O Cofre dos Potter
Capitulo 4
O cofre dos Potter
Talvez Gina tivesse acordado mais bem disposta aquela manha, se tivesse absoluta certeza de que estava fazendo a coisa certa, o mais devagar que pôde pôs suas roupas, não queria parecer atraente, talvez Dino não quisesse mais nada com ela, afinal, ele levara um fora há não mais que cinco meses.
Desceu para tomar o café da manha a pior cara de enterro que seu rosto pálido era capaz de imitar, talvez sua mãe não a deixasse ir se achasse que a garota não estava se sentindo bem. Sentou a mesa ao lado de Rony, que a olhou pelo canto dos olhos. O irmão parecia furioso desde o dia em que a garota teve um pesadelo, Gina resolveu tomar uma atitude.
–Espero sinceramente que você não tenha lido a minha correspondência, Ronald. –disse ela, sem olha-lo diretamente.
–Não foi preciso, eu sei pra quem você mandou aquela carta. –disse o garoto, engolindo uma torrada ligeiramente queimada. –Você poderia esperar mais um pouco, sabia.
–Eu não te devo satisfações da minha vida, Ronald.
–Faça o que achar melhor...
–Do que vocês estão falando?–perguntou Carlinhos, que acabara de entrar na cozinha.
–Nada! –disseram os dois em uníssono.
Os dois terminaram de tomar café em absoluto silencio, Rony não parava de fuzilar Gina com os olhos, mas a garota simplesmente o ignorava, se limitando a sorrir, enquanto conversava com sua mãe a respeito da lista de materiais da garota que, pela primeira vez em seis anos, não seria de segunda mão.
Uma coruja adentrou a cozinha, passando por sobre a cabeça de todos e largando um jornal no colo de Rony, que o abriu xingando em voz alta.
–Ronald Weasley! –exclamou a Sra. Weasley, com a voz aguda. –Eu não quero esse tipo de palavreado na minha cozinha... Nem em minha casa.
–Desculpe mamãe... –resmungou o garoto, a contragosto.
Rony abriu o jornal e começou a ler a primeira pagina. De repente seu rosto ficou muito vermelho, passando então para verde musgo, azul fúcsia, cor de mingau de aveia velho e finalizando com um estranho tom de cinza.
–Rony... Você está pálido! –exclamou a Sra. Weasley. –Você está bem?
–Eu... –disse o garoto sem tirar os olhos do jornal. –Estou... Eh... Estou...
–Não parece. –insistiu a mãe, preocupada.
–Não é nada, só... Os Chuddley Cannons que... Que... Que perderam de novo...
–Deixa eu ver! –exclamou Gina, que também torcia pelo time.
–NÃO! –gritou Rony, sem intenção. –Quero dizer... Depois, eu... Eu vou ate o jardim para ler...
O garoto deixou a cozinha e andou o meio do jardim, todos com o olhar sobre ele. O tom de cinza no rosto de Rony agora assumia um leve tom arroxeado, como se ele não conseguisse respirar. Ele olhou para a cozinha e girou nos calcanhares, desaparecendo com um estalo.
–Ele desaparatou? –exclamou Gina, assombrada. –Mas ele não pode, não passou no teste!
–Isso é o de menos Gina, o Rony não estava bem. –sentenciou Carlinhos, bebericando sua xícara de chá.
–Era alguma coisa com aquele jornal. –comentou Gui.
–Por que? –perguntaram a Sra. Weasley, Gina e Carlinhos em uníssono.
–Porque os Cannons não jogam faz um mês. A temporada de quadribol foi cancelada, lembram?
–O que será que esse garoto está aprontando..? –se perguntou a Sra. Weasley, mordendo os lábios.
Os gêmeos entraram na cozinha fazendo barulho, pareciam um tanto confusos, mas ainda assim sorriam alegremente.
–Cadê o Ronyquinho? –perguntou Fred.
–Foi ele que desaparatou? –perguntou Jorge.
–Foi. –respondeu Gina, ainda olhando para o quintal, esperando ver o garoto em algum lugar.
–Mas ele não pode. –disse Jorge se sentando e roubando algumas torradas do prato de Gui.
–É, ele não passou no teste. –completou Fred.
