Frio, Medo, Solidão
Capitulo 33 – Frio, Medo, Solidão
O grande dia chegou, o baile de Dia das Bruxas dos veteranos. Harry acordou ligeiramente indisposto, sentia uma forte dor de barriga, que não pôde ser controlada com a hora que passou no banheiro.
–Harry, o baile é só a noite, não precisa começar a se embonecar. –zombou Rony, quando notou a falta do amigo na sala comunal.
Os alunos do quarto ano em diante foram liberados das aulas daquele dia e Rony e Mione estavam aproveitando para passar algum tempo juntos, antes de ficarem juntos durante o baile.
–Se eu te falar que não estou me embonecando você acredita? –perguntou Harry, a voz ligeiramente gutural.
–Acredito. –riu-se Rony. –Eu te falei que aqueles pastelões estavam com um gosto estranho.
–Mas eu tava com fome… –resmungou Harry. –Passei o dia todo treinando.
–Eu te chamei para fazer um lanche com a gente.
–Não tava a fim de falar com o Dobby… Ele ainda não sabe que estou de volta… Iria grudar em mim…
Rony soltou uma gostosa gargalhada e desceu, para esperar por Harry com Mione. A garota se apertou na poltrona para que Rony pudesse se sentar com ela. Ela tinha a sua frente um grosso exemplar de capa de couro verde e paginas muitíssimo amarelas.
–E ai, como ele ta? –perguntou ela, sem erguer os olhos do livro que lia.
–Mais ou menos… –disse Rony, abafando o riso. –Os pastelões de rins de ontem não lhe caíram bem.
–Você avisou.
–Eu disse isso pra ele… Mas ele tava com fome.
–O Harry, viu?
Rony esticou o pescoço para ver o que a namorada estava lendo, mas Mione puxou o livro para mais perto de si e lançou para o garoto seu melhor olhar de reprovação. Rony ficou ligeiramente embasbacado.
–Você se envolve muito fácil, Ronald. –disse ela, ríspida.
–Desculpa, não sabia que queria ler sozinha. –ele juntou os joelhos juntos ao corpo e abraçou as pernas, olhando com uma cara de cachorro sem dono para o chão.
–To brincando, Ronald, você sabe que pode ler comigo quando quiser! –Hermione abraçou o garoto entre seu corpo e o livro.
–Agora eu não quero…
–Vai fazer manha?
–Vou… To carente…
Hermione se ergueu da poltrona com um pulo, desta vez realmente parecia brava.
–Ronald Weasley, repita o que acabou de dizer! –ordenou ela, balançando o livro ameaçadoramente na direção do garoto.
–O que? Que eu vou fazer manha? –perguntou Rony, absolutamente confuso.
–VOCE DISSE QUE TA CARENTE!!! –gritou Hermione.
Todos na sala comunal observavam a briga dos dois. Já estavam acostumados com birrinhas que eles costumavam fazer um com o outro, mas daquela vez parecia ser serio. E interessante. Não foram poucas as garotas que desejaram que eles terminassem o namoro, assim poderiam ter chance com o Monitor-Chefe-Capitâo do time de quadribol da Grifinória.
Em sete anos de convivência Rony nunca vira Hermione gritar naquele tom, muito menos para ele. Olhou a garota completamente perplexo, não tinha idéia do que fazer. Muito menos do que dizer.
–Você não tem nada a dizer? –perguntou ela, os olhos injetados.
Rony não disse nada, apenas se levantou e, lutando contra os braços da garota, a abraçou, apertando sua cabeça contra seu peito e lhe afagando os cabelos. Sempre quisera fazer isso, mas nunca tivera uma oportunidade, mas aquela não era uma oportunidade, era uma obrigação, ele tinha o dever de fazer Hermione se sentir bem. Se não o fizesse, quem o faria em seu lugar?
–Desculpa, Mione, não quis te magoar… –murmurou ele, em seu ouvido. –Me perdoa…
–Como… Como você pôde dizer uma… Coisa dessas, Rony? –perguntou ela, entre soluços.
