Amigos
Capitulo 11 - Amigos
Já era noite quando Harry deixou a sala da professora McGonagall e seguiu para a torre da Grifinória, três andares acima e no extremo oposto do castelo. Os corredores de Hogwarts pareciam sombrios como nunca, uma vez que a chuva lá fora fazia fraquejar a luz do castelo. Ele não conseguia refrear a mania que adquirira de andar com a varinha em pulso, uma pratica necessária ao vasculhar as masmorras onde Voldemort escondera seus Horcruxes. Estava tendo a sorte de não encontrar nenhum outro aluno.
Ao chegar ao pavimento principal do sétimo andar, Harry sentiu uma estranha sensação em seu estomago, estava voltando a Grifinória. Atravessou o corredor e chegou ao retrato que cobria quase toda a parede, uma mulher muito gorda usando um vestido rosa, a mulher o mediu por alguns instantes, como se estivesse tentando reconhece-lo.
–Desculpe, mas eu te conheço? –perguntou ela, os olhos semicerrados.
–Príncipe. –disse ele, sem responder o que mulher lhe perguntara.
–Ah, sim, claro, com essa educação não poderia ser mais ninguém. Entre.
A mulher saiu da frente, deixando a mostra o já tão conhecido buraco do retrato, por onde Harry passou, sentindo um frio muito estranho no estomago. Ela não poderia me deixar voltar amanha..?
O barulho no salão só podia significar uma coisa: os gêmeos Weasley. Harry entrou na sala comunal e parou a porta por meio segundo, esperando o buraco do retrato se fechar. Tempo suficiente para que cada alma ali o avistasse e o reconhecesse. Os gêmeos Weasley estavam parados no meio da sala, fazendo malabarismo com garrafas de cerveja amanteigada em chamas.
–Harry! Você melhorou?! –exclamou um garoto de rosto redondo, correndo em sua direção.
Quando fora ate a ala hospitalar, Harry não notara o quanto Neville mudara nesse meio tempo, o garoto estava bem mais magro, além de crescido. Havia ainda um brinco em sua orelha esquerda. O garoto parou defronte para Harry e passou e medi-lo, observando cada detalhe.
–Cara, você ta bem mudado... –comentou o garoto. –Os cabelos, os óculos... Nossa!
–Você também Neville... E esse brinco?
Neville apenas sorriu. Harry então olhou para as demais pessoas as costas deste. Todos o observavam quase com assombro, principalmente umas garotinhas do segundo ano. Ele deu um tapinha nas costas de Neville e passou por ele, seguindo na direção das escadas.
No meio da multidão de alunos que o encaravam ele encontrou o rosto de Rony e de Mione, ambos pareciam um tanto chateados. Ele fez questão de acenar, mas não foi correspondido. Quando alcançou as escadas se virou e sorriu, ele pode perceber um ligeiro recuo de todos.
–Desculpem o incomodo, continuem, por favor. –pediu ele, seguindo seu caminho.
Ele seguiu ate o segundo andar e entrou no corredor se dirigindo a porta com a plaqueta que informava dormitório do sétimo ano. Entrou e encontrou as mesmas cinco camas de coluna, todas com um malão ao seu lado, mas somente o seu arrumado. Ele se jogou em sua cama e se prontificou a xeretar seu malão. Encontrou um enorme embrulho, provavelmente livros, um bilhete preso.
Potter,
Tomei a liberdade de comprar seu material para este ano.
Prof ª McGonagall.
Harry jogou o bilhete para o lado e deixou o malão para lá, se deitando e olhando para o teto. Que diabos eu vim fazer aqui?, pensou ele, estou completamente sem sono. Enfiou a mão num bolso interno da capa e pegou o frasquinho da poção que trouxera da ala hospitalar, abriu e entornou o resto. A porta se abriu e por ela entraram duas pessoas, Rony Weasley e Hermione Granger.
–Gina não vai ficar chateada de vocês virem aqui? –disse ele, em tom sarcástico.
Os dois não disseram nada, apenas continuaram parados, observando Harry. Então Hermione literalmente pulou em cima da cama e abraçou Harry, com tanta força que o garoto sentiu o ar sendo expulso de seus pulmões. Harry não só esperava por isso, como o desejava, queria que eles tivessem sentido sua falta, queria que eles o batessem por ele ter ido embora sem eles.
