O Herdeiro de Slytherin não...



POR FAVOR, LEIAM A NOTA ANTES DE COMEÇAR A LEITURA!!

Nota da Hiorrana: 

Bem, hauHOIAH... é complicado estar aqui, tanto pq eu não sou a autora dessa fic. E na verdade não tinha nem o direito ainda de postar esse capitulo, até por que, ele não está pronto. ¬¬

Vou explicar... Bem, Angra está a dias, escrevendo esse capitulo. E coitada, essa noite do dia trinta, ela não dormiu, virou a noite escrevendo, e entornando várias garrafas de café ¬¬. Só que chegou a um ponto em que ela não conseguia mais. Já que a gastrite dela, que eu achava já estar falecida, depois de tanto tempo, atacou novamente. 
Mas mesmo assim a cabeçuda continuou escrevendo. Pois ela odeia não cumprir prazos. E como ela tinha assegurado os três dias, ela ficou inquieta e frustrada. 
Porém, vem um momento em que chegamos ao limite máximo. E o dela chegou até aqui. Ela não queria, nem poderia, faz parte dela, postar um capitulo incompleto é como a morte... =/ hehe

Maaas, =), bem, além de chegar ao seu limite físico, ela chegou ao mental também. E ela começou com aquele papo, de terminar aps. Dar um jeito de terminar aps nesse cap ou fazer mais uns dois capítulos (IMENSOS) terminando, colocando todos os pontos nos “i’s”. Claro, seria uma decisão em um momento inoportuno, feita sobre a pressão... 
Bem, preferi não entrar muito nessa parte, vcs sabem, poderia ter morte =/

O final, é que acabamos discutindo sobre outra coisa, que não vem ao caso agora, brigando, terminando. (engraçado, parece até coisa de namorado. NÃO SOMOS LÉSBICAS! Mas tb, nada contra tb neh xD, opção de cada um hehe, mas NÃO é a minha, e nem a dela [eu acho haouiHAIUHuahoiUAH]) 

Bem, a conclusão é: ela falou algo no final sobre não falar mais comigo, sobre eu esquecer aps e etc.

Mas bem, ela não falou sobre vocês esquecerem aps. =)
Então, aí vai meu primeiro ato de “revolta” hehe ;] Estou postando o que me foi dado de bom grado pela minha até ontem, melhor amiga.
O capitulo NÃO está terminado, e ela, burra, acha que está horrível. Bem, eu não acho. Aí sobre vcs, já é opinião de vcs neh xD
Mas falem aí... gostaria de ouvir õ/
Ah, claro, vcs vão se revoltar bastante com essa ultima parte. Sei como é... doloroso demais. =/ Mas como já tinha dito antes, ela é sado-mazoquista, uma seguidora fiel a Shakespeare... E gosta muito de ver a dor dos outros, principalmente a minha ahoiuhuiaohIOHAIOUh...
Bem, depois ela tira essa parte do ar, termina o capitulo, faz como ela realmente quer. Posta como ela realmente quer.
E bem, isso supostamente seria uma Nota final, então vou fazer o que fazem esse tipo de nota’s:
Agradecimento especial à Angra Moraes, por escrever a minha fic preferida. Por fazer de uma realidade tediosa, o sonho mais bonito e doloroso, que eu já tive o prazer de ler. Por ter dado cor, as páginas brancas e pretas de um diário amargurado.
E bem, tem TANTA gente pra agradecer, que eu nunca seria capaz de fazer isso sem esquecer de alguém. E isso seria uma coisa horrível. Conheci tanta gente maravilhosa, por meio de aps, tantas pessoas em que considero comoverdadeiras amigas, que infelizmente não tive o prazer de conhecer pessoalmente, (minto! Eu conheci duas pessoas! \o/) mas que ocupam tanto ou mais espaço do que tantas outras pessoas que conheço pessoalmente.
Mas Angra fará isso melhor do que eu, quando for postar. Ela tem a manha... hehe
Bem, obrigado por tudo. E desculpem o aborrecimento, o tempo de espera, e tudo o mais. Mas garanto a vocês que Angra fez, faz e sempre fará o melhor por essa fic.
Espero que gostem ;D

Qualquer problema, sabem onde me encontrar.
E se não conseguirem me encontrar, o que é difícil haouiHOIUAHOi, podem contar com a comunidade, as meninas são maravilhosas... 

Comunidade Oficial de Apaixonada Pela Serpente
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=13150986

Beijão, e abração de urso! HaioUHAUIH
:******* 
Hiorrana Barbosa Leão.



Ps.: a última cena, que eu não terminei de ler p/ vc... foi pior do que se eu tivesse chorado. =/ 


 





“- Eu quero a alma da Granger intacta Voldermort! Prometa-me que ela não entrará em seus planos! Não será sua aliada, muito menos sua vítima! Ninguém aqui poderá lhe fazer mal! Prometa-me! É isso... ou você me perde.”


 


                      O salão comunal da Grifinória já estava vazio quando ela descera as escadas com seus frágeis sapatos azul-claros, arrastando atrás de si uma cauda do vestido da mesma cor. Ela olhara para o próprio reflexo no espelho em frente à lareira recém acessa e notara uma garota de dezesseis anos que não lembrava ela. Essa garota vestia um longo vestido principesco de alça num tom de azul quase cristalino, o vestido circulava o seu corpo de forma que lhe destacassem curvas que ela jamais havia notado. O colo da garota estava nu, sendo ocupado unicamente pelas madeixas ruivas que lhe caíam aos ombros de forma quase despenteada, dando uma fisionomia curiosamente rebelde àquela princesa. Acima da cabeça uma tiara que finalizava o figurino. 

                       Depois de reparar em seu traje, Lílian Evans subira os olhos mais uma vez para o igual olhar verde que a respondia do espelho. Era um verde bastante intenso, de uma tonalidade tão forte que pudessem ser confundidos com duas esmeraldas refletindo a luz do sol. Mas era um olhar triste aquele que agora não encarava mais seu reflexo e sim os próprios dedos sobre o altar da lareira que agora fechavam-se em um punho. O cenho da ruiva franzira-se ao mesmo tempo em que seu peito subia e descia numa respiração tensa ignorando o som de festa vindo do salão principal do castelo. 

Todo homem mata o que ama... – ela murmurara para si mesma quase sem voz. 


                  A ruiva subira o punho até a altura dos olhos para não permitir que suas lágrimas rolassem. Seu reflexo mostrou conter nesse punho um bracelete de couro marrom meio bruto que entrava em contraste com o resto do traje da ruiva. O cristal no centro do bracelete brilhara com a luz das chamas da lareira chamando novamente a atenção da ruiva para o reflexo, fazendo essa se recompor respirando pesadamente e indo na direção à passagem do salão comunal.

               Lílian caminhara lentamente pelos corredores do castelo seguindo a origem da música alta até o salão principal. Seus olhos cabisbaixos revelavam que ela não estava interessada nesse baile, porém... “Ele virá...? ” Ela se perguntava mentalmente. “Ele apareceria hoje...?”. Um canto melancólico chamara a atenção da ruiva que se vira agora no topo da escadaria do salão principal. A ruiva se inclinara de leve no corrimão de pedra da escadaria, e vira a grande quantidade de estudantes que comemoravam o final de um ano letivo em suas roupas de gala e os professores que bebiam descontraídos. 

                    A canção era cantada por uma bruxa negra num palco à oeste do salão e aquela canção descia dentro de Lílian dolorosamente enquanto essa começava em passos lentos descer os degraus da escadaria, olhando uma única vez para os portões que davam para o lado de fora do salão e do castelo. Esses do outro lado do salão bem de frente para a escadaria. Longos e imponentes num metal frígido que ameaçavam trazer um certo bruxo de volta. 

                  Chovia forte nos terrenos de Hogwarts, um loiro de vestes negras estava protegido por apenas uma das marquises no Portão do Salão de Hogwarts. Ele terminava de dar o último trago em seu cigarro sem se importar com a Tempestade que por muito pouco não o atingia. Estava encostado de qualquer jeito em uma pilastra de Hogwarts, evitando ao máximo entrar no salão. Seus olhos negros observavam o céu negro que acabara por rugir dolorosamente antes de expor o estalo prateado de um raio. Era uma tempestade forte de verão, muito estanha para aquele lugar, mas tudo ficara estranho com a aproximação da guerra.

                       “O orgulho agüenta um milhão de provas” – Ele ouvia ao longe numa voz carregada de dor e beleza.

                             Ephram não queria entrar, não tinha nem um pouco de vontade de compartilhar da alegria e diversão dos bruxos lá dentro. Algo muito pior e imune ao conforto se passava dentro dele. Algo parecia estar sendo transmitido naquele estranho tempo, e do qual só a bruxa no palco parecia se identificar. Fora quando ele decidira olhar pra dentro das longas janelas de vidro, fora instantâneo. Vira quase que em câmera lenta uma jovem ruiva descer pelos degraus de pedra do salão. Vestida como uma princesa, mas como se estivesse em um funeral. Ela era linda até mesmo nas suas feições mais derrotadas, notara Ephram. 

                             Tanto tempo que passaram juntos agora ele percebera que na verdade não eram equivalentes a nem um mês aproveitado. Ficara pouquíssimo tempo ao lado dela, os mais rápidos e mais felizes dias de sua vida. Só ao lado dela ele soubera o que realmente era ser feliz, mas não fazia idéia de que aqueles dias acabariam tão rápido. 

                              O que teria feito de diferente? Passara tanto tempo arrumando meios de fazê-la sorrir, porém ela nunca estivera tão radiante como aquela noite, em que seu semblante estava carregado por olhos inchados de lágrimas, com tanta mágoa nas íris que mal conseguia mira-las a algum ponto fixo. 

                            Ephram apagara o cigarro no chão e seguira para dentro do salão, onde inconvenientemente os instrumentos daquele salão resolveram controlar as funções normais de dentro de seu corpo. Seu coração batia no mesmo ritmo que a mulher cantava enquanto o piano e violino tomavam conta de sua respiração receosa. Ephram apenas ignorava as pessoas por quem passava, ou qualquer outra coisa dentro daquele salão, como que se enfeitiçado apenas seguisse Lílian Evans pelo salão.

                        A ruiva em passos lentos, para cada vez mais adentro daquela selva de estudantes despreocupados. Os olhos verdes sempre secos e vazios, sem focar em nada diretamente nem ninguém. Apenas andando por entre as pessoas, como que completamente sozinha na noite ao luar, perdida ou quem sabe, igualmente enfeitiçada por aquela canção.

                        “Porque eu estou beijando você” – Ela ouvira a mulher cantar, como que propositalmente o fizesse para rasgar com uma lâmina fria o coração da ruiva. Odiava como coisas tão simples, vindas às vezes do nada, tinham um poder tão forte sobre si. Quando achava que já estava imune a qualquer coisa percebera que a canção daquela mulher parecia a única capaz de atingi-la ainda mais.

                           Estava no centro do salão observando a tempestade e as estrelas cadentes que circulavam entre as cabeças dos estudantes no teto encantado, Lílian estacionara no meio da multidão com as feições sérias e nada emocionadas focadas no candelabro de cristal pendurado no nada por magia, Como um iceberg radiante preso no meio da tempestade. Podia ficar horas ali, olhar para aquele candelabro em cima de sua cabeça pensando nos dias que se seguiriam dali. Ou em como voltar para casa depois de tudo que passara naquelas últimas semanas.

- Cuidado. Cristais concentram sua energia. – Dissera uma voz atrás dela. Uma voz rouca, dificilmente calorosa, um pouco mais rouca do que de costume. Fria e cortante como era a voz de um Malfoy. 

                    Lílian demorara-se para virar, de início não levara aquela iniciativa a sério, já que ouvira aquela voz em sua cabeça tantas vezes aqueles dias. Mas logo ao focar seu próprio reflexo no candelabro de cristal, notara logo atrás o reflexo do mais novo dos Malfoy’s, no seu par de olhos negros mirando-a de volta, fazendo-a virar de forma tão rápida que despenteara ainda mais os seus fios rebeldes que bateram contra o próprio rosto da garota fazendo o jovem dar um breve sorriso de lado.

- Achei que não viria. – Ela dissera quase sem voz, sem conseguir desviar as grandes pupilas verdes do loiro.



- Eu vim... Pela última vez.



- O que quer dizer? – Perguntara a ruiva com o cenho franzido, mas sem saber ao certo se devia deixar transparecer sua frustração ou não.



- Dança comigo? – Ele perguntara ainda no seu olhar sério, mas já segurando sua mão que tremera ao sentir o toque do loiro.



- Você odeia dançar. – Ela dissera desconfiada, mas já aceitando o convite do loiro.



- Odeio muitas coisas que estou sendo obrigado a fazer no momento. – Ele dissera guiando-a pelo salão ainda à melodia da bruxa. – Essa não está nem entre as dez piores.



- Você não vai voltar, não é? Ano que vem... – Ela perguntara séria sem se afetar com a piada dele. 



- Não. A Lei das Varinhas foi aceita. Os estudantes vão ser divididos entre as quatro escolas. E nem todos precisam esperar até o chapéu Seletor. – A ruiva olhara para o nada enojada pelo que acabara de ouvir, com mais aquele absurdo tomado em meio à guerra. - Quando eles a aprovaram? – Ela perguntara respirando em fúria.



- Essa manhã, no ministério da magia. Ninguém sabe ainda. – A ruiva olhara em volta sentindo um princípio de pena por aqueles rostos que gargalhavam e embebedavam-se. – Não se preocupe a grande maioria dos nascidos trouxas vão ficar em Hogwarts mesmo.



- Sim, completamente desprotegidos. – resmungara-se Lílian.



- Ah... Eu não subestimaria tanto os sangues-ruins assim. – Ele dissera com um sorrisinho comprometedor para a ruiva que ainda mantinha o olhar enfurecido.



- Pra onde você vai? – Perguntara a ruiva já temendo a resposta. O loiro respirara pesadamente antes de responder.



- Durmstrang provavelmente. – Respondera Epharam o mais indiferente possível, mas fracassara no que Evans parara de dançar na mesma hora largando de seus braços. Ephram mantinha os olhos culpados virados para o chão, mas sabia que as grandes íris verdes de Lílian o miravam acusadoramente. – Lílian... por favor...



- Por que você está aqui? – Ela perguntara numa voz mergulhada de mágoa. – Você já fez a sua escolha. Não fez? – Ephram levantara os olhos negros de forma receosa engolindo em seco ao encontrar o olhar ferido e cheio de lágrimas da garota. – Me diga novamente por que você está indo?Por que está me deixando? Me diga a verdade, porque essa de que não me ama... – Ephram respirara ainda mais pesadamente ao sentir seu peito se partir. – eu não acredito.



- Pois devia. – Ele respondera seco na voz mais firme que encontrou. Lílian apenas fechara os olhos não podendo evitar que uma lágrima corresse. – Você sabe muito bem de onde eu venho Lílian, eu só te decepcionaria com o tempo. Ame James, será feliz com ele. – A ruiva abrira os olhos encharcados rindo-se sarcástica.



- Engraçado. Você disse que eu também seria feliz com você...



- E foi. – ele a cortara sério, não dando espaço para sua ironia. – Você foi feliz comigo, como eu fui feliz com você. – Ele dissera acariciando-lhe as mãos como que num ritual, como se nunca tivesse visto nada tão delicado antes. – Eu nunca fui feliz até conhecer você. – Ele dissera com a voz embargada e os olhos vermelhos. Vermelhos, Lílian vira, como feridos... Muito feridos, sem nenhuma lágrima. – Mas estamos em guerra, minhas obrigações me atropelaram... Não tenho mais tempo para ser feliz. E isso... – ele dissera agora com mais dificuldade, como se aquelas palavras rasgassem todo percurso até saírem por sua boca. – só me fez perceber, que eu não te amava tanto assim. Não dessa forma. E... 


                 Lílian puxara as mãos de volta de forma tão dolorosa quanto graciosa possível lhe parecera. A música entrava inconvenientemente num tom ainda mais amargo enquanto a ruiva de lado, não o olhando mais de frente, mas sim para o chão abraçava os próprios braços em proteção. 



- Tudo bem, não precisa mais falar. – Ela dissera na sua voz cortante e quase inaudível. 


                 Só então Ephram se dera conta de como ficara ainda mais frio dentro daquele ambiente. Muitos em volta se cobriam ou começavam a se animar com a rala neve que começara cair sobre suas cabeças. Porém só Ephram realmente sabia a origem daquela neve e não tinha nada haver com a magia do castelo. 

               Longos minutos pareceram correr enquanto Ephram permanecia ali apenas observando a princesa ruiva friamente transtornada no reino de neve que ela mesma criara em volta de si. Transtornada, porém confortável na sua solidão. Seus olhos não mais verdes vivos, mas quase cianos ignorando qualquer outra presença ali, como se tivesse sido transportada para outro lugar ou inconscientemente perdesse os sentidos.

               A ruiva então se arrepiara assustada ao sentir braços quentes contorná-la. Seus olhos arregalaram-se surpresos ainda focando o nada ao sentir Ephram abraçá-la por trás de forma acolhedora e firme. Nunca se sentira tão quente na vida, tão protegida. Ele não abraçava unicamente seu corpo, mas sua alma e aquele momento tinha a obrigação de durar toda a eternidade. Sua voz ainda mais rouca e como nunca, completamente entregue, soara em seus ouvidos.

Eu só me afasto de você... para tê-la eternamente... como te tenho agora. – Aquelas palavras ecoaram nos ouvidos de Lílian como sinos antigos e quebradiços, demorando-se para serem registrados dentro dela. Mas quando acontecera, e sem que ela notasse como, Ephram não estava mais ali. 