–Eu estava só brincando, não sabia que ia te deixar assim…
–Você sabe como eu sou, Rony… Como eu detesto decepcionar os outros… Como você… Você acha que eu me sinto… Sabendo que meu… Namorado não ta… satisfeito comigo?
–Provavelmente péssima… Mas você não tem com o que se preocupar…
–Você… Você gosta mesmo de mim, Rony?
Rony lhe deu um tranco com força, quando a jogou para frente, para poder olhar em seus olhos. Agora não era só Hermione que tinha lagrimas nos olhos. Pela primeira vez Hermione vira Rony chorar. E era por sua causa.
–Nunca, ouviu bem? Nunca me pergunte isso novamente. –a voz dele não era de quem pedia algo, era de quem ordenava. Hermione sentiu suas sobrancelhas se erguerem involuntariamente.
Nenhum dos dois ligava para as pessoas que estavam observando a discussão. Nem muito menos para as garotas que exclamaram palavrões quando ouviram Rony mandar Hermione não repetir sua pergunta. Para os dois o mundo se resumia a eles, os olhos azuis de Rony e os cor de mel de Hermione. Aos cabelos lisos e desarrumados de Rony e aos cabelos fofos e bem penteados de Hermione. Eles se encararam por cerca de trinta segundos, sem se mover, nem mesmo piscar.
–Desculpe… –pediu ela, finalmente.
–Você não tem motivos para se desculpar. –disse Rony, puxando ela novamente para seu peito e sentando-se com ela.
O movimento na sala voltou ao normal. Fred e Jorge, que iriam um com o outro ao baile (arrumamos pares lá/sempre tem um casalsinho ou outro que brigam) jogavam snap explosivo numa mesinha próxima. Colin creevey conversava com uma garota do quarto ano, da sala de seu irmão, que iria com ele ao baile. Neville e Lilá Brown pareciam muitíssimo interessados um no outro. E Simas Finnigan aparentava estar convencendo Parvati Patil a convencer sua irmã a usar um vestido com o que usara no baile do quarto ano, quando foram dispensadas descaradamente por Harry e Rony, que estavam mais interessados em Cho e Hermione, respectivamente.
–Vocês já se acertaram? –perguntou uma baixinho ruiva, se sentando no colo do irmão mais velho e empurrando Mione para o lado.
–Já… –disse Hermione, lhe lançando um olhar letal. –Agradeça a Deus por vocês serem irmãos.
–Eu acho mais conveniente perguntar o por que do castigo. –disse Gina, displicente, abraçando Rony logo em seguida.
–Não achei graça na piadinha cansada. –disse o ruivo, empurrando a irmã para o braço da poltrona.
A garota fez uma careta, quando notou o que Rony estava fazendo, mas ainda assim não resistiu, se ajeitando o melhor que pode no braço do móvel. Hermione lançou a garota um olhar que Rony achou suspeito, mas que Gina entendeu como um e ai?
–Eu é que pergunto: e ai? –disse Gina, com um olhar distante.
–Como é que você vai fazer? –perguntou Mione. –Agora não da mais pra evitar ele.
–É… Eu sei… Mas quem sabe eu não dou um perdido nele? –perguntou Gina, esperançosa.
–Nós duas sabemos que você não conseguiria, mesmo que quisesse.
–Só pra constar, vocês estão falando do Harry não é? –perguntou Rony.
–Estamos. –disseram as duas em uníssono.
–Então me deixem sair. –pediu Rony, se levantando. –Se eu sei, o Harry sabe.
–Convencido. –disse Mione, com uma azedume.
–Azarado. –tentou mentir Gina, mas sem muito sucesso.
Rony e Hermione lhe lançaram olhares cheios de significativos.
Rony seguiu direto para os degraus que davam no dormitório masculino, sendo observado por Gina e Hermione.
–Que ele quis dizer com “se eu sei, o Harry sabe”? –perguntou Gina.
