O Nascimento do Lince, a Morte






 



Porque estou escrevendo as palavras mais difíceis da minha vida... 

           Os dias estão terminando... Começam rumores sobre uma chance de sobrevivência fora da escola. Divididos entre a expectativa de sair e a de não querer ir embora. Mesmo com os seguidos ataques perto da escola, Hogwarts ainda era de longe o lugar mais seguro do mundo bruxo. Quantos ainda estão vivos lá fora esperando pela gente? Quantos conseguirão retornar para o próximo ano? Há um notável ar tenso pelos corredores do castelo... Mas ainda assim... Os responsáveis pela diretoria tentam continuar as últimas semanas de Hogwarts num ritmo normal e tradicional. 


 


            O Baile de encerramento... A formatura do sétimo ano... As notas finais... A última partida de Quadribol pela taça das casas... Será que esses eventos conseguirão por distrair as mentes dos demais alunos? Coitados dos primeiranistas que não presenciaram uma Hogwarts normal, em paz... Para falar a verdade não me lembro mais de quando ela foi assim. Aliás quanto a mim... Eu não vejo apenas o fim de um ano letivo e sim o fim da minha história com Draco... Parece que esse diário acaba de finalizar uma temporada em que minhas palavras eram apenas viradas para ele. 



Ele voltará no ano que vem?



O que fará nas férias...? Será que em algum momento pensará em mim? 


“Eu.odeio.essa.sua.parte.” 


 


 


**


 


 



- Jovem Malfoy. – chamara um homem de idade à porta do quarto de magno escuro. 


 


         Draco que estivera debruçado sobre a vidraça da janela com o olhar perdido na forte tempestade esmagara o pergaminho em sua mão e virara-se para o senhor que o chamara. 



- Sim?



- O seu pai o aguarda na Ala-Sul da propriedade. – dissera o homem no mesmo tom elegante, mas mesmo assim acolhedor.



- Obrigado Charles. – dissera o jovem educadamente. 


 


         Seu olhar cinza parecia quase invisível em contraste com a sua pele muito branca e seus cabelos muito platinados. Uma camisa de seda branca de manga comprida ainda mantinha os três primeiros botões abertos recebendo o ar gelado que percorria aquela mansão.



- Deixe-me um momento com meu filho Charles. – Pedira cordialmente uma voz baixa e doce. 



           Draco levantara as íris cinzas com o cenho ligeiramente franzido e vira uma belíssima mulher loira, cabelos quase tão platinados quanto os seus. Vestia um longo negro também de seda. Ela adentrara o quarto com um sorriso meigo nos lábios depois da reverência de Charles, e fechara a porta atrás de si.



- Achei que tinha visto uma coruja da Torre de Hogwarts. – dissera a mulher simplesmente se aproximando do filho. – Nessa tempestade? Deve ser importante. – Draco olhara do pergaminho em sua mão para a mulher com o olhar tenso engolindo em seco.



- É Daniel. – Ele dissera com a voz seca, não querendo dizer aquilo em voz alta. – Hermione está doente. 



- Granger? – Draco assentira com a cabeça. – Você não deve mais se preocupar com a sangue-ruim Draco. Se seu pai descobre que ainda está se envolvendo com ela...



- Não estou! – dissera Draco bruscamente e então respirando pesadamente. – Só estou preocupado. Só eu sei cuidar dela... – ele dissera contrariado mais pra si mesmo do que pra mãe.



- Ela tem quem cuide dela Draco! Seu dever é com a sua família! – dissera a mulher saindo da sua voz doce. Draco a olhara ainda mais contrariado. – Você já fez a sua escolha. E fez a escolha certa. – terminara agora de forma mais calorosa e dizendo isso saíra do quarto parando apenas na porta. – agora desça, seu pai o aguarda.



            Draco procurara por alguma coisa de vidro no quarto e achara uma taça ainda com restos de vinho. Ele a pegara com brutalidade jogando contra o seu reflexo no espelho longo no canto do quarto. Olhara então para seu reflexo agora rachado respirando com ódio de volta pra ele. Olhara uma última vez para tempestade atrás da vidraça da janela do seu quarto, lembrando das últimas semanas que passara em Hogwarts. 


 


“Hermione...” 


 


Flash Back


 


 
- Se acalme Hermione, Gina joga muitíssimo bem. – dissera Luna de forma carinhosa entre os berros da Torcida da Grifinória que quase a ensurdeciam. 


 


            Hermione porém só tinha olhos para o vulto ruivo nas alturas que escapava agora de dois balaços errantes.



- Ela não está jogando contra os irmãos dela! Isso aqui é de verdade. Merlin! Primeiro jogo dela e já contra a Sonserina, vão acabar com ela! – dizia Hermione tensa tentando seguir a amiga com um binóculo. 



- Ela já fez cinco gols Hermione, a Grifinória vai bem. Ela está quase alcançando o Conl. 



- Vai bem... é isso o que me preocupada. – Dissera a castanha logo sendo abafada pelo grito da torcida verde e prata que comemorava o oitavo gol de um loiro espetado. Mas quase instantaneamente Gina fizera mais um para os berros gerais da torcida Vermelho e Dourado. – Ahh vão acabar com ela. Pare de fazer Gols Gina, pare de fazer Gols!



            Draco mantinha-se planando acima dos demais jogadores como um dragão que à espreita. Apoiado na vassoura como sempre em apenas uma das mãos, vira com nojo a garota Weasley comemorar seu sexto gol e Daniel fazer uma cara de poucos amigos. Realmente o loiro espetado não estava acostumado com um artilheiro à sua altura. 


 


            Pousara seus olhos no Potter que rondava o campo calmamente atrás de um pomo de ouro, Draco franzira o cenho em deboche. O Grifinório parecia como sempre desesperado em vencer aquela partida. Foi-se a época que o Potter poderia jogar melhor que ele.



            Pousara seus olhos na torcida da Grifinória e como sempre achara com facilidade o ponto de cabelos cheios e castanhos que representava Hermione. Era como se tivesse um radar único para encontrá-la onde quer que fosse. Ela olhava preocupada para os ares, com certeza acompanhando eufórica o seu time se recuperando assim como todo o resto de vermelho e dourado. Ela parecia tão distante... Faziam dias desde a última conversa “semi-agradável” e “decisiva” que tivera com ela. E agora mal conseguiam se encarar. Até que o olhar da castanha pousara de encontro ao seu. 



               Era óbvio que ela notara que estava sendo observada. Draco sentira seu coração acelerar, ela o encarava seriamente com algum sentimento naqueles olhos que ele não sabia dizer se era bom, de qualquer forma ele não podia mais se dar ao trabalho de se preocupar com ele. Desviara as íris, mesmo que seu corpo continuasse virado na mesma direção, as íris cinzas olhavam agora para outra direção de forma perdida e até mesmo seca. Podia jurar que conseguia ouvir Hermione com seus pensamentos amargos, sentido-se um nada. Ele também se sentia assim.



               Notara então de forma mais tensa que Daniel se adiantava com a Goles a caminho de um novo Gol, as arquibancadas gritavam extasiadas, o espetado ia em alta velocidade com um sorriso quase sádico nos lábios, mas fora interrompido por outro rasgo no céu, só que dessa vez ruivo que o atrapalhara pegando assim a goles de sua posse e marcando dois gols seguidos para a Grifinória que entrava em verdadeira euforia deixando um Francês espetado com olhar perdido procurando o trem que o atropelara.



- Maravilhava Conl! Eu devia mesmo ter contratado a Weasley! – reclamara Draco para o francês depois de ir veloz em direção a ele. O espetado revirara os olhos.



- Por favor né, Draco. Ela é mulher... eu só fui cavaleiro. – dissera o loiro com um sorriso canalha nos lábios que não disfarçara em nada sua igual fúria.



- Pois não seja! Temos que tirar a vermelha do jogo...



- Calma, você acha mesmo que eles vão ganhar? Ela é uma novata, não tem chances de ser melhor que eu, precisa-se de muitos anos de treinamento para isso... – dissera Daniel com superioridade e desdém, mas logo sendo abafado por mais um grito da multidão vermelha e dourada. Gina marcara mais um Gol. Draco se virara para Daniel ainda mais enraivecido. Daniel franzira o cenho também não acreditando na potencialidade da ruiva. – Tudo bem, chega de cavalheirismo! Ta abusando da minha simpatia já! – dissera o espetado indo veloz pro meio do jogo à caminho da Goles na posse da ruiva.



- Ah obrigado por finalmente levar esse jogo a sério! – gritara Draco sarcástico para ele. 



                  Vira então o Potter velozmente eufórico atrás de um ponto dourado que voava veloz a sua frente. A torcida parecia estranhar a passividade de Draco que não ia atrás do Pomo também. Não, não era a hora de terminar aquele jogo. Precisavam ganhar de uma diferença considerável, não queria ouvir a desculpa da Grifinória dizendo que eles poderiam ter empatado, isso seria repugnante. Também não precisava se preocupar com Potter e o Pomo, nunca que ele conseguiria pegá-lo, o Pomo estava numa diferença de 45% km/hr da firebolt dele, e ele já estava ao máximo de sua firebolt também.


                Daniel se adiantara ao lado da ruiva que notara surpresa a sua presença ali tão instantaneamente. “Coitada” pensara o Francês “Deve ter achado que já estava no meu nível”.



- Com licença pica-pau, mas acho que já te deixei brincar demais, não é? – dissera Daniel num sorriso falsamente galanteador e logo arrancando a Goles de Gina e marcando mais um gol. 


 


              Daniel disposto a jogar realmente sério fizera mais um Gol seguido, mas numa pequena distração de sua própria glória perdera a Goles novamente para um vulto ruivo que marcara mais um Gol. 


 


– Como foi que ela fez isso?! – Perguntara o espetado para si mesmo de forma desesperada e perplexa e logo fechando a cara de forma ameaçadora para a ruiva que lhe estendia mais um sorriso após marcar seu Gol. – Ta, agora você me irritou!



                Draco observava entediado o duelo sagaz de Daniel Conl com a Weasley que irritantemente conseguia sempre ficar logo atrás do espetado ameaçando ultrapassá-lo. O jogo praticamente estava sendo narrado em base de tal duelo e Hogwarts parecia nunca ter presenciado uma partida mais anestesiante. Adiantara-se para um ponto abaixo de si onde um outro jogador da Sonserina de cabelos castanhos observava maravilhado aquele duelo.



- Luke! – chamara Draco, o batedor virara-se para ele.



- Está vendo isso? – perguntara Luke abobado para o loiro e apontando para o duelo. – Incrível! – Draco franzira o cenho enojado e dera um tapa na cabeça do amigo que o olhara agora espantando.



- Dá pra prestar atenção aqui, por favor? – exigira Draco brutamente. – Temos que tirar a Weasley do jogo. Você e Roger, cerquem-na. – dissera o loiro simplesmente dando meia volta na vassoura e voltando pro seu ponto de observação. 


 


             O moreno se surpreendera com aquela ordem mais não pensara duas vezes antes de obedecê-la fazendo logo sinal para Roger e o outro artilheiro. 



- Aprenda por favor com o papai aqui. – dissera Daniel com um sorriso debochado ao pegar a Goles com simplicidade e jogando-a para o alto e batendo nela com o rabo da vassoura fazendo assim mais um gol, mas antes que resgatasse a Goles Gina fora mais rápida saltando por cima de sua cabeça dominando a Goles e marcando outro Gol.



- Quem é o papai agora? – perguntara a ruiva com o mesmo sorriso e logo se virando para a sua torcida. – Quem é a melhor? Quem é a mel... ? – perguntava ela vitoriosa para a própria torcida eufórica, mas logo sendo cortada pelo vulto que representava Conl que quase a fizera perder o equilíbrio ao perder a Goles pra ele vendo-o marcar mais dois Gols seguidos, ela se virara para ele enraivecida. – Escroto! Escroto! Escroto! 



            Mas o clima de saudável competição fora quebrado com o grito da ruiva que fora atacada por dois balaços. O primeiro batera na ponta de sua vassoura rodando-a e assustando, o segundo viera enquanto ela procurava pelo culpado e a acertara na boca do estômago fazendo-a dar um grito abafado e derrubando-a da vassoura ficando pendurada apenas por uma das mãos.



- GINA! – gritaram Hermione e Luna juntas. Hermione se aprontara com a varinha, mas Luna a impedira. 



- Perdeu o Juízo? – com certeza ouvir aquilo da garota mais aluada do castelo não lhe agradara, mas optara por não pensar naquilo agora. Voltando-se para o espetado que planava distraído perto dos aros. – Daniel! – chamara ela. O loiro se virara para ela com um sorriso.



- Vai escrever isso no seu diário? Minha vitória? – debochara o loiro, mas ao notar seu olhar desesperado se virara na mesma hora para a ruiva pendurada na vassoura.



- Mas o que é isso?! – perguntara Draco eufórico para Luke que observava a ruiva divertido e rindo mais ainda ao ver que o outro artilheiro não permitia que o Weasley saísse de perto do gol para ajudar a irmã ameaçando-o com a Goles e que Roger fazia algo semelhante com o Potter.



- Suas ordens...



- Não precisava preparar um atentado! Era só assustar!



- Ela me parece bem assustada – Rira Luke, mas logo parando ao ver a fúria nos olhos de Draco. - Ela só está pendurada. O que tem de mais? Você fez isso no campeonato passado. 



- Seu Imbecil!



- Ué, você não falou para tirar-la do jogo?



- E achou que matando-a era o jeito mais eficaz? – perguntara Draco ainda mais agressivo. O moreno parecia pensar no assunto pela primeira vez de forma perdida.



- Bem...



- Tire-a de lá!  – Mas os dois se surpreenderam com um outro grito da ruiva, esse mais desesperado, sua mão acabara por escorregar tirando fôlego de todos. 


          Draco se adiantara veloz enquanto a ruiva caía, mas parara de supetão ao ver que ela já estava segura. Gina abrira os olhos azuis serrados e vira um par de olhos verdes escuros a cima de si, apesar do cenho sério e cansado, a ruiva reconhecera o seu cabelo loiro espetado.



- Dan... – dissera Gina num sussurro quase sem voz, para o loiro que segurava seu braço com apenas uma das mãos enquanto a outra segurava-se na própria vassoura.



- Sem intimidades Pica-pau, sem intimidades. – murmurara ele de volta de forma sarcástica e fazendo força para puxá-la mais para cima enquanto guiava sua vassoura para o chão.



             O jogo paralisara, muitos professores invadiam o campo em direção aos dois assim como outros jogadores e torcedores. Hermione atropelara todos no caminho a caminho da amiga apertando-a num abraço desesperado. Luke olhara receoso dos professores que acudiam a ruiva e tentavam afastar os demais alunos para o próprio taco de batedor e o atirara longe assobiando em disfarce logo depois. Gina agora era abraçada por Rony enquanto Daniel vira que estava sendo encarado por Harry de forma ameaçadora. O loiro abrira um sorriso.



- Está me olhando assim por que? Eu sou o herói do dia. – debochara ele, o moreno apenas crispara ainda mais as órbitas dos olhos em sarcasmo.



- Dan. – dissera Hermione à frente do loiro chamando-lhe a atenção com os olhos cheios de lágrimas.



- Diga Hermigatinha.



- Obrigado. – Ela dissera tentando segurar as lágrimas, o loiro sorrira calorosamente de lado.



- Pelo quê? Por estar passando no lugar certo na hora certa? Se ela morresse ia ficar chatão o jogo. Fácil demais. – brincara o loiro e logo dando uma piscadela, mas quase se assustara ao ver que ela o abraçara forte afogando as lágrimas no uniforme dele. 



- Se acontecesse algo com ela eu... eu...



- Eu sei. - dissera sério acariciando-lhe a cabeça de forma carinhosa. – Ela já está a salvo. Se acalme.



- Que cena comovente. – os dois ouviram uma voz arrastada e maldosa a um metro deles. – De partir o coração o amor de vocês. – Hermione se virara para ele com irritação enquanto Daniel o olhara ameaçadoramente sombrio. – Normal se preocuparem com os entes queridos um do outro. Vocês têm divido tanta coisa ultimamente, não é? - Draco se virara para Hermione com o cenho franzido numa sarcástica seriedade. – O Cicatriz já sabe que não é mais o herói da escola? – Ela continuava por encará-lo com mágoa. – Ou... melhor amigo... grande amor... – então ele abrira um cruel sorriso. – Veja pelo lado bom. Pelo menos ela vai voltar para as arquibancadas, longe do perigo. Quadribol é um jogo cruel. – ele terminara maldosamente.



- Você... – dissera Daniel simplesmente ignorando o que ele dissera e empurrando Draco pra longe de Hermione como que para uma discussão particular, mas ainda sim com um ar sombrio e agressivo ao contrário de Draco que parecia ver graça naquilo.



- Ei... eu não derrubei ninguém da vassoura. – Hermione ouvira Draco dizer em deboche. “ O que?” dissera Hermione para si mesma só então somando um mais um e já se adiantando para cima de Draco quando ouvira alguém chamar por ela.



            Gina estava recebendo tratamento da madame Pomfrey no próprio campo por dores fortes no estômago antes ser levada para a Ala-Hospitalar.



- Fique aqui comigo. – pedira a amiga. Hermione sorrira meigamente para amiga e atendera ao seu pedido antes de olhar de rabo de olho para os dois loiros que pareciam na discussão infantil de sempre mais longe. Sentia de dentro de si aquela vontade absurda de agredir Draco, mas deixaria isso pra mais tarde. Gina ainda parecia machucada e assustada.



- Você jogou muito bem hoje... – ela ouvira Harry dizer para a ruiva de forma também calorosa. Enquanto Rony era segurado para não agredir Luke.


 



- Ahh Por Favor Conl, não vai tentar me enganar que você ta preocupado com a Weasley fêmea? – debochara Draco agora que os dois discutiam mais afastados dos outros dois.



- Como pôde fazer isso? Ela podia ter se machucado de verdade! Quinze metros de altura Draco! Ela podia ter morrido! – brigava Daniel de forma séria e enraivecida.



- Olha... – dissera Draco contrariado. – Eu não mandei eles derrubarem-na, ta bom? Não era pra eles terem ido tão longe.



- E quem é que vai esperar menos de uma ordem sua Draco? Você que não era pra ter ido tão longe! Eu achei que você era só um ciumento psicótico, indeciso que sempre toma as decisões erradas. Mas não, agora eu vejo que você realmente não gosta da Hermione! 



- Hermione? Como é que todas as minhas “ações” têm alguma coisa a ver com ela?



- A Weasley é melhor amiga dela! Se você não se preocupa nem um pouco com ela...



- Nem um pouco. – concordara Draco tentando ignorá-lo. 



- Se preocupasse ao menos com a Hermione que é amiga dela. Faz idéia de como ela está? De como ela ficaria se algo a acontecesse? – Draco revirara os olhos e começara a notar que Daniel ia ficando cada vez mais alterado. - Quando foi que a Hermione deixou de ser importante pra você? Foi quando você botou nessa sua cabeça burra que ela não te ama? – Draco optara por não responder apenas o olhando sério, com raiva. Daniel respirara contrariado antes de continuar – Quer saber? Pela primeira vez Draco, eu estou torcendo para que você esteja certo quanto a isso. Tomara mesmo que ela não te ame! Isso seria totalmente compreensível! Ela não merece um crápula egoísta que nem você!



- Não... pelo contrário, ela merece um crápula egoísta como você! Não é mesmo?



- Pois pense o que você quiser! – alterara-se Daniel ainda mais, surpreendendo até mesmo Draco. – Quer achar que estamos juntos? Ok! Estamos mesmo! Eu que não vou mais incentivar que ela fique esperando pelo seu retorno, não! Por que ela amaria você? Alguém que só sabe armar coisas pro benefício próprio. – Draco dera uma curta risada sarcástica.



- Está me chamando de interesseiro, Daniel Conl? Aproveitador?



- Você e seu estúpido joguinho de Quadribol...



- Falas de quem ia salvar o time....



- Seu estúpido duelozinho de esgrima... Você e seu estúpido Orgulho Malfoy inflexível! Ela faz muito bem então em não te amar! Tomara que você esteja certo!



- Eu estou. – Concordara Draco de forma agressiva tentando não se afetar.



- Tanto porque você só sabe ser leal ao seu querido papai, não é mesmo? Me diga uma coisa: você acha que Tio Lúcius te ama mais que a Hermione só porque ele está te prometendo o poder e a preferência de Voldemort? Pois então meu caro, alguém deve te informar que sob essas circunstâncias é duvidoso que até mesmo o seu pai ame você! – Draco abrira as duas íris cinzas de forma espantada e assassina, como um lobo prestes a matar e ao mesmo tempo como um esgrimista que acaba de ser atravessado no peito por uma espada. 



            Hermione ajudava Gina a se levantar e dera um beijo na testa da amiga quando essa fora deitada na maca. Já estava preste a seguir com ela para Ala-Hospitalar quando dera uma última olhada para os dois loiros distantes. Vira Draco olhar para Daniel de forma Revoltada e Atingida, um olhar diferente. Havia muito mais mágoa e tristeza naquele olhar do que Raiva. E isso era estranho. Então vira Draco acertar o loiro espetado com um pesado soco na boca fazendo esse ainda cair no chão e se demorar um pouco por lá. 
Hermione não agüentara mais se manter afastada correra para os dois se pondo entre eles. Draco subira ainda o olhar de lobo faminto para a castanha sem dizer nada.



- O que está acontecendo aqui? – Ela perguntara seriamente ainda encarando Draco que a olhava ainda como um selvagem. 



- Saia daqui Hermione. Dessa vez é só entre nós dois. Não se meta. – fora Daniel que respondera com uma ferida no canto esquerdo da boca, se levantando e voltando para o seu lugar à frente de Draco, mas ainda atrás de Hermione. – Ta na hora de Draco ouvir umas verdades sobre as escolhas dele. 


 


             Daniel mal terminara de falar e Draco já puxara a varinha obrigando Daniel a fazer o mesmo quase que imediatamente. Mas Draco fora mais rápido em seu feitiço que por um triz não acertara Daniel que fora empurrado por Hermione que cobrira o rosto no último segundo com o braço direito onde continha um bracelete marrom com um cristal no centro que fora atingido pelo feitiço estraçalhando-o em múltiplos pedaços quase inexistentes de cristal. 



              Hermione olhara assustada de Draco para os restos da pulseira de sua mãe no chão do campo. Uma tira grossa de couro e um espaço vazio no centro enquanto o vento mesmo se ocupava em mandar pra longe como se fossem pó, os restos do cristal. Draco também observava esse processo com um pingo de culpa misturando-se a todo aquele ódio. Logo uma pequena lembrança viera na mente dos dois.



Baile de Halloween



- O que pensa que está fazendo seu idiota?



