Até o fim



Capitulo 43 - Até o fim

–Então essa foi a segunda vez que isso aconteceu? –perguntou Dumbleodore, com calma.
Harry concordou com a cabeça, sentindo que algo estava muito errado naquela conversa. Ele notou que a expressão de seus pais ficava cada vez mais perplexa e que sua mãe quase desabou no choro quando o garoto explicou-lhes sobre a doença que adquirira de Voldemort e que agora, cada vez mais, lhe consumia as forças, motivo pelo qual, cada vez mais, ele agora dependia de sangue de dragão para se manter.
Dumbleodore ouvia tudo com uma expressão serena e atenção quase hipnotizada, o que deixava Harry extremamente desconfortável. O garoto explicara tudo o que acontecera, desde a morte do diretor, quando Harry fugira sozinho para evitar que seus amigos entrassem em perigo, como conseguira encontrar todas as outras quatro horcruxes e dos constantes embates entre ele e Snape, que agora almejava a posição de maior bruxos das trevas de todos os tempos, posição atualmente ocupada por Voldemort, que ultimamente não agia com freqüência, mas atacara Hogwarts de maneira extremamente violenta, utilizando-se de lobisomens.
–Isso realmente é um bocado interessante. –comentou Dumbleodore, passando o dedo por entre sua longa barba. –Não imaginava que Voldemort fosse atacar hogwarts antes de você morrer, Harry.
–Eu também não. –concordou o garoto.
Um silencio sepulcral se abateu sobre aquela sala esquisita, enquanto o desconforto de Harry crescia em progressão geométrica. As expressões nos rostos de seus pais lhe passavam a horrível sensação de que algo estava muito fora do lugar. E ele acreditava que era ele.
–Professor… Que lugar é esse? –perguntou Harry, com clara preocupação em sua voz.
–Por que a preocupação com isso, Harry? –perguntou Dumbleodore, displicente.
–Sensação estranha. –respondeu Harry, simplesmente.
Dumbleodore fez uma careta esquisita.
–O que você acha Harry? –perguntou Dumbleodore, curioso.
–Acho do que? –rebateu Harry, ligeiramente confuso.
–Disse aqui? –insistiu o ex-diretor. –Como acha que veio parar aqui?
–Como as… –começou Harry.
De repente tudo se iluminou em sua mente. Não pode ser!
Seus pais estavam mortos, ele tinha certeza disso, Dumbleodore também, ele assistira a morte de seu mentor e ele, sua ultima lembrança era a do ataque fulminante ao seu coração… Eu estou… Morto…
Seus olhos desesperados se depararam com os de seus pais, ambos pareciam tão desesperados quanto ele e, ao mesmo tempo, apaziguadores, olhou para o chão, com certa dificuldade em entender o que havia acontecido, mas uma sensação boa assumiu o controle de seu ser. Então finalmente acabou…? Pensou ele, lembrando-se de que nunca mais seria obrigado a passar pelo que passara por toda a sua vida.
–Harry… –chamou Dumbleodore.
O garoto ergueu os olhos, desfocados, e encarou o diretor, que mantinha uma expressão serena, mas muito profunda. Parecia estar ressentido por ele.
–Sim… –atendeu o garoto, ainda meio aéreo.
–Você está bem? –perguntou o ex-diretor.
–Bem? –perguntou Harry, com um sorriso amarelo, ainda não aceitara completamente a idéia de estar… –Acho que não… Afinal, eu to morto, né?
Dumbleodore deixou espaçar um leve sorriso, como se achasse graça na ração de calma Harry.
–E por que você acha isso, Harry? –perguntou Dumbleodore.
–Alvo! –exclamou sua mãe, surgindo, de repente, entre os dois. –Não pressione o garoto… Ele… Ele deve estar confuso!
–Não acredito nisso. –comentou Dumbleodore, displicente. –Você está confuso, Harry?
Harry olhou mais uma vez para o chão, por algum motivo, tinha medo de olhar para os pais. Tinha medo de que eles estivessem. Deve estar todo mundo decepcionado comigo… pensou o garoto, lembrando-se de todas as pessoas que deixara para trás.
–Não tenho motivos para estar confuso… –respondeu Harry. –Estava doente, e morri… Não tem nada pra me deixar confuso…
–Harry… –murmurou sua mãe.
Aos poucos Harry ergueu os olhos, olhando na direção de seus pais, temendo encontrar exatamente as expressões que tinha em sua mente. Apertou os olhos, contendo algumas lagrimas que, de repente, lhe irromperam. Quando abriu os olhos, devagar, encontrou seu pai sorrindo, apesar da expressão de angustia na face de sua mãe.
