Estratégias para um futuro inc




Escrever uma fic, não é só dar continuidade a história de acordo com o que queremos, mas sim seguir a trama da maneira mais plausivel possivel. Para escrever esse capítulo eu usei algumas teorias, ao final deste vocês encontrarão os créditos as pessoas responsáveis pelas idéias.

Elas foram quem me mostraram o caminho de maneira organizada. Muitas peças eu tinha, mas algumas não se encaixavam e foi por conta das pessoas citadas ao final do capítulo que esse pode ser redigido.

Um beijo! Boa leitura!
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Capítulo 3 – Estratégias para um futuro incerto...

O cheiro de eucalipto era a única coisa boa naquele lugar, contudo a onipresença desse abafava o ar e forçava os pulmões. A terra seca e envenenada pelas frondosas árvores idênticas impedia que qualquer outra espécie sobrevivesse.

Não haveria lugar melhor no mundo para uma corja de bruxos das trevas se reunirem. A floresta de eucaliptos representava exatamente o que eles acreditavam ser: superiores, fortes e mortíferos. Tal qual aquelas árvores, eles envenenam tudo a sua volta, destroem quem não se assemelha a eles e fazem o possível para serem vistos como altivos, superiores. Seu poder é inegável, mas sua ambição os enfraquece. São cegamente disciplinados, inferiores a um monstro que para eles é espantosamente imortal.

Os comensais da Morte destinaram suas vidas ao mal e suas atrocidades. Aderiram a uma idéia fétida de um homem hipócrita.

O Lord das Trevas é o poder máximo para eles. Eles subordinam suas vidas, vontades e até mesmo seus filhos aos ideais de um bruxo que alto se denomina Voldmort e assegura que a raça bruxa pura é superior e deveria reinar soberana, quando ele mesmo é um mestiço.Eles foram cegados pelo poder, como disse, sua ambição os enfraquece. Não pensam mais no óbvio.

Os seguidores do Lord das Trevas insistem em uma teoria que a muito foi levantada e destruída pelos trouxas. Lógico que as condições e os envolvidos são outros, enquanto os trouxas lutavam pela soberania de uma raça na segunda guerra deles, os comensais lutam pela soberania da raça bruxa pura, sem misturas. Se eles dessem menos importância a sua causa e suas ambições e estudassem o mundo a sua volta para compreende-lo, melhor veriam que essa insistência acabaria mal. A segunda guerra trouxa mostrou que uma raça não é superior a outra em hipótese alguma, mostrou que precisamos uns dos outros. Se Voldmort tivesse se preocupado em estudar o mundo trouxa que, afinal, ele faz parte, perceberia que a segunda guerra bruxa acabaria de forma idêntica à trouxa. Ele não arriscaria seu pescoço. Mas é presunçoso demais para isso. Quer esquecer sua metade trouxa, mostrar que no íntimo pode ser o melhor e maior bruxo apesar de suas limitações... Tal qual o grande propulsor da segunda guerra trouxa, ele oculta sua mistura... Deveria ter percebido que acabaria como ele...

Mas não, agora renovado e fortalecido pelo sangue de Harry Potter, o Lord das Trevas sente-se seguro para reconstruir seu império.

Procurou o lugar mais sombrio e semelhante ao seu ego para reunir seu exército. Um casarão velho cercado por uma floresta de eucaliptos.

A floresta representa a maneira como quer ser visto: soberano, imortal e inebriante, já o casarão è a materialização de sua alma: destruído, em pedaços, frágil apesar da aparência.

Todos os comensais cobertos por capas negras e máscaras caminhavam alinhadamente em direção ao seu mestre, esperando ansiosamente a oportunidade de reverenciá-lo.

Alguns viam nesse momento um instante de deleite, de prazer, já para outros, reverenciar o mestre era uma comprovação de sua importância. Viam nesse ato a comprovação de seu valor, se o Lord das Trevas permitia que vivessem para reverenciá-lo isso queria dizer que eram bons seguidores, úteis e responsáveis.