              Nada mais a abraçava ou protegia daquele inverno improvisado. Sua espinha tremia como se estivesse lá fora exposta a tempestade e em todos os lados e rostos em que procurava naquele castelo nenhum era o de Ephram. Apenas um par de ombros largos e cabelos quase brancos que se direcionavam para fora do castelo. 

***

                 O Grito da castanha novamente atingiria um tom mais preocupante na concepção de Ephram que segurava o corpo delirante da jovem, forçando-o a deitar. Seus olhos castanhos brilhavam como duas pupilas amarelas de gato que ao poucos voltavam a ter traços humanos. 


              Ephram que a poucas horas a encontrara desacordada nos terrenos dos Malfoy,  agora trabalhava arduamente em feitiços e poções que amenizassem sua febre e delírios. Levara-a para sua velha cabana agora vazia, onde cobrira-a com algumas roupas suas de frio ainda com cheiro de guardadas, dividido por controlar os delírios da garota e acrescentar os último ingredientes a um caldeirão próximo e esfumaçado. 

- Garota Estúpida! – Ele resmungara enquanto segurava o corpo da jovem de volta para a cama, cobrindo-a novamente até o pescoço. Encharcara novamente o pano jogado ao chão com água quente e recolocando-o na testa da jovem após afastar os cachos soados. – Se transformar dessa forma sem experiência alguma de animagalia, ainda mais possuindo os poderes que tem. Eu devia tê-la deixado morrer nos terrenos da mansão. Incrível como eu sempre me arrependendo das minhas obras de caridade.



- Draco... Draco... – Ela chamava entre os delírios o que logo era seguido por mais um rugido de dor da garota. 


            Ephram fechara os olhos pondo suas duas mãos em cima da cabeça da castanha proferindo alguma reza rúnica que resultou na momentânea calma da castanha. 



- Isso não vai durar... – ele dissera pra si mesmo e mirando a janela da cabana que dava para uma lua cheia e uma fortíssima tempestade. Odiava tempestades, lembravam-lhe semanas tempestuosas, feridas tempestuosas. – Concentre-se Ephram.

              


              O tom púrpura já começava a se estender pelo céu de Hogwarts. Da torre de astronomia, um loiro de cabelos espetados andava em círculos de forma nervosa. Com a varinha em punho e os olhos fundos, vigiava os céus se lamentado por cada hora que passava sem o retorno de Hermione.

- Inacreditável Conl como você sempre, SEMPRE consegue piorar as coisas! Como se mais nada estivesse acontecendo você acaba de entregar Hermione Granger como carne para um bando de cães famintos. Bem... pelo menos dessa vez, pior não dá pra ficar. – exclamara Daniel raivoso parando então de supetão ao avistar uma vassoura se aproximar de Hogwarts. 


            Primeiro seu coração dispara na esperança de ser Hermione, mas ao notar uma longa cabeleira branca começara a desespera-se ainda mais. 


– Dumbledore... merda, merda. Ele vai fechar o portal. O que eu faço? O que eu Faço? 


                Então sem conseguir pensar em mais nada e reunindo o pouco de coragem que conseguira naquele momento apontara sua varinha para a vassoura que acabara de entrar nos terrenos da escola. 


– Por Favor não me expulse... – suplicara Daniel num murmúrio e então respirara fundo. – ACIO VARINHA! 


               A varinha de Dumbledore que no momento já estava sendo usada para selar o portal voara dos longos dedos enrugados do bruxo em grande velocidade para as mãos de Daniel Conl que olhara para as próprias mãos atordoado. 


– O que eu fiz?!


             O diretor freara em sua vassoura ainda no ar, olhando pasmo da própria mão para o estudante loiro que se encontrava na torre de astronomia ainda com a varinha apontada para ele em uma mão e a varinha seqüestrada em outra. 


– Ta bom, e agora? – perguntara-se Daniel Conl e sem pensar duas vezes correra escadaria abaixo da torre. 




                    Gina Weasley esforçava-se para manter os dois olhos pregados e cair novamente num sono profundo apesar dos repetidos baques que aconteciam dentro do dormitório feminino. Sabia que a cama mais perto da sua era a de Hermione e naquele momento sentira uma séria vontade de arrebentar a cara de Parkinson por tê-la roubado o cargo de monitora chefe da amiga e junto seu quarto separado. Gina podia ouvir Hermione andar de um lado para o outro naquele dormitório, da cama à cômoda, jogando roupas para o ar compulsivamente enquanto tropeçava no que é que estivesse no seu caminho. 

- Hermione por favor! Dá pra pelo menos esperar o sol nascer? – resmungara a ruiva batendo no travesseiro, porém sendo ignorada. – Hermione? Qual é o seu problema?!



- O meu problema Weasley, é a sua voz de taquara rachada martelando os meus ouvidos. Dá pra ficar quieta? – respondera a voz da castanha, Gina abrira os olhos um tanto quanto confusa.



- Weasley? Desde quando eu sou “Weasley” pra você? – perguntara uma ruiva de cara inchada e voz magoada já de pé. 



- Desde que eu percebi que seu nome é algo bastante engraçado de se pronunciar. “Virgínia”... tsc. Sua mãe pensou nesse nome intrigante sozinha?



- Olha só quem fala... – respondera Gina ainda estranhando o tom impaciente da amiga logo de manhã.


                 Hermione vestia a saia do uniforme totalmente torta enquanto nos tornozelos jazia uma calça comprida de linho, e uma camisa branca de manga comprida obviamente de alguém bem maior que ela. Gina observava totalmente confusa Hermione entrar em conflito consigo mesma e fechara os próprios olhos com agressividade enquanto arrancava num movimento rápido aquela camisa do próprio corpo e vestindo agilmente a parte de cima do uniforme.


 – Não vai usar sutiã?


- Olha eu já tenho problemas suficientes, ok?! – vociferara Hermione e logo voltando no seu tom anterior para não acordar ninguém. – Além do mais, sutiã é uma invenção trouxa inútil. – Hermione saíra do dormitório e fora escada abaixo para o salão comunal da Grifinória sendo seguida pela ruiva ainda de pijama.


- O que você tem afinal? Por que está me tratando assim? Ainda está chateada comigo por causa da nossa última discussão, não é? Já parou para analisar por acaso como é que eu me sinto? – interrogara a ruiva enquanto Hermione permanecia de costas agora foliando agressivamente um livro que retirara da estante do salão. A castanha dera uma risada seca ainda sem olhá-la. 


- Na boa, a última coisa que eu faria no momento seria me dedicar a coisas que eu não me importo nem um pouco. E entre essas coisas não se encontra “analisar o que você sente”. 



- Então você realmente não se importa...



- Nem um pouco. – cortara Hermione.



- ...Com o que eu sinto pelo Conl? – Hermione levantara a cabeça de cima do livro de forma intrigada. Como se sua cabeça fosse uma espécie de radar que acabara por captar uma informação importante e fechara o livro se virando pra ruiva.



- Conl... hum... por que não disse antes? Pode falar. – Dissera Hermione numa forçada cara acolhedora. Gina dera um suspiro aliviado, porém mantendo o olhar indagador ainda de pé. 



- Quero que saiba que não é apenas um capricho...



- Que isso...



- Nem um mero deslumbre...



- O que seria completamente compreensivo.



- Eu realmente... gosto do Daniel.



- Chame-o pelo sobrenome querida, ele é Sonserino, família nobre... antiga. Sabe como é. – corrigira Hermione sem muito se espantar. 



- Você não o chama assim! – brigara Gina, já achando aquele tom arrogantemente irritante.



- Eu sou uma folgada sem correção. Mas continue...



- Quando ele me salvou... Digo, logo depois dele marcar aquele último gol para a Sonserina...



- Dois Gols, foram dois Gols seguidos. Lindos Gols por sinal, provavelmente entrou para a história do Quadribol de Hogwarts. Não narre a história se vai alterar os fatos por favor.



- Dá pra prestar atenção aqui por favor?! – brigara Gina logo prendendo a atenção de Hermione. – O importante é... Eu realmente gosto dele. Digo, de verdade. Sei que ele é um Sonserino, debochado, mas... não é o que ele realmente é. Eu sei o que ele realmente é.



- Sabe é? – perguntara Hermione sarcasticamente intrigada. 



- Sim, sei. Ele é Daniel Conl... o garoto engraçado da Sonserina, popular por suas conquistas, convencido até certo ponto, mas isso... ah não deixa de ser um charme, não é mesmo? 



- Continue...



- Ele gosta de fingir que é um sujeito ruim, convencido e egoísta que não liga pra ninguém. Por isso adota esse estilinho. Mas na verdade ele é o que mais se importa... vendo toda aquela dedicação pelo Malfoy e o modo como ele sempre cuidou de você...



- Não é como se eu soubesse me cuidar sozinha, sabe? Mas tudo bem, eu nunca reconheci mesmo sua magnitude.



- Isso me comoveu Hermione, me fez enxergar que ele não é nada do que aparenta. Quero dizer... tudo bem que ele é um canalha galinha, mas isso porque ele ainda não achou uma mulher que o ame de verdade sabe, alguém que o faça não querer mais ficar pulando de leito em leito...



- Nossa, e essa mulher existe?



- Sim, existe. Sou eu. – Hermione franzira o cenho como se estivesse de frente para uma pessoa completamente longe do seu juízo normal e optara por não dizer nada, vendo que era arriscado contrariar loucos.



- Ahn...



- Consegue entender agora? – perguntara Gina sorrindo radiante.



- Sim... – sorrira Hermione também forçadamente. – entendo que você é completamente maluca.



- Talvez... Mas eu vou lutar por ele Hermione, você como minha amiga devia ficar ao meu lado, mas se não vai ser assim, então no mínimo aceite a minha posição e não me critique mais.



- Oh eu aceito a sua posição. – respondera Hermione ironicamente achando muita graça no discurso da ruiva. 



- E não vai mais me criticar?



- Por que eu faria isso? Não faz parte da minha personalidade.



- Ta, agora você realmente está me assustando...



- É totalmente compreensivo, eu mesma tenho que amarrar as minhas mãos às vezes para não pular em cima dele. Acho até que você devia fazer mais... botar um anúncio bem grande no profeta de Hogwarts... não, NÃO, MELHOR! Por que você não começa a intimar todas as admiradoras do Conl para uma espécie de sociedade secreta ou fã clube? O que acha? Se arrecadasse dinheiro poderia tirar sua família do buraco muito mais rápido...



- O que? Como assim? – Perguntara Gina já completamente confusa e alterando seu tom. – Mas e quanto ao ego gigantesco dele que não precisa de mais ninguém para erguê-lo? Anúncio? Você mesma não disse que isso o que eu sinto só o tornaria ainda mais insuportável? Lembra? Insensível? E o problema de Alcoolismo dele? 



- Como foi que disse? – perguntara uma Hermione com um olhar sinistramente interessado e até mesmo afetado.



- Quero dizer, eu até entendo sua preocupação. O cara nem é francês de verdade... – Gina parara de falar sobressaltar e ver que Hermione levantara também de supetão da poltrona com o cenho franzido parecendo tentar engolir o próprio orgulho. Gina parecera novamente confusa, mas logo vira Hermione respirar pesadamente e virar-se para ela com um sorriso raivoso.



- Eu disse isso?



- O que diabos você tem?!



- Faça o seguinte Gina, prove que eu estava errada o tempo todo! Quer saber? Eu apóio a sua luta. Grite aos quatro ventos sobre a pessoa maravilhosa que Daniel Conl é, e de como ele é compreensivamente apaixonante. Não esqueça de citar sobre a galinhagem dele nada mais ser do que a busca por compreensão e aceitação feminina.



- Sim. E sobre sua máscara arrogante nada mais ser do que a superação de uma pessoa realmente solitária e insegura.



- OW! – Virara-se Hermione para a ruiva agora realmente ameaçadora apontando o dedo para a cara dela. E logo notando sua reação reveladora e tentando sem muito sucesso voltar ao seu estado anterior. – Insegura não. Daniel Conl nunca foi inseguro tá? Inseguro não. Ele é um poço de segurança. Ele é o senhor Super-Confiante Auto-suficiência e Egocêntrico-Mor de família nobre Sonserina, mais gato e inacreditavelmente atraente do mundo mágico, ta bom? Eu sou o que toda garota já sonhou e o que todos os demais gostariam de ser. 



Eu? – Repetira Gina com o olhar agora sinistramente acusador. 



- Não me olhe desse jeito, eu não erraria a colocação nominal se você não estivesse aqui há tanto tempo me confundido numa conversa sobre uma terceira pessoa quando eu na verdade devia estar procurando por feitiços de invisibilidade aqui o que é INCRÍVEL porque eu não encontrei nenhum ainda. Eu esperava mais do acervo da Grifinória sabe... eu estudo aqui!



- Aff. Tah, esquece. – rendera-se Gina não conseguindo entender as reações da amiga. – Então você apóia eu gostar do Conl.



- É claro! Uma garota tem o direito de gostar de quem quiser! E Conl... haoIHAOI é um ótimo partido, se é que me entende.



- Então você apóia mesmo? Nossa, posso investir nele.



- Use suas melhores armas ruivinha.



- Eu vou conquistá-lo e então seremos felizes para sempre! – Dissera uma Gina radiante, Hermione revirara os olhos e rira sem graça.



- Vê? Esse é exatamente o ponto em que nos desentendemos. O resultado. Eu apoio você pagar paixão pro Conl, acho que isso é uma coisa que o agradaria e muito. Mas não porque acho que vá da certo, e sim porque acho que será bastante divertido. – dissera Hermione de forma simples, mas ao ver a cara arrasada da ruiva continuara. – E porque também acredito na liberdade de expressão feminina, claro. Mas ruiva querida... Ame-o, mas ame-o de longe. Entende? Não tente contatos diretos, as coisas ficariam desagradáveis nesse ponto.



- O que? O que está dizendo? 



- GINA, querida... por que você não vai se ocupar com alguma coisa heim? Eu preciso me concentrar. 



- E por que ainda não pediu emprestada a capa de invisibilidade do Harry então droga? – Queixara-se Gina. Hermione virara-se para ela com a boca entreaberta de perplexidade. 



- Está me dizendo que todo esse tempo tem uma maldita capa de invisibilidade a minha disposição e você não falou nada???



- E precisava? Você sabe dela melhor do que eu! E Hermione! De quem eram as roupas que você estava usando? Aquela calça e aquela camisa não eram suas, e acredito que a cueca também não. Fale a verdade: O Malfoy aprontou pra você? – Hermione fizera uma cara de nojo ao mirar os olhos compreensivos da amiga e respondera enquanto se direcionava para o centro do salão.



- Que mane Malfoy, Gina? Malfoy não está aqui. Aquelas roupas minha cara, eram do Potter.



- Harry? Como assim? Vocês voltaram?



- Como se algum dia eu fosse me rebaixar a tal nível com tanto Sonserino francês atraente dando sopa por aí. Mas você me conhece, eu sou uma safada. 



- HERMIONE!



- Então, onde está o menino que sobreviveu?




               As vozes soavam estridentes na diretoria do castelo, um bruxo de cabelos oleosos andava de um lado para o outro como uma pantera enjaulada. Um bruxo mais idoso de cabelos longos tentava achar alguma solução dentro de sua mente miraculosa enquanto uma bruxa de menos idade que o idoso parecia completamente envergonhada e transtornada.

- Conl passou dos limites! – Brigara Snape consigo mesmo. – Capturar a varinha do diretor da escola? O que diabos ele pretende com isso? Eu me envergonho que ele seja da Sonserina, não tem nada haver com os pais dele, NADA! Deve ser expulso.



- Calma Severo. – Dissera Dumbledore numa voz mais tranqüila. – Daniel não é um Comensal da Morte, nem representa perigo para essa escola. Deve ter sido algum tipo de brincadeira de boas vindas, é só encontrá-lo.



- Quanto a ser um Comensal da Morte, tudo bem. Mas quanto a representar perigo a escola, há, isso é completamente discutível, sabe? – esbanjara Snape enquanto Dumbledore apenas revirava os olhos. Sabia da pouca paciência que Severo tinha com o intercambista. 



- Sinto muito Alvo, foi tudo culpa minha. – Lamentara-se McGonagal.



- Não seja boba Minerva, Daniel é impulsivo, o crédito é totalmente dele.



- A escola estava sob minha responsabilidade... E agora o portal em volta da escola não pode ser selado. A escola está totalmente vulnerável.



- Só nós sabemos disso...



- E o Conl... – dissera Snape ainda cuspindo sua fúria.



- Conl não vai armar nenhum atentado para a escola, é mais fácil ele planejar uma fuga do que um atentado. HaioHAI. – Rira-se Dumbledore. 


           Os três professores se entreolharam por um segundo onde todas as intenções pareceram ter sido somadas. 


– Tudo bem, todas as entradas da escola devem ser vigiadas, coloquem avisos sobre a procura de Conl por toda a escola. Ofereça recompensa se for necessário, mas Conl não não deve sair da propriedade! – dissera Dumbledore prontamente em todos os pulmões enquanto Snape e McGonagal seguiam suas ordens sem questionar. – Ahh... e mande chamar a srta. Granger também. Ela tem o estranho dom de sempre estar envolvida nas grandes catástrofes da escola, mais envolvida até do que o Harry, eu posso dizer.