–Pai… –sibilou ele, surpreso.
–Sabe, Harry, quando Alvo chegou aqui ele comentou que você era bastante maduro para sua idade. –disse seu pai, olhando para algum ponto no chão. –Por causa das provações que sempre tem de superar… Mas, em momento algum, eu imaginei que fosse capaz de aceitar algo como a morte assim, tão facilmente.
Harry não pode deixar de sorrir, aceitando aquilo como um elogio, apesar de não entender muita coisa.
Então, para sua surpresa, uma lagrima caiu do rosto de seu pai e ele ergueu seu rosto para Harry, que sentiu um aperto em seu peito ao ver que o rosto de seu pai estava encharcado pela lagrimas que brotavam sem parar.
–Sabe, Harry, –continuou. –Alvo me disse que você era um guerreiro, que jamais aceitou a derrota como opção e que, ate a ultima esperança, você sempre lutava e… E por esse motivo eu… Eu sempre…
As lagrimas escorriam descontroladamente por seu rosto agora, e o coração de Harry parecia doer cada vez mais apertado.
–Eu estou decepcionado, Harry.
O coração do garoto parou, ele sentiu como se algo estivesse entalado em sua garganta. Durante anos sonhara em ouvir que seus pais estava orgulhosos, que eles acharam tudo o que ele fez digno de um herói e coisas do tipo, mas aquilo… Decepcionado… pensou Harry.
–De… Decepcionado? –repetiu Harry, sentindo uma nova maré de lagrimas.
–Exatamente. –respondeu seu pai, desta vez firme.
–Tiago… –ameaçou intervir sua mãe.
–Deixe, Lilian. –impediu-a Dumbleodore. –Ambos precisam disso.
Ela ficou em silencio, analisando a situação.
–Estou decepcionado, Harry. –continuou seu pai. –Como você ousa se entregar tão fácil, Harry? Depois de tudo pelo que passou?! Como é que você ousa ser tão fraco?!
Harry escutou aquilo com absoluta perplexidade. Fraco?!
–Depois de eu e sua mãe darmos nossa vida para que você pudesse continuar e ter sua vida… O seu direito de lutar por um mundo melhor!! Como é que você pode ser tão… Patético?!
–Patético… –repetiu Harry, entre os dentes.
Harry começou a sentir a raiva crescer dentro de si. Como é que ele ousa jogar isso na minha cara?
–Você enfrentou Voldemort mais do que qualquer pessoa que eu conheço e sobreviveu, venceu obstáculos que nenhum outro bruxo no mundo sequer teria coragem de encarar… Você arriscou sua vida por desconhecidos… Você arriscou sua vida por aqueles que amava… Você chegou a arriscar sua vida sem motivo algum, apenas para manter suas convicções e conseguir a sua vingança!! Por que você desistiu, agora?!
Harry cerrou os punhos, sentiu uma lagrima rolar por seu rosto. Não uma lagrima de tristeza, nem uma lagrima de raiva. Mas uma lagrima de dor… Algo doía em se peito, e aquela dor era simplesmente insuportável.
–Eu não desisti… –resmungou Harry, de repente. –Eu nunca desisti antes e não é agora que eu vou começar.
Algo brilhou nos olhos de seu pai, um sorriso surgiu nos lábios de Dumbleodore, mas a expressão de sua mãe continuava a mesma.
–Eu ainda não desisti. –continuou Harry. –Mas eu estou cansado! Cansado de ter de desistir da minha vida por causa da vida dos outros… Te carregar meus amigos para as MINHAS enrascadas… De fazer os outros sofrerem por causa dos meus problemas… De fazer a Gina chorar…
–Harry… –murmurou sua mãe, correndo para abraçá-lo.
Harry deixou algumas lagrimas rolarem por seu rosto, apertando com cada vez mais força seus próprios punhos, sentindo sua raiva, outrora guardada só para si, crescer incessantemente. Sua mãe o apertava com força contra seu corpo.
–Se você está cansado disso, Harry, então lute. –disse Dumbleodore, se aproximando dele e pondo uma mão em seu ombro.
–Lutar? –perguntou Harry, sem entender.
–Isso, Harry, lute. –tanto os pais de Harry, quanto Harry olharam surpresos para ele.
–Mas eu… Eu estou… Morto. –Harry resignou-se a dizer.
–Harry, uma vez eu lhe disse algo sobre a morte, se lembra? –perguntou Dumbleodore, observando o garoto com atenção redobrada.
