De Volta a Rotina



Capitulo 12 – De Volta a Rotina

Depois que Harry terminou de explicar para Rony e Hermione sobre o que lhe acontecera durante as férias, as coisas que descobrira ser capaz e como aprendera a usar a legilimência e a oclumência em uma de suas visitas a mente de Voldemort a garota tinha o queixo apoiado pelas mãos.
–Harry... Meu Deus... –balbuciou Hermione, apertando o braço de Rony.
–Deixa-me ver se entendi... Catorze comensais? –perguntou o ruivo, pela oitava vez.
–É, Rony, catorze. –respondeu Harry já impaciente.
Mas Hermione se atentava a uma parta muito mais importante da conversa, ela mal conseguia imaginar como aquilo acontecera.
–Harry, como Snape conseguiu seus óculos? –perguntou ela.
–Eu e Voldemort travamos um duelo mental, quando fui expulso da mente dele, meus óculos caíram antes de eu desaparatar.
–Harry, você disse que você e Voldemort... Travaram um duelo mental? –perguntou a garota, a voz quase não saia.
–É. –respondeu Harry, com simplicidade.
–E essas coisas... Você aprendeu na mente dele? Magia sem varinha, legilimência, oclumência... Harry, você disse que é capaz de impedir que as pessoas a sua volta desaparatem?
–É, acho que sim. –a simplicidade na voz do garoto é o que a irritava. –E tem mais uma coisa.
–MAIS?!? –perguntaram Rony e Hermione em uníssono.
–Prestem atenção nisso.
Harry fechou os olhos e cerrou os punhos, Rony se encolheu, com medo de que o garoto revidasse o golpe que lhe dera a pouco. Mas Harry não se mexeu, fez algo ainda mais assustador: desapareceu. Hermione piscou duas vezes, achando que era uma ilusão, enquanto Rony se levantou de um salto, girando a cabeça.
–Ah!! Harry?! –gritou Rony, quando viu Harry sentado na cama de Neville, no extremo oposto do aposento. –Como..?!
–Você pode ficar invisível? –perguntou Hermione, tentando conter o assombro e a excitação na voz.
–Não. Isso se chama Psicotransporte. –disse Harry se levantando e seguindo na direção deles, ele cambaleava.
–Você ta legal? –perguntou Mione.
–Estou... Só um pouco cansado... Isso esgota a energia...
Ele se largou em sua cama, bufando.
–Isso você também aprendeu na mente dele..? –quis saber Rony.
–Não... Isso eu tive de aprender sozinho... Sabe, é impossível aparatar na presença do Lord das Trevas...
–Como, Harry? –perguntou Hermione.
–Posso responder isso depois? –pediu Harry. –Quando as reuniões da A.D. voltarem? Estou exausto...
Harry nem esperou pela resposta, simplesmente fechou os olhos e desmaiou.
–Ele deve estar exausto. –comentou Rony.
–Deve? –perguntou Mione. –Ele está exausto, Ronald, qualquer pessoa normal estaria.
–Mas ele não é normal, Mione.
Rony sacou sua varinha e destrancou a porta que Harry fechara, na terceira tentativa, amaldiçoando os poderes de Harry e eles desceram. A zoeira lá embaixo continuava, apesar de não tão grande, o que indicava que os gêmeos haviam parado com a bagunça. Ao chegarem a sala comunal perceberam alguns olhares curiosos sobre eles, principalmente sobre Hermione, que tinha os cabelos lanzudos muito bagunçados.
–Perderam alguma coisa? –perguntou Rony, para um grupinho de alunos do primeiro ano, que os encarava persistentemente.
Todos abaixaram os rosto e continuaram a redigir seu dever de transfiguração.
–Rony! Deixa eles! –exclamou Hermione.
–Vocês viram o jeito como eles estavam te olhando? –perguntou Rony, ríspido. –Parecia que fez alguma coisa errada!
–Mas eu não fiz! E isso não é motivo para assustar os calouros! Além do mais você é o monitor-chefe, tem de dar o exemplo.
–Exemplo... Eles precisam é de uma boa dose de respeito!
–Não sei o que deu na prof ª Minerva quando te nomeou monitor-chefe...
Hermione beliscou o braço de Rony, que se virou para ela para reclamar, mas não teve tempo, a garota apontava para uma figurinha sentada sozinha num canto da sala comunal, os cabelos cor de fogo espalhados sobre o rosto.
–Cadê o Dino? –perguntou Rony.
–Não sei... Será que eles brigaram?
–De novo?