–Não sei, mas tenho a impressão de que o simples fato de ele ter saído daqui não vai impedir o Harry de saber sobre o que falamos. –comentou Hermione, puxando Gina para mais perto.
–É… Ele sabe legilimência.
–Isso é o de menos importante… Ele tem outros dons muito superiores.
–Que dons?
–Deixa isso pra lá. Me fala: o que você pretende fazer?
–Ah… Eu tava pensando em…
Entrementes Rony acabava de entrar no dormitório do sétimo ano, onde Harry estava deitado em sua cama, observando o teto de pedra negra, uma expressão de dor.
–Como vai a dor de barriga? –perguntou o ruivo zombeteiro.
Harry não respondeu de imediato, continuou fitando o teto, a sua expressão de dor piorando. Rony chegou a cogitar a idéia de se preocupar, mas notou que Harry apertava a barriga. O garoto piscou duas vezes então olhou para Rony.
–Monstro! –exclamou Harry, sua voz extremamente nauseada.
–Você! –retribuiu Rony.
Um estalo soou alto no fundo do dormitório, fazendo Rony pular e soltar uma exclamação. Do outro lado do cômodo surgiu uma figura baixa, orelhas de morcego e olhos do tamanho de bolas de tênis. Tinha profundas olheiras e usava um trapo como roupa. Rony gritou um palavrão, quando notou a criatura se aproximando. Monstro veio resmungando na direção de Harry e de Rony:
–Esses traidores do sangue… Esse Potter metido a herói e esse amador de sangue-ruins, Weasley… Não sabem a besteira que fazem… Minha senhora sim, esta sabia o que fazer e como fazer… Ela sabia as pessoas com quem deveria se envolver e…
–Quieto, Monstro! –ordenou Harry.
–Harry, posso dar um chute na boca dele? –pediu Rony, com a voz aguda e maliciosa.
Os olhos de Monstro se arregalaram, não de medo, mas de ódio.
–Sim, mestre menino. –disse a criatura, seu desagrado claro em sua voz.
–Monstro, preciso que vá ate a ala hospitalar e pegue uma poção revigorante com Madame Pomfrey. –disse Harry, a voz fraca.
–Sim, mestre. –disse o elfo domestico, já se preparando para deixar o dormitório.
–E eu espero bebe-la e ficar bom sem nenhum efeito colateral, Monstro. –avisou Harry, olhando feio para ele.
O elfo concordou com a cabeça e, com mais um estalo, desapareceu, deixando um Harry quase morto de dor na barriga estendido na cama e um Rony com uma vontade enorme de chutar alguma coisa, ou alguma criatura em especial.
–Eu queria chuta-lo… –resmungou o ruivo, se sentando ao lado de Harry.
–Eu também queria… –admitiu Harry. –Mas se eu o fizesse ele ficaria impossibilitado de ir buscar minha… Ai, droga! De novo!
O garoto se levantou e correu corredor afora para o banheiro, Rony caiu na gargalhada, rolando na cama do garoto.
Vinte minutos depois, e de uma forte dor abdominal em Rony pó causa das gargalhadas, Harry voltou, ligeiramente roxo, com enormes olheiras e ajustando novamente seu cinto. Rony o olhou de baixo, em sua cama.
–Você não tem sua cama? –perguntou Harry, zombeteiro, deitando na cama do amigo.
–Tenho, mas eu acho a sua um tantinho mais divertida de se ficar deitado, principalmente quando você sai correndo por causa da dor na barriga.
Rony voltou a rir, mas parou depressa, massageando o abdome dolorido. Harry o olhou de lado.
–Cadê a Mione? –perguntou ele.
–Ta lá embaixo conversando com a Gina.
–Sobre o baile, né?
–Exatamente.
–Praticamente todas as garotas do castelo estão falando só sobre isso… Acredita que uma garota do quinto ano da Lufa-Lufa pediu a prof ª Hunter a receita de uma poção do amor pra que eu a deixasse me vencer num duelo?