                 Longe dos terrenos de Hogwarts, Hermione sentira os primeiros sinais de vida a sua volta, sinais que confirmavam que independente de onde estivera todo esse tempo, perdida dentro de sua mente ou em outro mundo, estava de volta agora para a realidade. Podia sentir o barulho da chuva contra uma janela, o estalar do fogo em alguma lareira, o vento gelado contra sua pele de um lado do seu corpo enquanto o outro lado era esquentado pelo calor da lareira... Estava viva, e estranhou o modo como aquela informação não lhe servira de alívio nenhum.

                 Por algum motivo queria voltar para as lembranças de Lilian e Ephram, era uma realidade distante que a magia Elemental fazia questão de compartilhar com ela nos seus momentos mais vulneráveis, e até mesmo meio perturbadora visto que se tratava da mãe de seu melhor amigo se envolvendo com o tio do Draco. 


               Mesmo que a história dos dois lhe parecesse familiar e dolorosa, se esforçava para odiar aquele homem de olhos escuros. Ele era mais que o Comensal que quase a matara na floresta Proibida, ele era uma vaga representação do que tinha medo que Draco se tornasse... Ee tinha raiva também por tê-lo se tornado, por ter abandonado Lílian, como Draco a abandonara... Era sina dos Malfoy largarem suas trouxas Elementais. 

                 “Draco...” ainda de olhos fechados sentira seu peito subir e descer numa respiração
transtornada. Sua cabeça voltara a doer assim como seus olhos se recusavam a se abrir. 

- Draco... – soluçava a castanha numa voz rouca despertando Ephram que tinha a atenção prendida em alguns livros espalhados pela cabana. Ele se aproximara as pressas e franzira o cenho ao ver que a castanha chorava descontroladamente.



- Abra os olhos Granger. Se tiver medo de acordar nunca mais retornará a ver Draco. – Hermione parara de soluçar subitamente, assustada com aquela voz. 


            Era uma voz muito recente, mas ao mesmo tempo estranhamente distante. Sabia que já a ouvira antes, apesar de não conseguir pensar em ninguém da Grifinória com aquele tom de voz. 



- Ephram... – dissera Hermione ainda de olhos fechados assustando o bruxo de leve. – Continuo sonhando... – vira Hermione voltar a desespera-se, chorar compulsivamente. – Essas lembranças! Malditas lembranças que não são minhas! Por que preciso tê-las? Por que?



- Eu não sou um sonho. – Esbanjara Ephram nada delicado levantando a garota pelos ombros até a altura de seus olhos, sacudindo-a, obrigando-a a abrir os olhos. 


             Hermione abrira os olhos bem arregalados e embaçados d’água cheios de surpresa ao mirar o mesmo bruxo de seus sonhos, poucos anos mais velho, ali a centímetros de si. Ao mesmo tempo que tudo que presenciara na mansão Malfoy voltara que nem uma avalanche para sua memória. 


– Eu sou real, te achei dada de presente na mansão e tenho tentado cuidar de você, já que sua responsabilidade não serve pra isso. Então acalme-se ou será tudo em vão. E ao invés de me irritar com seus problemas pessoais, me agradeça, por eu mesmo não ter matado você!

             Ephram soltara a castanha devagar, ambos sustentando o mesmo olhar de perplexidade e estranheza. Ephram se afastava devagar ainda receoso que a garota desse mais um ataque e começasse a bater a cabeça contra a parede da cabana. Voltara-se cauteloso para o caldeirão e enchera uma taça com um pouco do recipiente. 

- Só é necessário que beba um pouco disso... – Mas ao voltar-se para castanha vira que esta apontava a própria varinha trêmula para o bruxo. O bruxo revirara os olhos. – Não poderá me fazer nada Granger.



- É? Como pode ter tanta certeza? – dissera a castanha tentando manter os olhos ainda vermelhos muito abertos e o próprio corpo fraco de pé. 



- Provavelmente você acabou de gastar a única energia restante para transfigurar sua varinha até você. Você não tem energia suficiente nem para um expelliar... – Mas Ephram não conseguira terminar sua frase sendo jogado magicamente para trás com força fazendo a taça em sua mão voar para o outro lado da cabana batendo contra uma estátua de serpente de madeira escura, causando uma pequena explosão. – Sua idiota! Ta querendo morrer, é? E que raios, não tinha algo mais medonho pra ficar no meio do caminho, não?– Esbanjara Ephram com raiva ao se levantar. Vira a castanha cair de joelhos completamente exausta e fora contrariado até ela.



- Se afaste de mim Comensal! – ameaçara Hermione parecendo qualquer coisa menos ameaçadora. 



- É? Vai fazer o que agora? Me amaldiçoar com um Avada? – Ephram pegara a garota no colo a força e a pousara na cama botando mais um pano úmido contra sua testa. – Guarde suas ameaças para quando puder cumpri-las. 



- O que você quer? – perguntara Hermione em fúria, enquanto o bruxo enchia mais uma taça com o conteúdo do caldeirão.



- Te curar. – respondera ele indiferente.



- Por que não me entregou para Voldemort?



- Porque ele ia fazer o oposto do que estou tentado fazer agora: Matar você. Você é o que? Burra?



- E você é o que? Hipócrita? Não é exatamente isso o que você estava tentando fazer comigo na floresta proibida? 



- Isso foi antes de saber dos seus dons especiais. Agora pare de me interrogar e beba isso. – Dissera Ephram para uma Hermione que franzira o cenho e estendera uma fina linha nos lábios como que um sorriso sarcástico frente a uma pessoa completamente fora do seu juízo normal.



- Eu não vou tomar isso. Eu não confio em você. – dissera ela simplesmente.



- É, claro. Isso de fato parte o meu coração, mas você terá de beber isso se quiser ficar de pé algum dia. 



- Eu havia me esquecido que era o sonho de todo Comensal da Morte deixar uma “sangue ruim” de pé. É pra que? Poder acertar a maldição letal bem no meio do meu peito sem precisar se curvar? 



- Eu já poderia tê-la matado sem fazer nenhum esforço se essa fosse a minha vontade Granger, mas agora apenas tome essa porcaria, ok?



- Não obrigado. – Ephram respirara pesadamente se sentindo profundamente incomodado com a teimosia da bruxa e puxara a própria varinha e a apontara na direção dela. 



- Beba a poção, ou eu adianto o processo da sua morte. – dissera ele ameaçador.

                Hermione sentira um calafrio em sua espinha o que a fizera engolir em seco. Estava no meio do nada com aquele comensal que ameaçava agora a sua vida. Claro que quando fora em direção a mansão esperava passar por situações parecidas, mas não imaginou que morreria tão fácil. Ali, completamente indefesa, sem poder algum para se defender. Lembrara então de Draco, no meio daqueles bruxos encapuzados, com a Serpente tatuada em suas costas e rondando seus pés... Jurando lealdade a Voldemort, matando aquela pobre mulher...

“- Eu não tenho mais motivos... para ser bom

- Vai em frente.



- Qual é o seu problema? – Perguntara Ephram agora realmente confuso, achando a garota fora de si. – Por que sempre que estou de frente pra você, você quer morrer? Chega até mesmo ser irônico, visto que minha intenção inicial é mesmo te matar.



- E você? Nunca quis morrer? Ou todas as suas vítimas sempre imploraram pela vida? 



- Sempre. – Respondera ele seriamente.



- Bem, você não se conteve por elas, não precisa se conter por mim. Mate-me.



- Está me dando uma ordem sangue-ruim? – Perguntara Ephram novamente irritado com a atitude e tom da garota.



- É pessoal agora.



                  O diretor ondulava a própria barba branca perdido em seus pensamentos. A fênix cantava um assobio baixo em paz naquele escritório que a tanto não via, parecia observar o diretor concentrada, como se aquela melodia fosse mais para confortá-lo do que para si mesma. Dumbledore logo encontrara os olhos vermelhos da fênix e dera um sorriso amistoso, o reconhecimento daquele gesto na fênix quase lhe dera a impressão que ela o sorrira de volta.

- Entretida com os meus pensamentos Fawkes? – Perguntara o diretor, a ave apenas sacudira de leve as penas no topo da cabeça e logo uma batida se fez soar do outro lado da porta. – Entre. – McGonagal entrara no escritório, ainda no seu olhar apreensivo, logo sendo seguida por Snape. – Encontraram Daniel?



- Não está em nenhuma parte do castelo, professor. E sem sinais dele na Floresta Proibida também. – Respondera Snape. 



- E a senhorita Granger?



- Gina Weasley disse que ela saíra cedo da Grifinória, mas ainda não a encontrei também. – Respondera McGonagal.



- Pelo menos ainda está no castelo. – dissera Dumbledore um pouco mais calmo. – Ela deve saber do Daniel. Mas antes... têm algo que preciso tratar com vocês. 



- O que é professor? – perguntara McGonagal aflita pela seriedade do diretor brincalhão.



- Existe um motivo pelo qual eu voltei mais cedo para a escola... A Lei Das Varinhas foi aceita, de novo.



- O que? – Exclamaram os dois diretores das casas perdendo a cor do rosto.



- Hogwarts sofrerá uma chacina! – dissera Snape com irritação nos olhos, McGonagal já cobrira metade do rosto com as mãos. – Como pôde deixar essa lei ser assinada de novo?



- Eu não tenho as decisões do mundo mágico em minhas mãos, Severo. E essa é uma das poucas vezes que eu lamento isso.



- Para onde o Potter vai ser levado? – perguntara Snape, Dumbledore respirara pesadamente.



- Avalon, provavelmente. Junto de Hermione.



- Granger? Mas Por que? Ela é nascida trouxa, pela lei das varinhas vai ser mantida em Hogwarts. – Disse Snape, nesse momento McGonagal soluçava num choro baixo.



- Não, não vai. Não posso cometer o mesmo erro de trinta anos no passado. Eu também devia ter tirado Lílian Evans de Hogwarts, mas quis que ela recebesse treinamento de perto. 



- O que está querendo dizer? – Perguntara Mcgonagal ainda em meio ao choro.



- Eu não os informei antes, pois prefiro que isso continue sob sigilo. Mas Hermione Granger é uma bruxa Elemental, mas creio que dessa vez será mais prudente apostar na segurança dela do que seu treinamento. 


             Os dois diretores das casas explodiram em exclamações, desesperados para ouvirem detalhes daquela história, mas o diretor estava cansado. Como quase não acontecia, suas feições idosas pareciam dizer bastante sobre a disposição de Dumbledore que apoiara a cabeça na ponta dos dedos. 


– Só tenho que torcer para que Hermione não tenha ido atrás das próprias respostas sozinha, ou pior... que não tenha sido encontrada por nenhum comparsa de Voldemort. Minerva, certifique-se de que Hermione não saia do castelo.



- Não! Me Solte! O que está fazendo? Me solte agora! – Gritava Hermione por cima do ombro de Ephram que carregava a frágil garota com uma linha divertida entre os lábios. 


                 A garota que só vestia vestes de um tecido fino no corpo sentia agora a forte chuva gelada contra a sua pele ainda ardente de febre. Gritava como se as rajadas d’águas fossem contra seu corpo inerte como pedaços de vidro. A ventania também não ajudava, não havia um pedaço de seu corpo que não estivesse agora tremendo e gritando por abrigo. 

                Achava estranho o modo como aquele Comensal agia. Esperava diversos tipos de tortura, mas não imaginava um ato tão infantilmente cruel como aquele. Ser arrastada dentro da tempestade gritando de febre? Por que ele simplesmente não usava o Crucio nela, ela se perguntava. Hermione usava as poucas forças que tinha nos punhos frígidos para socar as costas de Ephram agora com mais força. Este finalmente parara e largara Hermione na neve de forma bruta. Essa imediatamente se encolhera invejando o sobretudo de pele do Comensal. 

- Você... por acaso... é louco? – A castanha perguntara com os dentes trincados de frio. – Precisava ter vindo tão longe para me matar? Porque apenas não me amaldiçoa logo? Quer me ver agonizar até morrer...?



- Você é filha única, não é? Pelo Menos foi até a maior parte da sua vida... – Perguntara Ephram indiferente, não se afetando nem um pouco com os membros encolhidos e cobertos de gelo da castanha ou seu olhar miseravelmente angustiado. 



- Por que? – Perguntara Hermione logo depois de analisar bem aquela pergunta insana e sem sentido algum.



- Porque é tudo sobre você. – Ele respondera enojado como se estive de frente para uma criança mimada de doze anos. – Você quer encontrar a morte? Então, não há lugar mais agradável! – Ele estendera os braços como se aquela fosse apenas uma agradável brisa no pé da montanha e uma chuva de verão. 


             Mas os braços e pernas congelados de Hermione a alertavam que não. Em volta Hermione só via uma paisagem cinza e cercada de neblinas que cobriam, provavelmente, mais montanhas. Aquela chuva parecia capaz de entortar as árvores do bosque que em questão parecia ter sido abandonado por qualquer alma que ali vivesse. Ephram, no entanto, continuava indiferente como um psicopata, enumerando divertido as opções de sua vítima. 


– Você pode ficar e morrer, vagar até sucumbir e desistir de encontrar mais alguém vivo e morrer... ou pode aprender a confiar em mim. É sua escolha, Granger.



- Você é louco... – Ela dissera agora realmente tentada a acreditar naquela ofensa e dando apreensivos passos para trás. – Todos vocês não passam disso: Um grupo de assassinos lunáticos! Malditos Comensais da Morte! Não prestam, nem você nem nenhum da sua família suja! Vocês todos podem ir pro inferno junto com o sangue puro ridículo de vocês. Quero mais é que vocês se afoguem nesse sangue de merda! Vocês é que são os menos dignos de usar magia! Vocês é que deviam ser caçados, perseguidos... oprimidos!



- Está mostrando a sua raiva, aprecio isso.



- Precisa-se ser mesmo muito idiota e fraco para seguir um demônio sem alma que nem Voldermort, que só pensa em poder! Qual é o problema de seguir alguém com ideais heim? Se fazem tanto de lobos, vocês... Mas na verdade não passam de um bando de ovelhas! 


               A garota que tremia cada vez mais abaixo da chuva, não parava de enfrentar o comensal com tudo o que tinha, esse surpreso pelas energias vitais da garota apenas franzia o cenho sarcasticamente interessado no discurso da jovem. 


– Não importa o quanto de poder vocês acumulem ou quanto pareçam ameaçadores, não importa o quanto sejam intimidadores ou quanto pareçam superiores. Ainda existirão aqueles para quem vocês nunca o serão!



- Ual! Lindo! Bravo! Emocionante... – Exclamava Ephram realmente entusiasmado com o sorriso mais sarcástico que Hermione já vira e que fazia o de Draco parecer uma mera imitação barata. – Para uma garota que está prestes a morrer... É nessa parte que eu decido levantar uma grande estátua em sua homenagem no centro do Beco Diagonal e gravo suas palavras inesquecíveis “Não importa o quão intimidadores sejam, ainda existirão aqueles pra quem vocês nunca o serão! ” Fiuu... Lindo.



- O que? Isso faz parte do seu joguinho de caça? Brincar com suas vítimas até que elas caiam no desespero antes do fim? É claro que nem por um momento vai passar pela sua cabeça que o clima tem alguma coisa haver com o meu estado... 



- Não, ele é o ingrediente Principal. Você fala demais Granger, tem coragem, admito. Mas em compensação fala em vão. Nada do que você diz tem qualquer por cento de credibilidade, porque o que você fala não passa disso, seu temperamento explosivo, sua coragem estúpida e sua incapacidade de fechar a boca. Que seja. Você fala demais e não faz nada. E quando resolve fazer, o que acontece? É encontrada sem sentidos por um Comensal da Morte na Mansão Malfoy. – O homem rira consigo mesmo. – Quero dizer... Mansão Malfoy, entende? Imagino eu que mente Inconseqüente foi capaz de te convencer disso. Por favor, me diga que não foi o Daniel. 

             Hermione sentira mais um calafrio fantasmagórico tomar conta do seu corpo e fazia certeza que era a lâmina do velho orgulho ferido novamente. Fora a hora que pensara em revidar e atacar aquele homem com qualquer arma que seu corpo desenvolvesse naquele momento, mas sentira seus joelhos cederem sem aviso prévio ao resto do corpo. Sentira suas pernas cobertas de gelo e a chuva se tornar cada vez mais forte. Não conseguia imaginar a quantos graus abaixo de zero estava fazendo ali. Mas levantara os cílios cobertos de gelo e ódio nas íris para ver Ephram fechar o sobretudo até a altura do pescoço enquanto continuava a falar sem se importar com ela. 

– Agora você, Granger... você realmente me decepcionou. – Ele dissera sentindo que suas palavras secas e sem um pingo de emoção feriam ainda mais a castanha enquanto retirava um maço de cigarros de dentro de um bolso do sobre tudo. – Quero dizer, quando você olhou no fundo dos olhos da Bellatrix cheia de ódio e disse “Eu vou matar você” eu realmente apostei minhas expectativas em você. Finalmente alguém com a disposição de tirar aquela insana do mundo. Não me entenda mal, Bellatrix não é das piores. No fundo eu até preservo alguma simpatia por ela. Não, tudo bem. Ela é das piores. 


               Ephram usara a própria varinha para criar uma chama que acendesse seu cigarro, Hermione apenas desejou que aquela chama de alguma forma voasse até ela e se espalhasse em sua volta feito uma fogueira.


 – Enfim você esqueceu da Bellatrix...



- Não, não esqueci. – Respondera Hermione quase sem voz, seus lábios já brancos e rachados. Sentindo um leve gosto de sangue nos lábios.



- Esqueceu sim... Ela te torturou, envenenou, te lançou uma maldição da morte que chicoteou no seu namorado, mas mesmo assim você foi correndo pro ponto de encontro principal dos Comensais só porque ficou com saudades do namoradinho e traumatizada. O que mais ela devia fazer pra despertar seu desejo de Vingança? Atropelar o seu Gato? 