- Eu só quero ter uma boa dança com minha colega de teatro. – Draco dissera irônico.



- Em que sonho seu eu seria sua “colega”? Eu odeio você!



- É recíproco, querida. E você não sabe o quão divertido é ser odiado por você. – Hermione dera um sorrisinho debochado. Draco continuou a guiando pelo salão. Até que ficou sério. – É lindo o colar... 



- O-bri-ga-da! – ela dissera com má vontade. – Harry me deu!



- Mas não combina com você... – ele disse a ignorando. – Isso combina. – Ele erguera o pulso direito da castanha deixando a mostra seu bracelete. A castanha sentira seu estômago rodar. 



- Era da minha mãe. – ela dissera seca. 



- Eu sei. – ele respondera a encarando. – Você me disse no segundo ano. Numa aula de Snape. Quando eu quase o quebrei...



- É... Tinha esquecido. – disse novamente com má vontade.



- Olha Granger... Tudo o que eu escrevi no seu diário...



- Não comece! Nós achamos o ódio que você queria Draco. Não vou perdê-lo dessa vez! 


Fim do flash back


 



          Os dois ainda se encaravam como se compartilhassem daquela lembrança esquecendo-se da presença de Daniel e dos demais presentes que agora discutiam em volta deles pelo o fim do jogo.



- De qualquer forma o jogo acabou e a Sonserina estava na frente! – dissera Luke de forma sádica.



- Ah claro, depois de você atacar a minha irmã! Bem conveniente! – esbanjara Rony em resposta.



- Foi um acidente! Quadribol é um jogo perigoso, ela sabia disso antes de entrar. Ou seja, de acordo com o placar: Sonserina Vence!



- Não... – dissera Harry calmamente cortando a comemoração dos sonserinos. – Grifinória vence, com uma diferença de 130 pontos contando com os dois últimos gols de vocês. – Harry então num sorriso maroto revelara um pomo de ouro cansado em sua mão que fora caçado no momento da confusão. 


 


           A Grifinória explodia de alegria enquanto três pessoas ainda pareciam ausentes de tudo naquele momento. Duas em especial que observavam o resto de uma pulseira, como se marcasse o resto de suas lembranças...


**


 


 



            Querido Diário, 


 


            As coisas andam complicadas... A guerra anda cada vez mais sangrenta e falta menos de um mês para sairmos dos terrenos da escola. Gina ainda sofreu um pequeno acidente no Quadribol e se encontra agora na Ala-Hospitalar. Um acidente comandando pelo filho da puta do Draco, e eu que achei que ele não ia mais tentar nenhuma canalhice agora que terminamos. 


Mas pelo visto eu estava enganada quanto a isso, ele não está ligando para nada... nada... Pelo visto esse foi um daqueles “romances” normais que do mesmo jeito que começam, terminam. Mas pra falar a verdade eu tenho tentando não pensar nele. Mesmo que nossos olhos se cruzem raramente pelos corredores, como se não tivéssemos feito muita diferença na vida um do outro, eu tenho mesmo tentado não pensar na nossa última conversa. E a última coisa que eu pensaria é que o motivo do nosso novo contato fosse porque ele mandou machucar minha melhor amiga. 



            Gina está proibida de jogar Quadribol até segunda ordem, recomendações médicas. É horrível essa parte, ela ama quadribol... joga maravilhosamente bem. E eu nem consigo tocar no assunto, ela mesmo parece ignorá-lo. Sorri nas visitas e sempre quer saber as novidades.
Aquele idiota... tudo por causa de um jogo. E Daniel... aquele soco. Não sei porquê, mas sinto que esse foi o mais doloroso de todos, tinha um motivo sádico nos olhos de Draco, um motivo que necessito saber... Acho que enfim ainda teremos a nossa “última” conversa. Só preciso de coragem, para olhá-lo nos olhos mais uma vez...


 



- Hei... – ela se virara pra mim com um sorriso. Tão forte minha amiga linda. - Como você está? 


 


            Como eu odiava ter de responder essa pergunta. Não agüentava mais toda a população de Hogwarts me perguntando a mesma coisa. Quero dizer, muitos namoros terminam todos os dias, e não era a primeira vez que Draco tinha terminado comigo. Então... Por que diabos todos achavam que eu estava tentando cortar os pulsos? Eu to bem merda! 



              Olhei meigamente para os olhos azuis de Gina que me olhavam cansados e ligeiramente preocupados e respondi do jeito menos agressivo possível. Aliás ela já tinha sofrido agressões o suficiente até então que dispensam automaticamente a minha, tão ansiosa para se revelar.



- Estou bem. – Aliás quem ta de cama é você. 



- Mesmo? Pode falar comigo... – Incrível... ninguém acredita em mim. Ninguém. Por que eu ainda perco o meu tempo expondo minha sinceridade? Eu sou assim tão indigna de confiança? 



- Gina eu estou bem. Não tenho motivo para não estar. – Ela me encarara deixando óbvio o quanto a minha declaração fora infantil. Tentei parecer mais sincera. – Já faz uma semana, estou bem. 


 


           A ruiva respirara pesadamente. Pronto, ela estava pronta para mais uma discussão sobre meus sentimentos orgulhosos. Incrível como mesmo hospitalizada ela estava sempre pronta pra isso. Mas eu como uma boa amiga não ia fazê-la se cansar em tentar me convencer inutilmente (ato favorito dela. Devo dizer que até mesmo melhor do que Quadribol) de que eu realmente sou uma romântica encubada, naquelas circunstâncias. Hora de mudar de assunto. 


 


– E você? Como está se sentindo? – Eu perguntara me servindo de um pouco do suco que ela não bebera. Vi de rabo de olho ela abrir um sorriso muito suspeito e assustador para o teto.



- Queria que o Conl estivesse aqui. – Todo o suco que eu acabara de depositar dentro da boca jazia agora no chão da Ala Hospitalar tamanho o susto que aquelas palavras me causaram. 



- Como é? – Eu perguntara perplexa limpando os lábios. Ela me olhara ainda com um sorriso mais maravilhado e com um brilho horrível nos olhos. 



- Ele é tão lindo. – Senti meu queixo cair contra o piso gelado da enfermaria. Peraí? Lindo? Eu com certeza não estava ouvindo direito. 



           Pronto, agora teria de ouvir Gina idolatrando Daniel. Sério, eu gosto mais quando ela é a minha amiga insensível... ela fica mais engraçada. E Daniel com certeza ficaria ainda mais insuportavelmente convencido depois daquele ato heróico. Bobo... gosto tanto dele. Eu realmente achei que depois de toda aquela confusão nada de pior poderia acontecer, mas nunca estive tão enganada...



- É... – disse Gina do nada ainda encarando o teto. Eu não prestava mais atenção nos elogios de Daniel, o coitado merecia né... ao contrário de Draco que tivera uma atitude covarde e babaca.



- É o que? – eu perguntei ausente ainda com os meus pensamentos a mil, encostada na cadeira ao lado da cama.



- É... eu... eu... é... bem... – Ela começou a gaguejar.



- O que? – Eu perguntei já desconfiada e com medo do que poderia ser.



- É eu... gosto dele. – Não! Não! Não!



- Dele.... quem? – perguntei sem voz.



- Conl. – um silêncio se estendeu pelo ambiente.



- HAOAIHOAIHAIHhaoihaoihOIHAOIHIOHAOIHoihaoihaoih EU Sabia! Eu Sabia! Giinaa!! HAOIAHOIAHOIAHIOAHOIAHOIAHOIAHIOAHOIAHOIAHOI...



           Mas então eu parara de rir do nada e novamente perplexa, enquanto ela me xingava arrasada. Mas eu não ouvia porque algo absurdamente assustador se passava pela minha cabeça. 



“Peraí, isso não é engraçado... Isso é... Terrível!”



AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH



         Imagine! O quanto isso é terrível! Sei que parece infantilidade e tosco e totalmente incompreensível, mas não é! É a informação se unindo a astúcia! É a união do inferno! 


 


AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH



         Não! Não! Não era possível! Eu já conseguia ver Daniel aos beijos com Gina na porta da Grifinória pedindo carinhosamente para a namorada com aquele Falso charme francês para entrar e ficarem mais à vontade. Depois ele a seduz e tenta levá-la para o Dormitório feminino e então numa distração dela ele Salta para a minha divisória e começa a vasculhar meus pertences e ele o vê! Ali! Poderoso e sedutor: O meu diário! Ele dá aquele meio sorrisinho canalha e usa meia dúzia de magias negras (Isso se eu me lembrar de trancá-lo ) e abre cheio de fome o meu diário. 


 


           Tudo o que ele sempre quis saber! Tudo que um Sonserino sempre quis saber! Tudo bem que somos amigos, mas estou falando do sonserino mais canalha e anarquista de todos aqui, não vamos esquecer! E eu já vi e ouvi indícios de um possível interesse de Daniel Conl no meu diário.



“- Vai escrever isso no seu diário? Minha vitória?.” 



Peraí, eu disse “possível”? Há! Já podia vê-lo se apossando desse diário e fazendo várias cópias pelo mundo.... Roubando minha melhor amiga... Roubando o meu diário... Roubando os meus segredos (que lhe proporcionariam anos de puras gargalhadas ) Enfim, Roubando minha vida! 


 


AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH



             E ela ainda me culpou! A vadia teve a caraça de pau de botar a culpa em mim! Que absurdo era esse?! Quando que eu ia friamente planejar a minha própria desgraça? Disse que eu a fiz pensar nele pelo modo como eu o descrevia! Merlin! Eu falava bem dele e nem percebia? Quando que eu fiz isso? Quando? Quando? E não adianta, quanto mais eu descrevo minha frustração e o quanto essa união seria fatal para o mundo a ela, Mais ela se apaixona. 


 


               E como ficam minhas aulas? A atenção que precisa ser prendida a mim no momento? Heim? Como? Desculpe sabe, se eu pareço um pouco egoísta... Mas eu menti, ta bom? Eu estou péssima! Aquele imbecil terminou comigo de novo! Depois de eu praticamente me humilhar para ele! Estou sozinha e necessitada de atenção e carinho! Preciso de atenção dos meus amigos! Poha não tinha uma hora melhor para ela se apaixonar por ele não? Heim! Maldito Draco! Se ele não tivesse mandado derrubarem-na da vassoura nada disso teria acontecido! Logo o Dan! E a culpa é dele mesmo, aquela garotinha! Fica bancando o francês sedutor! Eu nunca o odiei tanto em toda a minha vida! Francês desgraçado! Pro inferno com o heroísmo dele! E Gina é outra vaca! 


 


            E que fique bem claro aqui, que isso aí não é ciúme!!! Mas se ele fizer alguma coisa com a minha amiga... encostar aquelas mãos francesas e asquerosas ou vir com aquele sotaque sedutor nojento eu acabo com a raça dele! Começando pelo “filhote” dele, já chego castrando! 


 


            Depois não pensei mais nisso, pelo menos tentei. Já tinha esbanjado toda a minha fúria. Tanto porque as aulas voltaram e eu tive de ir menos na Ala Hospitalar e não precisei ficar ouvindo falar de Daniel a cada cinco segundos. 



           De certa forma, esse novo EQUIVOCO que precisa urgentemente de correção, pareceu me distrair um pouco do que vinha a sentir por Draco. Sabe... essa tristeza, carência e solidão absurda que acabei por vir assumir nos últimos parágrafos. Mas que não verdade não existem, pois como eu disse anteriormente: EU ESTOU MUITO BEM! Mas quando eu paro para caminhar, ou quando estou sentada dentro de sala e vejo Draco.... não há um só minuto em que eu não pense nele.



- Você está bem? – a pergunta de novo. 


 


             Dessa vez vinda do Harry sentado comigo. Eu não me virara para ele, continuava por encarar a nuca de Draco, esse batia os dedos na própria carteira e os observava como que a um ritual. Tinha saudade, mágoa... mas acima de tudo tinha raiva dele. Não só por ter terminado comigo, mas pelo o que fizera a Gina e a Dan.



- Estou ótima. – eu respondera seca tentando olhar para o quadro à minha frente.



- Não precisa mentir para mim Hermione. Normal você estar triste. – dissera Harry compreensivamente. Eu rira nervosa finalmente me virando pra ele.



- Eu não estou triste, não entendo porque todos acharam que eu iria sofrer pra sempre. Tudo bem, eu gostei dele, acabou. Agora é seguir com a vida pow. Temos coisas mais importantes para nos preocuparmos. – Harry tentara se pronunciar, mas eu o cortara com um sorriso maroto nos lábios. – E eu sei que você não vai me aconselhar a ir falar com ele. Pelo contrário, está mais tranqüilo agora. Não está?



              Harry optara por não responder. Francamente, que moleque mais indeciso, nunca sabe o que quer, não fica feliz por nada. Eu olhara novamente pra Draco. Senti um poço ser cavado no meu peito, era uma sensação por demais incômoda. Meu íntimo implorava para que ele se virasse pra mim, mas incrível como nosso íntimo só é atendido nos filmes, na vida real ninguém presta atenção nele. Nunca acontece como realmente desejamos. E sinceramente, eu só precisava de uma ação. Nada demais, só uma ação. Boa ou ruim. Qualquer coisa. E sabe, depois da minha “pequena revelação de puros sentimentos em rebelião” eu esperava... Não! Pare agora mesmo Hermione! Pare de pensar nisso! Eu não vou ficar pensando naquela noite, não vou me torturar com isso agora.



            Na verdade é uma tática muito covarde essa de “não deixar a ficha cair”, ainda mais se tratando de mim: Hermione Granger, senhorita realidade e racionalidade. Por mais irreal e irracional que eu tenha ficado desde que comecei esse diário, mas eu definitivamente me recuso a deixar a ficha cair. A ficha de que tudo realmente acabou, de tudo o que eu disse, de que foi tudo em vão... de que ele não está aqui ao meu lado me obrigando a segurar a mão dele... me beijando à força para deixar Harry com raiva... com mais um novo discurso inteligente de como era óbvio que eu estava perdidamente apaixonada por ele...



             Eu ainda respirava pesadamente sentindo meu coração se torcer com aqueles pensamentos. Como eram dolorosos. Não que eu esteja sofrendo, eu estou levando tudo até muito bem! É só que... se eu soubesse que ia acabar tão rápido... talvez não tivesse... sei lá... protestado tanto. Ai meu Merlin! Não acredito que estou pensando nisso. Sim eu quero ele de volta! Retiro o que acabei de dizer! Eu sou Hermione Granger e ... e... isso devia significar alguma coisa? 


 


            Me vi segurando meus cabelos num desespero pessoal. Meu Deus! Eu estou sem argumentos... não consigo nem mesmo argumentar em minha defesa... me vi olhando para o teto da sala e fazendo uma cara de ódio para as estrelas e para Merlin que devia estar em algum lugar por lá, numa cena Semelhante a de Daniel Conl umas semanas atrás: “Você é criativo heim...”
Não agüentei, peguei furiosa, como se não conseguisse conter meus impulsos, um pedaço de pergaminho e molhei a pena no tinteiro e comecei a escrever. 


 


“Eu ainda vou me arrepender disso, sei que vou...” eu pensei.


 


Draco, rabisquei furiosa o nome dele e recomecei.


Malfoy,
temos que conversar... me encontre depois da aula na torre das Gárgulas.
Hermione.


 
           Aquilo não era um encontro romântico do qual eu ia implorar mais uma vez pra ele voltar comigo, eu tentava me convencer enquanto transformava aquele pergaminho em origami e mandava-o num sopro até ele, e sim um jeito de pôr as cartas na mesa. Eu precisava ouvir dele que ele não havia exatamente comandado aquele ataque a Gina. Ele não podia ser tão escroto assim, não podia. E também... ele teria provavelmente uma boa explicação para aquele soco no Dan, teria que ter... Eu não queria assim, tão rapidamente ter um motivo para esquecer Draco e o que eu sinto por ele... Ou queria?



            Vi apreensiva ele receber o origami em suas mãos. O abriu num processo tão lento que eu não sei ainda se ele estava fazendo suspense ou se era meu subconsciente dramático mesmo que estava fazendo eu ver tudo em câmera lenta. 


 


            Ele lera... podia jurar que vira que o pescoço dele fazer menção de se virar em minha direção e isso quase me matou, mas até agora não sei se isso realmente aconteceu, pois se ele teve a intenção de se virar desistiu no meio do caminho. Ele não respondeu... e eu ainda esperei por longas duas horas, horas essas que continuei encarando a nuca dele sem me cansar. Como eu sou patética. 



             O sinal tocou, ele se levantou na mesma hora, me assustando até e passando por mim sem nem sequer me olhar e saíra de sala. Ok, deve ter um enorme ponto branco bem do meu tamanho e forma na minha frente pra ele não me enxergar assim. Eu só me perguntava se ele de fato havia ido pra lá... Demorei pra convencer as minhas pernas a irem até onde eu ordenava, mas enfim elas me obedeceram...


 
             Nossa, nunca fora tão longo o caminho até a torre das gárgulas... eu subira suando frio as escadas da torre e empurra a porta apreensiva, ele ainda não estava ali. Mas ao entrar na torre e avistar aquelas gárgulas senti uma força além do normal surgir dentro de mim. Me senti mais confiante, confiança essa que eu torcia secretamente para não ser quebrada pelo destruidor-de-confianças-mor Malfoy. Olhava decidida e enraivecida para a parede da torre olhando pra porta unicamente de rabo de olho até que ouvi passos e me forcei a ficar ainda mais firme. 



             Não havia uivo das sereias aquele dia. Draco entrara na torre com passos decididos e ainda mais confiantes, com as mãos dentro dos bolsos da calça e o olhar sério e superior, detalhes que reparei sem nem ao menos olha-lo nos olhos.



- Você queria conversar?


 
            A voz dele me saíra quase que indiferente, porém firme. Parecia que eu não a ouvira por anos e senti uma saudade e uma vontade de abraçá-lo na mesma hora. Mas não deixei meu coração falar mais alto dessa vez. Seu tom de voz por um lado dera mais coragem para a minha determinação. Me virei com o olhar sério e firme para ele, onde pude ver seu semblante inexpressivo, indiferente.



- Eu achei que tínhamos chegando num acordo passional àquela noite. Estava decidida a te deixar em paz, com suas decisões. – minha voz não tremia, estava firme, calma, confiável. Parecia a primeira vez que ela me obedecia, como que um último desejo que me atendia. – Mas não posso continuar com isso sem antes você me esclarecer algumas coisas. Explique direito o que aconteceu com Gina e Daniel no jogo.



- Aliás, e seus encontros com Conl?– Ele dissera de forma superior, quase que ignorando o que eu dissera, como se fosse de menor importância. - Você não me disse que Conl estava te dando aulas de animagalia. 



- Como sabe disso? – eu perguntara num reflexo. 


 


           Aquilo realmente me pegara em cheio de surpresa. Ainda não consigo acreditar que Daniel contou pra ele, que filho da puta, ainda vai chegar a vez dele!



- Através de você que não foi - ele dissera simplesmente. Eu respirara pesadamente, aquilo era uma conversa para outra hora.


- Isso não é importante... responda a minha pergunta primeiro.



“Não é importante”? – ele repetira quase no mesmo tom, mas com um sentimento a mais que quase podia ser confundido por mágoa se eu não soubesse que ele estava indiferente demais para sentir mágoa. Aquela estranha mágoa me estressara de leve.



- Qual foi o motivo para você bater em Daniel, depois de tudo o que já aconteceu entre vocês? Pra quê mais isso? – Ele olhara contrariado para o lado com irritação contida no maxilar.



- Eu não quero falar.



- Você não teve motivo, mas bateu nele? – eu insisti, exigindo saber. Ele se virara para mim com raiva, já realmente estressado, se alterando um pouco.



- Eu bati nele porque estava com raiva! Foi isso!



- O que? – pronto, tudo o que eu temia caía sobre minha cabeça. Sentia agora uma mágoa se espalhar do meu peito às minhas palavras. – Realmente... Você é esse tipo de pessoa. Você não liga se estragar a felicidade dos outros. Ou de acrescentar mais tristeza, não é? Depois de tudo que Daniel vêem passando por sua causa você ainda faz questão de piorar tudo e Gina... não deve ter sido diferente. Você realmente a machucou. Não se importou dela ter sido machucada, de ser necessário que ela fosse retirada do time, em não poder mais jogar... só se importou com a sua vitória. 


 


            Ele dera um meio sorrisinho debochado se virando pra mim de novo.


- Oh... – ele começara sarcástico. – Então ela não vai poder mais jogar? Que bom! Menos um Weasley no time, deviam mesmo saber que o lugar deles é nas arquibancadas.



              Fora então que minha fúria tomara conta dos meus impulsos pela primeira vez naquela conversa, e um segundo após aquele comentário egoísta e debochado dele eu já lhe dera um ardente e forte tapa na cara. Acho que o mais forte que já lhe dei, com mais vontade. O som que ecoara do tapa parecia ainda ecoar por aquela torre. Meu subconsciente que ainda via tudo em câmera lenta pode ver o rosto dele virado com os cabelos platinados sobre a cara numa respiração pesada. Mas foi só o meu subconsciente, pois ele quase que instantaneamente se virara pra mim numa fúria similar a de um lobo assassino e sua voz suou como um rugido feroz.



- Que foi?! 



- Estava com raiva, por isso te bati! – eu respondera prontamente também de forma agressiva e sem me intimidar pelo lobo. Ele então pela primeira vez parecera baixar a guarda, me olhando e respirando pesadamente.



- Olha... – ele começara dando um passo em minha direção, mas eu o cortara ainda no mesmo tom agressivo, só que dessa vez também com uma mágoa transparecida.


 
- Mesmo se você estiver irritado, você deve ter um limite para as suas ações! Esta é uma coisa que você nunca aprendeu! Por sua causa a Gina está triste! Não pode jogar!



- Impedir que a Weasley fique triste não é a minha prioridade, sabe? – ele dissera olhando para o lado ao invés de pra mim numa voz irritada e contrariada. Eu só sentia ainda mais raiva dele.



- Você é idiota? Então você não mudou mesmo. Sua soberba... Arrogância... Maltratar os outros... Tudo para conseguir o que quer. Eu detesto essa sua parte! Você é um ser horrível! Você é um lixo de raça-humana!



- O que você disse? – ele dissera afetado e quase ameaçador dando outro passo em minha direção e eu estava implorando pro meu subconsciente que até então estava colaborando com as minhas emoções pra não me deixar chorar.



- Eu nunca mais quero ver o seu rosto! – Eu gritara passando reto e decidida por ele.



- Ei! Espere! – Ele grita em ordem, de forma autoritária e agressiva pra mim, eu parara na porta de costas para ele apoiando as mãos nos batentes da porta.


