Um Poder Inexplicável
Juliah acordou com a cabeça doendo algumas horas mais tarde. Abriu os olhos e viu Draco deitado em uma das camas da enfermaria, ela estava se sentindo meio tonta e não conseguia lembrar direito do que acontecera depois que o Draco falou de sua mãe. Ela estava ouvindo algumas pessoas conversando viu que uma era a professora McGonagall e a outra deveria ser a enfermeira Madame Pomfrey.
- eu realmente não sei o que poderia ter acontecido a ele se não fizéssemos algo.- disse a professora.
- Ele está bastante machucado precisará ficar alguns dias aqui, mas tenho certeza que ele irá se recuperar.- comentou a enfermeira.
Nesse momento as duas saíram da salinha onde conversavam e viram que Juliah já havia acordado, preocupada Madame Pomfrey perguntou a menina como ela estava se sentindo.
- Bem eu acho, minha cabeça dói um pouco, mas é só isso.- respondeu Juliah.
- Você passará a noite aqui em observação.- falou Madame Pomfrey antes de sair e deixar Juliah a sós com a professora McGonagall.
- Senhorita Settlers, você lembra o que aconteceu?
Juliah fazendo algum esforço, balançou a cabeça afirmativamente.
- Algo assim já lhe aconteceu antes?
Juliah concordou novamente.
- Sempre que eu fico com muita raiva. Mas eu nunca machuquei ninguém professora. – falou Juliah começando a chorar.
- Bem... eu não sei o que o senhor Malfoy lhe falou, mas nada no mundo justificaria essa sua atitude, portanto eu terei de retirar pontos da sua casa e você assim que sair daqui entrará em detenção por duas semanas. Também mandarei uma coruja para seus pais dizendo o que se passou aqui. Sua sorte é que o Sr. Malfoy ficará bem!
- Sim professora!
- agora eu gostaria de lhe falar sobre esse seu poder. Eu tenho de admitir que nunca vi uma menina com tamanha força mágica, geralmente os bruxos precisam de varinhas para realizar poderes, mas pelo visto a senhorita quando esta sob a ação de alguma emoção muito forte pode executá-los sem a utilização desse artifício mágico. Contudo você gasta uma quantidade muito grande de energia e pelo visto não tem controle sobre este seu poder. A única solução que vejo é você começar a treinar para controlar essa força, verei se encontro algum professor que possa auxiliá-la e você começará aulas especiais com ele o mais breve possível. Entendido?
- Sim!
- bom, tem algumas pessoas aí fora querendo lhe falar, você quer recebê-las?
Juliah afirmou com a cabeça.
- mandarei que eles entrem, procure descansar e em breve eu lhe avisarei sobre sua detenção.
A professora McGonagall se retirou, Juliah ainda a ouviu falando com os visitantes e em seguida viu entrando Harry acompanhado de Rony, Hermione e Gina.
- Juliah você está bem?- perguntou Hermione preocupada.
- Sim, minha cabeça é que dói um pouco.- Juliah disse isso e olhou para Harry. Ele estava contemplando o leito onde Draco estava se recuperando. Harry tinha uma expressão de nojo e ódio, então disse:
- O que foi que o Malfoy te disse?
E Juliah contou como Draco a havia tratado, enquanto os outros a olhavam com uma certa incredulidade.
Sabia que ele era um babaca metido!- berrou Rony assim que ela terminou a narrativa. Harry apenas a olhou com carinho.
- A única coisa que não me lembro direito foi o que eu fiz com o Draco.
- Isso foi realmente fantástico, você de alguma forma levantou ele no ar e o atirou contra uma parede, mas o mais engraçado foi a cara de pânico que ele fez! Quê?- exclamou Rony enquanto Hermione e Gina faziam uma cara de censura, mas ele deu de ombros.
- Você ficou diferente- começou Gina- sua expressão mudou, seus olhos ficaram vermelhos, os objetos sobre a mesa começaram a temer e cair, realmente você estava muito assustadora!
- Eu não sei como aconteceu!
- Você não sabia que tinha esses poderes?- perguntou Hermione.
- Eu sabia que coisas estranhas aconteciam quando eu ficava zangada, mas eu nunca machuquei ninguém.- Juliah começou a chorar.
- Nós sabemos que você é uma boa pessoa.- disse Harry.
- E aquele imbecil mereceu!- falou Rony.
- Cala a boca!- disseram as meninas.
- Tá! Mas que ele mereceu ele mereceu.- finalizou Rony.
