De volta à Hogwarts
Capitulo 8 – De volta à Hogwarts
Harry abriu os olhos devagar, sentia uma forte dor pelo seu corpo, como se estivesse deitado em cacos de vidro. Estava tudo fora de foco, sentia um forte cheiro de poções, então, com uma leve pontada de depressão se lembrou de onde estava e do porque de estar ali.
–Ola, professora. –disse ele, com um sorriso meio amarelo.
Harry virou a cabeça um pouco, se arrependendo logo em seguida, foi como se alguém quebrasse seu pescoço e ele não tivesse o privilegio de morrer com isso.
–Bom dia Potter, a que devemos sua visita? –perguntou a professora. Fria e direta, praticamente cirúrgica, como ela sempre fora.
–Eu não quis incomodar... –falar também doía, constatou Harry, da pior maneira. –Só vim beber alguma coisa...
–Potter, como você chegou àquele estado? –perguntou ela. –O que te deixou daquele jeito?
Harry sorriu, de maneira forçada, mas ainda assim era um sorriso, algo que ele nem esboçava há quase dois meses. Pensou na noite passada, no pequeno encontro entre ele e alguns comensais no meio do largo Grimmald. Bellatriz Lestrange e Draco Malfoy entre eles. Esticou o braço para a mesinha de cabeceira, para pegar seus óculos.
–Diga Potter. –apressou a diretora.
–É uma longa historia, professora e eu...
–Eu tenho tempo, Potter, cancelei todas as aulas desta manha.
Harry sentiu um aperto no coração. Olhou a volta, não vendo ninguém à volta. Olhou esperançoso para a diretora.
–Professora, ninguém..? –começou ele.
–Não, Potter, nenhum de seus amigos veio lhe visitar.
Harry suspirou.
–Era de se esperar... Depois de fugir... Mas eu pensei que pelo Mione me entenderia... Bem, vamos pelo começo. O que a senhora quer saber?
–Tudo, Potter.
–Só o que aconteceu ontem.
Harry disse aquilo de maneira tão determinada, os olhos tão firmes na professora, que estão não ousou se objetar.
–Ontem eu passei no largo Grimmald para deixar escondidas algumas coisas, e encontrei duas sombras rondando a praça, dois comensais. Pareciam estar procurando algum ponto de referencia, algo que bloqueasse os efeitos do segredo de Dumbleodore, achei que Snape os tivesse mandado ali. Bellatriz Lestrange e Draco Malfoy.
–Mas...
–Me deixa terminar. Eu os espreitei por algum tempo, e descobri uma coisa uma coisa um tanto interessante: parece que Snape anda agindo pelas costas de Voldemort.
–Como?
–Parece que Snape não está contente em continuar sendo só mais um comensal. Ele quer passar a ser um a mais na lista de Voldemort. Ele mandou Bellatriz e Malfoy atrás de algo nos arredores da antiga casa dos Black, na hora eu não entendi direito o que ele queria, ate ver o que eles procuravam. Uma tiara de ouro, adornada com algumas pequenas águias, reconheci de imediato como pertencendo a Rowena Ravenclaw.
–O que eles queriam com isso?
–O que Voldemort iria querer com isso?
–Ele, só manter o mais escondido possível, como manteve por dezessete anos, mas Snape provavelmente pretendia destruir.
–Destruir? Mas por que diabos..?
O tom de voz de Harry se tornou muito mais urgente.
–Dumbleodore já falou com você sobre as horcruxes?
–Ele comentou algo.
–Eu acho, e creio que Snape também desconfie, que se tratava de mais uma. Por isso dele querer destruí-la. Mas, como eu dizia, quando eu percebi do que se tratava me aproximei o mais escondido que pude e estuporei Malfoy, Bellatriz percebeu rápido e partiu para o ataque.
A professora arregalou os olhos.
–Eu, infelizmente, sou obrigado a admitir que não sou páreo para ela num duelo, não em nível de comensal da morte, mas com a devida interferência na mente dela eu pude imobiliza-la por algum tempo, claro que não o suficiente para evitar que ela chamasse reforços, oito outros comensais.
–Potter como você conseguiu enfrenta-los?
–Não consegui... Talvez pudesse ser um pouco mais eficaz se estivesse me alimentando direito, mas estava há quase um mês vivendo de restos, quase sem energia...
–Potter!
–Eu sei professora... O importante é que, apesar dos ataques quase incessantes eu consegui tempo para aparatar para o lugar mais seguro que me veio a mente: Hogwarts.
–Escola infeliz.
Harry se voltou assustado na direção da porta, havia ali cinco pessoas: um rapaz extremamente alto, de cabelos cor de fogo, uma garota também de cabelos cor de fogo, mas muito mais baixa, uma outra de cabelos lanzudos, um rapaz de rosto redondo e um outro com as sobrancelhas falhadas.
–Acho que depois terminamos esta conversa, Potter. –comentou a prof ª Minerva se levantando, enquanto os outros entravam.
–Eu sabia que vocês viriam. –disse Harry, num tom nostálgico.
–Não fique tão alegre, não viemos por você. –disse Gina, rispidamente, Harry não pode deixar de notar um meio sorriso nos lábios de Dino.
–Eu sei que não. Fiquem a vontade, ela está três camas para lá.
Hermione arregalou os olhos.
–Você disse que eu precisava aprender legilimência. –disse o rapaz, displicente, devolvendo os óculos a mesinha de cabeceira e bebendo um gole de uma poção verde que estava ali. –Boa noite.
Tudo ficou nublado para Harry, que mergulhou num sono sem sonhos, mas não antes de ouvir:
–Exibido. –a voz de Gina soara fria.
A criatura no peito de Harry caiu, finalmente morta.
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