Me Desculpe



Capitulo 9 – Me Desculpe

Harry sentiu que estava sendo observado, o efeito das poções já passava, mas a dor em seu corpo persistia. “Tem alguém te observando...” se forçou a pensar, na esperança de esquecer a dor. Respirou fundo, e sentiu um cheiro forte de rosas campestres. De todas as pessoas no mundo ela era a única que ele esperava que fosse visitá-lo, não depois do que ouvira.
–Oi, Gina. –disse ele, abrindo os olhos devagar.
–Oi. –respondeu ela, seca.
–Você poderia me passar meus óculos?
A garota não respondeu, apenas esticou um braço e pegou os óculos dele na mesinha de cabeceira, pondo-os no rosto dele.
–Obrigado. –agradeceu. –O que você quer?
–Direto ao ponto... –resmungou ela. –Não esperava isso.
–Por que?
–Rony me disse algumas coisas.
Harry pensou em dizer que era tudo verdade, que o irmão da garota estava absolutamente certo, mas não poderia dar o braço a torcer.
–Esqueça o que seu irmão lhe disse.
–Tanto faz...
–E então, o que quer?
–Eu vim te perguntar algumas coisas.
–Sou todo seu... No bom sentido, é claro... –corrigiu ele, a tempo.
–Bem, em primeiro lugar: por que diabos você fugiu?
Harry pensou um pouco, na fugira, deixara Mione incumbida de informar o que ele fora fazer e o porque de não levar os outros. Como poderia explicar para Gina que tudo o que queria era acabar com tudo aquilo.
–Eu tinha que resolver uns problemas. –disse Harry, sendo evasivo de propósito.
–Foi exatamente o que Mione dissera. –comentou ela. –Mas isso não responde muita coisa, não é?
Harry notou que ela parecia fazer força para não pular em seu pescoço e estrangula-lo. Snape lhe dissera uma vez que a mente não era um livro aberto, em relação a Gina ele estava redondamente enganado. Gina não conseguia tirar na cabeça uma agonia profunda, uma raiva sem tamanho, um pesar e a saudade incontrolável que sentiu de Harry, tudo em sua cabeça se concentrava numa noite no fim do ano letivo passado: a noite em que se beijaram.
–Gina, você quer saber realmente por que eu fui embora naquela noite? –perguntou Harry, tomando a decisão mais difícil de toda a sua vida. Abandonar tudo o que sentia por Gina.
–Foi exatamente por isso que vim aqui. –disse a garota.
–Antes de tudo me responda uma coisa: você ainda gosta de mim?
Ela não respondeu.
–Pra mim isso já é uma resposta. –disse ele, respirando fundo. –Gina durante essas férias eu entrei em sua mente e te pedi uma coisa.
–Pediu? O que?
–Eu te pedi pra me esquecer, pra seguir em frente.
Gina apenas o fitou, Harry não precisou usar a legilimência para saber o que vinha a sua cabeça. Sentiu pena dela.
–Gina, quando eu fui embora eu tinha duas coisas em mente: a primeira, ir atrás de Snape. A segunda... Bem, a segunda era corrigir um erro.
–Que erro?
–Gina, eu nunca gostei de você.
Ouve um longo silencio, um silencio constrangedor que Harry sentiu uma serie de pontadas agudas em seu coração.
–Você... Nunca gostou de mim..? –perguntou ela, quase sem voz.
–Desculpe, Gina, eu realmente não queria te magoar...
Gina se levantou e olhou bem para Harry. De repente ela virou-lhe um tapa na cara, Harry já esperava por aquilo, mas não reagiu, apenas deixou seu rosto cair.
–Eu sei como você se sente... –começou ele.
–Você não sabe de nada. –disse ela e, para a surpresa de Harry, ela sorriu. –Obrigado, Harry Potter.
–O-obrigado? –perguntou ele, evitando ao máximo a vontade que sentia de usar a legilimência. –Por que?
Gina riu pelo nariz. Harry, tentando evitar o olhar da garota viu algumas nuvens de chuva se aproximarem dos terrenos de Hogwarts.
–Sabendo que nunca gostou de mim eu fico mais a vontade para continuar meu namoro com Dino.
Harry sentiu um espasmo de raiva no exato momento em que um trovão ecoou.
Gina não disse mais nada, simplesmente deixou a ala hospitalar. Harry observou aquilo com um corte no coração. Logo que ela deixou a sala Harry esticou o braço e pegou um frasco de uma poção branca que Madame Pomfrey deixou em sua mesinha de cabeceira. Bebeu um longo gole, sentindo um calor percorrer seu corpo e um pouco de sua energia retornando.
Se levantou e olhou a volta, ainda usava as vestes da enfermaria. Esticou o braço e estalou os dedos, sua varinha veio voando ate suas mãos. Ele a girou entre os dedos e acenou para seu corpo, fazendo suas roupas mudarem para as vestes de Hogwarts. Respirou fundo e se dirigiu a porta, mas parou a meio caminho, voltando-se para a sua cama. Acenou com a varinha duas vezes, ajeitando a cama e trazendo para si o restante da poção branca que bebera a pouco.
–Vamos lá, sala de Minerva McGonagall. –suspirou ele, fechando a porta.

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