vezes para proteger você e ele. Muito obrigado por me lembrar da humilhação que passei todos esse anos cuidando daquele rato que na verdade era um mostro e por me comparar a ele. Você realmente sabe como ferir alguém, seja com seus poderes ou mesmo com sua língua. Agora, se você me der licença eu vou deixar vocês conversarem como adultos e vou me portar como uma criança. Vou sair do quarto e me esconder no lugar mais sujo e escuro que encontrar, não porque sou um medíocre como Rabicho, mas porque estou me sentido mais fétido e miserável do que um rato. Com licença.

Hermione levou uma das mão ao peito como se tentasse cessar o arrependimento que a consumia, não conseguia dizer nada... observou Rony saindo do quarto e então fechou os olhos para reprimir as lágrimas, o que foi em vão. Secou o rosto com as costas da outra mão, respirou fundo e olho fixamente para Harry.

-Você se importa se eu falar com ele antes de conversarmos?

-Sem problemas Harry, nesse estado não conseguiria discutir um assunto sério.

Harry deixou a amiga imóvel dentro do quarto, olhado para o chão com a mão ainda no peito. Desceu as escadas e ao passar pela sala foi subitamente interrompido por Gina:

-Ele está no armário de vassouras, lá fora. A briga deve ter sido feia, porque para ele se enfiar naquele lugar cheio de aranhas... Vai lá salvar ele Harry, antes que ele descubra por si próprio que entrou mais uma vez em um ninho de aracnídeos. – ao dizer ela deu um sorriso que misturava graça e pena.

-É melhor ir logo, não é mesmo? – mas Harry não conseguia desviar os olhos de Gina.

Desde a briga que tiveram eles não haviam mais se falado, ele achava que provavelmente ela estava nervosa com ele, mas pelo jeito não. Ele estava feliz com isso, mas sabia que não poderia ficar tão bem com ela quanto queria. Havia prometido que a protegeria e por isso teria que abrir mão da presença dela. Essa era uma tarefa muito difícil já que ele conhecia o cheiro, o gosto e olhar dela e gostava muito, muito mesmo disso... Ficar sem ela era praticamente impossível... Tudo o atraia...

-Harry?! Tudo bem? O Rony está precisando de você.

-Ah sim!!! Ah... eu estou indo... – acordando de seu transe, ele caminhou porta à fora.

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-Rony você está ai? Posso entrar? – disse Harry batendo na porta do armário.

Rony não respondeu, apenas abriu a porta levemente. Harry entrou no armário muito estreito e escuro, mas mesmo assim ainda podia ver pequenas criaturas cheias de olhos tecendo suas teias. Nada naquele lugar havia mudado desde a última vez que Harry entrou naquele armário para conversar com Dumbledore, contudo o espaço parecia ainda mais estreito, talvez porque tanto ele quanto Rony estava muito encorpados e altos.

-Rony você está bem?

-Não!

-Você quer conversar?

-Quero!

-Tem certeza que você quer conversar aqui? – Harry deu ênfase extra à última palavra.

-Tenho!

-Rony eu respeito o fato de você querer se esconder, mas é que aqui tem mais aranhas do que no ninho de Aragogue.

Rony empurrou Harry porta a fora, e começou a olhar e passar as mãos sobre os ombros como se espantasse qualquer aranha que estivesse sobre suas vestes, ele sentiu um arrepio de medo e aflição e só depois de se recompor falou:

-Por que você não me avisou antes?

-Ah... Achei que soubesse...

-Claro que não!- e arrepiou de novo.

-Calma Rony, não tem nenhuma aranha em você. Pode ficar tranqüilo! Mas então, ainda quer falar?

-Quero sim Harry. – Rony afastou-se do armário (afastou-se mesmo!) e sentou-se no jardim - Mas não sei o que dizer...eu estou muito chateado e nervoso com o que ela disse... não quero ficar brigado com ela... porque ela sempre me pega no ponto fraco?

-Sabe Rony – Harry sentou-se ao lado do amigo - você também pega no ponto fraco dela às vezes... quase sempre...