–A Mione tava tentando azarar uma menininha do quinto ano daqui mesmo porque ela me desafiou pra um duelo… Foi cômico…
–Ela é ciumenta, né?
–Muito.
Harry ficou quieto por alguns segundos, observando o teto e pensando em como os amigos tinham sorte por poderem namorar a pessoa que realmente gostam sem se preocupar em expô-la ao perigo, ou expor a si próprio a um perigo ainda maior.
–Cuida dela, ta Rony? –aconselho Harry, de repente.
–Você me dando conselhos amorosos? –zombou o ruivo. –Muito obrigado, mas eu prefiro recusar… Só pra garantir, sabe?
–Eu to falando serio, Rony, cuida bem dela, a Mione é uma pessoa muito especial… Muito…
–E eu não sei disso? É por isso que eu gosto tanto dela…
–Então evita discussões bestas como as de hoje, ta?
Rony, que assim como o outro, virou o rosto para Harry, uma estranha expressão em seu rosto. Muitos não a distinguiriam, mas Rony sabia muito bem o que sentia. Apesar de ser completamente ateu, Rony agradeceu a alguma força que regia o universo pela amizade que tinha com Harry, pela grande pessoa que seu amigo era, estava sendo, e sempre seria. É por isso que ele é O garoto que sobreviveu… pensou Rony, ninguém melhor para nos salvar…
–Obrigado. –agradeceu Harry, sem olhar para o amigo. –Mas eu acho que você está me superestimando.
–Não, você é que se subestima…
Então, por alguns minutos eles ficaram quietos, apenas fitando o teto do dormitório, Rony tentando imaginar sobre o que Gina e Mione estariam falando naquele exato momento, enquanto contava os minúsculos buraquinhos que havia no teto. Harry apenas pensando em nada… Sua mente vagava livremente pelo castelo… Curtindo a liberdade momentânea. Ele adorava fazer isso, não existia nada mais relaxante e desestressante, e ele estava estressado… Tanta coisa em tão pouco tempo, pensou, o mundo anda tão complicado pra mim…
–E você e a Gina, quando vão se resolver? –perguntou Rony, de repente.
Harry não se moveu, continuava fitando o teto, provavelmente ainda viajando.
–Quero dizer, vocês não podem ficar nessa pega-pega para sempre né?
–Não sei, Rony… Talvez nós nunca nos resolvamos… Talvez nos casemos e tenhamos uma nova tribo de Weasley, agora Potter… Talvez eu morra aos dezessete, talvez morra com centro e oitenta, como Dumbleodore… Existem coisas que não podemos responder.
–Sem usar tanta filosofia, você poderia me dizer a SUA opinião?
–Acho que não…
–Por que? –perguntou Rony, se erguendo na cama.
–Por que quando ela está por perto eu fico fraco, Rony, minha oclumência falha, eu não consigo me concentrar na minha legilimência, ate meus feitiços tem poder reduzido… Acho que todos correremos perigo se eu ficar com Gina em quanto Voldemort estiver a solta.
–Você vai deixar o cara de cobra atrasar sua vida?
–Não, simplesmente não vou deixar ele atrasar a de vocês.
Aquele tom de voz com que Harry falara era exatamente o tom que Harry usara da ultima vez que Rony o vira antes de ele sumir para caçar sozinho os Horcruxes.
–Harry, você não ta pensando em fazer nenhuma besteira, ta? –perguntou Rony, receoso.
–Não. –respondeu o garoto, sem rodeios.
–Então… Por que você ta falando isso?
–Por nada, Rony, é só o que eu sinto…
O que eu sinto… pensou Harry, faz um bom tempo que eu não penso no que eu sinto… que não dou valor aos meus próprios sentimentos… Talvez eu estivesse melhor se estivesse com Gina…
Você realmente acha isso? Perguntou uma vozinha em sua mente. Conhecia aquela voz, já a escutara inúmeras vezes e ela era sempre o prenuncio de algo que ele odiava… Voldemort baixara a guarda e seu subconsciente estava avisando.