- Eu não tenho um gato... – Ela tentara mentir, mas o comensal sorrira de lado.



- Meninas amargas têm dificuldade com o social humano, por isso procuram ter gatos. Independentes e Arrogantes. Características que mais admiram. É claro que demora pra gostar do gato também. Mas no fim se entregam como se fosse seu pequeno recipiente de maldades de estimação. Perfeito, tipo amantes.



- Eu não sou amarga! – Defendera-se Hermione soando tão infantil e ofendida que fizera Ephram rir.



- Mas é traumatizada, não é? – Hermione calara-se engolindo em seco o que fez Ephram continuar. - Você quase não fracassou por completo morrendo nos muros da mansão, usou magia animaga. Apesar do pesado gasto de energia que sofreu não acionou nenhum alarme contra si nos terrenos da mansão. Passou quase despercebida. Esperta, porém um tanto quanto patética.



- Me dê... minha... varinha... ao menos... – pedia Hermione, não conseguido desviar mais a atenção do próprio corpo que parecia ser prensado contra milhões de cacos de vidro, mas ainda assim vendo diante de seus olhos o grande letreiro fosforescente “Patética” pairando no ar.



- Não seja boba, você queria morrer. Se quisesse se sentir aquecida era só ter tomado a poção e continuaríamos na cabana. 



- Não... tudo bem, vamos voltar por favor...



- A dor nos faz fazer coisas estúpidas, não é mesmo? Agora você, mesmo que se encolhendo atrás do seu orgulho inquebrável, está agora me pedindo pra te deixar viver. Está se revelando uma adversária cada vez mais patética Hermione Granger. – O letreiro mudara para tons de rosa-choque e laranja com um grande contorno dourado em volta piscando em todas as direções.



- Por que você apenas não me mata heim?! Anda! Me mata! Não há nada que compense o tempo que me deixará viva... Não receberá nenhuma recompensa eu te prometo. Pode me matar!– Gritara Hermione se entregando para as dores do próprio corpo e as lágrimas que mal caíam de seus olhos. 

                 Estava encolhida chorando contra os joelhos enquanto apertava com força o pingente de cristal fume pendurado em seu pescoço dentro de suas mãos. Parecia o único recipiente conter uma fresta de calor. Sentia as dolorosas batidas do coração como algo muito pesado num corpo tão fraco como o seu. Seu choro saía arfante, sufocante como nunca chorara antes. Não tinha mais forças para voltar para Hogwarts nem para enfrentar aquele comensal. Não tinha mais forças para encarar ninguém naquele castelo que estivesse esperando por ela, nem para encara-se no espelho. Queria realmente desistir de tudo. Daquela missão cansativa que não ia mais dar em nada. 


                 Não queria mais pensar em Draco, lembrar de sua existência lhe causavam repulsas por dentro. Logo vira parar de cair aquela pesada pancada de chuva num ponto acima de sua cabeça. Ephram fazia uma segunda capa flutuar sobre sua cabeça protegendo-a pelo menos da chuva. Hermione levantara os olhos ainda cobertos de gelo e encontrara o olhar sério de Ephram que analisava seu estado miserável. 

- Eu te disse antes... Que independente do que Draco sentisse por você ele continuaria sendo um Malfoy. Não disse? – Hermione ouvira aquelas palavras quase como um assobio forte do vento. Lembrara imediatamente da noite na floresta proibida, Draco desacordado, quase morto.

“– Você sabe que independente de qualquer coisa, Draco ama apenas você... O que ele fez aqui... Foi apenas por sua causa, não pense que ele faria o mesmo para salvar outras pessoas... Ele ainda é um Malfoy... Ainda trabalha com Comensais... Ainda está do nosso lado. Ele não pode se transformar em outra pessoa só pelo amor que tem a você.
– Não. Ele é bom.


               Hermione ainda abraçava o próprio corpo e o pingente, sendo atormentada pelas lembranças do ritual. Vira a mulher trouxa morrer diante de seus olhos e as feições indiferentes de Draco. Tão parecida com ela, a mulher era... Poderia ser ela. 

- Draco escolheu um lado. Escolheu ser o herdeiro de Slytherin, escolheu ser o melhor soldado de Voldemort. Talvez esteja na hora de você também escolher o seu.



- Eu já escolhi o meu lado há muito mais tempo! – esbanjara Hermione novamente em fúria. 



- Ah Sim, eu me lembro. O Lado do Bem, não é mesmo?- Ele dissera num sarcástico interesse, ridicularizando a garota. – Imagino eu que grandes critérios você usa de base para ter tanta certeza de que está do lado certo. 



- Ah é mesmo? E que critérios você usa, para classificar o que faz? Como é que sabe que o que faz é certo? Ou você simplesmente gosta de fazer o errado? Mais provável.



- Ai, Ai Granger... Preste atenção nos sinais. O destino costuma deixar pistas do que é o certo a se fazer. – Dissera o Comensal com um sorriso perigoso. Hermione tentara rir da resposta sem sentido de Ephram, mas sem sucesso. 



- Honra? Ser nobre de caráter. Você não sabe o que significa ou apenas não tem importância pra você?! – Perguntara Hermione em desafio o que fez Ephram ter um pequeno acesso de riso.



- Hahaha “Nobre de Caráter”? Foi a coisa mais ridícula que eu já ouvi. Você é hilária.


 
- Estou do Lado de Hogwarts, de Dumbledore! Estou do lado de Harry! Se Draco é um soldado de Voldemort, então eu serei um soldado da Ordem da Fênix e não descansarei até...



- Você não é nada! - Cortara Ephram. Hermione também já tinha dificuldades em falar. – Você é uma bruxa sangue-ruim não formada. Possui a magia Elemental que não faz a menor idéia de como se domina, não duvido nada que não saiba o peso que ela representa.



- Eu... eu não sei do que está falando... – Hermione dissera quase sem voz surpresa pelo conhecimento do bruxo a seu respeito.



- Péssima em batalha, inútil em missões, inconseqüente e impulsiva. Talvez nunca mais consiga se transformar na forma animal de novo. Acorda! Você não serve pra nada nem no exército de Dumbledore, que também não é lá muito exigente. Você não duraria dois segundos num confronto com Draco que não hesitaria uma única vez antes de matá-la. Pare de bancar a militante intimidadora. Por favor...Você estava agora pouco pedindo pra morrer. Você não tem mais forças pra lutar por nada porque você apostou todas as suas expectativas no meu sobrinho. Agora você está toda destruída emocionalmente só porque esperava uma posição dele que você também nunca esteve disposta a tomar. 



- Que posição?! – perguntara Hermione enraivecida.


 
Trair a sua família. 


              Por mais sádico que fosse o argumento de Ephram, Hermione sentia que fazia sentido. Realmente ela nunca esteve disposta a dar as costas a “própria família”, A ordem da fênix, Harry e seus ideais. Coisa que Draco teria de fazer para ficarem juntos e isso a ferira ainda mais. 


- Culpa é uma Merda. Que amor, heim... Patético.



Você não sabe nada sobre isso.


 
- Não pode se dar ao luxo de ser fraca só porque está traumatizada. Seus sentimentos e de Draco não têm a mínima importância perante a essa guerra. Quer chamar atenção faça algo engraçado. Cresce!

                Hermione permanecera por encarar os sombrios olhos de Ephram, não conseguia entender a posição daquele Comensal. Parecia mais uma charada do destino criando seu confronto com um último Comensal antes de morrer que por ventura era o tio de Draco, para jogar em sua cara em como aquela inútil devoção pelo seu amado fora ridícula uma vez que sempre ficara mais do que decidido o lado de cada um. 


                  “Mas ele disse que me amava...” Uma voz repetira em sua cabeça fazendo-a derrubar uma última lágrima que secara no meio do caminho. “Disse que ficaria do meu lado.” “Eu cheguei tarde... cheguei tarde demais...”.

- Agora se quiser sobreviver a isso e se dar uma chance, eu sou o único a quem pode recorrer agora. Confie em mim ou te deixo aqui para morrer. 



- Porque se preocupa comigo?



- Eu não me preocupo. Você morrerá poucos segundos depois que eu der as costas pra você, faça um favor a si mesma: Sobreviva. – A castanha engolira em seco com raiva daquele sujeito que fazia pouco caso de seu sofrimento. 


                     Ela que sempre estivera acostumada com seus amigos atenciosos e preocupados consigo, agora via aquele homem chamando-a de fraca e exigindo seu amadurecimento. O pior de tudo é que também não tinha mais forças pra bancar a orgulhosa ou sequer qualquer tipo de oposição. Estava encharcada até os ossos e sentia-se a pouco de perder os sentidos mais uma vez.



- Você vai me entregar?



- Não seja idiota, pra que te tiraria da Mansão? – Hermione ainda encarara os olhos negros de Ephram mais uma vez, certa de que todo seu ódio estava sendo transpassado através da grossa camada de gelo entre eles.



Continuarei sua inimiga para sempre, Malfoy. – Ephram respirara entediado, se aproximava da castanha com um cobertor que transfigurara ali. Indiferente com as feições selvagens da garota.



Logo aprenderá a deixar de lado esses seus comentários patéticos irrelevantes também




- Haaaaarrryyyy – chamara uma voz arrastada no batente do vestiário masculino de Quadribol. Harry que terminava de vestir seu uniforme de Quadribol não se surpreendera com aquela voz e respondera sem olhá-la.



- Fala Hermione... acordada tão cedo?



- Não vai funcionar se você não olhar. – brigara a castanha e Harry com o cenho franzido se virara para onde a castanha estava e perdera a cor ligeiramente. 


                Ela estava jogada de qualquer jeito no batente da porta, com a saia do uniforme bem mais curta que o normal e camisa amarrada na cintura com os primeiros botões abertos, e uma cara de pidona muito perigosa.



- Ai caramba. O que você quer? – A castanha sorrira de lado fazendo menção de se aproximar. – Não aproxime essas curvas de mim, eu conheço bem as suas artimanhas mocinha. Diga logo, o que você quer?



- Pra ser direta, a sua capa de invisibilidade. Caso de vida ou morte. Por favor... – Ela fizera bico o que o fizera achar aquilo igualmente aterrorizador quanto atraente.



- Quem te ensinou a fazer isso?? – perguntara ele transtornado.



- Isso o que? Não estou fazendo naada... – ela dissera fazendo ainda mais bico e cruzando os braços como uma criança mimada.



- Tudo bem! Tudo bem! Pode pegar!  – Dissera Harry totalmente transtornado. Hermione sorrira satisfeita.



- Ótimo. – dissera ela fechado os botões da blusa e desdobrando a saia. – É revoltante o modo como é fácil. ¬¬



- E pra que você precisa da capa? Não está pensando em ir atrás do Malfoy, está? – Perguntara Harry agora intrigado. Hermione começara uma risada nervosa.



- O que... O que... você pensa que eu sou? Estúpida? Ir sozinha na mansão Malfoy está no topo da minha lista de coisas terrivelmente estúpidas que nunca deverei fazer. Vem logo depois de atacar o diretor da escola haoiHAOIhaoiH.



- Você está estranha...



- Eu estranha? Há! Essa é boa vindo do garoto que sobreviveu. O que anda fazendo agora? Contato com alguma associação bruxa secreta? Porque você anda mais anti-social que o Snape. Escondido pelos cantos, evitando tudo e a todos. – Dissera Hemione indiferente enquanto arrancava um fiapo irritante da blusa e logo adicionando baixo. – Aberração.



- Você reparou é... – perguntara Harry desconfiado.



- Eu não precisaria estar aqui fazendo esse papel ridículo se você fizesse o seu direito. Sabe, existem coisas mais preocupantes que Voldemort.



- Me desculpe ter deixado você de lado... – dissera Harry com um sorrisinho de lado caloroso, o que fez Hermione franzir o cenho de forma assustada. – Mas se você tem sentido a minha falta... – dissera Harry se aproximando perigosamente da castanha que dava os mesmos passos cautelosos pra trás.



- O que... o que você está fazendo... ?



- Nós podemos... sabe... matar a saudade... 



- Não se aproxime mais Potter ou... ou... eu juro por Deus que termino o que ninguém conseguiu até hoje!



                    Cortinas Vermelho sangue penduradas na divisória improvisada separavam o resto da cabana de um cômodo à parte. Hermione, já mais disposta secava os cabelos numa manta que Ephram deixara lá dentro pra ela e vestia agora outra muda de roupas do homem.


                   Olhara-se no espelho oval coberto de pedras preciosas o próprio reflexo, porém mais pálido e envelhecido. Hermione poderia pensar em inúmeros fatos que poderiam ter causado isso. Mirara o pingente que seu reflexo carregava no pescoço, sentira-o frio contra a sua pele e novamente sentira aquela sensação de afogamento dentro de seu peito. Modera o lábio inferior para não derramar em lágrimas de novo e desviara os olhos do espelho.

                    Passara a mão sobre a testa já não mais fervendo, e escorregara-a pelos cachos, rira-se por um momento analisando tudo que ocorrera nas últimas horas pela terceira vez aquele dia, dessa vez de um ponto de vista um tanto quanto sádico que parecera ter uma visão bem engraçada das coisas. 


                     “Onde eu vim parar?” murmurara Hermione olhando em volta naquelas prateleiras, todos os pertences de um provável ex estudante de magia adolescente. Sabia que era estranho o modo como não simplesmente saltara pra cima daquele poço de informações secretas e conhecimentos profundos do que poderia ter sido Ephram, os pais de Harry quem sabe... Bellatrix. Sentira o Inácio dar uma curta investida dentro de seu estômago quando brilhara a hipótese de ter algum conhecimento escondido ali de Magia Elemental, mas ainda assim não cedera a sua curiosidade. 

                        Por favor... Ela estava dentro daquela cabana no meio de uma tempestade no meio do nada, acompanhado unicamente de um Comensal da Morte que já ameaçou sua vida diversas vezes. Lógico que ele já havia provado de diversas formas não ser um Comensal comum, mas essa característica também não consolava Hermione. Não sabia o que ele era capaz de fazer. Não sabia também se ele pretendia mantê-la prisioneira por mais algum tempo, se tinha chances de ser encontrada. 


                      Daniel... o que estaria fazendo? Será que teria ido na Mansão atrás dela? Daniel é íntimo dos Malfoy e sabe se virar em relações com seres malignos. Isso significava que ele não correria perigo, certo? Eram muitas as dúvidas que surgiam na mente da castanha naquele curto tempo em que procurava se concentrar em qualquer coisa que não fosse Draco.

                       A castanha puxara um pedaço de pergaminho velho que parecia estar caindo pra fora de um livro de capa vermelho escuro. Prestara atenção no som atrás das cortinas onde informava que Ephram provavelmente estava fervendo mais poção e abrira o pergaminho. Com uma letra quase ilegível e provavelmente escrito as pressas, havia um texto entre aspas, como uma nota tirado de outro livro ou de alguma aula. Hermione não sabia ao certo, mas antes que questionasse qualquer ação sua miraculosa, já estava lendo aquele texto.


                   “Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. " 

Por Sarah Westphal



                 “Tudo Bem...” Pensara Hermione com um sentimento quase sarcástico. Não era exatamente o tipo de conteúdo que esperava encontrar ali. Virara o pergaminho analisando cada extremidade na esperança de encontrar mais alguma informação. Mas só haviam duas ali: “Sarah Westphal” e o fato dela não gosta do “Quase”. Agora, quem era Sarah Westphal? Ela não se lembrava de ter visto nenhuma Sarah em suas visões, nem nunca ter ouvido falar em uma. Que ótimo! Não podia ser uma carta da Lílian? Ou do James... Bellatrix? Qualquer informação referente a vida de Malfoy?! Fora uma decisão árdua sair fuxicando nas coisas de um Comensal, pensara Hermione, e quando o fazia era pra encontrar respostas ao que estava sentindo?

- Que Merda! – Exclamara Hermione irritada com a perseguição do carma. 



- Granger? – Chamara Ephram descontraindo do outro lado.



- Já vou! – Responde ela de volta e logo voltando a falar com si própria. – Olha eu falando “Já vou” pro comensal que está me seqüestrando pela segunda vez. Tsc. Mas não é possível! Quem é essa mulher? Quem é a desgraçada, seja quem for eu odeio. – Repetia-se Hermione enquanto procurava nas prateleira pelo exato livro do qual pegara aquele pergaminho.


                Então vira-o, capa velha de couro vermelho escuro, mas mal se aproximara do livro quando as cortinas foram abertas de uma só vez fazendo a castanha virar num susto e amassar instintivamente o pergaminho em suas mãos.



- O que está fazendo? – Perguntara Ephram olhando a volta de Hermione, seu par de olhos negros davam-lhe quase o aspecto de um corvo. – Fuxicando?



- Foi aqui que Lucius Malfoy se escondeu, não foi? Enquanto fugitivo... – dissera Hermione andando pelo resto da cabana, tentando desviar a atenção de Ephram enquanto escondia o pergaminho nas próprias vestes. Ephram a seguira com um olhar totalmente desnorteado. 



- O que?!