 


             Não queria mais olhar para ele. Mas eu não agüentava... minhas entranhas já estavam gritando dentro de mim em agonia o que meu subconsciente também registrou em câmera lenta e num longo silêncio, até eu falar com a voz embargada ainda sem me virar para ele.



- Eu.odeio.essa.sua.parte. – o silêncio continuava por mais que eu pudesse jurar que o meu coração podia captar o forte batimento do coração dele e até mesmo sua respiração carregada. Eu levantara a cabeça decidida, ainda sem olhá-lo. – Acho que finalmente me convenci. Eu desisto de você. 



             Então sem olhar para trás eu fora embora, não me lembro se no caminho até o dormitório feminino da Grifinória eu corri ou caminhei, só lembro que quando cheguei me joguei contra a cama e o travesseiro apertando-o com toda a minha força, mas minhas lágrimas não caíam mais, se negavam a aliviar a minha dor. Eu estava seca, porém machucada, com a ferida aberta. E depois de longas horas tentando derramar uma lágrima ao invés de ficar unicamente chorando um choro seco, eu desmaiara exausta num sono do qual eu não fazia muita questão de voltar.



Fim do Flash Back 


 



            Draco saíra da zona de combate, onde lutara com cinco comensais para conseguir permissão para ver o Lord, estava sujo e com um corte profundo no rosto quando vira Narcisa Malfoy adentrar na Mansão e a seguira.



- Mãe. – ele chamara quando entrara na mansão, Narcisa parara nos últimos degraus e virara-se olhando para baixo onde Draco a olhava ansioso.



- Você conseguiu a permissão – ela dissera comovida e orgulhosa do filho. – Agora só falta você fazer o juramento, para começar o ritual.



- Mãe... – repetira Draco ignorando o comentário dela.



- O que foi querido? – Ela perguntara agora estranhando o desespero do filho e em perceber que não tinha nada haver com o ritual.



- Ela está muito doente... – ele dissera engolindo em seco. – E por minha causa... Preciso de uma poção... que a faça parar de sofrer... mas não acho nenhuma além da...



- Só existe uma poção capaz de fazer alguém esquecer os próprios sentimentos, Draco. E você sabe qual é.



- Não... essa deixou a minha tia louca! – Ele dissera ainda mais ansioso. Narcisa dera um meio sorriso sarcástico.



- Sua tia já era louca antes de tomar a poção Draco, vai por mim.



- Mas essa poção era para o amor... 



- Ela não ama você? Então por quê se preocupa com ela? – Perguntara Narcisa com o cenho franzido e logo se estressando virando-se. – Ah não me responda!



- Preciso de uma poção para o sofrimento, arrancar o sofrimento.



- Draco, o sofrimento só existe por causa dos sentimentos ! Para arrancar um, precisa-se arrancar o outro. – Ela dissera olhando-o como se olhasse uma criança desobediente. Draco encarara o degrau à sua frente em tristeza. 



- Arrancar... Olictavos é uma mutilação. – ele olhara para a mãe e Narcisa vira seus olhos cansados e desesperados. Características que nunca havia visto nos olhos cinzas do filho. Muito menos por causa de uma sangue ruim. – Ela não merece isso, não isso. Não posso usar esse. Não poderia fazer isso com ela.... – Ele logo ouvira ainda de longe a risada sarcástica da mãe que já seguira seu rumo e sumia no corredor superior.



- Você me lembra muito o Epharam.


 


 


Flash Back 


 


Hermione a Revoltada!
Por Daniel Conl 


 




                    (O ministério do Profeta de Hogwarts adverte, é altamente desaconselhável e prejudicial à saúde do lindo e perfeito autor dessa matéria que Hermione Granger venha a ler esse editorial)



                   Oláá meus caros leitores, e 
leitoras, claro . Eu sei que vocês já foram informados da recente e curiosa demissão do até então atual editor-chefe desse jornal Antônio Balazere, que não esperavam por uma nova edição. Mas, uma vez que todo o conflito do autor anônimo (que não passava da cínica da srta. Parkinson, quem eu adoro por sinal, principalmente por sua incrível prestatividade em sempre querer receber o próximo) foi resolvida, resolvi postar aqui uma edição final desse jornal. Só que desse vez um assunto com mais conteúdo e verdade em suas linhas. 


 


                  É claro que a matéria não podia deixar de ser em homenagem a uma garota que já virou xodó desse jornal, não é mesmo? Sim, mis. Granger. Essa aqui também é sobre você. Tah, acho que já vem ficando claro aqui nesse jornal a recente rebeldia da dita cuja. Quando será que isso começou? Bem, acho que começou quando o sr. Draco Malfoy (sujeito popular e por demais rancoroso e... agressivo ) entrou literalmente para a história amorosa da nossa Hermigatinha. Eu sem saber o mal que estava fazendo comecei por retratar a protagonista dessa matéria como a “Princesinha” (traduzindo: alguém que está em incrível conflito psicológico consigo mesma e que precisa urgente superar suas barreiras para enfim provar o grande amor que existe dentro de si e do qual nunca está disposta a admitir) Não foi por maldade, mas mesmo assim ela pareceu não gostar. Começou a revolta.


 


                Tentando deixar a princesinha de lado para assumir uma personalidade mais decidida acabou por apostar com o sr. Rei-das-Apostas-Mor Malfoy que conseguiria o cargo da Monitoria-Chefe de Hogwarts, sem perceber de fato que estava ainda sendo vítima de alguém. Isso porque o valor do cargo era nada mais nada menos que uma boa performance na Peça de Teatro no Halloween e Hermione, bem... sempre fora uma péssima atriz, e quando digo péssima quero na verdade dizer absurdamente imprestável mesmo. 
Então o que a srta. Inteligência faz? Quando eu digo que ela é uma “princesinha” ninguém acredita, não é? Isso porque seu lado meigamente agressivo e seu falso olhar angelical conseguem confundir um pouco os telespectadores dessa interessante história. Mas sim, ela tende muito para decisões idiotas... como é burrinha a srta. Inteligência!



             O que ela fez? Pediu ajudar para seu rival direto, é claro. Aulas particulares de teatro. E ainda tentou usar a desculpa esfarrapada de que fora idéia da própria professora de Teatro, que todos sabemos quem é, o que se torna mais um motivo para se descrer de uma desculpa dessas. Seria necessária muita perspicácia para tal proeza. Sim, pelo visto a srta Granger não conseguia mais não ficar perto do seu “arquiinimigo”. Conseqüências disso? Grifinória mais Sonserino aos beijos pelos corredores de Hogwarts, um acidente é claro! 



            Então Ferrou tudo de vez! Ela passou o resto da sua existência tentando consertar isso, declarando guerra ao maldito que “roubou seu primeiro beijo”. Oh sim claro, uma vez falando do primeiro beijo, não podemos deixar de citar quem de fato Não deu esse primeiro beijo. Sim, mais uma derrota para o sr. Potter, que nessa história acabara por descobrir tarde demais o seu inesperado grande amor para com a melhor amiga. (não que ela também o considere seu melhor amigo, vamos deixar isso bem claro aqui.) 



           Depois de pequenas confusões e pequenos 
comas Hermione e o sr. Malfoy começavam a ter uma relação mais agradável que ainda não estava terminando na cama da Sala Precisa de Hogwarts, mas que com um pouco mais de tempero especial quase poderia ser chamada de amizade 



          Mas o Sonserino não poderia se dar a esse luxo, poderia? Claro que não... Ele é mal, é orgulhoso, é sangue-puro, é rico! Características que na opinião de Malfoy, já o separavam automaticamente da Grifinória. E de fato o faziam. Mas nossa princesinha é ingênua... e queria salvar o rapaz, trazê-lo para a luz, apresentar-lhe um mundo de maravilhas trouxas... Então ela literalmente lhe propusera um acordo de paz, ou melhor de amizade... que fora recusado na mesma hora é, claro. 



           Aí ela se tornou uma pessoa 
Rancorosa . Bem, isso depois de ver Draco Malfoy ganhando “inaaacreeeditáávelmente” a aposta e obrigando-a a ser sua prisioneira, isso porque ele enfim declarara o seu amor à Hermione. A questão não melhorou depois que seus adoráveis amigos começaram a se revoltar (não que revolta seja uma ação difícil para o povinho vermelho e dourado. Sem ofensas, é claaarooo) e os demais estudantes começaram a zombar da situação achando que de fato ela estava apaixonada pelo ser monstruosamente cruel. Que atrocidade! Quem poderia pensar tamanho absurdo? Se ela ao menos desse indícios... Ainda bem que ela ainda tinha um grande amigo Francês e atraente ao lado dela.



            Bem, depois disso veio a aproximação da Guerra e as diárias declarações 
Sonserinas do sr. Malfoy para nossa Hermigatinha que continuava achando que tudo não se passava de um truque do rapaz para ganhar ouuutraa aposta. Essa no caso era dela “se apaixonar” por ele. Incrível como os dois pombinhos adoram apostar suas vidas de maneira tão irresponsável. Depois o eloqüente sou eu... Uma vez tendo sofrido pelo amor tardiamente correspondido pelo melhor amigo e agora ouvindo falsas (na sua humilde opinião) declarações do seu maior inimigo, Hermione Granger se tornara então Amargurada .



             Bem, uma vez Rancorosa e Amargurada, Hermione começou a ficar sobrecarregada e inquieta o que não melhorou quando sua “comédia privada” começou a ser relatada nesse jornal semanalmente sem lhe dar os devidos direito autorais e quando sua suposta melhor amiga (a srta. Pica-pau Weasley metida a super jogadora de Quadribol) resolveu também escrever para o editorial uma matéria exclusiva sobre a amiga. Daí ela se tornou 
Furiosa .



            Ela já estava por demais mentalmente afetada e não melhorou quando ela realmente começou a considerar o fato de que o monstro cruel poderia ser fruto do seu desejo íntimo. Oh não, ela pensara. Estaria a mis Granger invulnerável e super coração de pedra estar se apaixonando por aquele que passou anos a fio odiando? Mas foi só ela cogitar essa possibilidade que o nosso grande fazedor de besteiras fez novamente o que faz de melhor: Besteira. Mentindo para ela ou quem sabe “ocultando detalhes pouco importantes” acabou por romper a frágil recente confiança que a castanha pusera sobre ele. Então ela decidira, se livrar da prisão implanta pelo Sonserino mesmo que tivesse de usufruir da boa vontade ou sentimentos daqueles que gostassem dela, no caso o sr. Menino que sobreviveu, que não merece assim tanta compaixão já que nunca sabe exatamente o que quer: Ruiva, Castanha, Ruiva, Castanha... Voldemort... Fora então que nossa protagonista começara a se tornar 
Egoísta .



              Hermione enfim conseguira se livrar de sua prisão em troca é claro da mortal Amargura de Draco Malfoy, mas então que merda, como uma pequena jogada do Destino (que descobrimos não gostar nem um pouco da protagonista) ela FINALMENTE descobre que gosta do loiro, e não conseguiu prender essa descoberta nos próprios dedos passando-a para um pergaminho que a Inteligente da nossa protagonista fez o favor de esquecer num local “pouco” visitado: A biblioteca da escola. Que interessante, não? 



            É claro, que o nosso protagonista rancoroso achou tal pergaminho e se encantou com o que estava escrito. Começou então a buscar pela “Misterioso autora do Pergaminho” sem assimilar que a dita cuja no caso era aquela que ele tinha decidido atormentar novamente. O que mais nos faz crer que o grau de inteligência do sr. Malfoy não seja lá muito diferente do da nossa protagonista. Mas até então ela já se tornara por demais 
Orgulhosa.



           Isso só tendeu a piorar quando nossa amável Hermione notou a profunda “semelhança” Entre sua vida e a de Mariella (protagonista do Romance “Adeus ao Orgulho”) ou com qualquer outro personagem do Holocausto. Bem, isso só a tornou altamente 
Dramática . Não demorou para que Mariella, digo Hermione começasse a descontar toda a sua inastesiável fúria em todos os atos do seu dia, assim como em todos que participavam do seu dia a dia tornando-a assim Estressada Competitiva Arrogante Autoritária ,BriguentaCruel Respondona Debochada Cínica e finalmente Sarcástica 



          Com tantos talentos adquiridos, Hermione não teve outra opção se não a de usá-los em seu próprio desempenho futuro e acadêmico. Podíamos prever a desgraça dos pobres alunos de Hogwarts a mercê de sua Tirania. Mas graças a Merlin, seu sucesso foi usado para um bem geral, pois ela não poderia fazê-lo já que fora demitida do cargo de sub Monitora-Chefe de Hogwarts e pela primeira vez agradecíamos ao sr Malfoy por conseguir o cargo principal nos livrando de toda cede de Ódio da grifinória. 



        Hermione via-se sem saída, não queria ficar parada sentindo os males dos corações apaixonados. Ela não parava, estava inquieta e cada vez mais necessitada de uma ação 
Desafiadora . Fora então que depois de uma grande humilhação pública vindo do nosso grande fazedor de besteiras, Hermione revelara seus bons sentimentos (de forma nada delicada ou amorosa parecendo mais um ato de vingança do que uma verdadeira declaração de amor) para com o melhor amigo de seu verdadeiro melhor amigo (Eu, que já havia a pouco sofrido da agressiva impaciência e incompreensão do dito cujo).



         Bem surpreso e perplexo e claro, arrependido, Draco acabara por não se desculpar da forma que Hermione esperava (o que se resumia em cair de joelhos em agonia aos prantos gritando em suplica de perdão) e isso só fortalecera ainda mais o rancor, amargura e orgulho da protagonista fazendo ainda pior, excluindo de uma só vez todas as suas crenças no famoso “amor”, tornando-a assim 
Cética e Indiferente .



            Nada que um banho no lago da escola não resolvesse, mas mesmo assim preocupante, demorou para que o sr. Fazedor de Besteiras Mor fizesse alguma coisa fora do seu habitual normal: Algo de útil. Mas depois de muita gritaria e choradeira na Casa dos Gritos (o que eles realmente foram fazer lá permanecerá em grande mistério para nós meros Telespectadores) os pombinhos se acertaram e resolveram viver sem agredir um ao outro, pelo menos por algum tempo, já que eles não conseguem muito fazer isso por um tempo considerável, mas o que vale mesmo é a intenção.



           Mas Hermione não estava satisfeita, e Hogwarts era pequena para ela, queria mais. Hermione queria a guerra dos bruxos! Fora então que após seus desejos serem atendidos e ela ter uma prévia (o que se resume numa pequena visita de Comensais nada amigável) da Guerra nos terrenos da própria escola que ela se tornara 
Ambiciosa Obsessiva e para a desgraça dos seus melhores amigos e namorado, ela resolvera entrar na Guerra de pistoleira na mão e cheia de Coragem!



          Pronto, lá Hermione poderia esbanjar toda a sua revolta adquirida de forma natural que até poderia lhe servir de terapia. Ela estaria no lugar certo e seu melhor amigo (eu) dava secretamente seu graças a Merlin por não ter uma cicatriz em forma de raio na testa e por ter familiares próximos e boas influências do lado dos Comensais, já que agora teria de seguir a protagonista e toda a sua fúria que tomara conta dela se apossando de seus bons sentimentos transformando-a assim numa... quem sabe... Futura 
Ditadora Fria ,Calculista Vingativa sem ser morto no caminho. Sim porque Hermione apenas não decidira entrar para Guerra e sim decidira exterminar qualquer ser que fosse também contra os seus objetivos tentando alertá-la ou quem sabe, continuar vivo!



           Fora então que de frente para toda essa gente ingrata que não compreendia a sua alma justiceira e seus “bons e nada egoístas” ideais que nascera então Hermione a 
Revoltada .



            Bem, depois dessas pequenas “cenas” de sua vida, só era necessário o piar de um passarinho para fazer com que Hermione tivesse vontade de matar e destruir todos os seres providos de vida no planeta. Fazendo-a estudar certas atitudes humanistas e julgá-las de um jeito que só a temida Sérpia das Pedras sabe fazer. E eu sei que esse é o parágrafo que acaba de me condenar, pois uma vez citada a índole dessa incrível Heroína com uma queda para as artes das Trevas é uma vez declarada Guerra contra a protagonista. 



           Mas ainda existia uma força dentro de Hermione que não conseguira ser tomada pela arte da Revolta... A amizade! Hermione enfim não deixara de ser a melhor 
amiga que alguém poderia ser capaz de ter. Mesmo que esse alguém se tornasse por horas vítima dessa amizade . Mas Hermione ainda é uma boa pessoa, mesmo que leia sobre e admire Antares Sérpia é capaz de grandes feitos pelo mundo, mesmo que no exato momento assuma o cargo de Juíza Carrasco em nossas vidas. Mas isso é apenas porque a amamos por demais e esperamos pelo azul dia em que a protagonista de nossa história saia dessa fase revoltada e síndrome de “O Conde de Monte Cristo” e volte a ser a nossa “ Princesinha ”. 


 




- Ahhhh! Merda! Hermione! – Rugira Daniel Conl jogado ao chão do corredor enquanto massageava o próprio nariz recém esmagado pelo punho da castanha. 


 


          Mas Hermione apenas dera um suspiro satisfeito com as mãos agora na cintura de forma superior e brincalhona enquanto mirava a face de Daniel se contorcer de dor.



- Ótimo! Estou bem melhor agora. – Ela dissera sorrindo. – Muito mais prático do que ficar discutindo com as pessoas. Estou começando a entender o Draco.



- Ah é? Por que então não faz cara de nojo e começa a passar gel nos cabelos? – Dizia Daniel emburrado enquanto se levantava ainda massageando o nariz. – Devia ter acrescentado o Agressiva na matéria.



          A castanha rira enquanto caminhavam pelos corredores, muitos alunos acenavam para os dois divertidos com o Profeta nas mãos. Hermione estranhamente não se chateava com os comentários brincalhões.



- Então, qual é a boa? – perguntara Dan descontraído passando as mãos nos cabelos.



- Vamos na Ala Hospitalar? – perguntara Hermione com um sorriso animado nos lábios.



- Por que? Você está doente? – perguntara Daniel achando aquela proposta estranha.



- Visitar a Gina criatura!



- Criatura? – rira Daniel.



- Esqueceu que ela ainda está de repouso? – Daniel parara de andar rindo consigo mesmo, Hermione se virara pra ele sem entender.



- Está usando Drogas Hermione? Por que eu visitaria aquela pobretona? – Hermione dera um sorrisinho irônico.



- Ela ficou realmente comovida por você tê-la salvo, sabe?



- Quando você diz “comovida” você na verdade quer dizer “apaixonada”, não é? Vamos ser verdadeiros aqui.



- Como você é convencido! – Rira Hermione.



- Mulheres... – dissera Daniel continuando seu caminho com a Castanha. – Se derretem toda com qualquer ato heróico.... – então ele murmurara entediado. – ou de educação...



- Você vai ou não vai vê-la? Eu não acredito nisso! 


 


- Depende: Quanto você vai me pagar? – Ele dissera com um sorriso canalha nos lábios.



- Você é terrível!



- Demais, você nem imagina. – Respondera o espetado com um sorrido ainda mais canalha nos lábios fazendo a castanha dar um rugido irritado e continuar andando deixando Daniel para trás divertido. – Está vendo? Você não sabe negociar...

Fim do Flash Back 


 



            Draco adentrara o escuro salão da Ala Sul da mansão Malfoy. Tinha boas lembranças dali, suas aulas de esgrima com Ephram e treinos com Daniel, mas tinha também lembranças mais sinistras. Agora ele caminhava pelo salão entre os homens encapuzados em direção ao seu destino, ao que para sempre fora preparado e que pela primeira vez na vida aceitara. 


 


            O salão estava iluminado apenas pela luz da lua cheia e os castiçais. As longas janelas não estavam cobertas, os terrenos da mansão estavam seguros. O Ambiente todo enjanelado mostrava a tempestade lá fora com perfeição, como se estivessem dentro de um cubículo de vidro dentro da chuva.
Era um longo corredor de comensais da morte que o reverenciavam quando passava, uns viam um jovem loiro de cabelos platinados, outros viam apenas um lobo branco passar por eles, era uma constante mutação perante todo trajeto. 



             O corredor de comensais terminava no centro do salão onde se encontrava um longo círculo de pedras platinadas, de vista Draco tivera um palpite de que seriam hematitas, mas não tinha certeza. As velas formavam um símbolo que logo Draco identificara como um gigantesco pentagrama de cabeça pra baixo. Em volta dele um outro círculo de velas grossas e brancas que só se acenderam quando o loiro adentrara no pentagrama, tornando também as velas negras de uma só vez, assim como sua chama e finalizara com os tambores que acompanhavam seu trajeto.



            Draco se abaixara sobre um joelho numa reverência e ficara naquela posição de cavaleiro para o homem que se encontrava no trono de aço à sua frente. À direita do homem se encontra a tia de Draco, Bellatrix Lestrange, num elegante vestido vermelho-sangue de época, parecendo mais uma vampira do que apenas uma bruxa, numa beleza maligna unicamente dela. À esquerda do homem se encontrava o pai de Draco, Lucius Malfoy. Num traje negro e imperial , que tentava inutilmente bater de frente com a de Bellatrix. Olhava o filho com um orgulho sádico nos olhos como se visse a si próprio naquele círculo.



Olhe para mim lobo branco. – ordenara uma voz fria e cortante que no seu tom superior fizera com que todos os presentes prendessem a respiração de uma só vez.



              Draco levantara as íris cinzas para o homem no trono. Voldemort ainda tinha aquela fisionomia assustadora da qual se lembrava, como que se o tivessem fundido com uma cobra. Vestia um magistral manto Esmeralda com detalhes em fios de prata que ele sabia ter pertencido à Slytherin. 



– Os anos se passaram até que finalmente eu pudesse ver os olhos do terceiro herdeiro de Salazar Slytherin. – ele dissera com uma ligeira satisfação em sua voz. – Você está aqui entre seus novos irmãos para ser batizado por mim e pela herança de Salazar. Está aqui por livre e espontânea vontade, está aqui para cumprir o que sempre lhe foi destinado. Porque eu escolhi você Draco Malfoy, não só para terminar minha missão como também para suceder ao meu trono nas Artes das Trevas. Você Draco Malfoy, depois desta noite não será mais apenas o lobo branco... Será o Príncipe Sangue-Puro, será o Escolhido das Artes Negras, Cavaleiro das Trevas, Minha Sombra, Meu Filho. Enquanto habitarem um corpo, seu coração, mente e alma pertencerão unicamente e eternamente à mim. Você se tornará o Herdeiro de Sonserina. - Voldemort pousara a sua voz por alguns segundos enquanto todos presentes registravam a importância daquelas palavras e daquele nome. – Então lobo branco, você aceita esse batismo e seus poderes perante este juramento? 