-É eu sei... mas ela é mais forte... nunca fica assim – abriu os braços mostrando a si mesmo- ela nunca fica destruída.- Rony pegou um gnomo que estava passando e começou a apertá-lo para liberar sua raiva.

-Fica sim! Ou você quer que eu comece a clarear a sua memória? ...Bem, a primeira fez que eu a vi destruída, foi no primeiro ano, chorando no banheiro quando o Trasgo apareceu, lembra? Depois teve aquela vez que você...

-Tá Harry já entendi!- nesse momento o gnomo que estava na mão de Rony estava todo torto e amassado- Não precisa continuar... eu sei que também provoco ela... contudo não posso evitar... ela faz coisas que realmente me atingem e aí eu explodo!- Rony apertou o gnomo em uma das mãos e com a outra achatou a cabeça do coitado que grunhiu de dor.

-Talvez isso aconteça porque vocês se gostam muito... sabem exatamente o que deixa o outro nervoso...

-Pára! Já não basta o mundo todo com essa história de nós dois nos gostarmos, agora vem você também, Harry?!- ele olhou para o gnomo e fez uma cara de “vixi!” .

-Mas é verdade! Ou aquelas brigas todas são pura implicância? Rony você gosta dela e ela de você, só que não vêem, por isso brigam tanto.

-Tá já pedi para parar! Eu gosto dela, sempre gostei, por isso somos amigos. Gosto dela como amiga e ela gosta de mim como amigo, nada mais! Convivemos muito e por isso implicamos um com o outro... a convivência faz isso...

-Tá certo Rony, e eu sou o Mago Merlin! (Eu ia dizer – e eu sou o Bozo – mas não ia ficar de acordo, contudo o intuito é esse!rsrs).

-Não, você é Harry Potter, o Eleito, e nós precisamos nos concentrar no que fazer ao invés de discutir essas besteiras! ... Harry, acho que matei ele! –Rony mostrou o gnomo todo estraçalhado para Harry e jogou-o no chão colocando um punhado de terra em cima para esconder o cadáver, se levantou e ajudou Harry a fazer o mesmo.

Por mais que Harry soubesse que o amigo estava tentando mudar de assunto, teve quase certeza que Rony não havia entendido a piada, mas achou melhor não dizer nada, afinal além de nervoso com a situação ele ainda tinha matado o gnomo, essa não seria a melhor hora para tentar arrancar uma risada do amigo.

Eles entraram na Toca, a Sra. Weasley informou-os que as meninas estavam no quarto de Gina, então eles subirão as escadas e pararam diante da porta do quarto. Rony exitou em bater e lançou um olhar para Harry como se pedisse ao amigo para tomar a iniciativa, porém Harry também estava receoso em a ver uma das mulheres dentro daquele quarto e disse rapidamente:

-Nem pensar! Bate você!

Não foi preciso bater, Gina abriu a porta de sopetão e disse sem expressão alguma:
-Entrem!

Os dois entraram ainda meio abalados com o susto. Rony se adiantou, bem como Hermione, e ambos começaram a falar simultaneamente:

-Desculpe-me!

-Não, me desculpe você!

Eles se olharam e riram timidamente do enrosco. Harry e Gina trocaram olhares, Harry entendia cada vez menos os amigo... eles brigavam e voltavam a se falar com uma rapidez admirável... Gina quebrou os pensamentos e sorrisos envergonhados:

-Ok senhores, eu estou nessa! Eu exijo saber o que está acontecendo! Harry, se tenho que ficar sem você ao menos quero saber o que me força a isso. Hermione e Rony estão apreensivos, ela escreve em pergaminhos... murmura coisas, lê e relê livros, não que isso seja incomum mas na dada situação... e Rony está nervoso, pensativo... bem, o Rony pensando, isso sim é estranho!

Rony fez menção de abrir a boca para criticar a irmã, mas ela se apressou:

-Rony, brincadeira... tô brincando, não se exalte! MAS E AI?! Ninguém diz nada? Vamos, a verdade senhores, tudo que quero é a verdade... se de uma hora para outra eu vou ser novamente excluída pelo trio, mereço ao menos saber porque, não? Ah! E não mintam! Vocês mentem muito mal...
Harry, Rony e Hermione se entreolharam e deram de ombros. Não havia o que fazer... ela merecia uma explicação...