Ao longo do salão principal do casarão a fila de comensais era pequena, mas fortemente marcada. Caminhavam lentamente sobre o assoalho de madeira podre e gasto até seu mestre que estava sentado em uma grande poltrona forrada com veludo verde, que apesar de imponente estava aos pedaços.

- Oh meu Lord soberano! É um prazer vê-lo tão magnânimo! Eu o reverencio! – disse Rabicho curvando-se para Voldmort – Senhor, vê-lo dessa maneira me enche de esperanças com relação a nossa causa!

- Cale-se seu fraco! – disse Voldmort com a voz ecoante – Você nunca me serviu mais do que um verme! E fique sabendo que bruxos das trevas não têm esperança... têm pretensões! Saia da minha frente, sua presença me enoja!

- Sim mestre, como quiser! – disse ainda curvado.

Rabicho afastou-se permitindo que os demais comensais se aproximassem para reverenciar Voldmort. Todos atônitos com a oportunidade curvavam-se perante o mestre e levantando suas máscaras beijavam-lhe a mão.

Os Malfoy, mãe e filho, pareciam fazê-lo com receio, Snape tentava esconder sua repugnância diante da mão do Lord, Bella o fazia prazerosa e demoradamente.

Na seqüência, vinham Aleto e Amico, estonteados com a figura vampiresca de Voldmort, depois os Goyle, pai e filho, e Crabbe filho que continham em suas feições uma ponta de assombro.

Voldmort era a figura negra mais iluminada que já se viu, sua maldade emanava uma luz verde fraca, porém marcante. Os traços deformados e a aparência de alguém em decomposição lhe davam uma presença imponente e assustadora. Sua voz ecoava pelo salão do casarão e retumbava na alma de seus seguidores. Era um deleite para ele, ver todos aqueles bruxos se redimindo perante sua presença, acreditava que nunca mais seria destruído, reduzido à um fragmento de alma.

Ele estava fortalecido, pronto para continuar o reinado do Terror, tudo conspirava a seu favor.

A fila prosseguia, rostos conhecidos, sobrenomes condenáveis. O Lorde das Trevas conhecia a fundo todos seus seguidores, sabia o ponto fraco de cada um deles: Bullstrod, Nott, Yaxley, Parkinson, todos repetiam a reverência ao mestre e se posicionavam a sua frente.

Voldmort pouco falava, mas quando o fazia, parecia atingir seus fiéis profundamente. Ele tinha uma oratória perfeita, carregava as energias das pessoas a sua volta e as direcionava para o cumprimento de suas vontades.

Quando todos terminaram as reverências, formaram um circulo em volta do mestre que levantou-se e fez a cadeira sumir com um simples aceno da varinha. Nagine que durante a recepção rastejava pelo salão, observando atentamente os comensais, postou-se ao lado de seu mestre. Enrolada, ela parecia mais pavorosa, a pele verde e as grandes presas causavam arrepios em alguns dos comensais.

- Boa noite senhores! – disse Voldmort abrindo os braços – É um prazer recebe-los em minha humilde casa! – ele sorriu ironicamente – Vejo que todos estão muito a vontade! Agora é vinda uma nova era senhores, o mal venceu! Estou de volta, mais forte e com mais ódio dentro de mim!!!

Bella deu uma risada, como se concordasse com as palavras do mestre.

-Ria Bella! Riam todos! O mal é um deleite! Eu matarei aquele menino nojento e então nada conterá as vontades de VOLDMORT!!!- o sorriso se dissipou e deu lugar a uma feição mais sombria e rígida do que de costume- Prestem atenção meus seguidores... tenho planos para cada um de vocês – virou-se e olhou para Rabicho – claro que o único plano para você Rabicho é alimentar Nagine, você não serve para nada mais!