- As teias de aranha e o estado das janelas e da porta meio que dizem que a cabana é muito velha e pela época das roupas que tem me emprestado parece que a cabana ficou fechada por muito tempo. Porém a mobília parece ser nova, adicionada por magia por alguém que provavelmente estava só de passagem. É lógico que você parece já estar aqui a algum tempo, mas você me parece do tipo viajante solitário que curti um abrigo no meio do nada, e mesmo para um Malfoy, todo esse luxo não parece ter nada haver com o estilo rústico de um andarilho. Creio que você achasse o antigo aspecto da sua cabana muito mais aconchegante. É claro que pelo nível soberba da mobília, e os infantis comentários insatisfeitos que fez a respeito só me fazem pensar que a cabana fora abrigada por alguém íntimo. Um mero Comensal não teria autoridade pra mudar suas coisas, teria? E obviamente um bruxo puro sangue, classe alta que viveu a vida toda numa mansão como Lucius Malfoy não iria se adaptar as condições simples de uma cabana. É claro que o aspecto dark ajudou... e as serpentes. 



- Ual, observadora... – dissera Ephram ainda sarcástico mais ainda sim surpreso. – Devo esconder minhas cartas do ministério?

                  “Cartas” Pensara Hermione. Se ele não fosse um Comensal disposto a mudar de idéia a qualquer momento sobre mantê-la viva ou não, talvez fosse mais fácil descobrir sobre aquele pergaminho, sobre muitas coisas... “Minha Nossa, O filho da mãe é uma relíquia de do Passado”. Só então a ficha caíra, Hermione se dera conta de que estava ali de frente para talvez o único sobrevivente da época de Lílian que pudesse traduzir muitas das dúvidas que surgiam junto à suas lembranças. Não só sobre Magia Elemental como também da ligação dela com Evans. Magia Elemental... 


                   “- Só existiram dois alunos experientes na Magia Elemental. Eles se comprometeram a estudar profundamente pelo mundo nas férias, treinar, traduzir todos os manuscritos antigos... Eles realmente foram os ícones de conhecimento da Magia Elemental. Os únicos também. Veja bem, não é uma magia muito segura de se ter conhecimento. 
- E quem foram eles? 
- Um deles está morto. Refiro-me a Lílian. Ela demorou a aceitar seu destino de bruxa Elemental, mas se dedicou inteiramente a ele. Pena que o destino realmente não fora muito bom para com os Potter... O outro... Bem, tentou te matar na semana passada.



                    Aquela lembrança de poucas semanas atrás viera até Hermione de forma tão avassaladora que ela acabara por cair sentada no sofá não se importando mais em disfarçar qualquer coisa de Ephram. Revivia agora a conversa que tivera com Dumbledore na diretoria, única conversa que tivera sobre seu novo poder. E agora estava ali, de frente para o Comensal da Morte que perturbara seus sonhos tantas vezes.

- O que você quer de mim? – Perguntara Hermione firme. 


              Ephram novamente parecera confuso achando aquela garota realmente muito estranha, além do normal. Era extremamente difícil acompanhar a linha de raciocínio que a mente dela parecia seguir. 



- Seja mais específica, por favor... Agora? Unicamente que você cale a boca. Minha mobília já é bastante desagradável sem você ficar me lembrando isso. 



- Não! Você me poupou na Floresta Proibida e agora me resgata da mansão dos Malfoy. Quero dizer... Eu já entendi que você mudou de idéia quanto a me matar quando descobriu sobre os meus poderes, mas o que exatamente você quer de mim, eu não sei. Você virou o meu fã ou ta querendo saber qual dos lados da guerra oferece maior recompensa pela minha cabeça?



- Hã? Espera aí... eu te poupei? Eu realmente não tinha encarado dessa forma.



- Anda! Conta! O que quer de mim? Por que não me deixa ir embora? – Ephram revirara os olhos contrariado pelo tom autoritário da garota, mas se jogara na poltrona de couro a frente da garota.



- Muito bem Granger. Eu só vou ignorar a sua audácia em tentar me dar uma ordem pelo fato que essa conversa é do interesse dos dois. Mas não tente outra vez.



- Estou ouvindo. – Ela dissera ainda firme e com a atenção presa. 



- Como você mesma disse, eu mudei de idéia quanto a te dar o destino reservado a todos os sangues-ruins do mundo mágico justamente por causa da sua magia Elemental. 



- Hã? Que? HoiHAIO do que está falando? O que é “Magia Elemental”? Eu não sou formada. – Repetira Hermione nervosamente tentando parecer natural sem sucesso.



- Está tentando me passar atestado de burrice? Há essa hora Dumbledore já deve ter te contado sobre Lílian Potter e que somos os únicos que estudaram magia Elemental. 



- Não... Por que ele deveria ter me contado?



- Porque você controla os elementos garota! Eu conheço magia Elemental quando vejo uma. De que poder achou que eu estivesse falando? Seu incrível Cinismo? - Hermione desviara os olhos num bico orgulhoso por um momento se sentindo numa discussão infantil com Draco. – Você precisa ser treinada. – Hermione virara-se novamente pra ele com o cenho franzido.



- E? Era só isso? Um Conselho? Não podia ter feito por carta? – Ephram dera uma curta risada, momentaneamente divertido com o gênio difícil da garota, mas logo voltando ao seu tom sério.



- Deixe-me treiná-la. – Fora a vez de Hermione abrir um sorriso curto, porém carregado de Sarcasmo. 



- Não. Obrigado.



- Por que não?



- Eu consigo pensar em milhões de motivos. – Ela dissera ainda nos seu tom sarcástico irritada com a serenidade do Comensal.



- Cite um.



- Hum... Eu não quero.



- Por que não?



- Porque eu não gosto de você. 



- Hã? E você gosta de todos os seus professores? 



- Meus professores não são Comensais da Morte... Eu acho. – Dissera Hermione quase que para se defender da imagem de Snape sendo morto tantas vezes em seus pensamentos. Um silêncio incômodo se estendera entre os dois e Hermione logo começara uma risada nervosa e sarcástica. – Okey eu vou ignorar esse seu silêncio sugestivo e não encará-lo como uma indireta negativa.



- Como você pretende evoluir sua magia? 



- Isso não é da sua conta. 



- Eu sou o único que pode te ensinar. Até Dumbledore sabe disso. Pergunte a ele.



- É exatamente isso o que eu vou fazer; pedir a opinião dele. Aposto que ele vai concordar em eu ser treinada por um Comensal da Morte. 



- Dumbledore vai pensar que eu vou te matar por você ser sangue-ruim. 



- É? Eu pensaria isso também. Ai.. – Hermione sentira uma forte dor de cabeça e uma ligeira exaustão. Ainda estava meio fraca, notara isso. – E não me chame de sangue-ruim.



- Acontece que eu não vou te matar. E eu já provei isso pra você.



- Provou nada! Isso pode ser muito bem um plano!



- Pra que? Te entregar pra Voldemort depois que você ficar super-poderosa e “não-vulnerável”? Com certeza nunca tive oportunidades melhores. – Ele respondera irônico.



- Eu já escolhi um lado. – Ela dissera depois de outra forte dor de cabeça.



- Legal. Quer saber usar sua magia ou não? 



- E o que você ganha com isso? Porque seu interesse? – Ela perguntara fazendo agora com que Ephram ficasse momentaneamente mudo, mas logo ele respirara entediado.



- Magia Elemental me fascina. Não é da minha conta como você vai usá-la depois. 



- Mesmo? Então como você matou Lílian Potter? 

                    Hermione vira quase que em câmera lenta o Comensal mudar a sua pele para três tons mais pálido, antes de levantar da poltrona como uma fera sinistra derrubando a mesinha de centro que os separava. Ele vagamente lembrara Draco da vez que Hermione entrara em sua Penseira só que de um jeito bem mais assustador. 



                 Hermione sentira um calafrio sinistro na espinha sentindo as próprias mãos geladas, sabia que aquele seu comentário, como seu tom irritaria por demais o Comensal como já estava fazendo há algum tempo e sabia como aquilo era arriscado se surpreendendo com a própria indiferença àquela situação que botava em risco sua vida. Mas não conseguia reprimir sua aspereza frente à Ephram que parecia a representação e sustentação de tudo que a atormentava. 


                Mas fora inesperada a forma como o Comensal reagira. Parecia possuído ou que havia acordado alguma sombra sinistra no fundo de seus olhos negros, a mesma sombra que parecera haver nos olhos de Draco no fim do ritual, algo realmente maligno, se sobrepusera como um vampiro pra cima de Hermione que sentira de forma gelada e áspera a real definição do Medo. 

Eu não o fiz. – Ele dissera numa fúria contida como que ela o estive estendendo um crucifixo. 


               A sombra negra permanecera por encarar as regaladas amêndoas por algum longo tempo até que se retirara de perto dela. Ela vira a fera se recolher pra sua cela enquanto o Comensal apoiava-se de cabeça baixa contra a lareira da cabana. 


– Você sabe o que significa o ritual que você viu? 


              Hermione se surpreendera de novo com aquela pergunta, quase esquecera de tal ritual. O que significa... Significava diversas coisas distintas na cabeça de Hermione... Inclusive que Draco não a amava mais... Que se tornara um assassino... Se oferecera como Assassino. 


– Significa que Draco aceitou a missão de matar seu precioso amiguinho.



- Harry... – murmurara Hermione. 


               Aquela não fora a resposta que esperara ouvir, era muito mais cortante e terrível que as respostas que sua mente formulara. Ephram se virara pra ela, não mais com uma sombra sinistra, mas na sua posição inicial de Comensal agindo contra a própria natureza. Ele vira o cenho da castanha se franzir numa posição forte, mas ao mesmo tempo não disposta a ouvir aquela realidade fatal que ele conhecia.



- Voldemort batizou Draco como seu herdeiro. Herdeiro dos poderes de Slytherin. Sabe o que isso significa? – A castanha não respondera apenas engolindo em seco. – Significa que Voldemort passou a maldição adiante. Deu a Draco todos os poderes inabaláveis de Salazar Slytherin, poderes que não tem mais utilidade nos seu próprio corpo, para matar Potter e todo o exército que se unir a ele.



- Que poderes? 



- Ahh... Não depender mais de varinhas, instintos não-humanos, leitura e manipulação da mente... – O Comensal rira sarcástico fazendo com que Hermione mesmo imaginasse os absurdos poderes adicionais de que não falara. – E por aí vai... Voldermort transformou Draco numa arma invencível



Invencível? – Perguntara Hermione quase sem voz.



- Bem... quase. – O comensal dera um meio sorriso perigoso que arrepiara novamente a castanha. – Ele é só um lado da moeda. 


             Outro silêncio se estendera entre os dois de forma sinistra, Hermione sabia que tinha de ouvir tudo... 


– Você se apóia ao amor de Draco na esperança que ele mude ou renegue de uma vez por todas tudo que conhece desde que nasceu, mas ele não é mais capaz disso. Entende? Ele fechou o juramento com Voldemort. Ele decidiu por livre e espontânea vontade fazer o ritual. Deve estar preparada Granger, para o que virá. Draco mudou. Argumentos sentimentais nunca mais funcionarão com ele, maior que todos os poderes que ele vai adquirir com o tempo depois desse ritual, é a imunidade aos sentimentos que ele adquiriu. O herdeiro de Slytherin não pode amar 


                Hermione não conseguira conter uma lágrima que escapara de suas íris orgulhosas.


 – O romance de vocês dois acabou. Outra historia começa agora, porque o que vocês passaram não importa mais a ninguém. Agora é uma questão de ficar vivo ou não. E se quiser ficar viva vai ter que aprender mais do que fazer redemoinhos de neve. Antes de ficar forte por fora precisa ficar forte por dentro. E seu emocional Dramático e Amargurado é o mais vulnerável que eu já tive o desprazer de analisar. Aproveite que Draco te abandonou, escolheu um lado... E desista dele também. Não há mais esperança para você dois. Dessa vez o patamar é mais alto e obscuro. Vai por mim. - prendia-se diante do Comensal, obrigando-se a ouvir todas as respostas às questões que há tantos meses somavam-se em sua cabeça. – Agora, está disposta a ouvir toda a história, Herdeira de Sépia das Pedras?

                 A resposta àquela proposta foi a forte ventania que derrubara as tábuas da janela da cabana que adentrara no local apagando todas as chamas que haviam ali. Velas e Lareira, tudo ficara na mais completa escuridão. Hermione acabara por tropeçar e cair na poltrona de novo ao ouvir os barulhos de Ephram saltando astutamente entre os móveis provavelmente indo pegar sua varinha. Hermione também achara a sua rápido, e toda aquela chuva invadindo a cabana meio que despertara Hermione para o que realmente estava acontecendo ali e sentira-se tentada por amaldiçoar Ephram aproveitando-se da distração do Comensal. 

- Essa cabana está se deteriorando. – reclamara Ephram enquanto ia em direção ao estrago na janela. 


               Então algo mais forte que ela, que ela não conseguira entender, mas que condenara, fizera com que ela não seguisse adiante com o seu plano de derrubar o Comensal e cair fora dali. Ela dera uma curta risada sarcástica do comentário do Comensal se levantando também da poltrona.



- Se Daniel Conl estivesse aqui provavelmente diria: “Eu não tenho que pensar nisso agora. Eu vou ficar maluco se pensar. Eu penso nisso amanhã.” 


                 Ephram rira por dentro ao reconhecer aquela expressão de seu jovem aluno e concertara a janela apenas com um movimento simples da Varinha.



Reparo. – Enfeitiçara Ephram. – Daniel é bom garoto. Ao contrario de Draco, nunca apreciou a violência. – Dissera fazendo a castanha dar um meio sorriso no escuro enquanto dizia um feitiço para iluminar o lugar.



Lumox. 


             Então outro baque acontecera surpreendendo os dois, dessa vez um estalar muito forte como que se uma terceira pessoa acabasse de aparatar ali, pensara Hermione em choque. E de fato o era. O terceiro bruxo no meio da luz fraca da varinha de Hermione acertara um murro pesado na cara de Ephram arrastando-o com brutalidade contra a parede forçando um braço contra o pescoço do Comensal enquanto apontava a varinha pro seu peito.



- Tudo bem! Eu não gosto mais de você! Eu estou disposto a usar tudo o que você me ensinou para acabar contigo agora mesmo se não me disser o que fez com a Hermione! 


             Todas as luzes da cabana se acenderam magicamente revelando um jovem de cabelos loiros e espetados o que fizera com que Hermione desse um salto pra trás e abrisse um sorriso realmente feliz.



– Daniel! – Gritara a castanha fazendo o loiro virar-se pra ela imediatamente, mas ainda sem soltar o Comensal. 



– Ah você está viva! Graças a Merlin! – Dissera Daniel Conl euforicamente aliviado. – Agora fica na sua aí se não quiser que eu mesmo mate você. Eu te odeio agora!



– Hã? 



– Faz idéia do que eu passei por você?! – Gritara Daniel agora parecendo realmente transtornado e logo embaralhado. – O diretor foi atacado!



– Como assim??? – Exclamara Hermione completamente confusa.



– Solte-me Daniel. Eu não quero matar você. – dissera Ephram entre dentes divido entre o tédio e a irritação. Aquele moleque havia ficado realmente forte. 



– Tudo bem. Eu não vou julgar você. – Dissera o loiro ainda ameaçador.


              Hermione intacta estava sem reação. Não conseguira forças para atacar o Comensal, mas não sabia se vê-lo sendo atacado pelo amigo a confortava ou não. Não conhecia as verdadeiras intenções do bruxo. 



– Daniel está reagindo... isso é novidade. – Dissera Ephram sentindo o braço de Daniel pressionar ainda mais sua garganta. 



– Não estou transformado dessa vez. – Dissera o garoto numa expressão ameaçadora que Hermione nunca vira no amigo antes. 


              Lembra-se da ultima vez que Daniel enfrentara Ephram na floresta proibida e em como Daniel devia estar se sentindo desde então já que fracassara na missão de protegê-la e sentira um carinho ainda maior pelo amigo. 



– Porém sempre precipitado. – Dissera Ephram numa voz entediada um segundo antes de empurrar Daniel contra a outra extremidade da Cabana. 


                 Tudo acontecera rápido demais do ponto de vista de Hermione que ainda estava muito fraca e sem reação. Os dois bruxos se puseram em posição de duelo enquanto suas varinhas magicamente transformaram-se em duas espadas de esgrima. 


– Tudo bem, vamos brincar...



– Olha, já sei de quem Draco puxou os péssimos hábitos. – Dissera Conl no mesmo tom enquanto investira contra Ephram. 

              Hermione observava tudo como de camarote. Era como se tivesse sido transferida novamente para o torneio de Esgrima. Mas agora era tudo real, era uma batalha verdadeira entre Adolescente e Comensal, Aluno e Professor. Era de certa forma emocionante. Ephram era incrível, parecia um vampiro sinistro do século XVII movendo-se numa velocidade sobrenatural, mas Daniel também lutava incrivelmente. Tinha agilidade também incrível e parecia já conhecer, ou melhor,prever os movimentos do Comensal.

             Hermione surpreendera-se com os movimentos de Daniel. Ele estava diferente, lutava sério, mais sério do que qualquer outra vez que presenciara. Ficava óbvio que Daniel não dera nem um terço de si no torneio, estava lutando melhor meio que no mesmo nível do Comensal. Lutava melhor que Draco. Hermione por um momento perguntara-se se não havia Daniel perdido propositalmente o torneio.

– Bela investida. Estou pasmo Dan. – Dissera Ephram sarcástico, porém com uma porcentagem de orgulho sincero.



– Conte pra mim. Só pra mim, você é pai do Draco. – Brincara Daniel, porem nada amigável batendo com força a própria espada na de Ephram fazendo esse tropeçar para um lado. Ephram não permitia-se baixar a guarda nenhum momento, nem havia como. 



- Não. Draco é filho de Sírius Black. É fato que Narcisa se enroscara bastante com o Maroto antes de se casar com meu irmão. – Respondera Ephram indiferente também investindo contra Daniel que defendia-se com vigor.


