O sonho



Capitulo 3 – o sonho

Gina se deitou sentindo-se um tanto mais leve, seu dia fora agitado. A casa dos Weasley ficara um tanto mais alegre após a chegada das cartas de Hogwarts, Fred e Jorge passaram o dia estourando fogos Dr. Filibusteiro, que não esquentam e acendem molhados, Rony convencera seu pai a lhe comprar uma nova vassoura e Gui ficou de um lado para o outro tentando organizar as coisas na casa. A Sra. Weasley saíra com Carlinhos para fazer compras para comemorar a conquistas de Rony. A própria Gina se sentia orgulhosa, mas seu coração doía, todos pareciam ter esquecido o que aconteceu com Harry.
A garota não estava cansada, mas rapidamente adormeceu. Seus sonhos voavam.

–Gina... –chamou uma voz que ela reconheceu de imediato.
–Harry? –perguntou ela, sentindo que caia com um baque no chão de terra fofa, estava nos jardins de Hogwarts.
–Oi, Gina, há quanto tempo... –disse o rapaz.
Harry não usava as vestes de Hogwarts, estava usando um suéter negro com um grande H bordado no peito, feito pela mãe da garota. Seus óculos também estavam diferentes, eram óculos sem armação, de lente em forma de casco de tartaruga. Os cabelos do garoto também estavam diferentes, curtos e arrepiados.
–Harry, há quanto tempo... Você está tão... –começou ela.
–Diferente? –perguntou ele. –É, um pouco.
–Harry, você vai ficar comigo não é? Você não vai embora de novo, vai?
–Não sei, Gina, não sei.
–Harry... O que você quer de mim?
–Eu, Gina, queria lhe pedir um favor.
–Sim, Harry! Eu te espero, por toda a minha vida! –se antecipou ela.
–Não, Gina, eu quero lhe pedir exatamente o contrario. Gina segue a sua vida.
–Que?
A garota não podia acreditar no que acabava de ouvir, ele queria que ela o esquecesse. “Não pode ser verdade, ele não está me pedindo isso!”.
–Harry, você está brincando, não é?
–Não, Gina, é serio. Eu não quero ser um estorvo em sua vida.
–Mas você não é, Harry, nunca vai ser!
Gina já estava começando a se desesperar, ele não poderia estar pedindo para que ela o esquecesse. Ela jamais o esqueceria.
–Harry, não me importa o que diga, eu não vou te esquecer!!
–Você precisa, Gina, talvez eu não volte mais... –a voz dele soou quase, como se dissesse “ eu nunca voltarei...”.
–Você vai voltar, Harry, eu sei disso.
–Gina, por favor...
–NAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!! –gritou a garota, com todas as suas forças.

–Gina, Gina! Acorde, querida!
Gina abriu os olhos, sentia o corpo encharcado de suor frio, mas seu rosto estava quente pelas lagrimas que escorriam. Sua mãe estava sentada ao seu lado na cama, assim como Rony e Gui. A garota passou a mão pelo rosto.
–Gina... Você está bem, minha filha? –perguntou a Sra. Weasley, assustada.
Gina olhou a volta, estava deitada na sua cama n’A Toca, tentou se levantar, mas foi impedida por sua mãe.
–Nada de levantar, mocinha! Você ainda deve estar zonza. –advertiu a Sra. Weasley.
–Mas... –protestou Gina.
–Gina, que pesadelo foi esse? –perguntou Rony, sua voz claramente preocupada.
–Pesadelo..? –começou a garota, que não se lembrava de nada. –Eu... Eu não sei...
–Não se lembra? –insistiu Rony. –Você ficou gritando o nome de Harry, alguns não, uns por favor e terminou com um grande e pitoresco NÃO. Lembrou agora?
A Sra. Weasley lançou um olhar de censura ao filho, que se encolheu, e voltou-se para Gina.
–Minha, filha, você tem certeza de que não sabe com o que sonhou?
A garota tentou forçar a memória, mas nada lhe ocorria, nada com exceção de uma idéia fixa, algo que ela achara que nunca mais iria pensar. Olhou para a mãe, fazendo sinal negativo com a cabeça.
–Nada, querida? –insistiu a Sra. Weasley.
–Hu-hum... –murmurou ela, ainda balançando a cabeça em sinal negativo.
–Certeza? –continuou.
–Deixa ela, mamãe, talvez seja melhor pra ela não lembrar. –aconselhou Gui. –Ninguém gosta de lembrar de coisas ruins.
A Sra. Weasley parecia querer insistir, mas o olhar de Gui era duro demais para ser contrariado. Ela deixou o quarto puxando Rony consigo.
–Espera, mamãe! –exclamou Rony.
–Nada disso. –disse a Sra. Weasley, com a voz aguda e tom contrariada.
Gui ficou olhando por mais alguns segundos.
–Quando quiser conversar, eu estou lá embaixo. –disse ele, antes de sair.
Mal o irmão sumiu pela porta Gina pulou da cama, pegando uma pena e um pedaço de pergaminho, tinha que fazer aquilo antes de ter tempo para se arrepender. Escreveu as pressas, a letra quase irreconhecível.

Dino,

Preciso conversar com você, será que a gente pode se encontrar no Beco Diagonal depois de amanha? Eu vou com meus irmãos comprar meu material. Se sim, te vejo na Floreio e Borrões as onze.

Um abraço,
Gina.


A garota foi ate a janela e assobiou para chamar Pitchinho, que não demorou a aparecer.
–Entrega isso pra ele e volta aqui, ouviu? –disse ela, amarrando o bilhete na perna do coruja minuscula.
A coruja piou excitada e sumiu na neblina da manha.
–Por que diabos eu to fazendo isso? –se perguntou ela.

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