Nagine rastejou até os pés de Rabicho que congelou e começou a choramingar como de costume.

Voldmort andava pelo circulo de Comensais com as mãos unidas próximo ao peito,
às vezes parava em frente a um de seus fiéis e o media de cima a baixo. Agora estava fazendo isso com Draco Malfoy:

- Os planos que tenho senhores, são claros e simples! – encarou Draco que tremeu – Não quero falhas! – continuou andando, Draco deu um suspiro de alívio.- Vamos reunir o nosso exército: comensais e criaturas, todos ao nosso favor. Preparem-se para o que está por vir! Eu passarei a cada um as instruções de seus deveres pessoalmente... vocês podem se retirar agora... mais tarde mandarei chamá-los novamente.

Voldmort virou-se para a escada do salão e seguiu até ela, todos os comensais se curvavam enquanto o mestre saia. Ele subiu as escadas com Nagine e Rabicho às costas e sumiu na escuridão.

Os comensais seguiram para os outros aposentos amedrontados, mas ao mesmo tempo prontos para receber e cumprir ordens. Por mais que temessem o mestre, isso jamais foi o motivo de sua submissão. Temiam o Lord das Trevas porque sabiam de sua capacidade de espalhar o mal, mas redimiam-se a ele porque gostavam do fato de ele conseguir tudo o que queria, gostavam da ambição, do poder, das oportunidades...

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- Ahrã! Hum... sem querer interromper, será que vocês podem se largar e me explicar o que está acontecendo?

Enquanto descia as escadas, Harry viu Rony e Hermione abraçados, pareciam estar se beijando, mas quando entrou na sala percebeu que sua imaginação o havia enganado. Realmente os amigos estavam abraçados, bem, muito abraçados, mas beijo mesmo, Harry não presenciou, de qualquer forma não poderia perder a oportunidade de mexer um pouco mais nesse assunto:

- Ora! Será que o clima romântico veio parar aqui na sala?

- Harry! Pare com isso! Nós estamos apenas nos abraçando amigavelmente! – disse Hermione muito corada e constrangida com a situação ao instante que se soltava dos braços de Rony.

- É Harry, pode parar com essa história, quem tava no clima romântico era você, só faltou babar na minha irmã!- falou Rony também muito vermelho.

- Bem isso é verdade... mas o que os levou a esse abraço TÃO amigável?

Hermione arrumou os cabelos e respirou fundo arregalando os olhos, puxou Harry pelo braço e o fez sentar no sofá ao seu lado, Rony puxou a mesinha de centro para perto dos amigos e sentou-se nela. Harry não compreendeu a reação dos amigos, e a indignação foi ainda maior quando Hermione ofereceu a mão para Rony e este a segurou, nesse momento com a outra mão ela segurou a mão de Harry:

- Harry, é o seguinte; eu e Rony conversamos muito antes de você vir para a Toca, falamos do que nos espera, dos perigos que passaremos e da confiança e amizade que temos, tanto entre nós dois quanto para com você. Bem, percebemos que a partir de agora, as coisa vão mudar muito, na verdade já mudaram e nós não poderíamos, de forma alguma, continuarmos agindo da mesma maneira. – disse Hermione.

- É Harry – disse Rony continuando a idéia da amiga – Então, eu e a Mione decidimos mudar a nossas atitudes, nós decidimos parar de discutir, tentar resolver as coisas de maneira mais tranqüila e amigável!

Harry levantou as sobrancelhas, agora ele começava a entender o desfecho das discussões dos amigos. Hermione continuou:
- Eu e Rony resolvemos que já que escolhemos esse caminho, o de te ajudar no que for preciso, teremos que esquecer um pouco nossas diferenças, para não causar mais nervosismo para você. Nós chegamos a conclusão de que agora sua mente tem que estar limpa e concentrada, por isso não queremos mais brigar e deixar você no meio do conflito.