              Hermione temia que Daniel se distraísse por demais com o próprio sarcasmo e acabasse saindo ferido. Sabia como o garoto era inconseqüente e gostava de uma boa implicância. Porém ele estava sério, tinha um olhar decidido. 



- Engraçado. – respondera o loiro de cabelos espetados logo depois de levar um curto arranhão no ombro. 


             Arranhão que não significava nada naquele duelo, Hermione pensara, uma vez que era obvio ali que Daniel é quem tinha a vantagem. O loiro dera apenas um sorrisinho perigoso ao notar a própria ferida e investira novamente avançando contra Ephram. 



- Não acredita? – Dissera Ephram enquanto defendia-se sem facilidade alguma das investidas de Daniel – 30% de todos os pais bruxos não se dão conta que eles estão criando os filhos de outro.



- Pelo o que eu ouvi, paternidade falsa chega a 10%. – Dissera Daniel rindo-se sarcástico enquanto quase perdera a espada para Ephram, mas escapara dando outro murro na cara do Comensal que cuspira sangue dessa vez.



- Isso é o que nossas mães querem que acreditemos. – Dissera Ephram devolvendo o soco em Daniel que caíra no chão, mas logo dando uma rasteira no Comensal. Hermione não conseguia acompanhar direito, mas logo os dois já estavam de pé lutando de igual para igual. - 50 douradas que estou certo. 



- Aceito seu dinheiro. – Daniel cortara horizontalmente a barriga de Ephram de leve, mas fazendo com que o Comensal exclamasse de dor o que fez com que Hermione inconscientemente exclamasse também. 



- Daniel Não!



- Está tudo bem, ele não se atinge fácil. É tipo uma barata. – Dissera o loiro de cabelos espetados descontraído para a castanha quase como se fosse um treino aquele duelo. Então o loiro se virara pra ela de novo com outra expressão. – Espera ai, você não devia estar preocupada com ele.



- Está sensível? Não se preocupe, tenho certeza que o cara que te botava pra dormir era o seu pai. – Dissera Ephram retomando o duelo. 



- Draco não é adotado cara, você usa drogas? Você é TIO dele, o viu nascer! – Respondera Daniel no meio do estalar das duas espadas.



- Eu fui um drogado, não confio nas minhas lembranças. 



- Vamos apostar 100 douradas!



- Dá pra vocês dois pararem com isso?! Isso não está sendo nada divertido! – Esbanjara Hermione finalmente se intrometendo entre os dois. 


                Fora muito rápido. A castanha se jogara entre dois num salto só. Daniel recuara imediatamente sua investida ao ver Hermione, chegando a quase a se desequilibrar. Porém ela logo sentira uma lâmina fria cortá-la de leve na lateral do braço esquerdo. Surpresa e ainda sentido a ardência vira-se para encarar Ephram que mantinha um olhar indiferente e a espada ainda estendida. 
– Achou o que? Que eu nunca me permitiria machucar você? Foi muito idiota em se colocar no meio de um duelo assim... – dissera Ephram ainda indiferente respondendo ao olhar acusador da castanha. Daniel por sua vez tentara avançar pra cima do Comensal novamente.



– Seu miserável! – Esbanjara Daniel, mas Hemione o segurara. 



– Chega Daniel! Pare! O erro foi meu! – Dizia Hermione tentando impedir o amigo feroz de continuar aquele duelo inútil. 



– Comovente. – Dissera Ephram dando as costas aos dois e se jogando na poltrona de forma desleixada enquanto os dois bruxos ainda o olhavam de forma totalmente desnorteada perante aquela indiferença do comensal. – Anda, você veio buscá-la. Imagino que já esteja na hora de vocês darem o fora daqui. Eu já disse tudo o que tinha pra dizer e senhorita Granger, ela até já parece disposta a fazer a viagem de volta e eu já matei a saudade com o meu aluno querido. – dizia Ephram cinicamente. – Então, vão embora daqui logo ou se atrasarão para a formatura de vocês. Imagino que vocês estejam doidos para reverem Draco... Eu não imagino que tipo de feitiço miraculoso você usou para aparatar aqui, mas pode ter certeza que o mesmo processo pra voltar pra Hogwarts não vai funcionar. Não dá pra desaparatar por aqui. Vocês também não vão conseguir voar com esse tempo, tem um segundo cavalo no estábulo lá fora. – Terminara o Comensal sem nem ao menos dar uma ultima olhada para os dois. Hermione registrara aquela ultima informação como a prova viva de sua estupidez. 



– Tinha outro cavalo o tempo todo?



–Bellatrix II. Trate-a bem.




                  Hermione prendia-se à cintura de Daniel com firmeza enquanto o garoto guiava a égua emprestada em alta velocidade para cada vez mais próximo dos terrenos de Hogwarts. Os dois pareciam já estar a mais de três horas cavalgando sem dizer muita coisa, perdidos nos últimos acontecimentos. Pela segurança de Hermione, Daniel ainda transfigurara uma capa longa e cor de sangue que cobria Hermione até a cabeça. Já haviam fugido da tempestade, já era noite na estrada, mas já podiam ver as luzes de Hogwarts. Talvez por ser o encerramento do ano, mas Hogwarts nunca lhes parecera tão radiante e convidativa. 

– Como conseguiremos entrar nos terrenos da Escola? O portal... 



– Eu te disse que o diretor foi atacado. – Dissera Daniel ao mesmo tempo que fizera com que Bellatrix II apertasse o galope e entrasse nos terrenos de Hogwarts. 


          Do nada Hermione vira Daniel sacar uma varinha branca e comprida das vestes que reconhecera imediatamente e eufórica, ser a de Dumbledore, e apontara para o alto fazendo um movimento simples que fizera uma luz subir com velocidade para o céu e explodir silenciosamente como fogos mudos. 


– Pronto, agora o portal finalmente está fechado.



- Eu não acredito que você atacou Dumbledore! 


– O que queria que eu fizesse? Ele não iria compreender e esperar a gente. Também não deixaria sua varinha sobe minha custódia de bom grado...



- Quem deixaria? – Exclamara Hermione não acreditando no que Daniel fora capaz de fazer. 


             Tinha vontade de dar um sermão no seu amigo inconseqüente, mas não conseguira deixar de rir. Daniel pegara um atalho indo em direção a Floresta Proibida. 


– E agora, o que foi?


 
– Devem estar nos procurando pelo castelo, temos que pensar num plano Z. – Dissera Daniel depois de parar e olhar em volta da floresta e em direção ao castelo. Ele ajudara Hermione a descer e logo saltara também. 



– Bem... Vamos somar as opções que temos... – dissera Hermione tentando pensar racionalmente, mas logo sendo cortada pelo loiro.



– Devagar mocinha, primeiro vamos receber um ao outro decentemente. – Hermione levantara uma sobrancelha achando engraçada a reação do loiro. 



– Está bem. Sentiu minha falta? – Perguntara a castanha irônica.



– Sim. Consegui ver a lousa sem sua cabeça grande na frente, os pássaros cantavam mais serenamente pela manhã. Você perdeu o juízo? Não enviar nenhuma notícia? Tem cartazes expondo a minha cara dentro desse castelo, estou sendo caçado! – Daniel respirara fundo antes de continuar um pouco mais calmo.- Quero um relatório completo da sua missão resgate do nosso amigo-vil lá. O que obviamente não ocorreu bem, mas você está inteira então isso já é um sucesso. – Dissera o loiro tentando manter a calma sem muito (nenhum) sucesso.



- Relatório? – dissera Hermione irritada. – Espera aí. E quanto a você? Porque demorou tanto pra me resgatar? Você simplesmente me mandou sozinha para aquele ninho de Comensais da Morte! 


– Ei você não pareceu achar o plano tão insano assim no inicio...!



– Eu estava vulnerável! Pra que você serve se não me reprimir em momentos como esse?! Que tipo de amigo é você?!



– Ei! Eu não sou tão inconseqüente assim, ta bom?! – brigara o loiro infantilmente fazendo a garota entreabrir a boca pasma. – Eu enfeiticei a sua varinha antes de você ir. Não te mandei as cegas. Assim que você usasse o “Lumox” eu seria aparatado pra onde você estivesse, até de baixo d’água, imediatamente. Não tenho culpa se você demorou tanto para...



- Lumox? Você por acaso pensa?! Por que não usou outro feitiço para nos interligar? Não sei, Estupefaça ou Expeliarmos por exemplo?? Algo que usasse quando estivesse em Perigo! 


– Eu achei que um lugar que você estaria em perigo fosse um lugar escuro! Achei você seria inteligente de iluminar onde pisa assim que chegasse nos terrenos da mansão.


– E não passou pela sua cabeça me avisa? 


– Não teve tempo pra isso! Não peça ajuda do capeta se não está disposta a arriscar a sua alma – Os dois pararam eufóricos sem ar, se encarando derrotados. – Então... Conte-me tudo. O que falaram?



– Nada. Ele não sabe que eu estive lá. – Dissera Hermione de forma rápida desviando os olhos. Daniel parecera prestes a protestar, mas optara por rir sarcástico.



– Que bom... ao menos não foi em vão...



– Quando eu cheguei lá ele já estava selando o juramento. O ritual já estava completo. Não havia nada que eu pudesse fazer...



– Mesmo? – perguntara Daniel interrogador, Hermione desviara os olhos novamente. - E Ephram? 



– Me encontrou lá, desmaiada... Não me entregou, também não parecia na intenção de me matar. Cuidou de mim...- Ela dizia, também estranhando mais uma vez aquelas atitudes do Comensal em sua mente. - Não tenho muitas respostas quanto a isso. 


              Hermione não sabia exatamente o porque não relatara tudo o que Ephram lhe dissera e sua proposta para o amigo, mas sentira-se mais aliviada por não ter de fazê-lo naquele momento. Daniel acenava afirmativamente pro nada concordando com a tese de Hermione, ainda confuso, porém começando a se acalmar.



– Tio Ephram é um sujeito estranho... Mas não vamos deixar de nos questionar quanto a isso mais tarde. – Ele dissera por fim olhando pra ela.


           Hermione concordara também com a cabeça sentindo um calor confortável no peito. Por um momento sentira vontade de abraçar o amigo, mas acabara por oprimir sua emoção automaticamente. 



– Obrigado. – Ela dissera por fim quase sem voz. Daniel engolira em seco tentando também não fraquejar na firmeza improvisada. 



– Tudo bem... – Ele dissera e logo ficara um silêncio constrangedor entre os dois. 


                  Onde Hermione revivia por alguns segundos em sua mente os últimos momentos que tivera com o amigo antes de ir à mansão, também ali na floresta proibida. Finalmente se dera conta que ele fora o único que presenciara seu momento mais vulnerável e ouvira suas declarações mais intimas e sinceras sobre Draco. Aquele Francês ali na sua frente... O Sonserino Galinha e Canalha que tanto a irritava...


 – Creio que Bellatrix II possa ficar solta aqui na floresta sem muita preocupação. Pelo menos duvido que algum ser obscuro à amedronte. – Ele dissera fazendo uma última carícia na crina negra da Égua de profundos olhos azuis escuros.

              A égua fora então mais para adentro da floresta, quase que satisfeita por ter completado sua missão, mas Hermione sentira quase que uma impressão de ter visto a égua encará-la por alguns segundos antes de partir. Hermione se encolhera inconscientemente se perguntando idiotamente se aquela égua estaria disposta a torturá-la também. Então voltara-se para Daniel de forma receosa.

– Olha Dan... por favor... não conte ao Draco que eu fui...



- Olha eu não vou te prometer mais nada, ta bom?!– Exaltara-se o Francês de repente, assustando até a si mesmo. 


           Daniel respirara pesadamente ao ver que Hermione encarava-lhe de volta serenamente sem questionar a posição do amigo que respirara derrotado e envergonhado. 


– Então... O que será que nos espera nessa Guerra?



– Ephram disse que Draco será quase invencível. – Dissera Hermione simplesmente olhando pro mesmo ponto no céu que Daniel. 



– Invencível, ham?



– Huhum – Acenara Hermione afirmativamente com a cabeça.



– O desgraçado me superou de novo... Ele vai ficar quinze vezes mais insuportável... 



– Disse algo sobre matar o Harry pessoalmente também e receber todos os poderes de Slytherin.



– Ele vai ter que matar o pela-saco e ainda vai receber por isso? Legal! Eu devia ter me oferecido a Voldemort. – Brincara Daniel já dando iniciativa para voltar para o castelo, mas Hermione segurara-o pelo braço o loiro virara-se e vira Hermione mirando o chão.



– Vi Draco fazer algo horrível lá... algo imperdoável. – Daniel engolira em seco mirando Hermione ainda por algum tempo até então enlaçá-la num abraço apertado. A garota respirava contra o peito do loiro só então percebendo o quanto estava exausta. 



– Independente do que aconteça adiante, eu sempre estarei com você. Não vou deixar ninguém te fazer mal... 



– Eu não sei mais que mal há pra ser feito à mim, Dan. – Dissera Hermione sem voz enquanto espremera-se mais contra o abraço de Daniel. O loiro apenas acariciara as madeixas da castanha que encaixavam-se abaixo de seu queixo.



– Eu nunca irei te abandonar. Nem você, nem o Draco. 



– Ele não é mais o mesmo. – Hermione dissera finalmente entregando-se à gordas lágrimas que ardiam todo trajeto a partir de seus olhos. Daniel abraçara a castanha com mais força sentido-a frágil em seus braços, derrubada... parecia prestes a se desfazer em vários cacos a qualquer momento. 

Eu vou trazê-lo de volta pra você. 

               A lua continuava a iluminar os dois jovens dentro da floresta que se davam aquele curto momento de desabafo para consolarem um ao outro, já que eram os únicos com quem conseguiriam fazer isso. 


              Hermione sabia que Daniel não teria poderes para interferir nas maldições sinistras de Voldemort e que provavelmente também não seria ouvido por Draco. Mas sua afirmação, por irrealista que fosse, a acalmara momentaneamente. Ele usara aquele tom decidido de Sonserino malandro que sabe o que faz, e sabia que podia confiar nele. Era irônico o modo como Conl, também filho de Comensais da Morte, não cogitara nem por um momento lutar do outro lado naquela guerra que não fosse ao seu lado. O destemido Daniel Conl... Como é que ele fora parar na Sonserina?

– Como que você foi parar na Sonserina? – Perguntara Hermione rindo-se ao sair do abraço do amigo. 



– Minha má índole. – respondera o loiro de forma simples fazendo a amiga rir sarcástica.



– Claro...



– E você? Que animal você é? – perguntara o loiro enquanto caminhavam juntos em direção ao castelo depois de um dia agitado.



– Sabe que... eu não me lembro... – Dissera Hermione finalmente se dando conta daquele fato, não conseguia se lembrar da forma que assumira quando tomara a poção da transformação. – Que animal acha que eu sou?



– Um Felino, com certeza! – Dissera o loiro descontraído sem notar que a castanha parara atônita de acompanhá-lo. – Que outro animal refletiria a sua personalidade Amarguradamente Orgulhosa e Independente?




– Jovem Mestre. – Chamara uma voz idosa atrás do homem de capa negra que terminava de prender a cela num majestoso cavalo albino. A capa negra arrastara-se na terra ainda úmida ao vira-se para o idoso de olhar preocupado. – Mestre Malfoy... Há muitas coisas que eu vi acontecer nessa casa nos últimos vinte anos dos quais eu nunca achei correto... Coisas que, eu rezava intimamente, para que você nunca tivesse que se envolver... Coisas que eu devia ter conversado contigo há mais tempo... 


                O homem idoso respirara pesadamente antes de continuar ao ver que não seria interrompido. 


–  Os seus pais... Digo, principalmente o seu pai... Eu não sei como lhe dizer isso Jovem Mestre, mas... Essa Guerra... está errada. Você devia ir embora daqui... Embora para longe... Procurar viver e ser feliz longe disso, não se prender nas decisões egoístas de seus pais... O tipo de coisa que ele pretende com essa guerra é errada demais... É cruel. Eu também não sou o maior simpatizante dos nascidos-trouxa, mas não acredito que eles sejam inferiores a nós... 


                   O homem novamente respirara pesadamente como se lhe fosse muito difícil dizer-lhe aquilo tudo. 


– Eu acredito que o senhor não seja como o seu pai. Eu vi o senhor crescer, sei que não é capaz das atrocidades que seu pai espera de ti. As coisas precisam mudar, senhor. 

                  O homem vira a pele pálida do homem refletir sobre a gigante lua no céu no seu último estágio de lua-cheia. O homem virara-se também para a lua e o velho vira uma linha surgir no maxilar largo e pálido, algo similar a um sorriso, mas que não acalmara o velho em nada. Então o homem subira no cavalo de forma ágil e virara-se para responder na sua voz fria e áspera, porém um tanto quanto acolhedora, ao velho e leal mordomo da mansão que conhecera desde que nem se entendia por gente, antes de partir em alta velocidade para fora das terras-Malfoy.

Não se preocupe Charles, as coisas vão mudar.




                Hermione estava sentada no peitoril da janela do dormitório feminino da Grifinória. Estática e concentrada na gorda Lua que planava acima da floresta proibida que nunca lhe parecera tão redonda e perto da terra. Como um sol que esquenta o seu rosto exposto em dias de verão, a lua beijava-lhe a face numa brisa gelada e quase densa. 