-Então???

-Está bem Gina, você venceu! – disse Hermione – Pergunte o que quiser que o Rony irá te responder!

Rapidamente Rony revidou:

-Isso Gina, pergunte o que quiser que o HARRY irá responder!

-Vocês vão continuar jogando peteca ou vão falar logo? Harry?

-Sobrou para mim... diga Gina... o que quer saber?- a voz dele estava suave, o perfume de Gina o embriagava, os olhos curiosos dela brilhavam, os lábios dele precisavam desesperadamente dos dela...ele ficou parado ouvindo ela falar, respondia as perguntas ao mero acaso... só queria observá-la...

-É isso que diz a profecia, tenho que matá-lo, caso contrário não viverei...- os olhos dele percorriam cada centímetro do rosto de Gina, os cabelos dela caiam no rosto e a cada cacho que ela jogava para trás ele sentia seu coração batendo mais forte – e têm as Horcuxes também! – ela fez cara de indagação o que fez as mãos de Harry suarem.

Hermione explicava para Gina o que eram as Horcruxes, mas Harry só captava algumas palavras:

- São pedaços da alma de Voldmort...- Hermione dizia enquanto Harry via as mãos de Gina...

“Como são lindas”, ele pensava, e a cada explicação de Hermione, Gina mudava a expressão o que descompassava o coração de Harry. O vestido que ela usava deixava os tornozelos a mostra.... tão alvos, ele olhava cada pedaço e desejava-a mais e mais, ela era uma figura imaculada, “e as sardas”.... “ah as sarada”, aquelas pintinhas marrom- alaranjado contrastavam tão maravilhosamente com a pele clara e os cabelos de fogo...

Ele identificou algumas palavras ditas por Hermione: “partes da alma”, “imortal”, “encontrá-las”, “destruí-las”, “sigilo”, “todo o mundo”..., contudo não conseguia se concentrar, Gina passou a língua nos lábios e Harry achou que ia desmaiar... o ar faltou-lhe nos pulmões, aquela boca... ela jogou os cabelos para trás e o perfume dela se espalhou, Harry respirou demoradamente aquele ar perfumado, que banhou seus pulmões e sua alma como um bálsamo quente.

Agora podia ouvir a voz de Rony ao fundo: “temos que ser rápidos”, “não voltaremos à escola”. Também não prestava atenção no amigo. Gina havia tomado a cena apenas com sua presença, ela nada dizia, apenas olhava e gesticulava, inundando a mente de Harry com fantasias... nada mais ele ouvia... apenas o silencio doce da presença dela era o suficiente... queria observá-la, capturar todas as imagens e guardá-las em sua mente para projetá-las ou longo de sua ausência. Sempre que precisasse de amor em seu coração pensaria em Gina, lembraria desses instantes que a admirou, sonharia com ela, amaria ela cada dia mais, com mais intensidade...

-Harry? Você está bem?

Harry não havia se dado conta do quão próximo estava da garota, nos instantes de contemplação foi se aproximando dela, como se pretendesse tocar algo sagrado, com muito cuidado se direcionou à ela e agora podia sentir sua respiração, ele estava extasiado, mas ela o chamou para a realidade:

-Harry? Harry? Acorde Harry!

Acordando de seu transe, ele afastou-se, olhou para os amigos constrangido e disse:

-...Ah... sim...eh... estou bem…ah… sim, onde paramos?

Hermione e Rony se entreolharam e abafaram o riso.

-Harry, já acabamos. Você ouviu alguma coisa? – disse Gina.

-Sim... sim... tudo...mas nem precisava... sei de tudo... – ele estava atônito.

-Mione, Ron, vocês podem nos dar licença...eu queria falar a sós com o Harry.

Os amigos não se demoraram, saíram do quarto e Hermione fechou a porta à suas costas. Rony fez menção de ficar ouvindo a conversa, mas Hermione não deu-lhe chance, foi empurrando-o escada a baixo.

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-Harry você quer me dizer alguma coisa?