- Isso Harry, eu e a Mione decidimos assim! Se nós três estivermos bem uns com os outros agiremos melhor, por isso nós estávamos nos abraçando. Quando você ficou no quarto com a Gina percebemos que tudo iria ficar bem, que se entender com ela era o que faltava para te acalmar e dar força. Ficamos felizes por vocês e o abraço, bom... foi uma maneira de comemorar sem barulho!

Harry estava chocado! Constrangido e agradecido com a atitude dos amigos. Rony e Hermione muitas vezes superaram seus medos, problemas e diferenças para ajudá-lo e mais uma vez o estavam fazendo. Ele estava sem reação, estava engolindo o que ouviu dos amigos, tentando compreender tudo aquilo. Naquele momento Harry começou a se questionar, começou a repensar sua vida.

Desde sempre ele se sentiu triste por não ter seus pais, por não ser visto como um ente querido pelos Dusley e atualmente por ter perdido seu padrinho e Dumbledore, mas agora percebia o quanto tinha sido egoísta. Todo tempo teve as melhores pessoas do mundo ao seu lado e por mais que gostasse delas, nunca havia pensado realmente em sua importância. Rony e Hermione eram os melhores amigos que alguém poderia ter, principalmente alguém como ele; cheio de problemas e indagações. Eles eram fiéis, corajosos, astutos e respectivamente forte e inteligente. Rony e Hermione eram a única família que precisava, ela cuidava dele e se esforçava para ajudá-lo, tal qual uma mãe, enquanto Rony o protegia, defendia e apoiava, como um pai deve fazer. E além deles, tinha Gina, a pessoa que o fazia rir e ver o brilho do mundo. Tinha também todos os Weasley que lhe concediam um lar e muito conforto quando precisava, e Nevill que apesar de seus próprios problemas e medos, o apoiou quando precisou. E o que falar de Luna que mesmo sem conhece-lo muito bem colocou sua vida em perigo no Ministério e ainda ajudou Harry a se defender por conta da matéria que ela arranjou para ele no Pasquim. Todas essas pessoas eram muito, muito mais do que ele sempre quis, mas nunca, até então havia dado-se conta disso.

Estava atônito, segurava a mão de Hermione e aquele gesto o fazia muito bem. Ter os amigos assim tão próximos e solícitos era muito mais do que desejava.

Harry entendeu, finalmente, que a guerra não era só dele, mas de todos os bruxos de bem, que consideravam o assassinato de seus pais e a constante perseguição de Voldmort um abuso. Ele entendeu que todos sofriam, não porque ele era incapaz de derrotar o Lord das Trevas e sim porque esse maldito Lord assombrava o mundo feliz em que viviam.

Harry tinha amigos, tinha sentimentos, era amado e sabia amar. Agora ele havia entendido o que o diferenciava de Voldmort. Harry era forte porque tinha pessoas ao seu lado que acreditavam e confiavam nele, pessoas que o acompanhavam e o ajudavam porque queriam um bem comum, queria ser felizes, queriam não mais perder quem lhes era importante. Diferente de Voldmort as pessoas que o acompanhavam, não aspirava riqueza, soberania ou reconhecimento. Os seguidores de Harry, a AD e a Ordem, todos queria apenas sanar o mal, permitir a vida.

Esse era o diferencial, pelo menos era o que parecia, era esse amor sem fronteiras e completamente desprendido que venceria as pretensões de Voldmort.
Harry estava com os olhos marejados quando voltou a realidade, ele olhou profundamente para os amigos, soltou a mão de Hermione e abrindo bem os braços se inclinou e abraçou com toda força os dois amigos. Eles pareciam assustados no começo, mais retribuíram o gesto.

- OBRIGADO! – disse Harry com a voz arranhada – Obrigado, por tudo... muito obrigado.

Rony solto-se dos braços do amigo:
- Harry, isso não é só por você, é por todos nós.- ele também continha lágrimas nos olhos.