            Demorou-se para que a voz do loiro se ouvisse naquele ambiente. A tempestade apertava de forma cada vez mais absurda do lado de fora daquele salão, Draco virara o rosto e mirara, sem sair do lugar, a tempestade através das longas janelas. Engolira em seco sentindo o seu peito doer, como que dando uma única oportunidade para que alguém intercedesse por ele. Uma coruja... uma coruja de Hermione , era tudo o que ele precisava... mas ela não aparecera naquela paisagem cinza de carregada tempestade. Olhara para o nada derrotado, deixando-se ser tomado novamente pela determinação de poucos segundos atrás.



sim - Muitos Comensais presentes, incluindo a tia e o pai de Draco sorriram satisfeitos e orgulhosos. E fora Bellatrix que levantara a sua voz naquele salão com um tom sombrio, porém convidativo.



Que comece o ritual!

Flash Back


 


 


               Ahhhh aquela ruiva maldita! Na boa! Por que, meu Merlin, Por que chamo aquela pirralha ingrata de melhor amiga? POR QUE? Eu aqui, tentando aliviar a frustração dela (sim, porque precisa-se estar muito frustrada para cogitar a possibilidade de “se apaixonar” por Daniel Galinha Convencido Mor Conl) e trazer uma luz para aquela cabecinha vermelha e oca e ainda recebo isso? Essa revolta escrita? Pelo visto cair de quase quinze metros de altura não afetou em nada o lado teimoso dela... Deixe-me explicar:



               Eu mandei sabe, há alguns minutos atrás uma coruja para a Ala-Hospitalar com uns argumentos redigidos muito bons e aceitáveis por sinal do porquê essa paixonite dela ser absurda. Mas você acha que ela aceitou? Claro que não! Ela é ruiva! É Weasley! É adolescente! É Chata e é mulher! Motivos mais que o suficientes, na humilde opinião de Gina para não aceitar os meus argumentos! Argumentos esses que eu passei a última aula de História da Magia toda enumerando! GRRRR eis sua resposta:

                Os 10 Motivos pelos quais Gina Molly Wesley NÃO DEVE se apaixonar por Daniel Jerad Conl, causando assim a destruição completa da ADORÁVEL Hermione Jane Granger “MELHOR AMIGA DELA!” 



HAOIHAOHOIAHOIAH VOCÊ não acha que está sendo um “pouquinho” exagerada?! E um pouquinho DRAMÁTICA não, Hermione??!! AFF 

1- Isso atrapalharia os planos da adorável melhor amiga virar animaga, uma vez que ele não teria tempo para me dar aulas! 
Eu vou fingir que você não usou esse argumento egoísta, Hermione Granger. Onde fica minha felicidade perante isso? 



O QUE? FELICIDADE? DO QUE ELA ESTÁ FALANDO??? LOUCA!



2- Daniel já tem um ego gigantesco, não precisa de mais alguém para erguê-lo. Imagina o quão mais insuportável ele ficaria. 
Nunca te falaram que uma mulher pode mudar um homem? E bem... não que eu ache que ele precise ser mudado exatamente. Eu me apaixonei também por esse jeitinho convencido dele de ser. ^^ 



AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH



3- Daniel é Alcoólatra e Insensível, ambos fariam mal para a saúde de Gina. 
Você não acha que está exagerando, não? E bem... insensível sabemos que ele não é. Ele faz esse estilinho de “não to ligando” mas até eu já percebi que no fundo ele é uma manteiga derretida. O lado sensível dele só é encubado. 



VAIII NESSSAAAAAAAAA!!!!


 
4- Daniel se apoderaria do diário da melhor amiga e outros segredos e usá-los-ia contra a adorável melhor amiga Hermione, que NÃO merece isso. 
E pára com essa mania de perseguição pelo amor de Merlin! Ele não é Draco, não. Você trata esse diário como se ocultasse documentos do Holocausto. 



Há você não faz idéia! 



5- Daniel é um ser implicante temidamente canalha que semelhantemente ao até pouco tempo MELHOR AMIGO DELE, Draco Malfoy não tende a melhorar suas intenções, muito pelo contrário, se aproveitando até mesmo das SUAS. 
Hermione eu não queria ter de chegar nesses termos, mas já que não tem jeito: ok, presta atenção. Caras maus como os sonserinos só se aproveitam de meninas “boazinhas” como você. Não que você tenha culpa, calma, mas você é uma “princesinha” o tipo de menina sonhadora que atrai esses estilos canalhões e os desafia. Agora eu? Eu sou uma malandrinha... mas fácil ele ser minha vítima. ;D 



PREFIRO NÃO COMENTAR!!!



6- Não é porque EU CONSIGO A PROEZA de aturar, sem afetar meu estado normal, uma pessoa tão teimosa, insuportável, convencida, chata e manipuladora, que meus amigos tenham também a mesma capacidade. E ISSO VALE TANTO PaRA UM QUANTO PaRa O OUTRO! 
aFF. Larga de ser ciumenta, nós dois continuaremos te amando


 
O que isso tem a ver? Arf



7- Daniel fez uma matéria par o profeta de Hogwarts onde eu sou retratada como uma maluca psicopata e obsessiva! 
Hermione, todos os dias alguém faz uma matéria para o profeta de Hogwarts retratando seu lado maluco, psicopata e obsessivo. Até eu já fiz. E na verdade a dele foi bem engraçada ahHAOIhaoi.


 
Insisto! Por que a chamo de melhor amiga? 



8- Por mais engraçada que essa união do inferno possa parecer dita em voz alta, não é nada saudável para uma amizade sustentada de CONFIANÇA E RESPEITO! 
Até parece que você não confia nele Hermione, e a culpa é tua! Quem você mandou me salvar? Quem? 



Mas eu não previa isso! 



9- Daniel é loiro, galinha, safado, debochado, possui uma arrogância e alto estima além das estatísticas inglesas e tenta nos convencer a seis anos de que é francês! 
A nacionalidade dele é mesmo importante? Ele é meu loiro, meu galinha, meu safado, meu debochado, possuidor de uma arrogância e alto estima lindas que completam em cheio esse seu jeitinho sedutor e crianção. Hehe



“Sedutor e Crianção”? Ahh... eu preciso de um vidro de veneno, por favor...



10- Essa união iria contra as leia 8 e 9 da amizade que escrevemos no seu aniversário de 13 anos na sua casa. Leis essas que devemos INCRÍVEL e IMENSA lealdade! 
Sabe, Draco Malfoy também era meu inimigo, não só meu, como de Rony e Harry também. E seu! E mesmo assim você namorou com ele. E quanto a lei nove... Então Dan é seu melhor amigo? Espera só até o Harry saber disso...


 
Peraí, foi uma aposta! Eu fui obrigada, ta bom! Obrigada! E quanto ao Harry... Não foi isso o que eu disse, é só que... ah bem... ei não me enrola não! 



11- Violar a lei 9 da amizade uma vez tudo bem, mas duas é sacanagem! 
Ta querida, só que não foi muito inteligente da nossa parte criar essa lei uma vez QUE AS DUAS TINHAM O MESMO MELHOR AMIGO E ERAM APAIXONADAS POR ELE!!! Ou seja? Você também violou esta lei... 



Mas eu não fui para a sala precisa com ele! 

Obs: Eu preferi por não citar motivos relacionados à sua família e a dele e de como ela iria receber a outra de forma Tão hospitaleira e convidativa! Não achei que fosse necessário citar principalmente o Rony. (Seu irmão nada agressivo e nada ciumento adorador de sonserinos loiros e maléficos) 
Ah Rony que se meta com a vida dele, aliás acho que se fossem da mesma casa eles se dariam muitíssimo bem ^^ 



Tah, realmente o amor cega as pessoas! 



“Só para refrescar memórias alheias: 



Leis da amizade:



8ª - Que fique aqui registrado como lei que a melhor amiga não deve ser apaixonar pelo maior inimigo da outra ou qualquer COMPARSA DO DITO CUJO.



9ª - E também não deve se apaixonar pelo melhor amigo dela, PRINCIPALMENTE se ele usufruir de uma mente má, maligna, diabólica e perversa por mais lindo e irresistível que ele seja!” 


           Ou seja, eu ainda não conseguir tirar essa idéia loca de paixonite da cabeça da Gina... To ferrada! 

**


 


 



             Daniel caminhava pelos corredores de Hogwarts no seu jeito despojado de sempre, o horário de recolher já havia sido acionado, mas ele não se preocupava. Ainda rira consigo mesmo de um pensamento momentâneo, um pequeno receio de ser flagrado pela madame Norra, mas se lembrara então que graças aos Benditos Draco e Hermione, ela nunca mais seria um problema para os desobedientes daquele castelo e que Filch trabalhava horrivelmente pior sem ela. Coitado.



          Fora quando decidira seguir para masmorras que seu pensamento fora interrompido por uma melodia diferente. O loiro espetado parara de frente para a sala mirando a porta com uma angústia no peito. Sabia do que se tratava. Se aproximara e espiara pela janela da sala. Lá dentro, iluminada apenas pela fraca luz de um candelabro uma garota de cabelos castanhos e cheios tocava um piano. Ele lamentava como a garota parecia nervosa e perturbada, tinha um prazo para terminar aquela música de encerramento do ano, assim como outros. E ainda assim sabia, que ela só tinha um tormento na cabeça: Draco.


The dream isn't over yet
(O sonho ainda não acabou)
Though I often say I can't forget
(Embora eu tenha dito várias vezes, eu não posso esquecer)
I still relive that day
(Eu continuo lembrando esse dia.)
You've been there with me all the way
(Você esteve lá comigo por todo o caminho)
I still hear you say
(eu continuo escutando você falar)




          Daniel engolira em seco ouvindo aquele canto sofrido, vira ainda a castanha se estressar no meio da criação não conseguindo criar mais nada. Ela cantara aquele trecho mais vezes e caíra exausta em cima das próprias mãos de forma derrotada. Daniel olhara para o chão do corredor não suportando mais ver a dor da amiga e respirando pesadamente decidira por seguir seu caminho. Só que agora não iria mais para Masmorras, era a hora de terminar com aquilo.


 


          Draco adentrara a sala da motinoria-chefe de forma agressiva jogando mais um pergaminho com o símbolo dos Malfoy em cima da mesa junto com três caixas de cigarro. Teria de sair de Hogwarts... a hora tão esperada... o confronto. E como se nada mais pudesse piorar agora ainda tinha que lidar com o tráfico de tabaco bruxo para dentro do castelo. “Merda!” pensara ele, “Tinha que ser logo dentro da Sonserina?” Se saísse de Hogwarts agora e Snape descobrisse isso, era arriscado ele perder o cargo dele no próximo ano. Quem os - confiscaria no seu lugar? Malditos Quintanistas! 



          Próximo Ano... só então parara para pensar nessa idéia. Será que queria voltar para o último ano em Hogwarts? Já era insuportável ter de se controlar para não abordar, ou pelo menos olhar para Hermione sempre que passava por ela. Mas prometera-se se conter pelo menos naqueles últimos dias do ano letivo. Mas e no próximo ano? Ele não suportaria ficar longe dela tanto tempo.


“- Eu.odeio.essa.sua.parte” 


 


           Ele ouvira a voz da castanha em sua cabeça. Esfregara os olhos tentando não lembrar mais de palavra nenhuma, sem sucesso. Não conseguia esquecê-la um momento sequer. Pelo contrário, quanto mais longe ficava dela, mas ele lembrava de cada dia ao lado dela, assim como cada gargalhada dela e cada palavra que ela dissera.



          Olhara respirando pesadamente para o livro em cima de sua mesa, do qual furtara da sessão reservada e se controlando para não ir estudá-lo mais ainda, e subira exausto as escadas até o quarto de cima, retirara as vestes de cima de seu uniforme e se jogara contra a cama, mirando o teto. Aquela cama lembrava ela, duas vezes a tivera ali nos seus braços e ao mesmo tempo não a tivera. Ele engolira em seco. Agora ela voltara a ser impossível para sempre. 



           Se sentara na cama se estressando com seus pensamentos. Lembrara do dia do jogo, quando acertara a pulseira dela. A pulseira da mãe dela. Vira como aquilo a atingira, por mais que ela não chegasse a falar nada sobre o ocorrido. Destruíra uma parte de Hermione naquela hora, como se destruísse uma parte do que viveram. Se pudesse recuperar aquela pulseira... Draco engolira em seco estendendo a mão esquerda na sua frente e com a mão direita segurara a varinha firme na direção da outra.



Chrystals Invoncot


 
            Ele murmurara numa voz rouca. Logo uma poeira brilhante começara a adentrar naquele quarto por todas as janelas, num processo lento e hipnotizaste. Uniam-se um pouco acima da palma esquerda do loiro estendida formando pequenos fragmentos transparentes. Draco sorrira de lado satisfeito ao ver que os fragmentos se uniam formando o cristal da pulseira de Hermione, até seu último caco. Quando o cristal ficara pronto ele notara que estava meio diferente, não era mais um cristal comum e sim um cristal fume e com finas rachaduras em sua extensão. Mas que tornavam o cristal ainda mais lindo do que antes. Fora então que ele entendera, não era um bracelete qualquer, por mais estranho que aquilo pudesse parecer, aquele bracelete continha magia.


 
           Ele segurara o novo cristal em sua mão em forma de um cilindro pontiagudo de forma firme e olhara decidido para a lua que dali à alguns dias, ele sabia, ficaria cheia. Ainda havia uma coisa a se fazer antes de ir embora. Ele levantara da cama decidido quando quase fora atropelado por uma coruja da torre que adentrara seu quarto de forma veloz. Sentira seu coração dar um mortal três vezes quando avistara o pergaminho mal dobrado ao pé daquela coruja, perguntando-se se seria de Hermione, mas ao reconhecer aquela letra torta, garranchuda e relaxada que vira nos últimos treze anos, fosse como carta ou bilhetes, franzira o cenho com uma pequena irritação e curiosidade.


 


Salgueiro Lutador,
agora. 


 



           Não era necessária nenhuma assinatura, ambos sabiam. Como também não era necessária nenhuma resposta. Ambos sabiam que Draco compareceria àquele intimado, se conheciam bem demais para terem qualquer dúvida. Draco dera apenas uma pequena risada que parecera mais um suspiro sarcástico e enraivecido antes de pegar sua varinha e descer as escadas do quarto em passos firmes e decididos.


 


 




- Já sabe o plano então. – dissera Luke equilibrando seis garrafas de cerveja-amanteigada e três de Salamandras Furgaz com um sorriso abobado e perigoso para um rapaz ao seu lado que também equilibrava a mesma quantidade de bebida, mas sem a mesma animação, como se carregasse livros. – Todas as noites até o baile trazemos um pouco da cozinha, os formados vão ter a festinha particular deles, mas nós também teremos! Não vou esperar mais um ano pra entrar em coma-alcoólico, é crueldade demais. – terminara Luke com uma gargalhada que fazia seus olhos azuis esverdeados brilharem em puro sadismo. O rapaz ao seu lado revirara as íris negras.



- Isso se você não terminar com isso tudo hoje mesmo, não é Luke? – Dissera Roger fazendo Luke parar no meio do caminho de forma ofendida.



- Eu por um acaso sou Francês e tenho cabelo engraçado? Eu não sou o alcoólatra da escola, não.



- Se Draco descobrir... – Luke cortara o amigo com uma risada folgada.



- Mané Descobrir... é perfeito. Dumbledore só volta na formatura, os professores só se importam com a formatura... E Draco? Draco nunca vai descobrir. Só na hora da festa mesmo. Ele anda ocupado demais com os dramas amorosos dele, pode acredita em mim. E do jeito que ele anda melancólico, duvido muito que ele aponte a varinha para alguém aqui, duvido até mesmo que ele olhe feio para alguém naquele estado.



         Mas ao mesmo tempo que Luke dissera isso um vulto apressado e loiro passara pelos os dois, ignorando-os totalmente. Luke e Roger olharam as costas de Draco que se afastava apressado e olharam um para o outro assustados fazendo magicamente com que todas as garrafas sumissem de suas mãos e logo correndo para acompanhar o loiro, Luke ainda com um sorriso amarelo nos lábios.



- Draco... tudo bem cara? – cumprimentara Luke de forma sem graça, Roger novamente revirara os olhos. Draco mantinha o andar rápido e firme.



- Fica meio difícil monitorar um castelo sem trazer problemas para Sonserina se meus próprios amigos não utilizam a pouca inteligência que possuem e ficam furtando no meio da noite bebidas na cozinha do castelo.



- Bebidas? Que bebidas? Ta vendo alguma bebida com a gente? – dissera Luke de forma cínica. 



- Luke... – avisara Roger.



- Ok, eu vou fingir que não eram doze cervejas amanteigadas e seis salamandras furgaz e que vocês não estão me acompanhando agora após o horário de recolher. – dissera Draco simplesmente sem se afetar, não querendo perder a paciência. Roger apenas levantara as sobrancelhas para Luke como que dizendo “eu avisei”.



- Nossa. Você realmente é muito observador, é por isso que eu admiro você cara... Mas e aí? Não vai dar detenção na gente, vai? Eu não nasci pra ficar em detenção.



- O que é você? Um discípulo de Daniel Escroto Canalha Conl? – perguntara Draco irritando-se com aquelas palavras e aquele jeito de falar que não ouvia à algum tempo tão próximo.



- Teoricamente todos os Sonserinos escrotos e canalhas são discípulos seus, não? – Respondera Roger de forma sábia fazendo Draco se revoltar, mas ainda assim sem parar de andar.



- O que foi que você disse? 



- O que ele quis dizer foi... – disse Luke tentando amenizar a situação. – Onde você vai com tanta pressa e cheio de ódio nesse coraçãozinho? – Draco suspirara irritado olhando pra frente com ainda mais determinação.



- To indo matar o Conl. Aquele MISERÁVEL teve a coragem de me chamar para um encontro. – Os dois morenos se entreolharam receosos.



- humm... desafio... duelo... emocionante. – dissera Roger.



- Ele está MORTO! – dissera Draco. 



- Pensando bem Draco, é melhor você não ir... já está tarde, vamos para Sonserina, tomar umas biritas... – dissera Luke se pondo no caminho de Draco, mas logo sendo empurrado com brutalidade.



- Sai da minha frente! – gritara o loiro seguindo seu caminho ainda mais decidido. Luke e Roger ainda ficaram um tempo parados se entreolhando preocupados.



- Você achou mesmo que ia Pará-lo? – dissera Roger para Luke achando graça.



- Aff. Vamos logo! – dissera Luke irritado e os dois seguiram atrás de Draco.


 


             Ventava forte nos terrenos de Hogwast. O salgueiro lutador debatia-se com agressividade anunciando a aproximação de uma tempestade. Daniel Conl mantinha-se indiferente ao em pé esperando por Draco. Sua camiseta regata branca debatia-se contra o abdômen firme do rapaz que parecia não se afetar com a forte ventania e ar gelado.



           Logo ele ouvira passos e vira de lado Draco chegar com Luke e Roger logo atrás. Draco que tinha a camisa de linho branca com os três primeiros botões abertos e as mangas dobradas até o cotovelo também não parecia se afetar com a ventania ao contrário dos outros dois que fechavam mais ainda suas capas.



            Draco encarava Daniel como um lobo que avista sua presa de forma furiosa, a varinha que até então estava firme em sua mão direita apontada para o chão agora ele guardara de forma confiante no bolso de trás da calça.



- Ótimo. – cochichara Luke para Roger de forma esperançosa. – Qualquer coisa a gente saca a varinha de Draco antes que ele.



- Sua ingenuidade me comove. – dissera Roger indiferente.



- E aí Dan? – dissera Draco em voz alta quebrando o silêncio que só era corrompido pela ventania, de forma confiante e firme. – Como vão seus encontros com a Granger? 


           Luke e Roger prestavam mais atenção nos dois de forma receosa. Daniel dera um leve sorriso simpático sem se afetar com o tom agressivo de Draco.



- Ótimos.



- Ah é?... – dissera Draco fingindo não se irritar, agora caminhando em volta de forma perigosa. – Então vocês estão se divertindo. Que bom. Realmente bom.


 


          Daniel não respondera a sua provocação apenas encarando o loiro de forma indiferente. Draco parara de andar olhando-o ainda mais sério.


 


 – Aquela lá, eu te dou embrulhada com papel de presente. – Daniel respirara pesadamente sem olhar para Draco de volta e falara simplesmente.



- Você pode parar de falar como se ela fosse sua? – Draco respirara como um lobo prestes a atacar, Roger e Luke estavam estáticos perante a cena. Daniel se virara para Draco então e se aproximara sorrindo novamente, como se achasse a cena engraçada. – Porque, na verdade, ela é minha .



           O silêncio novamente se estendera, Draco mantinha-se calado uma vez que seu olhar já se ocupava por demonstrar todo o perigo que ele proporcionava e a cena de assassinato sangrenta que viria dali à alguns segundos. Luke ainda deixara escapar um “Fudeu”, mas Roger continuava por encarar a cena de forma cuidadosa. Daniel se ocupara então de tomar a palavra, e andando em círculos pelo lugar começara a falar sendo espreitado por um Lobo com olhar assassino.



- Ah, agora há pouco foi uma pena... – falava Daniel como se lembrasse de uma cena divertida. – Hermione não conseguia se concentrar na música que estava escrevendo... eu fui encontrá-la, é claro. Ela precisava do meu apoio . – Ele dissera com um sorrisinho malicioso. Draco sentia-se corroer por uma cede de sangue que há tempo não sentia. – Ela insistiu para que eu não fosse embora. Eu achei que se a beijasse, ela me deixaria... – ele rira consigo mesmo. – Mas ela parecia querer mais... ai ai mulheres.



- Querer mais... – repetira Draco, sua voz sendo roubada pela fúria.



- Dan! – exclamara Luke tentando se meter, e pedindo pro francês parar, mas fora ignorado.



- Ela parece tão dura e valente, mas em horas como “aquela”... – continuava o loiro espetado sem se afetar. – ela consegue ser bem feminina...



- Dan, pare! – dissera Roger agora de forma mais autoritária, mas também sendo ignorado.



- “Em horas como aquela”... – repetira Draco novamente, já não olhando mais para Daniel e sim para o nada tentando no seu íntimo explodir as árvores com seu ódio.



- Ah! Mas tudo bem Draco. – Dissera Daniel, como só então se lembrasse da presença dele, Draco olhara para ele respirando furiosamente. Daniel por sua vez se aproximara dele sem se afetar. – Eu não fiz nada. Afinal... é a Hermigatinha. – Então rira divertido como se falasse de uma criancinha. – Foi tão engraçado que não consegui.