                Que pensamentos lhe surgiam à mente? Vai saber... que pensamentos afligem as garotas feridas que passam horas olhando para lua? Talvez Hermione estivesse cansada de pensar, talvez só procurasse um jeito de fazer a forte luz prateada da lua embaçar seus pensamentos. Focando-se num ponto único e forte, para que não tivesse de prestar atenção em si mesma. Não queria mais prestar atenção em si mesma, queria ignorar suas lembranças... ignorar seus sentimentos e vontades... Também tinha vontade de abandonar a si mesma.

                  Ela já havia passado por interrogatórios estranhos vindo de Harry, Ron e Gina. A última em especial meio pálida e sinistramente contida como se estivesse doente ou algo do tipo. Hermione ainda fizera um comentário sobre Gina estar similar a uma morta viva. Enfim ficara sabendo do que Dan fizera enquanto estivera fora, assumindo sua forma para que não notassem sua ausência. Sabia como mais aquele delito seria fatal para a sua vida acadêmica. Mas enfim sua explicação não passara de uma rápida ida atrás de Draco, mas dissera nunca ter conseguido chegar na mansão, para o alívio dos amigos que a cobriram de sermões, mas dos quais ela não se importara nem um pouco. Nem ao menos se defendera de nenhuma acusação à sua irresponsabilidade. 




                Sabia também que Daniel havia sido chamado à diretoria logo que pisara no castelo e dera de frente com o Professor Snape, (o que resultou numa interessante discussão onde Conl era visto como terrorista de Hogwarts e onde o próprio alegava ter sido seqüestrado por Comensais e enfeitiçado pela maldição Impérius e que lógico, não possuía nenhuma lembrança do ocorrido. ¬¬) e que provavelmente não sairia coisa boa de lá. 

               Naquele momento Hermione ouvia o som alto e festivo do Salão Principal do castelo, onde sabia estar ocorrendo uma formatura. Não tinha intenções de descer, e sem querer meio que uma jogada conveniente do destino, também esquecera-se de comprar um vestido de formatura. Usara isso como argumento para uma insistente melhor amiga ruiva, recusando todas as sugestões da amiga que de hora em hora subia para o dormitório para tentar convencer-la mais uma vez de descer.

               Mas Hermione continuava por encarar a Lua, com a cabeça jogada pra trás apoiada no batente da janela quase que conseguindo excluir todo o som exterior do dormitório vazio.

**

          A pequena menina pisava descalça na grama verde, corria entre as árvores grossas, escondia-se dela aos risos, brincava com ela como um anjo no seu pequenino vestido ciano. Uma melodia tocava escondida no bosque, sussurrava em seus ouvidos, uma melodia que ela sabia vir da menina, na sua voz delicada e inocente. 


"Ouvir Musica"



“As the moon kindles the night
(Como a lua ilumina a noite)
As the wind kindles the fire
(Como o vento ilumina o fogo)
As the rain fills every ocean
(Como a chuva enche cada oceano)
And the Sun the Earth
(E o Sol, a terra)
So your heart will kindle my heart
(Então seu coração iluminará o meu coração)”



               Aquela canção feria de leve o seu peito, como doía ao fim de um romance triste, no alívio do fim da tormenta, como doía ao ser consolado e abraçado quando ainda tens o corpo dolorido das violações que sofreu. Era a dor do alivio do fim, da saudade, da angustia. Era sentir-se chorar por dentro... doía o modo como aquela menininha cantava e brincava com ela, era carinhosa quando ela já não sabia mais o que era carinho. Ela continuava a segui-la... 


“Take my heart
(Pegue meu coração)
Take my heart 
(Pegue meu coração)
Kindle it with your heart
(Ilumine-o com o seu coração)
And my heart cannot be
(E meu coração não pode ser)
Kindled without you
(Iluminado sem você)
With your heart will kindle my heart
(Com o seu coração iluminará o meu coração)”



               Ela ainda vira a pequena menina dançar livre como uma fada entre as árvores, equilibrar-se nas pedras e pendura-se nas árvores com seus cheios cabelos cor de trigo, de cana, sacudirem-se ao vento. A menina dera um último sorriso comprometedor, seu olhar amêndoa lembrando-a vagamente dos tons amarelos no pêlo da gata do Filch e desaparecera. Deixando apenas o seu perfume de margaridas no ar.

**

- Íris! - Hermione acordara sobressaltada com o piar da coruja inquieta que pousara com um grande pacote à sua frente. 


             Devia ter cochilado por apenas poucos segundos, ainda tocava no salão o fim da mesma melodia vinda do salão que há pouco tentava ignorar. Sentira um calor sinistro nas maçãs do rosto ao lembrar do rosto da menina dos seus sonhos sem perceber que com a mão direita segurava firme o pingente de cristal em seu pescoço. 


– O que isso quer dizer?! – Perguntara Hermione inquieta enfim respirando derrotada, só então notando a coruja cinza a sua frente que batia as asas, impaciente. 


             Hermione pegara o pacote e dera um biscoito pra coruja que o rejeitara e partira imediatamente. Havia um pequeno rolo de pergaminho uma nota.


        Tente estar tão deslumbrante essa noite como sua antecessora, Herdeira de Sépia.
Eu voltarei para buscá-lo.

Seu Professor.


 



- Hey! Ruiva! – Gina congelara dos saltos ao alto de seu coque cor de fogo ao ouvir aquele sotaque francês atrás de si.


            “Ah Merlin! Merlin! Merlin!” pensava a ruiva optando no fim por continuar seu caminho, muito mais acelerado ignorando aquele chamado, mas parara de supetão ao ver que o Sonserino a alcançara e se colocara em seu caminho com um sorriso perigoso nos lábios.


 – Minha Garota.



– Saia da minha frente! – Gritara a ruiva de pequenas sardas no rosto. Daniel rira-se surpreso da reação da garota.



– Mas que isso Ginão? Por que esse tratamento especial?



– Eu nunca! Nunca ! Nunca vou perdoar o que você fez comigo! 


– O que eu fiz com você? – Repetira Daniel Conl logo após de acenar sedutoramente para um grupo de meninas que passara quase babando ao ver o loiro em vestes de gala. Seu cenho ficara franzido ao virar-se para a ruiva de novo, fingidamente ofendido. – Não sei do que você está falando não. 



– Toda a sua armação! Se passando por Hermione! Saiba... Saiba que... Eu retiro tudo o que disse antes! Eu te desprezo com todas as minhas forças! – Dissera Gina nervosamente transtornada. O loiro apenas torcera o rosto como se tentasse resgatar alguma lembrança bem distante. 



– O que você disse? Não lembro não. Repete pra mim aí, por favor. Pra ver se refresca um pouco a minha mascara arrogante, digo... memória. – Dissera Daniel sem conseguir conter a gargalhada no meio das palavras. 



– Gina que foi? Parece que vai vomitar. – Dissera Harry chegando por trás da ruiva que realmente já alcançara uns tons de verde na pele. 


                 Mas então Daniel parara instantaneamente estabelecendo no lugar uma expressão bem apreensiva e transtornada. Harry cruzara seu olhar com Daniel o que resultou numa expressão tão tensa quanto chegando a dar meio passa pra trás. Gina olhara de um para o outro tentando somar o elegível, mas achando graça daquela situação estranha. 



– Conl. – dissera Harry simplesmente de queixo em pé tentando disfarçar o próprio desconforto. 



– Potter. – respondera Daniel no mesmo tom. – Audacioso em aparecer na minha frente depois da meia hora de surra que eu te dei. Eu devia surrá-lo de porrada mais uma vez até você querer arrancas suas unhas do pé seu Grifinório de Merda! - dissera o Francês de forma desafiadora. 


             Gina virara-se para Harry, só agora ela notara a marca roxa em volta do olho verde do rapaz quase invisível atrás dos óculos. Sua expressão imediatamente afetada fizera Gina olhar para o amigo de forma assustada como se estivesse de frente para um maluco.



– Eu que devia quebrar todos os seus ossos e passar a ferro o seu coro cabeludo pra ver se abaixa esses espinhos na sua cabeça seu francês mentiroso aproveitador de Merda! 



– EI! Você é um pervertido, valeu?! – exaltara-se Daniel apontando pra cara do moreno de forma acusadora.


              Harry olhara em volta constrangido e engolira em seco em irritação como se Daniel acabasse de jogar um balaço com força em sua nuca no meio de uma partida de quadribol. 



– Como é que eu ia saber seu idiota? 


– Você devia ser internado numa clínica psiquiatra seu tarado! 


- Ora seu ... – Harry avançara em Daniel, mas fora impedido por Gina que se prepusera em defesa no meio dos dois enquanto Daniel apenas se afastava alguns passos dizendo “Sai de perto Psicopata!!”.


 
– Chega! O que está acontecendo aqui? Vocês estão doidos? 


– Nada! Não se meta onde não foi chamada! – responderam os dois garotos ao mesmo tempo e logo voltando-se a um estado mais calmo numa velocidade sinistra, o que fizera Gina realmente considerar a insanidade.



– Pelo visto não foi expulso, por que será? – Alfinetara Harry em resposta. Gina entre os dois apenas olhava de um pra outro. 



– Hogwarts é minha. – Respondera Daniel com um sorriso cínico no rosto. 



– Fico me perguntando a que armações e mentiras cabulosas você recorreu para se livrar de mais essa. Não vai escapar pra sempre. Quem muito corre um dia tropeça. Sabe que isso é fato, não sabe?– Dissera o moreno com um olhar sarcasticamente atencioso. 


            Gina virara-se para Daniel e vira uma expressão séria, nova no rosto do rapaz, ele parecia livre de qualquer sarcasmo e ironia. Parecia mesmo afetado, vulnerável. Dessa vez Gina sabia que o loiro não estava brincando, estava realmente ofendido.



- Olha... – começara o francês numa voz tímida e meio fraca. – Pode não parecer, mas eu não sou só Escrotisse. Ao contrário do que vocês pensam, eu também sou capaz de atitudes honestas e corretas. 


             Um silêncio perturbador ficara entre os três até que a voz arrastada do Professor Snape fizera com os três despertassem de forma desagradável. 



– Potter, preciso que compareça a diretoria, por favor.



– De novo? Mas o que foi agora? – reclamara Harry, o professor divertira-se com a irritação do garoto.



– Nada demais. É só que o professor Dumbledore gostaria de saber por que a varinha dele fora encontrada junto de seu equipamento de quadribol...



– O QUE?? – Virara-se Harry sobressaltado para Daniel que mantinha-se indiferente. – Mas foi ele que atacou o diretor! Dumbledore viu ele! Ele está com a varinha! Não eu! 


– Ah, como se os Comensais da Morte cheios de ódio no coração que usaram o Imperius em mim, fossem deixar a varinha de Alvo Dumbledore de presente pra mim haoiHOIAH. – Harry continuava a olhar pasmo para a caraça de pau do francês. Harry espumava de ferocidade como um cachorro louco. 



– Acalme-se Potter. Preocupe-se mais em explicar o quê que a varinha do diretor estava fazendo nas suas coisas. – Dissera Snape no seu tom enojado. – Acompanhe-me. 


            Harry seguira o professor sem antes dar uma ultima olhada assassina para o loiro de cabelos espetados.



- É, acalme-se Potter. – Respondera o loiro acenando com um sorriso vitorioso nos lábios. 



- Daniel! 


 
- Ele usa magia negra!– Defendera-se Daniel automaticamente ao ser surpreendido pela Ruiva que vira-se para ele com o olhar interrogador. Logo Daniel passara as mãos nos cabelos tentando disfarçar o próprio nervosismo. – Não me chame pelo primeiro nome Ginão. Você ainda não ganhou na loteria para haver algum contato intimo entre nós. 



- Vá pro inferno! – Xingara a garota com o rosto quase da mesma cor que os cabelos. 



– Quantas vezes eu tenho que dizer que eu não tenho interesse em conhecer a sua família, cenoura? – Dissera Daniel ainda com um sorriso debochado fazendo o rosto da garota ferve-se mais ainda. – Agora diga-me, onde está a gostosa da sua amiga sangue-ruim? 



– Por que não pede informação pra outra pessoa? Procure você mesmo por ela, seu folgado!



– Isso tudo é ciúme? Amor é foda... Já dei a dica Ginão: Joga na loteria. Fica rica que eu caso contigo.



– Vai a merda Conl! Eu prefiro a morte a me casar com um sujeito ridículo e babaca que nem você.



– Hááá que cara.de.pau. haioHOIAH



– Seu babaca!



– Loteria Ginão. Ganha na Mega Sena Bruxa que eu beijo na boca e digo que é a mulher da minha vida e tudo...



– GRR!!! Cala a boca! – Mas a discussão dos dois fora interrompida pela voz do diretor que intimidadoramente subira no palco do Salão principal chamando a atenção de todos para si. 



              A musica do salão principal cessara, todos prestavam atenção em Dumbledore que há tantos meses não voltava a Hogwarts, porém o sorriso acolhedor no rosto do bruxo não era dos mais despreocupados. Hermione estava no peitoril da escadaria para o salão Principal. Ela inclinara-se de leve e pode ver a atenção de todos preza no que se tornaria o discurso de Dumbledore.

“Bruxos e Bruxas de Hogwarts. Vossa compreensão nunca mais será exigida. Há tanto para dizer, há tanto acontecendo lá fora, que não há mais como tentarmos nos isolar do mundo mágico. Não há mais como não nos afetarmos e revoltarmos com o que está acontecendo lá fora. 

          
– Mais um ano acabou... Como sabem, voltarão para casa essa noite, após a formatura do sétimo ano o que me fez fazer esse grande baile de despedida. Mas o que não sabem, é que apesar de ser uma festa, a ocasião trás mais pesares do que qualquer outra coisa.”


                Dumbledore respirara fundo antes de continuar, deixara seu óculos de meia lua pairar em alguns rostos do salão. 

– “O verdadeiro motivo pelo qual voltarão para casa mais cedo, é o fato de que... a partir de amanhã... Estará declarada oficialmente, a Guerra entre os Comensais da Morte de Voldemort e os nascidos trouxas e aliados. 

            Muitos murmúrios e exclamações surgiram em torno do salão e Hermione continuara por assistir aquele discurso do alto da escada. Dumbledore fizera acenos para que os murmúrios cessassem e pudesse continuar. 

– “Para os que estão se formando hoje, por favor, escolham com responsabilidade o modo que irão utilizar o aprendizado adquirido. O espaço de tempo em que decidimos o lado que queremos estar nessa guerra é curto demais. Acontece rápido demais, em fração de segundos. Às vezes nas ações mais comuns do nosso dia. O modo como vemos o próximo e a nós mesmos. 


– Vós sois livres para talvez, fazerem a diferença no meio da sangrenta batalha que presenciaremos agora. Não vou enganá-los, dizer que a escolha é fácil e que se esconder não é provavelmente, a maneira mais eficaz de zelar pela própria vida. Não, eu não vou dizer que devem lutar. Só quero dizer, lembrar-lhes... de que tens a escolha de lutar. 

– Os Comensais da Morte irão, a partir de amanhã, perseguir e executar todos os nascidos trouxas do mundo-bruxo. E não serão piedosos com aqueles que se opuserem à eles. Por isso, peço, quando este baile acabar, quando estiverem à caminho de casa, que já enumerem providências para o que farão daqui em diante. Quem procurarão primeiro, para onde irão... E que estejam armados, preparados sempre, todo o trajeto. Pois independente de com quem estejam, estejam certos de que estarão sempre sozinhos. 

– A partir de amanhã não cometam o erro ingênuo de confiar em alguém... E cuidado com as influências, com o que irão ouvir. Estejam preparados para filtrar todas as informações que obtiverem, pois nenhuma será segura. Voldemort têm espiões na Associação de Aurores, Nas escolas e Universidades Mágicas, Nos Hospitais Bruxos, Em todos os meios de comunicação... No Ministério da Magia! E se for necessário, os Comensais da Morte estão dispostos a usarem a maldição Imperius em qualquer bruxo que lhe for momentaneamente útil. A maldição Imperius não possui antídoto ou imunidade. Só pode ser desfeita pelo Comensal que a lançar, e pode ser feita em qualquer um. Inclusive eu...”


                 Dumbledore novamente sentira pelos rostos apreensivos que lhe prestavam atenção, porém sentira o apoio dos professores para que continuasse.

 “Sei que muitos aqui têm distintas culturas, receberam um tipo de educação. Afinal, vocês são o reflexo dos bruxos que estão lá fora. Unificá-los num senso comum, uma única opinião para o que está acontecendo lá fora, é uma tarefa impossível. Não posso pedir, para os que concordam com a opressão aos nascidos trouxas, para que a partir de hoje tentem fazer o contrário do que lhes foi ensinado em casa. Eu sinceramente não consigo pensar em todos os motivos que podem fazer um bruxo achar que é superior a outro... Só posso pedir para que questionem, dentro de vocês mesmos, tudo o que estão dispostos a defender.Tudo. 

– Esqueçam por um momento quem lhes ensinou o que sabem, quem lhes disse como agir. Esqueçam a admiração que sentem por essas pessoas com quem querem parecer e unicamente analisem a ação em si. Lembrem-se dos seus colegas de escola, colegas que vocês se afeiçoaram sem ter conhecimentos de sua origem. Nenhum de vocês aqui, nenhum, necessita reprimir outro bruxo ou trouxa, para ser tornar melhor feiticeiro. A magia não fica escassa ao ser dividida, compartilhada. Pelo contrário, se fortalece. 


– Saibam evoluir como ser mágico com Sabedoria, mas antes de tudo saibam Evoluir como Seres humanos. Se algum de vocês se acha mais poderoso que alguém aqui, entendam que admitir isso é admitir sua maior responsabilidade sobre aquele que consideras inferior. Se tens maiores condições de fazer alguma diferença, use-a para o bem. Se estão insatisfeitos com qualquer coisa que seja, acolha-a. Não extermine-a.