- O seu bem é o nosso bem, Harry! – disse Hermione chorando, mas com um sorriso no rosto.

- Agora tudo faz sentido... agora compreendo porque todos querem me ajudar... – continuou Harry – Vocês esclareceram tudo... precisaremos de toda força para acabar com essa guerra!

- Isso Harry, vamos nos unir, permitir que todos os bruxos de bem tenham a oportunidade de lutar! – disse Hermione ainda chorando.

A sra. Weasley entrou na cozinha meio distraída, com um cesto de roupas que suspendia com a varinha, mas Rony a notou e foi logo falando aos amigos:

- Temos que agir! Nada mais importa agora! Temos uma missão! Nós vamos conseguir Harry, vamos te ajudar, não importa o quando isso doa! – ele se levantou da mesinha, e apontando rapidamente a varinha a colocou no centro da sala, seguiu em direção a cozinha e fechando os olhos buscou coragem dentro de si – Mãe?! Mamãe?!

- Sim Roninho? – disse a sra Weasley, virando-se para o filho – Antes que pergunte vou responder: Quase pronto!

- Mãe, não é isso que...

Ela cortou o filho de novo:

- Roninho, por favor, estou cheia de trabalho, já disse, o almoço está quase pronto, ninguém mandou você não tomar café, agora querido me deixe terminar meu serviço em paz, se não quer me ajudar não me atrapalhe! Não sei quem você puxou! Por Merlin, Rony! Espere um minutinho! Parece que você não consegue controlar seu estômago!

Harry e Hermione, que ficaram no sofá observando a iniciativa de Rony, estavam achando muita graça no falatório da sra Weasley e na cara de desespero que Rony estava fazendo! Ele queria falar, mas ela não deixava, e isso fazia as orelhas do rapaz ficarem cada vez mais vermelhas.

- Mãe será que senhora pode me ouvir? Não estou com fome, eu quero pedir...

- Como não está com fome? Você tem que se alimentar! E nada de me pedir doces, primeiro vai comer a comida! Já não bastam Fred e George com essa mania de comer porcarias, agora vem você também?!

- MÃE!!! ME OUVE POR FAVOR! – Rony estava muito vermelho, as mãos fechadas e os dentes cerrados.

A sra Weasley estava espantada com a expressão do filho:

- Roninho?

- Mãe, a senhora vai me ouvir agora?

- Sim, mas eu estava ouvindo e você não deveria...

- MÃE! Por Merlim, me deixe falar!

Harry e Hermione mal podiam conter a risada.

- Fale então Rony, mas seja rápido porque eu tenho um milhão de coisas para fazer e seu pai disse...

- Mãe! Ok! Vou ser muito rápido! Se bem que essa era a minha intenção desde o começo! – ele virou os olhos e mirou a mãe novamente – Mãe, eu queria pedir para a senhora convocar uma reunião com as pessoas de confiança da Ordem, eu, Harry e Hermione temos que conversar seriamente com vocês, por favor mãe, faça isso o mais rápido possível, está bem? E outra coisa, eu queria falar com a senhora antes dessa reunião, o assunto é de seu interesse e acho que a senhora merece saber antes dos outros!

A sra Weasley arregalou os olhos como se as palavras do filho tivessem sido ditas em outra língua, estava tão espantada com a reação adulta e séria do filho que mal pode raciocinar:

- Está bem Rony... eu vou convocar a reunião para hoje a noite e nós dois conversaremos depois do almoço!

- Tá vendo como foi rápido?! – Rony mexia a cabeça indignado, virou-se para os amigos que ainda estavam no sofá e continuou – Eu mereço! Já não basta você Mione falando e falando na minha orelha?! – e sorriu.

Hermione e Harry também sorriram e levantaram-se do sofá, seguindo em direção ao quarto de Rony.

Enquanto subiam as escadas, Hermione dizia:

- Agora é com agente! Vamos ensaiar o discurso!