Harry se deixou escapar, se esquecendo completamente de Rony. Aquela era uma chance que ele não podia desperdiçar, poderia ver novamente o que Voldemort planejava. Estava tudo escuro, frio, exatamente como da ultima vez que esteve ali, só havia um ponto iluminado, o retrato dela. A mulher de cabelos negros e olhos cinzentos e frios, que o trocara por aquele trouxa nojento, a única mulher que Lord Voldemort já amara. A mulher que trocara o sobrenome Riddle por Hunter. Matilda Hunter. Harry evitou se deixar comover, precisava se manter neutro para não despertar a mente de Voldemort. Ele provavelmente dormia. Um raro momento.
Seguiu caminhando por aquele lugar frio, sujo, sentia medo, mas não medo do desconhecido, mas exatamente medo do que conhecia. Aquele lugar estava cheio das piores desgraças. Da ultima vez que esteve ali vira Voldemort assassinar seus pais. Continuou caminhando, estava ficando cada vez mais frio, mas sentia um ar de excitação no ar, quase como se estivesse chegando perto de um dos melhores momentos da vida de Voldemort. Viu um lampejo de luz verde, correu naquela direção, alguém estava sendo assassinado, pensou que poderia ser uma cena que ele não queria ver, mas a curiosidade foi muito mais forte do que a prudência. De repente estacou.
A sua frente estava caído um homem barbudo, com mãos do tamanho de latas de lixo e pés que mais pareciam filhotes de golfinho. Era cinco vezes mais largos e três vezes mais alto que um homem comum. Seus olhos de besouro lampejavam de ódio, ao seu lado jazia o cadáver de um gigante. De seu irmão gigante. Grope.
–Faça o que tem que fazer, canalha. –pediu Hagrid, se erguendo com dificuldade.
–Acha que te darei este prazer, mestiço nojento? –perguntou Voldemort, Harry não podia vislumbrar sua expressão, pois estava vendo tudo com os olhos de Voldemort, mas podia sentir seu nojo.
–Você também é mestiço, como eu! –exclamou Hagrid.
–Não me compare a você! –gritou Voldemort. –Cruccio!
Hagrid caiu, se contorcendo de dor, Harry sentiu vontade de correr para ajuda-lo se esquecendo completamente que estava vendo uma lembrança. Hagrid, chamou ele.
–Não vou perder meu tempo com você… –resmungou Voldemort, chutando as enormes costelas de Hagrid. –Potter logo estará aqui.
–Ele ainda vai te matar… –murmurou Hagrid, sem forças.
–Avada Kedavra! –disse Voldemort, calmamente.
Hagrid pareceu flutuar por meio segundo, e então caiu. Morto. Rúbeo Hagrid, Guarda Caças e Guardião das Chaves de Hogwarts fora assassinado por Voldemort.
–Finalmente você se calou, meio-gigante.
Harry sentiu um solavanco na nuca. Fora levado, sem querer, ao nível de consciência de Voldemort. Ele estava acordado. Estava em pé, no meio de uma sala mal iluminada, o covil da cobra, com ele própria chamava. Muitos comensais estavam ali, mas não todos. Voldemort não se dera ao trabalho de libertar muitos de seus comensais presos, somente os que achava mais valiosos. Viu Malfoy, Nott, Goyle, o casal Lestrange.
–Draco, meu menino, repita isso por favor. –pediu Voldemort, calmamente.
–Ele se rebelou, milorde, ele agora declarou guerra contra o senhor. –disse Draco Malfoy, com extremo pesar.
–Então meu homem de confiança era mais do que um agente duplo… –matutou Voldemort. –Era um agente triplo.
–Ele se autodenomina Príncipe Mestiço. –informou Malfoy.
Voldemort se ergueu, se aproximando lentamente de Malfoy, o garoto continuou imóvel.
–Sabe, Draco, são poucos os homens que têm coragem de continuar parado quando vêm se aproximar. –comentou Voldemort, passando sua mão muito branca pelo rosto também branco do garoto.