Ele não conseguia, mas queria dizer. Queria dizer um milhão de coisas, as coisas mais bonitas que um homem poderia dizer a mulher que ama. Ele não conseguia... a garganta estava seca, as mãos suando frio, o amor crescia em seu peito esmagando todos os órgãos, causando uma revolução dentro dele.

-Harry você quer dizer alguma coisa? – ela insistiu, dessa vez segurando as mãos dele. – Você está com as mãos geladas... está tudo bem? Sente alguma dor?

-Sinto... – a voz saiu arranhada e truncada, mas graças a Merlin saiu!

-Diga Harry, o que dói? É a cicatriz?

-Não Gina... é o coração...

Dessa vez foi Gina quem perdeu a fala, a compostura e o chão sob seus pés... ela pensava: “não, eu não acredito que ele disse isso... não assim... oh... Gina reaja! Diga alguma coisa!”.

-O coração Harry? – depois de dizer fez-se a revolução em seu cérebro: “era para dizer alguma coisa inteligente sua idiota!”, “o coração Harry? – que pergunta estúpida! Lógico que é o coração!”

-Gina... meu coração dói todas as vezes que penso no quanto eu te amo e no quanto tenho que esconder isso para te proteger...- ele soltou as palavras sem pensar... precisava por para fora o que o consumia, precisava mostrar a ela que a amava, mesmo que fosse uma única vez.

Mais uma vez, Harry a fez parar de respirar por um instante... agora ela o observava e remoia em sua alma cada pedaço, cada frase, cada gesto daquele garoto que ela tanto queria ao seu lado... também queria dizer milhares de coisas, mas a única coisa que conseguiu fazer foi reagir... Gina se aproximou dele, tão delicadamente que mal sentia seus pés tocarem o chão, segurou a mão de Harry, agora as mãos dela também estavam geladas.

Ela encostou seu corpo no dele, passou os dedos por entre os cabelos bagunçados de Harry... aproximou o rosto ao dele... fechou os olhos... e permitiu ser beijada.

O toque suave dos lábios encheu o coração e alma de ambos com esperança.

Naquele momento eles esqueceram o Lord das Trevas, a guerra eminente, os comensais da morte, as Horcruxes... afinal, tudo! Eles esqueceram todo o mal do mundo e se concentraram na maravilhosa troca de juras de amor que aquele beijo inocente e suave representava. Suas almas se fundiam e a emoção os tomava, a felicidade se mostrava em lágrimas singelas rolando pelos rostos, as mãos tocavam tremulas um ao outro com fragilidade, a respiração quente aquecia e estimulava seu amor.

Bem como começou, o beijo cessou, instantaneamente. Harry e Gina se olharam profundamente, parecia que podiam ver a alma um do outro, parecia que podiam ler os pensamentos...

-Me espera? – disse Harry.

-Espero... sempre vou estar aqui para você...sempre!

-Agora é hora de te deixar...- Harry segurou as mãos de Gina e a trouxe para mais perto dele – Mais uma vez deixe eu te beijar... feche os olhos e eu seguirei meu caminho... sonhe com os dias que estão por vir, nos quais eu não precisarei viver sem você... sonhe com os dias que eu não precisarei pedir para você me beijar e sorrir para mim uma última vez... – e a beijou mais suave e brevemente do que antes.

Harry se afastou e saiu do quarto, deixando uma Gina linda, feliz e assustada. Respirou fundo e pensou: “ a parte mais difícil passou... acho que ela entendeu... agora vêm as estratégias para um futuro incerto...”. Harry desceu as escadas e deparou-se com uma cena muito mais espantosa do que Lord Voldmort em carne e osso... Rony e Hermione abraçados no meio da sala... estavam eles se beijando?! Não! Não podia ser verdade!

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É isso ai pessoal! Espero que tenham gostado do capítulo!!!! Por favor comentem!!!
A parte que o Harry pede para Gina o esperar é tradução (não ao pé da letra, claro!) da música "Leaving on a jetplane" da Janis Joplin, a música é bem gostosa, baixem e releiam esse trecho, vocês vão adorar!!! Beijos!!!
Zaara Black.

Ps. Querido Gustavo James Dumbledore, muito obrigada pelos elogios, você me incentivou a escrever esse capítulo, por isso eu dedico ele a você!

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