–Vocês conhecem o Rony, não liga muito para poder ou não. –comentou Gui, querendo mudar logo de assunto
Com isso o plano de Gina para não ir ao Beco Diagonal acabou indo para o espaço. Logo após o café da manha, e de ter ajudado a mãe a arrumar a cozinha, Gina, Fred, Jorge, Gui e a Sra. Weasley estavam em frente à lareira, com um pote de pó de Flu, preparando-se para ir ao Beco. Gina sentindo-se estranhamente desconfortável, como se fosse fazer alguma covardia com Dino.
–Gina, você primeiro, querida. –disse a Sra. Weasley, lhe oferecendo o pote.
–Ta... –disse a garota, pegando um punhado de pó do pote.
Ela jogou o pó no fogo da lareira, que ficou esverdeado, entrou no meio das chamas e disse o mais claro que pode:
–Beco Diagonal!
Gina sentiu aquela costumeira sensação de estar girando rapidamente, fechou os olhos e juntou os cotovelos ao corpo, sentindo que seus braços estavam prestes a serem arrancados de seu corpo, o giro parecia aumentar rapidamente. Então parou, ela sentiu uma forte lufada de ar quente e um cheiro de bebidas fortes, abriu os olhos e se viu n’O Caldeirão Furado. Logo Fred bateu com força em suas costas, seguido de Jorge, ambos abriram largos sorriso ao se ver ali.
–Nossa, quanto tempo... –disse Fred.
–É... Como eu senti falta disso aqui... –comentou Jorge.
–Ah, pelo amor de Deus! Vocês têm uma loja logo ali embaixo. –exclamou Gina.
O bar estava vazio, mas os poucos clientes que estavam no local os olhavam como se estivessem armando um barraco. Logo a Sra. Weasley e Gui estavam com o grupo.
–Por aqui, crianças, vamos.
Elas seguiu por uma passagem lateral, que os levou para uma pequena área que dava para uma parede de tijolos. Fred e Jorge começaram a dar pulinhos de excitação, Gina revirou os olhos, enquanto a Sra. Weasley batia com a varinha num certo tijolinho.
Na parede se abriu uma passagem em arco, que se estendia por uma estradinha de tijolos ate um amontoado de lojinhas. Gina deu sorriu amarelo, agora não dava mais para voltar.
Eles desceram pela estradinha rapidamente, a Sra. Weasley dizia que pretendia fazer todas as compras antes da hora do almoço e resmungava alguma coisa sobre Rony ter sumido completamente na hora em que ela mais precisava dele. Fred e Jorge pareciam dois bobos, parando em todas as lojas como se fosse a primeira vez em que estivessem n’O Beco, fizeram questão de arrastar todos para dentro de sua loja, com um gritinho agudo de “olha que legal”.
–Será que já podemos ir? –perguntou a Sra. Weasley, depois de ouvir quinze minutos de papo furado entre Fred, Jorge e um de seus funcionários, um garoto alto de cabelos verdes com uma camiseta roxo berrante com os escritos Gemialidades Weasley.
Depois de deixarem a loja a sra Weasley arrastou todos ate Gringotes, o banco dos bruxos, mas Gui fez questão de não entrar, estava de saco cheio de ouvir as historias maçantes dos duendes.
–A gente se encontra na Floreios e Borrões! –disse o rapaz, virando atrás de uma barraca de Galeões de chocolate.
Eles atravessaram os três portais que davam para o saguão principal, sempre sob o constante olhar de censura dos duendes. Gina sentia seu estomago cada vez mais fundo.
–Rony! –exclamou a sra Weasley, de repente.
Gina ergueu a cabeça e viu Rony sentado num banquinho do outro lado do saguão, alguém estava ao seu lado. Uma garota de cabelos lanzudos, um pouco mais baixa que o rapaz, ambos estavam um tanto curvados, Rony abraçava a garota. Gina pode notar que ela estava chorando, seus olhos estavam muito inchados.
–Ah... Oi, mamãe... –disse o garoto, sem muito animo.
–Por que você foi embora daquela maneira? –perguntou a Sra. Weasley, a voz mais aguda do que de costume. –Eu fiquei preocupada! Aonde foi?
–Ahn... Eu? –perguntou ele.
–Isso mesmo! –o tom autoritário da Sra. Weasley fez com que muitos bruxos do local passassem a olha-los com reprovação.
–Eu lembrei que tinha que falar uma coisa com a Hermione... –mentiu Rony, enquanto tentava esconder o jornal.