A garota deu de ombros e os dois seguiram na direção dela, passando por um grupo de garotas do terceiro ano, que deram risinhos estranhos.
Eles se sentaram um de cada lado da garota, ela chorava. Hermione pôs uma mão em seu ombro, mas isso só fez com o choro da garota piorasse. Rony fez sinal para que Hermione deixasse com ele e então a abraçou, afagando seus cabelos.
–Gina, você está bem? –perguntou ele.
–Não... –respondeu ela, sem erguer a cabeça.
–O que aconteceu? Você e o Dino brigaram?
–Hu-hum...
–O que aquele panaca te fez?
–Nada... Ele só descobriu...
–Descobriu? O que?
Gina enfiou a mão dentro da camisa e tirou de dentro um colar com um pingente em forma de uma pequena esfera vermelha. Hermione deixou escapar uma exclamação, Rony olhou para ela.
–O que é isto? –perguntou ele, olhando de uma para a outra.
–Harry me deu antes de ir... –respondeu Gina, mas Rony queria ouvir Hermione.
–Mas Harry não foi sem falar com ninguém? –perguntou ele, os olhos agora colados em Hermione.
–Er... Ele falou comigo, pouco antes de ir embora... Pediu pra entregar para Gina. –disse Hermione, corando violentamente.
Rony lançou a Hermione um olhar que dizia com todas as letras: depois a gente conversa.
–Ele brigou com você por causa desse colar? –perguntou, voltando-se para Gina.
–Eh...
–Um colar que o Harry te deu?
–Eh...
–Por que você não o mandou ir catar coquinho? Vai ficar chorando por causa dele?
A garota fez que não com a cabeça, antes de levanta-la, olhando para Hermione.
–Mione, por que você não me disse? –perguntou ela.
–Disse o que? –perguntaram Rony e Hermione em uníssono.
–Isso não é uma chama eterna, Mione?! –a garota parecia revoltada.
–Não?! –Hermione estava assombrada, não podia acreditar que Harry lhe entregara uma jóia falsa.
–Não, Flitwick disse que mal se assemelha, uma copia grosseira, na opinião dele...
–Eu não sabia, Gina... Nem fazia idéia... Deve ter uma explicação...
–É, realmente tem uma explicação, ele não me ama. Nunca me amou.
–Não fala bobeira, Gina, ele te adora. –disse Hermione, que conhecia Harry como a palma da mão.
–Ele disse que não.
Rony e Hermione ficaram estáticos.
–Como? –perguntou a garota.
–Eu fui falar com ele hoje, ele disse que não me amava, que nunca me amou.
–Então eu acho que o colar não foi a única coisa que fez e Dino brigarem. –comentou Rony.
–Não enche Ronald!! –exclamou Gina, se levantando.
A garota subiu correndo as escadas que levavam ao dormitório das meninas, sob o olhar reprovador de Parvati Patil e Lilá Brown. Hermione olhou para Rony.
–Quando ela disse que Harry a dissera que não a amava eu pensei que você fosse subir e soca-lo. –disse Mione.
–Eu sei porque Harry disse isso pra ela. –disse Rony, alongando o pescoço.
–Por que? –Hermione perguntou em to zombeteiro.
–Ele quer manter distancia, acha que Gina corre perigo ao seu lado.
Hermione olhou para Rony e o viu como nunca vira em seis anos de convivência: como um homem. E por um segundo se pegou desejando ser a mulher que ele teria ao seu lado. Como ele pode amadurecer tanto? Ou será que ele sempre foi maduro, era eu que não o deixava se mostrar..?
–Ronald... Eu nunca pensei que fosse ouvir isso de você. –disse ela. –Tanta maturidade...
–Eu também nunca pensei que fosse me pegar agindo assim, Mione. –ele sorria para ela.
Meu deus, desde quando o sorriso dele é tão lindo?
–Mione? –chamou Rony.
–Hãn... oi?
–Você ta meio aérea. Ta tudo bem?
–Ta... Tudo bem...Rony.
–Você... Me chamou do que?
–De Ronald, por quê?
–Não, você me chamou de Rony, não me chama assim há três anos.
–Eu tenho certeza de que te chamei de Ronald.
O garoto deu de ombros e se largou na poltrona, ocupando a parte antes ocupada por Gina. Hermione não pode conter um sorriso ao vê-lo ali, todo largado, a gravata frouxa, o distintivo de monitor-chefe pendendo e seu peito. Esse é o Ronald que eu conheço, ou melhor, Rony.
–Mione, o que vai fazer amanha na hora do almoço? –perguntou Rony.
–Nada, por que?
–Tava afim de ir ver o Hagrid, eu, você e o Harry, que tal?
–Ta legal.

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