           Três segundos foram necessários para que Draco registrasse precisamente aquelas palavras e para que os corações de Roger e Luke se sobressaltassem naquele contato mortal de verde-escuro com cinza. O vento agora estava mais agressivo jogando os fios de cabelo platinados de Draco para todos os lados assim como os espetados rebeldes de Dan dançavam em cima de sua cabeça. Mas logo Draco acertara Daniel com um pesado soco na boca. 


 


         Daniel que matinha o rosto virado cuspira sangue no chão e subira uma das mãos até a boca voltando ao normal e olhando do sangue em seus dedos para Draco com um olhar sério.



- Que é isso? 


 


         Draco mantivera o olhar mortal e então Daniel avançara, Draco desviara bem e tomara a iniciativa de novo, porém Daniel defendera acertando Draco com um soco também. Draco virara-se sentindo a dor e passara uma das mãos também no canto da boca e notara o sangue se virando para Daniel de forma ainda mais agressiva como um Lobo ainda mais raivoso. Sua voz saíra quase como um rugido


.
- Você! 



- Acalme-se Draco! – precipitara-se Roger tentando segurar Draco que ia sagaz pra cima de Daniel, mas Draco o empurrara dando também um soco na boca. 



- Daniel venha, pare com isso. – chamava Luke também segurando o Francês, mas esse também se revoltara empurrando e dando um soco em Luke. – Não vale a pena cara...



- Cala a boca! Vá roubar bebidas!



            Uma vez nocauteados, Roger e Luke não conseguiram mais separar os dois e presenciavam agora a briga mais séria de suas vidas. Draco e Daniel pareciam que não se lembravam de possuir varinhas, descarregavam suas fúrias, brigas passadas, mágoas ressentidas em cada soco que acertavam. Em cada chute e golpe doloroso que acertavam no amigo de infância, naquele que o acompanhara desde muito cedo, naquele que sem pensar duas vezes daria a vida por ele.


 


 



          “- O que aconteceu com o nosso ódio? – Ele olhara pra ela pasmo. Aquilo era o que ele nunca imaginou sair dela. - Eu por um momento... Tive medo de que você tivesse algo a ver com isso. Por que isso me surpreenderia, afinal? Por que você tem sido a pessoa que mais tem estado nos momentos em que preciso de alguém? Eu tenho um milhão de motivos, tenho cinco anos inteiros como prova, que eu te odeio!” 



         


        Hermione levantara os olhos embaçados lembrando daquela cena, ela ainda estava abraçada ao piano e por algum motivo seu coração amargurado resolvera buscar tais lembranças ainda mais doloridas. Ela sentia um aperto e uma ansiedade ainda mais fortes no peito. Não conseguia entender o que estava acontecendo com ela, o que estava acontecendo com eles dois. 



        “- Tenho tantos motivos para te odiar... Para acreditar que você não só foi capaz de fazer isso tudo, mas muito mais. Mas, ao mesmo tempo... - Ele sentira seu coração se apertar dolorosamente a cada palavra dela, e quando ela se calara para respirar ele teve receio do que viria por aí. - tenho motivos... Poucos, mas que parecem tão mais claros... Para... – Ele olhara para ela sem entender. – Para te agradecer? Por que eu só consigo pensar em todas as coisas boas que você me fez... Quando você fez muito mais.. Coisas ruins? – Ele engolira seco. – Quando foi que você mudou?” 


 


 




- E daí, se somos.... amigos de infância? – Draco dizia segurando Daniel pela camiseta, mas mal conseguindo se manter em pé. Os dois já estavam totalmente esfolados e exaustos. – Eu não vou... nunca... deixar... um cara... que machuca a Hermione... viver! - E dizendo isso acertara um último soco em Daniel que caíra no chão. Logo Draco se sobrepusera sobre ele puxando-o pelo colarinho de novo.



- Eu sei... – dissera Daniel também exausto e tonto. – E você precisa fazê-la sofrer antes de aceitar o fato de que ela é tua... – Draco ouvia aquelas palavras ainda em cima de Daniel e sem soltá-lo. – E ela está sofrendo... – continuara Daniel - é a sina... de toda mulher da vida de um Malfoy.



- O que está dizendo? – perguntara Draco bruscamente respirando com dificuldade como um demônio que vê a cruz, sentindo que aquelas palavras o feriam.



- Era tudo mentira... – dissera Daniel já exausto daquilo tudo. – Tudo o que eu disse. Eu só precisava fazer você dizer...



- O quê? – Draco perguntara mais irritado. 



- Isso. Você precisava sair desse teatrinho de indiferença... – dissera Daniel. 


 


            Draco suspirara enraivecido e exausto, não acreditando naquilo tudo. Roger e Luke suspiraram irritados e aliviados, não acreditando no que estavam ouvindo. E até tão longe que o Francês fora. Draco unira forças para levantar Daniel pelo menos até si para acertá-lo de novo de raiva, mas não conseguira reunir forças suficientes errando o soco e caindo os dois de novo.



- Eu disse... – continuara Dan mal conseguindo manter os olhos abertos pelos ferimentos. Draco levantara o tronco para encará-lo contrariado, sentindo uma onda de lembranças atravessá-lo e sentindo algo insuportável e afiado atravessar seu peito... e sua alma. – Eu prometi... que cuidaria dela... seguraria as lágrimas dela e não a deixaria desistir de você... mesmo você se empenhando muito pra isso... até o dia... em que você estivesse pronto. E eu acho que está. 


          Draco fechara os olhos jogando os cabelos pra frente e afrouxando a camisa de Daniel derrotado. Seu rosto oculto escondia um Lobo em ruínas... sofrido... que se escondera até então. 


 


– Você está acostumado em ver as pessoas desistindo de você, e isso te conforta. Mas eu não desisti Draco... Nunca . Nunca vou desistir de você.


 


           Luke e Roger já haviam dado um espaço maior para os dois ao notarem a gravidade do problema, mas ainda conseguiam ouvir um pouco do que era dito. Draco levantara as íris cinzas embaçadas para Daniel que também mal conseguia manter seus olhos secos quando esse perguntara agora numa voz mais sofrida e preocupada.


 


– O que está acontecendo? Por que você não quer mais lutar? 


 


           Então ele vira o que nunca vira na vida, nenhuma única vez nos treze anos que conhecia Draco. Ele o vira chorar. Draco derramava grossas lágrimas, pesadas de amargura e desespero, como se pela primeira vez chorasse toda as tristezas de sua vida.



- Ele me escolheu Dan... – Draco dizia em meio ao choro, Daniel franzira o cenho sentindo seu coração pesar em desespero sabendo o conteúdo daquela informação. – Ele me escolheu como seu herdeiro. Eu terei... eu terei mesmo que matar o Potter... – Draco chorava ainda mais – Será como matá-la... e se eu não fizer... eles vão saber o porquê... e vão atrás dela... 



- Mas ela ama você Draco! – Daniel dissera cortando, Draco chorava ainda mais. – Ela ama você! Essa é toda força da qual você precisa, e então... nós não os deixaremos a fazerem mal. Vamos embora. Embora de Hogwarts. Sumir com ela. Dumbledore, até a maldita Ordem da Fênix ajudaria...


 
- E a minha família? – Draco tentava parar de chorar sem muito sucesso. Daniel ficara sem palavras. – Como posso condená-los assim?


- Infelizmente Draco... é uma escolha que precisa ser feita. E sinceramente, foram eles que condenaram você.



- Acho que já fiz essa escolha. – Draco dissera quase sem voz.



- Ephram sempre disse, Draco. Para nunca aceitarmos o batizado do Lord. Ele nos avisou... desde moleques... quando Voldemort demonstrou interesse na gente... principalmente você... é um retalhamento bruto. Não faça isso... por favor.



- Eu não tenho saída, tenho? – Draco rira em mágoa.



- Você tem a Hermione...



- Ela nunca fugiria comigo. Ela nunca fugiria... – Draco dizia olhando para o nada. – Ela é Orgulhosa demais. Ainda não entendeu no que está se metendo. Nem se me amasse ela entenderia...



- Se contar pra ela...


 
- Se tiver que me amar, vai me amar pelos motivos certos. Não porquê foi necessário. Por isso sei, que não vai acontecer.



- Draco...



Hermione.não.foi.feita.para.amar. - Ele cortara olhando Daniel sério. – Ela não se permite isso. Por mais apaixonada que esteja... ela nunca se entregaria completamente. Ela sabe o que a aguarda... E eu... – ele abaixara a cabeça. – Eu não a deixo esquecer um minuto sequer disso. Pra me amar, tem que sofrer. 


 


            Os dois permaneceram em silêncio por um tempo, até que mais lágrimas caíram dos olhos de Draco, essas mais silenciosas, ele olhara para o nada respirando com dificuldade.


 


 – Mas eu... Eu amo aquela idiota Dan. – Daniel passara a mão nos cabelos de Draco, um carinho que fosse, qualquer tipo de consolo, querendo livrar o amigo daquele sofrimento. – Depois do ritual... eu não sentirei mais nada disso. Sentimento será algo completamente nulo e desconhecido para o que eu vou me tornar. Com o tempo... vou esquecê-la. – Ele não conseguia parar de chorar. – Ela é forte, vai conseguir fazer isso sozinha. 



- Você não sabe o que está falando...



- Talvez seja melhor mesmo que ela me odeie... Se ela continuar gostando de mim, vai continuar lutando por mim. E vai ser pior ela ver o cara que ela gosta, matando o melhor amigo dela. Ela se sentirá culpada, pois nunca acreditaria que eu seria capaz de fazer isso. E vai me defender até o fim. E eu não suporto mais ter que mentir pra ela. Se ela me odiar... vai ser mais fácil ela me esquecer... por isso... não consigo... não posso... Parar de machucá-la, um segundo sequer. Mas eu... – Ele chorara ainda mais. – Mesmo que eu nunca mais consiga entender o que significa a palavra “Sentimento”... Eu não consigo imaginar... uma realidade em que... eu não esteja amando ela. Mesmo que eu não tenha mais motivos para ser bom ... Mesmo que eu fique pior que Voldemort... Ainda assim, estarei amando ela.



Fim do Flash Back 


 


 


              Draco Malfoy caíra no chão uma última vez com um rugido de dor que estremecera até mesmo o mais frio dos Comensais. Lucius se adiantara para acudir o filho, só então entendendo o porquê da esposa nunca ter escolhido ser uma seguidora de Voldemort. Ela nunca suportaria por exemplo, presenciar um ritual daqueles, muito menos com seu próprio filho. Ele conseguira dar dois passos na direção de Draco que se encontrava no chão apoiado nos dois braços, mas Bellatrix se pusera no caminho com um olhar que já lhe dava ordem para permanecer no mesmo lugar.



              Draco tentava se levantar com dificuldade, estava sem camisa e suas costas e peitoral estavam cercados de queimaduras profundas. Ele se levantara e levantara os olhos caninos e vira o pai sem se afetar ou comover com a preocupação no rosto dele. “Você pediu por isso, não foi?” pensara Draco enxugando o canto da boca como se tivesse levando apenas um soco e subira as íris para o homem no Trono, quase que pedindo por mais. Um olhar que informava que se fosse necessário ele suportaria pior que aquilo. E essa determinação assustava de leve até mesmo Voldemort.



- Muito bem, meu rapaz. Passara por todas as provas até agora. Derrotara todos seus adversários, tudo sem o uso de uma varinha e sem sucumbir aos ferimentos e ao sofrimento. – Dizia Voldermot maravilhado batendo de leve as palmas. – Não me entenda mal Lúcius, é claro que não me conforta ver o meu filho ser ferido – dissera Voldermot frisando sua paternidade lembrando Lucius Malfoy, agora arrasado, de seu lugar. – Mas é necessário que ele passe por essas provas, que prove ser merecedor dos meus poderes... ainda mais sendo filho de quem é. - Novamente Lucius se vira humilhado perante as baixas risadas de Bellatrix. – Claro que se fosse o jovem Lestrange eu não duvidaria tanto da sua lealdade, Bellatrix tem me sido muito fiel. 



- Sempre senhor. – reverenciara a bruxa.



- Sim, sim Bellatrix... Mas o jovem Lestrange passaria pelo mesmo ritual, embora eu sinceramente não creia que ele suportaria o mesmo processo. Pode ter ser seu sangue leal, mas... a força do jovem Malfoy aqui... – Ele apontara para o loiro maravilhado que ouvia tudo com indiferença. Fora a vez de Lucius sorrir de leve para a cunhada – É inalcançável... E foi por isso, que desde menino... você meu jovem, tem sido meu escolhido. Eu vi essa força em você quando você nasceu... é claro que tive que esperar alguns anos para ela ser colocada sob prova.



- E meus poderes? Quando os receberei? – Draco perguntara alto e firme, sem se preocupar se seria abuso ou não. Voldemort parece ainda mais feliz com aquela pergunta.



- E é ambicioso também, posso ver. Parecido com o pai. – Todos ali sabiam que quando Voldemort se referia ao pai de Draco não falava mais de Lucius e sim de si próprio. – Terá seus poderes em breve meu filho. Alguns adquirirá após o ritual completo, outros com o seu próprio desenvolvimento. Draco abrira os braços com um sorriso sádico nos lábios.



- Então? Qual é próximo passo?


 


Flash Back 


 


"Ouvir Musica"


piano…


 



              Draco subira em passos calmos os degraus da Torre das Gárgulas, empurrara de leve a porta pesada e fechara os olhos inchados e dera um suspiro doloroso ao sentir aquele sol da manhã bater contra seus hematomas. Logo vira que os raios de Sol começavam a forma as curvas de alguém conhecido, e não se surpreendera ao notar que era Hermione ali na sua frente. 


I am colorblind,



              A garota porém se assustara ao vê-lo ali, não só por vê-lo tão machucado como também por encontrá-lo assim do nada tão cedo, depois da última briga.



- O que houve com seu rosto? – fora automático, mas ela logo se recompusera, mostrando indiferença.



- Eu caí. – Draco respondera sem nenhum tom proposital em especial. Respondera de forma simples. A garota se virara de costas para ele, virando-se para o muro da torre e sua vista.


Coffee black and egg white.



- Não se preocupe, eu já estava indo embora. – Ela dissera de forma firme. – Na verdade estou me despedindo desse lugar. Nunca mais voltarei aqui. É o seu lugar. 


 


            Draco respirara pesadamente só então olhando em volta e adentrando mais na Torre ficando também debruçado contra o muro ao lado de Hermione, mas ainda virado para ela. Ela tentava manter o olhar firme na paisagem.


Pull me out from inside.



- Na verdade eu sabia que você estava aqui. – Ele dissera simplesmente. Ela se virara para ele inquieta e cenho franzido. 



- Sabia como? – O loiro rira de leve.



- Apenas sabia. – Ela o encarara ainda por um tempo e voltara a se virar para a paisagem fingindo não ser atingida pelas as íris que continuavam por encará-la.


I am ready.
I am ready. I am ready.
I am



- O que você quer?


 
- Eu vim... – ele começara respirando pesadamente. – Me despedir. – A castanha rira sarcástica ainda sem encará-lo. 


Taffy stuck, tongue tied,



- De novo? – ela rira novamente. 



- Estou voltando pra casa Hermione. – ele dissera simplesmente fazendo o sorriso sarcástico da garota morrer. Então de vagar ela fora se virando para ele, séria e receosa. – Estou indo embora mais cedo. Já terminei as minhas provas. – A garota fingira não se afetar engolindo em seco e levantando novamente o nariz ao desviar o olhar novamente.


Stutter shook and uptight.



- Claro. Mesmo que não tivesse as terminado arrumaria um jeito de ir embora. Seria necessário apenas prender Snape numa aposta ou voto perpétuo. – Draco rira de leve com a alfinetada da castanha. – Você adora prender os outros em promessas perpetuas, é o jeito de manipulá-los a fazer o que você quer, não é mesmo?


Pull me out from inside.



- Verdade... – dissera Draco simplesmente num sorriso triste.



- E por que veio se despedir de mim? Não tenho mais nada a ver com você. – Ela finalizara e sua voz quase a traíra, pelo visto repetir isso em voz alta ainda não era seguro para ela. Ele notara seu tom amargurado e respirara pesadamente, sentindo dor nele também.


I am ready.



- No jogo da Verdade, você me perguntou qual era o meu maior medo. Foi a única pergunta que eu me neguei a responder. – Hermione olhara-o de rabo-de-olho estranhando o conteúdo daquela conversa. Ele mantinha a cabeça abaixada, nunca dissera isso para ninguém. – Bem... o meu maior medo... é ter de seguir o meu destino . Como estou fazendo.


I am ready.



- Ou seja... – ela dissera de forma indiferente e sem olhá-lo. – Você tem medo de viver. Seguir a vida que lhe foi destinada. É claro que você não vai me dizer que destino é esse, não é? Tudo bem. Mas... fica tranqüilo, você não está sozinho no mundo. Muitos têm o mesmo medo que você. – Ela dissera num consolo sarcástico, por fim respirando pesadamente como se ouvir aquilo lhe fosse horrível. Draco observara a expressão amarga dela e engolira em seco novamente.


I am ready.



- Eu queria ter conhecido você antes...



- Eu queria ter te conhecido nunca! – Ela exclamara cortando-o aos prantos, não conseguindo segurar mais a dor nem as lágrimas dentro de si. – Vá embora! Vai! – Ele abaixara as íris cinzas amargas não agüentando vê-la assim, e acenara afirmativamente com a cabeça e andando em passos lentos até a porta da Torre enquanto ouvia o choro dela e se virando.


I am...fine.



- Quando eu fui embora da outra vez... você me devolveu a minha capa. Pra mim ela já estava como perdida uma vez colocada numa sangue-ruim, estragada. 


 


            Ela se virara para ele com o cenho franzido abrindo os braços em revolta deixando claro que queria saber o conteúdo daquela baboseira agora. Draco sorrira de leve, um fio fino e triste no meio dos lábios, mas um ligeiro olhar brincalhão. 


 


– Bem, eu também estraguei uma coisa sua... – E então ela vira, ele estendera uma caixinha de veludo preta que ele abrira revelando um colar de corrente de ouro branco com um pingente em forma de cilindro pontiagudo de um cristal, que mesmo num tom mais fume, ela sabia ser o mesmo da pulseira de sua mãe. 


I am covered in skin.



               Ela encarava o colar sentindo seu peito doer, e seus olhos lhe traírem de novo, uma mágoa se alastrando por todo seu ser. E começara a balançar a cabeça negativamente como uma criança amargurada em lágrimas.


No one gets to come in.



- Eu não quero. – ela dissera quase sem voz. – Você destruiu pedras maiores que esta. Essas não têm conserto. – E dando uma última olhada para ele se virara de costas novamente. Draco engolira em seco, mas olhando-a mais decidido se aproximara das costas dela. Ela vira ele estender o braço para o muro depositando uma caixinha. – Você não ouviu? Eu não quero!– Ela dissera imediatamente batendo na caixa com toda sua força, vendo-a cair longe de si. Ao mesmo tempo que caíra seu coração e logo se arrependendo do que fizera e sentindo novas lágrimas salgadas no canto do lábio. Então ouvira um curto riso atrás de si, informando que Draco ainda estava ali.


Pull me out from inside.



- A caixa estava vazia Hermione. – Dissera ele na sua voz rouca e logo com as duas mãos suspendendo o colar à frente da garota e descendo-o até o seu pescoço. – Se quiser jogá-lo fora, terá de segura-lo em suas mãos primeiro. – Ele dissera fechando o fecho em baixo dos cachos da garota. 


I am folded,



- Não tem uivo das sereias hoje. Será que sua teoria não existe mais? – ela perguntara sarcástica, sem entender o porquê.


and unfolded, and unfolding.



- Acho que sereia nenhuma seria capaz de sentir o que eu estou sentido agora. – Ele respondera ainda na sua voz rouca e ferida. Ferindo-a também. Ela sentira de leve o toque dos dedos dele em sua nuca, que pareceram se demorar por lá por uma eternidade e logo desaparecem do nada. – Adeus. 


 


             Ela ouvira aquela última palavra e sentira uma angústia que só piorou ao segurar aquele pingente com as mãos, chorando ainda mais forte. E sentiu-se ser invadia por uma revolta ainda mais amarga que fizera o pingente coberto por suas mãos congelar. Ela sentira que ele saíra da Torre das Gárgulas. Fora então que sentira uma inquietação dentro de si, não querendo permitir que ele fosse embora e virara-se para a porta da torre e correra até as escadas com pressa. 


I am,




- Draco! Draco! –Ela chamara, mas nenhuma resposta viera... ele não estava mais ali. Já havia partido, sentira-se cair num precipício com aquela realidade, que ele se fora... voltara-se novamente para a entrada da torre derrotada, mas imediatamente fora virada novamente e puxada pelo pulso por um loiro que capturara no mesmo instante seus lábios e desespero.


colorblind,



             As gárgulas poderiam criar vida para presenciar aquele beijo, e as pedras daquela torre poderiam se comover com a paixão e tristeza que aquele beijo estava transparecendo. Pois só as ruínas daquela torre presenciavam a dor e a despedida daqueles dois amantes. Só elas poderiam vir a se perguntar, o que eles haviam feito para merecer carma tão ruim quanto aquele, já que era óbvio que um nascera para pertencer e beijar o outro. Que haviam sido feito sob medida para o outro, em todos os milímetros de extensão do corpo a todas as características e falhas de personalidades. 


Coffee black and egg white.



           Só eram como eram, para completar o outro. E aquele beijo preciso e desesperado para não largar o lábio e o gosto do outro, que em algum momento seria interrompido carregava um sentimento que suas almas pareciam carregar por um tempo além de sua existência. De que importa detalhes típicos do que aquele beijo foi? Tente descrever em números a fórmula que conceitua uma alma, ou em cores o que conceitua um sentimento. Naquele beijo eles conceituaram a maior fórmula de todas...


Pull me out from inside.



           Draco que segurava a nuca da castanha com uma das mãos enquanto com a outra não conseguia permitir que ela se afastasse pressionara uma última vez seus lábios nos dela, obrigando-se a interromper aquele beijo contínuo e ansioso causado pela falha de sua determinação ou fraqueza do seu próprio coração. Segurara o rosto sofrido e ansioso da castanha à frente do seu, obrigando-a a prestar atenção em si.


I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am...fine.



- Presta atenção no que eu vou te falar: - ele dissera firme enquanto ela obedecia ainda com lágrimas nos olhos sentindo que aquele beijo era mais para selar uma despedida do que a luta dos dois. – Sua alma nunca vai pertencer a ninguém mais nesse mundo além de mim. – Ela chorara ainda mais. – Quando essa Guerra acabar, eu vou voltar para te buscar! Porque eu amo você! E se você não me quiser mais, eu faço querer! - Ele pressionara engolindo em seco e numa voz firme e ansiosa. 