–Ah, Harry... Senti tanto a sua falta...Como você pôde..? Por que foi embora sem a gente..? –dizia ela, entre soluços e lagrimas. –Ah... Harry...
–Calma, Mione... Calma... –disse ele, afagando os cabelos da garota. –Me desculpe... Mas eu não podia...
–Mas Harry...
–Sshhh... Só chore, por enquanto...
A garota obedeceu prontamente, se limitando a chorar no ombro dele. Mas não pôde ficar ali por muito tempo, Rony a puxou e as levantou. Harry não notara, mas a expressão que dominava o rosto de Rony ele só vira um a vez, no quarto ano, quando o garoto ficara sem falar com ele por causa do torneio tribruxo.
–Harry... –disse ele, Harry imaginou que Rony fosse pedi-lo para não falar mais com ele.
–Sim.
Rony desferiu um poderoso soco no rosto de Harry, que rolou e caiu da cama, sentindo seu nariz sangrar de imediato. Harry ergueu o rosto para o amigo, ou talvez ex-amigo, Rony chorava, tinha raiva, tristeza e preocupação estampadas em sua face.
–Você tem idéia de como ficamos?! –perguntou ele, quase gritando.
–Tenho... Foi exatamente por isso que eu quis que ficassem. –disse Harry se levantando e tentando estancar o sangramento do nariz com a camisa.
Rony não disse nada, apenas se aproximou de Harry e o abraçou.
–Não nos importamos de morrer, cara, desde que morramos por você. –disse ele, apertando Harry.
–Rony, eu não admitiria que qualquer pessoa além de mim morresse... –Harry apertou Rony mais ainda.
–Cara, nós ficamos péssimos...
–E o encanto da prof ª Minerva? –perguntou Harry. –Eu estava com ela, quando ela conjurou.
–Anulado... Quando vimos a reportagem de sua morte no Profeta. –respondeu Hermione a um canto.
Os dois ficaram ali por alguns segundos, Rony apertando Harry, enquanto Hermione chorava baixinho com um sorriso no rosto. Rony largou Harry de repente e, com uma expressão muito seria no rosto.
–E então? Quando partimos? –perguntou ele.
Harry admirou a coragem de Rony, mas, mesmo que fosse, não permitiria que o amigo fosse também.
–Não partimos, Rony. –respondeu Harry.
–Harry, não vamos deixar você ir sozinho, não de novo...
–Mas eu não vou, Rony, Minerva não vai deixar e eu não preciso.
Hermione se levantou de um salto e postou-se ao lado de Harry.
–Sentem-se, precisamos conversar.
Hermione e Rony se sentaram e olharam para Harry, a garota teimando em continuar a chorar. Harry esticou o braço na direção da porta e estalou o dedo, a porta se fechou e se trancou. Os outros dois olharam assombrados para ele.
–Como? –perguntou Harry, com um pequeno sorriso. –Numa guerra em que você luta sozinho contra uma horda de comensais, não há muito tempo para se lançar um feitiço de cada vez.
–Feitiços simples não precisam de uma varinha para serem evocados... –resmungou Hermione. –Mas eu tentei durante três anos e não consegui nada...
–Tem um truque... Depois eu te ensino... –disse Harry.
Rony olhava de um para o outro, aturdido.
–Não se preocupe, Rony, você também vai aprender. –Harry olhou para o amigo. –Quando a A.D. voltar.
Os olhos de ambos brilharam a menção da Armada de Dumbleodore.
–A prof ª Minerva autorizou? –perguntou Mione.
–Eu não preciso de autorização. –disse Harry. –Ninguém vai saber.
Os três ficaram em silencio por alguns segundos, pensando.
–Mione... Você entregou... –disse Harry, de repente.
–O colar? Sim, entreguei. –respondeu ela.
–E ela..?
–Não tira do pescoço.
–Com ela o encanto não foi..?
–Anulado? Foi.
–Mas ela...
–Está com raiva.
–Sei... Normal... Bem, vamos as explicações.
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