– Não tornem-se como os fanáticos líderes dessa Guerra, não adotem princípios que não adotaria quando criança. (Quando não reconhecia a diferença entre vos e o resto do mundo. Quando não achava ter direitos sob qualquer criatura, por considerá-la mais fraca que você.) Talvez o ser humano nunca venha saber de verdade, como deve ser medida a capacidade total de qualquer ser-vivo, mas não façam parte dos que ignoram o seu valor! 

– Não se deixem enganar por argumentos burros que testam a vaidade de vocês, não se deslumbrem com a idéia de serem totalmente mágicos. Não sei todos os critérios que definem se uma criança vai nascer mágica ou não, sei que nosso dom não nos dá o direito de submeter ninguém à magia. Acredito que poder maior do que aquele que nasce com a gente é aquele que é desenvolvido por escolha nossa. E dentre desses, está a magia mais poderosa que já ouvi falar, a Solidariedade. 

– Todos aqui nasceram como bichos, sem consciência do certo e errado, sem saber desenvolver a razão. Mas desenvolveram mesmo assim. Com a ajuda de terceiros? Que seja. Tudo que passaram até aqui foi necessário para o aprendizado de vocês. Mais cedo ou tarde, chega o ponto de nossas vidas que mais ninguém deverá se intrometer em nossas escolhas. E não importam o que digam, os pais ou a constituição.... Quem decide esse momento são vocês.

– É aquele grande momento em que estarão de frente para uma grande tarefa em que, não deixar sua escolha se influenciar apenas pelo o que seus professores lhe disseram, ou talvez se pôr naquela realidade tão diferente da sua, pode salvar vidas. Não se enganem com argumentos mentirosos que tentarão lhes convencer de que, submeter alguém à seu poder é o melhor meio de não ser submetido ao poder desse alguém. Não vivam para temer a capacidade alheia. Não vivam para invejar os bens alheios. Deixe que os maus se apresentem, e lute contra eles. Independente do resultado da batalha, pode ter certeza que os vitoriosos serão vocês mesmos. 

– Não cometam antecipadamente o crime que supostamente iria protegê-los desse crime. Mesmo o pior crime de todos. Eu digo-lhes aqui, como seu diretor, que tens o poder para zelar por sua vida e pela de quem se propuser. Não se guiem mais pelas leis que conhecem, pois elas não estão aqui mais para servir a todos os bruxos igualmente. Digo isso porque encontrarão aqueles que estarão dispostos a usá-las contra muitos de vocês, não necessariamente inconscientes. E não poderão contar com a ajuda daqueles que irão provavelmente colocá-los sob julgamento. Infelizmente, todos os órgãos responsáveis pela segurança de vocês estão corrompidos. 


         O diretor parara por um momento, seus ouvintes permaneciam atentos.

– “ Claro que essa, é a minha opinião que peço ao menos que considerem. Que sirva como ponto de partida, de questionamento, de contestação como peço que façam com as demais opiniões que ouvirem. 

– Peço como professor que zela por seus alunos, que façam (com responsabilidade) o que for necessário, para continuarem vivos. Mas que... não entendam isso como prioridade... Não rejeite o pedido de ajuda de ninguém, quantos mais conseguirem ajudar no caminho de sua própria sobrevivência, melhor. Não entregue a vida de ninguém no lugar da sua, não traia ninguém, nem para se salvar. Não existe razão nisso. Acreditem quando eu digo que essa é uma ação irreparável. Mais importante que manter-se vivo é manter-se limpo espiritualmente, manter-se integro, manter-se bom

– Vocês não podem eternizar a si mesmos, não há magia saudável que faça isso. Mas suas ações vão manter-se além de sua existência, e podem sim eternizar alguma coisa. 
Agora... Para os demais alunos que não estão se formando hoje, eu lamento informar as estranhas potências do Ministério já se apoderaram de Hogwarts. E imediatamente não há nada que possamos fazer. Como da última vez a 
Lei-das-Varinhas foi aceita.


           O diretora massageara a própria têmpora com pesar enquanto mais murmúrios recomeçavam no salão. Hermione também se surpreendera com aquele fato, estava acontecendo exatamente como na sua visão.

– “A partir do ano que vem, os alunos de Hogwarts e de outras escolas de Magia que tiveram que se submeter a esse novo regime, passarão por outra avaliação. Separando-os agora ao invés de entre as casas, entre as escolas. Isso porque cada escola seguirá uma doutrina diferente. 

– No lugar dos que possuem a escolha de voltar ou não para a escola de magia ano que vem, eu não voltaria. Os que tiverem um lugar para voltar, voltem. Não se preocupem em se formar, terão muito tempo para fazê-lo depois que a tempestade passar. Não vale a pena vocês se submeterem às (grandes) influências que o regime de Voldemort terá no aprendizado de vocês. Ele tentará corromper vocês, e sua sutileza para isso é um de seus maiores talentos.

– Encarem: Nenhuma escola de Magia e Bruxaria é segura mais. Se virem em vocês algo que os ameace (e isso pode ser qualquer coisa), cuidarão para que não evoluem em nada magicamente. Se se interessarem por vocês, lhes aplicarão uma educação especializada e manipulada. Voldemort enquanto persegue seus parentes e amigos, procura entre vocês bons soldados, jovens Comensais da Morte. Então este ano, pretejam seu potencial longe da Escola.


              Hermione aproveitara a baixa luz da escadaria e o destaque em Dumbledore, para descer sorrateira até o salão, passando despercebida, mas ainda atenta ao discurso do diretor. Porém seu plano de não ser notada não fora um sucesso. Um loiro de cabelos espetados do outro lado do salão, reconhecera aquele vulto descendo a escada imediatamente. 


               Daniel Conl se desligara o discurso de Dumbledore, nunca vira a amiga tão radiante. Hermione vestia um vestido de azul cristalino de alça que contornava seu corpo entendendo-se numa calda principesca. 

             Os cabelos da garota, despenteados eram acompanhados apenas uma tiara no alto de sua cabeça. Qualquer um confundiria Hermione com uma princesa. Até mesmo olhar sério de mágoa antiga nas expressões da castanha devam-lhe uma delicadeza e postura real. A Tristeza de Hermione afetara Daniel que a seguia com o olhar descer devagar as longas escadas, mas era uma tristeza que tornava-a ainda mais bela em sua beleza incomum. 

– “Para os que têm Hogwarts como seu lar, saibam que estaremos aqui, Eu e todos os professores para recebê-los e protegê-los, com nossas vidas, de qualquer influência perigosa que se aproxime de nossa escola. Hogwarts nunca deixará de ser o lar de nenhum de vocês, e é por isso, que eu venho aqui esclarecer a real situação em que nos encontramos. Enfrentaremos tudo isso juntos, mesmo que distantes de nossos amigos queridos, companheiros de casa, alunos e professores... até o dia em que conseguiremos botar um fim nessa Guerra e nos reunirmos mais uma vez. Cuidado com as traições alheias, mas principalmente...Cuidado para não traírem a si mesmos.

               Hermione parara no meio da escadaria novamente presa nas palavras de Dumbledore, por um momento tivera a impressão de que o diretor falava pra ela... “Ou para Lilian” pensara a castanha acariciando de leve o tecido da saia do vestido permitindo-se perdesse em pensamentos voltando para suas lembranças. Era uma sensação estranha, essa de parecer ter vivido as duas épocas, presenciado as duas guerras... Como se fosse a única naquele salão incapaz de se infectar com alguma esperança vinda do discurso do diretor.

–  “Pior que perder a vida lutando é não se permitir ter vivido. Não se permitir ser feliz, achar um consolo nos braços de alguém, se permitir alguns momentos de paz, amor, entre um desafio e outro. Toda alma precisa ser regada de sentimentos que a fortalecem, então não se privem disso.

– Professor! – Chamara Filch quase constrangido da porta que dava para os jardins.


              Todos os alunos se viraram do diretor para o zelador de forma curiosa. Sempre que Filch se intrometera num discurso do diretor era para informar que algo escapara das masmorras. 



– Sim Argo? Eu já havia mesmo finalizado. – Dissera o diretor com um sorriso.



– Ah... é... Draco Malfoy, senhor. Pede permissão para atravessar o portal da escola à cavalo. 

                 Uma estranha corrente de vento parecera entrar por onde Filch estava, atravessando em alta velocidade o salão até a espinha dorsal nua de Hermione que quase perdera a sensibilidade de seus joelhos e com ela o equilíbrio. Aquelas palavras causaram um sinistro impacto em Hermione, que não chegara a ouvir a resposta do diretor, mesmo que soubesse que ele havia consentido a permissão naturalmente. Mas saíra-se um pouco do foco, perdendo a concentração do que acontecia a sua volta. 


                Logo uma banda substituíra Dumbledore no palco, as pessoas voltaram aos seus círculos anteriores e Hermione correra para trás da Pilastra da própria escada, desistindo de terminar de descer para o salão. Seu peito subia e descia num ritmo inaceitável para o seu coração. Hermione não queria estar de frente para ele, não queria vê-lo entrar, não queria estar ali. Rezava para que sua angustia magicamente a transportasse para longe.

               Não fora necessário espiar por de trás da pilastra para saber a hora que loiro adentrara o salão. Fora ao mesmo tempo que uma melodia vagamente conhecida começara a ser tocada. Hermione sentira que o volume do falatório vindo do salão diminuíra. Era como se todos se calassem no momento que ele adentrara e ainda estivessem hipnotizados pela figura que surgira nos portões do salão. 

                     Aquele não era Draco Malfoy, todos pensavam. Era alguém obviamente maior, mais intimidador. Era um homem de pele extremamente pálida escondido atrás de uma máscara negra. Os fios quase brancos caiam-lhe à frente dos olhos de forma desleixada. Sinistramente Draco continha uma sombra estranha em volta de si. A mascara negra cobria quase que por completo o semblante do loiro destacando suas íris de cor incerta. Era um azul muito claro visto de certo ângulo por causa do majestoso Candelabro de cristal pendurado no meio do salão que pareceria refletir-se contra as íris cianas de Draco. 

                   Mas aqueles que estivessem mais próximos podiam ver as pupilas de Draco ligeiramente estreitas no meio da íris acinzentadas. O curioso era que, diferente de outras vezes que Malfoy estivera em destaque, desta vez não havia nenhum grupinho fanático saltitando de alegria ou suspirando ao vê-lo chegar. Dessa vez todos encaravam aquela presença, atônitos e assustados, como se não fosse uma presença humana que acabara de entrar. O rosto do herdeiro dos Malfoy continha traços caninos, como se revelassem também características caninas. Como se todos esperassem que e a qualquer momento o loiro fosse sentir a luz da lua contra a sua pele e transformar-se em lobisomem ali, no meio do baile. 

                 Enfeitiçados pelo porte real de gestos simples quase inexistentes do homem. Como suas vestes negras de um modelo mais antigo, sua capa mais longa que o normal que davam-lhe uma fisionomia Vampiresca. Mas igualmente temerosos, por causa do ar perigoso que parecia adentrar aquele salão junto com Draco, como se acabassem de ver mesmo um Comensal da Morte adentrar o salão da escola. 

                  Tinha algo diferente no monitor chefe, que todos conseguiam ver, porem não identificar. O caminho abria-se diante dos passos vagarosos e pesados de Draco. Passos esses que Hermione podia ouvir e sentir o impacto contra o chão, mas ainda sem coragem para sair de trás da pilastra. Ela podia sentir, mesmo escondida, Draco farejá-la. Correr os olhos de Rusky Siberiano por todo o salão, ignorando os olhares que cercavam-no, concentrado unicamente em sua presa, que ela sabia se tratar dela, mas continuava-se por se manter encolhida contra a pilastra como uma lebre em sua toca. Então ela ouvira alguém puxar a atenção de Draco de forma escandalosa, Daniel fora a seu socorro. 

– Você me causou um estresse mental considerável! – Dissera Daniel atônito se sobrepondo no caminho de Draco e logo dando um passo para trás assustando-se de leve com os olhos extremamente caninos de Draco. 


             Daniel mantivera-se ainda mais sério e tenso, mesmo que o mesmo e sem nenhuma gigante mudança, também parecia completamente outro. Como se fundissem os traços de seu rosto com os traços do rosto de um lobo. Não conseguia deixar de reparar no rosto do amigo.


– Você... Como pôde fazer isso consigo mesmo? Eles são assassinos Draco... Precisamos mesmo conversar. Agora! – Draco analisava a reação tensa e preocupada de Daniel com profundo interesse, como se nunca houvesse visto aquelas expressões antes.

– Onde está Hermione, Dan? – Perguntara Draco num tom perigoso e sinistramente sádico. – Onde está minha sangue-ruim? – Perguntara novamente ao ver que o loiro de cabelos espetados demorara para responder. 

– Ela não está aqui. – Respondera Daniel simplesmente fazendo o cenho de Draco franzir-se divertido perante aquela mentira patética. 

– Eu senti o cheiro dela antes mesmo de entrar nos terrenos da escola, Daniel. Sei que ela está aqui, nesse salão. Quero saber por quê ela não está com você. 

– Posso saber o que você quer com ela? – Perguntara Daniel ainda numa expressão séria.

– Acho que você tem o direito de saber, visto que zela tanto por ela. – Dissera Draco abaixando a voz em cumplicidade. – Eu quero... fazê-la chorar. 


             Draco notara divertido o amigo encrespar os lábios, realmente afetado pelo seu deboche. Porém voltara a falar ainda na voz sarcástica e comprometedoramente baixa 


– Então... Por que não trás ela aqui? Acho que ela está com... – Ele analisara de leve o ar com um certo tédio. - Medo de vir até mim... Talvez precise de um empurrãozinho. Heim? Prometo que vai rir um bocado. 

– Hum... – dissera Daniel tentando parecer descontraído. – Ta querendo testar sua nova personalidade maligna nela... Que pena, não sei onde ela est...

– Ela está encolhida atrás da segunda pilastra da escadaria. – Cortara Draco sem desviar as íris do amigo um segundo sequer, bem seguro de seus instintos. Draco vira o amigo engolir em seco e perguntara numa falsa voz preocupada. – O que se passa Dan?

– Hermione não merece o que está querendo fazer com ela.

– E daí? Eu quero fazer. – Respondera Draco desafiadoramente sem se afetar com a preocupação transparecida em Daniel e pegando uma taça com bebida que virara de uma só vez.

– Pra que? Tornar-la eternamente amarga e garantir que ela se desapaixone por você? Têm medo que ela venha pôr em duvida seus objetivos mais uma vez e acha que afastando-a de vez de você vai garantir a segurança dela? Mas o que é isso? Deu Síndrome do Potter em você? 


               A gargalhada de Draco alastrara-se por todo o salão chamando atenção até mesmo dos professores que discutiam entre si. Sua gargalhada ridicularizava tanto a aflição de Daniel quanto a de Hermione que encolhera-se ainda mais nauseada. O rosto da castanha ardia-se como se acabasse de levar bofeteadas, parecia estar ouvindo a gargalhada fria e mafiosa do Próprio Voldermort com o diferencial de que aprendera a gostar da gargalhada de Draco e isso a tornava uma arma ainda mais letal.

– Você é mesmo incrível Daniel. Sabe Como me divertir... Agora se me der licença, a garota de nossos sonhos está inquieta já, ansiosa para eu falar com ela.

– Quem criou você, lobos? – Perguntara Daniel irritado, Draco apenas levantara uma sobrancelha. – Não a machuque mais Draco, não precisa mais levar isso adiante. Ela não vai ficar mais no seu caminho, deixa-a em paz. 


                    Pedira Daniel engolindo em seco. Draco suspirara levantando a cabeça parecendo realmente meditar sobre o assunto. 


– Por favor. Sou eu que estou te pedindo. Não a machuque mais.


                   Draco respirara pesadamente finalmente chegando numa decisão e se aproximara de Daniel botando a mão em suas costas quase que num abraço, dizendo em seu ouvido.

– Faz o Seguinte... Come ela. 


                   Daniel arregalara os olhos como se acabasse de levar um soco no estômago. Draco enquanto sussurrava, mirara perigosamente enquanto abraçava Daniel, a segunda pilastra da escadaria a uns quinze metros das costas do Francês. Escondida atrás dessa mesma pilastra, Hermione assustara-se ao ver tudo a sua volta em câmera lenta enquanto todos os sons do salão foram abaixados quase que completamente, ouvindo com perfeição apenas a voz de Draco que sussurrava aquelas mesmas palavras também em seu ouvido sem precisar sair de onde estava. 


                    Hermione assustara-se com aquelas palavras chegando a dar um soluço forte de dor que sentira em seu peito, fazendo uma lágrima escorrer de seus olhos da qual ela enxugara rápido não querendo se permitir chorar. 


– Eu não teria paciência mesmo para ficar esperando até o dia que ela perderia o medo de abrir as pernas pra mim. – Ele terminara dando um tapinha amigável nas costas de Daniel antes de seguir adiante sem dizer mais nada. 

                     Daniel demorara poucos segundos para virar-se enfurecido para Draco, mas quando o fizera já o perdera de vista. Hermione cobrira a boca com uma de suas mãos, não acreditando naquilo que ouvira e logo tapando seu rosto com as duas mãos querendo esconder sua humilhação e lágrimas. 

                      Draco Malfoy conseguira transformar em pó o que restara de um diamante rachado, o que sobrara de seu coração despedaçado. 


Continua...


 

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