 


             Ela afirmara com a cabeça ainda chorando e ele a beijara novamente e de forma ainda mais profunda, porém esse beijo fora mais rápido e quando a castanha abrira os olhos novamente havia um clarão de luz azul turquesa na sua frente.


I am.... fine.



“Obliviate” 


I am fine.






Fim do Flash Back 


 


 


 


                Draco adentrara no jardim de rosas brancas da Malsão Malfoy com cautela, a chuva agora estava rala e fina. Estava vazio e iluminado por outras centenas de velas que circulavam o ambiente, recebera a suas instruções e avistara um ser encapuzado na outra extensão do jardim. Era uma senhora de idade de olhos absurdamente negros que o assustaria em outras situações, ele pensara. 


 


               Draco olhara para a velha que segurava um jarro de metal brilhoso para a fonte no centro do jardim, agora ocupada por um líquido pegajoso e platinado que ele notara ser Sangue de Unicórnio.



- Quantos Unicórnios foram necessários morrer para encher a fonte? – O loiro brincara só então avistando a cena macabra de cinco corpos de unicórnios jogados de qualquer jeito em volta da beirada da fonte, com a garganta cortada. Draco franzira o cenho engolindo em seco indo então em direção a velha que permanecia impassível. – O que tem aí? – mal ele perguntara e já inalara o forte cheiro do sangue contido dentro do jarro. Um cheio forte além do normal, um cheiro que lhe dava calafrios e o faziam lembrar restos podres de seres mortos. Sim, reconhecia aquele cheiro. – Arhg Sangue de Basilisco, meu favorito. – Ele rira sarcástico para a velha.– Não tem mais ninguém pra me bater, não? Sei lá... um centauro, um ogro...


 


              Draco suspirara derrotado já sabendo o que tinha de fazer. Pegara o jarro das mãos da mulher de forma entediada e fora até a beirada da fonte. Resmungando enquanto retirava a calça e o resto das roupas do corpo até ficar totalmente nu “Fico imaginando, quem será a figura que inventou esse ritual...”, Draco adentrara de uma vez só na fonte, sendo coberto até a cintura pelo líquido platinado. Ele vira a velha olhar para ele.


 


 – Já sei, já sei... purificação completa. – Ele dissera para velha respirando fundo e mergulhando o resto do corpo da fonte. Quando subira à superfície, agora sentindo aquele líquido platinado por todo o seu corpo respirava com dificuldade, como se aquele sangue estivesse invadindo o seus pulmões. 
– Pronto, agora vem a parte nojenta. – dissera indo em direção ao jarro e respirando fundo mais uma vez colocara-o sobre sua boca, entornando todo seu conteúdo goela à baixo, sujando a fonte e todo seu corpo, pelos resíduos de sangue que lhe escapavam. 


 


               Tendo tomado tudo de uma vez jogara o jarro com agressividade como um lobo faminto, sentindo uma cede e obsessão possuí-lo. 


 


– Merlin! Isso é muito bom.... quero mais, mais... – ele dissera desesperado olhando em volta. – Velha! Me dê mais! 


 


              A velha imediatamente enchera o jarro e depois de algum tempo, Draco já havia tomado cinco doses de sangue de basilisco, e na última gota ele sentira algo estranho acontecer naquele jardim. Virara-se receoso e quase dera um salto de susto ao notar que os Unicórnios agora estavam de pé, com olhos vermelhos e ameaçadores, que realçavam seu aspecto demoníaco. Os cinco Unicórnios davam passos lentos e ameaçadores em sua direção enquanto o loiro dava o mesmo passos para trás. 


 


– Esses poderes devem ser mesmo valiosos... – Draco brincara novamente tentando sempre amenizar a própria situação desesperadora. E então começara a sentir algo corroer suas veias e artérias. – O que... o que é is... – Ele dizia contorcendo-se enquanto andava para trás ainda fugindo dos Unicórnios. Soltara um grunhido de dor... - mas o que... – Fora então que descobrira o que tinha. E rira-se com dificuldade da própria burrice.


 
– Claro... Sangue... Sangue de Basilisco... Muito bem Draco, você acaba de ingerir cinco jarros do veneno mais potente do mundo mágico. 


 


            Então ele correra para a outra extensão da fonte ainda sendo seguido pelos olhares dos Unicórnios que agora viravam-se ainda em direção a ele nos seu passos calmos. 


 


– Unicórnio, Preciso de Sangue de Unicórnio. – Draco debruçara-se sobre a fonte atrás do seu antídoto quando notara com desespero que a fonte agora estava vazia. – Velha preciso de Sangue de Unicórnio! – Mas a velha não obedecera dessa vez. – Claro, até parece que você vai me ajudar. 


 


            Fora então que somara um mais um, naquela história e apontara para os unicórnios que continuavam avançando vagarosamente em sua direção, de forma sádica e desesperadamente sarcástica.



– Claro... Entendi tudo... é por causa dos meus pesadelos, não é? – Perguntara Draco em voz alta para alguém oculto naquele jardim. – É porque nos últimos seis anos eu tenho tido o mesmo pesadelo de sempre, de quando eu te vi bebendo sangue de unicórnio na floresta proibida no meu primeiro ano em Hogwarts, não é? 


 


          Então que uma voz sombria naquele jardim o respondera com uma gargalhada gélida.


 
- Você sabe o que fazer filho 


 


 


Flash Back 



               Hermione acordara dando de cara para duas Gárgulas de Pedra que a encaravam, a castanha levantara-se olhando em volta. Quanto tempo estava ali? Perguntava-se ela. Quanto tempo cochilara depois que Draco fora embora? Só então se lembrara dos últimos acontecimentos, Draco dissera Adeus e saíra da Torre, ela não fora atrás para despedir-se dele. Ela nem ao menos o olhara uma última vez nos olhos, ficara ali e dormira... idiota.


 


              Ela olhara para baixo, os terrenos de Hogwarts já estavam cheios de gente, já devia estar na hora de suas aulas... Mas ela não sentia vontade nenhuma de ir assistir-las... Tinha vontade apenas de ir correndo por aquele castelo atrás de Draco, mesmo sabendo que ela já devia estar a caminho da mansão aquela hora.



              Se censurara por aquela vontade. Como poderia querer Draco depois de tudo o que ele fizera? Como ela podia ser tão patética assim? Notara então algo gelado contra a sua pele, e vira que o pingente de seu cordão permanecia congelado e ao segura-lo de novo sentira-se novamente triste, amarga... sem lágrimas.


 


**


 



Querido Diário...
                Estou escrevendo de novo, dessa vez da sala de feitiços. Três dias se passaram desde a Torre das Gárgulas, três dias que não escrevo. Esses três dias fiquei trancafiada no dormitório feminino. Gina quase tentou me matar tentando me obrigar a comer alguma coisa. Harry e Ron já botaram essa porta abaixo algumas vezes e já destruíram o quarto umas cinco vezes também em revolta, acho que a revolta na verdade era de não poderem fazer isso comigo. Estão realmente preocupados... 



               Daniel já tentou invadir a Grifinória seis vezes, teve sucesso numa, mas não passou no Hall uma vez que fora flagrado pela Professora McGonagal. Ah sim... ela também já veio falar comigo, disse que se eu não comesse mandaria um berrador para os meus pais, ela foi quem obtivera mais efeito. Comi tudo que tinha numa bandeja que ela mesma trouxera para mim, sendo monitorada por Gina. Claro que depois que todos saíram eu vomitei tudo. Não de propósito, mas algo dentro de mim não quer manter substância nenhuma dentro do meu corpo e meu estômago se vendo para essa tirania. Eu não tenho conseguido reagir muito perante mais nada, mas não entendo a revolta de todos também. O que tem demais em simplesmente querer me isolar do mundo exterior? 



            Tem uma tonelada de cartas aqui, todas... claro de Daniel, o único que não conseguiu ver meu estado deplorável ainda, mas não abri nenhuma. Não sei exatamente porquê... nem meu diário estava conseguindo abrir. Só vim para aula hoje, porque Harry e Rony me lembraram que hoje é prova. Última prova para falar a verdade, de feitiços. E minha responsabilidade acadêmica realmente foi a única coisa que conseguiu me tirar da cama. 



             É uma prova simples, temos que fazer nossos próprios feitiços e apresentá-los para a turma. É claro que não é um feitiço oração, não aprendemos ainda a reunir ordens mágicas em apenas quatro frases ou duas. Por enquanto estamos treinando em Poesias. Tem saído umas coisas interessantes até agora, exemplo: 



                Daniel fora até a frente da turma com o seu pedaço de pergaminho nas mãos e com um sorriso canalha nos lábios. Detalhe: o rosto dele também estava todo machucado, e eu vou fingir que não sei o porquê . Ele me olhara apreensivo, mas o professor mandara ele terminar sua prova antes. Sabia que logo, seria mais um pegando no meu pé. Se bem que... eu me vira sorrir de leve, eu senti realmente a falta dele... esse amigo convencido e chato... 



- Então sr. Conl? Sobre o que é seu feitiço Poetry? – perguntara o professor.



- Ah então... Só para não dizer que eu não me importo com os menos afortunados, eu fiz um feitiço para atrair e confundi as mulheres. – Ele dissera com um sorriso ainda mais canalha. O professor revirara os olhos e eu também, enquanto a sala caía na gargalhada.



- Pois bem, já sabe: Para se realizar Mactux , para não se realizar Isolad .



- Não, eu não preciso desse feitiço. Eu não faço parte dos menos afortunado. – Eu revirara os olhos de novo.



- Prossiga senhor Conl...



Isolad 



Escrevo no escuro
esse sentimento surdo e mudo
to rindo das palavras que não enxergo
amanhã verei que escrevi um absurdo

Aproveitando que estou no escuro
vou dizer que te amo
"eu te amo"
mesmo que não possa ver a verdade no meu rosto
mesmo que não possa sentir o toque dos meus dedos
ouvir as palavras que eu digo

Amanhã eu digo que é mentira
"sou uma pessoa mentirosa"
gosto de brincar com a sua vida
abrir e fechar feridas
como se sua vida fosse minha

O que não sabe é que se fosse minha eu cuidaria dela
e tentaria te fazer imensamente feliz
talvez porque eu seja uma pessoa egoísta e patética
talvez porque você seja tudo o que eu sempre quis

Como saber se é verdade?
Como saber se caráter possuo?
não enxergo nem minhas letras
só te escrevo no escuro

Como saber se não estou rindo?
o objetivo real disso tudo.
me desculpe se meus versos te deixam sozinha
mas eu disse que escreveria um absurdo. 


            Daniel fora o mais aplaudido da turma, os garotos todos já pediam cópias daquele feitiço e as garotas suspiravam encantadas agora que sabia que o ídolo delas tinha mais um dom, o da poesia. Mas eu não conseguia me animar com nada, Mantinha minha cabeça jogada em cima dos meus braços em cima da mesa, deitada com o olhar perdido, só pensando em Draco... aquele babaca... nunca vou perdoá-lo por roubar meu coração. 

- Muito bem, sr. Conl. – dissera o professor. – Realmente seu feitiço é muito bom, se mesmo acionando o isolad as garotas já estão desse jeito, imagina se o usasse. Nota 93 para o senhor.



- Por que menos sete décimos? – revoltara-se Daniel em algum lugar daquela sala, eu não prestava atenção.


 
- De acordo com o tema que escolheu sr. Conl e as palavras escolhidas, esse feitiço só funcionaria por vinte e quatro horas... e eu pedi no mínimo 36 horas.


 


            Daniel ainda se revoltava em voz baixa enquanto os demais alunos pegavam com ele cópias do feitiço, fora quando eu ouvira alguém me chamar. 


 


– Mis Granger! – eu levantara a cabeça sorrateiramente. – Sua vez por favor... – vi Daniel dar a mesma piscadela de sempre quando eu vou para a frente da turma apresentar alguma coisa. Ron e Harry também pareciam mais interessados. – Qual é o seu tema?



- Para alguém não desistir de mim. – eu dissera quase sem voz, sem olhar ninguém diretamente em especial.


 


              Eu fizera aquilo só para mim, independente de eu passar na prova ou não, me sentia fraca e lenta, mas ainda conseguira registrar alguns comentários atônitos a minha volta “O que? Granger fazendo feitiço de amor?” “Ela está doente, não está? Só pode” “Tem certeza que não é anti-amor?” “É algo sarcástico com certeza...”



- Pode prosseguir mis Granger... – eu ouvira a voz do professor e levantara o pergaminho um pouco para enxergar minha letra, mesmo que ler naquele momento, me desse dor de cabeça.



isolad - eu dissera acionando o contra feitiço.


Todas as partes de mim
são claras como vidro
Todas as vezes que eu disse sim
eu disse não ao meu orgulho

As Palavras que eu cantei
Nunca serão admitidas
Pois não importa quantas verdades citei
logo serão esquecidas

Você arrumou um jeito de me fazer falar
todas aquelas besteiras só com o olhar
E não entendo como foi me conquistar
Só com o jeito de me abraçar

Mas quando eu esqueço isso eu vejo
Que você é irritantemente agressivo
Consegue ridicularizar tudo o que eu sinto
Se zanga porque me animo quando começa a chover
E não entende que faz parte do meu jeito de ser
Que eu te odeio na maior parte do tempo
Mesmo quando você sempre ajeita o meu cabelo, que está contra o vento
Que eu não suporto seu jeito sério e mal-humorado
Que você tem ciúme de todo ser que está ao meu lado
Que você acorda todos os dias com a missão de me irritar
Eu posso jurar que nunca vamos nos apaixonar.

Eu ainda me lembro perfeitamente
da primeira vez que você passou por cima da minha autoridade
Me deixando completamente sem ar
Ignorando a minha vontade de te matar

Não sei quem foi o astro idiota
que planejou essa relação
Mas sei que tem que parar com essa mania
de me beijar sempre para vencer uma discussão

Você não conhece muitas partes de mim
eu costumo esconder as feias
Pois eu sei que quando esse romance chegar ao fim
não vai se lembrar de tudo em mim que odeias

Ou talvez se lembre e sorria de lado
E de quando eu implicava com o seu jeito calado
E me procure mesmo sabendo que te direi um palavrão
Mas antes você me beija só para vencer a discussão

Pois você me acha covarde
Pois fujo de sentimentos só para me proteger
Mas não acharia que eu não os sinto
se esse poema você parasse para ler

A verdade... é que eu prestei atenção 
em todos os seus detalhes desde a primeira vez que te vi
E que desde então você me deixa em pedaços
sempre que me faz sorrir.

Você sabe tanta coisa de mim 
e o mais importante você não conseguiu descobrir
Eu ainda sou aquela menina que você beijou
Aquela que você abraçou
Aquela que te deu um motivo para não desistir
Então por favor... ainda não desista de mim. 


            Você acreditaria se eu dissesse que quando eu terminei tinha gente chorando? As gêmeas Patil pelo menos, o resto dos alunos estavam todos boquiabertos pelo o que eu pude notar, mas eu não olhei muito a minha volta não porque isso estava me deixando tonta. 



- Muito bom... quero dizer, bastante logo o feitiço... duração de pelo menos um mês. Além do que eu pedi, mas muito poderoso. Nota 100 mis Granger. – Depois eu voltei para o meu lugar e comecei a escrever no diário. O sinal tocou... vou sair logo de sala antes que Gina apareça na porta para me pentelhar.

**


 


                 “Droga, tarde demais” Pensara Hermione ao sair da sala as pressas e dando de cara com a ruiva que a puxara imediatamente para perto do lago. “Antes tivesse esperando o Daniel...” A ruiva parecia um sargento que puxava uma Hermione Granger Pálida para a sombra.



- Já comeu? – a ruiva indagara com seu olhar mortal.



- Sim. – mentira a castanha.



- Pois vai comer de novo. Harry já vai trazer uma bandeja. – A castanha olhara emburrada para o nada sem responder a sua amiga. – Eu ouvi a sua poesia. Cadê? – perguntara ela maravilhada. Hermione jogara um pergaminho amassado nas mãos da ruiva que o lia maravilhada. – Hermione você não percebe? Esse feitiço pode trazer o Draco de volta... seja lá qual foi o motivo pelo qual ele desistiu... ele vai voltar! – A castanha ignorava a animação da ruiva olhando ainda para o nada. – Presta atenção! – insistira Gina ainda mais nervosa, Hermione a olhara indiferente. - Essa pode ser sua última chance! – dissera a ruiva balançando o pergaminho na frente dos olhos da garota. 


 


          Hermione olhara do pergaminho para os olhos azuis e tensos de Gina até que o pergaminho na mão da ruiva entrara em chamas, obrigando a ruiva a saltá-lo longe assustada. O pergaminho em menos de dois segundos já virara cinzas, cinzas essas que logo sumiram pela própria magia – Você é louca? O que você fez?– perguntara Gina com os olhos embaçados de lágrimas e fúria. Hermione apenas levantara seguindo seu caminho. Gina levantara também vendo-a ir embora. – Então é isso mesmo? Vai desistir... Como uma covarde? – Hermione parara de andar, porém ainda ficara de costas para a amiga.



- Eu já desisti.



- Pessoas que desistem do amor, não são dignas dele! – Um longo silêncio se alastrara entre as duas enquanto Hermione apenas registrara as palavras da amiga. 


 


           Gina ainda respirava com dificuldade enxugando as próprias lágrimas, quando procurara por Hermione de novo, esta não estava mais ali.



           Hermione não conseguia ver mais nada a sua frente, as vozes que diziam seu nome pareciam distantes e grossas, só sentia que estava andando dentro do castelo, embora não conseguisse controlar o próprio corpo. Sentia sua pressão baixar cada vez mais, e sua visão ficar cada vez mais escura... até que apagasse de uma vez.



Fim do Flash Back 


 


                Draco tremia dos pés a cabeça, já vestira suas roupas de volta e mal conseguia andar de volta para a mansão. Sentia em suas mãos trêmulas ainda o pescoço de cada Unicórnio que matara, o sangue platinada ainda surtia efeito dentro do seu corpo repelindo o sangue de basilisco. Sentia-se sujo, condenado, amaldiçoado. Nunca fizera algo tão terrível e macabro em sua vida. Nunca tirara a vida de nenhum ser vivo na terra, que dirá de cinco unicórnios, por mais demoníacos que eles estivessem. 



              Parara no meio dos terrenos da mansão, queria um momento para respirar antes de entrar na mansão e enfrentar o próximo desafio. Olhara para o céu ainda tremendo e avista lá, a sua velha amiga, grande, gorda, brilhante... a lua. A lua ali sempre tão pura... será que ainda poderia se identificar com ela? Não... estava sozinho, e amaldiçoado... Como tudo isso acontecera? Há mais de mil anos atrás? Tudo por causa da miserável a daquela bruxa Elemental. Ele rira daquela realidade desgraçada e abrira os braços em desafio e gritara para os astros.



- Eu sou um homem amaldiçoado!  – Ele gritara com raiva. – Amaldiçoado por uma maldita bruxa Elemental que não sabia que lado seguir ! Sépia das Pedras ! Eu te amaldiçôo! Ouviu? E se você nascer de novo, eu mato você! 


 


           Draco engolira seu ódio de uma só vez... sentindo-se muito mais aliviado apesar daquela amargura ainda percorrê-lo nas suas artérias. Mas voltara ao seu caminho, engolira em seco ao entrar novamente na mansão e passar pelo corredor de Comensais que o aplaudiam em todo o seu trajeto até o salão da ala sul. Sentira-se fraco de inicio, mas logo já sentia um novo calor invadir o seu corpo, peito, costas e braços nus e junto dele uma nova força.



- Meu filho. – ele vira Voldemort descer de seu trono com os braços estendidos para um abraço e quando Draco se aproximara ele o abraçara. Todos os comensais se assustaram com a cena não acreditando que Voldermort fosse capaz de tal ação. – está quase terminado Draco. Quase... – Ele dissera agora voltando para seu trono. – Preparado para etapa final do ritual?



            Draco mantinha-se no centro da sala preparado para aceitar a oferta de Voldemort quando avistara, muito longe, em meio a fina chuva atrás das janelas, uma coruja de Hogwarts adentrara nos terrenos da mansão Malfoy. Draco que sentira que seu peito ia explodir de euforia correra o mais rápido que conseguira para fora do salão e subindo os quatro andares da escadaria da mansão, ignorando os chamados de Voldemort e os demais Comensais ao seu nome. Quando dera de frente para sua mãe que terminava de ler o pergaminho e voltara a dobrá-lo. Seu peito subia e descia de ansiedade ao encarar o pergaminho nas mãos de Nascisa, não suportando mais segurar a dúvida dentro de si.



- De quem é? – ele perguntara de forma simples e firme, quase que numa ameaça.



- É do Snape. – respondera Nascisa simplesmente sem se afetar com o tom do filho. – Informando que seus pertences chegam pela manhã de domingo.



          Draco ainda mantivera o contato visual determinado por alguns segundos até finalmente suspirar derrotado e virar-se novamente para descer as escadas completamente decepcionado e ferido. Narcisa também virara-se para voltar ao seu caminho quando sentira algo ser puxado de suas mãos.
Draco voltara-se no segundo seguinte, tomado por uma fúria e decisão repentina e arrancara o tal pergaminho das mãos da mãe conferindo de forma feroz seu conteúdo com ainda uma gota de esperanças. Mas fora a letra e assinatura de Snape que encontrara ali, junto do conteúdo do qual a mãe falara. 


 


           Fechara os olhos em decepção e derrota ao lê aquilo enquanto o pergaminho era tirado de suas mãos de forma simples e delicada. Draco recusara-se a virar e ver o olhar de desaprovação de Narcisa àquele comportamento imaturo e infantil dele.



- Já está convencido agora? Ela não vai vir atrás de você Draco. Aceite, e comece a levar esse ritual e sua nova posição a sério. Muitos se sacrificaram para que você chegasse até aqui. – ela dissera de forma rígida e cortante.


 


           Draco, sem olhar, respirara pesadamente e descera as escadas novamente enfim aceitando o destino do qual ele enfim, nunca conseguiria se livrar. Narcisa observara tal processo com um fino sorriso nos lábios e levantara o pergaminho novamente na altura dos olhos, dessa vez não era mais a assinatura de Snape que se encontrava ali e sim a de Hermione Granger.

Flash Back 


 


 




- Quanto tempo eu apaguei? – perguntara Hermione ao abrir os olhos e reconhecer aquele sorriso canalha e aconchegante. Daniel rira antes de responder.



- Dessa vez, só três dias. Sério, você precisa ser nomeada garota propagando da Ala-Hospitalar. – a garota tentara sorrir sem sucesso. – Como está se sentindo? – Ele perguntara num tom mais sério. A garota dera um suspiro sarcástico antes de responder.



- Preferiria não estar sentindo nada. Onde estão os outros?