- Isso mesmo Mione, acho que falar com a Ordem vai ser moleza, o problema vai ser agüentar a histeria da minha mãe quando souber que vamos largar a escola! – Rony sorriu.


- Calma Rony, ela vai entender! Agente ensaia as possíveis reações dela! E não se esqueça que eu também vou ter que falar com meus pais... eles ainda não sabem de nada! – disse Hermione agora entrando no quarto de Rony.

- Sabe – disse Harry – eu estou com uma boa intuição! Acho que todos vão entender e apoiar nossas decisões. O que me preocupa agora é o plano em si! Vamos pensar um pouco... nós temos algumas opções de possíveis Hocruxes e podemos até especular onde estão escondidas, então tome aqui Mione: pergaminho, pena e tinta, vamos começar o plano!

- Vamos! Sentem-se aqui – ela indicou a cama de Rony – Vamos lá! – com cara de sedenta de informações ela foi logo escrevendo.

- Será que agente não pode comer primeiro? Pensar de estômago vazio é muito difícil! – disse Rony com cara de cachorro abandonado.

- Rony, por favor! Sua mãe já disse que o almoço está quase pronto! Espera, pôxa! – disse Hermione com cara de brava.

- Tá bem!- disse Rony passando a mão na barriga.

Hermione se ajeitou na cama, posicionou o pergaminho e começou:

- Então, sabemos que alma está dividida em sete partes, que uma delas estava no medalhão, outra no diário e a outra no próprio Voldmort... portanto restam quatro...

- Isso!- prosseguiu Harry - Sabemos também que essas quatro que restam tem alguma coisa a ver com as casas de Hogwarts!


- Sabemos? – perguntou Rony.

- É Harry! Sabemos? – Hermione também questionou parecendo confusa.

- Ah! Desculpem –me! Bem eu sei disso porque Dumbledore me disse, devo ter esquecido de comentar! Mas continuando, quando você mata alguém tem sua alma dividida podendo fazer uma Horcrux ou não, só que se você não fizer, conforme for matando as pessoas vai ter uma alma frágil e Voldmort com certeza não queria ficar frágil, mas sim fortalecido. – disse Harry.

- Então Voldmort matou apenas seis pessoas?- questionou Rony

- Foi! Pelo menos é o que parece! E como Dumbledore disse, provavelmente as Horcruxes tem a ver com as casas de Hogwarts. Uma delas, por conta de uma lembrança que vi, deve ser... com certeza a taça de Lufa-Lufa e outra, também por causa da penseira de Dumbledore é, provavelmente... o anel da família! O anel de Marvolo!

- Anel? Taça? Harry, será que você poderia primeiro contar tudo que sabe para que nós pudéssemos acompanhar seu raciocínio?! – disse Hermione muito nervosa com a onda de informações.

- Ah, sim! É que eu sabia de tudo isso mais nunca tinha parado para pensar. Então, Voldmort queria dar aulas em Hogwarts, ele via na escola o poder, o poder sobre as pessoas, o poder sobre o conhecimento. Ele via na escola a única oportunidade da sua vida de ser alguém... especial. Dumbledore o encontrou em um orfanato e lhe deu a oportunidade de ser alguém, ele gostava da escola.- disse Harry afoito.


- É interessante pensar que apenas as coisas muito especiais tenham sido escolhidas para Horcruxes. Você, por conta das lembranças deve saber onde estavam a taça e o anel e isso pode ser uma pista de onde Voldmort as escondeu. Bem, juntando com o medalhão que representa a Sonseria, temos duas casas e faltam então apenas duas. – disse Hermione.

- Mas ELE não precisaria necessariamente representar as quatro casas... – completou Rony – e talvez ELE tenha escolhido alguma coisa para Horcrux que pudesse levar para onde fosse...

- Nagine! – disse Hermione com ar de “euréca”.

- Mas se ele tivesse feito uma Horcrux com Nagine não precisaria de mim para recuperar a forma, teria usado ela.

