Um Papo com Gina



Capitulo 13 – Um Papo com Gina

Na manha seguinte Harry acordou sentindo uma enorme dor de cabeça, efeito colateral do psicotransporte. Abriu os olhos e viu que dormira de óculos, o quarto já estava claro. Se ergueu, olhando a volta, mas não havia mais ninguém no quarto, Rony provavelmente acordara cedo, para verificar o estado da sala comunal, mas não sabia por que os outros saírem tão cedo, principalmente Neville, que costumava dormir ate o ultimo minuto.
Aproveitou que ainda usava as vestes de Hogwarts, muito amassadas por sinal, e correu para baixo, na esperança de encontrar alguém lá. Mas suas esperanças se desfizeram no instante em que chegou ao ultimo andar da escadaria, não havia ninguém ali, com exceção de uma garota de cabelos cor de fogo, que parecia esperar impaciente pela sua descida.
–Ate que enfim você acordou, hein? –zombou Gina, enquanto Harry se aproximava. –Já estava pensando em chamar Madame Pomfrey para ver se ainda estava vivo.
Harry não disse nada, apenas a fitou por alguns segundos, a garota bufou.
–Não vai dizer nada? –perguntou ela.
–Bom dia para você também, deseja alguma coisa? –a ironia na voz de Harry era tão forte quanto a dor que ele sentia em seu peito.
A expressão de Gina passou de simples impaciência para total fúria, ela enfiou a mão no bolso da capa e tirou um colar e uma chave, Harry as observou com desinteresse.
–Eu vim te devolver suas bugigangas!!! –exclamou ela, esticando o braço para ele.
–Bugigangas? –perguntou ele.
–É, bugigangas! Sua chave de seu cofre... Eu não preciso de esmolas, sou pobre mas tenho dignidade.
–Não é esmola, é um presente, você vai poder usar melhor do que eu...
O pesar com que ele disse aquelas palavras fez Gina se lembrar da conversa que ela ouvira entre Harry, Rony e Mione, quando ele explicara para os dois sobre a profecia. Seu coração doeu.
–Mas, se você não quiser, pode doar... Eu não vou aceitar de volta. –ele a orientou.
Gina não disse nada, bufou mais uma vez e enfiou a chave de volta no bolso, olhou com mais raiva do que antes e seguiu:
–Tah, com a chave eu fico, mas você vai ficar com esse colar estúpido... Falsificação grosseira! –disse ela, enfiando o colar na mão dele.
Harry na se moveu, apenas olhou para o colar em sua mão com certa tristeza.
–Falsificação? –perguntou ele.
–É, e muito grosseira, segundo Flitwick. –rebateu ela, o rosto vermelho feito um pimentão. –Oras... Que tipo de pessoa da de presente uma falsificação de chama eterna?!
Harry parou para avaliar o peso daquelas palavras, então Hermione também não sabia o que era aquilo... isso complica um pouco as coisas...
–Chama eterna..? –disse Harry, baixinho. –Não, Gina, isso realmente não é uma chama eterna.
–E ainda admite?! –exclamou ela, entre os dentes.
–Claro, você está equivocada...
–Não estou equivocada, coisa nenhuma!
–Vamos fazer o seguinte...
Ele se aproximou dela e pôs o colar em seu pescoço como previu o colar ficou mais vermelho do que antes, a garota também pareceu perceber, mas apenas continuou o observando.
–O que você está fazendo? –quis saber.
–Eu posso até ficar com o colar, mas com a seguinte condição: quando você descobrir o que ele realmente é, você me devolve... Se você realmente quiser me devolver.
Gina parou, olhando para ele.
–Mas... –começou ela.
–Sem mas, vai logo, o Dino tá te esperando par fazer as pazes.
–Ele está?
–Par falar a verdade não, mas se você for falar com ele acho que ele te perdoa... Afinal, você não fez nada...
Os olhos castanhos de Gina marejaram e Harry teve que conter um forte impulso de agarra-la e abraça-la, você não pode deixar ela se envolver com você de novo... com ela por perto você fica vulnerável, e consequentemente todos a sua volta também ficam...
–Vamos tomar café? –chamou ele, indicando a porta.
A garota não respondeu, mas o seguiu, quando ele rumou em direção a porta. Os corredores de Hogwarts pareciam bem mais convidativos a luz do dia, apesar de inspirarem a mesma segurança que no tempo de Dumbleodore. Gina e Harry caminhavam em silencio, se entreolhando vez ou outra, Harry sentia tudo em si apelar para que a abraçasse, mas não podia se dar esse luxo, lutara muito para dominar a legilimência e nos vinte minutos em que estavam juntos já sentira o dom fraquejar por mais de três vezes.
–Harry, você ainda gosta da Cho? –perguntou Gina de repente.
Aquilo pegara Harry de surpresa, mas o cérebro de Harry aprendera a lidar com situações como aquela e agira bem antes que ele pudesse computar a informação por completo:
–Essa é uma infeliz verdade...
–Então você vai gostar de saber que ela repetiu o ultimo ano...
Harry estacou no meio do corredor. Será que eu ouvi direito? Cho ainda está na escola? Isso não vai dar certo...
–Que foi? Gostou tanto assim da noticia? –Gina tentou parecer animada, mas o descontentamento em sua voz era obvio.
–Se gostei... –disse Harry, quase sem voz.
–Legal, quem sabe vocês não se entendem?
–Eh... Nas reuniões da A.D.
–Você vai voltar a reunir a Armada? –agora a voz de Gina parecia realmente animada.
Harry se virou para ela, com um sorriso terno.
–Mais do que nunca ela é precisa.
Gina sentiu-se murchar, em seis anos nunca sentira o que sentia agora, era mais que o orgulho que sempre sentira de ser amiga de Harry Potter, era um desejo animal de ser a escolhida do escolhido, um tipo de amor que ela tentara se negar com todas as forças. E eu que pensei que ia ter só pra mim, agora...
Eles finalmente chegaram ao saguão de entrada, um tanto movimentado, principalmente perto do quadro de avisos geral, onde há cinco anos ele avistara o aviso sobre o clube de duelos. Ainda estavam no topo da escadaria de mármore quando escutaram uma voz indignada:
–Gina!
Era Dino Thomas, o garoto piscou duas ou três vezes antes de seguir na direção da grande porta de carvalho, Harry não podia deixar. Abriu os braços o mais que pode sem deixar os outros verem e bateu as palmas das mãos. Todas as portas do saguão se fecharam, deixando o garoto sem saídas, a não ser a escadaria.
–Como você fez isso? –perguntou ela, que n ao vira nenhum movimento com a varinha.
Harry apenas ergueu a capa, fingindo guardar a varinha, pareceu ser suficiente para ela.
–Fica aqui, quando ele passar conversa com ele. –disse ele a Gina, antes de descer.
Harry passou direto pelo colega de classe, que subiu zunindo. Seguiu direto para quadro de avisos e driblando a multidão chegou ate a frente, seu queixo caiu:

Inscrições para a Armada de Dumbleodore, escrever nome abaixo.
A seleção será realizada na data de 27 de setembro no Salão Principal.

Minerva McGonagall.


–Eu não acredito... –sibilou Harry.

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