Rony e Hermione começaram a discutir, Gina tentava acalmar os ânimos e Harry olhava para Juliah, ele passou levemente suas mãos no cabelo da garota e depois segurou a mão dela. Nesse momento Madame Pomfrey retornou a enfermaria e espantou todos de lá dizendo que já tinham ficado tempo demais e que a paciente precisava descansar.
No outro dia, quando Juliah acordou, Madame Pomfrey disse a ela que já poderia sair, mas que a professora McGonagall queria falar com ela na sua sala. Juliah passou no seu dormitório antes, para tomar um banho e mudar de roupa. Todas as pessoas que passavam por ela a olhavam com medo e cochichavam a seu respeito se referindo ao que acontecera no dia anterior. Ninguém, absolutamente ninguém da Sonserina falou com ela. Juliah não se importou com nada disso, apenas se arrumou e se dirigiu a sala da professora Minerva McGonagall e bateu na porta semicerrada. A voz da professora ecoou de dentro e mandou que ela entrasse.
- Com licença professora.- disse Juliah.
- Sente-se aqui senhorita Settlers. Eu mandei-a vir hoje para lhe passar sua detenção. Você após todas as aulas, durante duas semanas, ficará a disposição do professor Snape para o que ele lhe pedir pra fazer. Como ele é o diretor da sua casa, achei melhor que ele providenciasse sua detenção.
Juliah concordou.
- Apesar do professor Dumbledore não estar aqui e de ele ser o responsável pela escolha dos professores, eu lhe arranjei dois que poderão auxiliá-la no controle e no entendimento de seus poderes: o professor Flitwick e o professor Black, portanto durante dois dias na semana a senhorita estará liberada da detenção para realizar essas aulas que durarão até o fim do ano letivo. Agora você pode ir para a sua próxima aula!
- Sim senhora!- respondeu Juliah saindo.
As duas semanas de detenção passaram voando. O professor Snape ficou muito aborrecido, porque a Sonserina perdera pontos e porque Draco fora ferido, e fizera Juliah realizar todos os tipos de tarefas. Ela teve que limpar caldeirões, cortar e guardar ingredientes de poções, limpar a sala e os armários e escrever diversas redações sobre a matéria.
As aulas para “entender seus poderes” eram nas terças com o professor de feitiços e nas quintas com o professor de defesa contra as artes das trevas. Elas estavam indo muito bem, e estavam ajudando Juliah a se entender melhor.
Ninguém em Hogwarts, exceto Harry, Rony, Gina e Hermione, falava com Juliah, mas ela não se sentia mal por isso. Ela sempre fora acostumada a ser sozinha e agora no seu momento mais difícil ela tinha quatro verdadeiros amigos para lhe dar apoio e isso, ela percebera, fazia com que ela controlasse suas emoções, pois nada mais importava a não ser eles.
No final de semana, eles foram a biblioteca, ajudar Juliah a procurar algo sobre seus poderes e uma maneira de abrir o diário de sua mãe. Não haviam encontrado nada até o momento e logo mais teria jogo da Sonserina contra Corvinal.
Draco já tinha retornado ao time. Sonserina não parecia a mesma, mas mesmo assim venceu por 180x50. Juliah não foi ao jogo, ela estava tentando evitar ao máximo Draco Malfoy.
Alguns dias depois durante um jantar (que Juliah fazia agora freqüentemente na mesa da Grifinória cercada pelos seus amigos e sob olhares indignados dos outros alunos da Grifinória e da Sonserina) o professor Dumbledore pediu silêncio para dar um aviso.
- Acho que a maioria dos alunos lembra do baile de inverno que demos há dois anos durante o torneio tribruxo- começou Alvo Dumbledore, mas foi interrompido por um murmúrio de vozes.
- Um instante por favor.- pediu Dumbledore- resolvemos que neste ano faremos um baile, mas esse se realizará daqui a pouco mais de um mês no primeiro dia de primavera. Novamente todos os alunos a partir do quarto ano, podendo convidar um aluno mais novo, poderão participar, o traje é a rigor e a festa terá inicio às 20 horas e terminará à meia-noite. Pedirei ao nosso zelador Filch que coloque esses dados no quadro de avisos.
Quando Dumbledore terminou o anúncio, todos os alunos começaram a falar. Rony virou-se para Harry e disse:
- Eu não acredito que vou ter que convidar alguém de novo! E vestir aquela roupa estranha que o Fred e o Jorge me deram.
- É!- limitou-se a dizer Harry, que tinha os olhos fixos em Juliah do outro lado da mesa.
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