–O senhor disse que a morte é apenas a grande aventura seguinte… Acho. –disse Harry sem pensar muito, jamais se esquecera daquela frase, que ate hoje não entendia.
–Exato. –afirmou o diretor. –Mas, em algum momento, eu citei que ela era algum tipo de limitação?
–Não… –respondeu o garoto, ainda mais confuso. –Mas, professor… Como eu posso fazer alguma coisa se estou morto?
–A morte nunca impediu Sirius de te ajudar, ou a seus pais ou, ate mesmo, eu. –respondeu o ex-diretor. –Mesmo mortos, sempre estivemos com você.
Harry piscou duas vezes, ainda um pouco confuso. Dumbleodore lhe lançou uma de duas mais enigmáticas piscadelas.
–Mas… Harry… –começou Dumbleodore, com uma voz risonha. –Quem foi que te disse que você está morto, mesmo?


–Como estamos, Mione? –perguntou Rony, assim que viu a garota se aproximar.
–Não muito bem… A comida já está pela metade e os elfos estão tão apavorados que mais destroem do que cozinham. –respondeu a garota, se agachando junto dele na barricada em que estavam escondidos.
–E o Harry? –perguntou o garoto, que não ia o amigo há quase três dias.
–Não sei… –respondeu Mione, pensativa. –O coração dele está cada vez pior…
Rony suspirou.
Hogwarts estava sitiada há quase duas semanas, ataques incessantes das piores criaturas de que se têm noticias açoitavam o castelo, que já estava em estado terminal em suas defesas. Gigantes e dementadores foram facilmente rechassados, uma vez que ambos era extremamente frágeis contra magia, mas mesmo assim as baixas que os aurores sofreram eram astronômicas, quase nenhuma morte, mas muito feridos graves.
Agora o ataque era o mais pesado dos três sofridos ate o momento: os Comensais da Morte.
A professora Minerva, numa estratégia bolada em conjunto com Rudigier e o ministro convocara todos os alunos maiores de idade para ajudar nas defesas, contanto que não participassem diretamente do confronto. Rony e Mione nem ao menos pensaram antes de começar a ajudar. Fred, Jorge, Neville, Dino, Justino Flinch-Fletchey, Angelina e Cho também se apresentaram prontamente para participar do combate, mesmo que somente como apoios. Alem destes, escondida dos professores, pois fora impedida de participar, estava Gina, que não parava de amaldiçoar o nome de Harry.
Naquele momento estavam todos reunidos trás das barricadas conjuradas do lado de fora do castelo, conversando pouco, esperando muito, agonizando quase que infinitamente.
–Já faz três horas… –murmurou Cho, erguendo o rosto por sobre a barricada. –O que será que eles estão fazendo?
À frente da deles havia mais três níveis de barricadas onde estavam os professores os aurores do ministério e outros que vieram ajudar o castelo nessa hora de necessidade, Rony podia ver ao longe a careca semi-ruiva de seu pai e a cabeleira de Gui, seu irmão mais velho, alem dos cabelos verde musgo de Tonks e a meia careca de Lupin. Outros conhecidos também estavam espalhados pelas barricadas a sua frente: Amus Diggory, pai de Cedrico, Rudigier, Ludo Bagman, Madame Malkin, Florestan Fortescue e ate mesmo Olívio Wood e Marcos Flint, ex-capitães dos times de quadribol da Grifinória e Sonserina, respectivamente.
Atrás havia mais duas, onde estavam agrupados os medibruxos do St. Mungus, que cuidavam de alguns dos feridos que ainda podiam permanecer no campo de batalha. Carlinhos estava ali, com uma grande atadura na testa.
–Devem estar preparando uma emboscada. –comentou Neville, girando com pouca habilidade a varinha entre os dedos e a deixando cair.
–Cuidado com isso, Longbotton. –avisou Angelina, com sarcasmo. –Não se pode derrubar a varinha frente a um comensal.
–Foi mal. –disse o garoto, abaixando para pegar sua varinha.
–Não acho que estejam bolando um emboscada. –continuou Mione, como se nada tivesse acontecido. –Acredito que estão esperando.
–Esperando o, Granger? –perguntou Cho, com um toque de cinismo.
–Harry. –completou Mione, sem desviar seu olhar do horizonte.
–Sempre o Harry! –exclamaram Gina e Angelina em uníssono.