- Ou não. – disse Rony – Se ele não tivesse o seu sangue não teria acabado com a proteção de sua mãe. A cobra pode ser sim uma hipótese, e outra, não sabemos se as Horcruxes conferem o corpo de volta, só sabemos que tendo elas ele tem chances de “morrer” e voltar a vida algumas vezes. Talvez só elas não sejam o suficiente para reconstituir o corpo.

- Bem, o que Rony disse faz sentido Harry. Caso contrario Voldmort não teria usado o seu sangue e o do Rabicho, acho que algo mais é preciso além do pedaço da alma.

- Pois é Hermione, então tome nota, das quatro Horcrux que faltavam, já temos: a taça, o anel, provavelmente Nagine e...

Harry levou a mão à cabeça como se tentasse arrancar as idéias. Hermione anotava tudo freneticamente e Rony subitamente disse:

- Harry! Falta uma coisa, não é?

- É!- respondeu Harry.

- E pode ser algo relacionado a Grifinória ou Corvinhal?

- Isso, a uma das duas.

Hermione parou de escrever e ficou olhando meio incrédula o debate dos amigos. Rony prosseguiu:

- E quando V...Voldmort mata alguém com o “Avada” a alma dele se divide?

- Onde quer chegar Rony?- indagou Harry.

Hermione esticou o braço como se tentasse calar Harry – “Calma! Ele vai conseguir!”, a garota disse apontando para Rony.

- Harry! Então, se Voldmort só mata quando quer fazer uma Horcrux, quando ele matou o seu pai, já sabia que ia fazê-lo. Então depositou em Nagine um pedaço da alma dele que se fundiu com a morte de seu pai. E por isso ele deu escolha a sua mãe! Harry! Ele só precisava matar mais uma pessoa e seria você, mas como sua mãe deu a vida dela ele a matou e fez a Horcrux, e ao tentar te matar a alma dele já estava fragmentada demais, não tinha mais força para matar... por isso você sobreviveu! Porque ele não tinha mais alma suficiente para lançar um “Avada”!- Rony terminou de dizer assustado com ele mesmo.

- ELE CONSEGUIU!!! Não disse Harry! Parabéns Rony! – Hermione pulou nos braços de Rony e deu um abraço no amigo que parecia muito assustado com suas conclusões.


Harry estava incrédulo, “como não havia pensado nisso?”, então esperou Hermione largar Rony e continuou:

- Rony, acho que você está certo. Mas, se ele fez uma Horcrux quando matou minha mãe... essa Horcrux ainda deve estar em Godric’s Hollow, nas ruínas do esconderijo! Ele não tinha mais força para levá-la, que dirá esconde-la!- Harry abriu um largo sorriso com a descoberta!

- Então sua intuição estava certa Harry! Lembra quando disse que queria voltar onde tudo começou?! – disse Hemione, mas não esperou a resposta de Harry – Contudo, eu ainda tenho outra teoria, não querendo de forma alguma menosprezar a sua Rony, estou muito orgulhosa de você! – deu um sorrisinho maroto para Rony e recebeu outro em troca, mas rapidamente parou porque percebeu que Harry havia se envergonhado coma situação – Então, a minha teoria é a seguinte: eu ainda acho muito estranho o encantamento que sua mãe lançou Harry, nunca encontrei nada que defendesse uma pessoa da maldição da morte, acho que ela deve ter usado algum objeto mágico para fazer a maldição rebater, alguma coisa que reflita um feitiço...- ela arregalou os olhos para os amigos como se quisesse que eles concluíssem o pensamento.

- Um espelho? – disse Rony.

- O espelho de dois sentidos do meu pai! – Harry disse num relâmpago.

- Isso Harry! Ainda acho que aquele espelho e a sua cicatriz têm mais ligação do que parece! – falou Hermione aparentemente muito feliz com as conclusões dos amigos.