–Eu não tenho porque temer. –disse draco, displicente. –Milorde sabe que sou absolutamente confiável, estou a seu serviço e não tenho cometido nenhum erro.
–Mas você já errou, Draco, e errou feio.
–Mas me redimi, não me redimi, milorde?
–De melhor maneira impossível… Se me dissessem não acreditaria que tem apenas dezessete anos.
–Dezoito, Milorde, fiz anos anteontem.
–Serio?! –Voldemort parecia realmente satisfeito com a informação que acabar de receber. –Isto merece uma recompensa!
Malfoy se mostrou satisfeito, era o único dentre todos que não tinha um ligeiro traço de pavor por estar na presença de Voldemort. Parecia gostar daquela companhia macabra.
–Que tal… Uma visita ao seu passado, draco, meu rapaz? –sugeriu Voldemort, Harry sentiu que ele sorria.
–Seria magnífico, milorde.
–Então está decidido… Você vai hoje à noite, leve nossos amigos peludos com você… Greyback está reclamando de tédio, Belatriz vai te acompanhar.
Fenrir Lobo Greyback salivou com ruído, enquanto Belatriz se mexeu inquieta.
–Devo presumir que a missão não te agrada, Belatriz? –perguntou Voldemort, displicente.
–Não, milorde, só acho que o menino Draco é novo demais para um missão dessa… Magnitude. –explicou Belatriz Lestrange.
–Eu confio no garoto, Belatriz, e você deveria confiar também.
–Não sei tanto quanto milorde a respeito dele.
–Ele é sobrinho, Belatriz.
–Somos uma família distante.
Houve um longo silencio, todos os comensais olhavam para Malfoy, parado no dentro de todos, displicente.
–Parta agora, Draco, precisara de tempo para entrar.
–Sim, milorde.
E com um estalo, permitido por Voldemort, Malfoy desaparatou.
Harry estava de volta a sua cama, deitado, suando frio, Rony, Mione e Gina o observavam com expressões aflitas. Percebeu que tinha a mão na cicatriz. Mione passou a mão pelo seu rosto, limpando um pouco do suor, então sorriu.
–Você está bem, Harry? –perguntou ela, carinhosamente.
–Acho que sim… –respondeu ele.
–Cara, que aconteceu? –perguntou Rony, se aproximando também.
–Por que ninguém me disse que Hagrid estava morto? –perguntou Harry, se sentindo nauseado.
Ninguém respondeu, apenas desviaram os olhares. Harry sentia que entre o suor frio escorriam lagrimas quentes. Sentiu mais ódio do que de costume de Voldemort. Apertou seus olhos.
–Toma isso… –pediu Mione, lhe enfiando um tubo de ensaio na mão. –É a melhor poção revigorante que Madame Pomfrey possui, Monstro que trouxe.
Harry bebeu tudo de um gole só, sem se preocupar se o elfo domestico teria envenenado a poção, mas continuou deitado e de olhos bem fechados.
–Não ouvi nenhum resposta. –disse Harry, serio.
–A prof ª Minerva disse que era melhor esperar ate que você já estivesse bem reajustado a rotina para voltar a te abalar, talvez você pudesse querer fugir do castelo. –explicou Rony, pondo a mão no ombro de Harry.
Gina, que ate agora estava de fora da conversa, se aproximou de Harry e deitou ao sue lado, então encostou sua cabeça no peito do garoto. Harry sentiu as lagrimas da garotas lhe molharem a camisa. Ela também chorava.
–Você estava na mente dele, não é? –perguntou Gina, apertando Harry num abraço.
O garoto não respondeu, apenas apreciou aquele breve instante, sentia-se bem mais forte agora, com Gina ao seu lado. Mas isso não vai durar muito.
–Eu senti… Senti medo, frio, solidão… –disse ela, se esperar pela resposta de Harry. –Senti tudo, foi por isso que viemos para cá.
Harry abriu os olhos a tempo de ver Mione concordar com a cabeça, repousou sua mão sobre a cabeleira ruiva de Gina. Da garota que amava.