Mione e Rony olharam para elas com uma expressão de reprovação. Um silencio constrangedor se instalou no recinto. Foi neville quem o quebrou:
–Faz sentido. Eles pararam de atacar no momento em que parecia que tudo ia acabar… Quase como se não quisessem que acabasse antes da hora…
–É como se… –concluiu Rony. –Como se esperassem pela parte principal do show.
–Exatamente. –disse Mione.
Todos ficaram em silencio, observando o longe. Era possível se ver uma fina linha de fumaça subindo em direção ao céu, uns sete quilômetros à frente, onde os Comensais provavelmente estavam acampados.
–Uma coruja! –exclamou Gina, se esquecendo completamente de que estava escondida.
–Quieta, Gina, podem te descobrir! –alertou Mione, abaixando a garota à força.
–Foi mal.
Todos passaram a observar a coruja das torres, que se aproximava planando. Ela voou por sobre as barricadas, como uma águia sobre sua presa, e então pousou em frente à professora Minerva, piando baixinho e abrindo as asas. Rapidamente a diretora tirou da perna da coruja o pequeno bilhete que havia ali. Na maior expectativa todos esperaram pela reação dela, mas tudo o que ela fez foi olhar ao longe e, com um aceno de sua varinha estampar no céu, com chamas azuis, uma única palavra: jamais.
–Ele exigiu que ela entregasse Harry e ele deixaria o castelo livre. –disse Mione, sobriamente.
–Você… Usou legilimência? –perguntou Angelina.
–Claro… Como você acha que estamos nos comunicando? –perguntou Mione,c Omo se fosse a coisa mais obvia do mundo.
–Ahn… Mione, quando você fala, você quer dizer… –começou Rony, receoso.
–Voldemort. –respondeu ela, seca. –Ele está aqui.
Rony olhou para todos à volta, parecia apavorados, seus olhos se detiveram longamente em Gina.
–Eu pensei que ela tivesse essa mania de imitar uma maquina. –comentou Gina, como se pouco lhe importasse a presença de Voldemort ali.
–Eu também.
Ele voltou seus olhos para o horizonte distante, imaginando se teria de enfrentar Voldemort.
Um movimento ao longe fez todos se alvoroçarem, Rony não percebeu muito bem, mas parecia que uma multidão avançava na sua direção. Apertou os olhos, tentando enxergar mais longe, tudo o que viu foi uma massa preta e disforme, que parecia crescer a cada segundo.
Os aurores à frente começaram imediatamente a conjurar o Maximo de encantos defensivos que eram capazes sem exaurir suas forças. Só então Rony percebeu: acabara de começar o ultimo round daquela guerra. Sentiu um frio na barriga, aquele era o fim.
Respirou fundo e olhou mais uma vez a sua volta, para cada um de seus colegas e amigos, se demorou em sua irmã, pensando em como o fim era trágico, poderia tentar tirá-la dali, mas ela jamais aceitaria isso, finalmente olhou para Mione e sentiu seu estomago afundar, tinha de fazer aquilo, aquela era, provavelmente, a ultima que a veria. Chegou mais perto de Hermione e, aproximando seu rosto do dela, falou em seu ouvido, com a voz mais calma que conseguiu simular disse:
–Talvez essa seja a minha chance, então acho que devo dizer isso logo: Eu te amo, Hermione.
Hermione olhou em seus olhos e sorriu.
–Não se preocupe, Ronald. –disse ela, simplesmente, e então o abraçou. –Acredite, não é a sua ultima chance.
Rony quis beijá-la, mesmo que fosse a força, mas as palavras dela ecoaram tão fundo em sua alma e em seu coração que ele se sentiu incapaz de fazer isso. Para ser sincero ele achava que não era mais necessário, tudo iria acabar bem.
Finalmente os Comensais da morte estavam à menos de duzentos metros e avançando, gritando furiosos e enlouquecidos, sedentos por sangue, desejando a morte, não se importando de que lado ela aconteceria. Nenhum deles usava mascara. Rony procurou, mas não conseguiu encontrar nem Snape nem Malfoy.
Todos atrás das barricadas apertaram suas varinhas em seus punhos, Rony não resistiu ao impulso de segurar a mão de Mione. Gina, que já não achava mais necessário se esconder se ergueu, observando os adversários de frente, tremendo de excitação.
Ergueram as varinhas, miraram em seus primeiros adversários, se concentrando nos mais perigosos. O preparo psicológico estava só no começo. Mas, de repente, todos os comensais pararam, pareciam um pelotão de um exercito muito bem treinado, varias fileiras de vários homens cobriam as visões de todos, a cerca de quarenta metros de distancia.