–Rony, me deixa ver esse jornal! –mandou a sra, Weasley, fazendo Hermione olhar sobressaltada para Gina.
–Ahn... Depois, mamãe... Depois a senhora... –Rony tentou enrolar.
–Agora, Ronald!
Rony ia tirando o jornal de dentro das vestes quando alguém chamou:
–Com licença, mas a Srta. é Gina Weasley?
Todos se viraram e se viram de frente para um duende, uma cabeça mais baixo que Gina, a quem ele se referia.
–Sim... Sou, por quê? –quis saber a garota.
–Tenho uma encomenda para a senhorita. –disse o duende, entregando a Gina um envelope.
Gina pegou o envelope e o abriu, havia um pequeno bilhete numa caligrafia conhecida e uma chavinha de prata. Ela leu o bilhete em voz alta:
Faça bom proveito
H.P.
–A senhorita gostaria de visitar seu novo cofre? –perguntou o duende, um tanto solicito demais.
–Cofre? –perguntou Gina, sem tirar os olhos do bilhete.
–Sim, o cofre que o senhor Harry Potter deixou para a senhorita. –respondeu o duende.
Todos olharam atônitos para o duende.
–Há quanto tempo ele abriu esse cofre? –perguntou Hermione, a voz fina.
–Há exatamente uma semana. –respondeu o duende, andando em direção a uma porta sem esperar pelos outros.
Hermione e Rony se olharam significativamente. Gina iria perguntar se eles sabiam de algo, mas achou melhor esperar, estava curiosa com o que Harry deixara neste cofre.
Eles entraram numa das portas a volta só saguão e desembocaram num túnel, onde dois vagonetes os esperavam, Rony deixou escapar uma exclamação, Gina sabia que ele detestava esses vagonetes. Eles embarcaram, Gina à frente, com o duende e a Sra. Weasley.
A viagem não durara muito, o vagonete era bem rápido, mas ela teve tempo o suficiente para ver que entraram numa parte do emaranhado de túneis cuja entrada possuía gravada a ouro uma única palavra. Potter. Olhou para trás e viu que Hermione a observava com algum assombro. O vagonete parou com um tranco.
–Chegamos. –anunciou o duende.
Rapidamente todos desembarcaram, com exceção de Hermione, seus olhos estavam fixos no teto, Gina olhou para o alto também.
Havia uma arvore genealógica ali, ela segui os nome: Adams Potter e Alicia August Potter, Tiago Potter e Lillian Evans Potter, Harry Potter e... Virginia Weasley Potter. Gina sentiu seu queixo cair.
–Ele... –começou Gina.
–Acho que... –tentou continuar Fred.
–Gina, ele queria se casar com você.
Gina respirou fundo.
–Srta. Weasley, devo lhe passar as especificações, antes de deixa-la entrar no cofre. –anunciou o duende, quase esquecido.
–Claro. –disse Gina, sem tirar os olhos de seu nome gravado em ouro no teto da caverna.
O duende pigarreou, tentando chamar a atenção. Relutantemente Gina olhou para ele, mas fora a única.
–O Sr. Potter me pediu para lhe passar o seguinte, este cofre, –ele indicou um cofre de porta de prata –a partir de hoje é só seu, se quiser transferi-lo para algum outro ponto do banco, sinta-se à vontade, todo o seu conteúdo só pode ser retirado por você, para ser gasto ao seu bel prazer, quanto ao outro cofre... –ele apontou para um outro cofre, cuja porta era de ouro –será seu com as seguintes condições: se, dentro de um mês, o Sr. Potter não reaparecer e a senhorita comparecer ao banco dentro de cinco anos casada poderá retirar a chave.
–Casada? –perguntou Gina, sentindo uma ligeira familiaridade com aquela conversa.
–Exatamente.
Gina não disse nada, seguiu ate a porta de prata logo a sua frente, notou que seu nome estava gravado na prata, logo acima do buraco da fechadura, ela enfiou a chave e girou. A porta se abriu magicamente e um lampejo de luz dourada a atingiu em cheio.
–Meu Deus! –exclamou Rony.
Gina abriu seus olhos e viu uma pequena montanha de ouro dentro do cofre não muito grande.
–Deve ter uns dez mil Galeões ai dentro. –comentou Jorge.
–Cem mil! –aumentou Fred.
–Exatamente um milhão de Galeões Reais da Inglaterra. –anunciou o duende.
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