- Se está se referindo aos seus amiguinhos pela-sacos, saiba que você não vai vê-los até sair daqui. Enfeiticei a Pomfrey, ela ta do meu lado. – Ele sorrira canalha. – Aqueles babacas me deixaram três dias sem notícias suas, fiquei três dias agonizando pra tentar entrar na Grifinória e eles me impediram, dessa vez também vão ficar sem te ver... Para eles sentirem um pouco do próprio veneno. – A castanha sorrira não agüentando o jeito moleque e crianção do loiro. – Em pensar que eu salvei a vida daquela ruiva maldita ainda, por isso que eu falo: Eu só faço burrada. Em vez de deixar ela se espatifar no chão, nããoo... tive que ser educado. Ela que não suba numa vassoura na minha frente pra ver só, cavalheirismo comigo é uma vez na vida e outra na morte.



- Ou seja... na morte você provavelmente vai bancar o cavaleiro e dar a sua vida por ela. – brincara Hermione.



- Há! Vai nessa Hermigatinha. Só existem duas pessoas nessa vida por quem eu daria a minha vida e isso se eu estiver de muito bom humor.



- Ah eh? Quem? – rira Hermione. O loiro demorara um pouco para responder, deixando antes mais um sorriso malandro se espalhar por seus lábios.
- Eu e meu reflexo, claro. – Ele dissera ajeitando os cabelos espetados enquanto sorria de orelha a orelha e assistia a gargalhada de Hermione, o que não ouvia há um bom tempo.



- Claro.



- Ei, temos alguns assuntos pendentes. – Hermione parara de rir aos poucos prestando atenção. – Draco não mandou atacar a Weasley... – Hermione engolira em seco sentindo um cacto descer por sua garganta. – Se tivesse sido, eu o estaria cumprimentando agora, e pedindo perdão por ter sido tão incompreensivo. – completara o loiro de forma emburrada. – Na verdade ele até mandou tira-la do jogo... – Hermione logo retornara ao olhar feroz e Daniel se adiantara para terminar. – Mas não machucá-la exatamente. É coisa de Quadribol Hermione, armamos pra cima do Potter em todos os jogos, por exemplo. Mas quando ele viu que haviam pegado pesado com a pica-pau ele mesmo ficou furioso. Luke e Roger me contaram tudo.



- Foi por causa disso que vocês brigaram? – Ela perguntara simplesmente. Daniel fizera cara de inocente. – Sua cara está toda esfolada Daniel.


 
- ah nãoo... Eu caí. – ele dissera com um sorrisinho nos lábios. Hermione optara por não discutir aquela mentira. – Ah! Eu e Draco fizemos as pazes.



- O que? – Hermione virara-se para ele sobressaltada. – Como isso? Como?


- Ahh... bem... – Ele parecera pensativo. – Depois de muita conversa construtiva e acadêmica resolvemos nossas diferenças.



- Eu vou fingir que não sei como funciona as conversas construtivas e acadêmicas de vocês, pois essa é uma notícia muito boa! – dissera Hermione eufórica com um sorriso feliz nos lábios, que a tanto tempo não aparecia. – Eu acho... – completara confusa.



- É... ele não ia agüentar mesmo ficar muito tempo longe de mim. Aquele cara precisa dos meus bons conselhos, entende? – ele dissera dando uma piscadela. – Queria te levar pra dar uma volta, mas Pomfray falou que você ainda está muito fraca.



- É... mas... eu também não estou afim de ver muita gente.


- Ouviu né, ô enfermeira? – dissera Daniel alto para uma Pomfray aluada perto do escritório. – Nada de deixar aqueles três entrarem aqui! - Hermione revirara os olhos. – Aquele Potter não se convence. Perdeu poha... sou eu agora! Qual é a dificuldade para entender? – A castanha rira novamente.



- Pelo menos quando estou com você não penso tanto nos problemas. – Hermione dissera e rira.



- É, mas os problemas pensam em você. Toma. – Dissera Daniel depositando pergaminho, pena e tinteiro no colo de uma Hermione confusa. – Escreva para Draco. Está na hora de vocês se resolverem logo. Eu vou indo, preciso fazer uma coisa, porque se não você vai se distrair com a minha beleza. Mas depois eu volto. – E dando um beijinho caloroso no rosto da castanha saíra sem deixar espaço para Hermione questionar sua ordem. – A propósito... – voltara-se Daniel na porta. – Você perdeu meio ponto em Feitiços por ter queimado aquela poesia. Era para entregar, sabe?




              **


 


 


            Escreva para Draco, escreva para Draco... Como ele poderia querer que eu escrevesse para ele? Escrever o quê? É claro que eu me sinto culpada pelo julgamento errado no jogo de Quadribol, mas ele não se defendeu nenhuma vez e... E eu não conseguia parar de me sentir horrível por tudo o que acontecera além disso. Eu errei com ele, mas como escrever para alguém que eu... que não... que não me quer ? Isso significa que o motivo pelo qual eu desisti foi o errado? Legal mundo, isso mesmo... mais uma vez dando a volta e como sempre fazendo a minha cara em especial ficar contra o chão.


        Agora sozinha naquela enfermaria, olhando aquele pergaminho em branco a ficha caía. Sentia uma mágoa e uma tristeza absurda afogarem juntos o meu coração. Aquilo doía demais, eu disse tanta merda para ele...



“- Então você não mudou mesmo. Sua soberba... Arrogância... Maltratar os outros... Tudo para conseguir o que quer. Eu detesto essa sua parte! Você é um ser horrível! Você é um lixo de raça-humana!” 



            Minha mágoa é referente principalmente ao fato dele não querer mais namorar comigo, desistir de mim. Isso não me da o direito de ser cruel. Ainda mais injustamente. Será que ele me perdoaria? Eu que sou um lixo de raça-humana.


         Depois de longos minutos, terminei a carta. E nem acredito que consegui sair da Ala-Hospitalar e ir até o corujal sem ser vista. Prendi o pergaminho na pata da coruja, mas mal conseguia reunir coragem para soltá-la... sem muitos motivos, ou muitos porquês... mas eu a soltara, e ficara ali até vê-la sumir, junto da minha última esperança. Mas algo dentro de mim ainda me cutucava o peito, eu não sabia o que era... queria dizer algo, gritar algo, mas não sabia o quê... senti novamente o Inácio no meu estômago e isso não me ajudou em nada. O que era aquela sensação? De perda e de prêmio? De vazio e de preenchimento? Eu não tinha vontade de mais nada estando longe dele... por que isso? Eu não quero mais sentir isso...


 


**


 


 



             Daniel estava em cima de sua vassoura sobrevoando Hogwarts. Estava inquieto e desesperado atrás da castanha. Onde ela se metera afinal? Mandara ela esperá-lo na Ala-hospitalar e ela logicamente não obedecera, arrancaria a cabeça dela ele mesmo quando a encontrasse, já havia decidido. E esse pensamento o convencera, que de fato ele nunca podia vir a ter filhos.



- Sujeitinha de Sangue-Ruim! – Ele exclamara puto para o alto. – Aonde você se meteu, droga? – Fora quando avistara numa torre quase completamente escondida de Hogwarts, que nunca soubera da existência até, que avistara uma garota de cabelos castanhos. 

 **


 


         O que eu tinha? Eu mal conseguia respirar num ritmo mais suportável, desde que eu soltara aquela coruja. Eu sentia como se uma informação caísse sobre a minha cabeça, mas eu não conseguia entender que informação era essa. Aquele pingente, ainda congelado queimava a minha pele, eu sentia ventar cada vez mais forte à minha volta e eu sentia que meu estado emocional tinha algo haver com isso. De que adianta ser uma bruxa Elemental se eu não consigo nem controlar o meu coração? Meu coração doía, minha pele ardia, tudo à minha volta parecia rodar, mas eu não estava tonta. O que eu tinha? Não! Não! Não! 



“- No jogo da Verdade, você me perguntou qual era o meu maior medo. Foi a única pergunta que eu me neguei a responder... Bem... o meu maior medo... é ter de seguir o meu destino. Como estou fazendo. 



          Eu não queria ter de relembrar aquilo, só afetava ainda mais meu emocional. Só piorava muito mais aqueles sintomas. Por quê dele me dizer isso agora? Por quê eu tenho que lembrar isso agora?!



“- Eu queria ter conhecido você antes...”


 
Parem lembranças malditas, parem! Eu não quero mais sentir, eu não quero mais sentir isso!



“- Quando eu fui embora da outra vez... você me devolveu a minha capa. Pra mim ela já estava como perdida uma vez colocada numa sangue-ruim, estragada. Bem, eu também estraguei uma coisa sua... “



      O que? Minha alma? Meu Espírito? Não... só a minha pulseira. A pulseira da minha mãe... Por que você não deixou a sua poeira perdida no espaço? Talvez também não tivesse reintegrado os meus sentimentos, minha emoção. 



“Se quiser joga-lo fora, terá de segura-lo em suas mãos primeiro..”


 
         Eu o fizera, segurara aquele pingente cheio de ódio, cheia de vontade de jogá-lo longe, mas não conseguira. Meu rosto, meu corpo, tudo doía querendo chorar. Mas eu estava seca de novo. Não conseguia derramar um terço da angústia que eu estava sentindo. Era uma noite fria e gelada e assim se tornavam ainda mais conforme minha dúvida aumentava.



         Por que ele veio me dizer Adeus? Ele sabia que eu não conseguiria dizer isso...


 
- Eu queria... tanto... – eu começara a dizer para mim mesma, para as gárgulas ou para a noite, não saberia informar. – que ele... me pedisse para esperar por ele... Me dissesse que ia voltar... Que ia me escrever... Qualquer coisa que indicasse... Que ainda estaria pensando em mim... 



         Eu pensara em Draco... aquela noite que eu praticamente o seqüestrei na vassoura, estando tão próxima do corpo dele, e ao mesmo tempo tão distante. Aquela voz rouca que me arranhava de leve e tão arrasadoramente.


"Ouvir Musica"


I know that your hiding things
(Eu sei que você está escondendo coisas)
Using gentle words to shelter me
(usando palavras delicadas para me proteger)
Your words were like a dream
(Suas palavras eram como um sonho)
But dreams could never fool me
(mas sonhos nunca poderiam me fazer de boba.)
Not that easily
(Não tão facilmente.) 

I acted so distant then
(Eu agi tão distante, então...)
Didn't say goodbye before you left
(Não disse adeus antes de você ir.)
But I was listening
(Mas eu estive escutando)
You'll fight your battles far from me
(Você lutará suas batalhas longe de mim.)
Far too easily
(Longe tão facilmente) 

"Save your tears cause I'll come back"
("Salve suas lágrimas, porque eu voltarei")
I could hear that you whispered as you walked through that door
(Eu pude escutar você sussurando enquanto você atravessava essa porta)
But still I swore
(Mas ainda prometo)
To hide the pain, when I turn back the pages
(esconder o sofrimento, quando eu voltar as páginas.)
Shouting might have been the answer
(um chamado pode ter sido a resposta)
What if I cried my eyes out and begged you not to depart
(e se eu chorasse e implorasse para você não partir.)
(But now I'm not afraid to say what's in my heart
Mas agora eu não estou com medo de dizer o que está no meu coração ...)
Though a thousand words
(Embora mil palavras )
Have never been spoken
(que nunca foram ditas.)
They'll fly to you
(Elas voarão até você)
Crossing over the tide
(Cruzarão sobre a maré)
And this is holding you
(E isso o está prendendo)
Suspended on silver wings
(suspendidas nas asas de prata.)
And a thousand words
(E mil palavras)
One thousand confessions
(mil confissões)
Will craddle you, making all of the 
(O embalarão,fazendo todo)
pain seem far away
(sofrimento parecer distante)
They'll gold you forever
(Elas te segurarão para sempre)




          Eu me apoiara sobre o muro da torre como se cantar aquilo estivesse me matando, tirando o pouco ar que eu possuía. Na verdade eram palavras que eu nunca tinha ouvido. Das quais nunca me imaginei dizendo, e que destroçavam todo o meu orgulho em fiapos. Mas eu sentia que precisava continuar.


The dream isn't over yet
(O sonho ainda não acabou)
Though I often say I can't forget
(Embora eu tenha dito várias vezes, eu não posso esquecer)
I still relive that day
(Eu continuo lembrando esse dia.)
You've been there with me all the way
(Você esteve lá comigo por todo o caminho)
I still hear you say
(eu continuo escutando você falar)

"Wait for me, I'll write you letters"
(“Espere por mim, eu vou escrever cartas para você")
I could see how you stand with your eyes to the floor
(Eu poderia ver como você está com o seus olhos no chão)
But still I swore
(Mas eu continuo prometendo)
To hide the doubt when I turn back the pages
(Esconder as dúvidas quando eu voltar as páginas.)
Anger might have been the answer
(A raiva pode ter sido a resposta.)
What if I'd hung my head and said that I couldn't wait
(Se eu abaixasse minha cabeça e dissesse que não poderia esperar)
But now I'm strong enough to know it's not too late
(mas agora eu sou forte o bastante para saber que não é tarde demais)

'cause a thousand words
(Porque mil palavras)
called out through the ages
(chame baixo através dos anos)
they'll fly to you
(Elas voarão para você)
even though we can't see
(Mesmo que eu não possa ver.)
i know they're reaching you
(Eu sei que elas estarão chegando em você)
suspended on silver wings
(suspendidas nas asas de prata.) 

oh, a thousand words
(Oh, mil palavras)
one thousand embraces
(Mil abraços fortes )
will cradle you making all of your 
(O embalarão fazendo com que toda sua)
weariness seem far away
(Tristeza pareça tão distante)
they'll hold you forever
(Elas te segurarão para sempre)




              Então algo me assustara, eu pude ouvir um violino... dentro daquela torre, alguém o tocava e eu o procurara, mas com certeza era fruto da minha imaginação, pois não encontrara nada. Ou talvez fosse algum sintoma da magia elemental, sei lá... preferi por não temê-lo tanto porque aquele som era muito acolhedor.


Oh a thousand words 
(Oh, mil palavras)
Have never been spoken 
(que nunca foram ditas )
They'll fly to you
(Elas voarão até você)
They'll carry you home,and back into my arms
(e vão lhe trazer para casa, e denovo nos meus braços)
Suspended on silver wings 
(Suspendido em asas de prata)
And a thousand words 
(E mil palavras)
Call out through the ages 
(chame através dos anos)
They'll cradle you 
(Elas vão te embalar)
Turning all of the lonely years to only days 
(Tornando todos os anos solitários em apenas dias)
They'll hold you forever.
(Elas te segurarão para sempre.)




           Droga... então é nisso que se resumi todos esses parágrafos de pura falta de lucidez, todos esses parágrafos dramáticos dos quais eu redigia sem ao certo saber sobre o quê estava pensando, ou dos quais eu fiquei aqui enrolando a única leitora oficial desse diário (eu mesma) só para não me convencer daquilo que eu venho negando nos últimos dias, semanas, meses, anos da minha vida? 


         Essa verdade cruel e nojenta que me persegue desde o dia que eu conheci aquele menino loirinho com cara de príncipe revoltado, e que tem através dos anos se tornado óbvia cada vez mais para mais pessoas nesse castelo, menos pra mim! E mesmo agora eu não consigo parar de enrolar a mim mesma ou quebrar as penas com que escrevo, ou fazer minha mão parar de tremer, porque estou escrevendo as palavras mais difíceis da minha vida.



        O que eu teria sentindo por Harry então? Ou melhor... o que eu sentia por Draco enquanto amava o Harry? Ódio, claro... mas por quê eu sempre tivera anseio e vontade de beijar e abraçar Draco todas as vezes em que eu jurava ódio à ele? Por que afinal estou me fazendo tantas perguntas se a resposta já se tornara óbvia desde a primeira vez que escrevi sobre esse loiro babaca no meu diário?



         Afinal...
        Ele foi quem me beijou primeiro, foi quem me marcou primeiro, quem me quis primeiro e informou desde o início que eu era dele. Será que eu preciso ser ainda mais clara??



- Linda a música – dissera uma voz à minha frente me cortando de meus pensamentos. Eu o olhara ainda transtornada. – Eu sei o que você está pensando... – dissera Daniel, aquilo me irritara. Como ele podia saber? - Por que ele não pode ouvir tudo isso que eu acabei de dizer, quando eu finalmente consigo reunir coragem para dizer-lo? – Não, não isso o que eu estava pensando. – Já parou para registrar o que toda essa letra significa Hermione? – Eu estava fazendo isso agora. – Talvez você realmente... esteja aman...


- O que você sabe sobre isso? – eu o cortara bruscamente. Realmente, depois que passei um bom tempo sem querer ouvir aquele tipo de coisa, eu não queria ouvir agora, muito menos dele e sem passar pela minha aceitação ainda. – Você não sabe nada! – Daniel se assustara tanto com meu grito que quase caíra da vassoura.



- Eu sei que Draco é louco por você. Te ama de verdade. – Ele dissera sério e firme tentando me afetar. E afetara, mas eu rira sarcástica.



- E você acha que eu me importo? Para o inferno com o amor dele! Eu já estou cansada de ouvir os outros dizerem o quanto Draco me ama! Estou cansada também de vê-lo terminando comigo só porque eu “não correspondo ele” ! – Daniel Franzira o cenho estranhando toda aquela reação. – Pois não correspondo mesmo! Eu não ligo se ele é um riquinho orgulhoso das trevas! Eu não me importo se ele sofre ou se já me esqueceu! Para mim eu quero mais é que ele se exploda! E se você estiver com peninha do seu amado amiguinho então se exploda junto com ele! 


          E dizendo isso eu correra escada abaixo aquela torre, assim como correra pelo castelo vazio e escuro, não me importando nem um pouco com os Quadros ou com Filch porque naquela hora eu chorava, e chorava muito, sem conseguir me controlar, a ponto de soluçar... 



           Corri por uns quinze minutos sem parar, sem rumo e direção, já dera voltas e voltas naquele castelo e já começava a me sentir sufocada. Fora quando eu parara no meio de um corredor exausta e passara a mão na testa agora querendo ver Daniel desesperadamente. Onde ele estaria? Já teria voltado para as masmorras? Procurei em todos os corredores, no campo de quadribol, nos vestiário trancado, na biblioteca, na cozinha... até desistir e ir caminhar tristemente no lago. Mas ao pisar fora de Hogwarts eu o vira, ali ao pé da árvore com as mãos nos bolsos da calça virado pra mim, Daniel Conl.


         Eu sentira um alivio me invadir e correra o mais rápido que eu pudera em direção a ele e me jogando nos seus braços num abraço apertado e desesperado sem conseguir controlar meu choro alto.


 
- Eu... Eu... Eu... Eu quero dizer a verdade pelo menos para você. Eu... Sobre o Draco... Sobre o Draco... eu realmente... realmente... o amo. – Eu não conseguia parar de chorar e soluçar. Ele apenas permanecia calado acariciando meus cabelos sem se exaltar. – Honestamente, sempre... o tempo todo. Minha cabeça esteve completamente tomada com pensamentos sobre ele. Eu tentei imaginar, mas não consigo... viver... em um mundo sem ele. Mesmo agora... eu quero... ficar com ele. Eu quero ficar com ele para sempre... – Eu soluçava cada vez mais forte não conseguindo mais enxergar nada a minha frente por causa das lágrimas. – Eu disse para mim mesma para abandoná-lo... abandonar e esquecê-lo... Mesmo que eu tentasse me concentrar em outras coisas... por alguma razão, eu continuava... pensando nele. Até um ponto... em que eu me achava patética... Ao ponto de não gostar mais de mim mesma... Eu me acho... me acho horrível.... Mas ele... Ele é tudo pra mim. Eu o amo tanto...




               Hermione continuava a chorar nos braços de Daniel que continuava por abraçá-la forte acariciando os seus cachos deixando um sorriso calmo e aliviado se espalhar pelos seus lábios.



- Era só isso que eu precisava ouvir, Hermigatinha. – ele dissera numa voz calma e calorosa.



- O que? – ela perguntara sem entender se afastando um pouco dele e secando as próprias lágrimas. O loiro apenas olhara para o nada suspirando exausto.


- Dão trabalho... você e o Draco. – E se virara então para uma Hermione completamente confusa. – Então, preparada para ir dizer tudo isso ae? – Ele perguntara com um olhar comprometedor. 


            Ela demorara para responder se assustando de início com a proposta, mas logo olhando triste para o nada, sabendo que não tinha mais como fugir daquilo. E se virara então para o amigo francês.



- E se eu cair...?



- Você levanta. É assim que funciona. – Hermione ainda o encara por um tempo e então acenara afirmativamente com a cabeça, fazendo o loiro abrir um sorriso maior e energético. – Muito bem então, são três da manhã. – Dissera Daniel animado como se falasse de quadribol, olhando o relógio de pulso. – Dumbledore chega as cinco, eu consegui adiantar o feitiço de liberação do campo de força do castelo para... agora, mas apenas por dez minutos. Por isso, Tome. Minha vassoura. Sei que você voa muito mal, mas é o jeito mais rápido. Dentro dessa mochila tem tudo de que precisa, o mapa para chegar até a mansão Malfoy, roupas, mantimentos, uma varinha que eu roubei, caso perca a tua, se tiver que me contatar imediatamente use um patrono, eu devia ir com você, mas tenho que esperar Dumbledore chegar para não deixá-lo fechar o campo de força quando chegar. Para todos também você está na Ala-Hospitar, isso é bom porque Pomfrey me obedece e ninguém entra lá...



- Espera! Espera! Você já estava planejando a minha fuga de Hogwarts? Como isso? – perguntara Hermione transtornada em meio todo aquele falatório dele.



- É claro! Eu sabia que faltava muito pouco para você aceitar a realidade, lá em cima então eu vi que a hora tinha acabado de chegar. Agora eu não sei que dia foi escolhido para o ritual, vamos torcer para que ainda não tenha chegado, pois se não Draco vai ficar violento e vai ficar um pouco mais complicado.



- Do que você está falando? Que ritual? Perguntara Hermione ainda mais eufórica.



- Aquele que você tem que impedir, tirando esse dia todos os outros a Mansão está vazia. Só com Narcisa e Draco. Até Lúcius ta foragido não vai aparecer. Vai ser muito azar se o ritual estiver sendo logo hoje. Agora preste atenção aqui: Você não pode tocar nos muros que cercam os terrenos da mansão, eles são anti-trouxas e principalmente anti-sangue-sujos você provavelmente passaria por uma morte lenta e extremamente sofrido.



- Então como eu vou entrar? – Perguntara Hermione sobressaltara rindo-se do próprio nervosismo e de Daniel, que abrira um sorriso perigo.



- É aí que entra nossa arma chave... acho que já está na hora de você usar isso. - ela dissera estendendo para ela um frasco redondo de preto deixando uma Hermione maravilhada e emocionada.