–É um lugar horrível de se estar… –disse Harry finalmente. –Detesto voltar lá.
–E por que vai? –perguntou Rony.
–Porque é preciso. –respondeu o garoto. –É o único meio que tenho de saber o que Voldemort planeja.
–E ele não pode fazer o mesmo? –perguntou Mione. –Quer dizer, saber o que se passa na sua mente.
–Eu passei três meses estudando e treinando oclumência dia e noite, nem mesmo Voldemort pode penetrar minha mente, se eu assim decidir. –explicou Harry.
A dor no peito de Harry parecia ter diminuído, mas o desespero por saber que o amigo meio gigante morrera ainda o assolava. Tentava da melhor maneira se conter, mas o ódio que sentia de Voldemort era tamanho que podia sentir seus dedos doerem de tão cerrado que estava seu punho.
–Harry, se acalma… –murmurou Gina. –Nós estamos com você… Eu estou com você…
O garoto teve que fazer um esforço colossal para não beija-la naquele instante, os amigos pareceram notar, pois fizeram cara de riso. Harry se odiou por estar pensando nessas coisas num momento tão triste. Respirou fundo e abriu os olhos novamente.
–Acho bom vocês deixarem vassouras prontas. –avisou Harry.
–Por quê? –perguntou Rony, exaltado.
–Talvez tenhamos que sair essa noite.
–Mas e o baile? –perguntou Mione, olhando aflita de Harry para Rony.
–O baile não é importante agora. –disse Gina, Harry desconfiou que ela vira quase tudo o que ele vira.
–Voldemort deixou a cargo de Malfoy os lobisomens e eles vão atacar esta noite. –explicou o garoto.
–Aonde? –perguntaram Rony e Mione em uníssono.
–Não sabemos ainda… Mas tenho certeza de que vamos descobrir.
Gina ergueu a cabeça para olhar para Harry, seus olhos ainda estavam marejados, o garoto sentiu pena dela.
–Promete que não vai fazer nenhuma besteira. –pediu ela.
–E eu por acaso já fiz? –perguntou Harry, zombeteiro, tentando lhe arrancar um sorriso.
–Harry. –insistiu a ruiva.
–Prometo.
Rony e Mione sorriram para os dois, pareciam já ter se recuperado da morte de Hagrid, mas estavam surpresos com a capacidade de Harry de superar perdas significativas. Ele já estava animado novamente. Mas o que realmente lhes interessava era o casal deitado na cama naquele instante. Os namorados se entreolharam. Não entendo por que eles não ficam juntos de vez… pensaram os dois, ao mesmo tempo.
Sabe que eu to começando a não entender também, Harry disse aos dois por telepatia. Enquanto isso Gina apertava Harry com toda sua força entre seus braços, quem dera pudesse ficar aqui para sempre… pensou ela. Mas você vai poder, Gina, um dia vai.
ESSE CAPITULO EH EM HOMENAGEM A MINHA CARA AMIGA FERNANDA DALANHOLLI Q VEM A ALGUM TEMPO PEDINDO PARA Q EU AUMENTASSE O TAMANHO DOS CAPS AGORA EU PROMETO CAPS GRANDES, MAS VOU DEMORAR UM TANTINHO MAIS PRA ESCREVER!!!
QRO PEDIR TBM Q O PESSOAL CONTINUE COMENTANDO E DANDO SUGESTOES, POIS ALEM DE BEM VINDAS ELAS SAO BEM UTEIS PRA MIM!!!
QM QUISER TBM PODE ENTRAR NA COMU DA FIC, (FOI A FERNANDA Q DEU A IDEIA E FEZ) E DEIXAR SEUS RECADOS COMENTARIOS E SUGESTOES!!! https://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=20822236 ENTRA AI E FALA O Q VC QUER E COMO VC QUER!!!
ABRAÇOS E FLOW, GENTEM!!! BRAGADAUM PELA ATANÇAUM!!!
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