Os aurores não puderam esconder sua surpresa ao os ver parar, Rony automaticamente baixou sua varinha.
–Ronald. –ralhou Mione. –Levanta a varinha!
–Mas… –começou ele. –Parece que eles estão desistindo, Mione!
–Não baixe a guar…
Ela não conseguiu terminar a frase, com um forte estalido surgiu um vulto negro surgiu a frente de todos. A comoção foi geral, quase ninguém conseguiu conter uma exclamação de surpresa. Mione apertou com força a mão de Rony, que, automaticamente, reergueu sua varinha e deu um passo adiante, se postando a frente da garota.
Voldemort ergueu seus olhos vermelhos e suas narinas em fendas se dilataram enquanto ele observava a campanha de tentativa de defesa de Hogwarts. Um sorriso maldoso surgiu em sua boca sem lábios. Ele encarou a prof ª Minerva e seu sorriso se alargou.
–Ora, Minerva, esperava algo mais do que alguns aurores e crianças para defender sua amada escola. –zombou ele, fitando demoradamente Cho alguns metros a sua frente.
–É tudo o que preciso para deter seus homens estúpidos. –retrucou a diretora, com audácia.
–Acredita realmente nesta fantasia, Minerva? –zombou Voldemort.
–Com todas as forças de meu ser. –afirmou ela.
–Realmente, Minerva, não esperava que você tão estúpida quanto o velho… –a expressão de Voldemort mudou completamente.
–Dumbleodore não era estúpido! –exclamou ela.
–Não? –perguntou ele, cinicamente. –Então me responda como ele pode acreditar na lealdade de Severo ate sua morte?
–Ele tem fé nas pessoas.
–Eu chamo isso de estupidez.
–Você também acreditou em Snape, e agora foi traído.
–Jamais depositei uma gota de minha confiança naquele rato… Só o usei enquanto ele permitiu… Mas vamos ao que interessa: uma ultima chance, onde está o garoto?
–Potter?
–Quem mais?! Não viria aqui atrás de Draco, não é mesmo?!
–Harry não está mais aqui.
–Não?! Não foi essa a informação que me foi passada…
–Harry estava doente… Foi levado ate um curandeiro.
–Não me diga que você também acreditou que o garoto estava para morrer?! Quanta estupidez! Isso era só uma maneira de ele fugir… Aquele rato covarde.
Rony não sentia mais seus dedos, tamanha a força com a qual Mione lhe apertava os dedos, olhou para Gina e o desespero tomou conta de seu ser. Sua irmã caçula estava caída no chão, os olhos arregalados e babando. Quando foi que ela caiu? Tentou correr para ajudá-la, mas não conseguia se mover, seu corpo não lhe obedecia, tentou chamar Mione, mas também não podia falar. Droga! Pensou ele, que é que ta acontecendo?!
–Não vai me dizer onde está o garoto, Minerva? –insistiu Voldemort, a impaciência implícita em sua voz.
–Já lhe disse: não. –retrucou a diretora.
–Então está certo… –suspirou ele. –Adeus… Morram.
Ele ergueu uma mão e a apontou na direção da comanda de Hogwarts.
Unalimitad Avada Kedavra! –exclamou ele, como uma voz de tumulo.
Com desespero todos observaram as fagulhas verdes que irromperam de sua mão, voando em todas as direções.
Protego! –uma voz ecoou por todos os terrenos de Hogwarts.
Os feitiços de Voldemort simplesmente desapareceram no ar.
Com um outro estalido um outro vulto negro surgiu ao lado de Voldemort, tinha uma mão ligeiramente erguida e encoberta por uma grossa luva de duelo feita em couro de dragão, os cabelos negros com varias mechas brancas balançavam ao vento, a capa negra os acompanhava, os óculos com aro em forma de casco de tartaruga brilhavam.
–Começando sem mim, Tom? –perguntou ele, em um tom de voz brincalhão
–Jamais. –respondeu Voldemort, parecendo um pouco espantado.
Todos pareciam espantados ao observar aquela cena. Ao seu lado Rony escutou Gina gemer e olhou para a irmãzinha, que se erguia com considerável esforço.
–Gina… Você tá legal? –perguntou Rony, preocupado.
–Acho que sim…
–Que aconteceu?
–Não sei…
Rony notou que nenhum dos outros parecia ter notado o que aconteceu com Gina, nem mesmo Mione.
–Aquele é o… –começou Rony, quase sem voz.
–Harry. –completou Gina, com a voz embargada.

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