- É o que eu estou pensando?



- Sim, sua poção Elemental pronta magicamente carregada. Quando você estiver de frente para a mansão Malfoy você deve tomar a poção, uma vez transformada tente controlar sua mente treinada. Atravessou o muro vire humana, ainda é muito cedo para você ficar muito tempo transformada. Faça como a gente treinou nas simulações.



- Eu não acredito, finalmente. – Agora vai logo, que o tempo ta passando. – Ele dissera botando a poção dentro da mochila que enfiara nas costas da garota e obrigando-a a montar na vassoura. – Prestou atenção em tudo o que eu falei?



- Sim...



- Tudo mesmo? Até sobre...



- Daniel. – ela o cortara com um sorriso animado nos lábios. – Obrigado. – Ele respondera apenas uma piscadela e a garota levantara vôo para longe dos terrenos de Hogwarts. 



- Espero que eu não tenha acabado de contribuir para um homicídio...



Fim do Flash Back 


 




               Hermione não sabia dizer ao certo quantas horas levara para chegar à Mansão Malfoy, mas o céu ainda estava escuro e agora chovia mais forte. Ela avista logo ao chegar na região que Uma Mansão majestosa como aquela só poderia mesmo pertencer aos Malfoys, mas mesmo assim se assustara com a sua magnitude. Parecia mais um castelo dentro de grandes Terrenos limpos, dividido por esculturas e jardins, cercado por um gigantesco muro. Ela vira próximo uma placa com os dizeres: “Malfoy 1/2m” e pousara próximo a ela.



               Era maravilhosa a sensação de finalmente estar no chão, mesmo que toda sua ansiedade fosse-lhe tirando o medo de voar. Ela olhara para as extensões do muro, silencioso e sombrio. Era uma mansão no meio do nada. Tinham cobras desenhadas em todo o muro de pedra e Hermione começara a procurar pela pelo frasco da poção dentro da mochila.



- Daniel é maluco de me deixar vir sozinha para esse antro de Comensais. – murmurara Hermione para si mesma. – E eu mais maluca ainda de concordar. Onde eu estava com a cabeça? – Ela segurara o frasco a sua frente destampando-o – Então... espero que não seja um rato. – Ela dissera tensa antes de ingerir goela a baixo a poção de uma só vez.



            De início não sentira nenhuma mudança, olhara atenta para os lados tentando registrar qualquer efeito lateral em seu corpo. Desconfiando até mesmo de que o francês errara na poção quando finalmente sentira algo estranho arder em seus olhos. Numa velocidade vagarosa os castanhos amendoados começaram a se dilatar em olhos mais redondos e sua íris se espreitando cada vez mais enquanto o castanho fora clareando se tornando cada vez mais amarelo.Hermione sentira também algo ferir seu lábio inferior e notara que seu caninos também foram crescendo enquanto outras diversas transformações no seu corpo também iam acontecendo. 



            Logo uma luz dourada começara a circular a castanha cobrindo-a por inteiro ao mesmo tempo que uma ventania forte à circulava também. Quando tudo cessara não era mais uma garota de cabelos castanhos que se encontrava ali, e sim um lince de pelagem castanha e grandes olhos amarelos. O felino analisara tudo ao seu redor e encarara o muro a sua frente levantando o focinho para notar sua altura. Não demorara para que o Lince desse um baixo rugido selvagem ao saltar para cima do muro e logo para dentro dos terrenos da mansão, na mesma leveza e agilidade de um gato selvagem e caminhasse para cada vez mais perto da mansão no seu andar elegante e perigoso.



             Os terrenos da mansão estavam vazios, parecia abandona à vista de qualquer humano, mas o lince já escutara de longe, havia o movimento e não demorara para acha a janela certa de um grande salão enjanelado da Ala-sul da mansão. Ele se espreitara atrás de uma em especial coberta por uma árvore antiga. O lince abaixara-se por trás da árvore e quando levantara não era mais o felino e sim uma garota de olhar exausto e fraco que protegia-se da chuva em baixo da árvore, parecendo não conseguir prestar atenção em mais nada além dos serem encapuzados naquele salão, nem ao menos em sua completa nudez.



            Hermione conjurara sua própria varinha com muito sacrifício e enfeitiçara o vidro daquela janela, tornando as vozes lá de dentro tão audíveis como se estivessem ao seu lado. Notara que aquele salão o mesmo na penseira de Draco, onde ele treinava esgrima e onde fora meio que torturado pelo pai. Mal podia acreditar que estava realmente ali. Começara ainda mais tensa a identificar alguns rostos dentro daquele salão: com nojo identificara Lucius Malfoy, com um ódio formigando dentro de si identificara Bellatrix e com um formigamento na espinha identificara Voldemort sentado numa espécie de trono. Eram os únicos rostos não cobertos.


 
            Logo ela se assustara com o barulho das pesadas portas do salão sendo abertas e mais ainda ao notar que era Draco que adentrara num andar manco e cansado, mas ainda numa elegância e pose que sempre fora típica dele. Draco vestia apenas uma calça preta. A parte de cima de seu corpo estava descoberta e deixava amostra uma série de ferimentos graves, incluindo queimaduras e chicotadas graves. 



- Você está aqui para a etapa final do ritual Draco... – dissera Voldemort na sua voz fria.



- Não... Não... – murmurava Hermione para si própria quase sem voz. Ela vira Draco se curvar numa reverência o que fez Hermione ver ainda mais as marcas em suas costas cobertas de sangue.



- Eu já disse o porquê de eu ter escolhido você como filho, Draco. – dissera Voldemort num tom orgulhoso. – Mas porquê escolhera ser batizado? – Ficara um silêncio insuportável naquele salão.


            Draco demorara para responder olhando paro nada enquanto todos aguardavam sua resposta. Hermione observava a cena apreensiva, suspeitando se alguém lá dentro conseguiria ouvir as fortes batidas do seu coração.


- Eu não tenho mais motivos ... - dissera o loiro com a voz seca e cortante, cortando ainda mais o peito da castanha. – para ser bom . – Hermione sentira o gosto salgado das lágrimas no canto de sua boca. 


         Sentia novamente uma onda de tristeza tomar conta de si, tocando o vidro da janela de leve com os dedos, implorando intimamente que Draco à visse e lembrasse de seu motivo.

“- Você quer saber o que eu pensei quando eu te beijei? Eu pensei que agora, eu tinha um motivo...
– Motivo pra quê?
– Para ser bom...”



           Hermione chorara ainda mais ao ter aquela lembrança, ele enfim sempre tivera razão: Ela o amava mesmo. E agora ela estava ali, pronta para dizê-lo, mas ele já havia desistido dela. Agora ela desejava no íntimo nunca ter destruído o feitiço que fizera, por mais egoísta que isso pudesse parecer.



- Olhe para mim, por favor. Olhe para mim... – implorava Hermione em lágrimas num choro baixo. – Não desista de mim... 


 


 
- Para quê quer ser bom se você pode ser ótimo ? – rira Bellatrix quebrando outro silêncio, o salão agora novamente invadido por gargalhadas.



            Hermione começava a sentir-se cada vez mais fraca e incapacitada de reagir... Enxergava ainda muito bem, mas seu corpo estava dolorido e frágil, mas conseguia segurar a varinha. Ela via dentro do salão, o ambiente tomar uma decoração diferente, como a sala precisa. Agora Grandes cruzes de um azul forte e brilhoso, iam surgindo em toda a extensão do salão, como o corredor de um mausoléu. 



             Alguns gritos desesperados foram surgindo e Hermione pode ver dois comensais entrarem no salão puxando por duas cordas uma mulher suja e machucada. Ela parecia ser de boa família, e ter uma aparência não muito à cima dos vinte anos, tinham logos cabelos castanhos e olhos muito negros, ela fora puxada para dentro do salão como um burro de carga, por duas cordas que prendiam suas mãos e pescoço.



            Hermione se assustara ainda mais ao ver que de longe a mulher lembrava muito ela. Draco olhara para a mulher com o cenho franzido, mas ainda assim sem demonstrar muita importância.



- É uma trouxa, do vilarejo mais próximo. – Dissera Voldemort divertido, Hermione respirava com dificuldade, uma respiração pesada e ansiosa. Tentava ordenar o seu corpo para que invadisse aquele salão, mas nenhum músculo seu parecera obedece-la, ou ser capaz de tal ação. – Mais uma trouxa ocupando um espaço que não lhe pertence... Torture-a 


.
             Hermione estremecera ao ouvir aquela ordem e boquiaberta vira Draco sacar a varinha de forma desleixada como se seu mestre lhe ordenasse para pegar uma pilha de livros na biblioteca. Hermione sentia mais lágrimas caírem de seus olhos ao ver que Draco fora obedecer aquela ordem sem questionar, cada passo em direção a mulher fazia Hermione tremer chorar angustiada, tampando a boca com dificuldade para que não lhe ouvissem o choro. E instantaneamente lembrara de tudo o que escrevera para Draco na última carta e em como ela parecia falar de outra pessoa. “O que houve com você?” 



“Draco... Me desculpe...



          Draco apontara friamente sua varinha para a cara da mulher que chorava e implorava piedade para o loiro que mantinha-se sério e indiferente.

Eu não entendi nada. Sem saber nada, eu me enganei e acabei te machucando. 



          Hermione vira o loiro engolir em seco e respirar pesadamente e segurar a varinha com mais firmeza ignorando o choro da mulher.

Apesar de você ser arrogante, egoísta e violento... Você sempre foi correto comigo.



- Crucio... – dissera Draco quase sem voz, acertando a mulher em cheio que agora jogara-se para trás em desespero e agonia. Hermione pressionara a boca com ainda mais pressão enquanto obrigava-se a assistir a cena mais terrível de sua vida.

Você me tratou como algo valioso. Talvez seja tarde agora... Mas realmente preciso te dizer...



             A mulher chorava e gritava... Draco impassível apenas observava a cena engolindo em seco.

Me desculpe. Por eu não ter percebido toda a sua gentileza... Não ter sido leal ao seu amor por mim, desde o início. 



- Mate-a. – Ordenara Voldemort, surpreendendo Hermione que achara não ter mais nada demais.

Não ter acreditado em você. Eu entendo o porquê você desistiu de mim. 



- Pra quê matá-la? – questionara Draco tentando disfarçar sua pena pela mulher.

Você está certo, em não querer esperar por alguém que não respeitou seus sentimentos desde o inicio. 



- Porque eu digo que ela merece. – dissera Voldemort ainda mais firme e até mesmo meio desafiador. Draco virara para a mulher respirando pesadamemte e apontara novamente sua varinha.

Me desculpe. Por perceber tão tarde, ou me convencer tão tarde do que era óbvio:



- Avaka Kedavra! – O loiro dissera fechando os olhos com pesar, porém Hermione os mantivera abertos vendo o clarão de luz verde sair da varinha de Draco e atingir o coração da mulher em cheio.

Eu nunca vou encontrar alguém como você, que tenha se empenhado tanto em conseguir meu coração enquanto entregava o seu de graça. 



         O corpo da mulher caíra para trás como um pedaço de madeira no chão frio e gelado da mansão. Draco abrira os olhos, mirando com nojo de si próprio os olhos abertos e sem vida da mulher, enquanto era aplaudido pelos demais comensais.

O que mais se preocupou e cuidou de mim, mesmo que num espaço de tempo curto. 



           Hermione já estava exausta de tanto chorar, seus olhos inchados observavam Draco ser gloriado pelos os outros, sem nenhuma vontade a mais de permanecerem abertos. Estava ferida e humilhada, sentia-se aquela mulher que jazia no chão frio da mansão.

Me desculpe se te fiz sofrer... Por ter sido teimosa e egoísta.
Meu filho! – Exclamara Voldemort ainda mais entusiasmado que qualquer outro momento naquela noite. – Você é sem dúvida o meu herdeiro. Herdeiro de Sonserina! – Hermione observara já incapaz de sentir qualquer coisa, Draco abaixar-se novamente numa reverencia e ficar nesta posição como um cavaleiro. 


               Todas as luzes do salão foram apagadas de uma só vez onde só as varinhas dos comensais mantinham-se acesas. Mal conseguia registrar direito o que acontecia à volta do loiro, só tinha olhos para ele. 


– A última etapa do ritual foi selada, e agora... Eu te batizo... Draco Malfoy... com os poderes de Salazar Slytherin como meu filho e herdeiro de Sonserina.



              Um órgão musical era tocado em algum lugar dentro daquele salão. Junto de uma música melancólica que Hermione reconhecera na hora como Lacryminosa. Uma luz verde brilhante começa a rodear Draco e toda a extensão do pentagrama que tomara forma e vida saindo de seu desenho e revelando-se uma gigante cobra negra que começava a rastejar em volta de Draco. 
              Hermione tremia dos pés à cabeça agarrando-se ao seu próprio corpo nu. A cobra no ritmo daquela melodia começara a subir pelo corpo de Draco, que permanecia indiferente. Enroscava-se à sua pele pálida como sua criada, Aquela imagem realmente lembrava à Hermione uma semelhante imagem que achara de Slytherin uma vez no seu primeiro ano em Hogwarts em um dos livros da biblioteca, também sendo abraçado por uma serpente. 



             Quando a cobra saíra de seu abraço todos os hematomas de Draco haviam desaparecido e agora uma mancha negra começava a se espalhar pelas costas largas do loiro formando um desenho, que no final se revelara também uma serpente. Era o sinal de Slytherin.



- Viva o Príncipe Sangue- Puro! Viva ao Herdeiro de Salazar Sonserina! – Dissera Voldemort, e logo aqueles versos foram repetidos por todos os comensais presentes de uma só vez.



E obrigado, por ter sido tudo para mim. 
Por ser...
Hermione J. Granger” 




- Draco... – murmurara Hermione ainda mirando unicamente o semblante sério, frio e perdido em seus pensamentos de Draco Malfoy. E então tudo escurecera...


 




               Draco levantara o semblante sério e firme enquanto levantava-se. Todos podiam ver um novo homem ali, havia um brilho diferente nos olhos canino de Draco Malfoy. Uma força sinistra e perigosa, que agora já amedrontava só quem o olhava de frente, mas ainda assim de uma forma bela e sedutora. 
           Draco fora abraçado por Lúcius, Bella e outros comensais, embora não correspondesse ao abraço de ninguém. Tinha um porte oponente e indiferente, só visto até então no próprio Voldemort.


- Sente o poder em suas veias Draco? – dissera Voldemort numa forma sádica. – A maioria deles só irá adquirir com o tempo, mas já és imortal. 


             Draco observava as próprias mãos e veias dos braços com interesse, um pequeno sorriso na lateral de seus lábios. Ele caminhava em círculos analisando o próprio corpo, repara nas novas sensações, como se houvesse nascido de novo. 


– O que queres de presente de nascimento? Peça... – Draco parara de andar encarando Voldermort de frente com interesse.



- Primeiro... quero saber... – começara o loiro na sua voz rouca e firme. – Qual é o seu interesse na Granger? 


- A sangue-ruim de novo! – exclamara Bellatrix, mas logo recebendo sinal de Voldermort para que se calasse.


         Voldemort demorara para responder analisando o rapaz que apenas o encarava de volta com o mesmo brilho maligno nos olhos.


- A Granger, Draco, é uma bruxa Elemental... – Draco franzira muito de leve as sobrancelhas achando aquela informação tanto estranha quanto interessante.



- Elemental? Igual Sépia das Pedras? Tem certeza? – perguntara Draco meio descrente, mas sem se afetar com aquela informação.



- Sim... você ainda não havia aparecido para resgatá-la quando ela lutou com Bellatrix e Ephram expondo a sua magia, da qual nem ela mesma tinha conhecimento. Assim como Sépia das Pedras, Assim como Lílian Potter. Mais uma guerra, mais uma bruxa elemental. Ela devia ser sua inimiga direta, mas dessa vez não estou interessado na morte da bruxa elemental Draco... – Draco olhara divertido de canto de olho para sua tia que parecia remoesse por dentro. – Não... dessa vez quero ela do nosso lado. Meu interesse é unicamente na alma dela, claro que... Se eu não a tiver... 



- Ou seja, você terá de matá-la. – dissera Draco indiferente. – Granger nunca venderia a sua alma pra você.



- Teremos muito tempo para discutirmos a alma da Elemental Draco, vamos tratar de comemorar seu nascimento agora. – Você ainda não fez o seu pedido.



- Verdade. – sorrira Draco satisfeito andando em círculos, pensativo.



- Peça o que quiser... – Voldermort sorria de forma sádica e gloriosa enquanto falava - Pois você agora é dono do seu próprio poder, embora sua alma pertença a mim, és imortal... só o herdeiro tem o poder de apreciar e tirar a própria vida.



- Ótimo – dissera Draco indiferente arrancando de forma ágil o punhal de Bellatrix das vestes da tia e acertando o próprio peito para a exclamação e terror de todos que viam Draco cair de joelhos, mas ainda em sua pose e olhar decididos ainda segurando com uma das mãos o punhal contra o seu peito.


 
– O que está fazendo?! – exclamara Voldemort em fúria enquanto os demais ainda estavam eufóricos de terror com a cena. 


           Bellatrix parecera tão revoltada como mestre enquanto Lucius parecera desconcertado e em choque. A cobra negra voltara a rondar vagarosamente em volta de Draco enquanto esse apenas estendia um perigoso sorriso nos lábios.



- Agora você vai me escutar... papai 


 


             Os cascos do corcel negro adentravam no jardim dos terrenos da Malsão Malfoy, Ephram abaixara o capuz de sua capa olhando em volta e analisando a atmosfera do lugar.



- Já aconteceu. – ele dissera em voz baixa, dando um suspiro insatisfeito. – Cheguei tarde. 


              Logo ele avistara um vulto ao pé de uma árvore, aproximara-se com seu cavalo notando que se tratava de uma jovem nua desacordada, e ao reconhecer aquele rosto não conseguira conter um leve fio divertido nos lábios. 


– Ora, ora, ora. Olha só quem atravessa o meu caminho de novo? Minha querida aprendiz? 


           O homem descera do cavalo deixando o tom brincalhão de lado ao notar um certo alvoroço dentro do Salão. Sabendo que se eles a encontrassem ali o alvoroço se multiplicaria. Ephram retirara então a própria capa e cobrira o corpo esbelto da jovem, obrigando-se a não se afetar e levantara-a no colo colocando-a sobre o cavalo e subindo atrás de si. Deixara o rosto da garota cair para trás para apoiar em seu ombro enquanto a mantinha firme pela cintura e fizera sinal ao cavalo para que os levasse embora dali.


 


              Draco ainda mantinha o punhal preso no peito e falava tentando ignorar a dor, uma fresta de luz verde já começara a sair de dentro do buraco que o punhal fizera, mas ele mantinha-se firme.



- O que significa isso?  – perguntara Voldemort ainda em fúria e confusão.



- Meu coração, minha mente e minha alma pertencem unicamente e eternamente à você Voldemort... – repetira Draco as suas palavras e logo dando sorrisinho. – mais isso enquanto eles habitam um corpo. Sem um corpo minha alma lhe é inútil. Então o que eu quero de presente de nascimento é o seu juramento perpétuo...



- Que palhaçada é essa? – rugira Voldemort, todos presentes recolheram-se à fúria de Voldermort em exceção de Draco que parecia se divertir.



- Vamos dizer que só uma primeira rebeldia do seu amado filho. – Draco dissera com um olhar perigosamente brincalhão, mas logo sentindo uma fisgada forte.



- Você está morrendo seu idiota... – dissera Voldemort ente dentes.



- Sim estou, e é aí que você entra. Já disse, meu presente... é uma promessa perpétua. Um voto perpétuo para ser mais claro. Se aceitar, eu retiro o punhal antes de me destruir... Como você mesmo disse, eu sou o único que pode tirar a minha própria vida, minha imortalidade. Agora se não aceitar, tudo bem... direito seu. Mas minha alma lhe será inútil e você ficará sem herdeiro.



- Posso batizar outros. – Dissera Voldermort confiante, porém Draco suspirara em descrença. Todos estavam pasmos, nunca haviam visto o seu Lord ser desafiado de tal forma.



- Mesmo que conseguisse, nunca acharia herdeiro tão bom quanto eu. Você sabe disso.



- Como ousa me manipular moleque? Como ousa me trair? 



- Eu não estou te traindo... – dissera Draco indiferente. – Estou apenas me garantindo de que você não vá me trair. Porque você sabe... de acordo com o voto perpétuo, se trair... você morre. Mas eu confio em você. – ele terminara com um sorriso canalha. Voldermort parecera meditar... E Draco sentia-se mais fraco perdendo mais o equilíbrio. – Dá para se decidir logo... Sem querer ser chato, mas eu estou morrendo, sabe?



- E do que se trataria esse voto perpétuo? – perguntara Voldemort entre dentes. Novamente os Comensais estremeciam sob a voz ameaçadora do Lord. Draco apenas sorrira vitorioso.



- Eu te entrego a minha alma, e serei seu instrumento... mas quero a sua palavra de que ninguém aqui vai fazer algo de ruim, machucar ou matar a Granger. – Ele vira Voldemort franzir o cenho em revolta. – Sem contar... Que a alma dela deve ficar intacta. Esqueça a alma dela, ela nunca será sua.



- Deixar a Sangue-ruim viva? Ela me desafiou! – Gritara Bellatrix em revolta.



- A Elemental deve vir para o nosso lado... – dissera Voldemort convencido.


- Sem Chance, os ideais dela são fortes demais.


 
- Estamos em guerra Draco, os ideais modificam-se sucessivamente – Dissera Voldermort com uma linha divertida nos lábios.



- Eu quero a alma da Granger intacta Voldermort! Prometa-me que ela não entrará em seus planos! Não será sua aliada, muito menos sua vítima! Ninguém aqui poderá lhe fazer mal! Prometa-me! É isso... ou você me perde. – Repetira Draco mais firme e decidido, outra luz verde saíra de dentro de si, enquanto Voldermort considerava o trato.



- Muito bem então... – dissera Voldermot. – Temos um trato.



- O que? Mas Lord... - Bellatrix se adiantara eufórica.


- Quero a sua palavra no Voto Perpétuo! – Dissera Draco direcionando a própria varinha à Voldermort, que fizera o mesmo.


Você tem a minha palavra. 


            As varinhas se cruzaram de forma imediata no alto do salão expelindo faíscas em dois tons de verde diferentes para todos os lados. E Draco finalmente rira satisfeito retirando dolorosamente o punhal de seu peito. Ele sabia que o ferimento dali a um tempo se fecharia. 


– Prepare-se para a sua missão Draco. Essa é uma era do herdeiro de Sonserina, só você pode fazê-lo.


Continua... 


 



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