Naquele instante ouviram uma batida na porta do quarto, que foi empurrada levemente pela sra Weasley:

- Queridos, o almoço está pronto, não demorem para descer.

- Já estamos indo mãe!- respondeu Rony observando a mãe sair do quarto.

- Bem meninos, vamos comer e ai terminamos nossas conclusões, acho que progredimos muito, é impressionante como vocês trabalham melhor sob pressão!- falou Hermione levantando-se da cama e seguindo em direção a porta.

- Ah! E é impressionante como a senhorita é esfomeada, nunca vi! Parar no meio de uma investigação para comer, francamente! O estômago fala mais alto! – disse Rony caçoando da amiga, mas também indo em direção a porta.

Os três chegaram a cozinha rindo da pequena discussão travada enquanto desciam as escadas, entre Rony e Hermione sobre qual dos dois era mais esfomeado. Aproximaram-se da mesa, sentaram-se e começaram a almoçar despreocupadamente, acompanhados da sra Weasley e Gina, que de vez em quando trocava olhares com Harry.

Todos pareciam apreciar muito a comida, mas Rony, apesar da fome incontrolável mal sentia o sabor do ensopado, ele estava muito preocupado com a conversa que teria em seguida com a mãe. Pensava no que ela iria dizer, na maneira que iria reagir. Não queria magoar a mãe, mas tinha que ajudar Harry. Desde quando entrou em Hogwarts, Rony quis ser especial, diferente. Todos os irmãos já tinham algum reconhecimento, desde o humor até a inteligência. Mas ele era diferente agora! Não queria mais chamar a atenção e nem fazer a mãe se orgulhar, ele queria apenas ajudar o amigo, da maneira que fosse preciso.
Queria sanar o mal que crescia, não se importava mais com NOM´s ou NIEM´s, Rony queria ajudar as pessoas que mereciam, queria acabar com a dor dos amigos, queria proteger quem amava. A mãe teria que entender, isso era por ela também!
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Queridos, é isso ai! Espero que tenham gostado do capítulo, só quero fazer algumas considerações.

As pessoas que leram os livros de Harry Potter devem ter difundido milhares de teorias assim como eu o fiz, mas óbviamente ao entrar em sites sobre o assunto, ler muitas colunas e fics, algumas teorias caem por terra e outras ganham força a partir de considerações e pontos levantados por outras pessoas.

Por isso, quero agradecer a algumas pessoas que fortaleceram e deram rumo aos meus pensamentos por conta de sua conclusões. Jamais faria uma fic sem dar o crédito das teorias, nomes ou qualquer outra coisa aos responsáveis.

Então, Patricia Savari, com a coluna Decifrando Horcruxes, muito obrigada pelo enquadramento das idéias, o crédito da teoria é todo seu.
(http://www.potterish.com/colunas/fullnews.php?id=5)

Outra pessoa importante foi Ralph Rosie com a coluna Os Dois Sentidos do Espelho de Sirius. Nessa coluna eu compreendi o que um espelho representa no mundo mágico e usei isso, contudo não sou adepta a teoria exposta, vou usar o espelho de outra maneira, diferente do que foi dito na coluna.
(http://www.hogsmeade.com.br/colunas/texto.php?id=157)

Ainda dando créditos, Lilyp em sua coluna Que Cicatriz é Essa?, me deu alguma luz para escrever esse capítulo, apesar de eu ainda não ter desenvolvido meu texto ao ponto dessas idéias serem cruciais.
(http://www.hogsmeade.com.br/colunas/texto.php?id=21)

Pois bem, muito obrigada a todas as pessoas que se dedicam a organizar idéias a partir de fragmentos dos livros, fiquem tranqüilas,porque sempre que usar uma idéia ou mesmo aparte dela em meus textos darei o crédito a vocês! Sem as informações que vocês oferecem jamais conseguiria fazer essa fic de maneira aceitável.

Um beijo!
Zaara Black!

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